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Reflexão - de Fato Freud Aborda o Assunto de Ofícios Impossíveis
Reflexão - de Fato Freud Aborda o Assunto de Ofícios Impossíveis
Por esta razão, tanto o político quanto o educador e o analista, perdem sempre o poder e o
controle sobre o impacto de suas palavras, a ponto até mesmo de elas executarem
exatamente o contrário de seus objetivos, sendo assim impossível calcular suas realizações.
Dessa maneira, todo aquele que se aventura em tais ofícios, deve aprender a lidar com a
inevitável frustração. Ser impossível se refere portanto não a negação total da cura, da
educação ou do governo, mas a impossibilidade de se estruturar ou sistematizar tais ofícios, a
ineficácia de métodos padronizados, pois não se pode adestrar o desejo ou o inconsciente de
alguém.
Talvez por isso MONTENEGRO afirme não se tratar de um convite ao suicídio ou uma apologia
ao niilismo, pois Freud está negando apenas a eficiência destes ofícios, não a total nulidade
deles, e assim, afirma ela, ele apenas demonstra sua convicção sobre a necessidade de se
repensar sobre as relações de ambiguidade do inconsciente, quanto ao desejo e o poder.
O impossível não é nada mais de que o sucesso ineficiente, compreensão esta que deve
conduzir o educador, o governante e o analista a refletir sobre o saber, admitindo a falta de
controle sobre o que sua linguagem produz no receptor e reconhecendo as incertezas da
profissão, porém, sem que isso se torne uma justificativa para o descaso ou desespero, pois
conhecendo a singularidade dos indivíduos e a subjetividade do inconsciente, tem-se a
necessidade de curar, educar e governar um a um.