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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Centro de Artes e Comunicação


Arquitetura e Urbanismo

Aluna: Alana Maria de Almeida Silva

ENSAIO ANALÍTICO DE ESTÉTICA

ASCENSION (RED), ANISH KAPOOR, 2010

Recife, novembro de 2021


A partir dos conceitos explorados no curso, empregue o Método Estético esclarecendo a
natureza do objeto ilustrado em termos do Problema da Autonomia da Arte e/ou Problema da
Autonomia do Gênero Artístico.

ASCENSION (RED), ANISH KAPOOR, 2010

Artista indiano de notoriedade mundial, Kapoor iniciou seus estudos na Inglaterra


e teve sua primeira exposição em 1980.Deu seus primeiros passos artísticos na
pintura, mas foi na escultura que o artista encontrou seu talento.Suas obras aguçam
os sentidos por conterem materiais reflexivos e trabalhos que exibem formas
côncavas e convexas. Kapoor emprega cores primárias e pigmentos vibrantes e faz
uso de temas opostos como: claro-escuro; masculino-feminino; entre outros.

O escultor concebeu a mostra Ascension em meados de 2003, com o objetivo de


levar a reflexão sobre a imaterialidade presente nos espaços e na conexão do
ser-humano com o vazio inexplicável das sensações. A palavra Ascension (ou
Ascensão em português), significa: “elevação”; "subida'' e por muitas vezes foi
referida ao movimento de alçada de Jesus aos céus. A referida obra, em muitas de
suas nuances, esculpe uma espécie de coluna de vapor do piso ao teto; sendo
instalada em pontos estratégicos para instigar a reflexão do espectador.

Em Ascension (RED), vale salientar a maestreza do pigmento vermelho, que


oferece um enfoque na branquitude do espaço. Segundo o próprio autor, o tom
vermelho em suas concepções remete ao sangue: elemento inerente a todos os
seres humanos e a Terra: local de morada das distintas sociedades que o planeta
abriga.
ASCENSION , ANISH KAPOOR, 2003

Sobre o conceito de estética, em que se baseia muitas das produções artísticas do


século XVIII e a posteriori, vale salientar a descrição de Baumgarten (1750) que
tenta associar o belo às sensações humanas de acordo com algumas normas
sociais estabelecidas pela nossa espécie.

Esteticamente, a escultura de Kapoor, objetiva, segundo o artista, "o medo da


inconsciência, do vazio", visando a sensação de que a obra foi “importada de outro
mundo”; ratificando a intensidade das reflexões acerca do íntimo humano e sua
conexão com o externo e espiritual.

A arte de Kapoor, tem a pretensão de ser uma escultura que oferece sensações
individuais e caminha pela dualidade de gêneros artísticos, com elementos
pigmentados que remetem a pintura e a construção imaterial que é construída
através da coluna formada pelo vapor. De acordo com BRAGA (2011):”[...] O caráter
fragmentado da realidade reaparece, por meio da forma artística, transfigurado
como uma nova imediaticidade, ou seja, uma unidade sensível de essência e
aparência”; Ou seja para a concepção das reflexões humanas entre espírito e
materialidade, Kapoor utilizou da pintura, da forma escultural da fumaça e da
instalação arquitetônica onde a obra foi intencionalmente posicionada.

Destarte, o artista indiano se destaca mundialmente, pelo apelo às relações


humanas internas, defendendo a interação do espectador com a obra com
experiências sensoriais individuais, mesclando gêneros artísticos e ratificando em
suas instalações a relação entre materialidades opostas.
BIBLIOGRAFIA

BAUMGARTEN, A. G. Estética: a lógica da arte e do poema. Trad. Miriam Sutter


Medeiros. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.

BRAGA, Eduardo. Arte e autonomia: a contribuição decisiva da modernidade.

Blog Pessoal <https://www.edubraga.pro.br/>. São Paulo: Edu Braga, 2011.

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