A civilização egípcia é tão longínqua quanto a mesopotâmica.
Trata-se de um processo de desenvolvimento simultâneo, inclusive com alguma
troca de experiência.
Guarda também relações em comum, como o processo de
assentamento em vales férteis de rios. No caso do Egito, toda sua civilização se desenvolveu ao longo do Rio Nilo.
O Templo de Abu Simbel representa a última fase da civilização e,
sem dúvida, um dos mais grandiosos empreendimentos de toda a civilização egípcia.
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Ramsés II foi um dos grandes faraós do Egito. Durante seu reinado, tentou expandir as fronteiras do império, registrando seus feitos em monumentos e templos que construiu. Segundo o egiptólogo John Ray, “ele é o faraó mais famoso, e não existem dúvidas de que fez com que isso acontecesse”.
Dos diversos templos que construiu, Abu Simbel é um dos mais
famosos e imponentes. Suas paredes registram imagens de batalhas travadas pelo faraó, e as estátuas que existem no local mostram o rosto do próprio Ramsés II no corpo de diferentes deuses, reforçando sua posição de governante enviado pelos deuses.
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Abul Simbel – Templo de Ramsés II
Os templos foram construídos por ordem do faraó Ramsés II no
século XIII a.C. durante a XIX dinastia. A construção começou a cerca de 1 284 a.C. e terminou aproximadamente vinte anos mais tarde.
Quando Ramsés II ordenou a construção de Abu Simbel, queria
deixar claro às demais sociedades antigas a superioridade do Egito e ofuscar os conflitos gerados após a imposição do antecessor faraó Akhenaton de cultuar apenas o deus Aton – dando origem ao monoteísmo.
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Com a passagem do tempo, os templos ficaram cobertos de areia o que provocou o seu esquecimento até que, em 1813 foram descobertos por europeus.
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Corte esquemático indicando a estrutura do templo.
Como todo templo egípcio, na medida em que se caminha para
dentro os espaços vão se tornando cada vez mais restritivo. O pé-direito fica cada vez mais baixo na medida em que se adentra e se torna cada vez mais intimista reservado aos deus.
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Na década de 1960, o Egito resolver construir a represe de Assuan. Houve uma grande preocupação internacional quando foi decidido construir uma grande barragem o que inundaria o vale no qual se encontravam alguns tesouros da Antiguidade, entre eles os templos de Abul-Simbel.
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Maquete mostrando os dois templos de Abul Simbel. A esquerda está o templo de Ramsés II e à direita de sua esposa favorita Nefertari.
A maquete mostra a posição original que hoje está debaixo do Lago
Nasser e a nova posição mais acima.
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A construção de uma represa faria com que a área original do templo de Abu Simbel fosse inundada pelo Nilo, por isso foi realizado um incrível trabalho de movimentação do monumento. A decisão sobre a criação de um lago artificial aconteceu no início dos anos 1960, para em 1968 todo o templo ser deslocado para uma região que ficava 64 metros acima da original e distante 180 metros, o suficiente para fugir do alagamento.
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Os templos de Abul Simbel no sul do Egito em uma região denominada de Núbia. À esquerda e mais ao fundo o maior deles, dedicado a Ramsés II e o da direita menor dedicada a Nefertari.
Abu Simbel é composto por dois templos, construídos dentro de
uma montanha. O maior apresenta em sua entrada quatro estátuas de Ramsés II (1303-1213 a.C.), faraó responsável por sua construção, cada uma com 21 metros de altura. A porta de acesso foi construída de tal maneira que, todo ano em 22 de fevereiro e outubro, a luz do sol entra no templo e ilumina totalmente três estátuas sentadas em um banco, uma delas representando o próprio faraó.