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Direito Administrativo

Caso n.º 7

O Director-Geral das Pescas decide exarar o seguinte despacho:

a) Delego as minhas competências de licenciamento de actividades piscatórias em


alto mar no Director de Serviços dos Recursos piscatórios;
b) Delego ainda as minhas competências de cobrança de taxas devidas pela apanha
do carapau no referido Director de Serviços;
c) Comprometo-me a não revogar os actos administrativos praticados ao abrigo
desta delegação de competências.

Dias mais tarde, a empresa PESCANORTE viu ser-lhe recusada, pelo Chefe de Divisão
de pesca em alto mar, ao abrigo de uma subdelegação de competências a que não fez
menção, a concessão de licença que tinha requerido para pesca em alto mar, com o
fundamento de que não preenchia os requisitos para exercer a actividade pretendida.
Para além disso, decidiu ainda revogar a licença anterior que tinha sido atribuída à
PESCANORTE, cujo prazo só terminava dali a dois meses.

No entanto, o Director-Geral, a pedido do seu irmão, sócio da empresa em causa, decide


conceder a licença requerida pela PESCANORTE.

Tendo tomado conhecimento desta situação, o Ministro da Agricultura decide revogar a


licença concedida e exonerar o Director-Geral. Não obstante, o Chefe de Divisão de
Pesca em alto mar continua sucessivamente a indeferir os requerimentos de licenças que
lhe são dirigidos.

1) Aprecie a validade do despacho de delegação de competências do Director-


Geral das Pescas;
O director Geral das pescas ao delegar a competência no Director de Serviços dos
Recursos piscatórios, está a delegar em um agente da mesma pessoa colectiva de
acordo com o art.º 44º/1 do dec-lei 44/2015 de 7 de Janeiro;
Definição de agente: “aquele que, a qualquer título, exerça funções públicas ao
serviço da pessoa colectiva em regime de subordinação jurídica, art.º 44º/2 mesmo
diploma;
Requisitos do acto de delegação art.º 47º dec. Lei 4/2005 de 7 de Janeiro:
- Deve o órgão delegante ou subdelegante especificar os poderes que são delegados
ou subdelegados ou os actos que o delegado ou subdelegado pode praticar, bem
como mencionar a norma atributiva do poder delegado e aquela que habilita o órgão
a delegar,
- Os actos de delegação ou subdelegação de poderes estão sujeitos a publicação, nos
termos do art.º 159º
Aula:
Um serviço do ministério que estão inseridos na pessoa colectiva publica Estado
administração
A delegação de poderes é um órgão que é competente para a prática de um acto, com
base na lei, vai permitir que outro órgão também permite a sua execução, princípio da
legalidade.
Temos uma desconcentração de poderes
Neste caso nada nos diz que existe uma lei habilitante
Os intervenientes têm uma relação hierárquica, e por este tipo de relação muda alguma
coisa na problemática da delegação de poderes? No art.º 44º/3 existe um desvio da
necessidade de lei expressa, esta artigo habilita a subdelegação de poderes com lei
habilitante, mas se estivermos no âmbito mencionado no artigo não precisa de lei
expressa, mas apenas de administração ordinária.
A doutrina não é clara na distinção da administração ordinária da extraordinária
existindo duas correntes: o que interessa é que inovem na ordem jurídica que exigam
uma avaliação, seriam estes actos extraordinários, mas se foram repetitivos de execução
secundários serão ordinários.
Neste caso estaríamos perante uma acção que tem que ser valorada, ou seja, um acto de
administração extraordinária, já o acto de cobrança de uma taxa não é algo decidido
casuisticamente está discriminado legalmente que é um acto meramente de execução
pelo que será um acto de execução ordinário.
O director podia delegar a segunda competência, mas não a primeira competência.

2) Pronuncie-se sobre a validade dos actos praticados pelo Chefe de Divisão de


pesca em alto mar;
O Chefe de divisão ao recusar a licença, sem menção da subdelegação, o acto é
válido, no entanto os interessados não podem ser prejudicados no exercício dos seus
direitos pelo desconhecimento da existência da delegação; art.º 48º/2 CPA
Após a demissão Director-Geral das Pescas extingue-se a a delegação e
subdelegação de poderes art.º 50 CPA.

Aula:
Temos uma subdelegação, não existe uma autorização do delegado art.º 46º, no caso
não existe.
Caso o chefe de divisão se volta-se a subdelegar não pode fazê-lo

3) Poderia o Director-Geral das pescas conceder a licença?


A competência do Director Geral é irrenunciável art.º 36º dec. Lei 4/2015, de 7
de Janeiro, no entanto o mesmo ao atribuir a licença à empresa do seu irmão não
poderia fazê-lo art.º 69º/1b CPA

4) Poderia o Ministro adoptar os actos em causa?

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