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Aula de laboratório 6 – Ensaio de flexão

em CPs com fibras poliméricas


Ensaio de flexão em CPs com fibras poliméricas (ANBT NBR 12142)

O concreto, assim como outros compósitos cimentícios,


possui excelente resistência à compressão, mas pequena
resistência à flexão, o que é um dos principais fatores para
o aparecimento de fissurações, apesar da utilização de aço
para resistir aos esforços de tração nas zonas tracionadas
dos diversos elementos estruturais de concreto armado.

O concreto reforçado com fibras é um compósito no qual


busca-se melhorar a resistência à flexão e, principalmente,
diminuir a fissuração por meio da adição de fibras de
reforço à mistura.

É possível empregar fibras de diversos materiais nos


compósitos cimentícios, como as fibras de vidro, de aço,
polímeros, carbono, dentre outros.
Ensaio de flexão em CPs com fibras poliméricas (ANBT NBR 12142)

Dentre todas as opções de fibras disponíveis, as fibras


poliméricas são uma das mais baratas e com boa
adaptação ao concreto, devido sua boa ligação com o
cimento Portland, além de não proporcionarem problemas
de saúde aos seres humanos.

Por fim, este tipo de fibra ainda melhora a resistência do


concreto sob altas temperaturas, à medida que este tipo de
fibra se decompõe sob altas temperaturas, gerando vazios
no concreto que podem atuar como barreiras à
transmissão de calor dentro do compósito, visto que o ar
não é um bom condutor de calor.
Ensaio de flexão em CPs com fibras poliméricas (ANBT NBR 12142)

Uma das principais desvantagens da utilização das


fibras nos concretos está relacionada à redução da
trabalhabilidade, evidenciada pelo ensaio slump test.

Apesar disto, outras propriedades do estado fresco são


beneficiadas com a introdução das fibras na mistura.
Pode-se tomar como exemplo a projeção do concreto
fluido para ganhos de produtividade, que é
beneficiada pela melhora das propriedades reológicas
da mistura com a adição de fibras.
Ensaio de flexão em CPs com fibras poliméricas (ANBT NBR 12142)

De forma a melhorar a trabalhabilidade dos concretos


com adição de fibras, limita-se o volume das fibras a
uma faixa de 0,1% a 1% da mistura e adicionar mais
água.

No entanto, em função da adição de água, há redução


da resistência mecânica do concreto. Portanto, em
geral, utiliza-se aditivos plastificantes ou redutores de
água nos concretos com adição de fibras, para
melhorar sua trabalhabilidade sem adição de água.
Ensaio de flexão em CPs com fibras poliméricas (ANBT NBR 12142)

Os benefícios mecânicos da adição de fibras no concreto são


mínimos ou inexistentes no caso de fibras poliméricas e
podem ser maiores no caso da adição de fibras com grande
resistência à tração, como fibras de carbono e de aço. Em
todo caso, a quantidade de fibras deve ser obtida
experimentalmente de forma a maximizar as propriedades do
concreto, pois grandes quantidades podem interferir
negativamente e pequenas quantidades podem não contribuir
em nada no concreto, sendo apenas mais um custo.

Uma das maneiras de se verificar as propriedades de


concretos com adição de fibras é realizar o ensaio de flexão
em vigas. O ensaio é o mesmo realizado para concreto sem
fibras, e será apresentado a seguir, segundo os procedimentos
apresentados na NBR 12142.
Ensaio de flexão em CPs com fibras poliméricas (ANBT NBR 12142)

APARELHAGEM

● Máquina de ensaios

Com capacidade compatível com o ensaio e no


qual a distância entre os apoios e pontos de
aplicação se mantenha constante durante todo o
ensaio.

● Dispositivo de flexão

Deve assegurar a aplicação das cargas


perpendicularmente às faces superior e inferior
do corpo de prova, sem excentricidades.
Ensaio de flexão em CPs com fibras poliméricas (ANBT NBR 12142)

PROCEDIMENTOS

Os CPs prismáticos devem ser moldados conforme as


especificações da NBR 5738.

O ensaio realizado é do tipo ensaio 4 pontos, que impede a


ocorrência de força cortante no centro do CP, ocorrendo nesta zona
flexão pura.

Pelas prescrições da NBR 12142, os CPs prismáticos devem ser


colocados centralizados na máquina de ensaios, com as faces mais
regulares em contato com os apoios (a face rasada na moldagem é a
mais irregular e não deve ser colocada em contato com os apoios).

A carga aplicada deve ser contínua e sem excentricidades, com


aumento de tensão de 0,9 MPa/min até 1,2 MPa/min.
Ensaio de flexão em CPs com fibras poliméricas (ANBT NBR 12142)

RESISTÊNCIA À TRAÇÃO NA FLEXÃO

Após a ruptura de cada CP, deve-se medir, na seção de ruptura, os valores médios de largura (b) e altura
(d) dos CPs, correspondendo à média de no mínimo de 3 medições.

Ruptura no terço médio do CP Ruptura fora do terço médio do CP

𝑭. 𝒍 𝟑. 𝑭. 𝒂
𝒇𝒄𝒕,𝒇 = 𝑴𝑷𝒂 𝒇𝒄𝒕,𝒇 = 𝑴𝑷𝒂
𝒃 𝒙 𝒅𝟐 𝒃 𝒙 𝒅𝟐
Onde: Onde:
𝑓𝑐𝑡,𝑓 = é a resistência à tração na flexão, em MPa; 𝑎 = é a distância média entre a linha de ruptura na face
F = é a força máxima aplicada durante o ensaio, em tracionada e a linha correspondente ao apoio mais
Newtons (N); próximo, em milímetros (mm).
𝑙 = é a dimensão do vão entre os apoios, em milímetros
(mm);
𝑏 = é a largura média do CP, em milímetros (mm);
𝑑 = é a altura média do CP, em milímetros (mm).
Ensaio de flexão em CPs com fibras poliméricas (ANBT NBR 12142)
DADOS DE LABORATÓRIO DE RUPTURA PRISMÁTICOS
Considere que foram realizados ensaios de tração na flexão do tipo 4 pontos, em CPs com e sem adição de fibras. Os CPs
foram moldados com seção quadrada de 100 x 100 mm e comprimento básico de 400 mm. A dimensão entre os apoios é de 300
mm. Os resultados são apresentados a seguir. Os CPs 1, 2, 4 e 5 apresentaram ruptura no terço médio. O CP 3 apresentou
ruptura com a = 97mm. Já no CP 6 verificou-se valor de a = 95mm. Calcular para os seis CP’s suas resistências à tração na
flexão.

CPs sem fibras: CPs com fibras poliméricas:

Largura média Altura média Força alcançada Largura média Altura média Força alcançada
CP (mm) (mm) (N) CP (mm) (mm) (N)
CP 1 100 98 22440 CP 4 100 99 23450
CP 2 101 100 21980 CP 5 102 100 23970
CP 3 100 97 22415 CP 6 100 100 24050
Material de apoio

Ensaio de flexão

Vídeo CPs prismáticos: https://www.youtube.com/watch?v=q3akaN-FAPE

NBR 12142: Concreto – Determinação da resistência à tração na flexão de corpos de prova


prismáticos

Material complementar:
Tese – Compósitos cimentícios reforçados com fibras poliméricas

Link para acesso das normas e material complementar:

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