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Resumo – capítulo 09 – Direito Ambiental

Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

1. Impacto Ambiental (art. 1º da Resolução CONAMA 01/86): “é impacto ambiental


toda alteração no meio ambiente provocada exclusivamente pela conduta ou atividade
humana, atingindo direta ou indiretamente a saúde, a segurança e o bem-estar da
população, atividades socioeconômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do
meio ambiente ou a qualidade dos recursos ambientais”. 2
2. Estudo de impacto ambiental
2.1. Conceito: consiste em um documento técnico com o fim de subsidiar a concessão
da licença ambiental dos empreendimentos que efetiva ou potencialmente são capazes
de causar degradação ambiental.
OBS1: A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente - Lei n° 6.938/81, em seu art. 9°,
III, incluiu o Estudo de Impacto Ambiental entre os instrumentos de avaliação de
impactos ambientais.
OBS2: Como instrumento de proteção ambiental, o Estudo Prévio de Impacto
Ambiental ingressou no ordenamento jurídico brasileiro pela Lei de Zoneamento
Industrial - Lei n° 6.830/80 que, em seu art. 10, § 3°, exigia um estudo prévio de
impacto ambiental para aprovação das zonas componentes do zoneamento urbano.
2.2. Objeto: se sujeita ao EIA qualquer atividade que provoque ou possa provocar, ou
ainda de que se tenha incerteza com relação à alteração ambiental.
2.3. Princípios do EIA: o Estudo de Impacto Ambiental tem respaldo no princípio da
prevenção e no princípio da precaução. O princípio da prevenção exige a adoção de
medidas efetivas para evitar o dano ambiental, mesmo no caso de haver apenas um
simples risco de danos graves e irreversíveis ao meio ambiente, enquanto o princípio
da precaução vai mais além e pressupõe que a prevenção deve ocorrer também quando
existir dúvida científica acerca do risco do dano ambiental.
2.4. Diretrizes (art. 5º, Resolução 01/86):
Artigo 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender à
legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de
Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes
diretrizes gerais:
I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização
de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do
projeto;
II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais
gerados nas fases de implantação e operação da atividade;
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente
afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto,
considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se
localiza;
IV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e
em implantação na área de influência do projeto, e sua
compatibilidade.
Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto
ambiental o órgão estadual competente, ou o IBAMA ou, quando
couber, o Município, fixará as diretrizes adicionais que, pelas
peculiaridades do projeto e características ambientais da área, forem
julgadas necessárias, inclusive os prazos para conclusão e análise dos
estudos.

- O art. 82 do Decreto n°. 6.514/08 estabelece a imposição de multa caso o estudo de


impacto ambiental apresente informação, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou
parcialmente falso, enganoso ou omisso:

Art. 82. Elaborar ou apresentar informação, estudo, laudo ou relatório


ambiental total ou parcialmente falso, enganoso ou omisso, seja nos
sistemas oficiais de controle, seja no licenciamento, na concessão
florestal ou em qualquer outro procedimento administrativo
ambiental: Multa de R$ i.500,00 (mil e quinhentos reais) a RS
i.000.000,00 (um milhão de reais).

2.5. Atividades sujeitas (art. 2º, Resolução 01/86):

A Resolução n. 01/86 do CONAMA elencou um rol exemplificativo de atividades e


obras que necessitam do estudo de impacto ambiental:

Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e


respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem
submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA e
em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do
meio ambiente, tais como:
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
II - Ferrovias;
III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do
Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários
de esgotos sanitários;
VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV;
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais
como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de
saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação,
drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e
embocaduras, transposição de bacias, diques;
VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no
Código de Mineração;
X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos
tóxicos ou perigosos;
XI - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de
energia primária, acima de 10MW;
XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais
(petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool,
hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima
de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em
termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;
XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas
de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos
municipais e estaduais competentes;
XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade
superior a dez toneladas por dia.

2.6. Requisitos de validade do EIA

Além dos requisitos formais - redação do texto em vernáculo, folhas numeradas em


sequência, indicação da fonte das informações, memórias de cálculos dos estudos,
indicação dos softwares porventura utilizados no estudo e modelos matemáticos –
existem os requisitos materiais, como a realização de diagnóstico ambiental, a análise
dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, o estabelecimento das
medidas mitigadoras para os impactos e negativos identificados, bem como a elaboração
do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos.

3. O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)

O RIMA, enquanto resultado do EIA, deve ser apresentado com uma linguagem clara e
acessível ao público em geral; embora reflita as conclusões técnicas do EIA, tem o
objetivo de fazer com que os termos técnicos admissíveis no EIA, sejam acessíveis a
quem quer que seja, e, caso possível, ilustrada por mapas, cartas, quadros, gráficos e
demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e
desvantagens do projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua
implementação.

Conforme o art. 10 da Resolução do CONAMA 01/86 "o órgão estadual competente,


ou o IBAMA ou, quando couber, o Município terá um prazo para se manifestar de
forma conclusiva sobre o RIMA apresentado”. O parágrafo único deste artigo não fixa o
prazo para a manifestação do órgão ambiental competente para manifestação sobre o
RIMA, mas este inicia-se a partir da data do recebimento pelo órgão ambiental.

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