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Hoehnea 36(3): 417-429, 3 tab.

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Composição florística e estrutura do componente arbóreo em um


remanescente primário de floresta estacional semidecidual em
Araguari, Minas Gerais, Brasil
Vagner Santiago do Vale 1,3, Ivan Schiavini2, Sérgio de Faria Lopes1, Olavo Custódio Dias Neto1,
Ana Paula de Oliveira1 e André Eduardo Gusson 1

Recebido: 05.11.2008; aceito: 25.06.2009

Abstract - (Floristic composition and structure of the arboreal assemblage in a primary semideciduous seasonal forest in
Araguari, Minas Gerais, Brazil). Seasonal semideciduous forests (FES) assemblage possesses high heterogeneity and
diverses factors contributing to floristic and structural variation of these forests. Thus, it was carried throught the study of
floristic composition and horizontal and vertical structures in a community of a tree FES. The area is located at
coordinates 18°29’28”S and 48°23’45”W. One hectare of area was delimited and was sampled trees with a circunference
1.30 m ≥ 15 cm and estimated the height of individuals. The phytossociological parameters (relatives density, dominance
and frequency) had been calculated. The plots were categorized as the percentage of total gaps and species classified on
the vertical stratum. The analysis enabled the classification of species into successional groups. There was sampled 839
individuals with predominance of understory late secondary species, with little presence of pioneers. Based on the
analysis of the forest of Fazenda da Mata can be classified as a primary stage of conservation.
Key words: Communities ecology, successional groups, vertical stratification

Resumo - (Composição florística e estrutura do componente arbóreo em um remanescente primário de Floresta Estacional
Semidecidual em Araguari, Minas Gerais, Brasil). Florestas estacionais semideciduais (FES) possuem alta
heterogeneidade e diversos são os fatores contribuintes na variação estrutural e florística destas florestas. Assim, foi
realizado o estudo da composição florística e da estrutura, horizontal e vertical, de uma comunidade arbórea de uma FES.
A área se localiza nas coordenadas 18°29’28”S e 48°23’45”W. Demarcou-se um hectare de área, foram amostradas
árvores com circunferência a 1,30 m ≥ 15 cm e estimada a altura dos indivíduos. Calcularam-se os parâmetros
fitossociológicos (densidade, dominância e freqüência relativas). As parcelas foram categorizadas quanto a porcentagem
total de clareiras e as espécies foram classificadas quanto ao estratro vertical ocupado. As análises permitiram a
classificação das espécies em grupos sucessionais. Amostraram-se 839 indivíduos e ocorreu predomínio de espécies
secundárias tardias principalmente no sub-bosque, com pouca presença de pioneiras. Com base nas análises a floresta da
Fazenda da Mata pode ser classificada como uma floresta em estágio primário de conservação.
Palavras-chaves: Ecologia de comunidades, estratificação vertical, grupos sucessionais
mais ameaçadas pela conversão de terras para a
agricultura e pecuária (Silva et al. 2006) e, apesar da
crescente fragmentação, cada remanescente de FES
Introdução
apresenta particularidades históricas e estados de
As florestas estacionais semideciduais (FES) conservação diferentes, refletidos em sua
são formações cuja sazonalidade climática composição florística e estrutural, o que os torna
únicos e eleva a importância da sua conservação
determina a estacionalidade foliar dos indivíduos
para a manutenção da biodiversidade (Santos &
arbóreos, em resposta à deficiência hídrica ou queda
Kinoshita 2003).
de temperatura nos meses frios e secos (Veloso et al.
Análises florísticas e estruturais permitem obter
1991). Poucos são os remanescentes de FES
informações sobre a situação atual dos fragmentos,
preservados (Durigan et al. 2000), os quais foram para se estabelecer estratégias de conservação (Silva
mais amplamente alterados em áreas abrangidas & Soares 2003) e embasar iniciativas de
pelos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul preservação,
e Bahia (Souza et al. 2006). Dadas essas condições,
as FES são uma das fisionomias

1. Pós-graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais, Universidade Federal de Uberlândia 2. Universidade


Federal de Uberlândia, Instituto de Biologia, Uberlândia, Caixa Postal 593, 38400-902 Uberlândia, MG, Brasil 3. Autor para
correspondência: vagnerbiosan@hotmail.com
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conservação e manejo de remanescentes florestais
(Oliveira Filho et al. 1994, Machado et al. 2004).
Entretanto, a grande maioria dos estudos
desenvolvidos em FES no Brasil baseia-se na Martins & Rodrigues 2002), tornando a formação
caracterização da comunidade arbórea com foco de clareiras um mecanismo fundamental para a
somente na estrutura horizontal da vegetação, manutenção da diversidade em florestas tropicais em
levando em consideração apenas os parâmetros áreas com baixa freqüência de distúrbios em grande
fitossociológicos tradicionais e ignorando a escala, como furacões e queimadas (Brokaw 1985,
estrutura vertical das florestas. No entanto, estudos Whitmore 1990).
apontam para o uso diferenciado dos estratos pelos As clareiras representam a possibilidade da
animais que exploram o componente arbóreo em retomada do estágio inicial de sucessão em mosaicos
florestas (Pearson 1971, Clark & Poulsen 2001), dentro das florestas, dependendo do seu tamanho e
remetendo à necessidade de incremento de estudos de suas causas, em constraste com áreas da floresta
da estratificação vertical em florestas tropicais que mantem o dossel mais fechado e sombreado, o
brasileiras. que representariam estágios sucessionais mais
O reconhecimento de estratos em florestas maduros. As espécies que representam cada estágio
tropicais ainda é assunto muito controverso na podem ser distinguidas em grupos sucessionais
literatura, pois as comparações das estruturas entre (Gandolfi et al. 1995), facilitando a compreensão da
as florestas são difíceis. No entanto, é característica sucessão ecológica. No entanto, além de haver
de florestas tropicais a presença de um dossel, espécies capazes de sobreviver e crescer sob
formado por espécies capazes de atingir elevadas gradientes de luminosidade (Popma & Bongers
alturas, e de um sub-bosque, formado por espécies 1991), os critérios utilizados para a definição dos
tolerantes a sombra, de baixa estatura grupos sucessionais são, muitas vezes, confusos ou
(Gourlet-Fleury et al. 2005). Muitos trabalhos de difícil aplicação direta, dada a diversidade e o
buscaram o reconhecimento das camadas verticais contínuo de respostas das diferentes espécies nativas
de comunidades arbóreas em florestas tropicais, aos parâmetros utilizados para classificação. Este
como a elaboração de diagramas de perfil (Richards fato justifica a realização de novos estudos e o
1939, Whitmore 1975). No entanto, esta análise desenvolvimento de novas metodologias para
representa apenas uma pequena fração da área ampliar a compreensão dos processos e padrões
estudada e pouco se pode inferir sobre a grande ecológicos nos sistemas florestais nativos.
maioria das espécies da comunidade arbórea. Assim, o presente trabalho apresenta a
Também há estudos que se utilizaram, da média da composição florística e a estrutura do componente
altura das espécies e seu desvio padrão (Paula et al. arbóreo de um importante remanescente de floresta
2004); porém, a média pouco representa sobre a estacional semidecidual no Triângulo Mineiro,
ocupação vertical da espécie, uma vez que grande buscando atingir aos seguintes objetivos: 1)
parte dos indivíduos de uma dada espécie é introduzir novos conjuntos de dados coletados no
regenerante dos indivíduos maduros. Por isso, é campo que possibilitam uma análise mais fiel da
importante a utilização de metodologias capazes de estrutura fitossociológica, 2) apresentar uma
distinguir ao menos a camada superior, formado por proposta metodológica para análise da estratificação
espécies com maturidade no dossel, e a camada em formações florestais e inferir sobre as diferentes
inferior, formado por espécies com maturidade no estratégias de estabelecimento e ocupação do espaço
sub-bosque da comunidade. Ainda que haja outras pelas espécies arbóreas e 3) buscar, juntos aos dados
camadas entre essas, a distinção dessas duas coletados e as análises realizadas, subsídios para
camadas é útil, pois representam espécies com comprovação sobre o estado primário de
estratégias de sobrevivência distintas quanto à conservação do remanescente estudado.
captação de luz solar e na partição espacial quanto à
oferta de recursos para a fauna nativa. Material e métodos
A luminosidade pode influenciar a composição
e a estrutura de uma comunidade, devido à Área de estudo - O estudo foi realizado na reserva
competição por luz (Harcombe et al. 2002), uma legal da Fazenda da Mata, zona rural do município
vez que há diferentes estratégias de uso deste de Araguari, MG, a cerca de 25 km, em linha reta, a
recurso pelas plantas. Um dos fatores que alteram a noroeste do centro urbano. A reserva ocupa uma área
penetração de luz no interior da floresta é a de cerca de 200 ha e encontra-se localizada em um
formação de clareiras. Diferentes tamanhos de vale do ribeirão Água Fria, encaixado entre encostas
clareiras influenciam a mortalidade e o crescimento íngremes e formando uma base com topografia plano
das espécies de maneiras distintas (Pearson et al. inclinada. As formações florestais da reserva ocupam
2003,
V.S. Vale et al.: Estrutura arbórea de um remanescente primário 419
estacional
três faces do vale e se estendem além do limite legal semidecidual (FES), fora das áreas de transição com
da Fazenda da Mata, constituindo uma área contínua a mata de galeria e com a floresta estacional
de cerca de 500 ha, situada entre as coordenadas decidual. A amostragem foi realizada entre janeiro e
18°29’28” a 18°30’23”S e 48°’22’38” a maio de 2007. Foi demarcado um hectare,
48°23’45”W. A altitude varia de 830 m a 640 m, subdividido em cinco transectos distantes 20 m
caracterizada por um gradiente florestal que segue entre si, cada um com cinco parcelas contíguas de
as variações altitudinais: mata de galeria, 20 ⋅ 20 m, totalizando 25 parcelas. Os transectos
margeando o corpo d’água principal e seus foram orientados a partir da trilha do interior da área
afluentes; floresta estacional decidual, localizada na de estudo, em direção à encosta, mas sem contactar
encosta, em solo raso sobre afloramento rochoso, na a floresta estacional decidual. O vértice inferior
cota acima de 700 m, até a borda do platô, e floresta esquerdo do primeiro transecto está localizado nas
estacional semidecidual, localizada além do limite da coordenadas 18°29’50”S e 48°23’03”W, a uma
planície de inundações periódicas do ribeirão Água altitude de 655 m.
Fria, por um lado, e com um limite menos evidente Em cada parcela foram registrados, amostrados
na encosta, considerado aqui aquela linha onde já e identificados todos os indivíduos arbóreos vivos
não estão presentes os afloramentos rochosos na com CAP (circunferência à altura do peito) ≥ 15 cm.
superfície do solo. Devido à grande extensão e A altura dos indivíduos foi estimada com auxílio de
localização em um vale de difícil acesso, trata-se de podão de coleta de 14 m. Foi calculado o diâmetro
um remanescente em excelente estado de dos indivíduos a partir dos valores de CAP e as
conservação, com sinais claros de formações espécies foram classificadas em famílias de acordo
florestais primárias, como a presença de muitos com o sistema do Angiosperm Phylogeny Group II
indivíduos arbóreos de altura superior a 30 m e (Souza & Lorenzi 2005). Para conferência do nome
diâmetro superior a um metro. das espécies foi utilizado o site w3Tropicos do
A região possui clima Aw Megatérmico, Missouri Botanical Garden, disponível on line
segundo a classificação de Köppen (1948), (http://mobot.mobot.org/ W3T/Search/vast.html). A
caracterizado por apresentar invernos secos e verões identificação das espécies foi feita com a ajuda de
chuvosos, com temperatura média anual de 22 ºC e especialistas e por consulta à coleção do Herbário
índice pluviométrico de aproximadamente 1.600 da Universidade Federal de Uberlândia (HUFU). O
mm/ano (Santos & Assunção 2006). O relevo na material testemunho das espécies foi preparado e
área de estudo apresenta predominância de terrenos depositado no HUFU.
com forte inclinação, com variação de 190 m de Análise de dados fitossociológicos - Os
altitude, desde o ponto mais alto na borda da parâmetros fitossociológicos analisados foram:
floresta estacional decidual, até o ponto mais baixo densidade relativa (DR), dominância relativa (DoR)
do leito do ribeirão. Em visitas exploratórias e freqüências relativa (FR) e absoluta (FA), sendo os
realizadas em todo o remanescente e com base nas três primeiros utilizados na composição do valor de
observações diretas realizadas, os solos da reserva importância (VI) para espécies. Para os cálculos, foi
foram classificados como predominantemente do utilizado o programa FITOPAC SHELL 1.6.4
tipo Neossolos Litólicos, formado por afloramento (Shepherd 2007).
de rochas basálticas e gnaisses, com a ocorrência de As parcelas foram classificadas, no campo, em
neossolos coluviais na base do vale, em terreno categorias de acordo com o tamanho da clareira
plano inclinado, e solos hidromórficos em algumas dentro da parcela. As categorias foram: de 0% -
áreas de inundação permanente, nas margens do 50% (0 - 200 m2), consideradas clareiras pequenas e
ribeirão. No sítio de amostragem foram também
51% - 100% (201 - 400 m2), consideradas clareiras
realizadas 25 coletas de solo em profundidade de 0 -
grandes. Essa categorização seguiu os critérios
20 cm e realizadas análises química no Laboratório
adotados por Martins & Rodrigues (2002) e Pearson
de Análises de Solos do Instituto de Ciências
et al. (2003). Para a classificação foi realizada por
Agrárias da Universidade Federal de Uberlândia
estimativa visual, feita por duas pessoas a partir de
para aferir a fertilidade (resultados não
observações tomadas no centro da parcela. Para
apresentados). Com base nos teores de cátions
comprovar as diferenças entre clareiras grandes e
trocáveis e na porcentagem de saturação de bases o
pequenas foi realizado o teste de Mann-Whitney
solo foi classificado como de alta fertilidade, com
entre cinco parcelas com clareiras grandes e cinco
valores de saturação por bases acima de 70%.
parcelas com clareiras pequenas, aleatoriamente
Levantamento de dados - O sítio de amostragem
sorteadas. Os testes foram feitos para número de
localiza-se em um trecho nuclear da floresta
indivíduos, número de espécies e área basal a fim de
demonstrar se existe ou não diferenças estruturais
entre os dois tipos de parcelas.
420 Hoehnea 36(3): 417-429, 3 tab., 2009 estrato 1 (sub-bosque), estrato 2 (intermediário) e
estrato 3 (dossel). Para determinar a ocupação de
Para as 25 parcelas foram calculados a média, o cada espécie nos estratos foi utilizada a mediana das
desvio padrão, o coeficiente de variação e a alturas e o terceiro quartil. No caso o estrato
amplitude para o número de espécies, a densidade e intermediário foi assim chamado, pois é possível, na
a área basal por parcela. O coeficiente de variação maioria das formações florestais, distingüir um
foi utilizado para aferir a heterogeneidade na dossel e um sub
distribuição dos dados quantitativos – número de bosque bem definidos e a ocorrência de espécies
indivíduos, número de espécies e área basal - no com indivíduos presentes entre esses dois estratos.
conjunto das 25 parcelas (Brower et al. 1998). Para A justificativa para o uso da mediana e quartil na
valores do coeficiente inferiores a 0,20 (ou 20% de classificação da estrutura vertical está baseada em
variação), a amostragem foi considerada cinco fatores: 1) a distribuição de frequência para os
homogênea. Valores maiores do que essa referência dados de altura de indivíduos arbóreos geralmente
indica aumento na heterogeneidade da amostra para apresenta um padrão exponencial negativo e, por
o parâmetro analisado. Os mesmos cálculos foram isso, é necessário o uso de descritores não
realizados em parcelas com clareiras grandes e paramétricos, como a mediana e quartil; 2) os
pequenas. indivíduos posicionados acima do terceiro quartil na
Para cada indivíduo amostrado foi verificada, distribuição de altura para a espécie representam os
em campo, a presença ou ausência de copa de outras maiores indivíduos daquela espécie, correspondente
árvores sobre a sua própria. Quando existia copa de ao estágio reprodutivo (Gourlet-Fleury et al. 2005)
outras árvores sobre o indivíduo, este foi classificado e, por consequência, o real estrato que a espécie
como receptor de luz solar difusa, e em caso pode ocupar e realizar processos como dispersão e
contrário, o indivíduo foi classificado como receptor polinização, que demonstram interações importantes
de luz solar direta. no ecossistema como um todo; 3) a técnica de uso
Estrutura vertical - Como não há um consenso sobre da mediana e quartil envolve não somente dados
a metodologia mais adequada para descrever a sobre parte da comunidade (como ocorre com o
estrutura vertical das comunidades florestais, diagrama de perfil), mas grande parte das espécies
optou-se nesse trabalho por desenvolver uma encontradas na comunidade, o que torna uma
metodologia que fosse adequada para representar a análise mais real da comunidade estudada; 4) o
clara estratificação verificada em campo, sobretudo método se baseia na densidade da espécie, e não no
por se tratar de um fragmento florestal primário. A valor de importância das espécies porque o VI é
análise da estratificação da floresta foi realizada com uma ferramenta importante para se analisar a
base nos dados de altura obtidos para cada espécie, estrutura horizontal, mas, por não levar em
como tentativa de representar a real ocupação consideração a altura das espécies, não é adequado
vertical da espécie na comunidade, ou seja, qual para uso em estudos sobre a estratificação vertical;
estrato a espécie ocupa quando atinge o seu maior 5) o uso da altura máxima pode não representar a
porte na área. Desse modo, foram utilizadas apenas real maturidade dos indivíduos da espécie, pois se
aquelas espécies que apresentaram o mínimo de um indivíduo de uma dada espécie crescer muito
cinco indivíduos amostrados. Esse limite foi acima dos demais, e isso é verificado muitas vezes
estabelecido como tentativa de representar as no campo, o estrato ocupado por aquela espécie
espécies com populações mais abundantes. passa a ser superestimado, e assim o uso do terceiro
Nesse estudo, a classificação dos estratos foi quartil representa, com menor margem de erro, o
feita de acordo com os seguintes critérios e estrato vertical de cada espécie. Grupos sucessionais
intervalos: Estrato 1 (denominado sub-bosque): Q3e - As espécies de cada estrato foram reunidas em
≤ Mc Estrato 2 (denominado estrato intermediário): grupos sucessionais, com base na classificação
Mc < Q3e ≤ Q3c realizada por Gandolfi et al. (1995), acrescida de
Estrato 3 (denominado dossel): Q3e > Q3c quatro critérios: 1) o estrato que a espécie ocupou
Onde: Q3e = terceiro quartil das alturas dos (baseado nos critérios citados para estrutura
indivíduos amostrados da espécie; Mc = mediana das vertical); 2) a porcentagem de indivíduos da espécie
alturas dos indivíduos amostrados da comunidade; classificados como receptores de luz solar direta
Q3c = terceiro quartil das alturas dos indivíduos (baseada na classificação descrita anteriormente); 3)
amostrados da comunidade. freqüência e abundância da espécie em parcelas com
Com base nos critérios acima mencionados, a clareiras grandes (baseado no número de indivíduos
floresta foi segmentada em três estratos verticais: da espécie dentro de parcelas com clareiras,
classificadas
V.S. Vale et al.: Estrutura arbórea de um remanescente primário 421
importância quanto à riqueza de espécies, o mesmo
conforme descrito anteriormente); 4) observações de não se verifica quando se considera o número de
campo (baseada na observações dos autores sobre a indivíduos, o que parece ser uma tendência em
ocorrência das espécies em diferentes condições florestas estacionais semideciduais em estágio
ambientais e de perturbação, tanto na área de estudo, sucessional avançado.
como em outras áreas de FES da região). Devido à alta representatividade de Myrtaceae
Valendo-se dos critérios acima, foram utilizadas e Fabaceae em florestas estacionais semideciduais,
no trabalho as seguintes classificações: A) pioneiras estas famílias são consideradas típicas desta
– espécies presentes em maior abundância em formação florestal (Leitão Filho 1987), uma vez que
parcelas com clareiras grandes (maiores de 200 m2), Myrtaceae é uma família rica e abundante em
com mais de 70% de indivíduos recebendo luz solar florestas da costa atlântica do Brasil (Peixoto &
direta e/ ou espécies cujos indivíduos, quando Gentry 1990) e Fabaceae é importante tanto em
presentes nos estratos inferiores, situavam-se florestas atlânticas como amazônicas (Cabrera &
predominantemente como receptores luz solar Willink 1973). Essa é mais uma evidência da
direta; B) secundárias iniciais – espécies com menos provável junção, no passado, entre as formações
de 70% de indivíduos recebendo luz solar direta, florestais do Triângulo Mineiro e as formações da
presente tanto em parcelas com clareiras pequenas Mata Atlântica da costa do Brasil. A ocorrência de
(menores que 200 m2), quando em clareiras grandes, famílias como Lauraceae e Rutaceae em diversas
com indivíduos em estratos inferiores sem FES (Rodrigues et al. 2003, Machado et al. 2004,
ocorrência preferencial em condições de recepção Silva & Soares 2003, Santos & Kinoshita 2003,
de luz solar difusa ou direta; C) secundárias tardias Paula et al. 2004), mesmo com densidade
– espécies com indivíduos presentes, na sua relativamente baixas neste estudo, confirma a
maioria, em parcelas com clareiras pequenas presença dessas famílias nessas formações florestais
e podem ser consideradas comuns em FES.
(menores que 200 m2), que ocupam os estratos
Estrutura horizontal - Dentre as 10 espécies com
inferiores da vegetação, ou aquelas espécies que
maior valor de importância, Eugenia florida,
atingem o dossel, mas apresentam indivíduos de
Trichilia clausseni e T. catigua apresentaram alta
menor porte sobrevivendo sob luz solar difusa.
densidade (somaram 40,4% do total de indivíduos
amostrados, tabela 1) e também foram as únicas
Resultados e Discussão
espécies amostradas em mais de 70% das parcelas.
Composição florística - Foram amostrados 839 Além destas espécies, apenas Psidium sartorianum,
indivíduos, distribuídos em 79 espécies, 67 gêneros Alchornea glandulosa, Chrysophyllum gonocarpum
e 33 famílias (tabela 1). No total, oito famílias foram e Eugenia involucrata apresentam freqüência
responsáveis por 46 (58,2%) espécies e as com absoluta acima de 50% (tabela 1) e são consideradas
maior riqueza foram Fabaceae (17 spp.), Meliaceae bem distribuídas na comunidade. Algumas espécies
(6 spp.) e Myrtaceae (6 spp.). Apesar de serem as apresentaram elevada dominância relativa, caso de
famílias mais diversificadas em espécies, as famílias P. sartorianum, A. glandulosa, Apuleia leiocarpa,
com maior porcentagem de indivíduos apresentaram Cordia cf. superba e Cariniana estrellensis. Um
variações, com maior representatividade para conjunto de 35 (44,3%) espécies esteve presente
Myrtaceae (27,2%) e Meliaceae (26,5%), seguidas com menos de cinco indivíduos na área amostrada.
por Fabaceae (11,2%). Essas três famílias também Destas, 16 (20,2%) espécies possuem apenas um
foram as únicas presentes em todas as parcelas. indivíduo amostrado (tabela 1). Essas 35 espécies
As famílias mais ricas e abundantes neste estudo somaram apenas 68 indivíduos (8,1% do total).
(Myrtaceae, Meliaceae e Fabaceae) também são Nas florestas tropicais, a maioria das espécies
comumente encontradas em áreas de FES, com alta ocorre em baixa densidade, não sendo incomum que
densidade e riqueza (Ribas et al. 2003, Silva & cinco a 10 espécies representem 50% do valor de
Soares 2003, Silva et al. 2003, Rodrigues et al. importância (Hartshorn 1980). Porém, as espécies
2003, Santos & Kinoshita 2003, Paula et al. 2004, dominantes de uma comunidade arbórea podem
Silva et al. 2004, Espírito-Santo et al. 2002). Um apresentar características diferentes, desde espécies
pequeno número de famílias representou mais da com tronco fino, abundantes no subosque, até
metade das espécies da área de estudo, assim como espécies de grande porte, que compõem o dossel.
foi verificado por Gandolfi et al. (1995) para estas Assim, cada espécie ocupa o espaço horizontal de
formações vegetais. É importante destacar que, forma
embora Fabaceae tenha
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424 Hoehnea 36(3): 417-429, 3 tab., 2009 S florida, Trichilia clausseni, T. catigua, Chrysophyllum
gonocarpum e E. involucrata apresentam altos

diferenciada. Na área de estudo, enquanto Eugenia


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V.S. Vale et al.: Estrutura arbórea de um remanescente primário 425

Tabela 2. Parâmetros estatísticos para as 25 parcelas amostradas em uma floresta estacional semidecidual (Araguari, MG), com
separação entre parcelas com clareiras grandes e parcelas com clareiras pequenas. CV = coeficiente de variação; Cl. Pq = parcelas com
clareiras pequenas (menores que 200 m2); Cl Gr. = parcelas com clareiras grandes (maiores que 200 m2); N° Sp = número de espécies;
Den = densidade; AB = área basal.
Table 2. Statistical parameters for 25 plots sampled in a seasonal forest (Araguari, MG), with separation between plots with large gaps
and plots with small gaps. CV = coefficient of variation; Cl. Pq = plots with small gaps (less than 200 m2); Cl. Gr = Plots with large
gaps (more than 200 m2); N ° Sp = number of species; Den = density; AB = basal area.

Área total Cl. Pq Cl. Gr Cl. Pq Cl. Gr Cl. Pq Cl. Gr


N° Sp Den AB (m ) N° Sp N° Sp Den Den AB (m ) AB (m 2) Média 17,12 33,56 1,07 17,89+ 15,14+ 35,28+
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29,14+ 1,23* 0,65* Desvio padrão 3,87 9,00 0,48 3,77 3,62 8,89 8,27 0,45 0,28 CV 0,23 0,27 0,45 0,21 0,24 0,25 0,28 0,36 0,43

Amplitude 15,00 39,00 1,76 13,00 12,00 34,00 25,00 1,59 0,73 * P < 0,05, + P < 0,1

sob luz direta. São os casos de Nectandra


megapotamica, Miconia
e as parcelas com clareiras grandes (> 50%). Sem a latecrenata, Guazuma ulmifolia e Margaritaria
presença de grandes clareiras, a heterogeneidade nobilis.
espacial é menor, fato comprovado pelo menor valor Ocorrência de indivíduos sob luz direta - Dos 839
para o CV apresentado por parcelas sem grandes indivíduos amostrados, 455 (54%) não estavam sob
clareiras (tabela 2). Mesmo quando calculado para a copa de outros indivíduos. Esses foram, de acordo
todas as parcelas o CV foi considerado elevado, com o critério utilizado, classificados como
sobretudo para área basal (tabela 2). receptores de luz solar direta, pois significa que
Os altos valores para o CV nas parcelas, recebem luz solar direta durante o dia. O restante
principalmente quanto aos valores de área basal, são estava sob a copa de outros indivíduos, sendo
influênciados pelas diferentes características de classificado como indivíduos receptores de luz solar
crescimento das espécies, e pela distribuição indireta (difusa). No entanto, quando esses
desigual pela área amostrada dos indivíduos de resultados são analisados para as espécies, não
grande porte presentes na amostragem. Outro fator houve uma concordância total para os indivíduos de
que colabora para estes elevados valores do CV é a cada espécie. Algumas espécies analisadas (18)
presença de clareiras na área. Clareiras grandes possuíam ao menos 70% dos indivíduos recebendo
causam distúrbios capazes de alterar a estrutura da luz solar direta (tabela 1), o que indica que essas
comunidade (Martins & Rodrigues 2002), geram espécies ocupam sítios mais abertos da comunidade.
heterogeneidade e favorecem a entrada e Outras 19 espécies apresentaram mais de 50% dos
permanência de espécies de baixa densidade, seus indivíduos sob a copa de outras árvores (tabela
dependentes dessas clareiras. 1). O fato de 50% dos indivíduos estarem sob luz
Os valores calculados para o CV indicam que a difusa demonstra a capacidade da espécie em se
estrutura da vegetação não é homogênea, mesmo estabelecer mesmo quando na sombra de outras
onde o dossel parece ser contínuo. Pequenas árvores. Com base nesta análise, foi possível
aberturas deixadas por galhos quebrados e queda de classificar as espécies quanto à ocorrência
árvores de médio e pequeno porte são suficientes predominante sob condições luz direta ou difusa,
para a formação de novos sítios, com novas utilizado como critério complementar na definição
condições de luminosidade. Estes distúrbios são dos grupos sucessionais.
moderados e aumentam a heterogeneidade Estrutura vertical - As espécies utilizadas para o
ambiental, maximizando as chances de mais estudo da estrutura vertical representam, somadas,
espécies ocuparem a área (Hartshorn 1980). Esta 88,6 % do valor de importância da comunidade, isto
pode ser a explicação para que espécies quase significa que quase 90 % da comunidade foi
sempre encontradas nos estratos inferiores da representada na classificação da estrutural vertical
vegetação estejam presentes, em maior abundância,
feita neste estudo, tornando o método mais eficaz do
que o uso do perfil. A
426 Hoehnea 36(3): 417-429, 3 tab., 2009 O dossel apresenta uma baixa densidade de
indivíduos em relação ao sub-bosque (tabela 3),
mediana das alturas dos indivíduos da comunidade porém, com maior valor para área basal, pois é
foi de 9 m e o terceiro quartil foi 13 m. Assim, de representado por espécies com indivíduos de grande
acordo com a metodologia utilizada, porte. Estas espécies também possuem indivíduos no
identificaram-se os seguintes estratos: estrato 3 (E3 E2 e no E1, o que constituem indivíduos
- dossel), representado pelas espécies cujo terceiro regenerantes destas espécies, cujos adultos
quartil foi superior a 13; estrato 2 (E2 - estrato alcançam o estrato superior.
intermediário), cujo terceiro quartil atingiu valores Estrato Intermediário (E2): Este estrato pode
entre 9 m e 13 m e o estrato 1 (E1 - sub-bosque), indicar uma grande variedade de estratégias e um
com espécies cujo terceiro quartil não foi superior à contínuo de ocupação espacial entre o dossel e o sub
mediana das alturas dos indivíduos da comunidade bosque. Por isso, é aqui discutido como um conjunto
(9 m). Ao todo, 20 espécies foram classificadas de camadas menos iluminadas e mais baixas do que
como pertencentes ao E3, 11 ao E2 e 13 ao E1 o dossel e mais iluminadas e mais altas do que o sub
(tabela 3). bosque. Das 11 espécies presentes em E2, destaca-se
Dossel (E3): Das 20 espécies de dossel, 14 a presença de espécies com grande densidade na
foram consideradas típicas de luz direta (tabela 1), área: Eugenia florida e Trichilia catigua. Ainda
pois mais de 70% dos indivíduos de cada espécie assim, este não foi o estrato com maior dendidade
não estavam abaixo da copa de outros indivíduos. na área de estudo (tabela 3), uma vez que a maioria
No entanto, duas das seis espécies restantes das espécies capazes de atingir este estrato possui
apresentaram pelo menos 50% dos seus indivíduos grande parte dos indivíduos regenerantes no
sob a copa de outras árvores. Assim, estas duas sub-bosque. Esta é a única camada da vegetação
espécies (Metrodorea stipularis e Quararibea com maioria de indivíduos classificados como
turbinata) tanto são capazes de sobreviver e crescer secundários iniciais (tabela 3). Isso provavelmente
sob a sombra, quanto podem atingir o dossel, ocorre porque os estratos entre dossel e sub-bosque
característica atribuída às espécies secundárias representam condições intermediárias quanto á
tardias. Foram encontradas quatro espécies pioneiras luminosidade, nem tão iluminado quanto o dossel,
no dossel e, apesar da maioria das espécies pioneiras nem tão sombreado quanto o sub-bosque. Este fato
não atingirem grandes alturas, há espécies desse é corroborado pela porcentagem de indivíduos na
grupo com grande capacidade de crescimento, que condição de receptores de luz solar difusa ou direta,
podem atingir o dossel da vegetação e lá se em quatro das seis espécies secundárias iniciais do
estabelecerem (Gourlet-Fleury et al. 2005), E2: Inga vera, Eugenia florida, Unonopsis
sobretudo se a entrada dessas pioneiras se deu, no lindimanii e Zanthoxylum riedelianum, espécies com
passado, em áreas que constituíram clareiras antigas, mais de
já totalmente regeneradas.

Tabela 3. Distribuição dos indivíduos e das espécies arbóreas amostrados na floresta estacional semidecidual da Fazenda da Mata
(Araguari, MG) em cada estrato, de acordo com a classificação para os grupos sucessionais. ST = secundárias tardias; SI = secundárias
iniciais; P = pioneiras; Ind. = Indeterminadas.
Table 3. Distribution of individuals and tree species in a seasonal forest of Fazenda da Mata (Araguari, MG) in each stratum, according
to the classification for the successional groups. ST = late secondary; SI = early secondary; P = pioneer; Ind = indeterminate.

N° de Indivíduos (% no estrato) N° de espécies (% no estrato)

Dossel Intermediário Sub-bosque Total Dossel Intermediário Sub-bosque Total ST 70 (39,5%) 68 (40,2%) 242 (57,2%)
381 (49,5%) 8 (40,0%) 4 (36,4%) 6 (46,2%) 18 (40,9%) SI 79 (44,6%) 86 (50,9%) 151 (35,7%) 316 (41,0%) 8 (40,0%) 6 (54,5%) 4
(30,8%) 18 (40,9%) P 28 (15,8%) 14 (8,3%) 26 (6,1%) 68 (8,8%) 4 (20,0%) 1 (9,1%) 2 (15,4%) 7 (15,9%) Ind. 0 (0,0%) 1 (0,6%) 4
(0,9%) 5 (0,6%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (7,7%) 1 (2,3%) Tot 177 (23%) 169 (21,9%) 423 (54,9%) 770 (100%) 20 (45,5%) 11 (25,0%)
13 (29,5%) 44 (100%)

V.S. Vale et al.: Estrutura arbórea de um remanescente primário 427


(Gourlet-Fleury et al. 2005).
50% dos indivíduos sob luz solar direta, mas Um indicativo direto do grau de maturidade da
nenhuma espécie desse estrato chega a possuir mais comunidade estudada é o grande número de espécies
de 70% dos indivíduos recebendo luz solar direta, o e de indivíduos classificados como secundários
que indica a não necessidade de luz solar direta tardios. Áreas mais preservadas apresentam maior
contante por essas espécies. Além disso, o E2 pode densidade de espécies tolerantes à sombra (Toniato
receber sombra das árvores do dossel em & Oliveira Filho 2004) que são encontradas em
determinadas horas do dia. sub-bosque fechado. Este fato confirma não
Sub-bosque (E1): Composto por 13 espécies somente o estágio maduro da vegetação na área de
típicas, este estrato apresenta a maior densidade total estudo, como também o bom estado de conservação
de indivíduos na área de estudo (tabela 3), devido à da área.
presença de um grande número de indivíduos A maior abundância de espécies secundárias
regenerantes de espécies típicas do dossel e das tardias, sobretudo do sub-bosque, aliado à baixa
camadas intermediárias. O sub-bosque é dominado densidade de espécies pioneiras em todos os estratos,
por espécies cujos indivíduos se situam sob a copa sugerem que perturbações naturais sofridas pela
de outras árvores e são tolerantes à sombra, como vegetação, como a abertura de clareiras naturais,
Trichilia clausseni, T. elegans, Ardisia ambigua, não são suficientes para causar grandes variações na
Chrysophyllum gonocarpum e Eugenia involucrata. estrutura geral da comunidade arbórea. Apesar das
A presença de espécies capazes sobreviver e atingir parcelas apresentarem diferenças quanto a presença
a maturidade no sub-bosque é um indicativo de de clareiras grandes, a similaridade florística em
espécies secundárias tardias, classificação utilizada áreas com pequenas clareiras é fortemente
para as espécies desse estrato (tabela 1). A alta influenciada pela vegetação presente antes do
densidade de espécies típicas de sub-bosque pode distúrbio (Martins & Rodrigues 2002), não
ser considerada um indicativo do estágio de alterando significativamente a composição florística
maturidade da comunidade estudada, pois da vegetação.
demonstra um dossel relativamente fechado, capaz Com base nos resultados obtidos e nas análises
de impedir que raios solares diretos atinjam a realizadas, pode-se concluir que foi possível
maioria dos indivíduos do sub-bosque. descrever com maior exatidão a estrutura
Foi notada a presença de duas espécies com fitossociológica da comunidade estudada, uma vez
mais de 70% dos seus indivíduos recebendo luz solar que a inclusão de informações sobre a demanda de
direta no sub-bosque: Urera baccifera e Miconia luz de cada espécie, a classificação em grupos
latecrenata, indicando que mesmo no E1, devido a sucessionais utilizando-se de critérios ampliados e a
presença de clareiras, há insolação direta para classificação das unidades amostrais quanto à
espécies pioneiras e/ou demandantes de luz e de presença de clareiras de diferentes tamanhos
pequeno porte. permitiram um reconhecimento mais fiel sobre a
Grupos sucessionais - A classificação em grupos ocupação do espaço na comunidade, por parte de
sucessionais demonstrou baixa presença de espécies cada espécie analisada. A metodologia de análise
e indivíduos no grupo das pioneiras, com maior sobre a estrutura vertical aqui introduzida buscou
ocorrência de espécies secundárias iniciais e tardias acrescentar elementos importantes para a
(tabela 3). Quanto à abundância, houve um classificação dos distintos estratos ocupados por
predomínio de indivíduos no sub-bosque da conjuntos diferenciais de espécies e enriqueceu a
comunidade (tabela 3). No total houve maior compreensão sobre a organização do componente
abundância de espécies secundárias tardias, arbóreo no âmbito da comunidade estudada. As
sobretudo no sub-bosque. As espécies secundárias diversas formas de análise contribuíram para
iniciais foram menos abundantes que as secundárias reforçar, com base em dados empíricos, a impressão
tardias e foram proporcionalmente mais subjetiva de que o remanescente estudado
representativas nas camadas intermediárias da representa, de fato, uma formação florestal em
comunidade (E2 - tabela 3). As espécies pioneiras estado primário de conservação e em estágio
foram menos abundantes nos três estratos, o que sucessional avançado.
indica que a área não sofre grandes perturções e
apresenta atualmente um bom grau de conservação. Literatura citada
As pioneiras foram proporcionalmente mais
representativas no dossel da vegetação, com Brokaw N.V.L. 1985. Treefalls, regrowth, and
community structure in tropical forests. In: S.T.A.
aproximadamente 15,8 % dos indivíduos desse
Pickett & P.S. White (eds.). The ecology of natural
estrato (tabela 3), demonstrando que algumas disturbance and Patch dynamics. Academic Press,
podem atingir as camadas mais altas da comunidade New York, pp. 53-69.
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