Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Medida 2 Medidas
Medida 2 Medidas
‡
Rodrigo Carlos Silva de Lima
rodrigo.uff.math@gmail.com
‡
1
Sumário
2
Capı́tulo 1
Teoria da medida
Esse texto ainda não se encontra na sua versão final, sendo, por enquanto, cons-
tituı́do apenas de anotações informais, não tendo sido ainda revisado, então leia com
cuidado e atenção a possı́veis erros, Sugestões para melhoria do texto, correções da
parte matemática ou gramatical eu agradeceria que fossem enviadas para meu Email
rodrigo.uff.math@gmail.com.
1.1 Notações
Dizemos que uma sequência de funções (fn ) é crescente se, fn (x) ≤ fn+1 (x) ∀ x ∈ A
domı́nio da função. Dizemos que é estritamente crescente quando fn (x) < fn+1 (x) ∀ x ∈
A, de modo similar para decrescente e estritamente decrescente, denotando por fn ↓ f
se fn → f e fn é decrescente, podemos denotar também como fn ↘ f. Em geral se é
crescente ou decrescente a convergência é dita monótona e podemos denotar como
fn →m f.
Usamos a notação fn ↑ f para dizer que a sequência de funções (fn ) é crescente e
fn → f, neste caso podemos denotar também por fn ↗ f.
1.2 Medidas
3
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 4
o conjunto das partes de B, que também é simbolizado por P(B). Uma função
µ : A → M, onde M é um conjunto qualquer é chamada de função de conjunto.
Iremos considerar neste texto funções de conjunto da forma µ : A → (−∞, ∞].
∑
n
µ(A) = µ(Ak ),
k=1
∑
∞
µ(A) = µ(Ak ),
k=1
∪
m
m Definição 3 (Medida finitamente aditiva). Seja S = Sk união disjunta.
k=1
Uma função µ definida num semi-anel que satisfaz
1. µ(∅) = 0,
∑
m
2. µ(S) = µ(Sk ), é dita finitamente aditiva.
k=1
Geralmente iremos considerar que a função µ leva elementos do semi-anel
no conjunto (−∞, ∞] ou [0, ∞] , porém podemos considerar também levando
elementos em C ou em um espaço vetorial V . Uma medida finitamente
aditiva satisfaz a propriedade
∪
m ∑
m
µ( Sk ) = µ(Sk )
k=1 k=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 5
∪
m
se S = St , união disjunta então
t=1
∑ ∑
m ∑ ∑
m
µf (S) = f(k) = f(k) = µ(St ).
∪
k∈ mt=1 St
t=1 k∈St t=1
∪
∞
m Definição 5 (Medida σ - aditiva). Seja S = Sk , união disjunta. Dizemos
k=1
que µ uma medida é σ-aditiva (lê-se sigma aditiva) quando
∪
∞ ∑
∞
µ(s) = µ( Sk ) = µ(Sk ),
k=1 k=1
isto é, a função transforma a união infinita disjunta em uma série. Nesse caso
também podemos dizer que ela é enumeravelmente aditiva.
Se não definı́ssemos µ(∅) = 0 porém considerássemos a propriedade de adição
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 6
∪
∞ ∑
∞
µ( ∅) = µ(∅) = µ(∅)
k=1 k=1
∪
∞ ∑
∞
µ(A ∪ ∅) = µ(A) = µ(A) + µ(∅)
k=1 k=1
portanto A um elemento qualquer também teria medida infinita, o que não que-
remos, portanto temos uma outra justificativa para µ(∅) = 0.
Chamaremos em geral de medida uma medida σ- aditiva.
∪
∞ ∑
∞ ∑
n ∑
∞
µ( Ak ) = µ(Ak ) = µ(Ak ) + µ(Ak ) =
k=1 k=1 k=1 k=n+1
| {z }
0
∑
n ∪
n
µ(Ak ) = µ( Ak ).
k=1 k=1
b Propriedade 1. Seja (Ω, A) espaço mensurável com (µk )n1 medidas sobre A.
Se (ak )n1 ∈ [0, ∞] então
∑
n
µ= a k µk
k=1
é uma medida.
ê Demonstração.
1.
∑
n
µ(∅) = ak µk (∅) = 0.
k=1
∪
∞
2. Sejam (Ak ) conjunto disjuntos , B = Ak então
k=1
∑
n ∑
n ∑
∞
µ(B) = ak µk (B) = ak µk (Aj ) =
k=1 k=1 j=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 8
∑
∞ ∑
n ∑
∞
= ak µk (Aj ) = µ(Aj )
j=1 k=1 j=1
3. Sendo B ⊂ A, então
∑
n
µ(B) = a µk (B) ≥ 0.
| k {z }
k=1 ≥0
∪
∞
B⊂ Ak
k=1
1. Se B = ∅ temos δa (B) = 0 .
Se a não pertence a cada Ak então os dois lados possuem soma zero, logo
são iguais .
∪
∞ ∑
∞
µ( Ak ) = ∞ ̸= µ(A ) .
| {z k}
k=1 k=1 0
∪
∞
µ( Ak ) = 0,
k=1
∪
∞
µ( Ak ) = ∞,
k=1
∑
∞ ∑
∞
e também vale µ(Ak ) =≥ µ(Aj )∞, logo µ(Ak ) = ∞ e portanto fica
k=1 k=1
provada a σ-aditividade.
∪
∞ ∑
∞
µ( Ak ) = µ(∅) = 0 = µ(A ) .
| {z k}
k=1 k=0 0
∪
∞ ∑
∞
µ( Ak ) = ∞ = µ(Ak ) ≥ µ(Aj ) = ∞.
k=1 k=0
∪
∞
Suponha agora que Ak seja um conjunto infinito. Se cada Ak é finito, não
k=1
podemos ter apenas um número finito deles contendo elementos, pois se não
∑
∞ ∪
∞
a união seria finita, então µ(Ak ) = ∞ e µ( Ak ) também . Se um dos
k=1 k=1
∑
∞
Ak é infinito, também vale µ(Ak ) = ∞ e temos a igualdade.
k=1
onde
∑ ∑
h(x) := sup{ h(x) : I ⊂ E é finito }.
x∈E x∈I
∑
Usamos aqui também a definição de soma vazia h(x) = 0, ∀ função h.
x∈∅
ê Demonstração.
1
d∗ (A) = lim sup |A ∩ In |,
n→∞ n
onde In = {1, · · · , n}, onde |A| simboliza o número de elementos de A, que define
a medida de contagem. (Considere também os naturais começando do número 1.
b Propriedade 3. 1. d∗ (∅) = 0.
2. d∗ é finitamente subaditiva.
4. d∗ (N) = 1.
5. d∗ não é σ-aditiva.
ê Demonstração.
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 13
0
1 z }| {
1. µ(∅) = lim sup |∅ ∩ In | = 0 e por definição o valor obtido por µ é sempre não
n→∞ n
negativo.
∪
m
2. µ é finitamente subaditiva. Considere Ak , onde a sequência de conjuntos
k=1
(Ak ) é disjunta. Usando propriedades de conjuntos e que a medida de contagem
é σ-aditiva, temos que
∪
m ∪
m ∑
m
|( Ak ) ∩ In | = | (Ak ∩ In )| = |Ak ∩ In |,
k=1 k=1 k=1
1
multiplicando por , segue
n
1 ∪ ∑ 1
m m
|( Ak ) ∩ In | = |Ak ∩ In |,
n k=1
n k=1
1 ∪ ∑
m m
1
lim sup |( Ak ) ∩ In | ≤ lim sup |Ak ∩ In |.
n k=1
n k=1
3. Se A ⊂ B então A ∩ In ⊂ B ∩ In daı́
1 1
|A ∩ In | ≤ |A ∩ In | ⇒ |A ∩ In | ≤ |A ∩ In |,
n n
e tomando o lim sup segue finalmente que d∗ (A) ≤ d∗ (B).
|A ∩ In | = 1,
portanto dividindo por n e tomando o limite, segue que o limite é zero e daı́
∪
∞
também o lim sup . N é enumerável, daı́ pode ser escrito como N = Ak , onde
k=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 14
6. Seja A o conjunto dos naturais que possui quantidade ı́mpar de dı́gitos na base
2 (por exemplo (111)2 ) e B o conjunto dos naturais que possui quantidade par
de dı́gitos na base 2 (por exemplo 11). Vamos arranjar uma subsequência de
1 2 1
elementos de xn = |A∩In |, que converge para , e o mesmo para yn = |B∩In |
n 3 n
e disso se segue que d∗ não é finitamente aditiva.
2
Então d∗ (A) ≥ . Agora faremos o mesmo para d∗ (B).
3
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 15
∑
2m 2∑
m+1
2m+1 k
Contamos o número de elementos de 1 até o número 2 + 2 = 2k =
k=0 k=0
2m+2
2 − 1 = n, tal n será nosso ı́ndice da subsequência.
Logo temos o termo da subsequência, colocando 4m em evidência e aplicando
o limite
2(4m+1 − 1) 4m 2(4 − 41m ) 2
xn = = 1
→ .
3(4.4m − 1) 4m 3(4 − 4m ) 3
2 2 2 4
Então d∗ (B) ≥ . Temos d∗ (A) + d∗ (B) ≥ + = > 1 = d∗ (A ∪ B).
3 3 3 3
Então não temos a propriedade de aditividade finita e daı́ d∗ não é medida.
d∗ (P) = 0.
onde π(x) é a função densidade dos números primos, que conta quantos números
primos p, satisfazem p ≤ x.
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 16
1.
1
d∗ (kN) = .
k
ê Demonstração.
∞
∪ ∞
∪
1.2.6 Subaditividade da medida µ( Ak ) ≤ µ(Ak ) .
k=1 k=1
∪
n ∑
n
µ( Ak ) ≤ µ(Ak ).
k=1 k=1
∪1
n+ ∪
n ∑
n ∑
n+1
µ( Ak ) ≤ µ( Ak ) + µ(An+1 ) ≤ µ(Ak ) + µ(An+1 ) = µ(Ak )
k=1 k=1 k=1 k=1
∪
∞ ∪
∞
Ak = Bk
k=1 k=1
∪
∞ ∑
∞
A⊂ Ak ⇒ µ(A) ≤ µ(Ak ), A, Ak ∈ S.
k=1 k=1
ê Demonstração. Escrevemos
∪
∞ ∪
∞ ∪1
k−
Ak = Ak \ Aj
k=1 k=1 j=1
∪1
k−
onde a segunda é união disjunta. Ak \ Aj é elemento do anel gerador por S que é
j=1
união finita de elementos do semi-anel S, como já mostramos, então
∪1
k− ∪
Tk
Ak \ Aj = Bk,j , Bk,j ∈ S
j=1 j=1
∪
∞ ∪
Tk ∪
∞ ∪
Tk
A=A∩ Bk,j = [Bk,j ∩ A]
k=1 j=1 k=1 j=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 19
∑
∞ ∑
tk ∑
∞ ∑
tk
µ(A) = µ(Bk,j ∩ A) ≤ µ(Bk,j ) ≤ µ(A)
k=1 j=1 k=1 j=1
pois
∪1
k−
An ⊃ An \ Bk,j
j=1
∑
k−1
µ(An ) ≥ µ(Bk,j )
j=1
∑
∞
µ(A) ≤ µ(Ak ).
k=1
ê Demonstração.
Escrevemos
∪
∞ ∪
∞ ∪1
k−
Ck = Ck \ Cj (1)
k=1 k=1,d j=1
∪1
k−
Ck \ Cj pertence ao anel gerado por S e daı́ pode ser escrito como união disjunta
j=1
de elementos de tal semi-anel
∪1
k− ∪
tk
Ck \ Cj = B(j, k)
j=1 j=1,d
∪
∞ ∪
∞ ∪
tk
Ck = B(j, k)
k=1 k=1,d j=1,d
∪
tk
como B(j, k) ⊂ Ck temos
j=1,d
∑
tk
µ(Ck ) ≥ µ(B(j, k))
j=1
∪
∞ ∑
∞
µ( Bk ) ≤ µ(Bk ) = 0.
k=1 k=1
∪
∞
• Se (Ak ) é uma sequência de conjuntos negligênciáveis então Ak é ne-
k=1
gligênciável, pois para cada Ak existe Bk tal que Ak ⊂ Bk , onde cada Bk
possui medida nula, daı́
∪
∞ ∪
∞
Ak ⊂ Bk ,
k=1 k=1
∪
∞
e pelo item anterior Bk possui medida nula.
k=1
ê Demonstração.
Usamos que E = (E ∩ F) ∪ (Fc ∩ E) é união disjunta de maneira semelhante para F,
como (E ∩ Fc ) ∪ (Ec ∩ F) é união disjunta temos
pois medida é finitamente aditiva, como medida assume valor não negativo, tem-se
µ(E ∩ Fc ) = µ(Ec ∩ F) = 0.
ê Demonstração.
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 23
3. Se A ∼ B e B ∼ C então A ∼ C.
Porém
µ(A∆C) = µ(Ac ∩ C) + µ(A ∩ Cc ),
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 24
mas temos
Ac ∩ C = (C ∩ Bc ∩ Ac ) ∪ (C ∩ B ∩ Ac ) e A ∩ Cc = (A ∩ Bc ∩ Cc ) ∪ (A ∩ B ∩ Cc ),
sendo que , cada um desses conjuntos possui medida nula , assim vale µ(A∆C) =
0 como querı́amos provar.
ê Demonstração.
µ(A∆B) + µ(B∆C) =
1 4
z }| { z }| {
= [µ(A ∩ Bc ∩ Cc ) +µ(C ∩ A ∩ Bc ) + µ(B ∩ Ac ∩ Cc ) + µ(C ∩ B ∩ Ac )]+
3 2
z }| { z }| {
+[µ(C ∩ A ∩ B ) + µ(C ∩ Bc ∩ Ac ) + µ(A ∩ B ∩ Cc ) +µ(B ∩ Ac ∩ Cc )] ≥
c
1 2 3 4
z }| { z }| { z }| { z }| {
≥ µ(A ∩ Bc ∩ Cc ) + µ(A ∩ B ∩ Cc ) + µ(C ∩ Bc ∩ Ac ) + µ(C ∩ B ∩ Ac ) .
se An ↑ e
∪
∞
A= Ak .
k=1
Definimos também A0 = ∅.
se An ↓ e
∩
∞
A= Ak .
k=1
Em palavras
1. Todo elemento A do semi-anel tem medida dada pelo supremo das medidas
dos compactos que estão contidos em A e também
ê Demonstração.
∪
∞ ∪
m
Seja A ∈ S com A = Ak , Ak ∈ S, temos que Ak ⊂ A logo tem-se
k=1 k=1
∪
m ∑
m
µ( Ak ) = µ(Ak ) ≤ µ(A), ∀ m ∈ N,
k=1 k=1
∑
∞
Seja K ⊂ A um compacto, vamos mostrar que µ(K) ≤ Ak , o que permite provar
k=1
o teorema pois
µ(A) = sup{µ(K), K compacto, K ⊂ A},
∑
∞
como o supremo é a menor das cotas superiores e temos µ(K) ≤ Ak , logo é uma
k=1
cota superior, segue que
∑
∞ ∑
∞
µ(A) ≤ Ak ≤ µ(A) ⇒ Ak = µ(A),
k=1 k=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 27
∪
∞
Temos uma cobertura de K por meio de abertos Uk , por definição de conjunto
k=1
compacto, existe uma subcobertura finita que cobre K, logo existe n ∈ N tal que
∪
n
K⊂ Uk ,
k=1
∑
∞
ε ∑ ∞
[µ(Ak ) + ] = [µ(Ak )] + ε
2k
k=1 k=1
∑∞
1
onde usamos o resultado da série = 1.
2k
k=1
∑
∞
Então temos que µ(K) < [µ(Ak )] + ε para ε > 0 arbitrário, não pode valer então
k=1
∑
∞ ∑
∞
µ(K) > [µ(Ak )] e portanto vale µ(K) ≤ [µ(Ak )] como querı́amos provar.
k=1 k=1
1.
2 1 1
µ(I) = b − a = lim(b − a +
) = lim µ(a − , b + ).
n n n
1 1
Aqui temos conjuntos abertos (a − , b + ) contendo o intervalo I.
n n
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 28
2.
2 1 1
µ(I) = b − a = lim(b − a − ) = lim µ[a + , b − ].
n n n
Aqui temos compactos contidos em I .
A = {A ′ ∪ N ′ , A ′ ∈ A, N ′ ∈ N}.
µ ′ (A ′ ∪ N ′ ) = µ(A ′ ),
para todo A ′ ∪ N ′ ∈ A.
µ ′ (N) = µ ′ (∅ ∪ N) = µ(∅) = 0.
que possui medida nula por subaditividade, como já provamos. Por isso A é
∪
∞
fechado por união enumerável. Dada Ck uma sequência em A, então do fato
k=1
que Ck ∈ A, existe Ak ∈ A e Nk ∈ N, tais que Ck = Ak ∪ Nk . Portanto,
∪
∞ ∪
∞ ∪
∞ ∪
∞
Ck = [Ak ∪ Nk ] = [Ak ] ∪ [Nk ] .
k=1 k=1
| {z } | {z }
k=1 k=1
∈A ∈N
X \ (A ′ ∪ N ′ ) = X \ (A ′ ∪ B) ∪ [B \ (A ′ ∪ N ′ )],
| {z } | {z }
∈A ∈N
Temos que
A1 ⊂ A1 ∪ N1 = A2 ∪ N2 ⊃ A2 ,
da mesma forma
Agora vamos mostrar que µ ′ é uma medida. Considere uma sequência disjunta
de conjuntos Ak′ = Ak ∪ Nk ∈ A, temos que
∪
∞ ∪
∞ ∪
∞
µ ′( [Ak ∪ Nk ]) = µ ′ ( [Ak ] ∪ [Nk ]) =
k=1 k=1
| {z }
k=1
∈N
∪
∞ ∑
∞ ∑
∞
= µ( Ak ) = µ(Ak ) = µ ′ (Ak ∪ Nk )
k=1 k=1 k=1
portanto µ é σ-aditiva . E com isso conluı́mos por fim que (X, A, µ ′ ) é uma σ-álgebra
′
completa, isto é, possui todos conjuntos µ ′ -negligenciáveis como conjuntos de medida
nula.
• θ(∅) = 0.
•
∪
∞ ∑
∞
θ( Ak ) ≤ θ(Ak ),
k=1 k=1
0, se A é enumerável
θ(A) =
1 caso contrário
θ é uma medida exterior, mas não é medida.
•
∪
∞ ∑
∞
θ( Ak ) ≤ θ(Ak ),
| {z
k=1
} k=1
∈{0,1}
∪
∞
isto é, é enumeravelmente subaditiva. Se Ak é não enumerável, algum dos
k=1
Ak é não enumerável e daı́ θ(Ak ) = 1 por isso o segundo lado da expressão
é maior ou igual que 1 . Se cada Ak é enumerável vale a igualdade, ambos
lados sendo nulos.
Tal função não é medida pois tome uma união enumerável com exatamente
apenas A1 e A2 não enumeráveis então
∪
∞ ∑
∞
θ( Ak ) = 1, θ(Ak ) = 2
k=1 k=1
0, se A é enumerável
v(A) =
∞ caso contrário
•
∪
∞ ∑
∞
v( Ak ) ≤ v(Ak ),
| k={z
1
} k=1
∈{0,∞}
∪
∞ ∑
∞
v( Ak ) = 0 = v(Ak ) = 0,
k=1 k=1
∪
∞ ∑
∞
v( Ak ) = ∞ = v(Ak ) = ∞.
k=1 k=1
ê Demonstração.
∪1
n−
• Dados (Ak )∞
1 conjuntos, definimos B1 = A1 , B2 = A2 \ A1 , · · · , Bn = An \ ( Ak )
k=1
temos que
∪
∞ ∪
∞
Bk = Ak
k=1 k=1
∪
∞ ∑
∞ ∪
∞
µ( Bk ) = µ(Bk ) = µ( Ak )
k=1 k=1 k=1
Temos que mostrar que
∑
∞ ∑
∞
µ(Bk ) ≤ µ(Ak )
k=1 k=1
e daı́
∪
∞ ∑
∞
µ( Ak ) ≤ µ(Ak ).
k=1 k=1
∏
n
[a1 , b1 ] × [a2 , b2 ] × · · · × [an , bn ] = [ak , bk ]
k=1,c
um retângulo.
∪
∞
F = {A ⊂ Ω, A ⊂ Ak , para alguma sequência (Ak ), Ak ∈ S ∀ k}.
k=1
∑∞ ∪
∞
∗
µ (E) = inf { µ(Ak ), E ⊂ Ak , Ak ∈ S ∀ k}.
k=1 k=1
∪
∞
E⊂ Ak
k=1
∑
∞
e µ(Ak ) ≤ ε.
k=1
∑
∞ ∪
∞ ∑
∞
∗
µ (E) = inf { µ(Bk ), E ⊂ Bk } ≤ µ(Ak ) ≤ ε.
k=1 k=1 k=1
∑
∞
∗
Se µ (E) = 0, dado ε > 0 então existe (Ak ) cobertura de E, tal que µ(Ak ) ≤
k=1
∑
∞
ε, caso contrário para toda cobertura (Bk ) terı́amos µ(Bk ) > ε, daı́ o ı́nfimo
k=1
não poderia ser nulo, pois seria ≥ ε.
F é um σ-anel hereditário .
∑
∞ ∪
∞
∗
µ (A) = inf { ρ(Ck ) | {Ck } ⊂ C e A ⊂ Ck }
k=1 k=1
∑
∞ ∪
∞
{ ρ(Ck ) | {Ck } ⊂ C e A ⊂ Ck },
k=1 k=1
ê Demonstração.
• Vale que µ∗ (∅) = 0 pois podemos cobrir o vazio com conjuntos vazios que
possuem sempre medida 0, o ı́nfimo do conjunto é 0 .
∪
∞ ∑
∞
∗
pois A ⊂ B ⊂ Bk para qualquer cobertura de B logo µ (A) ≤ µ(Bk ) como
k=1 k=1
µ∗ (B) é o ı́nfimo, maior cota superior do conjunto acima, então
µ∗ (A) ≤ µ∗ (B).
• Vale que µ∗ assume valores em [0, ∞], pois ∀ A ∈ F temos ∅ ⊂ A e daı́ das
duas propriedades anteriores, segue que µ∗ (A) ≥ µ∗ (∅) = 0.
∪
∞ ∑
∞
∗
• Vamos mostrar que vale µ ( Ak ) ≤ µ∗ (Ak ) ∀ Ak ∈ F. Se µ∗ (Ak ) = ∞ para
k=1 k=1
algum k, então o lado direito é infinito e portanto vale a desigualdade Suponha
então que µ∗ (An ) < ∞ para todo n. Vamos mostrar que para todo ε > 0, tem-se
∪
∞ ∑
∞
µ∗ ( Ak ) ≤ µ∗ (Ak ) + ε.
k=1 k=1
Seja ε > 0, por definição de µ∗ , ∀ n existe (Sn,j )j∈N com Sn,j ∈ S ∀ j tal que
∪
∞
An ⊂ Sn,j
j=1
∑
∞
ε
e µ∗ (An ) ≤ µ(Sn,j ) ≤ µ∗ (An )+ , por propriedade de aproximação do ı́nfimo,
2n
j=1
logo
∪
∞ ∪
∞ ∪
∞
Ak ⊂ Sk,j ,
k=1 k=1 j=1
∗
usando a definição de µ tem-se
∪
∞ ∑
∞ ∑
∞ ∑
∞
ε
∗
µ( Ak ) ≤ µ(S(k, j)) ≤ [µ∗ (Ak ) + ]=
2k
k=1 k=1 j=1 k=1
∑∞
=[ µ∗ (Ak )] + ε
k=1
∪
∞ ∑
∞
µ(A) ≤ µ( Ak ) ≤ µ(Ak )
k=1 k=1
portanto µ(A) é uma cota inferior para o conjunto das coberturas, por isso µ(A) ≤
µ∗ (A) pois a última é a maior cota inferior, das duas desigualdades tem-se a igual-
dade µ∗ (A) = µ(A).
θ∗ (A) = 0,
θ∗ (A ∩ M) + θ∗ (A ∩ Mc ) = 0 + 0 = 0,
θ∗ (A) = 1,
θ∗ (A ∩ M) + θ∗ (A ∩ Mc ) = 0 + 1 = 1,
| {z } | {z }
0 1
∗
logo vale que M enumerável é θ -mensurável .
Agora se M é não enumerável, ele pode ser não mensurável, tome por exemplo
M = (−1, 1), Mc = (−∞, −1] ∪ [1, ∞) e A = (−2, 2), segue que A ∩ M = (−1, 1) é
não enumerável e (A ∩ Mc ) = (−2, −1] ∪ [1, 2) também é não enumerável, portanto
θ∗ (A) = 1,
θ∗ (A ∩ M) + θ∗ (A ∩ Mc ) = 1 + 1 = 2,
| {z } | {z }
1 1
∗
portanto não é θ mensurável em geral.
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 40
v(A) = ∞,
v(A ∩ M) + v(A ∩ Mc ) = ∞,
µ∗ (A) = µ∗ (A ∩ M) + µ∗ (A ∩ Mc ),
µ∗ (A) ≤ µ∗ (A ∩ M) + µ∗ (A ∩ Mc ).
µ∗ (A) ≥ µ∗ (A ∩ M) + µ∗ (A ∩ Mc )
µ∗ (A) = µ∗ (A ∩ M) + µ∗ (A ∩ Mc ).
o que é falso.
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 42
µ∗ (A) = µ∗ (A ∩ M1 ) + µ∗ (A ∩ Mc1 ) =
µ∗ (A ∩ M1 ∩ M2 ) + µ∗ (A ∩ M1 ∩ Mc2 ) + µ∗ (A ∩ M2 ∩ Mc1 ) ≥ µ∗ (A ∩ M1 ∪ M2 )
por isso
(M1 ∪M2 )c
z }| {
µ∗ (A) ≥ µ∗ (A ∩ M1 ∪ M2 ) + µ∗ (A ∩ Mc1 ∩ Mc2 ),
portanto M1 ∪ M2 ∈ Λ.
∪
n
$ Corolário 10. Por indução segue que se (Ak )n1 ∈ Λ então Ak ∈ Λ.
k=1
1.5.7 µ∗ (A ∩ (M1 ∪ M2 )) = µ∗ (A ∩ M1 ) + µ∗ (A ∩ M2 ).
µ∗ (A ∩ (M1 ∪ M2 )) = µ∗ (A ∩ M1 ) + µ∗ (A ∩ M2 ).
µ∗ (A ∩ (M1 ∪ M2 )) = µ∗ (A ∩ M1 ) + µ∗ (A ∩ M2 ).
∪
n ∑
n
∗
µ (A ∩ Mk ) = µ∗ (A ∩ Mk )
k=1 k=1
∞
∪ ∞
∑
∗
1.5.8 µ ([ Mk ] ∩ E) = µ∗ (Mk ∩ E).
k=1 k=1
∪
∞ ∑
∞
∗
µ ([ Mk ] ∩ E) = µ∗ (Mk ∩ E).
k=1 k=1
∪
n ∪
∞
pois [ Mk ] ∩ E ⊂ [ Mk ] ∩ E daı́ temos
k=1 k=1
∪
∞ ∑
∞
µ∗ ( Mk ∩ E) ≥ µ∗ (Mk ∩ E)
k=1 k=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 44
∪
∞ ∑
∞
∗
µ( Mk ∩ E) ≤ µ∗ (Mk ∩ E)
k=1 k=1
∪
∞ ∑
∞
µ∗ ( Mk ∩ E) = µ∗ (Mk ∩ E).
k=1 k=1
ê Demonstração.[1]
µ∗ (A ∩ (M1 ∪ M2 )) = µ∗ (A ∩ M1 ) + µ∗ (A ∩ M2 )
(M1 ∪ M2 ) ∩ (M1 ∪ M2 ) = M1 ∪ M2
(M1 ∪ M2 ) ∩ M1 = M1
(M1 ∪ M2 ) ∩ M2 = M2
segue
µ∗ (M1 ∪ M2 ) = µ∗ (M1 ) + µ∗ (M2 ).
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 45
1.
µ∗ (A ∩ (M1 \ M2 )) = µ∗ (A ∩ M1 ∩ Mc2 )
2.
µ∗ (A ∩ (M1 \ M2 )c ) = µ∗ (A ∩ [Mc1 ∪ M2 ]) ≤
µ∗ (A ∩ M2 ) + µ∗ (A ∩ Mc1 ) = µ∗ (A ∩ M2 ∩ M1 ) + µ∗ (A ∩ Mc1 )
| {z }
M2
µ∗ (A ∩ (M1 \ M2 )) + µ∗ (A ∩ (M1 \ M2 )c ) ≤
µ∗ (A ∩ M1 ∩ Mc2 ) + µ∗ (A ∩ M2 ∩ M1 ) + µ∗ (A ∩ Mc1 ) =
usando que (M1 ∩ Mc2 ) ∪ (M1 ∩ M2 ) = M1 , segue por aditividade finita que
= µ∗ (A ∩ Mc1 ) + µ∗ (A ∩ M1 ) = µ∗ (A)
portanto temos
µ∗ (A ∩ M) ≤ µ∗ (M) = 0
e µ∗ (A ∩ Mc ) ≤ µ∗ (A) logo
µ∗ (A ∩ M) +µ∗ (A ∩ Mc ) ≤ µ∗ (A)
| {z }
0
∪
∞
Ak ∈ Λ,
k=1
µ∗ (E ∩ (A1 ∪ A2 )) = µ∗ (E ∩ A1 ) + µ∗ (E ∩ A2 ), ∀ E ⊂ X.
∪
n ∪
∞
Agora denotando Bn = Ak e B = Ak , temos que
k=1 k=1
Bn \An =Bn−1
z }| {
µ∗ (E ∩ Bn ) = µ∗ (E ∩ Bn ∩ An ) + µ∗ (E ∩ Bn ∩ Acn ) = µ∗ (E ∩ An ) + µ∗ (E ∩ Bn ∩ Acn ) =
= µ∗ (E ∩ An ) + µ∗ (E ∩ Bn−1 ).
∑
n
∗
µ (E ∩ Bn ) = µ∗ (E ∩ Ak ),
k=1
∑
n
∗ ∗ ∗ ∗
µ (E) = µ (E ∩ Bn ) + µ (E ∩ Bcn ) ≥ µ (E ∩ B ) +
c
µ∗ (E ∩ Ak )
k=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 47
∑
∞
onde usamos a definição por ı́nfimo na desigualdade µ∗ (E ∩ Ak ) ≥ µ∗ (E ∩ B).
k=1
Logo B ∈ Λ.
∪
∞
tomando E = B = Ak união disjunta de elementos de Λ, tem-se
k=1
∑
∞
∗
µ (B) ≥ µ∗ (B
| ∩
∗
{zA}k ) ≥ µ (B),
k=1 Ak
∪
∞ ∑
∞
∗
logo µ ( Ak ) = µ∗ (Ak ) é µ∗ é σ-aditiva.
k=1 k=1
1.5.10 Pré-medida
1. µ0 (∅) = 0.
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 48
∪
∞
2. Se {Ak }k∈N ⊂ A0 , coleção disjunta, tal que Ak ∈ A0 , então
k=1
∪
∞ ∑
∞
µ0 ( Ak ) = µ0 (Ak ),
k=1 k=1
O que falta para uma pré-medida ser uma medida é que a pré-medida não é
necessariamente definida numa σ-álgebra.
∑
∞ ∪
∞
∗
µ (E) = inf { µ0 (Ak ) | {Ak } ⊂ A0 e E ⊂ Ak }
k=1 k=1
então valem
1. µ∗ (A) = µ0 (A) ∀ A ∈ A0 .
ê Demonstração.
∪
∞ ∪
∞
∗ ∗ ∗ ∗
µ (E ∩ A) + µ (E ∩ A ) ≤ µ ( Bj ∩ A) + µ ( Bj ∩ Ac ) ≤
c
j=1 j=1
∑
∞ ∑
∞
∗
≤ µ (Bj ∩ A) + µ∗ (Bj ∩ Ac ) ≤
j=1 j=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 49
∑
∞ ∑
∞ ∑
∞
≤ µ0 (Bj ∩ A) + µ0 (Bj ∩ A ) ≤
c
µ0 (Bj ) ≤ µ∗ (E) + ε.
j=1 j=1 j=1
1. u é uma σ álgebra.
2. µ∗ |u é enumeravelmente aditiva.
ê Demonstração.
∪
n ∑
n
µ∗ (( Bk ) ∩ E) = µ∗ (Bk ∩ E).
| {z }
k=1 k=1
Dn
usamos agora que Dn ⊂ Dn+1 logo a interseção dos dois é Dn , além disso
∪
n ∩n ∪n
Dn = ( Bk ) = (Bk ) tomando a interseção com Bn+1 ∪ (Bk ) resulta
c c c
∑
n ∑
n+1
∗ ∗ ∗ ∗
= µ (Dn ∩ E) + µ (Bn+1 ∩ E) = µ (Bk ∩ E) + µ (Bn+1 ∩ E) = µ∗ (Bk ∩ E)
k=1 k=1
daı́ temos
∪
∞ ∑
∞
∗
µ( Bk ∩ E) ≥ µ∗ (Bk ∩ E)
k=1 k=1
∗
no limite. Como µ é medida exterior vale a desigualdade
∪
∞ ∑
∞
∗
µ( Bk ∩ E) ≤ µ∗ (Bk ∩ E)
k=1 k=1
µ∗ ((B1 ∪B2 )∩E)+µ∗ ((B1 ∪B2 )c ∩E) = µ∗ (B1 ∩E)+µ∗ (B2 ∩E)+µ∗ ((B1 )c ∩(B2 )c ∩E) =
∑
n
= µ∗ (Bk ∩ E) + µ∗ (Dcn ∩ E) ≥
k=1
agora usamos que Dn ⊂ D∞ implica Dc∞ ⊂ Dcn , para concluir que a ex-
pressão anterior majora
∑
n
µ∗ (Bk ∩ E) + µ∗ (Dc∞ ∩ E),
k=1
∑
n
∗
isto é, µ (E) ≥ µ∗ (Bk ∩ E) + µ∗ (Dc∞ ∩ E), tomando n → ∞ temos
k=1
∑
∞
∗
µ (E) ≥ µ∗ (Bk ∩ E) + µ∗ (Dc∞ ∩ E)
k=1
∑
∞
∗
vale também que µ (E) ≤ µ∗ (Bk ∩ E) + µ∗ (Dc∞ ∩ E) por ser subaditiva,
k=1
então temos a igualdade e provamos o que querı́amos.
∑∞ ∪
∞
∗
µ (B) = inf { µ(Ak ), (Ak ) ∈ A, B ⊂ Ak }
k=1 k=1
como B é uma cobertura para B (por B ser retângulo), então pertence ao conjunto do
qual estamos tomando o ı́nfimo para definir µ∗ (B), por isso µ∗ (B) ≤ µ(B).
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 52
∑
∞
µ(Ak ) ≤ µ∗ (E) + ε
k=1
∪
∞
∗
acima usamos que µ é monótona e o fato de Ak ser cobertura de E, usando
k=1
enumerabilidade subaditiva tem-se
∑
∞ ∑
∞
∗
≤ µ (B ∩ Ak ) + µ∗ (Bc ∩ Ak ) ≤
k=1 k=1
µ∗ (B ∩ E) + µ∗ (Bc ∩ E) ≤ µ∗ (E)
µ∗ (B ∩ E) + µ∗ (Bc ∩ E) = µ∗ (E)
então B ∈ u.
Falta mostrar que µ(B) = µ∗ (B). Iremos provar a desigualdade µ(B) ≤ µ∗ (B), seja
∪
∞
∞
(Ak )1 , cada Ak ∈ A, uma cobertura de B, isto é, B ⊂ Ak
k=1
∪
∞ ∑
∞ ∑
∞
µ(B) = µ( B ∩ Ak ) ≤ µ(B ∩ Ak ) ≤ µ(Ak )
k=1 k=1 k=1
portanto µ(B) é uma cota inferior para o conjunto das coberturas de B como µ∗ (B)
é a maior cota inferior, segue
µ(B) ≤ µ∗ (B)
∏
n ∪
∞
1 1 1 1
B= (ak , bk ) = [a1 + , b1 − ] · · · [an + , bn − ]
k=1,c k=1
k k k k
sabemos que
1 1 1 1
µ∗ ([a1 + , b1 − ] · · · [an + , bn − ]) ≤ µ∗ (B)
k k k k
2 2
(b1 − a1 − ) · · · (bn − an − ) ≤ µ∗ (B)
k k
tomando k → ∞ segue que µ∗ (B) ≥ (b1 − a1 ) · · · (bn − an ) da outra desigualdade
segue a igualdade.
Todo aberto de Rn é união enumerável de retângulos abertos. Então sabemos
medir todo aberto de Rn .
µ∗ (E) = µ∗ (E + x)
onde E + x = {x + y, y ∈ E}.
b Propriedade 33. Seja a medida de Lebesgue na reta, fixemos [a, b], ε > 0,
ε < b − a então
1. Existe aberto A tal que 0 < m(A) < ε. A denso em [a, b].
ê Demonstração.
ε
por aplicação de série geométrica a série acima converge para
.
2
Seja agora (xn ) uma enumeração dos racionais no intervalo [a, b], definimos
∪
∞
ak ak
A= ((xk − , x + ) ∩ [a, b])
2 2
k=1
que é um aberto de [a, b] por ser união de abertos, além disso é denso em [a, b]
pois contém todos os racionais em tal conjunto, temos ainda por medida ser
monótona que
∑
∞
m(A) ≤ ak < ε
k=1
2. Seja y > x
Ay = A ∪ (a, x) ∪ [x, y)
logo temos
m(Ax ) ≤ m(Ay ) =≤ m(Ax ) + y − x
daı́
0 ≤ m(Ay ) − m(Ax ) ≤ y − x ⇒ |m(Ay ) − m(Ax )| ≤ |y − x|
3. Como existe A tal que m(A) < ε e m([a, b]) = b − a = m(Ab ) ≥ ε pela
continuidade da função f acima, existe x tal que m(Ax ) = ε por continuidade.
µ = {B ⊂ Rn | µ∗ (B ∩ E) + µ∗ (Bc ∩ E) = µ∗ (E)}.
µ∗ (B) = 0 ⇒ µ∗ (B ∩ E) = 0 ⇒ µ∗ (C ∩ E) = 0
vale que
µ∗ (B ∩ E) +µ∗ (Bc ∩ E) = µ∗ (E)
| {z }
0
queremos provar que
µ∗ (C ∩ E) +µ∗ (Cc ∩ E) = µ∗ (E)
| {z }
0
µ∗ (Cc ∩ E) e C ∈ u.
Com as várias propriedades que provamos, temos o Teorema de Carathéodory .
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 56
∑
∞ ∑
∞
µ ′ (E) ≤ µ ′ (Ak ) = µ0 (Aj ),
k=1 k=1
µ ′ (E) ≤ µ(E),
∪
∞ ∪
n ∪
n
′ ′ ′
µ (A) = µ ( Aj ) = lim µ ( Aj ) = lim µ0 ( Aj ) = µ(A),
n→∞ n→∞
j=1 j=1 j=1
para todo ε > 0, podemos escolher (Ak ) de maneira que µ(A) < µ(E) + ε . Se
µ(E) < ∞, µ(A \ E) < ε, o que implica que
ê Demonstração.
∪
∞
∞ = µ(Aj ) = µ( Aj ) = ∞.
k=1
∞ = µ(Aj ) ≤ µ(An ) = ∞,
pois a sequência é crescente. Nesse caso então vai valer a identidade. Faremos
agora o caso onde a medida de cada Ak é finita.
∪
n ∑
n ∑
n ∑
n
µ( Bk ) = µ(Bk ) = µ(Ak \ Ak−1 ) = ∆µ(Ak−1 ) = µ(An ) − µ(A0 ) = µ(An )
| {z }
k=1 k=1 k=1 k=1 0
∪
n
(faça um desenho para se convencer que Bk ) = An ) logo a identidade que querı́amos
k=1
segue de tomarmos o limite, por definição de séries.
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 59
$ Corolário 17. Tal resultado garante de outra maneira que medida de retângulo
fechado e aberto são iguais, pois,
∪
∞
1 1 1 1 2
µ([a, b]) = µ( [a + , b − ]) = lim[a + , b − ] = lim(b − a − ) = b − a.
k=1
k k n n n
ê Demonstração.
∪
∞
µ( Ck ) = lim µ(Cn ) = lim(µ(A1 ) − µ(An )) = µ(A1 ) − lim µ(An ).
k=1
∪
∞ ∩
∞ ∩
∞ ∩
∞
Usando que A1 = (Ak ) ∪ (
c
Ak ) = (A1 \ ( Ak )) ∪ ( Ak ) e as expressões
k=1 k=1 k=1 k=1
anteriores, obtemos que
∩
∞ ∩
∞ ∩
∞
µ(A1 ) = µ(( c
Ak ) ) + µ( Ak ) = µ(A1 ) − lim µ(An ) + µ( Ak ) ⇒
k=1 k=1 k=1
∩
∞
lim µ(An ) = µ( Ak ).
k=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 60
∩
∞
Perceba que estamos manipulando apenas números reais pois Ak ⊂ A1 logo
k=1
∩
∞
µ( Ak ) ≤ µ(A1 ) < ∞.
k=1
Z Exemplo 13. No resultado anterior é essencial ter que inf µ(E ) < ∞, pois
j∈N
j
∩
∞
0 = µ( Ek ) ̸= lim µ(En ) = ∞.
k=1
⇒).
Já sabemos que se µ é σ-aditiva então
∩
∞
µ( Ek ) = lim µ(En ),
n
k=1
∩
∞
como Ek = ∅, segue que da igualdade anterior que lim µ(En ) = 0, logo temos
n
k=1
continuidade no vazio.
⇐). Suponha que temos continuidade no vazio, vamos mostrar que µ é σ-aditiva.
Seja (Ak ) uma sequência de conjuntos disjuntos, devemos mostrar que µ é finitamente
aditiva então é σ-aditiva, isto é, devemos mostrar que
∪
∞ ∑
∞
µ( Ak ) = µ(Ak ).
k=1 k=1
∑
n ∪
∞
Seja a sequência (xn ), com xn = µ(Ak ) − µ( Ak ), devemos mostrar que tal
k=1 k=1
sequência tende a zero. Temos usando a aditividade finita e propriedade da diferença
de medidas que
∑
n ∪
∞ ∪
n ∪
∞ ∪
n ∪
∞
xn = µ(Ak ) − µ( Ak ) = µ( Ak ) − µ( Ak ) = µ([ Ak ] \ [ Ak ]) =
k=1 k=1 k=1 k=1 k=1 k=1
∪
∞
= µ( Ak ).
k=n+1
∪
∞
Seja En = Ak , temos que a sequência é decrescente, En+1 ⊂ En , pois
k=n+1
∪
∞ ∪
∞
Ak ⊂ Ak ,
k=n+2 k=n+1
além disso
∩
∞
Ek = ∅,
k=1
∪
∞ ∑
n ∪
∞
lim µ( Ak ) = 0 = lim µ(Ak ) − µ( Ak ),
k=n+1 k=1 k=1
∞ para provar o teorema, vejamos agora que ela é necessária . Sejam µ medida de
contagem em N e Ak = {n ∈ N, n ≥ k}, temos que µ(Ak ) = ∞ ∀ k ∈ N, Ak ⊃ Ak+1 ,
∩
∞
Ak = ∅, logo
k=1
∩
∞
µ( Ak ) = 0 < lim µ(Ak ).
k=1
juntos
ê Demonstração.
A condição ∀ n0 ∈ N, ∃n > n0 | x ∈ An significa que existe uma infinidades de
ı́ndices n tais que x ∈ An .
Denotando o conjunto B = {x, ∀ n0 ∈ N, ∃n > n0 | x ∈ An }, vamos mostrar a
igualdade B = Asup .
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 63
∪
∞
• B ⊂ Asup . Dado x ∈ B, então x ∈ Ak ∀ n0 , pois existe n > n0 tal que x ∈ An ,
k=n0
e portanto x também está na interseção desse tipo de conjunto, logo
∩
∞ ∪
∞
x ∈ Asup = Ak .
n=1 k=n
• Suponha por absurdo que x ∈ Asup mas não seja elemento de B, então x ∈ An
apenas para uma quantidade finita de ı́ndı́ces, existindo um n0 natural tal que
x∈
/ An para n > n0 , daı́
∪
∞
x∈
/ ,
k=n0 +1
Ainf = {x | ∃n0 ∈ N, | x ∈ An , ∀ n ≥ n0 }.
ê Demonstração.
Denotando o conjunto B = {x | ∃n0 ∈ N, | x ∈ An , ∀ n ≥ n0 }, vamos mostrar que
B = Ainf .
∩
∞
• B ⊂ Ainf . Se a ∈ B então existe n0 ∈ N tal que, x ∈ An ∀ n ≥ n0 , daı́ x ∈ Ak
k=n0
e daı́
∪
∞ ∩
∞
x∈ Ak .
n=1 k=n
∩
∞
então x é elemento de algum conjunto Cn0 = daı́ x ∈ Ak ∀ k ≥ n0 , e daı́
k=n0
x ∈ B como querı́amos demonstrar.
1.5.17 Lema de Fatou para conjuntos µ(lim inf An ) ≤ lim inf µ(An ).
2. Se para algum n0
∪
∞
µ( Ak ) < ∞
k=n0
então
lim sup µ(An ) ≤ µ(lim sup An ).
ê Demonstração.
então aplicando resultado que já provamos para união de sequência crescente
temos
∩
∞ ∩
∞
µ(lim inf An ) = lim µ( Ak ) = lim inf µ( Ak ) ≤ lim inf µ(An )
k=n k=n
∩
∞ ∩
∞
essa última desigualdade segue de que Ak ⊂ An , daı́ µ(An ) ≥ µ( Ak ) e
k=n k=n
∩
∞
daı́ segue a desigualdade para lim inf, lim inf µ( Ak ) ≤ lim inf µ(An ).
k=n
2. Queremos provar que lim sup µ(An ) ≤ µ(lim sup An ), temos por definição que
∩
∞ ∪
∞
lim sup An = Ak
| {z }
n=1 k=n
Bn
e tem-se ainda
∪
∞ ∪
∞
Bn = Ak ⊃ Ak = Bn+1
k=n k=n+1
então temos uma sequência decrescente de conjuntos (Bn ) , por resultado que
já provamos tem-se que
∩
∞
lim µ(Bn ) = µ( Bk ) =
k=1
∪
∞
µ(lim sup An ) = lim sup µ(Bn ) = lim sup µ( Ak ) ≥ lim sup µ(An )
k=n
∪
∞ ∪
∞
essa última desigualdade segue de que An ⊂ Ak então µ( Ak ) ≥ µ(An ) e
k=n k=n
daı́
∪
∞
lim sup µ( Ak ) ≥ lim sup µ(An )
k=n
e com isso terminamos a prova.
c = µ(lim inf An ) ≤ lim inf µ(An ) ≤ lim sup µ(An ) ≤ µ(lim sup An ) = c,
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 66
1. E ∈ Σ.
ê Demonstração.
Temos que
∪
∞ ∪
∞
Fn+1 = (Ek ∆E) ⊂ Fn = (Ek ∆E),
k=n+1 k=n
por isso temos uma sequência decrescente de conjuntos e temos
(∞ ∞ )
∩
∞ ∩∪
lim µ(Fn ) = µ( Fk ) = µ (Ej \ E) ∪ (E \ Ek ) = 0,
k=1 k=1 j=k
∞
∑
1.5.18 Lema de Borel-Cantelli - Se µ(Ak ) < ∞ então µ(lim sup An ) =
k=1
0.
∑
∞
b Propriedade 43 (Lema de Borel-Cantelli). Se µ(Ak ) < ∞ então
k=1
µ(lim sup An ) = 0.
ê Demonstração. ∞ ∪
∩ ∞
Temos que lim sup An = Ak , como Bn é decrescente e
| {z }
n=1 k=n
Bn
∪
∞ ∑
∞
µ( Ak ) ≤ µ(Ak ) < ∞.
k=1 k=1
Usamos agora o resultado que já mostramos, que se Bn ↓ A, µ(Bn ) < ∞ então
µ(A) = lim µ(Bn ). Com A = lim sup An
∪
∞ ∑
∞
µ(lim sup An ) = lim µ( Ak ) ≤ lim µ(Ak ) = 0,
k=n k=n
∑
∞ ∑
∞
pois µ(Ak ) < ∞ e daı́ pelo critério de Cauchy o limite lim µ(Ak ) é nulo.
k=1 k=n
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 68
P(lim inf An ) ≤ lim inf P(An ) ≤ lim sup P(An ) ≤ P(lim sup An )
ê Demonstração.
∪
n
ê Demonstração. Definimos µ para todo A = Ck , Ck ∈ S(união disjunta) no
k=1
anel gerado por S com
∑
n
µ(A) = µ(Ak )
k=1
temos que mostrar que a medida está bem definida, isto é, não depende da maneira
∪n ∪
m
que escrevemos um conjunto como união disjunta. Se Ck = Bj (união disjunta)
k=1 j=1
com Ck , Bj ∈ S, podemos escrever
∪
m ∪
m
Ck = Bj ∩ Ck = (Bj ∩ Ck )
j=1 j=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 69
∪
n
Tomamos agora a medida sobre Ck e usamos a observação anterior
k=1
∑
n ∑
n ∑
m ∑
m ∑
n
µ(Ck ) = µ(Bj ∩ Ck ) = µ(Bj ∩ Ck ) =
k=1 k=1 j=1 j=1 k=1
∑
m
µ(Bj )
j=1
∪
n ∪
m
por simetria então Ck e Bj possuem a mesma medida e a extensão de µ está
k=1 j=1
bem definida.
µ é finitamente aditiva no anel gerado por A e única (Provar) .
1. ∅ ∈ F
2. Se A e B em F, então A ∩ B ∈ F.
ê Demonstração.
l(a, b] = b − a, ∀ (a, b] ∈ F.
∪
n ∑
n
µ0 ( (aj , bj ]) = f(bj ) − f(aj ),
j=1 j=1
µ0 (∅) = 0.
ê Demonstração.
Como g é crescente, existem os limites lim g(x), lim g(x), podendo ser eventu-
x→∞ x→−∞
almente −∞ ou +∞.
• Definimos
µg ( (a, b] ) = g(b) − g(a),
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 72
caso a ou b não sejam finitos, definimos g(a) ou g(b) pelo limite correspon-
dente.
Dessa forma µg define uma medida σ-finita na álgebra F e daı́ possui uma
única extensão, que denoraremos também por µg , na álgebra de todos con-
juntos de Borel de R.
• µg possui uma única extensão para uma σ-álgebra completa que contém os
conjuntos de Borel, tal extensão é chamada de medida de Lebesgue-Stieltjes
gerada por g.
∑
∞ ∪
∞
µ∗g (A) ={ µg (Ik ) (Ik ) é uma sequência de intervalos Ik = (ak , bk ] tal que A ⊂ µg (Ik )}.
k=0 k=0
ê Demonstração.
∑∞ ∪
∞
µ(E) = inf { µ(aj , bj ) | E ⊂ (aj , bj )}.
j=1 j=1
ê Demonstração.
pois K ⊂ E .
∪
∞
1. Dado ε > 0, existe {Ij }j∈N coleção de intervalos abertos tal que E ⊂ Ij e por
j=1
propriedade de ı́nfimo tem-se
∑
∞
µ(Ij ) ≤ µ(E) + ε.
j=1
∪
∞
Seja U = Ij , logo U é aberto, E ⊂ U e
j=1
∑
∞
µ(U) ≤ µ(Ij ) ≤ µ(E) + ε,
j=1
então µ(E) é o ı́nfı́mo, pois qualquer outro valor maior que µ(E) não é cota
inferior pela desigualdade anterior, dado que ε > 0 é arbitrário .
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 74
Agora se E não é fechado, o item (1) diz que existe um aberto U tal que E ⊂ U
, daı́ E \ E ⊂ U e
µ(U) ≤ µ(E \ E) + ε.
E ⊂ K ∪ U = E \ U ∪ U,
logo
µ(E) ≤ mu(K) + µ(U),
∪
n ∑
n ∑
n
ε ∪n
µ(Hn ) = µ( Kj ) = µ(Kj ) ≥ µ(Ej ) − ≥ µ ( Ej Ej ) − ε,
4.2|j|
j=−n k=−n j=−n j=−n
| {z }
Bn
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 75
∪
n
como ( = Bn , Bn+1 ⊃ Bn , a convergência monotóna para conjuntos implica
j=−n
∪
∞
que µ( Bk ) = lim µ(Bn ), temos que
k=1
∪
n
µ(E) = lim µ( Ej ),
−n
1. E ∈ M .
K ⊂ E ⊂ U,
logo
µ(K) ≤ µ(E) ≤ µ(U),
1
µ(E) ≤ µ(K) + , ∀ j ⇒ µ(E) = µ(K).
2j
Como K ⊂ E, podemos escrever N2 = E \ K aplicando e medida tem-se µ(N2 ) =
µ(E) − µ(K) = 0 portanto E = K ∪ N2 , com N2 de medida nula.
∪
∞
• Se E não é limitado, escrevemos E = Ej , Ej ∈ M e µ(Ej ) < ∞ ∀ j ∈ N Daı́
j=1
cada Ek = Uk′ \ Nk′ = Kk′ ∪ Nk′′ e aplicamos a união .
∑∞ ∪
∞
∗
λ (A) = inf { l(ak , bk ], A ⊂ (ak , bk ]}.
| {z }
k=1 =bk −ak k=1
λ∗ (E) = λ∗ (E ∩ A) + λ∗ (E ∩ Ac ), ∀ E ⊂ R.
ê Demonstração.
2. Intervalos.
3. Conjuntos enumeráveis.
E + s = {x + s, x ∈ E},
∑
∞ ∪
∞
= inf { (bk − ak ) | E ⊂ (ak , bk )} = λ∗ (E).
k=1 k=1
∪
∞ ∪
∞
Primeiro seja r > 0 Se E ⊂ (ak , bk ) ⇒ rE ⊂ (rak , rbk ), seja y ∈ rE então
k=1 k=1
y = rx, x ∈ (ak , bk ) , isto é, ak < x < bk e daı́ rak < rx < rbk , rx ∈ (rak , rbk )
∪
∞
portanto rE ⊂ (rak , rbk ), disso
k=1
∑
∞ ∪
∞ ∑
∞ ∪
∞
λ(rE) = inf { rbk − rak , rE ⊂ (rbk , rak )} = r inf { bk − ak , rE ⊂ (rbk , rak )} =
k=1 k=1 k=1 k=1
∑
∞ ∪
∞
= r inf { (bk − ak ) | E ⊂ (ak , bk )} = rλ(E).
k=1 k=1
∪
∞ ∪
∞
Seja r < 0 Se E ⊂ (ak , bk ) ⇒ rE ⊂ (rbk , rak ), seja y ∈ rE então y = rx,
k=1 k=1
x ∈ (ak , bk ) , isto é, ak < x < bk e daı́ rbk < rx < rak , rx ∈ (rbk , rak ) portanto
∪
∞
rE ⊂ (rbk , rak ), disso
k=1
∑
∞ ∪
∞ ∑
∞ ∪
∞
λ(rE) = inf { rak −rbk , rE ⊂ (rbk , rak )} = inf {−r bk −bak , rE ⊂ (rbk , rak )} =
k=1 k=1 k=1 k=1
∑
∞ ∪
∞
= −r inf { bk − ak , rE ⊂ (rbk , rak )} =
k=1 k=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 79
∑
∞ ∪
∞
= −r inf { (bk − ak ) | E ⊂ (ak , bk )} = −rλ(E).
k=1 k=1
λ(rE) = rλ(E).
(E + y)c = Ec + y.
Seguindo as equivalências
z ∈ (E + y)c ⇔ z ̸= x + y, x ∈ E ⇔
z−y=x∈
/ E ⇔ z − y = x ∈ Ec ⇔ z = x + y, x ∈ Ec ⇔ z ∈ Ec + y.
z ∈ [(A − y) ∩ E] + y ⇔ z = (za − y) + y = ze + y
| {z }
=za ∈A
z ∈ A ∩ (E + y) ⇔ z = za′ = ze′ + y
então os elementos dos dois tipos de conjunto assumem a mesma forma . Agora
provamos a mensurabilidade ,vamos usar também o fato que provamos da invariância
por translações, isto é, λ(A + y) = λ(A), então vamos lá,
= λ((A − y ∩ E) + y) + λ((A − y) ∩ Ec + y) =
(rE)c = r(Ec ).
z z
z ∈ (rE)c ⇔ z ̸= r.x, x ∈ E ⇔ ̸= x ∈ E ⇔ = x ∈ Ec ⇔
r r
z = r.x, x ∈ E ⇔ z ∈ r.(E ).
c c
A segunda identidade,
1
r( A) ∩ E = A ∩ (rE),
r
1 za
z ∈ r( A) ⇔ z = r( ) = rze ,
r r
z ∈ A ∩ (rE) ⇔ z = za′ = rze ,
logo os elementos dos dois conjuntos são da mesma forma. Agora provamos a
mensurabilidade, usando o que já provamos λ(rA) = |r|λ(A)
A A A
λ(A) = |r|λ( ) = |r|(λ( ∩ E) + λ( ∩ Ec )) =
r r r
A A
= (λ(r[ ∩ E]) + λ(r[ ∩ Ec )]) = (λ(A ∩ [rE]) + λ(A ∩ rEc )) =
r r
usando finalmente que (rE) = r(Ec ), segue o que desejamos
c
então rE é mensurável .
Segue das duas propriedades que sendo E mensurável, então rE + s também é
mensurável.
1. É completa.
4. λ([0, 1]) = 1.
ê Demonstração.
1 1
λ({x}) = lim λ(x − , x] = lim x − (x − ) = 0.
n n
Aqui temos uma interseção enumerável de conjuntos onde o primeiro possui
1
medida finita Ak = (x − , x] , logo a medida da interseção é o limite da medida
k
∩∞
do termo geral , pois temos uma sequência decrescente e Ak = {x}, aplicamos
k=1
teorema de convergência monótona.
∪
∞
Seja E = {xk } (que é um conjunto enumerável), então ,
k=1
∑
∞
λ(E) ≤ λ({xk )} = 0,
k=1
ê Demonstração.
Seja x ∈ ε, então existe r > 0 tal que B(x, r) ⊂ E, daı́ por propriedade de medida,
temos que
λ(E) ≥ λ(B(x, r)) > 0.
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 82
|x| ≤ M.
ê Demonstração.
ak + bk
Aqui estamos denotando B(xk , rk ) = (ak , bk ), onde xk = é o centro e o
2
raio é
bk − ak
rk = .
2
Logo
(bk − ak )
λ(B(xk , rk )) = λ((ak , bk )) = bk − ak = 2 = 2rk .
2
• Como f é Hölder, vale que
∪
∞
De A ⊂ B(xk , rk ), segue que
k=1
∪
∞ ∪
∞ ∪
∞
f(A) ⊂ f( B(xk , rk )) = f(B(xk , rk )) = B(f(xk ), L(rk )p ).
k=1 k=1 k=1
• Se p ≥ 1, vale que (∞ )p
∑
∞ ∑
(rpk ) ≤ rk .
k=1 k=1
Seja a função f : [0, ∞) → [0, ∞) com f(x) = (x + b)p − xp − bp , b ≥ 0. Temos
que f(0) = bp − bp = 0. Além disso a função é crescente pois
essa última vale com p − 1 ≥ 0. Logo temos que (r1 + r2 )p ≥ rp1 + rp2 , o caso geral
para n valores provamos por indução.
( n )p
∑
n ∑
(rpk ) ≤ rk ,
k=1 k=1
a desigualdade vale para n = 1, suponha que seja válida para m < n + 1, então
ela também vai valer para n + 1, pois
(r1 + [r2 + · · · rn+1 ])p ≥ rp1 + [r2 + · · · rn+1 ]p ≥ rp1 + rp2 + · · · rpn+1 ,
| {z }
ntermos
Uma observação é que a desigualdade (r1 + r2 )p ≥ rp1 + rp2 , pode não valer, tome
1 1
por exemplo r1 = r2 = e p = , logo
2 2
1 1 1 1 1 2 √
(r1 + r2 )p = ( + ) 2 = 1 < √ + √ = √ = 2 = 1, 4 · · · .
2 2 2 2 2
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 84
• Se p ≥ 1, temos que (∞ )p
∑
∞ ∑
(rpk ) ≤ rk ,
k=1 k=1
∑
∞ ( ε ) p1
por isso basta tomar uma cobertura de A tal que rk ≤ , daı́ segue
2L
k=1
que
(∞ )p
∑
∞ ∑ ε
(rpk ) ≤ rk ≤ ⇒
2L
k=1 k=1
∑
∞
2L(rpk ) < ve.
| {z }
k=1
λ(B(f(xk ),L(rk )p ))
ê Demonstração.
1
• Um conjunto unitário é mensurável a Lebesgue, pois dado Ak = [x, x + ), tal
k
conjunto é mensurável ∀ k ∈ N.
∪
∞ ∩
∞
Ack == ( Ak )c ,
k=1 k=1
∩
∞
Ak = {x},
k=1
pois x está nessa interseção e nenhum outro valor menor ou maior que x. A
sequência (Ak ) é decrescente, isto é, vale Ak+1 ⊂ Ak , pois
1 1
[x, x + ) ⊂ [x, x + ),
k+1 k
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 85
1 1
que segue de x + < x + . Logo pelo teorema da convergência monótona
k+1 k
para conjuntos, segue que a medida da interseção ( que resulta em {x}) é o
1
limite da medida de An = [x, x + ), portanto
n
1 1
µ({x}) = lim µ([x, x + )) = lim(x + − x) = 0.
n n
• [a, b] é mensurável, pois é união dos mensuráveis [a, b) ∪ {b} e sua medida é
dada pela soma
Ck 2 Ck
m Definição 46 (Conjunto de Cantor). Seja C0 = [0, 1], Ck+1 =
3
∪( + ), k ∈
3 3
Ck x
N. Onde = { | x ∈ Ck } e a translação
3 3
2 2
+ Ck = { + x | x ∈ Ck }.
3 3
∩
∞
C= Ck .
k=0
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 86
• Vale que Ck ⊂ [0, 1] ∀ k, o que provaremos por indução. Temos que C0 ⊂ [0, 1].
Supondo que Ck ⊂ [0, 1], temos que
Ck 2 Ck
Ck+1 = ∪( + ) ⊂ [0, 1].
3
|{z} | 3 {z 3 }
⊂[0, 31 ] ⊂[ 32 ,1]
Ck 1 2 Ck 2
• Como cada Ck ⊂ [0, 1], então ⊂ [0, ] e + ⊂ [ , 1] e são conjuntos
3 3 3 3 3
disjuntos.
( )k
2
• Vale que λ(Ck ) = , ∀ k ∈ N. Provaremos por indução. Para k = 0 vale
3
pois
( )0
2
C0 = [0, 1] ⇒ λ(C0 ) = 1 = .
3
( )k
2
Suponha que λ(Ck ) = , então vamos provar que
3
( )k+1
2
λ(Ck+1 ) = .
3
Ck 2 Ck
Usando a recorrência Ck+1 = ∪( + ), aplicando a medida, tem-se que
3 3 3
( )k ( )k+1
Ck 2 Ck 2 2 2 2
λ(Ck+1 ) = λ( ) + λ( + ) = λ(Ck ) = = .
3 3 3 3 3 3 3
• Temos que ( )n
2
λ(C) = lim λ(Cn ) = lim = 0.
3
λ(E∆F) < ε.
∑
∞
ε
λ(E) ≤ (bk − ak ) < λ(E) + ,
2
k=1
∪
n
pois λ(E) é o mı́nimo, a maior cota inferior . Seja F = Ik , então
k=1
∪
∞ ∑
∞
ε
λ(F \ E) ≤ λ( Ik \ E) ≤ [ λ(Ik )] − λ(E) < ,
2
k=1 k=1
aqui usamos o fato de λ(E) < ∞ para poder transformar a diferença de conjuntos na
diferença das medidas, usamos também a subaditividade, temos ainda que
∪
∞ ∪
∞ ∑
∞
ε
λ(E \ F) ≤ λ( Ik \ F) = λ( Ik ) ≤ λ(Ik ) < ,
2
k=1 k=n+1 k=n+1
∪
n ∪
∞ ∪
∞ ∪
n ∪
∞
onde usamos que F = Ik e daı́ Ik \ F = Ik \ Ik = Ik , somando as duas
k=1 k=1 k=1 k=1 k=n+1
expressões obtidas temos que
ε ε
λ(E∆F) = λ(E \ F) + λ(F \ E) < + = ε.
2 2
Tal resultado diz informalmente que Λ(E) w µ(E ∩ F), pois
b Propriedade 56. Seja F ⊂ [a, b] mensurável com λ(F) > 0, então para todo
ε > 0 existe um intervalo aberto I tal que λ(F ∩ I) > (1 − ε)λ(I).
ê Demonstração. Suponha por absurdo que existe ε > 0 tal que para cada
intervalo aberto I, tem-se
λ(F ∩ I) ≤ (1 − ε)λ(I),
por definição da medida de Lebesgue existe uma famı́lia de intervalos abertos (Jk )n1
(aqui usamos que F ⊂ [a, b], logo pode ser coberto por quantidade finita de intervalos)
∪
n
tal que F ⊂ Jk e
k=1
∑
n
λ(F) ≤ λ(Jk ) << λ(F) + ελ(F) = (1 + ε)λ(F),
k=1
∑
n
≤ (1 − ε)λ(Jk ) ≤ (1 − ε)(1 + ε)λ(F) = (1 − ε2 )λ(F),
k=1
logo λ(F) ≤ (1−ε )λ(F) ⇒ 0 ≤ −ε2 λ(F) o que implicaria λ(F) ≤ 0 o que contraria nossa
2
suposição de que λ(F) > 0. Portanto dado ε > 0 existe I tal que λ(F ∩ I) > (1 − ε)λ(I).
então
λ(E ∩ I) ≥ λ(Fn ∩ I) > (1 − ε)λ(I).
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 89
ê Demonstração.
3
Da propriedade anterior tomamos α = , então temos um intervalo aberto tal
4
3 −1 1
que λ(E ∩ I) > λ(I). Tomamos x ∈ ( λ(I), λ(I)) e os conjuntos
4 2 2
A = E ∩ I e B = (E ∩ I) + x,
temos que λ(A) = λ(B), pois λé invariante por translação . Suponha que A ∩ B = ∅
então
3 3
λ(A ∪ B) = 2λ(A) > 2. λ(I) = λ(I),
4 2
porém A ∪ B ⊂ I ∪ (I + x), pois A = E ∩ I ⊂ I e B = (E ∩ I) + x ⊂ I + x. Como
−1 1
x ∈ ( λ(I), λ(I)) então a medida de I ∪ (I + x) é no máximo a medida de I mais a
2 2
1 3
metade dessa medida , λ(I ∪ (I + x)) ≤ λ(I) + λ(I) = λ(I). Por isso temos
2 2
3 3
λ(I) < λ(A ∪ B) ≤ λ(I ∪ (I + x)) = λ(I),
2 2
o que é absurdo, então A ∩ B não é vazio . Seja y ∈ A ∩ B, isto é, y ∈ (E ∩ I) + x e
y ∈ (E∩I), por isso y = z+x para algum z ∈ E∩I então x = y−z ∈ E−E com x tomado
−1 1 −1 1
arbitrário no intervalo ( λ(I), λ(I)) segue então a inclusão de ( λ(I), λ(I)) em
2 2 2 2
E − E.
onais
Z Exemplo 17. Seja por exemplo o intervalo [0, b] temos que [0, b] ∩ Q é
Lebesgue mensurável, pois os racionais são conjunto de Borel, logo Lebesgue-
mensuráveis, temos que [0, b] ∩ Q ∪ [0, b] ∩ (R \ Q) é união disjunta e (R \ Q)
também mensurável, por ser complementar do mensurável Q, portanto aplicando
a medida e usando que racionais possuem medida nula, segue que
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 90
m Definição 47 (Medida com sinal). Dados um par (X, Σ), conjunto X munido
de uma σ-álgebra Σ, uma função λ : Σ → R é chamada de medida com sinal (ou
carga), se
• λ(∅) = 0.
• λ é σ-aditiva.
• A diferença aqui para uma medida é que λ pode assumir valores negativos
pois sua imagem está em R.
é incondicionalmente convergente.
ê Demonstração.
Vale que
∪
∞ ∑
∞
λ( Ek ) = λ(Ek ),
k=1 k=1
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 91
∪
∞ ∑
∞
λ( Ef(k) ) = λ(Ef(k) ),
k=1 k=1
∪
∞
que por sua vez é igual a λ( Ek ) pois a união não depende da ordem com que se
k=1
toma seus termos.
ê Demonstração.
∪
∞ ∑
∞
µ( Ak ) = µ(Ak ).
k=1 k=1
∪
∞
∞ = µ(Ak ) ≤ µ( Ak )
k=1
Suponha agora que cada µ(Ak ) < ∞. Seja ε > 0 dado arbitrário, escolha
Ek ⊂ Ak , onde Ek ⊂ Σ, tal que
ε
µ(Ak ) ≤ λ(Ek ) + ,
2k
tal sequência (Ek ) pode ser tomada por propriedade do supremo, além disso ela
é disjunta pois Ek ⊂ Ak e (Ak ) é sequência disjunta. pela σ-aditividade de λ
segue que
∪
∞ ∑
∞ ∑
∞
ε ∑∞
λ( Ek ) = λ(Ek ) ≥ (µ(Ak ) − k ) ≥ [ µ(Ak )] − ε.
2
k=1 k=1 k=1 k=1
Logo de
∪
∞ ∪
∞ ∑
∞
µ( Ak ) ≥ λ( Ek ) ≥ [ µ(Ak )] − ε,
k=1 k=1 k=1
∪
∞
Agora iremos provar a outra desigualdade. Tome E ⊂ Ak , como λ é σ-aditiva,
k=1
segue que
∪
∞ ∪
∞ ∑
∞
λ(E) = λ(E ∩ Ak ) = λ( [Ak ∩ E]) = λ(Ak ∩ E),
k=1 k=1 k=1
∑
∞
λ(E) < µ(Ak ).
k=1
∑
∞ ∪
∞
Daı́ µ(Ak ) é uma cota superior, como µ( Ak ) é a menor das cotas superi-
k=1 k=1
ores, segue que
∪
∞ ∑
∞
µ( Ak ) ≤ µ(Ak ),
k=1 k=1
λ(P ∩ E) ≥ 0.
λ(N ∩ E) ≤ 0.
λ(M ∩ E) = 0.
λ(P ∩ P) = λ(P) ≥ 0.
λ(N ∩ N) = λ(N) ≤ 0.
λ(P2 ∩ E) ≥ 0.
que
λ(P1 ∩ (P2 ∩ E)) = λ(P2 ∩ E) ≥ 0,
portanto P2 é positivo.
λ+ (A) = sup{λ(B) : B ⊂ A, B ∈ Σ}
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 95
•
P ∪ N = Σ, P ∩ N = ∅.
• λ restrita a P é positiva.
• λ restrita a N é negativa.
ê Demonstração.
A classe Pc de todos conjuntos positivos é não vazia pois deve conter ∅ pelo menos.
Seja α = sup{λ(A), A ∈ Pc }. Seja (Bn ) uma sequência em Pc tal que lim λ(Bn ) = α.
∪n
Como a união de dois conjuntos positivos é positivo, definimos An = Bk , logo
k=1
∪
∞
(Ak ) é uma sequência positiva e crescente. Definimos P = Ak .
k=1
• P é positivo, pois
∪
∞ ∪
∞
λ(E ∩ P) = λ(E ∩ Ak ) = λ( [E ∩ Ak ]) = lim λ(E ∩ An ) ≥ 0.
k=1 k=1
Daı́
α = lim λ(An ) = λ(P) < ∞, pois λ(P) < ∞.
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 96
Suponha por absurdo que N = A \ P não é negativo, então existe E ⊂ N tal que
λ(E) > 0. O conjunto E não pode ser positivo, pois se não P ∪ E também será
positivo, com
λ(P ∪ E) = λ(P) + λ(E) > α.
|{z} |{z}
α >0
Logo E contém conjuntos com carga negativa. Seja n1 o menor número natural tal
que E contém um conjunto E1 ∈ Σ tal que
−1
λ(E1 ) ≤ .
n1
Porém, E \ E1 não pode ser um conjunto positivo, pois se não P1 = P ∪ (E \ E1 ) seria
positivo com λ(P1 ) > α. Logo E \ E1 contém conjuntos com carga negativa. Seja n2 o
−1
menor número natural tal que E\E1 contenha um conjunto E2 ∈ Σ tal que λ(E2 ) ≤ .
n2
Repetindo o argumento para E \ (E1 ∪ E2 ) e assim por diante, obtemos uma sequência
1
disjunta (Ek ) de conjuntos de A, tais que λ(Ek ) ≤ .
nk
∪
∞
• Seja F = λ(Ek ).
k=1
Temos que
∑
∞ ∑∞
1
λ(F) = λ(Ek ) ≤ − ≤ 0.
k=1 k=1
n k
1
Logo a série converge e portanto → 0. Se G ⊂ E \ F é mensurável com λ(G) < 0,
nk
−1
então λ(G) < , para k suficientemente grande, contradizendo o fato que nk é
nk − 1
∪∞
o menor número natural tal que E \ ( Ek ) contém um conjunto com carga menor
k=1
−1
que . Logo todo conjunto mensurável G de E \ F deve ter λ(G) ≥ 0, portanto E \ F
nk
é positivo para λ. Como λ(E \ F) = λ(E) − λ(F) > 0, daı́ P ∪ (E \ F) é positivo com
carga maior que α, contradição com N = A \ P não ser negativo. Logo N = A \ P é
negativo para λ e a decomposição de A foi obtida.
ê Demonstração.
⇐). Temos que mostrar que µ(E) = 0 implica λ(E) = 0. ∀ ε > 0 existe δ > 0 tal
que µ(E) = 0 < δ (podemos tomar qualquer δ > 0 já que µ(E) = 0) implica λ(E) < ε,
como ε > 0 é arbitrário segue que λ(E) = 0.
⇒) Provaremos a contrapositiva, lembre que p ⇒ q é equivalente a ∼ q ⇒∼ q.
Então, negando a condição dada, temos que mostrar que não vale λ não é abso-
lutamente contı́nua em relação a µ, isto é, obter E tal que µ(E) = 0 e não vale
λ(E) = 0.
1
Suponha que exista ε > 0 e conjuntos En ∈ Σ com µ(En ) < n e λ(En ) ≥ ε. Seja
2
∪
∞
Fn = , então
k=n
∑
∞ ∑∞
1
µ(Fn ) ≤ µ(Ek ) ≤ = 2−n+1 .
2k
k=n k=n
∩
∞
λ( Fk )) = lim λ(Fk ) ≥ ε.
k=1
•
A ⊂ G, m(G) ≤ m∗ (A) + ε.
• Podemos assumir que m∗ (A) < ∞, pois caso contrário podemos tomar G = R.
∪
∞
Dado ε > 0, existe (Ik )k∈N , onde Ik = [ak , bk ), tal que A ⊂ Ik e m∗ (A) ≤
k=0
∑
∞
ε ε ∪∞
∗
m(Ik ) < m (A) + . Tomando Jk = (ak − k+2 , bk ), G = Jk . G é aberto,
2 2
k=0 k=0
∪
∞ ∪
∞
A⊂ Ik ⊂ Jk .
k=0 k=0
∪
∞ ∑∞ ∑
∞
ε
m(G) = m( Jk ) ≤ m(Jk ) = (bk − ak + k+2 ) =
2
k=0 k=0 k=0
∑
∞
ε ∑
∞ ∑∞
ε ( ε) ε
∗
= [m(Ik ) + k+2
]= m(Ik ) + ≤ m (A) + + =
2 2k+2 2 2
k=0 k=0 k=0
= m (A) + ε ⇒ m(G) ≤ m∗ (A) + ε.
∗
1
m∗ (A) ≤ m∗ (H) ≤ m∗ (Gn ) < m∗ (A) + ,
n
tomando n → ∞ segue que
logo temos que m∗ (A) = m(H). Lembre que m∗ (H) = m(H), pois H pertence a
σ−álgebra de borel por ser interseção enumerável de elementos dessa σ-álgebra.
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 99
En = {x : ||x|| ∈ (n − 1, n) }.
ε
Para cada n natural, seja Gn um aberto com En ⊂ Gn e m(Gn \ En ) < n . Se
2
∪
∞ ∪
∞
tomamos G = Gk , então G é aberto, E ⊂ G, E = Ek , temos que
k=1 k=1
∪
∞ ∪
∞ ∪
∞
G\E=[ Gk ] \ [ Ek ] ⊂ [Gk \ Ek ],
k=1 k=1 k=1
ê Demonstração.
⇐). Se vale m∗ (H \ E) = 0 para H um Gδ então Z = H \ E é mensurável. Como H
é mensurável (interseção enumerável de abertos) segue que E = H \ Z é mensurável.
⇒). Pelo resultado anterior, se E é Lebesgue mensurável existe Gn aberto tal que
1 ∩∞
∗
E ⊂ Gn e m (Gn \ E) < , tomando H = Gk , temos que E ⊂ H, e H é um Gδ . Além
n k=1
disso
1
H \ E ⊂ Gn \ E ⇒ m∗ (H \ E) ≤ m∗ (Gn \ E) ≤ ,
n
1
isto é, m∗ (H \ E) ≤ . Tomando n → ∞, segue que m∗ (H \ E) = 0.
n
b Propriedade 67. Sejam A e B conjuntos tais que d(A, B) = inf {|a − b|, a ∈
A, b ∈ B} > 0. Então vale que
m∗ (A ∪ B) = µ∗ (A) + µ∗ (B).
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 101
Onde l(Ik ) é a medida de Lebesgue do bloco retangular. Podemos assumir que cada
bloco Ik possio diâmetro menor que δ (se não o dividimos em blocos menores). Neste
caso nenhum bloco In pode conter pontos em ambos A e B. Podemos dividir (In ) em
três classes disjuntas
Logo
m∗ (A) + m∗ (B) ≤ m∗ (A ∪ B) + ε,
∑
∞ ∪
∞
Hdδ =∈ { (diamUk ) : S ⊂
d
Uk , diam(Uk ) < δ},
k=1 k=1
ê Demonstração. Se δ1 ≥ δ2 então Hdδ1 (S) ≤ Hdδ2 (S). Pois como diam(Uk ) <
δ1 , no cálculo de Hdδ1 , e essa condição é menos restritiva que diam(Uk ) < δ2 , por
∑∞
isso temos mais coleções de coberturas e daı́ o ı́nfimo das somas (diamUk )d é
k=1
possivelmente menor.
$ Corolário 23. O limite lim− Hdδ (S) existe, podendo ser possivelmente infinito.
δ→0
ê Demonstração.
CAPÍTULO 1. TEORIA DA MEDIDA 103
ê Demonstração.