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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GUILHERME TOMAZ MACHADO


LEONARDO BERTI GOULART

ANÁLISE COMPORTAMENTAL DE ESTRUTURA PRÉ-MOLDADA DE


CONCRETO E AS DEFORMAÇÕES SOFRIDAS EM DECORRÊNCIA DOS
RECALQUES DIFERENCIAIS ORIUNDOS DO USO DE FUNDAÇÕES HÍBRIDAS.

Tubarão
2018
GUILHERME TOMAZ MACHADO
LEONARDO BERTI GOULART

ANÁLISE COMPORTAMENTAL DE ESTRUTURA PRÉ-MOLDADA DE


CONCRETO E AS DEFORMAÇÕES SOFRIDAS EM DECORRÊNCIA DOS
RECALQUES DIFERENCIAIS ORIUNDOS DO USO DE FUNDAÇÕES HÍBRIDAS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial
à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Prof. Vivian Mendes da Silva Martins, Msc.


Coorientador: Prof. Ismael Medeiros, Esp.

Tubarão
2018
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a professora Vivian Mendes e ao professor Ismael


Medeiros, por todo conhecimento transmitido, atenção e dedicação durante o desenvolvimento
do trabalho, gostaria de agradecer ao professor Gercino Preve, pelo auxílio em uma das etapas
do trabalho e agradecer ao professor Maurício Motta, por aceitar nos prestigiar na banca
examinadora.
Ao meu colega Leonardo por todo esforço e dedicação nessa grande jornada.

Guilherme Tomaz Machado.


AGRADECIMENTOS

Agradeço acima de tudo a toda minha família, principalmente aos meus pais, que a
todo momento me incentivaram a nunca desistir e persistir nos meus sonhos de modo a alcançá-
los. Pela preocupação que sempre tiveram em me educar no melhor dos caminhos, ao agir com
honestidade e humildade a todo momento. Ao meu irmão, que mesmo não estando
familiarizado com os assuntos específicos do curso, buscava sempre me apoiar.
Aos meus amigos que nunca se opuseram a me ajudar, sem cobranças posteriores.
Em especial meu colega de faculdade e equipe Guilherme, pelos dias e dias dedicados as
pesquisas relacionadas ao tema, pois sozinho jamais teria alcançado tamanha conclusão.
Um agradecimento enaltecido a nossa orientadora professora Vivian e nosso
coorientador professor Ismael, que durante todo o percurso depositaram confiança e
demonstraram tamanha preocupação em sempre nos atender e nos auxiliar da melhor maneira
possível.
Agradeço também ao terceiro membro da banca professor Maurício, por aceitar
nosso convite de contribuir com sua digníssima presença em nossa banca.

Leonardo Berti Goulart.


“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência,
poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.” (William Shakespeare).
RESUMO

O presente trabalho aborda o adensamento do solo em uma estrutura de concreto pré-moldado,


um estudo de caso realizado no Bloco D, da Universidade do Sul de Santa Catarina, onde foi
previsto através de modelos conceituais de cálculo, o adensamento total do solo e o tempo para
que o mesmo ocorra. Após a elaboração dos modelos conceituais, a partir da aplicação da
metodologia Nspt, foram realizadas medições junto às edificações de forma a ser possível as
comparações entre os adensamentos previstos e os ocorridos na estrutura. As deformações
medidas aproximaram-se das previstas, validando a metodologia proposta. Em paralelo, foram
realizadas inspeções prediais com o intuito de realizar o diagnóstico preliminar da edificação,
considerando as deformações sofridas pelas fundações em decorrência do adensamento ao qual
estava submetida. Os resultados mostraram-se favoráveis à metodologia proposta, sendo
possível a determinação do comportamento de acomodação da estrutura.

Palavras-chave: Adensamento. Fundações. Recalques. Manifestações Patológicas.


ABSTRACT

The present study deals with soil densification in a precast concrete structure, a case study
carried out in Block D, at the University of Southern Santa Catarina, where it was predicted
through conceptual calculation models, the total soil densification and the time for it to occur.
After the elaboration of the conceptual models, from the application of the Nspt methodology,
measurements were carried out in the buildings in order to make possible the comparisons
between the densification anticipated and those occured in the structure. The measured
deformations approximated to those predicted, validating the proposed methodology. In
parallel, building inspections were carried out in order to realize the preliminary diagnosis of
the building, considering the deformations undergone by the foundations due to the
densification to which it was submitted. The results were favorable to the proposed
methodology, being possible to determine the accommodation behavior of the structure.

Keywords: Densification. Foundations. Pathological Manifestations.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fundação superficial ............................................................................................ 23


Figura 2 – Deslocamentos de uma estrutura ......................................................................... 28
Figura 3 - Efeito do recalque diferencial............................................................................... 28
Figura 4 – Comportamento de uma sapata sob carga vertical. ............................................... 35
Figura 5 – Tipos de ruptura: (a) geral, (b) localizada, (c) puncionamento ............................. 36
Figura 6 - Pressões de contato, mecanismos de ruptura em função da excentricidade e inclinação
da carga. .............................................................................................................................. 37
Figura 7 - Fissura provocada na alvenaria de vedação por recalque diferencial. .................... 39
Figura 8 - Fissuramento de edificação assente parte em aterro, parte em corte. ..................... 40
Figura 9 - Instabilidade de taludes envolvendo edificação existente na encosta. ................... 41
Figura 10 - Deformação convexa de parede portante. ........................................................... 42
Figura 11 – Planta baixa bloco D. ........................................................................................ 46
Figura 12 - Depósitos aluviais de argila marinha. ................................................................. 47
Figura 13 - Laudo de sondagem a percussão (perfil estratigráfico). ...................................... 48
Figura 14 – Pilares bloco D. ................................................................................................. 50
Figura 15 - Nível de luneta. .................................................................................................. 53
Figura 16 - Mira estadimétrica. ............................................................................................ 54
Figura 17 - Distribuição dos pontos. ..................................................................................... 55
Figura 18 - Levantamento dos dados. ................................................................................... 56
Figura 19 - Processo da obtenção das cotas. ......................................................................... 57
Figura 20 – Esquema meramente ilustrativo do recalque entre os blocos D1 e D2. ............... 61
Figura 21 - Abertura horizontal ............................................................................................ 62
Figura 22 - Abertura vertical ................................................................................................ 63
Figura 23 - Abertura inclinada ............................................................................................. 64
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Cotas (m) dos pontos utilizados. ......................................................................... 58


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores limites da distorção angular β para edifícios estruturados e paredes portantes
armadas. .............................................................................................................................. 32
Tabela 2 – Valores limites da relação de deflexão Δ/L para ocorrência de fissuras em paredes
portantes não armadas. ......................................................................................................... 33
Tabela 3 - Classificação das aberturas de acordo com sua espessura. .................................... 42
Tabela 4 - Parâmetros do solo. ............................................................................................. 49
Tabela 5 – Cargas nos pilares. .............................................................................................. 51
Tabela 6 - Resultados obtidos............................................................................................... 52
Tabela 7 - Tempo estimado de adensamento. ....................................................................... 53
Tabela 8 - Dados obtidos in loco. ......................................................................................... 56
Tabela 9 - Cotas calculadas dos pontos. ............................................................................... 58
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Relação entre aberturas de fissuras e danos em edifícios. .................................... 65


LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


CPT – Cone Penetration Test
NBR – Norma Brasileira
SPT – Standard Penetration Test
UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina
LISTA DE SÍMBOLOS

w - Deslocamento vertical no sentido da força normal


w - Deslocamento vertical no sentido contrário a força normal
δw - Recalque diferencial
δw - Recalque diferencial máximo
ϕ - Rotação entre dois pontos de fundação
- Desaprumo
β - Distorção angular
α - Deformação angular
Δ - Deflexão relativa
σ - Tensão admissível
N - Índice de resistência à penetração dinâmica
q - Parcela de sobrecarga
σ - Tensão de ruptura
q - Valor médio no bulbo de tensões
Δ - Recalque diferencial
ℓ - Distância entre pilares
δ á - Distorção angular máxima
ρ á - Recalque máximo
σ - Tensão final no solo
σ - Tensão inicial no solo
Δh - Adensamento do solo
h - Altura da camada de solo
cc - Coeficiente de compressibilidade
e - Índice de vazios
t - Tempo para o adensamento do solo em anos
Tv – Coeficiente de adensamento em função do grau de adensamento
cv – Coeficiente de adensamento
LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 ............................................................................................................................ 27
Equação 2 ............................................................................................................................ 30
Equação 3 ............................................................................................................................ 30
Equação 4 ............................................................................................................................ 30
Equação 5 ............................................................................................................................ 31
Equação 6 ........................................................................................................................... 31
Equação 7 ............................................................................................................................ 31
Equação 8 ............................................................................................................................ 32
Equação 9 ............................................................................................................................ 51
Equação 10 .......................................................................................................................... 52
Equação 11 .......................................................................................................................... 52
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 18
1.1 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA ............................................................................... 18
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 19
1.2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 19
1.2.1.1 Objetivos específicos .............................................................................................. 19
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 20
2.1 FUNDAÇÕES ............................................................................................................. 20
2.1.1 Requisitos para dimensionamento de fundações ................................................... 21
2.1.2 Fundações superficiais ............................................................................................ 23
2.1.3 Fundações profundas .............................................................................................. 24
2.2 COMPRESSIBILIDADE DO SOLO ........................................................................... 25
2.3 TENSÃO E DEFORMAÇÃO DO SOLO .................................................................... 29
2.3.1.1 Tensão admissível do solo ...................................................................................... 29
2.3.1.1.1 Métodos empíricos............................................................................................... 29
2.3.1.1.2 Métodos Semi-empíricos ...................................................................................... 30
2.3.1.1.3 Ensaio de carga sobre placa ................................................................................ 31
2.3.1.2 Recalques diferenciais admissíveis ......................................................................... 32
2.3.1.3 Recalques admissíveis ............................................................................................ 33
2.3.1.4 Capacidade de carga ............................................................................................... 34
2.3.1.5 Mecanismos de ruptura........................................................................................... 35
2.4 PATOLOGIAS ............................................................................................................ 38
2.4.1 Problemas arquitetônicos ....................................................................................... 38
2.4.2 Problemas funcionais .............................................................................................. 39
2.4.3 Problemas estruturais ............................................................................................. 41
3 METODOLOGIA DA PESQUISA.............................................................................. 43
3.1 A PESQUISA CIENTIFICA........................................................................................ 43
3.2 TIPO DE PESQUISA .................................................................................................. 43
3.3 PROCESSO................................................................................................................. 44
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 45
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................................... 45
4.2 CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA ....................................................................... 47
4.3 CÁLCULO DO RECALQUE ...................................................................................... 50
4.4 COLETA DE DADOS E IDENTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS ............................. 59
5 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 66
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 67
18

1 INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA

Atualmente, o mercado da construção civil começa a apresentar sinais de


reaquecimento. As políticas públicas voltadas à liberação de créditos, aliados a alta demanda
reprimida por moradias, serve como mola propulsora nesta retomada. A crescente demanda
populacional urbana, exige maior rapidez e agilidade, concomitando na atualização dos
sistemas construtivos. No entanto, a relação paradoxal que envolve os profissionais de
engenharia deste segmento, continua a ser a equalização pela relação financeira x integridade x
desempenho x segurança.
Para a concepção de qualquer empreendimento, são necessários uma série de
estudos, englobando desde parâmetros de utilização até elementos extremamente técnicos.
Estudos voltados à mecânica dos solos, principalmente voltadas a estabilidade geotécnica das
fundações, apresentam vital importância no futuro comportamento da estrutura.
Para tal, conforme descrito na NBR 6484/2001, os estudos de investigação dos
solos são basilares para o dimensionamento das fundações, porém é comum ocorrerem falhas
provenientes de projetos subdimensionados, decorrentes de diversos fatores que acabam por
serem negligenciados, sucedendo por vezes em problemas indesejáveis e até mesmo
irreparáveis.
A elaboração do projeto geotécnico de fundação requer ao menos laudo de
sondagem, acrescido de informações dos parâmetros de compressibilidade e caracterização dos
solos, conforme descrito pela NBR 6122/2010. Destarte, a problemática que envolve este
trabalho, baseia-se nas determinações dos limites de deformações sofridas pela estrutura pré-
moldada a partir da utilização de elementos de fundações híbridas.
Logo, seria possível determinar através de comparações entre os modelos de
deformações conceituais gerados e os valores medidos In Loco, se as manifestações
patológicas oriundas de recalques diferenciais sofridos pelo Bloco D, encontram-se dentro
dos limites previsíveis para o tipo de estrutura? Um estudo realizado em Tubarão, Santa
Catarina, no ano de 2018.
19

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Analisar o comportamento de fundações superficiais e profundas utilizadas na


execução do Bloco D, da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, Campus
Tubarão/SC, a partir da comparação entre modelos conceituais, ensaios em laboratório e
medições das deformações in Loco.

1.2.1.1 Objetivos específicos

a) averiguar o comportamento da estrutura, a partir dos parâmetros de


compressibilidade dos solos.
b) realizar o cálculo das deformações previstas e compará-las com as deformações
presentes na edificação.
c) catalogar as patologias presentes na edificação e que estejam vinculadas às
deformações advindas das fundações.
20

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 FUNDAÇÕES

Ao falarmos em fundações talvez venha a cabeça a ideia de que é algo recente.


Porém, a execução destas, remonta há séculos atrás, conforme expresso por Vitruvius:

Se o terreno firme não puder ser encontrado e o terreno for pantanoso ou fofo, o local
deve ser escavado, limpo e estacas de amieiro, oliveira ou carvalho, previamente
chamuscadas, devem ser cravadas com uma máquina, tão próximas umas das outras
quanto possível, e os vazios entre estacas cheios com cinzas. A fundação mais pesada
pode ser assentada em uma tal base. (VITRUVIUS, Século I a.C. apud VELLOSO E
LOPES, 2010, p. 183)

Sendo assim é possível constatar que a dois mil anos atrás já existiam teorias aliadas
a prática da construção de fundações profundas, de modo a resistir as solicitações impostas por
edificações de grande porte em terrenos caracterizados por solos moles e pantanosos.
Segundo Neto e Vargas (1998) no Egito e na Mesopotâmia antiga as construções
eram locadas sobre terrenos sem que existisse um estudo preliminar do solo, sendo assim grande
parte das edificações com o passar dos anos vinham a colapso. Ao ruir a estrutura, muitos
construtores utilizavam os escombros da edificação passada, misturando-os com o solo da
região de modo a formar uma base mais resistente utilizando esta base para novas edificações.
Por mais frágil que sejam, muitos palácios e templos utilizaram desse método e perduraram por
alguns séculos, porém alguns arqueólogos ao estudarem as ruinas destas, classificaram essas
fundações ou apoios como uma das características mais fracas das técnicas construtivas
utilizadas para a edificação na época em questão.
De tal maneira embasando-se em determinados escritos e documentos antigos pode-
se ter uma ideia de que a utilização de fundações se deu no fim do último século e início do
primeiro século. Talvez inicialmente de modo restrito a algumas regiões. (NETO e VARGAS,
1998).
Com o decorrer dos Séculos mostrou-se claro a evolução nos processos construtivos
de fundações, um conhecimento baseado no empirismo de uma porção vasta de tempo e séculos
de conhecimento aplicados de forma a contribuir para evolução dos métodos de construção,
acabou por resultar em ideias como a de Leon Batista Alberti, que em 1485 escreveu algumas
21

especificações em um tratado de construção relacionados as estacas, onde a largura do


estaqueamento deveria ter o dobro da largura da parede, o comprimento das estacas deveria ter
ao menos 1/8 da altura da parede e diâmetro de 1/12 do comprimento da estaca. (VELLOSO e
LOPES, 2010).
Portanto, como em qualquer outro campo de conhecimento, seja da engenharia,
medicina, etc., as especificações necessárias para elaboração de projetos de fundações utilizadas
atualmente, existem devido a gama de estudos provenientes de séculos de estudo.

2.1.1 Requisitos para dimensionamento de fundações

Para dimensionar um projeto de fundações, alguns critérios devem ser analisados


para determinarmos o tipo de fundação, podendo ser fundação superficial ou fundação
profunda, sendo esses critérios:
1. Topografia
2. Dados Geológicos
3. Dados sobre a construção vizinha
4. Dados sobre a estrutura a construir
Obras executadas em regiões urbanas, é importante analisar a situação das
construções vizinhas, sendo, geralmente o critério mais dominante na determinação do tipo de
fundação. (VELLOSO e LOPES 2010).
A obra pode impor o tipo de fundação a ser executada, dependendo do uso da
estrutura (residencial, industrial, etc.) e do tipo do solo, podendo ser utilizado até mais de um
tipo de fundações superficiais ou mais de um tipo de fundação profunda, ou até mesmo o uso
de fundações híbridas, que consiste no uso de fundações superficiais e profundas para uma
mesma estrutura. O critério para escolha quando se tem essa variedade de estruturas de
fundação visa o menor tempo de execução e menor custo, analisando o volume de concreto, a
quantidade de solo a movimentar, se há a necessidade de rebaixar o lençol freático. (VELLOSO
e LOPES, 1998).
Considera-se técnica e economicamente viável o uso de fundação superficial
quando o número de golpes do ensaio SPT for maior ou igual a 8 golpes e a profundidade
máxima não ultrapassar 2m. O limite de golpes indica a resistência mínima do solo para uso da
22

fundação superficial, o limite de profundidade implica aos custos de escavação e reaterro


necessário na execução da fundação. (REBELLO, 2008).
É importante conhecer as ações na qual a estrutura vai solicitar, verificando se estes
valores, fornecidos pelo profissional do dimensionamento estrutural, são valores característicos
ou valor de projeto, ou seja, valores já majorados.
Velloso e Lopes (2010) dividem as ações nas fundações em dois grupos, o primeiro
grupo compõe as cargas vivas, onde entram as cargas de uso operacionais (pessoas,
armazenamentos, etc.), cargas ambientais (vento, temperatura, sismos, etc.) e cargas acidentais
(colisões, explosões, etc.), no segundo grupo compõe as cargas mortas, sendo elas o peso
próprio da estrutura, empuxo da água, empuxo do solo. Já a NBR 8681/2004 classifica as ações
de maneira um pouco diferente, chamando de ações permanentes as cargas mortas, ações
variáveis e excepcionais as cargas vivas.
No dimensionamento de fundações, é praticamente impossível ter conhecimento
total do solo onde irá se apoiar a estrutura de fundação, e segundo Velloso e Lopes (2010) nas
fundações, há sempre muitas incertezas, seja nos métodos de cálculo, seja na carga a suportar,
ou, nos valores de parâmetro do solo que são introduzidos no cálculo e na execução do elemento
no canteiro de obras, para isso, prevendo tais incertezas, são introduzidos coeficientes de
segurança, garantindo segurança e integridade do elemento estrutural.
De acordo com Velloso e Lopes (2010, p. 17):
Os parâmetros de resistência e compressibilidade dos solos determinados, seja em
ensaios de laboratório, seja a partir de correlações com ensaios de campo (SPT, CPT
etc.), apresentam também, inevitavelmente, erros que devem ser cobertos por urna
margem de segurança. Os cálculos de capacidade de carga (carga de ruptura do solo
que suporta uma fundação) são elaborados sobre modelos que procuram representar a
realidade, mas sempre requerem a introdução de simplificações das quais resultam
erros que deverão ser cobertos por urna margem de segurança. Também as cargas para
as quais se projetam as fundações contêm erros que deverão ser considerados pela
margem de segurança.

Para suprir esses erros e incertezas, aplicam-se os coeficientes de segurança,


podendo eles serem globais, ou seja, todos os erros e incertezas são considerados uma única
vez, aplicando-se um coeficiente de segurança para suprir tudo, ou coeficientes de segurança
parciais, na qual considera-se um coeficiente de segurança (majoração ou minoração) em cada
etapa de cálculo.
23

2.1.2 Fundações superficiais

São caracterizadas fundações superficiais, de acordo com Teixeira e Godoy (1998)


aquelas que transmitem as tensões sob a base da fundação e que se apoiam no solo a uma
pequena profundidade.

Figura 1 - Fundação superficial

Fonte: TEIXEIRA e GODOY, 1998, adaptado pelos autores, 2018.

Como mostra a Figura 1, uma fundação é superficial quando a razão da


profundidade D e a largura da sapata B for menor ou igual a 1. (TEIXEIRA e GODOY, 1998).
Rebello (2008) caracteriza fundação superficial aquela em que as cargas da
edificação são transmitidas sob a base da fundação logo nas primeiras camadas de solo, sendo
necessário ter conhecimento adequado do solo, propiciado pela sondagem, para verificar se há
resistência para suportar as cargas.
A norma brasileira NBR 6122/2010 classifica essa profundidade como inferior a
duas vezes a menor dimensão da fundação, porém, tendo que garantir também que o solo de
apoio da fundação não seja influenciado por variações sazonais de clima e alterações de
umidade. Nas divisas com vizinhos, a profundidade não deve ser inferior a 1,5m, salvo quando
a fundação estiver assente sobre a rocha.
24

2.1.3 Fundações profundas

Conforme a NBR 6122/2010, as fundações profundas têm por objetivo transmitir a


carga da estrutura por meio do atrito provocado pela superfície lateral da estaca com o solo,
denominada (resistência de fuste), por meio de sua base (resistência de ponta), ou através da
combinação de ambas, por atrito lateral e resistência de ponta. Deve estar assentada a uma
profundidade igual ou superior a duas vezes o tamanho da sua menor dimensão, desde que esta
exceda os três metros de profundidade, se não exceder utiliza-se os três metros de profundidade
como cota de assentamento.
As estacas são, quase que em sua totalidade confeccionadas com três materiais,
estes são: madeira, aço e concreto.
Conforme Rebello (2008), as estacas de madeira podem ser utilizadas desde que
não fiquem em contato direto com o oxigênio, ou sofram com variações no nível da água.
Preferencialmente a estaca deve se encontrar totalmente enterrada e receber o devido tratamento
antes que utilizada. Em geral são executadas com troncos de eucalipto e aroeira que possuam
seções regulares.
Já aquelas fabricadas em aço, são em sua maioria utilizadas em regiões que não
possuem um lençol freático ascendente. Compostas geralmente por perfis em formato I ou U.
Por fim, as estacas moldadas em concreto são as mais utilizadas atualmente. Estas
podem ser armadas ou protendidas, com seções prismáticas ou circulares. Diferente das estacas
de aço e madeira, estas podem ser moldadas in loco com auxílio de máquinas.
Velloso e Lopes (2010) afirma que, apesar da infinidade de métodos construtivos
e materiais possíveis a ser empregados, o objetivo das fundações profundas será sempre o
mesmo, transferir os esforços solicitados por uma estrutura até uma camada de solo inferior
capaz de ofertar resistência suficiente. Ainda que existam uma grande quantidade de métodos
e materiais existentes para dimensionamento dessas estruturas, visa-se primordialmente a
economia de materiais, além de constatar previamente por meio de estudos do solo, qual
material e método será mais apropriado a ser executado.
Quanto ao tipo de fundação a se utilizar, consideram-se inicialmente os seguintes
parâmetros:
25

Em solos onde o lençol freático possui cota elevada, próximo da superfície, se


estendendo por uma camada considerável, o ideal seria a utilização de estacas pré-moldadas de
concreto, cravadas com auxílio de uma máquina bate estaca a percussão, prensagem ou
vibração.
Nos terrenos onde existe presença de água, porém em pequena escala, podemos
utilizar hélice continua. Se a água for exclusa utilizamos estaca escavada. Caso a altura de solo
sobre uma camada considerável de rocha seja pequena utiliza-se estaca raiz. Além destas,
existem outros tipos que são utilizados, porém, não tem sua execução e parâmetros descritos
em norma. Tais quais, estão à estaca caixão (escavada como um tubulão, porém em formato
prismático). (VELLOSO e LOPES, 2010).

2.2 COMPRESSIBILIDADE DO SOLO

Segundo Das (2007, p. 244), “um aumento da tensão causado pela construção de
fundações ou outras cargas comprime as camadas do solo”. Essa compressão é causada pela
deformação das partículas de solo, o deslocamento das partículas do solo e a expulsão da água
ou do ar dos espaços vazios do solo. Segundo Caputo (1988, p. 78), “uma das principais causas
de recalques é a compressibilidade do solo, ou seja, a diminuição do seu volume sob a ação das
cargas aplicadas [...]”.
Conforme Das (2007) o recalque é divido em três categorias, recalque elástico,
recalque por adensamento primário e recalque por compressão secundária. O recalque elástico
é caracterizado pela deformação elástica de solos secos, úmidos e saturados sem que haja
alteração no teor de umidade, o recalque por adensamento primário é resultado da expulsão de
água dos vazios do solo, causando uma alteração volumétrica e o recalque por compressão
secundária é uma forma adicional de deformação a uma tensão constante, causado pelo ajuste
plástico no tecido do solo.
Na visão de Rebello (2008, p.57), “as deformações que o solo pode sofrer são de
três tipos: deformação elástica, deformação por escoamento lateral e deformação por
adensamento.”
Teixeira e Godoy (1998) afirma que o recalque por deformação elástica ou recalque
imediato acontece simultaneamente com a aplicação da carga ao solo. Isso acontece quando as
26

tensões cisalhantes introduzidas são pequenas quando relacionadas a resistência ao


cisalhamento do solo, haja vista as tensões cisalhantes serão aproximadamente proporcionais
às deformações cisalhantes do solo, acarretando na mudança de formato sem a subtração de
volume de solo.
A deformação por escoamento lateral, segundo Rebello (2008, p.57) “acontece com
maior predominância em solos não coesivos.” Esse tipo de deformação acontece quando, ao
aplicar uma carga sobre uma respectiva camada de solo, esta passe a se deslocar lateralmente
de modo a buscar por locais, nos quais não serão muito solicitadas, geralmente predominantes
em solos arenosos.
Os recalques por adensamento podem ser ainda classificados como recalques
primários e recalques secundários, onde no primeiro o recalque ocorre em alguns anos, dando
tempo suficiente para a expulsão da água, já no segundo, comum em solos argilosos, os
recalques ocorrem por um longo período de tempo, podendo ultrapassar os cem anos, sendo
assim, chamados de recalques seculares. O valor total do recalque final será a soma do
deslocamento devido ao recalque elástico, recalque por adensamento primário e recalque de
adensamento secular. (REBELLO, 2008).
O recalque por adensamento primário, segundo Caputo (1988), ocorre em solos de
baixa permeabilidade, em geral solos argilosos saturados. Quando a pressão do maciço do solo
inicial, somada à tensão submetida pela estrutura se torna superior à pressão de pré-
adensamento (considerando metade da altura da camada do solo), é uma parcela de recalque
devido à redução do volume do solo através da expulsão da água em decorrência do aumento
da pressão neutra causada pela aplicação de carga imposta pela fundação.
Caputo (1988, p.80), descreve recalque por adensamento secundário como aquele
que ocorre após o primário e “verifica-se que após a dissipação das pressões neutras, devido ao
carregamento da fundação no solo, este sob a ação da carga efetiva constante, continua a se
deformar”.
Os recalques por deformação elástica, deformação por escoamento lateral e
deformação por adensamento, segundo Rebello (2008, p.58) “[...] poderiam ser chamados de
naturais, pois ocorrem em decorrência de características naturais do solo. Porém pode haver
outros tipos de recalques provocados por ações externas”.
27

Para uma análise do comportamento da estrutura de fundação, tem-se uma


preocupação com os deslocamentos verticais ou recalques, designados por w. A seguir
apresenta-se algumas definições de deslocamentos. (VELLOSO E LOPES, 2010).

a) Recalque (Fig.2a), designado por w, é o deslocamento vertical para baixo, quando


ocorre o deslocamento para cima, chamamos de levantamento e designamos por w .
b) O recalque ou levantamento relativo ou diferencial é designado por δw, o recalque de C
em relação a D (Fig.2a) é designado por δw CD positivo, e o recalque entre o ponto D
e C é designado δw DC negativo (w CD = - w DC). O recalque diferencial máximo é
designado por δw .
c) Rotação, representada por ϕ (Fig.2a) é usada para representar a diferença entre a
inclinação de dois pontos de fundação.
d) Desaprumo, representado por (Fig. 2c), usado quando a estrutura é rígida, pois esta,
quando se deforma é mais difícil de quantificar, então determina-se por meio do
recalque diferencial nas extremidades da obra, divido pela distância entre elas.
e) Rotação relativa ou distorção angular, representada por β (Fig. 2c), corresponde a
rotação da reta que une dois pontos de referência tomados para definir o desaprumo.
f) Deformação angular, representada por α. A Fig. 2a mostra que a deformação angular
em B é dada por:

= + . [1]

g) Deflexão relativa, designada por Δ (Fig.2b), representa o deslocamento máximo em


relação a reta que une dois pontos de referência afastados de L. Se a concavidade for
para cima, Δ será positivo; caso contrário, negativo.
h) Relação de deflexão, representada através de Δ/L. Igual na deflexão relativa, se a
concavidade for para cima, será positiva, caso contrário, negativa.
28

Figura 2 – Deslocamentos de uma estrutura

Fonte: VELLOSO e LOPES, 2010, p. 27, adaptado pelos autores.

O deslocamento vertical de um elemento de fundação seja em estaca ou em


qualquer outro é classificado como recalque absoluto. A diferença entre dois recalques
absolutos de dois corpos ligados entres si por algum material é classificado como recalque
diferencial. Dependendo da magnitude do recalque é possível que ocorra fissuras e trincas
provocados pela distorção imposta na edificação. (ALONSO, 1991).

Figura 3 - Efeito do recalque diferencial.

Fonte: ALONSO, 1991, p. 25.


29

Os efeitos causados pelo recalque diferencial podem ser observados de forma


simplificada na figura acima.

A água por não ser compressível, é expulsa de seu meio de modo que passe a escoar
verticalmente, no sentido da camada que está acima dela. Esse processo pode ter um intervalo
de tempo variado visto que a percolação da água tem interferência direta com os respectivos
materiais que essa terá de vencer, podendo variar entre solos arenosos ou argilosos. (CAPUTO,
1988).

2.3 TENSÃO E DEFORMAÇÃO DO SOLO

2.3.1.1 Tensão admissível do solo

A tensão admissível do solo, critério para o dimensionamento de fundações, tem


por objetivo mensurar a segurança mediante a ruptura do solo, afim de evitar que o mesmo sofra
uma ruptura catastrófica. Os recalques admissíveis, no que lhe concernem, sevem como
determinações de que a estrutura resista as deformações impostas pelo solo. A tensão admissível
pode ser estimada de acordo com a NBR 6122/2010, por métodos teóricos, semi-empíricos e
ensaio de carga sobre placa. (TEIXEIRA e GODOY, 1998).

2.3.1.1.1 Métodos empíricos

Consiste na aplicação de um fator de segurança na tensão de ruptura do solo, afim


de minorar sua resistência, o fator de segurança varia de acordo com as situações de solo, no
entanto este fator varia entre 2 a 3. (TEIXEIRA e GODOY, 1996).
30

2.3.1.1.2 Métodos Semi-empíricos

A determinação da tensão admissível do solo neste método consiste na correlação


de valores de laudos de sondagens como SPT (Standard Penetration Test), CPT (Cone
Penetration Test), etc. Para fundações superficiais é mais fácil determinar a tensão admissível
do solo diretamente de N (ensaio SPT) ou (ensaio CPT), sem correlacionar os dois ensaios.
(CINTRA et al, 2011).

2.3.1.1.2.1 SPT

Para obter-se o valor da tensão admissível através do ensaio SPT utiliza-se a


seguinte equação:

= + . [2]

Onde 5≤ ≤20

Outra relação de determinar a tensão admissível pelo SPT é por meio do método de
Skempton (1951 apud CINTRA et al, 2011), onde ele determina a capacidade de carga do solo
em terrenos argilosos como:

0,01. .6
= = 0,02. . [3]
3

Mello (1975 apud CINTRA et al, 2011) parte de outras correlações, sem distinção
do tipo de solo:
= 0,1. 1 . [4]

Onde 4≤ ≤ 16
31

Considerando sapatas quadradas de lado B (em metros), apoiadas a 1,5m de


profundidade, Teixeira (1996 apud CINTRA et al, 2011), desenvolveu a seguinte equação
para solos arenosos onde:

= 0,05. (1 + 0,4 ). . [5]


100

2.3.1.1.2.2 CPT

A tensão admissível pode ser obtida a partir das correlações empíricas de Teixeira
e Godoy (1996 apud CINTRA et al, 2011):

= ≤ 4,0 . [6]
10

= ≤ 4,0 . [7]
15

Onde é o valor médio no bulbo de tensões e menor que 1,5Mpa. A primeira equação se
aplica em argilas, e a segunda em areias.

2.3.1.1.3 Ensaio de carga sobre placa

Regulamentado pela NBR 6489/1984, consiste na simulação do assentamento de


uma estrutura de fundação direta e rasa sobre o solo, a fim de obterem-se informações sobre
seu comportamento.
A simulação consiste em apoiar uma placa de aço com área igual ou superior a
0,5m², reagindo por um macaco hidráulico contra uma cargueira para uma determinada carga
Q, ocorrendo a deformação no solo, após a estabilização do recalque, ocorre um aumento na
carga Q, gerando um aumento na deformação e assim sucessivamente até que ocorra a ruptura
do solo, caso não ocorra a ruptura, até que a carga aplicada seja duas vezes superior a tensão
admissível estimada sobre o do solo ou caso ocorra recalques excessivos. (TEIXEIRA e
GODOY, 1998).
32

2.3.1.2 Recalques diferenciais admissíveis

É importante conhecer os recalques admissíveis da estrutura, afim de não prejudicar


sua estabilidade ou funcionalidade. Para determinar os recalques admissíveis, adota-se a
distorção angular como referência. Segundo Rebello (2008), distorção angular é a relação entre
o valor do recalque diferencial e a distância entre os pilares, conforme a seguinte expressão:

= . [8]

Onde:
β = Distorção angular
Δ = Recalque diferencial
ℓ = Distância entre pilares

Segundo Velloso e Lopes (2010), a quantificação dos recalques admissíveis é feita


através da distorção angular ou relações de deflexão, conforme o tipo de estrutura. As Tabelas
1 e 2 apresentam algumas indicações.

Tabela 1 - Valores limites da distorção angular β para edifícios estruturados e paredes


portantes armadas.
Skempton e Meyerhof Polshin e Tokar Bjerrum
MacDonald (1956) (1956) (1957) (1963)
Danos estruturais 1/150 1/250 1/200 1/150
Fissuras em paredes 1/300 (porém, 1/500 1/500 (0,7/1000 a 1/500
e divisórias recomendado 1/1000 em painéis
1/500) extremos)
Fonte: VELLOSO e LOPES, 2010, p. 30, adaptado pelos autores, 2018.
33

Tabela 2 – Valores limites da relação de deflexão Δ/L para ocorrência de fissuras em paredes
portantes não armadas.
Configuração Meyerhof Polshin e Tokar Burland e Wroth
(1956) (1957) (1975)
Côncava para cima 1/2500 L/H<3: 1/3500 a 1/2500 L/H=1: 1/2500
L/H<5: 1/2000 a 1/1500 L/H=5: 1/1250
Convexa para cima - - L/H=1: 1/5000
L/H=5: 1/2500
Fonte: VELLOSO e LOPES, 2010, p.30, adaptado pelos autores, 2018.

2.3.1.3 Recalques admissíveis

Se uma estrutura sofresse recalques uniformes, por mais exagerados que fossem tais
deformações, a estrutura não sofreia danos, porém isso não ocorre, há sempre recalques
diferenciais, portanto, a limitação do recalque é uma maneira de limitar o recalque diferencial.
(TEIXEIRA e GODOY, 1996 apud CINTRA et al, 2011).
Para estruturas em concreto armado e aço são aceitáveis como valores limites os
seguintes valores de recalques para solos arenosos e argilosos. (BURLAND et al. 1977 apud
CINTA et al, 2011).

Areias: á = 25mm
á = 40mm para sapatas isoladas
á = 40 a 65mm para radiers
Argilas: á = 40mm
á = 65mm para sapatas isoladas
á = 65 a 100mm para radiers

Onde á é a distorção angular máxima e á é o recalque máximo.

De acordo com Teixeira e Godoy (1996 apud CINTRA et al, 2011), esses valores
não servem para obras em alvenaria portante, pois, em obras desse tipo os critérios seriam mais
rigorosos.
34

2.3.1.4 Capacidade de carga

As dimensões da sapata isolada são determinadas a partir da razão entre o


carregamento vertical P, imposto pelo pilar, e a tensão admissível do solo σ , oriundo dos
ensaios de campo. Com o aumento gradativo do carregamento P, vai surgindo uma superfície
potencial de ruptura no maciço de solo e na eminência da ruptura teremos a mobilização da
resistência máxima entre o elemento sapata-solo, denominado capacidade de carga,
representado por σ (a letra r subscrita é a inicial das palavras resistência e ruptura). Portanto a
capacidade de carga do elemento de fundação é a tensão que provoca a ruptura do solo.
(CINTRA et al, 2011).
De acordo com Velloso e Lopes (2010), considerando o mesmo carregamento
gradativo P, a capacidade de carga é obtida em um processo de três fases, sendo a primeira
chamada de fase elástica, caracterizada por recalques proporcionais ao carregamento que se
estabilizam com o tempo, nesta fase os recalques são reversíveis.
A segunda fase caracteriza-se pelo surgimento de deslocamentos plásticos,
aparecendo zonas plásticas inicialmente junto as bordas da fundação, nesta fase, os recalques
são irreversíveis. Na terceira fase, o deslocamento cresce até ocorrer a ruptura do solo, e para o
carregamento correspondente, atingiu-se a capacidade de carga da fundação. A figura 4
apresenta os tipos de fases:
35

Figura 4 – Comportamento de uma sapata sob carga vertical.

Fonte: KÉZDI 1970 apud VELLOSO E LOPES 2010, p. 55.

2.3.1.5 Mecanismos de ruptura

Considera-se ruptura no solo quando suas partículas sofrem um deslocamento


permanente, alterando suas posições relativas, provocando mudança na forma original do solo.
Segundo Rebello (2008, p. 26), “a ruptura normalmente se dá pela perda de resistência ao atrito
entre as partículas. Na verdade, as partículas de solo não rompem, mas escorregam, ou seja, a
ruptura do solo sobrevém normalmente por cisalhamento”.
A capacidade de carga é definida na eminência da ruptura do solo, e esta ruptura
está associada a um mecanismo de diferentes características, podendo ser do tipo frágil ou do
tipo dúctil.
Na ruptura do tipo frágil, também chamada de ruptura geral, comum em solos
resistentes (menos deformáveis), a ruptura é bem definida e vai de um bordo da sapata até a
superfície do solo, a ruptura é súbita e catastrófica, levando ao tombamento da sapata (para
esquerda ou direita) e levantando uma porção do solo para cima da superfície (Fig. 5a). A carga
de ruptura ocorre para pequenos valores de deslocamentos. (CINTRA et al, 2011).
Na ruptura do tipo dúctil, também chamada de ruptura por puncionamento, comum
em solos mais deformáveis (menos resistentes), ao invés de ocorrer um tombamento da
estrutura, ocorre a penetração maior da sapata de cima para baixo, sem desaprumar, devido a
36

compressão do solo subjacente. A penetração da fundação acontece quando ocorre o


cisalhamento do solo no perímetro da estrutura. O solo nas bordas da estrutura tende a
acompanhar o recalque da sapata, conforme podemos observar na Fig. 5c. A carga de ruptura
ocorre neste caso, para recalques mais elevados. (CINTRA et al, 2011; VELLOSO e LOPES,
2010).
Para Velloso e Lopes (2010), existe ainda um terceiro tipo de ruptura, na qual é um
intermédio entre a geral e a por puncionamento, chamada de ruptura localizada (Fig. 5b), que
ocorre em solos de média consistência, caracteriza-se por um modelo bem definido apenas
imediatamente abaixo da fundação.
Como na ruptura generalizada, observa-se uma tendência de empolamento do solo,
entretanto a compressão vertical é bastante significativa e a superfície de deslizamento termina
dentro do maciço de solo, somente depois de um carregamento vertical considerável que a
superfície de deslizamento chega a superfície, mas sem tombar a estrutura, como na ruptura
generalizada.

Figura 5 – Tipos de ruptura: (a) geral, (b) localizada, (c) puncionamento

Fonte: VESIC, 1963 apud VELLOSO e LOPES, 2010 p. 56.


37

Velloso e Lopes (2010) ressaltam que o tipo de ruptura a ocorrer depende da


compressibilidade do solo, se o mesmo for praticamente incompressível a ruptura será
generalizada, em solos compressíveis, ocorrerá um puncionamento no solo.
Sendo assim os fatores que afetam no modo de ruptura do solo são as propriedades
do solo, quanto mais rígido, mais próxima da ruptura generalizada, a profundidade relativa D/B,
quanto maior a profundidade relativa, mais próximo da ruptura por punção e as tensões inicias,
quanto maior o coeficiente de empuxo, mais próximo da ruptura generalizada. Cintra et al
(2011) admitem que a partir de 4,5 a relação entre D/B, a ruptura será por puncionamento.
Para cargas excêntricas o comportamento de ruptura do solo tem um
comportamento diferente, conforme a figura 6.

Figura 6 - Pressões de contato, mecanismos de ruptura em função da excentricidade e


inclinação da carga.

Fonte: VELLOSO e LOPES, 2010, p. 58.

Conforme a figura 6, duas características do carregamento precisam ser conhecidas,


as excentricidades e inclinações, pois geram outros tipos de comportamento no solo.
38

2.4 PATOLOGIAS

As patologias em edificações provenientes das fundações, ocorrem em sua


totalidade devido a recalques. Como discorrido na seção anterior os recalques são basicamente
divididos em recalque absoluto e recalque diferencial.
Reforçando esses aspectos podemos afirmar, baseando-se em pesquisas literárias
que o recalque pode ou não trazer danos a edificação. Segundo Rebello (2008, p. 61), “se o
recalque for uniforme em todos os pontos de apoio das fundações [igualitário, sem diferença de
recalque entre os apoios], o efeito será apenas um afundamento do nível térreo [...]. Ou seja,
não ofertará dano estrutural a edificação, apenas transtornos relacionados a utilização.
(REBELLO, 2008).
Portanto, existem patologias com nível maior de gravidade relacionadas ao
recalque. As manifestações patológicas provenientes de recalque, segundo Thomaz (1989),
sejam em edifícios comerciais, residenciais ou institucionais, podem ser divididos em três
grupos, os quais são: problemas arquitetônicos, problemas funcionais e problemas estruturais.

2.4.1 Problemas arquitetônicos

Os problemas arquitetônicos são aqueles que comprometem a estética das


edificações, não ofertam riscos de colapso, mas um grande desconforto visual, visto que
provocam fissuras e trincas em paredes e acabamentos, rompimento de painéis de vidro ou
mármore, entre outros. (GOTLIEB, 1998).
Levando em consideração os materiais construtivos utilizados para concepção de
um edifício, a alvenaria de vedação é a parte mais frágil. Sendo assim, a força cortante ofertada
a edificação pelo recalque diferencial, provoca primeiramente a ruptura desta, apresentando
fissuras com ângulo de aproximadamente 45°, sendo que o lado que sofreu maior recalque é
indicado pela direção da ruptura, conforme figura 7. (REBELLO, 2008).
39

Figura 7 - Fissura provocada na alvenaria de vedação por recalque diferencial.

Fonte: REBELLO, 2008, p. 62.

Caso o recalque se estabilize, não é necessário que se faça reforço, pois como a
alvenaria de vedação não oferta a edificação nenhum tipo de resistência estrutural, inexistirá
riscos de colapso. Apenas desconfortos visuais conforme mostra a imagem acima.

2.4.2 Problemas funcionais

Os danos funcionais como o próprio nome identifica, são problemas que atrapalham
a utilização da edificação. Provocando refluxo ou até mesmo ruptura da rede de esgoto ou
abastecimento de água, mau funcionamento de portas e janelas, entre outros danos.
Ultrapassando certos limites é necessário a execução de reforços, visto que os transtornos de
uso podem se agravar, resultando em riscos a vida da estrutura e daqueles que convivem em
meio a esta. (GOTLIEB, 1998).
As fissuras e trincas apresentadas na seção anterior onde não se passavam de um
incômodo visual, podem aumentar de tamanho a medida que o recalque progride, como visto
essas patologias podem estar ligadas a diversas causas provenientes de diferentes tipos de solos
e disposições diversas das fundações. A imagem a seguir exemplifica uma patologia provocada
por recalque proveniente de aterro e corte errôneo do terreno de maneira que veio a provocar
patologias funcionais. (MILITITSKY et al, 2008).
40

Figura 8 - Fissuramento de edificação assente parte em aterro, parte em corte.

Fonte: MILITITSKY et al, 2008, p. 26.

Portanto, além da fissuração, o aterro e corte de um terreno deve ser executado de


maneira responsável, levando em consideração o peso que será aplicado sobre o mesmo e o tipo
de fundação a ser utilizada para que não venha a ocorrer esse tipo de patologia demonstrado na
figura 8.
Caso o aterro não seja dimensionado com o âmbito de receber um carregamento x,
ou caso exista a possibilidade de perda de material devido a escoamento lateral ou
desmoronamento de encostas, primeiro resolve-se esse tipo de problema e a partir daí a
edificação deve ser construída, evitando acidentes mostrados na figura 9. (MILITITSKY et al,
2008).
41

Figura 9 - Instabilidade de taludes envolvendo edificação existente na encosta.

Fonte: FUNDAÇÕES E OBRAS GEOTÉCNICAS, 2016.

A figura 9, traz uma encosta que devido ao escoamento de material, proveniente do


deslocamento pluvial, pelo peso da edificação exercido sobre o solo, ou algum outro fator,
acabou por recalcar, provocando o desaprumo desta. Caso o recalque tenha se estabilizado, a
edificação não ofertará risco de desabamento, no entanto, classifica-se como problema
funcional ou arquitetônico, devido à dificuldade de uso e incômodo visual. (MILITITSKY et
al, 2008).

2.4.3 Problemas estruturais

Com a acomodação crescente do recalque e tendendo a recalcar mais, a estrutura


pode sofrer danos como trincas e rachadura, impedindo que a edificação continue a ser utilizada
por ofertar riscos aos ocupantes, conforme figura 10. (GOTLIEB, 1998).
42

Figura 10 - Deformação convexa de parede portante.

Fonte: MILITITSKY et al, 2008, p. 26.

Quando se trata de trincas e rachaduras em sistemas estruturais, não


necessariamente, nos referimos a vigas e pilares. As alvenarias portantes ou estruturais, também
sofrem com esse tipo de assentamento indevido da estrutura. Destarte, que as alvenarias
estruturais devem ser executadas com muito cuidado e com ótimo planejamento, visto que
qualquer fissura ou trinca pode ocasionar problemas estruturais, uma vez que todas as paredes
têm função estrutural.
As aberturas são classificadas de acordo com sua espessura, a seguir uma tabela
criada pelo professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Adriano de Paula e Silva,
indicando sua classificação de acordo com espessura de abertura da trinca.

Tabela 3 - Classificação das aberturas de acordo com sua espessura.


CLASSIFICAÇÃO ESPESSURA (mm)
Fissura Até 0,5
Trinca 0,5 a 1,5
Rachadura 1,5 a 5,0
Fenda 5,0 a 10,0
Brecha Acima de 10,0
Fonte: SILVA, 2011, adaptado pelos autores, 2018.
43

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 A PESQUISA CIENTIFICA

De acordo com Gil (2002) a pesquisa se torna necessário quando não se tem
informações necessárias para solucionar o problema, tendo como objetivo proporcionar
respostas aos problemas propostos. A pesquisa se define pela capacidade de questionamento.
(DEMO, 2006).
O processo de pesquisa é reservado a poucos iluminados e cercado de ritos
especiais, segundo Demo (2006, p. 11):

Fazem parte desses ritos especiais certa trajetória acadêmica, domínio de sofisticações
técnicas, sobretudo de manejo estatístico e informático, mas principalmente o
destaque privilegiado no espaço acadêmico: enquanto alguns somente pesquisam, a
maioria dá aulas, atende alunos, administra.

A pesquisa não se dá somente para trajetória acadêmica, sobretudo a pesquisa


fornece informações para desenvolvimento pessoal e profissional. Gil (2002) cita que, para se
ter êxito na pesquisa é necessário qualidade social e intelectual do pesquisador, como por
exemplo conhecimento do assunto a ser pesquisado, curiosidade, criatividade, perseverança e
paciência, etc.
Como toda atividade racional e sistemática, o processo de pesquisa necessita que
todas as ações para seu desenvolvimento sejam efetivamente planejadas, onde a primeira fase
da pesquisa se dá com a formulação do problema, especificação de seus objetivos a construção
de hipóteses, a operacionalização dos conceitos etc. (GIL, 2002).

3.2 TIPO DE PESQUISA

Pesquisa com método de abordagem qualitativo e método de procedimento do tipo


“estudo de caso”. A análise das patologias será realizada pelos pesquisadores em edificação
atingida por problemas relacionados ao mal dimensionamento dos elementos de fundação e
embasado por revisões de literaturas.
44

O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa que consiste no estudo profundo e


exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que se obtenha amplo conhecimento. (GIL,
2002).
Desta forma será analisada como estudo de caso para a pesquisa, uma edificação
situada na cidade de Tubarão/SC, onde os autores deverão analisá-la por meio de visita técnica
visando diagnosticar manifestações patológicas provenientes de problemas relacionados a
fundação.

3.3 PROCESSO

Ao analisarmos as características geológicas e geotécnicas da cidade de Tubarão, é


de fácil percepção que o tipo de solo presente em grande parte da cidade não é o mais indicado
para construções, visto que se trata de uma grande camada de argila (podendo ultrapassar os
quarenta metros). Haja vista, como referenciado com livros e artigos, sabe-se que este tipo de
solo, por vezes, não oferta resistência necessária a certos esforços provenientes de cargas
estáticas.
Levando em conta a resistência variada deste material e seu alto índice de
assentamento, é indispensável um estudo da região antes de se construir qualquer tipo de
edificação, variando a tipologia de fundação a se utilizar de modo que não afete a estrutura
futuramente.
Porém ao caminhar pelas ruas da cidade, mesmo um leigo percebe que muitas vezes
esses cuidados não são levados em conta, visto que várias edificações possuem patologias como
fissuras, trincas, rachaduras e brechas. Vale ressaltar que esse tipo de problema não se manifesta
apenas em edificações antigas, muitas destas patologias apresentam-se em edificações
inauguradas a pouco ou até mesmo durante a construção.
Baseando-se nestas características, decidiu-se realizar um estudo de caso, sobre a
edificação do bloco D da Universidade do Sul de Santa Catariana, Campus Tubarão/SC,
analisando a deformação ocasionada por recalque e adensamento do solo, que resultaram nas
patologias apresentadas na edificação, ligando-as ao problema de recalque de modo a concluir
se estes aconteceram em um intervalo de tempo previsto mediante projeto.
45

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado na Universidade do Sul de Santa Catarina - Campus Tubarão,


localizada no bairro Dehon, sendo o Bloco D da instituição o objeto de estudo.
A edificação do Bloco D é dividida em duas edificações que foram executadas em
momentos distintos, diferenciando-se também, quanto aos seus aspectos construtivos, das
quais, para efeitos de nomenclatura deste trabalho, intitulam-se Bloco D1 e D2 (figura 11).
46

Figura 11 – Planta baixa bloco D.

Fonte: UNISUL, adaptado pelos autores, 2018.


47

O Bloco D1 foi executado com fundações do tipo profundas, através de uso de


estacas de concreto cravadas. O Bloco D2 constituiu-se por fundações do tipo direta, através do
uso de radier. Partindo desta divisão, o objeto de estudo será o bloco D2, onde a sua deformação
será equiparada com o Bloco D1.

4.2 CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA

A área onde está localizado o objeto de estudo é composta de solos moles, conforme
apresentado por Luz e Arent (2013) na cidade de Tubarão/SC, onde os autores citados
realizaram um levantamento geológico-geotécnico em determinados pontos da cidade afim de
determinar o tipo de fundação (superficial ou profunda) mais viável para cada região.
Segundo resultados apresentados pelos autores as características geotécnicas e
pedológicas da região, nas proximidades do rio Tubarão, local onde situa-se o nosso objeto de
estudo, apresentam depósitos aluviais de argila marinha, representada em amarelo na figura 12,
de consistência mole que limitam a execução de fundação superficial.

Figura 12 - Depósitos aluviais de argila marinha.

Fonte: LUZ e ARENT, 2013.

O perfil estratigráfico do solo na região do objeto em estudo pode ser observado


com mais detalhes no laudo de sondagem a percussão realizado na Av. José Acácio Moreira/
48

Rua Martinho Ghizo - Bairro Dehon, apresentado na figura 13, este que foi cedido pelo Prof.
Ismael Medeiros, Esp.

Figura 13 - Laudo de sondagem a percussão (perfil estratigráfico).

Fonte: MEDEIROS, 2006.


49

Conforme estudo do solo realizado por sondagem a percussão apresentado, a


primeira camada apresenta um solo com uma melhor capacidade para suporte de cargas
(característica de aterro compactado), e nas camadas inferiores solos com baixa resistência a
cargas estáticas até a profundidade de 30,45 metros, com pequenas variações em certas
camadas.
O perfil do solo se mostra altamente variável, passando por camadas compostas de
argila arenosa a areia argilosa, de consistência mole e pouco compacta. Entre as camadas 8 a
18 tem-se um pico de resistência superior as camadas inferiores, porém mesmo que apresentem
uma dada resistência, não são suficientes para resistir à carga proveniente da edificação em
questão, visto que estas hão de ser distribuídas nas primeiras camadas.
A partir do laudo de sondagem, realizou-se um estudo para determinar a cota de
assentamento da fundação, definida para assentar-se na cota -3m, e a tensão admissível do solo,
determinado por modelo de cálculo semi-empírico.
Para realização dos objetivos propostos, além da caracterização pedológica citada
anteriormente e o laudo de sondagem, foram utilizados dados geotécnicos do bairro Dehon que
também foram cedidos pelo Prof. Esp. Ismael Medeiros provenientes de estudos/pesquisas já
realizadas pelo mesmo e representados na tabela 4. Os dados utilizados consistem nos
parâmetros de adensamento do solo, pertinentes ao solo no qual se apoia o nosso elemento de
fundação.

Tabela 4 - Parâmetros do solo.


Coeficiente de compressibilidade 0,676
Coeficiente de recompressibilidade 0,019
Tensão de pré-adensamento (Kgf/cm²) 0,48
Índice de vazios 2,36
Tv (fator tempo de adensamento p/ 50%) 0,196
Tv (fator tempo de adensamento p/ 90%) 0,851
Cv (Coef. de adensamento em cm²/s) 1,17x10
Fonte: MEDEIROS, 2006.
50

4.3 CÁLCULO DO RECALQUE

Para determinar o recalque do elemento de fundação, fez-se necessário o


conhecimento das cargas transmitidas dos pilares para a fundação, demonstrados em uma planta
de carga, visto que este documento não foi encontrado no departamento de engenharia da
UNISUL, Campus Tubarão, tornou-se então necessário a recriação da planta de cargas do bloco
D, elaborado pelos autores com o auxílio de ferramentas computacionais, utilizando as cargas
conforme NBR 6120/1980, afim de obter essas informações. O lançamento dos pilares utilizado
no levantamento das cargas pode ser observado na figura 14, onde foi realizada uma visita no
local pelos autores para locá-los em planta. O resultado do processo de levantamento de cargas
pode ser observado na tabela 5, onde está representada as cargas transmitidas ao solo por pilar.

Figura 14 – Pilares bloco D.

Fonte: UNISUL, adaptado pelos autores, 2018.


51

Tabela 5 – Cargas nos pilares.


Nomenclatura Carga (Kgf) Nomenclatura Carga (Kgf)
P1 35.817 P24 162.794
P2 69.258 P25 165.664
P3 32.884 P26 133.617
P4 28.117 P27 148.581
P5 63.554 P28 152.940
P6 47.316 P29 160.338
P7 147.393 P30 191.719
P8 134.012 P31 52.184
P9 157.543 P32 47.899
P10 165.499 P33 186.984
P11 170.061 P34 95.099
P12 82.26 P35 98.759
P13 67.051 P36 126.226
P14 82.567 P37 110.352
P15 17.380 P38 145.145
P16 19.972 P39 140.052
P17 84.826 P40 131.059
P18 67.204 P41 232.258
P19 18.575 P42 194.373
P20 154.647 P43 158.712
P21 41.858 P44 67.194
P22 207.288 P45 44.622
P23 195.547 P46 43.227
Total (Kgf) 5.006.393
Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.

A partir da soma das cargas nos pilares e a área da edificação, foi possível
determinar a tensão final no solo pela equação 9.

.
= + . [9]
.
Onde:
= Tensão final no solo em kgf/cm²;
= Tensão inicial no solo em kgf/cm²;
P. estrutura = soma total das cargas em kgf;
A. estrutura = área total da edificação em cm.
52

A partir dos parâmetros do solo fornecidos, o laudo de sondagem a percussão e a


tensão final foi possível calcular o adensamento do solo utilizando-se o método semi-empírico,
a partir da metodologia Nspt, representado pela equação 10, sendo seus resultados apresentados
através da tabela 6.

= log . [10]
1+

Onde:
= Adensamento do solo em cm;
= altura da camada de solo em cm;
= coeficiente de compressibilidade;
= Tensão final no solo em kgf/cm²;
= Tensão inicial no solo em kgf/cm².

Tabela 6 - Resultados obtidos.


Tensão admissível ( ) 1,39 kgf/cm²
Tensão inicial ( ) 0,38 kgf/cm²
Tensão final ( ) 0,7432 kgf/cm²
Tensão pré-adensamento ( ) 0,48 kgf/cm²
Adensamento total do solo (Δh) 17,58 cm
Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.

O Período estimado para que ocorra 50% e 90% do adensamento do solo de 17,58
centímetros demonstrado anteriormente, é obtido através da equação 11 e apresentado na tabela
7.
²
= . [11]

Onde:
t= é o tempo para o adensamento do solo em anos;
= Coeficiente de adensamento em função do grau de adensamento
= altura da camada compressível
= coeficiente de adensamento
53

Tabela 7 - Tempo estimado de adensamento.


Tempo p/ 50% do adensamento 5 anos
Tempo p/ 90% do adensamento 21 anos
Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.

Para equiparar o recalque calculado com a deformação real da edificação, foi


realizado levantamento através de nivelamento geométrico com auxílio de equipamentos
topográficos, um nível de luneta (fig. 15), e uma mira estadimétrica (fig. 16), onde foi possível
determinar o desnível entre as duas edificações. Segundo Junior, Neto e Andrade (2014), o nível
é um equipamento utilizado para medir distâncias verticais entre dois ou mais pontos e a mira
trata-se de uma régua centimetrada que auxilia na medição das distâncias verticais.

Figura 15 - Nível de luneta.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.


54

Figura 16 - Mira estadimétrica.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.

O levantamento consistiu na distribuição de oito pontos de amarrações para coleta


dos dados, sendo distribuídos seis pontos no bloco D2, dispostos nas extremidades e meio da
edificação para medir a deformação em relação ao outro bloco, e os demais pontos alocados no
Bloco D1, sendo que neste, foi posicionado o equipamento e definido como cota inicial para
comparação da deformação que ocorreu no bloco D2.
O tipo de nivelamento geométrico foi composto, pois, segundo Junior, Neto e
Andrade (2014), o nivelamento é composto quando o equipamento é instalado mais de uma
vez, ou seja, em posições diferentes, conforme apresenta a figura 17, onde é representado a
distribuição dos pontos e local onde foi posicionado o nível de luneta, sendo os pontos 02, 03,
04, 06, 07 e 08 distribuídos no bloco D2 e os pontos 01 e 05 no bloco D1.
55

Figura 17 - Distribuição dos pontos.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.


56

Com o equipamento posicionado, foi realizado o levantamento de dados na mira


estadimétrica (figura 18) anotando-se então o desnível entre os pontos.

Figura 18 - Levantamento dos dados.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.

A tabela 8 apresenta os dados obtidos nos levantamentos dos pontos, a tabela


expressa a leitura obtida na mira estadimétrica em milímetros para cada ponto.

Tabela 8 - Dados obtidos in loco.


Ponto Visada (mm)
01 1486
02 1680
03 1695
04 1692
05 1422
06 1633
07 1646
08 1642
Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.
57

Com os dados de todos os pontos, fez-se necessário a transformação dos pontos em


cotas, para tal, denominou-se o ponto 01 como cota estimada de 10 metros, fazendo a visada de
ré neste ponto, os pontos subsequentes, visada de vante. Segundo Junior, et al (2014), a visada
de ré é a primeira leitura realizada após a instalação do equipamento, visada de vante é todas as
visadas realizadas após a primeira leitura.

Figura 19 - Processo da obtenção das cotas.

Visada de ré ponto Definir altura do Visada vante nos


01 equipamento (A.I) pontos 02, 03 e 04

Visada de ré no Realocação do
Visada de vante
ponto 01 equipamento,
nos pontos 05, 06,
definir nova altura
07 e 08
(A.I')

Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.

Seguindo o fluxograma proposto, obteve-se as cotas para todos os pontos, estas que
estão representadas na tabela 9.
58

Tabela 9 - Cotas calculadas dos pontos.


Ponto Cota (m)
01 10
02 9,806
03 9,791
04 9,794
05 10,007
06 9,796
07 9,783
08 9,787
Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.

O gráfico 1 sintetiza as informações apresentadas na tabela 9.

Gráfico 1 - Cotas (m) dos pontos utilizados.

Cotas (m) x Pontos utilizados


10,05
10 10,007
10

9,95

9,9
Cota (m)

9,85
9,806 9,796
9,791 9,794 9,787
9,8 9,783

9,75

9,7

9,65
Pontos

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7 Ponto 8

Fonte: Elaborados pelos autores, 2018.

A diferença de altura obtida entre os pontos 01 (bloco D1) e 02 (bloco D2) é de


19,4cm, a diferença de cota entra os pontos 01 (bloco D1) e o ponto 04 (bloco D2) é 20,6cm, a
59

diferença entre os pontos 02 e 04 (bloco D2), no mesmo sentido longitudinal é de 1,2cm. Nos
pontos 05 (bloco D1) e 06 (bloco D2) a diferença de cota é de 21,1cm e analisando os pontos
05 e 08 (bloco D2) se observa uma diferença de cota de 22cm, entre os pontos 06 e 08 no mesmo
sentido longitudinal a diferença é pouco menos de 1cm. A diferença de cota no sentido
transversal, entre os pontos 02 e 06 é de 1cm, e entre os pontos 04 e 08 é um pouco menos de
1cm.
Segundo Skempton e MacDonald (1956 apud Velloso e Lopes 2010), são aceitáveis
como valores “limites de rotina” recalque em solos arenosos com o uso de fundação tipo radier
para valores entre 4 a 6,5cm e para solos argilosos recalques entre 6,5cm a 10cm, entretanto
valores maiores podem ser aceitos. Os resultados obtidos através do modelo conceitual de
cálculo e o levantamento altimétrico mostraram-se acima dos limites estabelecidos
anteriormente.
O recalque previsto, medido a partir dos parâmetros de compressibilidade, é da
ordem de 17,58 cm, para um período de 21 anos. No entanto, as deformações medidas
apresentaram valores superiores e em tempo menor. Tal comportamento pode ser explicado
pelo fato de que o recalque previsto esteja relacionado a condição de distribuição uniforme das
tensões, enquanto que as deformações medidas aconteceram de forma concentrada, ou seja, o
comportamento da estrutura aconteceu diferentemente do comportamento previsto.
Após tamanha deformação optou-se pela execução do reforço de fundação, de
modo a anular o radier, através do uso de estacas metálicas de modo a estabilizar o
adensamento, sendo realizado também um reforço ao longo de toda a estrutura do bloco.
A análise feita pelos autores baseia-se na deformação que ocorreu na edificação
antes do estaqueamento, afim de comparar se a deformação real estava dentro da deformação
prevista pelos autores através de modelo de cálculo semi-empírico.

4.4 COLETA DE DADOS E IDENTIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS

Os solos são constituidos por particulas sólidas, água, ar e por vezes material
orgânico. Sob aplicação de cargas, o solo tende a expulsar a água, realocando-se com um novo
volume, gerando o recalque e tensões em toda a estrutura, essas tensões podem gerar o
aparecimento de trincas. (THOMAZ, 1989).
60

Os recalques de fundações podem se manifestar no sentido vertical e horizontal,


levando em consideração a geometria da edificação, tamanho e localização de aberturas, grau
de enrijecimento da construção, juntas de dilatação, etc.
Segundo Thomaz (1989) uma obra com dois tipos de fundações tende a sofrer
recalque diferencial entre as duas partes, consequentemente resultando em fissuras verticais
entre elas, esse recalque se dá pela sobreposição de tensões que uma fundação implica sobre a
outra. No caso em questão a sobreposição de tensões adicionado ao assentamento diferenciado,
acabou por resultar em um rebaixamento amplamente superior na edificação executada sobre
radier (bloco D2).
Dessa forma, a diferença de recalque resultou no aparecimento de um degrau
acentuado entre as edificações, visto que ambas estavam ligadas conforme esquematizado na
figura 20. Além do degrau aparente, trincas de compressão e tração se manifestaram como um
todo, no decorrer de toda edificação.
61

Figura 20 – Esquema meramente ilustrativo do recalque entre os blocos D1 e D2.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2018.


62

Realizando uma breve inspeção predial nas edificações que compõem o bloco D1
e D2, conforme diretrizes da NBR 15.575/2013 notou-se que estas apresentavam diversos
manifestos patológicos, dos quais, uma determinada parcela proveniente de problemas ligados
a recalque de fundações. Sendo assim, viu-se necessário que se fizesse um levantamento das
manifestações patológicas apresentadas na edificação provenientes, exclusivamente, de
problemas relacionados a recalque de fundações.
A partir das inspeções, foi elaborado relatório fotográfico e um breve indicador de
agentes causadores, permitindo posterior classificação.
As manifestações patológicas presentes são divididas em aberturas, características
de recalque na fundação, manifestadas no sentido horizontal (fig. 21), vertical (fig. 22) e
inclinada (fig. 23).

Figura 21 - Abertura horizontal

Fonte: Os autores, 2018.

Conforme apresentado na imagem 21, este tipo de manifestação, segundo Thomaz


(1989), pode indicar a presença de recalques, em fundações continuas que apresentem
carregamentos desbalanceados.
63

Figura 22 - Abertura vertical

Fonte: Os autores, 2018.

A trinca vertical apresentada, segundo Thomaz (1989), ocorre com a sobrecarga na


alenaria, manifestando-se verticalmente devido a ação das tensões de compressão nos
componentes da alvenaria.
64

Figura 23 - Abertura inclinada

Fonte: Os autores, 2018.

De acordo Thomaz (1989), as trincas e fissuras provocadas por recalque na


fundação são inclinadas, semelhante as fissuras manifestadas pela deflexão de elementos
estruturais, podendo ser facilmente confundida. Uma das características das manifestações de
trincas e fissuras provocadas por recalques de fundação, além do sentido inclinado, é a presença
de esmagamentos localizados, em forma de escamas, indicando as tensões de cisalhamento que
ocasionam a trinca/fissura. Quanto mais acentuado o recalque, maior será a variação na abertura
da fissura/trinca. (THOMAZ, 1989).
De acordo com Velloso e Lopes (2010), é necessário distinguir a manifestação de
fissuras e trincas em elementos estruturais e em elementos de vedação, visto que o movimento
das fundações afetam além da aparência visual, também a função e utilização do edifício e,
portanto, o aparecimento de fissuras é sempre o indício de algum inconveniente sendo
necessário reconhecer se o problema é puramente estético, dependendo do tipo de utilização da
obra. O quadro 1, apresenta a relação entre as aberturas em paredes com dano causado no
edifício, visto que esses dados estão relacionados quanto ao seu limite de utilização.
65

Quadro 1 - Relação entre aberturas de fissuras e danos em edifícios.


Edifício Efeito na
Edifício Edifício
Abertura (mm) comercial ou estrutura e no
residencial industrial
pública uso do edifício
<0,1 Insignificante Insignificante Insignificante Nenhum
0,1 a 0,3 Muito leve Muito leve Insignificante Nenhum
0,3 a 1 Leve Leve Muito leve Apenas estética;
deterioração
Leve a Leve a acelerada do
1a2 Muito leve
moderada moderada aspecto externo
2a5 Moderada Moderada Leve Utilização do
Moderada a Moderada a edifício será
5 a 15 Moderada
severa severa afetada e, no
limite superior a
Severa a muito Severa a muito Moderada a estabilidade
15 a 25
severa severa severa também pode
estar em risco
Cresce o risco
Muito severa a Severa a Severa a de a estrutura
>25
perigosa perigosa perigosa torna-se
perigosa
Fonte: VELLOSO e LOPES, 2010, adaptado pelos autores, 2018.

As aberturas das manifestções patológicas observadas pelos autores variaram entre


aberturas 0,1mm a 5mm, caracterizando o objeto de estudo, por se tratar de uma unidade de
ensino, como comercial ou pública, tendo como classificação de dano considerada moderada
com possibilidade de utilização afetada, e no limite superior a estabilidade também pode ser
prejudicada.
66

5 CONCLUSÃO

Este trabalho teve por objetivo a análise do adensamento do solo na edificação do


Bloco D, da Universidade do Sul de Santa Catarina, localizada na cidade de Tubarão/SC,
realizado por meio da comparação entre o adensamento do solo previsto, calculado por método
semi-empírico, a partir dos parâmetros do solo e laudo de sondagem, com o adensamento do
solo real, determinado a partir de levantamentos in loco com auxílio de equipamentos
topográficos, onde partindo-se dessa comparação foi levantado manifestações patológicas
provenientes desse adensamento.
Para o desenvolvimento da pesquisa necessitou-se de parâmetros de
compressibilidade do solo do local em estudo, onde por meio da fundamentação teórica foi
possível compreender e aplicar esses dados, além da necessidade de uma planta de cargas da
estrutura, recriada pelos autores para que fosse possível determinar o adensamento previsto,
posteriormente, foi realizado uma visita in loco para determinar o adensamento real e identificar
as principais manifestações patológicas.
O adensamento real do solo, apresentado na edificação mostrou-se um pouco
superior ao adensamento do solo previsto pelos autores, onde o adensamento previsto era de
17,58cm e o adensamento real ficou entre 19,4cm e 22cm, variando aproximadamente entre 9%
e 20% do valor estimado. Tal fator se justifica pela descontinuidade da transmissão de cargas
da estrutura no solo, apresentando manifestações patológicas oriundas dessa deformação no
solo, visto que a estrutura foi qualificada como risco moderado.
Durante o desenvolvimento do trabalho foi possível averiguar o comportamento da
estrutura por meio dos parâmetros de compressibilidade do solo e a tensão aplicada no solo pela
edificação, prever a partir dos dados geotécnicos o adensamento da estrutura e realizar um
levantamento altimétrico in loco para obter o adensamento real, bem como obter informações
sobre as manifestações patológicas características e o fator risco que estas representam na
estrutura.
Após todo desenvolvimento da pesquisa, analisando o adensamento real com o
previsto, e as manifestações patológicas presentes, concluiu-se que a intervenção na edificação,
de estaquear o bloco, eliminando-se o radier foi aplicada de forma correta, onde ao longo do
tempo e nas condições de distribuição de carga da edificação, a estrutura talvez não suportaria.
67

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