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Caderno de 7ª

Estudos da
edição
revista e
atualizada

Lei Seca Base

Concursos
Públicos
 Espaços para anotações Tomo 1
 Letra maior para uma leitura
confortável
 Em espiral para facilitar o manuseio
 Artigos mais cobrados sinalizados e
com súmulas correlatas transcritas
 Texto legal com destaques:
palavras-chaves, negativos/ ressalvas
e prazos
Constituição
da República
Federativa
do Brasil
ÍNDICE SISTEMÁTICO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Estudado Questões

PREÂMBULO

TÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (arts. 1º a 4º)

TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


(arts. 5º a 17)

Capítulo I – DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


(art. 5º)

Capítulo II – DOS DIREITOS SOCIAIS (arts. 6º a 11)

Capítulo III – DA NACIONALIDADE (arts. 12 e 13)

Capítulo IV – DOS DIREITOS POLÍTICOS (arts. 14 a 16)

Capítulo V – DOS PARTIDOS POLÍTICOS (art. 17)

TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (arts. 18 a 43)

Capítulo I – DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA


(arts. 18 e 19)

Capítulo II – DA UNIÃO (arts. 20 a 24)

Capítulo III – DOS ESTADOS FEDERADOS (arts. 25 a 28)

Capítulo IV – DOS MUNICÍPIOS (arts. 29 a 31)

Capítulo V – DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS (arts.


32 e 33)

Capítulo VI – DA INTERVENÇÃO (arts. 34 a 36)

Capítulo VII – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (arts. 37 a 43)

TÍTULO IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (arts. 44 a 135)

Capítulo I – DO PODER LEGISLATIVO (arts. 44 a 75)

Capítulo II – DO PODER EXECUTIVO (arts. 76 a 91)

Capítulo III – DO PODER JUDICIÁRIO (arts. 92 a 126)


11 Índice Sistemático da Constituição Federal

Estudado Questões

Capítulo IV – DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA (arts. 127


a 135)

TÍTULO V – DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES


DEMOCRÁTICAS (arts. 136 a 144)

Capítulo I – DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO


(arts. 136 a 141)

Capítulo II – DAS FORÇAS ARMADAS (arts. 142 e 143)

Capítulo III – DA SEGURANÇA PÚBLICA (art. 144)

TÍTULO VI – DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO (arts.


145 a 169)

Capítulo I – DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (arts. 145 a 162)

Capítulo II – DAS FINANÇAS PÚBLICAS (arts. 163 a 169)

TÍTULO VII – DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA (arts.


170 a 192)

Capítulo I – DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA


(arts. 170 a 181)

Capítulo II – DA POLÍTICA URBANA (arts. 182 e 183)

Capítulo III – DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA


REFORMA AGRÁRIA (arts. 184 a 191)

Capítulo IV – DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (art. 192)

TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL (arts. 193 a 232)

Capítulo I – DISPOSIÇÃO GERAL (art. 193)

Capítulo II – DA SEGURIDADE SOCIAL (arts. 194 a 204)

Capítulo III – DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO


(arts. 205 a 217)

Capítulo IV – DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (arts.


218 a 219-B)

Capítulo V – DA COMUNICAÇÃO SOCIAL (arts. 220 a 224)

Capítulo VI – DO MEIO AMBIENTE (art. 225)

Capítulo VII – DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE,


DO JOVEM E DO IDOSO (arts. 226 a 230)

Capítulo VIII – DOS ÍNDIOS (arts. 231 e 232)

TÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS


(arts. 233 a 250)

Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (arts. 1º a 114)


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL
Promulgada em 05 de outubro de 1988

` DOU 191‑A, de 05.10.1988. devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no


RE 641.320/RS.

PREÂMBULO IV ‑ os valores sociais do trabalho e da li‑


vre‑iniciativa;
Nós, representantes do povo brasileiro, reuni- ` arts.
6º a 11; e 170, desta CF.
dos em Assembleia Nacional Constituinte para ` Lei
12.529/2011 (Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da
Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações
instituir um Estado Democrático, destinado a contra a ordem econômica).
assegurar o exercício dos direitos sociais e indi-
viduais, a liberdade, a segurança, o bem‑estar, V ‑ o pluralismo político.
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça ` art. 17 desta CF.
` Lei 9.096/1995 (Lei dos Partidos políticos).
como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fun- Parágrafo único. Todo o poder emana do
dada na harmonia social e comprometida, na povo, que o exerce por meio de represen‑
ordem interna e internacional, com a solução tantes eleitos ou diretamente, nos termos
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob desta Constituição.
` arts.
14; 27, § 4º; 29, XIII; 60, § 4, II; e 61, § 2º, desta CF.
a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO ` art.
1º, Lei 9.709/1998 (Regulamenta a execução do disposto nos
DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. incisos I, II e III do art. 14 desta CF).

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS
FUNDAMENTAIS
› Art. 2º São Poderes da União, indepen‑
dentes e harmônicos entre si, o Legislativo,
o Executivo e o Judiciário.
` art.60, § 4º, III, desta CF.
SV, 37. Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função le-
gislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o
fundamento de isonomia.
› Art. 1º A República Federativa do Brasil, STF, 649. É inconstitucional a criação, por Constituição estadual,
formada pela união indissolúvel dos Estados de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual
participem representantes de outros poderes ou entidades.
e Municípios e do Distrito Federal, constitui‑se
em Estado Democrático de Direito e tem como
FUNDAMENTOS:
` arts. 18, caput; e 60, § 4º, I e III, desta CF.

I ‑ a soberania;
` arts. 21, I e III; 84, VII, VIII, XIX e XX, desta CF. › Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamen‑
` arts. 36, 237, II, CPC. tais da República Federativa do Brasil:
` arts. 780 a 790, CPP.

I ‑ construir uma sociedade livre, justa e so-


II ‑ a cidadania; lidária;
` arts. 5º, XXXIV, LIV, LXXI, LXXIII e LXXVII; e 60, § 4º, desta CF.

III ‑ a dignidade da pessoa humana; II ‑ garantir o desenvolvimento nacional;


` arts. 23, parágrafo único, e 174, § 1º, desta CF.
` arts.5º, XLII, XLIII, XLVIII, XLIX, L; 34, VII, b; 226, § 7º, 227;
e 230 desta CF.
SV, 6. Não viola a constituição o estabelecimento de remune- III ‑ erradicar a pobreza e a marginalização e
ração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de
serviço militar inicial. reduzir as desigualdades sociais e regionais;
` arts.23, X e 214, desta CF.
SV, 11. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física pró- ` arts.79 a 81, ADCT.
pria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a ` LC 111/2001 (Dispõe sobre o Fundo de Combate e Erradicação

excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade dis- da Pobreza).


ciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade
da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado. IV ‑ promover o bem de todos, sem preconcei-
SV, 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter tos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados outras formas de discriminação.
em procedimento investigatório realizado por órgão com com-
` Lei 7.716/1989 (Lei do Racismo).
petência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
` Lei 11.340/2006 (Cria mecanismos para coibir a violência domés‑
direito de defesa.
tica e familiar contra a mulher).
SV, 56. A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza
` Lei 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial)
a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso,
` ADPF 132 (DOU, 13.05.2011) e ADI 4.277: reconhecimento da
união homoafetiva como família
13 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Art. 5º

Art. 4º A República Federativa do Brasil re- ` arts.5º, §§ 1º e 2º; e 60, § 4º, IV, desta CF.
SV, 6. Não viola a constituição o estabelecimento de remune-
ge‑se nas suas relações internacionais pelos ração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de

CF
seguintes PRINCÍPIOS: serviço militar inicial.
` arts. 21, I; e 84, VII e VIII, desta CF. SV, 11. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física pró-
pria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
I ‑ independência nacional; excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade dis-
` arts. 78, caput; e 91, § 1º, III e IV, desta CF. ciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade
da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
II ‑ prevalência dos direitos humanos;
` Dec. 678/1992 (Promulga a Convenção Americana sobre Direitos
Humanos ‑ Pacto de São José da Costa Rica). I ‑ homens e mulheres são iguais em direitos
` Dec. 4.463/2002 (Dispõe sobre a declaração de reconhecimento e obrigações, nos termos desta Constituição;
da competência obrigatória da Corte Interamericana em todos
` arts. 143, § 2º; e 226, § 5º, desta CF.
os casos relativos à interpretação ou aplicação da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos).
` Lei 12.528/2011 (Cria a Comissão Nacional da Verdade no âmbito II ‑ ninguém será obrigado a fazer ou deixar
da Casa Civil da Presidência da República).
` Dec. 8.767/2016 (Promulga a Convenção Internacional para a
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Proteção de Todas as Pessoas contra o Desaparecimento Forçado). ` art.14º, § 1º, I; art. 143, desta CF.
SV, 44. Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habili-
tação de candidato a cargo público.
III ‑ autodeterminação dos povos; STF, 686. Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a ha-
bilitação de candidato a cargo público.
IV ‑ não intervenção;
III ‑ ninguém será submetido a tortura nem a
V ‑ igualdade entre os Estados; tratamento desumano ou degradante;
` incisos XLIII; XLVII, e; XLIX; LXV; e LXVI deste artigo.
VI ‑ defesa da paz;
IV ‑ é livre a manifestação do pensamento,
VII ‑ solução pacífica dos conflitos; sendo vedado o anonimato;
` art. 220, §§ 1º e 2º, desta CF.

VIII ‑ repúdio ao terrorismo e ao racismo;


` art.5º, XLII e XLIII, desta CF.
V ‑ é assegurado o direito de resposta, pro-
` Lei 7.716/1989 (Lei do Racismo). porcional ao agravo, além da indenização por
` Lei 8.072/1990 (Lei dos Crimes Hediondos).
` Dec. 5.639/2005 (Promulga a Convenção Interamericana contra
dano material, moral ou à imagem;
` art.
220, § 1º, desta CF.
o Terrorismo).
` Lei 13.260/2016 (Lei Antiterrorismo). STJ, 37. São cumuláveis as indenizações por dano material e da-
no moral oriundos do mesmo fato.
STJ, 227. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
STJ, 362. A correção monetária do valor da indenização do dano
moral incide desde a data do arbitramento.
IX ‑ cooperação entre os povos para o pro- STJ, 387. É lícita a cumulação das indenizações de dano estéti-
gresso da humanidade; co e dano moral.
STJ, 388. A simples devolução indevida de cheque caracteriza
dano moral.
X ‑ concessão de asilo político. STJ, 403.  Independe de prova do prejuízo a indenização pela
` Dec. 55.929/1965 (Promulga a Convenção sobre Asilo Territorial).
publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins eco-
Parágrafo único. A República Federativa do nômicos ou comerciais.

Brasil buscará a integração econômica, polí‑


tica, social e cultural dos povos da América VI ‑ é inviolável a liberdade de consciência e
Latina, visando à formação de uma comuni- de crença, sendo assegurado o livre exercício
dade latino‑americana de nações. dos cultos religiosos e garantida, na forma da
lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
TÍTULO II ` art. 208, CP (crime de ultraje a culto e impedimento ou perturbação
de ato a ele relativo)
DOS DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS VII ‑ é assegurada, nos termos da lei, a pres-
tação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;
CAPÍTULO I ` art. 24, Lei 7.210/1984 (Lei de Execuções Penais).
DOS DIREITOS E DEVERES ` art. 124, XIV, Lei 8.069/1990 (ECA).

INDIVIDUAIS E COLETIVOS
VIII ‑ ninguém será privado de direitos por
motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para
eximir‑se de obrigação legal a todos imposta
e recusar‑se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;
› Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem ` arts. 15, IV, e 143, §§ 1º e 2º, desta CF.
distinção de qualquer natureza, garantindo‑se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes IX ‑ é livre a expressão da atividade intelec‑
no país a inviolabilidade do direito à vida, tual, artística, científica e de comunicação,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à independentemente de censura ou licença;
propriedade, nos termos seguintes: ` art. 220, § 2º , desta CF.
Art. 5º CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 14

X ‑ são invioláveis a intimidade, a vida privada, convocada para o mesmo local, sendo apenas
a honra e a imagem das pessoas, assegurado exigido PRÉVIO AVISO à autoridade compe‑
o direito a indenização pelo dano material ou tente;
moral decorrente de sua violação;  ` arts. 136, § 1º, I, a; e 139, IV; desta CF.
` art. 114, VI, CF.
` arts. 186 e 927, CC. XVII ‑ é plena a liberdade de associação para
SV, 11. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física pró-
fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
` arts. 8º; 17, § 4º; e 37, VI, desta CF.
pria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade dis- ` art. 199, CP (atentado contra a liberdade de associação)
ciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade
da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
XVIII ‑ a criação de associações e, na forma da
STF, 714. É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante lei, a de cooperativas independem de autori-
queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação zação, sendo vedada a interferência estatal
do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de ser-
vidor público em razão do exercício de suas funções. em seu funcionamento;
STJ, 227. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. ` arts. 8º, I; e 37, VI, desta CF.
STJ, 387. É lícita a cumulação das indenizações de dano estéti-
co e dano moral. XIX ‑ as associações só poderão ser compul‑
STJ, 388. A simples devolução indevida de cheque caracteriza
dano moral. soriamente dissolvidas ou ter suas atividades
STJ, 403. Independe de prova do prejuízo a indenização pela suspensas por decisão judicial, exigindo‑se,
publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins eco-
nômicos ou comerciais.
no primeiro caso, o trânsito em julgado;
STJ, 420. Incabível, em embargos de divergência, discutir o valor
de indenização por danos morais. XX ‑ ninguém poderá ser compelido a asso‑
ciar‑se ou a permanecer associado;
XI ‑ a casa é asilo inviolável do indivíduo, ` art.
117, VII, Lei 8.112/1990 (Estatuto dos Servidores Públicos
ninguém nela podendo penetrar sem con- Civis da União, Autarquias e Fundações Públicas Federais).

sentimento do morador, salvo em caso de


XXI ‑ as entidades associativas, quando ex‑
flagrante delito ou desastre, ou para prestar
pressamente autorizadas, têm legitimidade
socorro, ou, durante o dia, por determinação
para representar seus filiados judicial ou
judicial;
` art. 150, §§ 1º a 5º, CP.
extrajudicialmente;
` arts. ` art. 82, IV e § 1°CDC.
283, CPP.
` art. 5º, Lei 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública).
` art. 210, III, Lei 8.069/1990 (ECA).
XII ‑ é inviolável o sigilo da correspondência STF, 629. A impetração de mandado de segurança coletivo por
e das comunicações telegráficas, de dados entidade de classe em favor dos associados independe da au-
torização destes.
e das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas hipó- XXII ‑ é garantido o direito de propriedade;
teses e na forma que a lei estabelecer para ` art. 243 desta CF.
fins de investigação criminal ou instrução ` arts. 1.228 a 1.368-A, CC
processual penal;
` arts.136, § 1º, I, b e c; e 139, III, desta CF. XXIII ‑ a propriedade atenderá a sua função
` arts. 151 e 152, CP (crimes contra a inviolabilidade de corres‑ social;
pondência)
` arts. 170, III; 182, § 2º; e 186 desta CF.
` art. 233, CPP.
` Lei 9.296/1996 (Lei das Interceptações Telefônicas).
` art. 7º, II e §6º do Estatuto da OAB XXIV ‑ a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante jus‑
XIII ‑ é livre o exercício de qualquer trabalho, ta e prévia indenização em dinheiro, ressal-
ofício ou profissão, atendidas as qualificações vados os casos previstos nesta Constituição;
` arts. 22, II, 182, § 3º; 184 e 185, desta CF.
profissionais que a lei estabelecer; ` arts. 1.228, §3º e 1.275, V, CC
` arts. 170 e 220, § 1º, desta CF. ` Lei 4.132/1962 (Define os casos de desapropriação por interesse
social).
XIV ‑ é assegurado a todos o acesso à informa‑ ` Lei 6.602/1978 (Desapropriação por utilidade pública).
` Dec.‑Lei 3.365/1941 (Lei das Desapropriações).
ção e resguardado o sigilo da fonte, quando STF, 23. Verificados os pressupostos legais para o licenciamen-
necessário ao exercício profissional; to da obra, não o impede a declaração de utilidade pública para
` art.
220, § 1º, desta CF. desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se incluirá na
` art.
154, CP (violação do segredo profissional) indenização, quando a desapropriação for efetivada.
` ADPF 130 (Lei de Imprensa incompatível com a CF) STF, 111. É legítima a incidência do imposto de transmissão inter
vivos sobre a restituição, ao antigo proprietário, de imóvel que
deixou de servir à finalidade da sua desapropriação.
XV ‑ é livre a locomoção no território nacional STF, 157. É necessária prévia autorização do Presidente da Re-
em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, pública para desapropriação, pelos Estados, de empresa de
energia elétrica.
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou STF, 164. No processo de desapropriação, são devidos juros
dele sair com seus bens; compensatórios desde a antecipada imissão de posse, ordena-
` arts. 139, desta CF. da pelo juiz, por motivo de urgência.
` art. 22, Pacto de San Jose da Costa Rica. STF, 218. É competente o juízo da Fazenda Nacional da capital
do Estado, e não o da situação da coisa, para a desapropriação
promovida por empresa de energia elétrica, se a União Federal
XVI ‑ todos podem reunir‑se pacificamente, intervém como assistente.
sem armas, em locais abertos ao público, in- STF, 378. Na indenização por desapropriação incluem‑se hono-
rários do advogado do expropriado.
dependentemente de autorização, desde que STF, 416. Pela demora no pagamento do preço da desapropria-
não frustrem outra reunião anteriormente ção não cabe indenização complementar além dos juros.
Código Penal
CÓDIGO PENAL
DECRETO‑LEI N. 2.848, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1940

` DOU, 31.12.1940.
Lei excepcional ou temporária
` art. 22, I, CF.

O Presidente da República, usando da atribui‑ › Art. 3º A lei excepcional ou temporária,


embora decorrido o período de sua duração
ção que lhe confere o art. 180 da Constituição,
ou cessadas as circunstâncias que a determi‑
decreta a seguinte Lei:
naram, aplica‑se ao fato praticado durante
sua vigência.
PARTE GERAL
` Parte Geral com redação determinada pela Lei 7.209/1984 (DOU,

13.07.1984).

TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL Tempo do crime
› Art. 4º Considera‑se praticado o crime no
Anterioridade da Lei momento da ação ou omissão, ainda que
Art. 1º Não há CRIME sem lei anterior que o outro seja o momento do resultado.
` art.
69, CPP.
defina. Não há PENA sem prévia cominação STF, 711. A lei penal mais grave aplica‑se ao crime continuado ou
legal. ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
` art. 5º, XXXIX e XL, CF. continuidade ou da permanência.
` arts. 2º e 3º, CPP.
` art. 1º, CPM.

` art. 61, Lei 9.099/1995 (Juizados Especiais).

` art. 1º, Dec.‑Lei 3.914/1941 (Lei de Introdução ao Código Penal

e à Lei das Contravenções Penais).


` art. 9º, Dec. 678/1992 (Promulga a Convenção Americana sobre

Direitos Humanos ‑ Pacto de São José da Costa Rica).


` Súm. 722, STF. Territorialidade
› Art. 5º Aplica‑se a lei brasileira, sem pre‑
juízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no
território nacional.
` arts. 1º, I; 5º, LII; CF.
` arts. 1º; 70; e 90, CPP.
Lei penal no tempo
§ 1º Para os efeitos penais, consideram‑se
› Art. 2º Ninguém pode ser punido por
como extensão do território nacional as em‑
fato que lei posterior deixa de considerar
barcações e aeronaves brasileiras, de natureza
crime, cessando em virtude dela a execução
pública ou a serviço do governo brasileiro
e os efeitos penais da sentença condenatória.
` art. 5º, XL, CF. onde quer que se encontrem, bem como
` art. 107, III, deste Código. as aeronaves e as embarcações brasileiras,
` art. 2º, CPP.
mercantes ou de propriedade privada, que
` art. 66, I, Lei 7.210/1984 (Lei de Execuções Penais).

STF, 711. A lei penal mais grave aplica‑se ao crime continuado ou


se achem, respectivamente, no espaço aéreo
ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da correspondente ou em alto‑mar.
continuidade ou da permanência. ` art. 20, VI, CF.

Parágrafo único. A lei posterior, que de qual‑ § 2º É também aplicável a lei brasileira aos
quer modo favorecer o agente, aplica‑se aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
fatos anteriores, ainda que decididos por sen‑ embarcações estrangeiras de propriedade
tença condenatória transitada em julgado. privada, achando‑se aquelas em pouso no
STF, 611. Transitada em julgado a sentença condenatória, com‑ território nacional ou em voo no espaço
pete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
STJ, 471. Os condenados por crimes hediondos ou asseme‑
aéreo correspondente, e estas em porto ou
lhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 mar territorial do Brasil.
sujeitam‑se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de ` arts. 89 e 90, CPP.
Execução Penal) para a progressão de regime prisional. ` art. 2º, Dec.‑Lei 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais).
Art. 6º Código Penal 154

Lugar do crime do Brasil, se, reunidas as condições previstas


› Art. 6º Considera‑se praticado o crime no no parágrafo anterior:
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
todo ou em parte, bem como onde se produziu b) houve requisição do Ministro da Justiça.
ou deveria produzir‑se o resultado. ` art. 5º, deste Código.
` arts. 70 e 71, CPP.

Pena cumprida no estrangeiro


Extraterritorialidade
Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro ate‑
› Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, em‑ nua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
bora cometidos no estrangeiro: crime, quando diversas, ou nela é computada,
` art. 88, CPP.
` art. 2º, Lei de Contravenções Penais. quando idênticas.
` art.42 deste Código.
I ‑ os crimes: ` arts.787 a 790, CPP.
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente ` art.8º, CPM.
da República; ` Dec. 5.919/2006 (Convenção Interamericana sobre o Cumprimento
de Sentenças Penais no Exterior).
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União,
do Distrito Federal, de Estado, de Território,
de Município, de empresa pública, sociedade
de economia mista, autarquia ou fundação
instituída pelo Poder Público;
` art. 109, IV, CF.
c) contra a administração pública, por quem Eficácia de sentença estrangeira
está a seu serviço; Art. 9º A sentença estrangeira, quando a
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro aplicação da lei brasileira produz na espécie
ou domiciliado no Brasil; as mesmas consequências, pode ser homo‑
` art. 1º, Lei 2.889/1956 (Lei do Crime de Genocídio). logada no Brasil para:
` art. 1º, p.u., Lei 8.072/1990 (Lei de Crimes Hediondos). ` art. 105, I, i, CF.
II ‑ os crimes: ` arts. 780 a 790, CPP.
` art. 2º, Dec.‑Lei 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais). I ‑ obrigar o condenado à reparação do dano,
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se a restituições e a outros efeitos civis;
obrigou a reprimir; ` arts. 63 a 68, CPP.
` art. 109, V, CF.
II ‑ sujeitá‑lo a medida de segurança.
b) praticados por brasileiro; ` arts. 96 a 99 deste Código.
` art. 12, CF. ` arts. 171 a 179, Lei 7.210/1984 (Lei de Execuções Penais).
c) praticados em aeronaves ou embarcações Parágrafo único. A homologação depende:
brasileiras, mercantes ou de propriedade pri‑ a) para os efeitos previstos no inciso I, de
vada, quando em território estrangeiro e aí pedido da parte interessada;
não sejam julgados.
b) para os outros efeitos, da existência de tra‑
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido tado de extradição com o país de cuja autori‑
segundo a lei brasileira, ainda que absolvido dade judiciária emanou a sentença, ou, na falta
ou condenado no estrangeiro. de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
` art. 2º, Lei nº 9.455/1997.
§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei
brasileira depende do concurso das seguintes
condições:
a) entrar o agente no território nacional;
STF, 1. É vedada a expulsão de estrangeiro casado com brasi‑
leira, ou que tenha filho brasileiro, dependente da economia
paterna. Contagem de prazo
b) ser o fato punível também no país em que Art. 10. O dia do começo inclui‑se no cômputo
foi praticado; do prazo. Contam‑se os dias, os meses e os
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos anos pelo calendário comum.
` art. 798, § 1º, CPP.
quais a lei brasileira autoriza a extradição; ` art. 16, CPM.
` V. Lei 13.445/2017 (Institui a Lei de Migração).
d) não ter sido o agente absolvido no estran‑
geiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estran‑
geiro ou, por outro motivo, não estar extinta
a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
` arts. 107 a 120 deste Código. Frações não computáveis da pena
§ 3º A lei brasileira aplica‑se também ao crime Art. 11. Desprezam‑se, nas penas privativas
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora de liberdade e nas restritivas de direitos, as
155 Código Penal Art. 17

frações de dia, e, na pena de multa, as frações Crime consumado


de cruzeiro. I ‑ CONSUMADO, quando nele se reúnem
` art. 44, § 4º, deste Código.
todos os elementos de sua definição legal;
` art.
111, I, deste Código.
SV, 24. Não se tipifica crime material contra a ordem tributária,
previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei n. 8.137/90, antes do lança‑
mento definitivo do tributo.

CP
Tentativa
Legislação especial II ‑ TENTADO, quando, iniciada a execução,
não se consuma por circunstâncias alheias à
Art. 12. As regras gerais deste Código apli‑ vontade do agente.
cam‑se aos fatos incriminados por lei especial, ` art.
111, II, deste Código.
se esta não dispuser de modo diverso. ` art.
4º, Lei 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais).
` art. 287, CE. STJ, 567. Sistema de vigilância realizado por monitoramen‑
to eletrônico ou por existência de segurança no interior de
` art. 17, CPM.
estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a
` art. 1º, Lei 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais).
configuração do crime de furto. (DJe, 29.02.2016.)
` art. 90, Lei 9.504/1997 (Lei das Eleições).

` Súm. 171, STJ.


Pena de tentativa
Parágrafo único. Salvo disposição em con‑
trário, pune‑se a tentativa com a pena corres‑
pondente ao crime consumado, diminuída de
um a dois terços.
SV, 46. A definição dos crimes de responsabilidade e o estabele‑
cimento das respectivas normas de processo e julgamento são
da competência legislativa privativa da União. (DOU, 17.04.2015.)
TÍTULO II
DO CRIME
Relação de causalidade
› Art. 13. O resultado, de que depende a
existência do crime, somente é imputável a Desistência voluntária e arrependimento
quem lhe deu causa. Considera‑se causa a eficaz
ação ou omissão sem a qual o resultado não › Art. 15. O agente que, VOLUNTARIAMEN‑
teria ocorrido. TE, desiste de prosseguir na execução ou
` art. 19 deste Código. impede que o resultado se produza, só res‑
ponde pelos atos já praticados.
Superveniência de causa independente
§ 1º A superveniência de causa relativamente
independente exclui a imputação quando, por
si só, produziu o resultado; os fatos anteriores,
entretanto, imputam‑se a quem os praticou.
Arrependimento posterior
Relevância da omissão
› Art. 16. Nos crimes cometidos sem vio‑
§ 2º A omissão é penalmente relevante quan‑ lência ou grave ameaça à pessoa, reparado o
do o omitente DEVIA E PODIA agir para evitar dano ou restituída a coisa, até o recebimento
o resultado. O dever de agir incumbe a quem: da denúncia ou da queixa, por ato voluntário
a) tenha por lei obrigação de cuidado, pro‑ do agente, a pena será reduzida de um a dois
teção ou vigilância; terços.
` arts.
65, III, b, e 312, § 3º, deste Código.
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade STF, 554. O pagamento de cheque emitido sem provisão de
de impedir o resultado; fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosse‑
guimento da ação penal.
c) com seu comportamento anterior, criou o
risco da ocorrência do resultado.

Crime impossível
› Art. 14. Diz‑se o crime: Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por
STF, 610. Há crime de latrocínio, quando o homicídio se con‑ ineficácia absoluta do meio ou por absolu‑
suma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da ta impropriedade do objeto, é impossível
vítima.
consumar‑se o crime.
STJ, 96. O crime de extorsão consuma‑se independentemente ` arts. 386, III; 397, III; 415, III.
da obtenção da vantagem indevida. ` Súm. 145, 567, STJ.
Código de
Processo Penal
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
DECRETO‑LEI N. 3.689, DE 03 DE OUTUBRO DE 1941

O Presidente da República, usando da atribui‑ › Art. 2º A lei processual penal aplicar‑se‑á


ção que lhe confere o art. 180 da Constituição, desde logo, sem prejuízo da validade dos
decreta a seguinte Lei: atos realizados sob a vigência da lei anterior.
` arts. 1º a 3º, CP.

LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL

TÍTULO I › Art. 3º A lei processual penal ADMITIRÁ


interpretação extensiva e aplicação analó‑
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES gica, bem como o suplemento dos princípios
gerais de direito.
` art.
1º, CP.
` arts.
4º e 5º, Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do
Direito Brasileiro ‑ LInDB, antiga LICC).

Art. 1º O processo penal reger‑se‑á, em todo


o território brasileiro, por este Código, res-
salvados:
` arts. 4º a 8º, CP.
` arts. 1º a 6º, CPPM.
` Lei 7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica).
Juiz das Garantias
` (Incluído pela Lei 13.964/2019)
` Lei 8.617/1993 (Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a
zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros). Art. 3°-A. O processo penal terá estrutura
I ‑ os tratados, as convenções e regras de acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase
direito internacional; de investigação e a substituição da atuação
` art.
109, V, CF. probatória do órgão de acusação.
` Dec. 678/1992 (Pacto de São José da Costa Rica).
` Dec. 4.388/2002 (Promulga o Estatuto de Roma do Tribunal
Penal Internacional).
II ‑ as prerrogativas constitucionais do Presi‑
dente da República, dos ministros de Estado,
nos crimes conexos com os do Presidente da
República, e dos ministros do Supremo Tribu‑ Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável
nal Federal, nos crimes de responsabilidade pelo controle da legalidade da investigação
(Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); criminal e pela salvaguarda dos direitos indi‑
` Refere-se à CF/1937. V., na CF/1988, os seguintes arts. 50, § 2º; viduais cuja franquia tenha sido reservada à
52, I, p.u.; 85; 86, § 1º, II; e 102, I, b.
` Lei 1.079/1950 (Define os crimes de responsabilidade e regula o
autorização prévia do Poder Judiciário, com‑
respectivo processo de julgamento). petindo-lhe especialmente:
` Súm. Vinc. 46, STF.
I - receber a comunicação imediata da prisão,
III ‑ os processos da competência da Justiça nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º
Militar; da Constituição Federal;
` art. 124, CF.
II - receber o auto da prisão em flagrante para
IV ‑ os processos da competência do tribunal
o controle da legalidade da prisão, observado
especial (Constituição, art. 122, n. 17);
` Refere-se à CF/1937.
o disposto no art. 310 deste Código;
` arts. 5º, XXXV e XXXVII, e 109, CF. III - zelar pela observância dos direitos do
` Lei 7.170/1983 (Lei de Segurança Nacional).
` Lei 5.250/1967 (Lei de Imprensa). preso, podendo determinar que este seja
` ADPF 130‑7 (DOU e DJe, 12.05.1009). conduzido à sua presença, a qualquer tempo;
V ‑ os processos por crimes de imprensa. IV - ser informado sobre a instauração de
` ADPF 130.
qualquer investigação criminal;
Parágrafo único. Aplicar‑se‑á, entretanto, este
V - decidir sobre o requerimento de prisão pro‑
Código aos processos referidos nos n. IV e V,
visória ou outra medida cautelar, observado
quando as leis especiais que os regulam não
o disposto no § 1° deste artigo;
dispuserem de modo diverso.
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra
medida cautelar, bem como substituí-las ou
revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o
227 Código de Processo Penal Art. 3º-E

exercício do contraditório em audiência públi‑ da autoridade policial e ouvido o Ministério


ca e oral, na forma do disposto neste Código Público, prorrogar, uma única vez, a duração do
ou em legislação especial pertinente; inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que,
VII - decidir sobre o requerimento de produção se ainda assim a investigação não for concluída,
antecipada de provas consideradas urgentes a prisão será imediatamente relaxada.
e não repetíveis, assegurados o contraditório
e a ampla defesa em audiência pública e oral;
VIII - prorrogar o prazo de duração do inqué‑
rito, estando o investigado preso, em vista das
razões apresentadas pela autoridade policial
e observado o disposto no § 2º deste artigo; Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias

CPP
abrange todas as infrações penais, exceto as
IX - determinar o trancamento do inquérito
de menor potencial ofensivo, e cessa com o
policial quando não houver fundamento razo‑
recebimento da denúncia ou queixa na forma
ável para sua instauração ou prosseguimento;
do art. 399 deste Código.
X - requisitar documentos, laudos e informa‑
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as ques‑
ções ao delegado de polícia sobre o andamen‑
tões pendentes serão decididas pelo juiz da
to da investigação;
instrução e julgamento.
XI - decidir sobre os requerimentos de:
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garan‑
a) interceptação telefônica, do fluxo de comu‑ tias não vinculam o juiz da instrução e julga‑
nicações em sistemas de informática e tele‑
mento, que, após o recebimento da denúncia
mática ou de outras formas de comunicação;
ou queixa, deverá reexaminar a necessidade
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de das medidas cautelares em curso, no prazo
dados e telefônico;
máximo de 10 (dez) dias.
c) busca e apreensão domiciliar;
§ 3º Os autos que compõem as matérias de
d) acesso a informações sigilosas; competência do juiz das garantias ficarão acau‑
e) outros meios de obtenção da prova que res‑ telados na secretaria desse juízo, à disposição
trinjam direitos fundamentais do investigado; do Ministério Público e da defesa, e não serão
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes apensados aos autos do processo enviados ao
do oferecimento da denúncia; juiz da instrução e julgamento, ressalvados os
XIII - determinar a instauração de incidente documentos relativos às provas irrepetíveis,
de insanidade mental; medidas de obtenção de provas ou de ante‑
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia cipação de provas, que deverão ser remetidos
ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; para apensamento em apartado.
XV - assegurar prontamente, quando se fizer § 4° Fica assegurado às partes o amplo acesso
necessário, o direito outorgado ao investiga‑ aos autos acautelados na secretaria do juízo
do e ao seu defensor de acesso a todos os das garantias.
elementos informativos e provas produzidos
no âmbito da investigação criminal, salvo no
que concerne, estritamente, às diligências em
andamento;
XVI - deferir pedido de admissão de assis‑
tente técnico para acompanhar a produção Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação,
da perícia; praticar qualquer ato incluído nas compe‑
tências dos arts. 4º e 5° deste Código ficará
XVII - decidir sobre a homologação de acordo
impedido de funcionar no processo.
de não persecução penal ou os de colabora‑
Parágrafo único. Nas comarcas em que fun‑
ção premiada, quando formalizados durante
a investigação; cionar apenas um juiz, os tribunais criarão um
sistema de rodízio de magistrados, a fim de
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições
atender às disposições deste Capítulo.
definidas no caput deste artigo.
§ 1º O preso em flagrante ou por força de man‑
dado de prisão provisória será encaminhado
à presença do juiz de garantias no prazo de
24 (vinte e quatro) horas, momento em que se
realizará audiência com a presença do Minis‑ Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado
tério Público e da Defensoria Pública ou de conforme as normas de organização judiciária
advogado constituído, vedado o emprego da União, dos Estados e do Distrito Federal,
de videoconferência. (Vetado pelo Presidente da observando critérios objetivos a serem periodi‑
República na Lei 13.964/2019, mantido pelo Con- camente divulgados pelo respectivo tribunal.
gresso Nacional e publicado no DOU de 30.04.2021)
§ 2° Se o investigado estiver preso, o juiz das
garantias poderá, mediante representação
Art. 3°-F Código de Processo Penal 228

Art. 3°-F. O juiz das garantias deverá assegurar § 2º Do despacho que indeferir o requerimen‑
o cumprimento das regras para o tratamento to de abertura de inquérito caberá recurso
dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de para o chefe de Polícia.
qualquer autoridade com órgãos da imprensa § 3º Qualquer pessoa do povo que tiver co‑
para explorar a imagem da pessoa submetida nhecimento da existência de infração penal em
à prisão, sob pena de responsabilidade civil, que caiba ação pública PODERÁ, verbalmen‑
administrativa e penal. te ou por escrito, comunicá‑la à autoridade
Parágrafo único. Por meio de regulamento, policial, e esta, verificada a procedência das
as autoridades deverão disciplinar, em 180 informações, MANDARÁ instaurar inquérito.
` art. 340, CP.
(cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as ` art. 66, I e II, Dec.‑Lei 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais).
informações sobre a realização da prisão e a § 4º O inquérito, nos crimes em que a AÇÃO
identidade do preso serão, de modo padroni‑ PÚBLICA depender de representação, não
zado e respeitada a programação normativa poderá sem ela ser iniciado.
aludida no caput deste artigo, transmitidas ` arts. 24 e 25 deste Código.
à imprensa, assegurados a efetividade da ` art. 100, § 1º, CP.

persecução penal, o direito à informação e § 5º Nos crimes de AÇÃO PRIVADA, a auto‑


a dignidade da pessoa submetida à prisão; ridade policial somente poderá proceder a
inquérito a requerimento de quem tenha
qualidade para intentá‑la.
TÍTULO II ` arts.
30; 31; e 34 deste Código.
` art.
100, § 2º, CP.
DO INQUÉRITO POLICIAL STF, 594. Os direitos de queixa e de representação podem ser
exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu re-
› Art. 4º A polícia judiciária será exercida presentante legal.
pelas autoridades policiais no território de suas
respectivas circunscrições e terá por fim a apu‑
ração das infrações penais e da sua autoria.
` art. 144, § 1º, IV, CF.
` arts. 12; 13; 16 a 18; e 22, CPP.
` Lei 12.830/2013 (Dispõe sobre a investigação criminal conduzida
pelo delegado de polícia). Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prá‑
Parágrafo único. A competência definida tica da infração penal, a autoridade policial
neste artigo não excluirá a de autoridades deverá:
` art. 12, CPPM.
administrativas, a quem por lei seja cometida ` art. 69, Lei 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais).
a mesma função. ` arts. 10 a 12, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e
` art.22, CPP. familiar contra a mulher).
STF, 397. O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do ` art. 90, II, Dec. 6.049/2007 (Regulamento Penitenciário Federal).
Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas depen- ` Lei 9.296/1996 (Lei de Interceptação das Comunicações Tele-
dências, compreende, consoante o regimento, a prisão em fônicas).
flagrante do acusado e a realização do inquérito.. ` Lei n. 12.830/2013 (Dispõe sobre a investigação criminal conduzida
pelo delegado de polícia).
I ‑ dirigir‑se ao local, providenciando para que
não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;
` arts.
158 a 184 deste Código.
` Lei5.970/1973 (Exclui da aplicação do disposto neste inciso os
› Art. 5º Nos crimes de ação pública o in‑ casos de acidente de trânsito).
quérito policial será iniciado: II ‑ apreender os objetos que tiverem rela‑
` art.129, I, VII e VIII, CF.
STF, 397. O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do ção com o fato, após liberados pelos peritos
Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas depen- criminais;
dências, compreende, consoante o regimento, a prisão em
` arts. 11; 124; e 240 a 250 deste Código.
flagrante do acusado e a realização do inquérito..
` art. 91, II, a e b, CP.
I ‑ de ofício; III ‑ colher todas as provas que servirem para
II ‑ mediante REQUISIÇÃO da autoridade o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
judiciária ou do Ministério Público, ou a RE‑ ` arts. 155 a 250 deste Código.
` art. 12, II, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar
QUERIMENTO do ofendido ou de quem tiver contra a mulher).
qualidade para representá‑lo.
IV ‑ ouvir o ofendido;
§ 1º O requerimento a que se refere o n. II ` art. 201 deste Código.
conterá sempre que possível: ` art. 12, I, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar

` art.
12, § 1º, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e contra a mulher).
familiar contra a mulher). V ‑ ouvir o indiciado, com observância, no que
a) a narração do fato, com todas as circuns‑ for aplicável, do disposto no Capítulo III do
tâncias; Título VII, deste Livro, devendo o respectivo
b) a individualização do indiciado ou seus termo ser assinado por duas testemunhas que
sinais característicos e as razões de convicção lhe tenham ouvido a leitura;
ou de presunção de ser ele o autor da infração, ` art. 5º, LIV e LXIII, CF.
` arts. 185 a 196 deste Código.
ou os motivos de impossibilidade de o fazer; ` art. 12, V, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar

c) a nomeação das testemunhas, com indi‑ contra a mulher).

cação de sua profissão e residência. VI ‑ proceder a reconhecimento de pessoas e


` arts. 202 e 207 deste Código. coisas e a acareações;
229 Código de Processo Penal Art. 13-A

` arts. 226 a 230 deste Código. dia em que se executar a ordem de prisão,
VII ‑ determinar, se for caso, que se proceda ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto,
a exame de corpo de delito e a quaisquer mediante fiança ou sem ela.
outras perícias; ` arts. 647; 648, II; e 798, § 1º, deste Código.
` art. 20, CPPM.
` arts. 158 a 184 deste Código.
` art. 66, Lei 5.010/1966 (Lei da Organização da Justiça Federal).
` art. 12, IV, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar
` art. 51, Lei 11.343/2006 (Lei Antidrogas).
contra a mulher).
VIII ‑ ordenar a identificação do indiciado pelo § 1º A autoridade fará minucioso relatório do
processo datiloscópico, se possível, e fazer que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
juntar aos autos sua folha de antecedentes; competente.
` art. 52, I, Lei 11.343/2006 (Lei Antidrogas).
` art. 5º, LVIII, CF.
` art. 12, VI, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar § 2º No relatório poderá a autoridade indicar

CPP
contra a mulher).
` Lei12.037/2009 (Dispõe sobre a identificação criminal do civil-
testemunhas que não tiverem sido inquiri‑
mente identificado). das, mencionando o lugar onde possam ser
` Súm. 568, STF.
encontradas.
IX ‑ averiguar a vida pregressa do indiciado, § 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e
sob o ponto de vista individual, familiar e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá
social, sua condição econômica, sua atitude requerer ao juiz a devolução dos autos, para
e estado de ânimo antes e depois do crime ulteriores diligências, que serão realizadas no
e durante ele, e quaisquer outros elementos prazo marcado pelo juiz.
que contribuírem para a apreciação do seu ` art. 16 deste Código.
temperamento e caráter.
` art. 59, CP.
` art. 5º, Lei 7.210/1984 (Lei de Execuções Penais).
X - colher informações sobre a existência de
filhos, respectivas idades e se possuem alguma Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como
deficiência e o nome e o contato de eventual os objetos que interessarem à prova, acom‑
responsável pelos cuidados dos filhos, indica‑ panharão os autos do inquérito.
do pela pessoa presa. ` art. 5º, LIV, CF.
` arts. 118 a 124; e 155 a 250 deste Código.

Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a


infração sido praticada de determinado modo, Art. 12. O inquérito policial acompanhará
a autoridade policial poderá proceder à repro‑ a denúncia ou queixa, sempre que servir de
dução simulada dos fatos, desde que esta não base a uma ou outra.
` arts. 27; 39, § 5º; 40; 46, § 1º; 211; e 573 deste Código.
contrarie a moralidade ou a ordem pública. ` art. 28, CPPM.
` art. 5º, LXIII, CF.
` art. 13, CPPM.

› Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade


Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será policial:
` art. 322 deste Código.
observado o disposto no Capítulo II do Título
I ‑ fornecer às autoridades judiciárias as infor‑
IX deste Livro.
` arts. 301 a 310 deste Código. mações necessárias à instrução e julgamento
` art. 69, p.u., Lei 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais). dos processos;
` Súm. 145, STF.
II ‑ realizar as diligências requisitadas pelo
juiz ou pelo Ministério Público;
` art. 129, VIII, CF.
III ‑ cumprir os mandados de prisão expedidos
pelas autoridades judiciárias;
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial ` arts. 282 a 300; deste Código
serão, num só processado, reduzidas a escrito
IV ‑ representar acerca da prisão preventiva.
ou datilografadas e, neste caso, rubricadas ` arts.
311 e 312 e 378, II, deste Código.
pela autoridade. ` arts.
1º e 2º, Lei 7.960/1989 (Dispõe sobre prisão temporária).
` art.
21, CPPM. 20, caput, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e
` art.
` Súm. Vinc. 14, STF. familiar contra a mulher).

› Art. 10. O inquérito deverá terminar no pra‑ Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148,
zo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159
flagrante, ou estiver preso preventivamente, do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei
Legislação
Complementar

Diploma Pág.

LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965 377

LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 381

LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984 388

LEI Nº 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985 416

LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989 419

LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990 420

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 422

LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990 457

LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 460

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 466

LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995 498

LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995 507

LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996 519

LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 520


Diploma Pág.

LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 521

LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998 533

LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999 539

LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000 548

LEI Nº 11.079, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2004 567

LEI Nº 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005 576

LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 620

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 629

LEI Nº 11.417, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 648

LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009 649

LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013 654

LEI Nº 14.133, DE 1º DE ABRIL DE 2021 661


LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR

LEI Nº 4.717, dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob


DE 29 DE JUNHO DE 1965 recibo, dos respectivos requerimentos, e só
poderão ser utilizadas para a instrução de
Regula a ação popular. ação popular.
§ 6º Somente nos casos em que o interesse
` Ação Popular público, devidamente justificado, impuser sigi-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA lo, poderá ser negada certidão ou informação.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta § 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo ante-
e eu sanciono a seguinte Lei: rior, a ação poderá ser proposta desacompa-
nhada das certidões ou informações negadas,
cabendo ao juiz, após apreciar os motivos
do indeferimento, e salvo em se tratando de
Art. 1º. Qualquer cidadão será parte legítima razão de segurança nacional, requisitar umas
para pleitear a anulação ou a declaração de e outras; feita a requisição, o processo correrá
nulidade de atos lesivos ao patrimônio da em segredo de justiça, que cessará com o
União, do Distrito Federal, dos Estados, dos trânsito em julgado de sentença condenatória.
Municípios, de entidades autárquicas, de so-
ciedades de economia mista (Constituição, art.
141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas
quais a União represente os segurados ausen- Art. 2º. São nulos os atos lesivos ao patrimônio
tes, de empresas públicas, de serviços sociais das entidades mencionadas no artigo anterior,
autônomos, de instituições ou fundações para nos casos de:
cuja criação ou custeio o tesouro público haja a) incompetência;
concorrido ou concorra com mais de cinquenta b) vício de forma;
por cento do patrimônio ou da receita ânua, c) ilegalidade do objeto;
de empresas incorporadas ao patrimônio da
d) inexistência dos motivos;
União, do Distrito Federal, dos Estados e dos
e) desvio de finalidade.
Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas
ou entidades subvencionadas pelos cofres Parágrafo único. Para a conceituação dos
públicos. casos de nulidade observar-se-ão as seguintes
` Refere-se à Constituição de 1946. normas:
` CF/88: arts. 5º, LXXIII e 129, III.
a) a incompetência fica caracterizada quando
§ 1º Consideram-se patrimônio público para os o ato não se incluir nas atribuições legais do
fins referidos neste artigo, os bens e direitos de agente que o praticou;
valor econômico, artístico, estético, histórico
b) o vício de forma consiste na omissão ou
ou turístico.
na observância incompleta ou irregular de
§ 2º Em se tratando de instituições ou funda- formalidades indispensáveis à existência ou
ções, para cuja criação ou custeio o tesouro seriedade do ato;
público concorra com menos de cinquenta por
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o
cento do patrimônio ou da receita ânua, bem
resultado do ato importa em violação de lei,
como de pessoas jurídicas ou entidades sub-
regulamento ou outro ato normativo;
vencionadas, as consequências patrimoniais
da invalidez dos atos lesivos terão por limite d) a inexistência dos motivos se verifica quando
a repercussão deles sobre a contribuição dos a matéria de fato ou de direito, em que se fun-
cofres públicos. damenta o ato, é materialmente inexistente ou
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juridicamente inadequada ao resultado obtido;
juízo, será feita com o título eleitoral, ou com e) o desvio de finalidade se verifica quando
documento que a ele corresponda. o agente pratica o ato visando a fim diverso
§ 4º Para instruir a inicial, o cidadão poderá daquele previsto, explícita ou implicitamente,
requerer às entidades, a que se refere este na regra de competência.
artigo, as certidões e informações que julgar
necessárias, bastando para isso indicar a fina-
lidade das mesmas.
§ 5º As certidões e informações, a que se refere Art. 3º. Os atos lesivos ao patrimônio das
o parágrafo anterior, deverão ser fornecidas pessoas de direito público ou privado, ou das
LEI 4.717/1965 LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR 378

entidades mencionadas no art. 1º, cujos vícios desobedecer a normas legais, regulamentares
não se compreendam nas especificações do ou constantes de instruções gerais.
artigo anterior, serão anuláveis, segundo as VIII – O empréstimo concedido pelo Banco
prescrições legais, enquanto compatíveis com Central da República, quando:
a natureza deles. a) concedido com desobediência de quaisquer
normas legais, regulamentares, regimentais ou
constantes de instruções gerias:
b) o valor dos bens dados em garantia, na
Art. 4º. São também nulos os seguintes atos época da operação, for inferior ao da avaliação.
ou contratos, praticados ou celebrados por
IX – A emissão, quando efetuada sem obser-
quaisquer das pessoas ou entidades referidas
vância das normas constitucionais, legais e
no art. 1º.
regulamentadoras que regem a espécie.
I – A admissão ao serviço público remunerado,
com desobediência, quanto às condições de
habilitação, das normas legais, regulamentares DA COMPETÊNCIA
ou constantes de instruções gerais.
II – A operação bancária ou de crédito real,
quando:
a) for realizada com desobediência a normas
legais, regulamentares, estatutárias, regimen- Art. 5º. Conforme a origem do ato impug-
tais ou internas; nado, é competente para conhecer da ação,
processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo
b) o valor real do bem dado em hipoteca ou
com a organização judiciária de cada Estado,
penhor for inferior ao constante de escritura,
o for para as causas que interessem à União,
contrato ou avaliação.
ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município.
III – A empreitada, a tarefa e a concessão do
§ 1º Para fins de competência, equiparam-se
serviço público, quando:
atos da União, do Distrito Federal, do Estado ou
a) o respectivo contrato houver sido celebrado dos Municípios os atos das pessoas criadas ou
sem prévia concorrência pública ou adminis- mantidas por essas pessoas jurídicas de direito
trativa, sem que essa condição seja estabe- público, bem como os atos das sociedades de
lecida em lei, regulamento ou norma geral; que elas sejam acionistas e os das pessoas ou
b) no edital de concorrência forem incluídas entidades por elas subvencionadas ou em
cláusulas ou condições, que comprometam o relação às quais tenham interesse patrimonial.
seu caráter competitivo; § 2º Quando o pleito interessar simultanea-
c) a concorrência administrativa for processada mente à União e a qualquer outra pessoa ou
em condições que impliquem na limitação das entidade, será competente o juiz das causas
possibilidades normais de competição. da União, se houver; quando interessar si-
IV – As modificações ou vantagens, inclusive multaneamente ao Estado e ao Município,
prorrogações que forem admitidas, em favor será competente o juiz das causas do Estado,
do adjudicatário, durante a execução dos con- se houver.
tratos de empreitada, tarefa e concessão de § 3º A propositura da ação prevenirá a juris-
serviço público, sem que estejam previstas em dição do juízo para todas as ações, que forem
lei ou nos respectivos instrumentos; posteriormente intentadas contra as mesmas
V – A compra e venda de bens móveis ou partes e sob os mesmos fundamentos.
imóveis, nos casos em que não cabível con- § 4º Na defesa do patrimônio público caberá
corrência pública ou administrativa, quando: a suspensão liminar do ato lesivo impugnado.
a) for realizada com desobediência a normas
legais, regulamentares, ou constantes de ins-
truções gerais;
DOS SUJEITOS PASSIVOS DA
b) o preço de compra dos bens for superior ao AÇÃO E DOS ASSISTENTES
corrente no mercado, na época da operação;
c) o preço de venda dos bens for inferior ao
corrente no mercado, na época da operação.
VI – A concessão de licença de exportação ou Art. 6º. A ação será proposta contra as pessoas
importação, qualquer que seja a sua modali- públicas ou privadas e as entidades referidas
dade, quando: no art. 1º, contra as autoridades, funcionários
a) houver sido praticada com violação das ou administradores que houverem autorizado,
normas legais e regulamentares ou de instru- aprovado, ratificado ou praticado o ato im-
ções e ordens de serviço; pugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
b) resultar em exceção ou privilégio, em favor oportunidade à lesão, e contra os beneficiários
de exportador ou importador. diretos do mesmo.
VII – A operação de redesconto quando sob § 1º Se não houver benefício direto do ato
qualquer aspecto, inclusive o limite de valor, lesivo, ou se for ele indeterminado ou desco-
379 LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR LEI 4.717/1965

nhecido, a ação será proposta somente contra III – Qualquer pessoa, beneficiada ou respon-
as outras pessoas indicadas neste artigo. sável pelo ato impugnado, cuja existência
§ 2º No caso de que trata o inciso II, item b, do ou identidade se torne conhecida no curso
art. 4º, quando o valor real do bem for inferior do processo e antes de proferida a sentença
ao da avaliação, citar-se-ão como réus, além final de primeira instância, deverá ser citada
das pessoas públicas ou privadas e entidades para a integração do contraditório, sendo-lhe
referidas no art. 1º, apenas os responsáveis pela restituído o prazo para contestação e produção
avaliação inexata e os beneficiários da mesma. de provas, Salvo, quanto a beneficiário, se a
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou citação se houver feito na forma do inciso
de direito privado, cujo ato seja objeto de anterior.
impugnação, poderá abster-se de contestar IV – O prazo de contestação é de 20 (vinte)
o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte), a reque-
desde que isso se afigure útil ao interesse rimento do interessado, se particularmente
público, a juízo do respectivo representante difícil a produção de prova documental, e será
legal ou dirigente. comum a todos os interessados, correndo da
§ 4º O Ministério Público acompanhará a ação, entrega em cartório do mandado cumprido,
cabendo-lhe apressar a produção da prova e ou, quando for o caso, do decurso do prazo
promover a responsabilidade, civil ou criminal, assinado em edital.
dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em

Leg. Compl.
V – Caso não requerida, até o despacho sa-
qualquer hipótese, assumir a defesa do ato neador, a produção de prova testemunhal ou
impugnado ou dos seus autores. pericial, o juiz ordenará vista às partes por 10
§ 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se (dez) dias, para alegações, sendo-lhe os autos
como litisconsorte ou assistente do autor da conclusos, para sentença, 48 (quarenta e oito)
ação popular. horas após a expiração desse prazo; havendo
requerimento de prova, o processo tomará o
DO PROCESSO rito ordinário.
VI – A sentença, quando não prolatada em
audiência de instrução e julgamento, deverá
ser proferida dentro de 15 (quinze) dias do
recebimento dos autos pelo juiz.
Art. 7º. A ação obedecerá ao procedimento Parágrafo único. O proferimento da senten-
ordinário, previsto no Código de Processo Civil, ça além do prazo estabelecido privará o juiz
observadas as seguintes normas modificativas: da inclusão em lista de merecimento para
` CPC/15: art. 318 e ss.
I – Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: promoção, durante 2 (dois) anos, e acarretará
a perda, para efeito de promoção por anti-
a) além da citação dos réus, a intimação do
guidade, de tantos dias quantos forem os do
representante do Ministério Público;
` CF/88: art. 127.
retardamento, salvo motivo justo, declinado
b) a requisição, às entidades indicadas na nos autos e comprovado perante o órgão
petição inicial, dos documentos que tiverem disciplinar competente.
sido referidos pelo autor (art. 1º, § 6º), bem
como a de outros que se lhe afigurem neces-
sários ao esclarecimento dos fatos, ficando
prazos de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias para o Art. 8º. Ficará sujeita à pena de desobediência,
atendimento. salvo motivo justo devidamente comprovado,
§ 1º O representante do Ministério Público a autoridade, o administrador ou o dirigente,
providenciará para que as requisições, a que que deixar de fornecer, no prazo fixado no art.
se refere o inciso anterior, sejam atendidas 1º, § 5º, ou naquele que tiver sido estipulado
dentro dos prazos fixados pelo juiz. pelo juiz (art. 7º, n. I, letra b), informações e
` CF/88: art. 127. certidão ou fotocópia de documento neces-
§ 2º Se os documentos e informações não sários à instrução da causa.
` CP: art. 330.
puderem ser oferecidos nos prazos assinala-
dos, o juiz poderá autorizar prorrogação dos Parágrafo único. O prazo contar-se-á do dia
mesmos, por prazo razoável. em que entregue, sob recibo, o requerimento
II – Quando o autor o preferir, a citação dos do interessado ou o ofício de requisição (art.
beneficiários far-se-á por edital com o prazo 1º, § 5º, e art. 7º, n. I, letra b).
de 30 (trinta) dias, afixado na sede do juízo e
publicado três vezes no jornal oficial do Distrito
Federal, ou da Capital do Estado ou Território
em que seja ajuizada a ação. A publicação será Art. 9º. Se o autor desistir da ação ou der mo-
gratuita e deverá iniciar-se no máximo 3 (três) tiva à absolvição da instância, serão publicados
dias após a entrega, na repartição competente, editais nos prazos e condições previstos no
sob protocolo, de uma via autenticada do art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qual-
mandado. quer cidadão, bem como ao representante
LEI 4.717/1965 LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR 380

do Ministério Público, dentro do prazo de disciplinar a que a lei comine a pena de demis-
90 (noventa) dias da última publicação feita, são ou a de rescisão de contrato de trabalho,
promover o prosseguimento da ação. o juiz, ex officio, determinará a remessa de
cópia autenticada das peças necessárias às
autoridades ou aos administradores a quem
competir aplicar a sanção.
Art. 10. As partes só pagarão custas e pre-
paro a final.

Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias


da publicação da sentença condenatória de
Art. 11. A sentença que, julgando procedente segunda instância, sem que o autor ou terceiro
a ação popular, decretar a invalidade do ato promova a respectiva execução o representan-
impugnado, condenará ao pagamento de te do Ministério Público a promoverá nos 30
perdas e danos os responsáveis pela sua prá- (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave.
tica e os beneficiários dele, ressalvada a ação
regressiva contra os funcionários causadores
de dano, quando incorrerem em culpa.
Art. 17. É sempre permitida às pessoas ou
entidades referidas no art. 1º, ainda que hajam
contestado a ação, promover, em qualquer
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na con- tempo, e no que as beneficiar a execução da
denação dos réus, o pagamento, ao autor, das sentença contra os demais réus.
custas e demais despesas, judiciais e extraju-
diciais, diretamente relacionadas com a ação
e comprovadas, bem como o dos honorários
de advogado. Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa
julgada oponível erga omnes, exceto no caso
de haver sido a ação julgada improcedente
por deficiência de prova; neste caso, qualquer
Art. 13. A sentença que, apreciando o fun- cidadão poderá intentar outra ação com idên-
damento de direito do pedido, julgar a lide tico fundamento, valendo-se de nova prova.
manifestamente temerária, condenará o autor
ao pagamento do décuplo das custas.

Art. 19. A sentença que concluir pela carência


ou pela improcedência da ação está sujeita
Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no ao duplo grau de jurisdição, não produzindo
curso da causa, será indicado na sentença; se efeito senão depois de confirmada pelo tribu-
depender de avaliação ou perícia, será apurado nal; da que julgar a ação procedente caberá
na execução. apelação, com efeito suspensivo.
§ 1º Quando a lesão resultar da falta ou isenção § 1º Das decisões interlocutórias cabe agravo
de qualquer pagamento, a condenação imporá de instrumento.
o pagamento devido, com acréscimo de juros § 2º Das sentenças e decisões proferidas con-
de mora e multa legal ou contratual, se houver. tra o autor da ação e suscetíveis de recurso,
§ 2º Quando a lesão resultar da execução poderá recorrer qualquer cidadão e também
fraudulenta, simulada ou irreal de contratos, o Ministério Público.
a condenação versará sobre a reposição do
débito, com juros de mora.
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 3º Quando o réu condenado perceber dos
cofres públicos, a execução far-se-á por des-
conto em folha até o integral ressarcimento
do dano causado, se assim mais convier ao
interesse público. Art. 20. Para os fins desta lei, consideram-se
§ 4º A parte condenada a restituir bens ou entidades autárquicas:
valores ficará sujeita a sequestro e penhora, a) o serviço estatal descentralizado com per-
desde a prolação da sentença condenatória. sonalidade jurídica, custeado mediante orça-
mento próprio, independente do orçamento
geral;
b) as pessoas jurídicas especialmente insti-
Art. 15. Se, no curso da ação, ficar provada a tuídas por lei, para a execução de serviços
infringência da lei penal ou a prática de falta de interesse público ou social, custeados por

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