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Escola Secundária Antero de Quental

A GEOMETRIA DESCRITIVA

Professor: José Artur Cabral

Trabalho Realizado por:

Mariana Ivens Brandão


Índice
- Introdução………………………………………………………………………….. 2

- A Geometria………………………………………………………………………….3

- A Geometria Descritiva………………………………………………………….......4

- A Importância da Geometria Descritiva……………………………………………5

- Gaspard Monge……………………………………………………………………...6

- Sistemas de Projecção Ortogonal…………………………………………………..7

 Sistema de Dupla Projecção Ortogonal…………………………….7 e 8


 Sistema de Tripla Projecção Ortogonal………………………………8
 Sistema de Múltipla Projecção Ortogonal……………………….......8
o Método Europeu……………………………………………….9
o Método Americano……………………………………………10

- Conclusão……………………………………………………………………………..11

- Bibliografia……………………………………………………………………………12
Introdução

O Ensino da Geometria Descritiva, dentro dos cursos das Artes Visuais, tem o
intuito de desenvolver a habilidade espacial dos alunos e, consequentemente,
exercitar o hemisfério direito do cérebro. Mas, se pensarmos bem não é necessário
ir para um curso de Artes Visuais para detectarmos a importância da Geometria
Descritiva.

Quando vamos ao cinema, quando vemos imagens na televisão, quando


folheamos uma revista, ou um livro com gravuras, não nos preocupamos com a
natureza das imagens que estamos a ver. As figuras são planas, mas os objectos que
se apresentam diante de nós, têm na realidade três dimensões. Isto parece-nos tão
natural que nem pensamos na relação entre a tridimensionalidade e a
bidimensionalidade. Assim, a ideia da geometria descritiva é notável e elegante pela
sua simplicidade e neste trabalho irei falar de um pouco mais sobre a Geometria e a
História que existe a volta desta ciência.
A Geometria
O nome Geometria em grego significa medida da terra.

(geos = terra; metron = medida)

Os conhecimentos geométricos começaram a ser utilizados há muitos


séculos antes de Cristo. Estes conhecimentos foram principalmente desenvolvidos
por egípcios e gregos. A geometria foi criada para lidarmos e compreendermos
formas da natureza e até do universo. Esta é uma parte da matemática que nasceu
das necessidades e das observações do Homem e lida com as propriedades do
espaço.

A ideia da geometria começou a ser utilizada no Egipto devido às cheias do


rio Nilo que inundavam todos os campos de plantação destruindo completamente
as cercas e alagando as plantações. Quando as águas voltavam ao seu normal, a
população tinha que delimitar novamente as terras e aí começaram a utilizar
técnicas baseando-se em registos das cheias passadas, descobrindo várias
propriedades da geometria. As provas mais antigas do conhecimento da geometria
no Egipto são as construções das pirâmides e dos templos mas foram contudo os
gregos que começaram a estudar a geometria usando um raciocínio lógico. Estes
acreditavam que existiam cinco corpos elementares, o fogo, o ar, a água, a terra e o
cosmo e relacionavam esses cinco corpos elementares com cinco sólidos: o
tetraedro ao fogo, o hexaedro à terra, o octaedro ao ar, o icosaedro à água e o
dodecaedro ao cosmo. Platão e os seus seguidores estudaram esses sólidos até à
exaustão e permitiram que todos chegássemos e aprendêssemos aos
conhecimentos de hoje.

Dentro da geometria existem três diferentes áreas, a Geometria Plana, a


Geometria Espacial e a Geometria Descritiva, a qual irei falar mais
aprofundadamente. A Geometria Plana é aquela que usamos para medir terras, para
fazer as plantas de casas, prédios, monumentos, calcular distâncias e áreas. A
Geometria Espacial é responsável pelo cálculo do volume de sólidos geométricos
como prismas, pirâmides, cones, cilindros ou esferas e também pelos estudos das
estruturas das figuras espaciais. A Geometria Descritiva é responsável por
representar formas tridimensionais (os sólidos) em planos bidimensionais.
A Geometria Descritiva
A Geometria Descritiva surgiu no século XVIII e é um ramo da Matemática
que tem como objectivo representar no plano as figuras do espaço, ou seja,
representar objectos de três dimensões num plano bidimensional. Esta ajuda-nos a
perceber o que nos rodeia resolvendo problemas como: construção de vistas,
obtenção das verdadeiras grandezas de cada face do objecto através de métodos
descritivos e também a construção de protótipos do objecto representado.

Gaspar Monge, criador da Geometria Descritiva, definiu-a como tendo "por


fim representar sobre um plano as figuras do espaço, de modo a poder resolver, com o
auxílio da Geometria Plana, os problemas em que se consideram as três dimensões",
não sendo esta mais do que um sistema de dupla projecção ortogonal.

É preciso apenas esclarecer que Geometria Descritiva e Desenho Técnico não


são a mesma coisa. A Geometria Descritiva é a ciência e o Desenho Técnico é a
técnica, ou seja, à Geometria Descritiva cabe resolver os problemas de difícil
visualização e perceber como o vamos aplicar, ao Desenho Técnico cabe aplicá-los e
construir no papel aquilo que visualizamos.
A Importância da Geometria Descritiva
A geometria descritiva é muito importante do ponto de vista tecnológico. O
esquema de Monge, usando a representação de sólidos em superfícies planas por
meio de projecções que nos mostram as verdadeiras grandezas, (as projecções
horizontais e frontais) facilita a visualização dos objectos no espaço.

Por exemplo, se quisermos fazer um corte numa superfície metálica, é bem


mais fácil respeitarmos o método ensinado por Monge (Sistema de Dupla Projecção
Ortogonal) do que tentarmos fazê-lo baseando-nos num simples desenho ou numa
simples imagem que nos aparece na mente. Se nos basearmos no que apenas
vemos, esse suposto corte irá ter com certeza erros, ao contrário do que iria
acontecer se utilizássemos o método de Monge. Logo, através da geometria
descritiva não existem erros, toda a informação que o emissor quer transmitir está
no papel e quando o receptor vê a informação não lhe escapa nada, o que faz com
que não haja desperdícios e que a indústria se desenvolva muito devido à
construção rigorosa das máquinas.
Gaspard Monge

Gaspard Monge, acima referido, nasceu em 1746 e faleceu em 1818 com 72


anos. Monge foi um grande matemático que criou uma nova “ciência”, Método de
Monge ou Sistema de Dupla Projecção Ortogonal, que se baseava na representação
de formas tridimensionais em planos bidimensionais. Esta descoberta só foi possível
porque no final do século XVIII o Exército Francês já tinha métodos de cálculo para
determinar as melhores posições para escapar às invasões inimigas mas esses
cálculos eram muito complicados e é aí que entra Monge. Ele inventou uma técnica
bem mais simples para fazer a mesma coisa. Como estavam todos tão habituados a
cálculos tão complicados só vieram dar valor à invenção de Monge mais tarde. Após
ter feito um mapa de manobras militares, foi convidado a ingressar na escola militar
onde desenvolveu e aperfeiçoou a sua técnica para que nenhum inimigo
conseguisse invadir o país. Ao perceberem o quão genial o novo método era, os
militares mantiveram-no em segredo por 15 anos, ensinando-o apenas a futuros
engenheiros militares. Em 1794, em plena Revolução Francesa, Monge finalmente
divulgou a sua invenção em escolas civis de Paris, ocupando um lugar definitivo na
História da Geometria Descritiva e, por conseguinte, no desenho técnico e na
construção mecânica. Monge representou um verdadeiro achado pois pegou numa
parede e num chão e transformou-os em planos onde se passaram a projectar
objectos de infinitos tamanhos. Foi assim que a parede e o chão passaram a definir
espaços que ficaram conhecidos como quadrantes e hoje em dia como diedros.
Sistemas de Projecção Ortogonal

Os Sistemas de Projecção Ortogonais são conjuntos de regras que


identificam no espaço um determinado número de referenciais e que permitem a
representação de um determinado número de projecções.

Todos os sistemas de projecções ortogonais têm na sua constituição:

 Objecto;
 Plano de projecção;
 Centro de projecção situado no infinito;
 Rectas projectantes paralelas entre sí e ortogonais aos plano de
projecção.

São as diversas relações entre estes 4 elementos que nos permitem dizer que
estamos perante um sistema de dupla, tripla ou múltipla projecção ortogonal.

Sistema de Dupla Projecção Ortogonal

Como já foi referido, Gaspar Monge criou o Sistema de Dupla Projecção


Ortogonal e este baseia-se em dois planos, um horizontal e outro vertical que se
intersectam no espaço na perpendicular. A intersecção destes dois planos
denominados de Plano Frontal de Projecção (φ) e de Plano Horizontal de Projecção
(ν) formam uma recta e no papel uma linha à qual, hoje em dia, se dá o nome de
eixo x. Estes planos dividem o espaço em 4 partes às quais denominamos de
diedros, numerados, no exemplo que se segue, ao contrário do sentido do ponteiro
do relógio.

Plano Frontal de Projecção

1º Diedro

2º Diedro Eixo x

3º Diedro Plano Horizontal de Projecção

4º Diedro

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Este método de representação facilita a execução dos traçados e faz com
que estes sejam mais rigorosos na resolução de problemas no espaço. Apesar disso,
é mais difícil ver as imagens na nossa cabeça e por vezes pode-se revelar
insuficiente apenas termos dois planos de projecção, mas no geral, é o sistema mais
utilizado.

Sistema de Tripla Projecção Ortogonal

Após Monge ter sistematizado a Geometria Descritiva, Gino Loria


desenvolveu um sistema que continha um terceiro plano de projecção,
perpendicular aos planos horizontal e frontal ao qual chamou de Plano Lateral ( π)
(um plano de perfil) para uma melhor localização dos objectos no espaço. O Plano
Lateral fornecerá uma terceira projecção do objecto.

Sistema de Múltipla Projecção Ortogonal

Para além do sistema de dupla projecção e o de tripla projecção, o que


utilizamos mais é a projecção hexaédrica, com 6 planos de projecção. O Sistema de
Múltipla Projecção Ortogonal consiste na adição de quatro planos de projecção aos
frontal e horizontal que já conhecemos. O conjunto dos 6 planos de projecção
envolvem o objecto por completo formando um paralelepipedo ou um cubo. Se
pensarmos bem, conseguimos concluir que o máximo de projecções que podemos
representar são 6 pois são as 6 diferentes posições que o desenhador pode estar
em relação ao objecto. Estas projecções são em geral designadas por vistas e temos
dois métodos de projecção dentro do Sistema de Múltipla Projecção Ortogonal,
Método Europeu e Método Americano. A principal diferença entre os dois métodos
de projecção é a relação entre o observador, o objecto e os planos de projecção.
Método Europeu

No Método Europeu temos que visualizar tudo ao contrário. Por exemplo:


quando estamos a representar e falamos da vista da esquerda, temos na verdade de
desenhá-la do lado direito e quando falamos da face superior temos que desenhá-la
na parte inferior do papel e assim sucessivamente. Isto só acontece porque as
resctas projectantes intersectam o objecto e projectam-se no plano oposto ao do
objecto. Assim as vistas designam-se da seguinte maneira:

 Vista frontal – representamos no centro;


 Vista de cima – representamos por baixo da vista frontal;
 Vista da esquerda – representamos do lado direito da vista frontal;
 Vista da direita – representamos do lado esquerdo da vista frontal;
 Vista de baixo – representamos por cima da vista frontal;
 Vista posterior – representamos do lado direito da vista da esquerda.
Método Americano

No Método Americano quando estamos a representar as faces dos objectos,


representamo-las tal como elas se encontram, ou seja, a vista da direita representa-
se na direita e a vista da esquerda na esquerda. Isto acontece porque as rectas
projectantes têm origem no objecto e dirigem-se para o plano mais próximo. Assim,
as nossas vistas designam-se como:

- Vista de frente ou alçado – representamos no centro;


- Vista de cima ou planta superior – representamos em cima da vista de frente;
- Vista da esquerda ou perfil esquerdo – representamos à esquerda da vista de
frente;
- Vista da direita ou perfil direito – representamos á direita da vista de frente;
- Vista de baixo ou planta inferior – representamos em baixo da vista de frente;
- Vista de trás ou alçado posterior – representamos na sequência da vista direita ou
da esquerda.
Conclusão
Pelo que pudemos observar, a Geometria é uma ciência que provém da
Matemática, podendo dividir-se em três áreas das quais aprofundei a Geometria
Descritiva, uma vez que é a disciplina que estou a estudar neste momento e porque
é essencial para quem quer seguir Arquitectura, Engenharias ou Design de
Produtos.
Este trabalho tem como principal objectivo estudar as origens da Geometria
Descritiva e a importância desta nos nossos dias. Pretende também dar a conhecer
a sua evolução e mostrar a base do seu raciocínio.
Foi interessante para mim realizá-lo pois permitiu-me aprofundar os meus
conhecimentos sobre o que é e como surgiu a Geometria o que me faz olhar de
maneira diferente para esta ciência no geral.
Bibliografia

Online:
http://descritiva.no.sapo.pt/Monge.htm
http://www.mat.uel.br/geometrica/php/gd_t/gd_3t.php
http://www.mat.uel.br/geometrica/php/gd_t/gd_1t.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Geometria_descritiva
http://www.algosobre.com.br/matematica/geometria-plana.html
http://www.prof2000.pt/users/marinap/ccdi/tpfinal/geometria.htm
http://ncvlemos.sites.uol.com.br/geometria.html
http://orium.homelinux.org/univ/cgi/slides/16%20-%20Projections1011a.pdf
http://prof-kelly-geometria-plana.blogspot.com/2010/03/geometria-plana-
introducao.html
http://pt.scribd.com/doc/31109129/Sistema-da-Dupla-Projeccao
http://sandramat.blogspot.com/2007/05/origem-da-geometria.html

Livros:
SANTA RITA, José Fernando. Geometria Descritiva – A/B. Lisboa 2009: Texto
Editores, LDA.

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