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DIREITO ADMINISTRATIVO

Agentes públicos II
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AGENTES PÚBLICOS II

O servidor pode exercer a greve, inclusive a própria Constituição Federal exige a edição
de lei ordinária para regulamentar a questão.

VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

Portanto, o servidor pode se filiar a qualquer sindicato.

VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

Lei específica é aquela que aborda um único tema, porque é muito comum uma lei abordar
vários temas.
Tem-se duas jurisprudências sobre esse tema. Quando se fala em greve, o Poder Público
deve descontar os dias parados – esse é o entendimento da jurisprudência, fixado, inclusive,
em tese de repercussão geral. No entanto, pode haver uma composição e a Administração
Pública autorizar, no caso, uma compensação quanto aos dias parados.
Portanto, em regra, faz-se o desconto, e excepcionalmente pode se realizar uma com-
pensação. Por exemplo: os servidores ficaram em greve durante 10 dias. É só somar quan-
tas horas o servidor não trabalhou e, posteriormente, ele exercerá essas horas em outro
momento, como trabalhar um dia a mais – ou seja, havendo compensação, não será realizado
o desconto.
Quanto aos servidores que trabalham na segurança pública, a jurisprudência veda que
esses servidores venham entrar em greve.
Características do direito de greve:
• Deve descontar os dias parados;
• Exceção: havendo compensação, não haverá desconto, bem como se a greve foi exer-
cida por uma conduta ilícita da Administração Pública;
Considerando que a própria Administração Pública praticou uma conduta ilícita, por exem-
plo, a Administração não forneceu o EPI necessário para os servidores trabalharem em um
hospital público, e nesse contexto os servidores entram em greve. Quem praticou a ilegali-
dade foi o próprio Poder Público, então não se pode realizar o desconto.
ANOTAÇÕES

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• Segurança pública: os Policiais Civis, Federais e os Agentes Penitenciários têm o direito


de greve vedado.

Decisão: O Tribunal, apreciando o tema 531 da repercussão geral, por unanimidade,


conheceu em parte do recurso, e, por maioria, na parte conhecida, deu-lhe provimento, venci-
dos os Ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski, que lhe
negavam provimento. Em seguida, o Tribunal, por maioria, fixou tese nos seguintes termos:
“A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do
exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo
5m
funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será,
contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder
Público”, vencido o Ministro Edson Fachin. Não participaram da fixação da tese a Ministra
Rosa Weber e o Ministro Marco Aurélio. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Ple-
nário, 27/10/2016.

STF – “O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 541 da repercussão geral, deu provi-
mento ao recurso e fixou a seguinte tese: 1 – O exercício do direito de greve, sob qualquer
forma ou modalidade, é vedado aos policias civise a todos os servidores públicos que atuem
diretamente na área de segurança pública. 2 – É obrigatória a participação do poder público
em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos
termos do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria”.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/2016/TCE-SC/AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO) Conforme a ju-
risprudência do STJ, no setor público, a deflagração do movimento grevista suspende o
vínculo funcional e, por conseguinte, desobriga o Poder Público ao pagamento referente
aos dias não trabalhados, podendo haver compensação dos dias de greve.

COMENTÁRIO
Esta é a síntese da jurisprudência.
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2. (CESPE/2019/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO) Se os servidores estatuários de uma autarquia


ambiental deflagrarem greve e pararem de trabalhar,
a. A greve será, de pronto, ilegal, visto que ainda não foi editada lei que regulamente a
greve no serviço público.
b. A greve poderá ser considerada legal se o Estado der causa à deflagração, assim
como ocorreria no caso de servidores policiais civis.
c. A Administração Pública poderá agir discricionariamente para escolher se desconta da
remuneração dos servidores os dias parados.
d. A greve poderá ser declarada legal, porém a Administração Pública deverá, em regra,
descontar da remuneração dos servidores os dias parados.
e. A Administração Pública será obrigada, caso haja requerimento de sindicato ou asso-
ciação, a promover uma compensação pelas horas não trabalhadas, evitando o des-
conto na remuneração dos servidores.

COMENTÁRIO
a) Ainda não foi editada a lei, mas a Constituição garante o direito de greve ao servidor.
b) Policial Civil não pode exercer a greve.
c) A Administração deve realizar o desconto.
d) Pode-se realizar a compensação.
e) A Administração Pública não é obrigada a realizar a compensação; é uma questão
discricionária, uma composição entre a Administração Pública e o sindicato representante
da categoria.

VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

Neste caso, cada entre político vai editar a sua própria lei para estabelecer essa reserva.
Em alguns estados até 10% das vagas deverão ser reservadas, em outros até 20% – como
no Distrito Federal.

10m IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;
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Aqui se tem o agente temporário, que é aquele contratado para atender uma necessidade
excepcional da Administração Pública. Exemplo: tem-se uma epidemia de dengue em deter-
minado município, que pretende contratar pessoas para combater esse mosquito. Pode-se
contratar o agente temporário para um prazo pré-determinado (30 ou 60 dias). Não é neces-
sário realizar um concurso público para contratar o agente temporário, mas pode ser realizado
um processo seletivo para atender melhor o princípio da impessoalidade. Pode ser que as
necessidades sejam tão urgentes que não há nem tempo de fazer o processo seletivo, então
se anuncia na rádio e na televisão que o Administração pretende contratar de 100 a 200 pes-
soas, e os interessados vão até o local e lá serão contratados.

AGENTES PÚBLICOS

São todas as pessoas físicas ou jurídicas que, a qualquer título, exercem uma função
pública, remunerada ou gratuita, definitiva ou transitória (cargo em comissão ou eletivo).
O conceito é sempre igual para todos os autores, mas o que muda é a classificação,
porque não há uma lei que regulamenta esse tema, assim, fica a cargo de cada autor criar a
sua própria classificação.
Trabalha-se agora com duas classificações para os agentes públicos: a do professor Hely
Lopes Meirelles – que é a classificação mais cobrada e mais usual por todas as bancas – e a
da professora Di Pietro – que às vezes é cobrada.

Classificação (Hely Lopes Meirelles)

a. Agentes políticos
São aqueles que ocupam altos cargos dentro da Administração Pública, inclusive, cargos
que constam na Constituição Federal.
Exemplo: Deputado, Senador, Presidente, Vereador, ou seja, todo mundo que ocupa um
cargo eletivo, bem como Ministro de Estado, Secretário Estadual, Secretário Municipal, os
Magistrados e os membros do Ministério Público.
15m

b. Agentes administrativos
Eles representam a grande massa de pessoas que trabalham na Administração Pública.
Aqui se tem o vínculo estatutário, bem como o vínculo celetista para se falar em agentes
administrativos.
Tem-se três espécies:
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Servidores públicos – que são os estatutários;



CARGO
Nesse contexto, o servidor pode ser efetivo ou em comissão. O servidor que está ocu-
pando o cargo em comissão e está trabalhando momentaneamente na Administração, naquele
momento ele é um agente público, na qualidade de agente administrativo.

Empregados públicos – celetistas;



EMPREGOTrabalham em empresa pública, sociedade de economia mista, consórcios públicos, inclu-
sive o consórcio público de direito público que é atualmente contratado pela CLT.
O servidor público ocupa um cargo público, enquanto que o empregado público ocupa um
emprego público.

Temporários (Lei n. 8.745/1993) – não ocupam cargo e nem emprego público, têm

FUNÇÃO apenas uma função pública (exemplos: combater o mosquito da dengue e realizar
um censo).
Na esfera federal, é a Lei n. 8.745/1993 que regulamenta os temporários, mas cada ente
político irá criar a sua própria legislação.
Cada ente politico criará o seu estatuto, por exemplo: na União, é a Lei n. 8.112/1990, no
Distrito Federal, é a Lei Complementar n. 840/2011 para os servidores públicos.
Heróis
c. Agentes honoríficos
São aqueles que realizam uma atividade que é, por muitas vezes, gratuita. São pessoas
que pela condição cívica trabalham para o Estado.
Exemplo: mesário eleitoral, jurado do Tribunal do Júri, juiz de paz, voluntário.
O agente honorífico pode ou não receber remuneração. Exemplo: o juiz de paz recebe um
valor para realizar o casamento; o conselheiro tutelar recebe uma ajuda de custo para realizar
as suas atividades.

d. Agentes delegados
São particulares que colaboram com a Administração Pública, prestando uma função de
interesse público.
Exemplo: permissionários, concessionários de serviços públicos, autorizatários de servi-
ços públicos, tradutor oficial, leiloeiro oficial, oficial de cartório.
20m

Os agentes públicos podem ser sujeitos passivos de mandado de segurança, podem res-
ponder por improbidade administrativa no momento que estiverem exercendo as suas funções.
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Portanto, agentes públicos é um gênero que possui algumas espécies:


• Agentes políticos;
• Agentes administrativos;
• Agentes honoríficos;
• Agentes delegados.

DIRETO DO CONCURSO
3. (CESPE/2016/DPU/ANALISTA) Os servidores contratados por tempo determinado para
atender à necessidade temporária de excepcional interesse público e os empregados públi-
cos classificam-se, em virtude da ausência de estabilidade, como servidores temporários.

COMENTÁRIO
O termo servidor temporário pode ser utilizado para o servidor contratado por tempo
determinado, mas os empregados públicos não são servidores temporários, pois são
empregados públicos.

Classificação (Di Pietro)

a. Agentes políticos
São aqueles que exercem um cargo eletivo. Para a classificação da Di Pietro, os membros
do Ministério Público e os Magistrados não entram na classificação de agentes políticos.
Para a autora, os agentes políticos representam apenas aqueles que ocupam cargo ele-
tivo, bem como também Ministro de Estado, Secretário Estadual e Secretário Municipal.

b. Servidores públicos
A professora Di Pietro trata os servidores públicos em sentido amplo. Para ela, servidores
públicos também é um gênero que possui:
• Servidores estatutários – no âmbito federal é a Lei n. 8.112/1990;
• Empregados públicos – celetistas;
São aqueles que trabalham em empresa pública, como a Caixa Econômica, em sociedade
de economia mista, como Banco do Brasil e Petrobrás, e também em consórcio público.
• Os servidores temporários – ocupam uma função pública.
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Não é muito comum chamar o empregado público de servidor público. O comum é tratar
como servidor público apenas o que se estuda como servidor público, por isso que se estuda
os servidores públicos em sentido amplo, que alcança os servidores estatutários em estrito.

c. Militares
25m
Para o professor Lopes Meireles, os militares são uma categoria à parte, não são con-
siderados agentes públicos, mas, para Di Pietro, os militares entram na categoria de agen-
tes públicos.

d. Particulares em colaboração com o Poder Público


• Delegação do Poder Público – delegatários;
Esses são os permissionários e concessionários de serviços públicos, os autorizatários, o
oficial de cartório, o tradutor oficial, o leiloeiro oficial – são os mesmos que os agentes delegados.

Mediante requisição, nomeação ou designação: é o que se dá com os jurados, os con-



vocados para prestação de serviço eleitoral, os comissários de menores etc.;
Esses são os agentes honoríficos.
Como um autor não quer copiar o que diz o outro autor, por isso o Direito Administrativo é,
em certos momentos, confuso.

• Gestores de negócio: são aqueles que, espontaneamente, assumem determinada


função pública em momento de emergência, como epidemia, incêndio, enchente etc.

DIRETO DO CONCURSO
4. (VUNESP/2019/PREFEITURA DE CAMPINAS/ANALISTA DE GESTÃO DE PESSOAS)
Agentes públicos são todas as pessoas que exercem função pública. Os agentes públicos
podem ser classificados em: agentes políticos; agentes administrativos; agentes honorífi-
cos; agentes delegados e agentes credenciados. Um servidor público temporário, contra-
tado para preencher uma vaga na Administração Pública indireta, é classificado como:
a. Agente administrativo. servidor público
b. Agente credenciado. empregado público
c. Agente honorífico.
temporário
d. Agente delegado.
e. Agente político.
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COMENTÁRIO
A classificação proposta na questão é a do autor Hely Lopes Meirelles.
O agente credenciado é aquele que está presentando o Estado em algum momento.
Exemplo: o Pelé vai difundir o esporte no mundo. A União o contrata para prestar palestras no
exterior. Naquele momento, ele é um agente credenciado que está representando o seu país.
O agente temporário é considerado agente administrativo, bem como o servidor público e o
empregado público.

5. (CESPE/TEC-PA/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO – ÁREA: ADMINISTRATI-


VA/2016) A definição de servidor público, em sentido amplo, engloba os empregados
30m
públicos e servidores temporários. servidor estatutario
empregado publicp
temporários
COMENTÁRIO
O CESPE utilizou a classificação da professora Di Pietro, que trata servidor público em
sentido amplo, considerando servidor estatutário, o empregado público, bem como também
os servidores temporários.

6. (VUNESP/2019/PREFEITURA DE CAMPINAS/ANALISTA DE GESTÃO DE PESSOAS)


Um prefeito de um pequeno munícipio paulista com larga experiência na área privada,
mas recém-chegado no setor público, se deparou com uma situação de calamidade social
e econômica local e que exigia uma ação de excepcional interesse público para reverter
esse quadro. Nesse sentido, propôs ao seu Secretário de Gestão a contratação, por tem-
po determinado, de professores visitantes, com ampla experiência executiva, e especialis-
tas em empreendedorismo e criação de novos negócios. O Secretário de Gestão gostou
da ideia do prefeito, mas, por precaução, consultou o setor jurídico que indicou, com base
na Constituição Federal de 1988:
a. Não se recomenda esse tipo de contratação, pois embora se trate de um caso excep-
cional, deve-se lançar um concurso público para provimento de novos cargos.
b. Reprovar esse tipo de contratação, por tempo determinado no setor público, pois não
há amparo legal para isso.
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c. No setor público é vedada a contratação por tempo determinado e, portanto, deve-se


vetar a proposta do prefeito.
d. Aprovar esse tipo de contratação, por tempo determinado, dado que se trata de neces-
sidade temporária de excepcional interesse público.
e. Aprovar esse tipo de contratação por tempo determinado, pois o prefeito foi eleito para
solucionar os problemas relevantes da população.

COMENTÁRIO
a) Para uma situação excepcional, pode-se contratar os agentes temporários (servidores
temporários).
b) A Constituição autoriza a contratação de temporários.
c) Não é vetada a contratação por tempo determinado no setor público.

GABARITO
1. C
2. d
3. E
4. a
5. C
6. d

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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