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Centro Universitário de Patos de Minas

Curso: Agronomia
Turma: 2/Agro
Professor
Aluno/a:
Data: 20 /10 /2021

Atividade Prática Supervisionada -


A nova Califórnia – Lima Barreto

Fragmento

Ninguém sabia donde viera aquele homem. O agente do Correio pudera apenas informar
que acudia ao nome de Raimundo Flamel, pois assim era subscrita a correspondência que recebia. E
era grande. Quase diariamente, o carteiro lá ia a um dos extremos da cidade, onde morava o
desconhecido, sopesando um maço alentado de cartas vindas do mundo inteiro, grossas revistas em
línguas arrevesadas, livros, pacotes...
Quando Fabrício, o pedreiro, voltou de um serviço em casa do novo habitante, todos na
venda perguntaram-lhe que trabalho lhe tinha sido determinado.

- Vou fazer um forno, disse o preto, na sala de jantar.

Imaginem o espanto da pequena cidade de Tubiacanga, ao saber de tão extravagante


construção um forno na sala de jantar! E, pelos dias seguintes, Fabrício pôde contar que vira balões
de vidros, facas sem corte, copos como os da farmácia - um rol de coisas esquisitas a se mostrarem
pelas mesas e prateleiras como utensílios de uma cozinha em que o próprio diabo cozinhasse.

O alarme se fez na vila. Para uns, os mais adiantados, era um fabricante de moeda falsa;
para outros, os crentes e simples, um tipo que tinha parte com o tinhoso.

Chico da Tirana, o carreiro, quando passava em frente da casa do homem misterioso, ao


lado do carro a chiar, e olhava a chaminé da sala de jantar a fumegar, não deixava de persignar-se e
rezar um "credo" em voz baixa; e, não fora a intervenção do farmacêutico, o delegado teria ido dar
um cerco na casa daquele indivíduo suspeito, que inquietava a imaginação de toda uma população.

Tomando em consideração as informações de Fabrício, o boticário Bastos concluíra que o


desconhecido devia ser um sábio, um grande químico, refugiado ali para mais sossegadamente levar
avante os seus trabalhos científicos.

Homem formado e respeitado na cidade, vereador, médico também, porque o doutor


Jerônimo não gostava de receitar e se fizera sócio da farmácia para mais em paz viver, a opinião de
Bastos levou tranquilidade a todas as consciências e fez com que a população cercasse de uma
silenciosa admiração à pessoa do grande químico, que viera habitar a cidade.
De tarde, se o viam a passear pela margem do Tubiacanga, sentando-se aqui e ali, olhando
perdidamente as águas claras do riacho, cismando diante da penetrante melancolia do crepúsculo,
todos se descobriram e não era raro que às "boas noites" acrescentassem "doutor". E tocava muito o
coração daquela gente a profunda simpatia com que ele tratava as crianças, a maneira pela qual as
contemplava, parecendo apiedar-se de que eles tivessem nascido para sofrer e morrer.

Na verdade era de ver-se, sob a doçura suave da tarde, a bondade de Messias com que ele
afagava aquelas crianças pretas, tão lisas de pele e tão tristes de modo, mergulhadas no seu cativeiro
moral, e também as brancas, de pele baça, gretada e áspera, vivendo amparadas na necessária
caquexia dos trópicos.

Por vezes, vinha-lhe vontade de pensar qual a razão de ter Bernardim de Saint-Pierre gasto
toda a sua ternura com Paulo e Virgínia e esquecer-se dos escravos que os cercavam...

Em poucos dias a admiração pelo sábio era quase geral, e não o era unicamente porque
havia alguém que não tinha em grande conta os méritos do novo habitante.

Capitão Pelino, mestre-escola e redator da Gazeta de Tubiacanga, órgão local e filiado ao


partido situacionista embirrava com o sábio.. "Vocês hão de ver, dizia ele, quem é esse tipo... Um
caloteiro, um aventureiro ou talvez um ladrão fugido do Rio."

A sua opinião em nada se baseava, ou antes, baseava-se no seu oculto despeito vendo na
terra um rival para a fama de sábio de que gozava. Não que Pelino fosse químico, longe disso; mas
era sábio, era gramático. Ninguém escrevia em Tubiacanga que não levasse bordoada do Capitão
Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notável lá no Rio, ele não deixava de dizer:
"Não há dúvida! O homem tem talento, mas escreve: "um outro", "de resto"... E contraía os lábios
como se tivesse engolido alguma coisa amarga.

Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o solene Pelino, que corrigia e


emendava as maiores glórias nacionais. Um sábio...

Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero, o Cândido de Figueiredo ou o Castro


Lopes, e de ter passado mais uma vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saía
vagarosamente de casa, muito abotoado no seu paletó de brim mineiro, e encaminhava-se para a
botica do Bastos a dar dois dedos de prosa. Conversar é um modo de dizer, porque era Pelino avaro
de palavras, limitando-se tão somente a ouvir. Quando, porém, dos lábios de alguém escapava a
menor incorreção de linguagem, intervinha e emendava. "Eu asseguro, dizia o agente do correio,
que... " Por aí o mestre-escola intervinha com mansuetude evangélica: "Não diga 'asseguro' Senhor
Bernardes; em português é garanto."

E a conversa continuava depois da emenda, para ser de novo interrompida por uma outra.
Por essas e outras, houve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indiferente, seguro dos
seus deveres, continuava o seu apostolado de vernaculismo. A chegada do sábio veio distraí-lo um
pouco da sua missão. Todo o seu esforço voltava-se agora para combater aquele rival, que surgia
tão inopinadamente.

Foram vãs as suas palavras e a sua eloquência: não só Raimundo Flamel pagava em dias as
suas contas, como era generoso - pai da pobreza - e o farmacêutico vira numa revista de específicos
seu nome citado como químico de valor.
1 Localize e assinale no texto, uma a uma, as retomadas que estabelecem coesão com o referente
aquele homem, apresentado no primeiro parágrafo.

2 Após a localização das retomadas, compare-as e procure constatar o sentido que elas produzem
no trecho lido. Elabore um parágrafo explicitando esse sentido.

O agente do Correio pudera apenas informar que acudia ao nome de Raimundo Flamel.
. Quase diariamente, o carteiro lá ia a um dos extremos da cidade, onde morava o desconhecido.

3 Que sentido tem no fragmento abaixo os operadores de coesão destacados em negrito?

A sua opinião em nada se baseava, ou antes, baseava-se no seu oculto despeito vendo na terra um
rival para a fama de sábio de que gozava. Não que Pelino fosse químico, longe disso; mas era
sábio, era gramático. Ninguém escrevia em Tubiacanga que não levasse bordoada do Capitão
Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notável lá no Rio, ele não deixava de dizer:
"Não há dúvida! O homem tem talento, mas escreve: "um outro", "de resto"... E contraía os lábios
como se tivesse engolido alguma coisa amarga.

Ou antes: Tempo

Não que: contradição

Mas: oposição

Mesmo quando: conclusão

Mas: oposição

NAS QUESTÕES A SEGUIR, FAÇA O QUE SE PEDE.

Questão 04)
As frases abaixo apresentam ou duplo sentido, ou construção estranha. Assinale a única em que
isso NÃO ocorre:

a) Estação Espacial Internacional ajudará a proteger tartarugas gigantes de Galápagos.


b) Prefeitura de SP também quer mandar usuários para avaliação médica contra a sua
vontade.
c) Pesquisas brasileiras testam tratamento de câncer sem efeitos colaterais de
quimioterapia com nanopartículas.
d) Em tom inflamado, apresentador Datena desafia a Globo a processar ao vivo.
e) China se esforça para lidar com Coreia do Norte, que considera caso perdido.

Questão 05)
A maneira como certos textos são escritos pode traduzir efeitos de incoerência, como no exemplo:
“Zélia Cardoso de Mello decidiu amanhã oficializar sua união com Chico Anysio”
(A Tarde, Salvador, 16.09.94). É o que ocorre no trecho abaixo:*

As Forças Armadas brasileiras já estão treinando 3 mil soldados para atuar no Haiti depois da
retirada das tropas americanas. A Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou o envio de
tropas ao Brasil e a mais quatro países, disse ontem o presidente da Guatemala, Ramiro de León.
(O Estado de S. Paulo, 24.09.94)

a) qual o efeito de incoerência presente nesse texto?


Ambiguidade ou incoerência: a ONU solicitou ao Brasil o envio de tropas ou solicitou o
envio de tropas para o Brasil?

b) do ponto de vista sintático, o que provoca esse efeito?


O fato de o objeto indireto "ao Brasil" poder ser entendido como complemento nominal
de "envio".

c) reescreva o trecho, introduzindo apenas as modificações necessárias para resolver o


problema.
solicitou ao Brasil e a mais quatro países o envio de tropas ...

* a não ser que, da canção de Caetano e Gil, se conclua que o Haiti é mesmo aqui…

TEXTO:

Fonte: Autor anônimo – Dados fictícios

Questão 06)
A função da linguagem que predomina neste texto publicitário é:
a) Referencial
b) Apelativa
c) Poética
d) Metalinguística
e) Fática

TEXTO:

Privacidade na internet: chega de andarmos todos nus


(Marina Cardoso)
1
A Prefeitura de São Paulo implementou o bilhete 2 único mensal. Para usá-lo, o cidadão deve
fazer um 3 cadastro com seus dados pessoais e foto no site da 4 empresa de transporte e então
receber um cartão pessoal 5 e intransferível. Ao mesmo tempo, e silenciosamente, 6 são instaladas
câmeras nas catracas dos ônibus da 7 cidade, de forma a garantir a identificação e controle dos 8
passageiros. À primeira vista, este é um projeto de 9 transporte público, mas suas implicações
adentram outro 10 campo: o do direito à privacidade.
11
Por ser um cartão pessoal, usado em trens, metrô e 12 ônibus, o bilhete único pode mapear os
hábitos dos 13 cidadãos – o que pode ser um excelente instrumento 14 para o planejamento do
transporte público, desde que 15 estruturados os sistemas adequados. Mas, ao mesmo 16 tempo, pode
se tornar o instrumento perfeito para a 17 vigilância massiva. Com ele, é possível, por exemplo, 18
desenhar quem encontra quem na cidade, onde e em 19 quais horas do dia. E, no entanto, apesar
desse potencial 20 todo, após o cadastro para utilização do bilhete único 21 mensal, não há no site da
SPTrans qualquer menção à 22 política de privacidade ou explicação e pedido de 23 concordância do
cidadão para uso de seus dados.
24
Não cabe aqui o debate sobre modelo de 25 transporte. Mas este é um excelente exemplo de
como, e 26 rapidamente, as informações sobre os(as) cidadãos/ãs e 27 consumidores/as estarão
estruturadas, em bancos de 28 dados, de forma a permitir seu cruzamento por sistemas 29 chamados
de “big data” ou “business inteligence” (BI) 30 com finalidades as mais diversas, sem que estejamos
no 31 controle desse processo.
32
No entanto, precisamos ter em conta que as 33 tecnologias não são necessariamente boas ou ruins
34
quanto aos seus fins. O seu uso será definido pelos 35 interesses predominantes na sociedade. Foi
isso que 36 aconteceu com qualquer tecnologia já desenvolvida pelo 37 ser humano – seja o avião,
que serve para transporte ou 38 bombardeio, ou a explosão atômica, que gera energia ou 39 destrói
cidades.
40
Assim, neste momento, grandes companhias de 41 tecnologia da informação (TI) contratam e
pagam, muito 42 bem, “evangelizadores” do “big data” para apregoar os 43 benefícios de
implantação dessa tecnologia. Cabe 44 apontar que há, de fato, grande potencial para o uso de 45
informações estruturadas para o bem, seja para 46 identificar padrões de adoecimento, seja para o 47
planejamento de políticas de transporte ou para a oferta 48 de melhores serviços.
49
Por outro lado, entidades da sociedade civil 50 começam a questionar se tal capacidade técnica
servirá 51 para reforçar a segregação e exclusão econômica e 52 social nas quais é calcada nossa
sociedade. Perderão os 53 pobres e as minorias oprimidas?
54
Considerando a tendência de dados de saúde 55 digitalizados e em rede (há diversos projetos
públicos e 56 privados nesse sentido), o que acontece se um 57 empregador consegue ter acesso à
ficha médica dos 58 candidatos? Aqueles que têm doença crônica serão 59 tratados de forma igual
em um processo de seleção?
60
Malkia Cyrill, do Center for Media Justice, 61 importante figura no debate de comunicação e parte
do 62 movimento negro dos Estados Unidos – 63 tradicionalmente alvo de vigilância e controle por
parte 64 das forças de Estado –, é categórica ao afirmar: 65 “qualquer sistema deve ser avaliado não
pela intenção 66 do proponente, mas pelos resultados reais que 67 proporciona”. Assim, não importa
que a vigilância 68 massiva, via acesso a dados pessoais, seja perpetrada em 69 nome da segurança
nacional. O fato é que ela viola o 70 direito à privacidade de toda uma comunidade, e os 71
resultados do ponto de vista da segurança são pífios.
72
Todas essas problematizações devem ser feitas 73 neste momento pelos brasileiros. Aqui, no país
do 74 homem cordial, como definiu Sergio Buarque de 75 Hollanda, nunca se aprovou uma lei de
proteção de 76 dados pessoais. Estamos vulneráveis tal como deve se 77 sentir uma pessoa nua, a
caminhar pelas ruas de uma 78 grande cidade.
79
Ainda não temos proteção suficiente, por exemplo, 80 se uma empresa ou a Receita Federal
compartilhar 81 nossos dados ou se o governo deixar vazar o perfil 82 socioeconômico dos
beneficiários do Bolsa Família. Os 83 dados, de alguma forma bizarra, poderão parar em CDs, 84
vendidos em cantos escondidos da Santa Efigênia, em 85 São Paulo.
86
O aumento da digitalização, dos negócios a partir 87 de dados pessoais e das nuvens web,
combinado com a 88 ausência de proteção, formam o cenário do terror. Sem 89 qualquer regulação,
as chances de uso tenebroso das 90 novas tecnologias aumentam vertiginosamente. A 91 balança pesa
para o lado errado.
92
(...)
(Texto adaptado do original e disponível em http://www.cartacapital.com.br/blogs/
intervozes/privacidade-na-internet-chegade- andarmos-todos-nus-5930.html.
Publicado em 25.02.2015. Acesso em 6 de setembro de 2016)

Questão 07)
Assinale o que for correto quanto ao emprego dos elementos linguísticos no texto.

01. O pronome “Aqueles” (Ref. 58) remete a um grupo social específico que pode sofrer
segregação, no caso de haver um vazamento de dados pessoais na internet.
02. Em “... via acesso a dados pessoais” (Ref. 68), a expressão em negrito completa o
sentido da forma verbal “via”, funcionando, sintaticamente, como seu objeto indireto.
04. No trecho “os resultados do ponto de vista da segurança são pífios” (Refs. 70 e 71), a
expressão em negrito denota efeitos positivos, funcionando como complemento nominal de
“resultados” (Ref. 71).
08. A expressão “categórica” (Ref. 64) caracteriza a maneira de Malkia Cyrill fazer uma
afirmação a respeito do tema em questão, podendo ser substituída, sem prejuízo de sentido,
por “contundente”.
16. Em “... devem ser feitas neste momento pelos brasileiros” (Refs. 72 e 73), a expressão
em negrito estabelece relação semântica de causa.

TEXTO:

NADA COMO UMA BOA BRIGA


(Duda Teixeira)
1
COM TODO MUNDO lendo nas redes sociais 2 somente as notícias que corroboram seus 3
preconceitos, os debates entre políticos ganharam 4 uma utilidade pública ainda maior. Ao
confrontarem 5 ideias opostas, eles revelam fragilidades e silenciam 6 os radicalismos ancorados na
internet. Na segundafeira, 7 26, a refrega verbal entre Hillary Clinton e 8 Donald Trump, candidatos
à Presidência dos 9 Estados Unidos, estendeu-se por noventa minutos. 10 O republicano Trump
escorregou ao dizer que não 11 pode divulgar sua declaração de imposto de renda e 12 ao negar ter
sido a favor da Guerra do Iraque. A 13 democrata Hillary não explicou por que passou a 14 criticar os
tratados de livre-comércio, os quais 15 sempre defendeu. À vista de todos, nenhuma 16 mentira ficou
impune. As afirmações foram 17 conferidas simultaneamente por equipes de 18 jornalistas.
Abastecido por eles, o moderador, 19 Lester Holt, da NBC, interpelou várias vezes os dois 20 rivais
sobre as falsidades que tinham acabado de 21 dizer. A transparência e a rapidez deixaram tudo 22
mais empolgante e atraíram 84 milhões de 23 espectadores nos Estados Unidos. Apesar do risco 24
de corrigir algo que esteja certo, a checagem dos 25 fatos em tempo real entusiasmou canais de 26
televisão brasileiros, que pensam em reproduzir a 27 iniciativa. Ficou a impressão de que, na era da
28
polarização virtual, a democracia não perdeu vigor, 29 como se especula aqui e ali. Está apenas
sendo 30 reinventada.
Veja. Ed. 2498, de 5 de outubro de 2016. p. 39.

Questão 08)
Nas alternativas a seguir, a identificação dos referentes das palavras destacadas está correta, exceto
em:

a) “eles revelam fragilidades” (Ref. 5) - os debates entre políticos


b) “os quais sempre defendeu” (Ref. 15.) – os tratados de livre-comércio
c) “Abastecido por eles” (Ref. 18) - jornalistas
d) “que pensam em reproduzir a iniciativa” (Refs. 26- 27) - os brasileiros
e) “Está apenas sendo reinventada.” (Refs. 29-30) – a democracia

TEXTO:

1
Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos, 2 ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la,
fazemos uso dos nossos 3 próprios objetivos e esforços, dotamo-la de um significado que 4 tem sua
origem nos nossos próprios modos de viver e de pensar. 5 Numa palavra, qualquer gênero de arte
que, de fato, nos afete, 6 torna-se, deste modo, arte moderna.
7
As obras de arte, porém, são como altitudes inacessíveis. 8 Não nos dirigimos a elas diretamente,
mas contornamo-las. 9 Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova 10 visão; nem
se deve supor que um ponto de vista mais recente é 11 mais eficiente do que um anterior. Cada
aspecto surge na sua 12 altura própria, que não pode ser antecipada nem prolongada; 13 e, todavia,
o seu significado não está perdido porque o 14 significado que uma obra assume para uma geração
posterior 15 é o resultado de uma série completa de interpretações anteriores.
Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado.

Questão 09)
No trecho “Numa palavra, qualquer gênero de arte que, de fato, nos afete, torna-se, deste modo,
arte moderna” (Refs. 5-6), as expressões sublinhadas podem ser substituídas, sem prejuízo do
sentido do texto, respectivamente, por

a) realmente; portanto.
b) invariavelmente; ainda.
c) com efeito; todavia.
d) com segurança; também.
e) possivelmente; até.

TEXTO:

“(...) ergueu-se rapidamente, passou para o outro lado da sala e deu alguns passos, entre a janela da
rua e a porta do gabinete do marido. Assim, com o desalinho honesto que trazia, dava-me uma
impressão singular. Magra, embora, tinha não sei que balanço no andar, como quem lhe custa
levar o corpo”.
ASSIS, Machado de. Páginas Recolhidas. Rio de Janeiro: Editora Rovelle, 2008

Questão 10)
A reescrita da passagem “Magra, embora”, de forma que o sentido original seja mantido, está
correta na alternativa
a) Desde que fosse magra…
b) Porque era magra...
c) Ainda que fosse magra...
d) Como era magra...

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