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A soja [Glycine max (L.) Merril] é uma leguminosa rica em proteínas e lipídios, originada da
China e cultivada no Oriente há mais de 5 mil anos. No Brasil, a espécie foi estabelecida a
partir de 1960, e hoje é um dos vegetais de maior interesse no país, que se destaca como
segundo maior produtor, consumidor e exportador mundial, cuja produção é estimada em 58
milhões de toneladas em mais de 21 milhões de hectares plantados na safra de 2008/2009.
Soja transgênica
Principais pragas
A cultura de soja transgênica BRS Favorita RR é atacada por várias espécies de pragas,
destacando-se as lagartas, vaquinhas e percevejos. Dentre as lagartas, a lagarta da soja
Anticarsia gemmatalis e a lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda ocorreram durante todo
o período de amostragem. Verificou-se maior incidência de A. gemmatalis entre o período de
36 a 69 dias após emergência das plantas, com maior população aos 55 dias, durante a
primeira semana de março, com 25 indivíduos/60 metros lineares de plantas. Já S. frugiperda,
apesar de presente em todas as amostragens, 4 indivíduos/60 metros lineares representou sua
maior densidade populacional. A lagarta falsa medideira Pseudoplusia includens foi
observada dos 29 aos 69 dias após a emergência das plantas, durante os meses de fevereiro e
março, não ocorrendo nas demais amostragens (Figura 1).
Figura 1. Ocorrência sazonal de Anticarsia gemmatalis, Spodoptera frugiperda e Pseudoplusia includens em
cultura de soja transgênica, cultivar BRS Favorita RR. Selvíria-MS, 2007.
As vaquinhas das espécies Cerotoma sp., Diabrotica speciosa e Megacelis sp. infestaram a
cultura entre os 29 e 90 dias após sua emergência. Os espécimes do gênero Cerotoma
apresentaram crescimento populacional a partir dos 29 dias após a emergência das plantas,
atingindo maior densidade populacional aos 90 dias, com 25 indivíduos/60 metros lineares. D.
speciosa apresentou um baixo crescimento populacional, não ultrapassando os 6
indivíduos/60 metros lineares ocorridos aos 90 dias após a emergência, enquanto Megacelis
sp. ocorreu de forma irregular durante o período de amostragens com população sempre
inferior a 5 indivíduos/60 metros lineares de plantas (Figura 2).
Figura 2. Ocorrência sazonal de Cerotoma sp., Diabrotica speciosa e Megacelis sp. em cultura de soja
transgênica, cultivar BRS Favorita RR. Selvíria-MS, 2007.
Durante as amostragens também foram contados e identificados na soja os percevejos
fitófagos Nezara viridula, Edessa meditabunda, Euschistus heros e Piezodorus guildinii.
Entre estes, o percevejo asa-preta E. meditabunda e o percevejo-marrom E. heros foram os
mais prevalentes, com maiores populações entre os 69 e 90 dias após a emergência das
plantas, período correspondente à formação das vagens, enchimento dos grãos e maturação
fisiológica. O percevejo verde N. viridula atingiu maior população dos 62 aos 83 dias após
emergência, enquanto o percevejo pequeno P. guildinii apresentou maior densidade
populacional aos 76 dias (Figura 3).
Figura 3. Ocorrência sazonal de Edessa meditabunda, Euschistos heros, Nezara viridula e Piezodorus guildinii
em cultura de soja transgênica, cultivar BRS Favorita RR. Selvíria-MS, 2007.
Inimigos naturais
De maneira geral, dentre as lagartas que atacam a cultura de soja transgênica, cultivar BRS
Favorita RR, Anticarsia gemmatalis foi a mais abundante, atingindo maior população entre os
36 e 90 após a emergência das plantas. Das vaquinhas pragas da soja, Cerotoma sp. foi
observada em maior número dos 62 aos 90 dias da emergência, enquanto entre os percevejos,
Edessa meditabunda foi a espécie mais abundante, com maior população dos 69 aos 90 dias
após emergência das plantas. Por fim, as formigas do gênero Solenopsis e as aranhas foram os
predadores entomófagos que ocorreram em maior densidade durante todo o desenvolvimento
da cultura.