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compromisso Enicho Do REVISTADO ADULTO CRISTAO - ESCOLA BIBLICA DOMINICAL ANOCKX- N°438 Digitalizado com Cam: a Jé nos primeiros pardgrafos, percebe-se que Joao se diferencia notavelmente do estilo de Mateus, Marcos e Lucas. Os escritores dos outros Evangelhos fixaram a sua atencao nos acontecimentos e sequiam Jesus pelos ruidosos mercados e aldeias, Diferentemente deles, Jodo dava por certo que seus leitores conheciam os fatos fundamentais acerca de Jesus. Por isso, em vez de centrar sua atencao neste ou ‘naquele fato, ele se aprofunda no significado do que Jesus dissera ou fizera, Em seu primeiro paragrafo, salienta a natureza de Cristo. Nao aparecem ai presépios, nem estdbulos, nem pastores, nem sdbios do Oriente. Joao nada conta do nascimento Digitalizado com CamScanni rnem da infancia de Jesus. Quando 0 apre- senta, ele ja é 0 amadurecido Filho de Deus. Terminado 0 eloquente prologo, este livo apresenta Jodo Batista apontando humilde- ‘mente para Jesus “do qual eu néo sou digno de desatara correia da alparca’ (Jo 1.27). OBJETIVOS Ao lermos 0 livro de Joao percebemos que ele especifica com muita clareza os ele- mentas fundamentais da fé, Jesus da pro- vas de sua identidade, diagnostica os pro- blemas da humanidade e descreve pura € jreplesmente o que é preciso fazer para se ceaverter, para mudar de atitude diante de us. E muito provavel que ao ler o Evan- gellio de Jodo, vocé reconhega certos versi- culos e frases deste extraordindrio livro que chegaram a ser de conhecimento quase universal como, por exemplo, as sentencas iniciadas por“Eu sou’, que Jesus usa de vez em quando. Jodo escolheu sete “sinais” ou milagres de Jesus (cinco dos quais néo figu- Tam em nenhum outro escrito). No decorrer estes préximos trés meses vocé entraré em contato com esses milagres, cada um com suas peculiaridades. JESUS FOI ENVIADO PARA CUMPRIR UMA MISSAO Jodo limitou-se a escolher determinadas enas que nao abrangem, no total, mais que 20 dias da vida de Jesus, eas reuniu de forma a apresentar um Messias que sabe “donde vim, e para onde vou" (Jo 8.14). Jesus nao 6 simplesmente um homem que apareceu na terra, mas, sim, 0 Filho de Deus, enviado para completar a obra do Pai. As repetidas referéncias aquele “que me enviou” impri- mem uma cadéncia especial a este livro. Segundo Joao, Cristo participou do ato ori- ginal da criagéo. Mas no tempo proprio foi também enviado a terra como 0 Verbo — a Palavra divina - que resume tudo o que Deus desejava dizer. Deus se expressou na tinica forma com que realmente podemos compreendé-lo: tornando-se um de nds. PROPOSITOS TEOLOGICOS Dr. Broadus Hale (1983) apresenta alguns propésitos teolégicos do Evangelho de Jodo que certamente o leitor ha de perceber no Digitalizado com CamScanni contetido descrito no texto do aluno, Es- Ses propésitos parecem ter influenciado 0 contetido do livro nos varios estagios de sua composi¢ao. A intencao do livro nao foi perpetuar um corpo imutavel de doutrinas, mas relatar algumas Conviccdes cristés, em face dos desafios surgidos na comunidade. Alguns desses propésitos sao: 1, Interesses evangelisticos - 0 pro- pésito declarado do Evangelho em 20.31 € bem claro: “Estes, porém, foram escritos para que creiais’. 0 verbo “crer” é funda- Mental nao s6 para o contexto imediato, mas para 0 livro todo, Esta fé, dird depois 0 autor, conduz a “vida” (eterna), outra énfa- se importante do Evangelho. De modo bem claro, 0 objetivo primordial do livro foi faci- litar um relacionamento pessoal com Jesus que transformard o sentido da existéncia da pessoa. Ao mesmo tempo, o Evangelho esté preocupado em estabelecer também a £6 em Jesus, como o“Filho de Deus’ 2. Interesses eclesiasticos - Joao nao se Preocupou com as necessidades internas da igreja. 0 cristianismo estava penetrando em novas culturas. Novas pressdes surgi- mas sutis de heresia, aumento de atividades hostis da parte dos inimigos e desuniao interna provocaram, em parte, uma crise na lideranca ministerial. A pre- Ocupagdo maior da igreja era descobrir a tela¢do devida entre a vida contemporanea 0 ministério histérico de Jesus. 3. Interesses apologéticos - 0 Evan- gelho de Joao parece demonstrar um in- teresse especial na relacao do velho Israel Com 0 novo, particularmente nos capitulos 2-12. A superioridade do cristianismo nao € uma substituigdo do judaismo, mas sua verdadeira realizacao. Mais do que renun- Gar ao templo, no momento em que cor- tia perigo mortal, a igreja foi o verdadero templo, como o corpo de Jesus, em que a gloria de Deus se tabernaculou na terra (1.14; 2.19-21), Para um povo privado de suas festas tradicionais, desenvolveu-se uma apresentacdo de Cristo como a pascoa, 05 taberndculos e a dedicacio verdadeiros. A igreja rejeitava somente as dimensdes Taciais e politicas de Israel, ndo sua identi- dade espiritual auténtica, Desse modo, os judeus foram convidados a aceitar Cristo, a fim mais de cumprir do que de rejeitar sua vocacio biblica. REFERENCIAS Biblia Devocional de Estudo — Velho e Novo Testamento. Tradugao de Jodo Ferreira de Almeida. Versio revista corrigida. Com referéncias. Revisao de 1997. Fecomex, Hale, Broadus D. Introdugdo ao Novo Tes- tamento, Junta de Educagao Religiosa e Publicacoes: Rio de Janeiro, 1983. Doe fzado comeamecann TEXTO BIBLICO 5 Joi0 11-51 AREVELAGAO = DE DEUS JESUS, TODO PODEROSO ONTEM, HOJEE ETERNAMENTE (1.1-5) Quando lemos os primeiros versiculos do Evangelho de Joao nos im- pressiona o quanto Deus quer que saibamos que sua presenca no Filho éde eternidade em eternidade. A declaracao de que no principio era o Verbo poderia ser classificada como antes de Génesis 1.1. Moisés inicia sua exposicéo da revelacao de Deus dizendo que no principio Deus criou, porém, Joao relata o que era antes da criacao. A afirmagao de que Jesus estava no principio, No ato da criagao e sendo tudo realizado por ele (Jesus, 0 Verbo) é de 1 ausar uma emocao muito forte naquele que cré. i Tene) Por causa dessa declaracéo podemos sustentar muitas de nossas SABADO declaracoes doutrindrias, entre elas, a Trindade. Nestes versiculos po- Jog01.35-42 demos entender a mente e a percepcao de Jodo. Jesus nao era um DTT | homem que foi ensinado a ser Deus, ou convencido que era Deus, ou que buscou ser Deus e, por isso, se declarou Deus, mas Jesus é Deus, indubitavelmente, Hé uma historia a ser contada e ensinada que se instala com 0 nas- cimento virginal do Cristo, se desenvolve com sua vida entre nds e ascende com sua morte e ressurreicdo. Contudo, a histéria nao aca- Digitalizado com Cameco bou, pois Jesus viré, Devemos anunciar que Jesus € esse poderoso narrado por Jodo; Verbo eterno, pelo qual tudo foi feito por sua Palavra. JOAO, 0 BATISTA, 0 TODO DEPENDENTE DE DEUS (1.6-28) Joao escreve com muita propriedade a res- peito de Joao Batista, chamado assim para diferenciar e marcar a respeito de quem se fala. E um personagem relevante na passa- gem de Jesus entre nds. Detalhes interessantes de Joao, o Batista, agucam as discussdes teolégicas. Contudo, dois destaques podem ser praticos na vida crista. 0 primeiro destaque de Joao vem antes de seu proprio nascimento. Anunciado ao seu pai Zacarias que muitos se alegrariam no seu nascimento, seria grande diante do Senhor, converteria muitos dos filhos de Israel ao SENHOR seu Deus e iria adiante dele no espirito e virtude de Elias, para converter os coracdes dos pais aos filhos, € 05 rebeldes prudéncia dos justos, com 0 fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto (Le 1.14-17). 0 nascimento de uma crianga deve trazer beneficios ao reino de Deus. Existimos para a gloria de Deus. Nossos filhos devem ser criados para esse mesmo propésito. 0 pro- blema é que criamos nossos filhos para se- TESTS EO Melua que eraDeus, ou que (MISTS, Ts liso, sacdeclarou Deus, HER PASSE: indubitavelmente rem bons e produtivos. Nds os preparamos para viverem nesse mundo de maneira honrada e honesta. Investimos a fim de que vencam na vida, obtendo satide, con- forto e realizacao. Mas, na pratica, a vida crista nao tem sido prioridade no ensino de muitos pais. Criangas crescem sem a educacao crista de berco. Nossos filhos sao para gloria de Deus. Nés somos para gloria de Deus. Nossos filhos e netos serao adul- tos, mas desde criangas devem entender que suas vidas sao para servir a Deus. Jodo aprendeu isto em casa. Os propdsitos de Deus foram, inicialmente, ensinados por seus pais. Certamente, ao longo da vida, 0 proprio Deus falou de muitas maneiras com Joao. Contudo, Jodo cresceu sob uma atmosfera de compromisso com Deus e seus objetivos. Podemos imaginar Joao refletindo a res- peito da mensagem que Deus entregou SO jr ‘alizado com Camscann a seus pais. Recebendo instrugéo da pro- messa de Deus a nacao e dos propésitos divinos & humanidade inteira. Joao sabia, desde 0 berco, da importancia da sua vida na sua propria existéncia. Deus tem falado conosco; nés devemos ensinar nossos fi- [hos a respeito da grande comissao deixada Por Jesus. Um dia, eles ouvirao do préprio Deus a confirmagao do que aprenderam e Teceberdo novas instrucdes e passardo para Seus prdprios filhos e estes aos filhos dos ‘ilhos até a volta de Jesus, © segundo destaque ¢ igualmente im- pressionante, Esté em torno da discus- sae da inicio da vida, Alguns defendem © preciso um coracao pulsando e um cérebro funcionando, ou seja, a presenca de sistema circulatorio e nervoso em tor- no do segundo més de gestacao para que © feto seja considerado um ser vivo. Na Contramao de muitos que dizem que nao € um ser vivo antes de um determinado Perfodo, a Biblia narra que Joao, com trés meses de vida uterina, identifica Jesus na barriga de Maria, que vai se encontrar com Isabel a fim de compartilhar o evento milagroso em sua vida, Significa que Je- SUS estava presente completamente no Evento inicial dos primeiros dias de gra- videz de Maria, Os primeiros dias de vida sao completamente vida; assim, diga nao a0 aborto, Nossa discussao Nao deve estar Pautada Nas concepcdes humanas, Devemos per- manecer com a Palavra de Deus, apesar das formulacées e tratados humanos, Em muitas épocas, em muitos lugares, em muitas culturas, cristéos mudaram sua crenca por causa dos conceitos humanos. Nao € incomum encontrarmos pessoas defendendo o aborto porque alguém pro- Vou que s6 é considerado vida apés quan- tidade “X” de semanas (e entre eles nao hd uma data exata). 0 crente deve pautar sua convicgdo nos propésitos de Deus, ainda que a humanidade diga coisas em contrario. A CONVICCAO DO PLANO REDENTOR DE DEUS — A IMPORTANCIA DAS PESSOAS (1.29-51) “0 Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” Essa declaragdo de Joao deve ter confundido muitos que ouviram, pois o Cordeiro tirava o Pecado do individuo, ou da familia ou do judeu. Mas, tiraria de todos? Muitas perguntas estavam para serem fei- tas, 0 proprio Joao nao compreendeu tudo nem entendeu todas as questoes. Jodo sabia apenas 0 Necessario para cumprir sua Missdo. Quando interrogado, demonstrou que tinha mais conviccao a Tespeito do que Ndo era: nao era 0 Cristo; nao era o Elias; nao era o Profeta, Apenas refletia ser o que disse Isaias 40,3: "Voz do que clama no de- serto”, Digitalizado com CamScann BN mmguaienns Saeinenone a aaa ST) Apesar de serem primos, pela leitura bi- blica, entendemos que Jodo nao reconhe- ceria Jesus depois de adultos (ambos com 30 anos). Para os intimos da familia, havia Muitas histérias em tomo de Jesus, desde ‘Sua concepcao pelo Espirito Santo, até as revelacdes que 0 préprio Nazareno dava no templo desde seus 12 anos, Mas, como identificd-10? Por isso, Deus dé o sinal per- feito para identificar quem seria o Cristo (1.31-34). Dai seu espanto em batizar 0 Cristo (Mt 3.14). Joao Batista nao tinha todas as respostas, mas tinha conviccao da misao de fazer a vontade de Deus. Obedecia incondicionalmente. Precisamos de muitos como Joao, o Batista, mais obe- dientes que questionadores, Alids, ressalto 0 que ouvi de um pregador: “Se Addo e Eva permanecessem sem ques- tionar, apenas obedecessem incondicional- Mente, ainda estariamos no Eden’. Hoje reunimos mais respostas que todos os apdstolos somados com Joao Batista. Te- Mos as Maos muito mais que o necessdrio para cumprir a vontade de Deus. Aqueles homens obedeceram, mesmo tendo mais perguntas que respostas. Hoje, apesar das Tespostas e dos fatos, homens e mulheres ficam aquém daquelas conviccdes. Alguns declaram as palavras de Jodo, mas nao professam a mesma incondicionalidade. Querem o melhor de Deus, mas também querem a sincronizagao humana. Que- fem seguir 0 Cristo sem deixar a came e as coisas da carne. Enquanto Deus quer se ‘mostrar descortinado, a fim de conduzir © homem de volta a intimidade no Eden, © homem quer ver aquilo que the traz proveito proprio, na semelhanca de Adao. Enquanto Deus nos quer em obediéncia, a humanidade quer voltar drvore para co- mer de frutos de pouco proveito. 0 objetivo de Deus para criar o homem foi interrompido pelo pecado. 0 pecado conce- bido provocou a exclusdo do homem, nao 56 da presenca de Deus, nao s6 do paraiso, mas para longe do projeto original. 0 peca- do nao arruinou os planos de Deus, mas 0 interrompeu por um breve momento, Deus quer comunhao com o homem. Ape- sar do pecado, o Senhor agracia a huma- nidade com a possibilidade de eleva-lo 4 condigao de criatura, a serem filhos de Deus. Para isso, habita entre nds, na for- ma humana, abrindo mao de sua gléria a fim de nos resgatar definitivamente em sactificio vivo, sendo o ultimo e definitive Cordeiro que tira 0 pecado de todo aquele que nele crer. Por alguma razéo, Deus nao quer executar seus planos sem o homem. Poderia, mas nao quer. Hd uma frase que utilizo que entendo ser uma atitude de Deus: “Pessoas sd0 mais importantes que coisas, fatos e frases” Ora, se é assim para Deus, deve ser para nds também. Evocé, querido leitor, tem esta conviccio? Digitalizado com CamScann =" AS PRIMEIRAS ACOES meine NO MINISTERIO TERRENO DE JESUS “Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando todo tipo de doencas e enfer- midades. Vendo as multidées, compadeceu-se delas, porque andavam atribuladas e abatidas, como ovelhas que ndo tém pastor. Entao disse a seus discipulos: Na verdade, a colheita é grande, mas os trabalhadores do poucos; rogai ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para asua colheita” (Mt 9.35-38). OTERCEIRO DIA Oterceiro dia do ministério de Jesus entre nds deve ter sido muito ani- mador, principalmente porque os dois dias que antecederam a festa de casamento foram totalmente diferentes daqueles que ele tinha es vivido até entao: um adolescente falando com doutores da lei admi- ete rados com sua inteligéncia e respostas; um jovem que trabalhava na eee carpintaria junto com o pai numa vila de pouca expressao social; e um DOMINGO: adulto que, provavelmente, apds a morte do pai, cuidara de sua mae Tp eEe sy nanan e de seus queridos irmaos. Eek) O que mais Jesus poderia esperar nessa nova estrada que se apresen- tava? Ea resposta foi perfeital “Ainda ndo é chegada a minha hora!” Ou seja, ainda hd um longo e arduo caminho para trilhar. - Digital jizado com i OS DOIS DIAS ANTERIORES Os dois dias anteriores foram marcados por encontros que mudaram a histéria da vida de alguns homens, A expressdo “Eis aqui 0 Cordeiro de Deus’ articulada pela boca de Joao Batista, soava de for- ma semelhante expressdo de Jesus ao proclamar “Arrependei-vos porque estd préximo o reino de Deus”. De origem le- vitica, podendo exercer, como seu pai Zacarias, 0 oficio de sacerdote, Joao Ba- tista preferiu morar nas montanhas e no deserto vestido de peles, alimentando-se de gafanhotos e mel e definitivamente decidido a obedecer a vontade de Deus que o escolhera antes dele nascer, e que respondia a inquietacao de todos que em seus coracées perguntavam “quem serd, pois este menino?” A resposta é resultado da criacdo dos seus pais, do conhecimento das Escrituras que foram iniciadas em casa e continuadas no templo e da influéncia do Espirito Santo na vida de Jodo. Este é o resultado de uma série de aces. Todos eles — André, Joao, Pedro, Filipe, Natanael e milhares de outros - a0 ou- virem a expressao “Eis aqui o Cordeiro de Deus” entenderam que era um convite para considerar que a vida que levavam estava completamente diferente da vida que agora Jesus oferecia de forma perfei- tae abundante. 0s discipulos de Joao ja estavam ouvindo, do préprio Joao os ensinamentos proféti- COS a respeito do Cristo, e repentinamen- te ele esta diante dos olhos. A reacao foi rapida e clara: “Achamos Jesus de Nazaré”. Ea resposta de Jesus também foi répida: “Eu te vi debaixo da figueira, Natanael”; “Seque-me, Mateus”; “Desce depressa des- $a figueira, Zaqueu"; “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei”, “Hoje mesmo estards comigo no paraiso’, “Pedro, tu me amas?” Jesus sempre tem uma resposta para cada ocasido, quem tem ouvidos para ouvir, ouga. A FAMILIA SE ENCONTRA Aemocao de Jesus foi muito forte ao en- contrar num casamento os seus irmdos e a sua mae Maria, os quais, provavelmen- te, nao via ha algum tempo. Entretanto, Mesmo que houvesse muitas dividas nos coracées dos discipulos e de seus irmaos — alguns dos quais nao criam nele — no coragéo de Maria ainda permanecia viva a visdo e a promessa do anjo Gabriel: “Salve, agraciada! 0 Senhor é contigo! Bendita tu entre as mulheres! Nao temas porque achaste graca diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberds e dards a luz um filho, e por-Ihe-ds o nome de Jesus. Este serd grande, e serd chamado filho do Altissimo; e o Senhor Deus Ihe daré 0 trono ere Digitalizado com CamScann de Davi, seu pai. E reinard eternamente na casa de Jacé, e 0 seu reino ndo terd fim” (Lc 1.28-33). Ela ainda guardava todas essas coisas, conferindo-as em seu coracao (Lc 2.19), Jesus é Deus e sempre soube disso, Maria também, nés também; 0 mundo precisa saber disso. Estar em familia é bom, mas compor a familia de Deus é me- thor ainda (Ef 2.19-22). REBOLICO NO CASAMENTO Que grande turbuléncia deve ter acontecido entre os demais convidados quando Jesus Cristo e seus primeiros discipulos chegaram ao casamento em Cand da Galileia! 0 alvo- 1960 ficou intensificado quando percebe- ram que o vinho tinha acabado. Apesar das boas intengdes de Maria, Jesus esclarece seu foco e transmite uma verdade implici- ‘mulher, o momento é oportuno, mas 0 ‘meu compromisso é com o Pai’. Foi nessa circunstancia que ele iniciou o seu intenso € breve ministério. Seu primeiro milagre depois de encarnado. Nao podemos perder de vista que Jesus sempre existiu. Sempre fez milagres, ainda faz milagres, mas ficou interrompido por breve momento. OBEDECER E MELHOR Os serventes, percebendo a autoridade di- vina em Jesus e considerando a soberania divina, obedeceram em tudo o que ele pediu. “Enchei d‘dgua essas talhas! E eles ee) encheram-nas até em cima. Tirai agora e levai ao mestre-sala! E levaram.” E obede- ceram, e viram, e provaram, e glorificaram, e divulgaram sem entender a grandeza do que aconteceu verdadeiramente. Viram um milagre, mas ainda nao enxergaram 0 Se- nhor do milagre. 0 milagre aconteceu! Cerca de 700 litros de gua transformaram-se em vinho. 0 sinal aconteceu: o mineral (4gua) transformou-se em vegetal (vinho). Deus pode transformar pedras em homens, barro em homens. Nao ha impossivel para Deus. “Tudo foi feito por ele e sem ele nada do que foi feito se fez.” O MINISTERIO DE TRANSFORMACAO Assim Jesus iniciou 0 seu ministério ma- nifestando a sua gléria. E os seus discipu- los entenderam que seria o ministério de transformagao de vidas porque as suas prdprias vidas estavam em processo de transformacéo. Quando transcreveram os textos, suas vidas eram outras por causa do poder de serem transformadas. Os sinais ou milagres continuaram: mortos foram tessuscitados, endemoninhados foram li- bertos, leprosos ficaram limpos, cegos en- xergaram, mudos falaram, surdos ouviram, paraliticos foram curados. Digitalizado com CamScanni APROFECIA Mas Jesus jd sabia que o seu ministétio se- tia de transformacao, Havia uma profeciaa respeito disso. E ele aguardou 30 anos para que ela se cumprisse. Ele esperou desde o dia em que Adao pecou. Antes de tudo, aquele dia jé era um fato. Nao ha surpresa para Deus. “Chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou na sinagoga no dia de sdbado, se- gundo 0 seu costume, e levantou-se para fazer a leitura. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaias; ele o abriu e achou 0 lugar em que estava escrito: O Espirito do Senhor estd sobre mim, porque me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou- ‘me para proclamar libertacao aos presos e restauracdo da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos e para proclamar 0 ano aceitdvel do Senhor. E fechando o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e os olhares de todos na sinagoga estavam fixos nele, Entdo ele comecou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabais de ouvir’ (Lc 4.16-21). 0S TRES TEMPLOS Em Joao 2.13-25 encontramos trés templos distintos: Otemplo de Jerusalém (v. 14-16) - Por ocasido da festa da Pascoa dos judeus, Jesus Cristo decidiu ir a Jerusalém, onde ficou tremendamente decepcionado com os homens que vendiam bois, ovelhas e pombos e outros homens cambistas. Ira- do e com um tipo de chicote ele expulsou todos do templo alegando que o templo — casa do Pai — nao era lugar para aquelas coisas. 0 templo do corpo de Cristo (v, 18- 22) — Quando os judeus indagaram com que autoridade Jesus expulsava aqueles homens ele, referindo-se ao seu proprio corpo, declara que independentemente de destruirem esse templo, conforme estavam destruindo o templo de Jerusa- lém, ele o reconstruiria em trés dias. Isto ele dizia com relacao a sua ressurreigao que aconteceria cerca de trés anos de- pois, 0 templo do nosso corpo (v. 23-25) — Assim como Jesus conhecia cada um daqueles homens e sabia das suas in- tengGes, ele também nos conhece e sabe muito bem o que ha em cada um de nés: “Mas tu, 6 Senhor, me conheces, tu me vés € provas 0 meu coracdo para contigo” (Ir 12.3; $1139). As primeiras ages designam os obje- tivos gerais. Tudo tem um tempo de- terminado e Jesus esta no controle de todas as coisas. Deus quer reconciliar consigo o pecador, restaurar a imagem decaida por meio de uma transforma- (ao genuina. Dignafizado com Cameeann yr es TEXTO BIBLICO snso3 0 NOVO TEXTO AUREO J0803.16 O NOVO NASCIMENTO ‘As muitas leituras e mensagens que acompanhamos ao longo da jor- nada cristé nos fazem, nao poucas vezes, ignorar outros detalhes e Pontos importantes que trazem ensinamentos significativos. Dentro dos grandes ensinos também residem particulas que devem ser con- sideradas a fim de fortificar as aprendizagens do grande cenario. As vezes, na vida € assim, s6 valorizamos os grandes milagres, as grandes vitorias e desconsideramos 0 real fato de que Deus, a todo momento, abencoa em detalhes. Boi neaeae) CES Gammel) PORTRAS DA MASCARA (3.1,2) ai eed Ninguém pode ser filho de Deus sem fundamentacao em Deus. Nico- erty demos, um fariseu, nome dado a um grupo de judeus devotos 4 Tord, Joao 3.27-30 surgidos no século Il a.C. Opositores dos saduceus, acreditavam numa Pt} lei oral, em conjunto com a lei escrita, e foram os criadores da insti- Joao 3.31-36 tuicao da sinagoga. Portanto, para conhecermos esse doutor Nicodemos, precisamos ob- servar em que se baseava sua fé, suas conviccdes, seus conceitos reli- giosos, suas expectativas politicas e espirituais. Ele defendia algumas ideias e ideais que denotam sua personalidade, tais como: eee) Digitalizado com CamScann 1) Expulsdo de todos os estrangeiros dos arraiais judaicos; 2) Preservacao e conservacao da religido e cultura judaica; 3) Manutencéo e organizacéo das sinago- 98s; 4) Poder como ferramenta de governo e de preservacao do judaismo; 5} Alei e os mandamentos de Moisés como ase fundamental da vida judaica; &} Defendia a ressurreicao; ?) Confiava que Deus restauraria e salvaria 1 no modelo davidico. “attanto, dentro do coracao, em meio ao caos, confiava que o Messias estava por vir com a missao inicial de expulsar os ro- manos de forma definitiva e cabal. Ele era indubitavelmente fariseu. Se nos nossos dias a palavra fariseu é sindnimo de here- ge, em seu tempo, era sindnimo de zeloso. Diante daquele povo, Nicodemos era uma autoridade de grande respeito e de promis- sora carreira religiosa. Algumas pessoas em Nossos dias também sao assim. Por causa de seus pontos de vista, das suas crencas e discursos, usufruem do nosso respeito. Principalmente aqueles que comungam da nossa fé e ordem. Alguns se esquecem do proprio Cristo a fim de apoiar essas pesso- as, mesmo em detrimento, em prejuizo, do proprio evangelho, pois falam em nome de Deus, apesar de contrarié-lo. Ha muitos “Nicodemos” entre nds, que de- fendem uma ideia, um conceito, do qual 0 fazem por tradigéo ou porque sempre foi assim, aprenderam sem questionar, ou pelo menos, sem pesquisar na Biblia. Con- tudo, no fundo do seu coracao esté insegu- to. Portanto, nosso olhar nao deve estar fi- xado em homens, mas na Palavra de Deus. Lembro-me de quando escrevi e dirigi a primeira peca teatral natalina, pesquisan- do nos Evangelhos e nos livros que falavam do Cristo, Meses de ensaio, equipamentos para a apresentacao, mesa de iluminacao, enfim, chega o dia da apresentacao. Des- de Simedo e Ana até a morte de Herodes. Palmas! Ao final, fui questionado: “todos sabem que os pastores e os magos estavam presentes no nascimento de Jesus. Por que vocé os separou? De onde vocé tirou essa histéria de que os magos chegaram depois do dia do nascimento? E sé olhar para os presépios. Vocé quer mudar o evangelho"? Foi muito dificil, com 21 anos, explicar que eles estavam equivocados. Apesar das certezas religiosas, o coracdo de Nicodemos carregava diividas que os seus pares, seus estudos na Tord, suas oragdes e jejuns nao respondiam. Em dado momen- to, ele ouve a respeito de Jesus, seus feitos, seus milagres, suas palavras que certamen- te abalaram suas conviccies. Possivelmente, Nicodemos tenha olhado e admitido em seu coracdo que mesmo alcancando e preservando suas persua- Drotalizado com amecann |] ses, ainda que houvesse uma maneira je expulsar os romanos € 0 pleno esta- nento do judaismo em seu maximo icio, 0 grande problema nao seria sivido. E bem possivel que ele tenha templado uma nacao livre e dominan- in isso, ele pode ter lembrado que eva de Davi e Salomao o grande pro- blema nao estava no poder, na religido ou na cultura, Nao duvido que tenha surgido em seu coracao uma grande interrogacao. Entéo, ele ouve a respeito de Jesus. Seria ele o Cristo? Muito antes do nascimento de Jesus, Deus prometeu o seu Cristo. E interessante fri- sar que “Messias” (de uma palavra hebrai- @) como “Cristo” (de uma palavra grega), significa “ungido”. Este Prometido seria ungido, isto é, designado por Deus para um oficio especial, nao Por um sacerdo- te ou profeta, mas pelo Proprio Deus. A Pergunta que todos faziam, em todos os gitalizado com CamScann: ‘éculos, em todas as eras & geracoes era: séculos, Quem 60 Messias? ntavam & anunciavam a Iguns jé come! tidal e autoridade de Jesus como, or exemplo, Lucas 3.12; Joao 1.29-34; Joao 1.37 a 39; Joao 1.41; Jodo 1,44,45. 0s fatos narrados pela populacao alvoroga- a trios, fos, tanto os que estado nos trios, ae candidatos a0 ue sao quanto aqueles q| e Santo dos santos. Para um melhor entendi mento, ler: Mateus 3.1-3; 3.11-12; Marcos 17,8; Lucas 3.1-6; 3.15-18; Jodo 1.6-28; Mateus 3.7-10; Lucas 3.7-14; Mateus 3.13- 17; Marcos 1.9-11; Joao 1.29-34; Jodo 2.1- 11; Joao 2.13-20. Nicodemos cria coragem, precisa ele mes- mo ouvir, ver e perguntar. Sdo muitas ques- tes, mas ainda tem receios. Entdo monta uma estratégia que vai poupa-lo de alguns desconfortos: um encontro 4 noite, com menos possibilidade de ser visto. Durante 0 dia teria que concorrer com a multidao, entrar na fila e dar explicages da sua pre- senca, da sua consulta. Afinal, Nicodemos nao deseja explicar nada, mas entender algumas coisas. E é assim que satida Jesus, teconhecendo-o como Rabi, mestre. CAINDO A MASCARA (3.3-21) Jesus néo censura Nicodemos pelo titulo de Mestre. E por causa dessa saudacao, Jesus Propée: “Entao vamos falar de Mestre para Mestre: tudo visto e ouvido Por vocé até aqui nao € suficente para fazer parte do reino de Deus’. Nicodemos vé os milagres, ‘uve as palavras, mas ndo vé o mais impor- tante, a beleza, o poder, a autoridade, a paz ea eternidade do reino de Deus. As ideias, as convicc6es, as crencas, podem encher a mente e 0 pensamento, mas nao satisfa- zemaalma. Nicodemos sabe que sua religiéo nao o liberta, nao dé paz, nao satisfaz, mas é a winica coisa que tem. Sinceramente, ele nao tem esperanca. Precisa do Ungido de Deus. Jesus sacramenta esse sentimento ao afir- mar: de Mestre para mestre, “Digo a verda- de: ninguém pode ver o reino de Deus, se ndo nascer de novo’. Posso ver o olhar de perplexidade do fari- ‘eu, ele que é nascido de Abraao, também. é alcancado com aquela verdade dita aos seus colegas fariseus e aos saduceus: “Nao pensem que vocés podem dizer a si mes- inos: Abraao é nosso pai. Pois eu digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraao’, Isto nao basta! Pena que muitos em nossos dias nao se lembram disso. Néo basta nascer numa familia crente, crescer na igreja, viver num mundo cristao; é ne- cessario ter o proprio nascimento espi tual, a propria experiéncia de conversdo. Nicodemos precisava ter essa experiéncia de conversao. 0 conhecimento de Nicodemos nao foi su- ficiente. 0 principal dos fariseus esperava, penso eu, um debate teoldgico, filoséfico, argumentativo, légico, racional, afinal, eram dois mestres. Tantas perguntas; pas~ mou diante da simplicidade objetiva de Jesus. E preciso fé. £ preciso nascer nova- mente, Jesus foi direto ao assunto: nascer do Espirito. Entao, depois de impactar Nicodemos com a simplicidade, pois o evangelho é simples mesmo, Jesus, a partir do versiculo 16 a 21, apresenta verdades nunca antes ditas a ninguém. Diante de Cristo tudo se fez novo. Sim, ele é 0 Messias prometido. 0 caminho. A verdade. A vida. Nao hd outro caminho. Nao hd outra verdade. Nao ha vida fora de Cristo. Jesus vai embora, ou Nicodemos se retira, ou ha uma despedida consensual. Contudo, as narrativas biblicas em Joao 7.45-51 e Jodo 19.39-42 demonstram que Nicode- mos encontrou uma razao para permane- cerentre os fariseus. Se no primeiro encontro foi as escuras, na crucificacao, foi abertamente. Sua in- fluéncia, sua atitude a favor do Mestre. Num extraordindrio privilégio, tratou do corpo de Jesus. Ninguém mais que esses dois homens para dizer sobre a morte de Jesus e sua ressurreicao. Nicodemos en- controu o que procurava, nasceu da agua e do Espirito. Ao contrario de Arimateia, a Biblia nao fala que Nicodemos era dis- cipulo de Jesus, mas certamente a vida de Nicodemos havia sido alterada para sempre e nao temos por que duvidar de sua conversao. Ee Digitalizado com CamScann EBD 4 au AMISSAO serzaue DE CRISTO A vida com Cristo é dindmica. Em Lucas 4.16-21 e Mateus 9.35-38 0 encontramos em plena atividade realizando com grande compaixdo a missdo para a qual fora enviado até nos: evangelizar os pobres, curar os quebrantados do coracao, dar vista aos cegos, por em li- berdade os oprimidos, anunciar 0 ano aceitavel do Senhor e ensinar nas sinagogas. CRISTO E A SAMARITANA Nao foi por acaso quando Jesus decidiu ir até Sicar, em Samaria. Ele tinha o propésito especifico de evangelizar os samaritanos, comecan- do por uma mulher simples e problematica. Para que esse encontro acontecesse ele teve de percorrer cerca de 300 quilémetros, os quais foram muito bem aproveitados transformando a agua em vinho, puri- ficando o templo de Jerusalém, por ocasiao da Pascoa e iluminando a Vida de Nicodemos, ibertando-o da cegueira espiritual. tc EEE Jesus sabia que enfrentaria varios obstaculos a beira do poco de Jacé, mas ele jé estava decidido, Precisava quebrar preconceitos centené- Tios de origens sociais, raciais, religiosas e de género, jd que os sama- ritanos nao se davam com os judeus. Com seus preconceitos, dividas, tradigGes religiosas, buscando SatisfacGes e conviccdes proprias cheias Digitalizado com CamScann EE S=~C de conveniente soberba a mulher, por sua vez, naquele encontro com um homem desconhecido e judeu, decidiu também enfrentar 0 Messias enviado de Deus (Jo 4.25-29). As sdbias palavras de Jesus revelavam Aquela mulher que enquanto ela falava de coisas materiais e terrenas, ele falava de vida espiritual eterna e celestial, Com longanimidade, paciéncia e cheio de com- paixao, 0 Mestre dos mestres levou aquela mulher a presenca do Pai Eterno: “Mas a fora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorardo 0 Pai em espirito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim 0 adorem. Deus busca os verdadeiros adoradores que 0 adorem em espirito e em verdade" (v. 23,24). Entendendo que a evidéncia de uma verda- deira adorago nao esté somente naquele que adora e, sim, muito mais, naquele que € adorado, mais que palavras e aces, pois as vezes essas nao sao concomitantes. Tem muita gente com palavras sem acao. Ou- tras com acées religiosas e palavras torpes. A adoracao deve ser um conjunto do ado- rador em harmonia com o adorado. Tudo o que a mulher de Samaria possuia em sua alma caiu por terra, semelhantemente a Saulo que tinha ordens escritas pelo sacer- dote para destruir os discipulos seguidores de Jesus, mas ao ouvir as palavras de Jesus ~ “Saulo, Saulo, por que me persegues? (...) Duro é para tirecalcitrar contra os aguilhées" — sua vida foi completamente transforma- da (At 9.4,5). A mulher samaritana que tinha pensamen- tos terrenos, vivendo uma vida de opres- Sao, mas agora transformada pelo poder do Espirito Santo, nem se deu conta da chegada dos discipulos de Jesus trazendo a comida e observagées discriminatorias ao verem Jesus conversando com uma mulher. A missao de Jesus — evangelizar — nos faz Superar muitas coisas. Fez até a mulher esquecer-se da sua tarefa abandonando o antaro no poco de Jacé e indo rapidamen- ‘te anunciar a todos da cidade que Jesus é 0 Cristo Salvador. E fez ainda com que a mu- ther de Samaria fosse transformada na pri- Meira mulher missionaria, pois ela bebeu da agua viva que Jesus Ihe ofereceu. UMA COMIDA PARA COMER E UMA AGUA PARA BEBER A insisténcia dos discipulos para que Jesus comesse foi indtil. Havia algo em Cristo que eles ainda nao entendiam. Dai, por nao entenderem, concluiram que alguém havia oferecido comida para Jesus antes de retor- narem da cidade. Porém, & mais provavel que a explicagao de Jesus sobre a ceifa e os ceifeiros os tenha deixado satisfeitos. Enquanto os discipulos insistiam para que Jesus comesse alguma coisa, a missionaria samaritana voltava da cidade com muitos Digitalizado com CamScann samaritanos que ouviram 0 seu testemunho, Emuitos deles creram em Jesus pela palavra da missionaria e muito mais creram pela pa- lavra de Jesus e insistiam para que ele ficas- se uns dias na cidade. Entao, os samaritanos Permaneceram com Jesus e Jesus permane- ceu com os samaritanos, porque disseram eles a missionaria: “jd ndo é pelo teu dito que nds cremos, porque nds mesmos o temos ou- vido, e sabemos que este é verdadeiramente 0 Gisto, 0 Salvador do mundo” (v. 42). Além da mulher, muitas pessoas em Sicar beberam da agua da vida, como Jesus dissera: “(...) aquele que beber da agua que eu lhe der nun- ca terd sede, porque a dgua que eu Ihe der se faré nele uma fonte d’égua que salte para a vida eterna” (v. 12). “Uma comida tenho para comer que vos néo conheceis” (v. 32). Ver homens e mulheres confessando seus pecados e buscando o perdao de Deus. Sera essa a comida que Jesus quer comer e serd essa a dgua que ele quer beber? RASTROS DE LUZ E VIDA Da Galileia para a Judeia, partindo de Naza- r6, Jesus Cristo deixou rastros de luz e vida Por onde passou: foi batizado, foi tentado, fez milagre no casamento em Cana, expul- SoU 0s vendedores do templo de Jerusalém Por ocasido da Pascoa, inundou o coragao de Nicodemos com verdades eternas, en- cheu o coracao da samaritana de luz evida OME igitalizado Com Vamscann: TET SNC ELEN) deJesusiecréiem Deus, ‘COnfessanidoo seu pecado TU etl Cp Teta) perdaodivino, com certeza encontrara a vida eterna. (Seer nleeiele CTCL g e, consequentemente, os coragdes de mui- tos da cidade chamada Sicar. Retornando a Cand, curou a enfermidade do filho de um régulo e libertou toda a sua familia. 0 QUE ACONTECE QUANDO O SENHOR DA MISERICORDIA VISITA ACASA DE MISERICORDIA Mais uma vez Jesus Cristo vai a Jerusalém Porque ele gostava das festas judaicas e a Pascoa era a principal festa. Mas para ele nao havia propésito uma festa do seu povo sem que houvesse transformacao de vida. Ele nao perdia as oportunidades. Entao, vai a Betesda e acha um homem sofredor, tris- te, sem esperanca, que ha 38 anos aguar- dava um milagre. Agora, face a face, Jesus oferece-Ihe a cura eo homem timidamente aceita. Quando nao temos condicdes fisicas Paraira Jesus, ele, cheio de compaixao vem anés, “Nao peques mais” —foia orientacao. AQUESTAO DO SABADO Todas as vezes que Jesus realizou mila- gres no sabado, foi inquirido e persequido pelos religiosos judeus. Com base na Lei de Moisés (Ex 20), cobravam de Jesus 0 devido respeito. Mas o pecado entrou no mundo trazendo grande transtorno e sofrimento. Jesus procurava ensinar que num mundo cheio de pecados 0 Pai eo Filho precisavam trabalhar drdua e inces- santemente: “Meu Pai trabalha até agora, eeu também” (v. 17) € “o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que faz; e ele Ihe mos- irard maiores obras do que estas, para que vos maravilheis” (v. 20). 9 Senhor Jesus viveu intensamente todos os momentos de sua vida ministerial, en- tregando-se totalmente a vontade do Pai a fim de cumprir integralmente a sua misao. Sabendo que precisava realizar muito mais, tinha absoluta certeza que o Pai estava com ele e por isso era fortalecido, pois havia uma profecia sobre ele (Is 11.2; Ap 3.1; 4.5; 5.6). OUVIR ECRER “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e cré naquele que me enviou, tem a vida eterna, e ndo entraré em condenagao, mas, passou da morte para a vida" (Jo 5.24). Os judeus, inquebrantaveis em sua visdo na Lei de Moisés, nao desistiam de colo- Gr Jesus como quebrantador do sébado, como também o perseguiam porque ele dizia que Deus era seu Pai e fazia-se igual a Deus — 0 que, certamente, era uma grande verdade. Por isso, procuravam Matd-lo. Mas Jesus compassivo e cheio de longanimidade persistia buscando fé no coragéo daqueles homens que nao que- riam ouvir a sua palavra. Se eles ouvissem a palavra de Jesus Cristo chegariam ao conhecimento que o seu pecado os con- duziria a justica de Deus e, consequente- Mente, 4 morte eterna. Saberiam, em se- guida, que quem ouve a palavra de Jesus e cré em Deus, confessando o seu pecado e, arrependido, buscar 0 perdao divino, com certeza encontraré a vida eterna. E crer nao é acreditar; crer é receber (Jo 111,12). Paulo, poliglota e mestre em Israel (Fp 3.5,6), como os judeus acreditava em muitas coisas e tornou-se perseguidor daqueles que professavam sua fé em Cristo. Os maiores perseguidores fazem em nome de Deus. Paulo ouviu a palavra de Jesus e creu em Deus e, sem emocoes saudosistas, confessou: “(...) mas o que para mim era ganho, reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas pela exceléncia do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, pelo qual sofri a perda de todas estas coisas € as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo” (Fp 3.7,8). oles Digitalizado com CamScann EE" OMINISTERIO DE mus JESUS SE AMPLIA PROCURAM-SE JOVENS QUE TENHAM PAES E PEIXES Jesus teve compaixao de cinco mil homens — sem contar as mulhe- Tes e criancas — que o seguiam e até se esqueciam de se alimentar, O valor equivalente a quase sete meses de salério de um trabalhador no poderia comprar pao suficiente para satisfazer a fome daquela multidao. Mas ali havia um jovem rapaz que tinha algo que o Senhor precisava: cinco paes e dois peixinhos. A histéria do povo de Deus é repleta desses ensinamentos: — Moisés, o que tens nas maos? — Apenas uma vara, Senhor! — Usa amit no meu servico! E Moisés usou e com ela abriu-se o Mar Vermelho (Ex Ber aKc 14.15,16). SEXTA Bee) SABADO aA) DOMINGO ~ Dorcas, 0 que tens nas maos? — Apenas uma agulha, Senhor! - Usa By PLE yy No meu servico! E Dorcas usou e com ela costurou roupas para os ne- cessitados de sua cidade (At 9,36). — Davi, 0 que tens nas maos? — Apenas cinco pedrinhas, Senhor! — Usa ‘no meu servico! E Davi usou e com elas matou o gigante Golias, livran- do 0 povo de Israel das maos dos filisteus (1Sm 17.40). — Jovern, o que tens nas maos? Apenas cinco paes e dois peixinhos, Senhor! — Usa no meu servico! E 0 jovem entregou 0 que tinha e com eles cerca de cinco mil pessoas foram alimentadas (Jo 6.9). COMPROMISSO gitalizado com Camscann: EEEE:*«USCOSSSS a E quanto a nds? 0 que temos em nossas maos? 0 Senhor quer que usemos em seu servico, a fim de que o nome do Pai seja glorificado, Parece que muitos ainda estao, no meio do templo, com a mao ressequida (Lc6.6-11; Mt 12.9-14; Mc3.1-8), JESUS — SOCORRO NOS PIORES MOMENTOS Nao importa o dia, a hora, nem local ou dis- \cia. Era de madrugada quando os disci- ‘05 estavam no meio do Mar da Galileia, is almejavam seguir para Cafarnaum. velo a tempestade; as tempestades sem- pre vém. Vieram as ondas lancando o barco de um lado para 0 outro. Veio o medo da morte. Veio o pavor. Veio Jesus: “Tende bom dnimo, sou eu, nao temais” (Mt 14.22-27; Jo 6.16-21). 0 poeta Mario Barreto Franca foi bastante feliz em seu poema “Andando sobre o mar”, ao descrever, na ultima par- te da poesia, as atitudes de Pedro naquele momento da tormenta no Mar da Galileia ea consequente adoracao de todos os que estavam no barco, aps o livramento do Senhor Jesus: E Pedro exclamando disse: — Se és tu mesmo 0 Senhor, se és tu mesmo o Mestre Amigo/ Manda-me ir ter contigo! E ele Ihe disse: — Vem¥/E Pedro 0 seguiu, mas logo vaci- *Poema “Andando sobre o mar”- General Mario Bar- reto Franca, Sob os Céus da Palestina. Rio de Janeiro: JUERP, 1971. lando gritou: — Mestre, eis que me afogo, 6 salva-me Senhor/E 0 Mestre 0 Segurou e ‘muito paternal e calmo the falou: - Por que duvidaste, homem de pouca fé/Tem Gnimo, levanta-te e firma-te de pé/Porque aquele que cré é salvo pela graca/Pode ordenar ao vento e a tempestade passa/E ambos, en- trando no barco 0 mar ficou sereno/Como a prépria expressdo e o olhar do Nazareno/O céu tornou azul, cessou do vento 0 acoite/E lua que surgiu para o esplendor da noite/ Fra a coroa astral de Deus no firmamento/O simbolo de luz no Novo Testamento/E os discipulos vao agradecidamente/No intimo elevando aos céus a prece ardente/Libertos afinal do peso das agruras/E aprendendo do Mestre d luz das Escrituras/As mais belas ligdes, os conselhos mais sdbios/E tendo os coragdes sem mdgoas nem ressdbios/Claros como o esplendor balsémico do Iuar/Leves como Jesus andando sobre o mar! O VERDADEIRO PAO PARA COMER %...) Nem s6 de pao viverd 0 homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt4.4). No dia seguinte, apds a milagrosa e farta tefeicao, a multidao, insacidvel, saiu em busca de Jesus. Mas ele nao ficou surpreso, porque sabia exatamente o que queriam. Jesus Ihes disse: “Vocés me procuram nao pelos sinais que viram, mas pelo pao com peixe que voces comeram” (Jo 6.26). Hoje, a Digitalizado com CamScann |... situagao se repete: multidGes buscam Jesus quase sempre para saciarem a fome fisica e material: cura da enfermidade, problemas conjugais, resolucao de dificuldade finan- ceira € tantas outras coisas passageiras. Fato semelhante aconteceu com 0 povo que saiu do Egito: a visdo de Deus que foi dada a Moisés era de libertacao, salvagao, nova vida, nova terra, esperanca, mas 2 visio do povo era:“0 que vamos comer? 0 que vamos beber? 0 que vamos vestir?” (Ex 15.24; 16.3; Nm 11.4-6; Jo 6.27,35,48). DUVIDAS VERSUS FE 0s capitulos 6 e 7 do Evangelho de Joao, bem como em outros lugares do Evangelho, esto recheados de duividas, as quais Jesus dissipa com amor e compaixao. Entretan- to, essas dividas estao divididas entre os discipulos de Jesus e os lideres religiosos sacerdotes, levitas, fariseus, saduceus € outros religiosos. Os discipulos, em sua menor parte resolvem as questoes ouvindo as sdbias palavras de Jesus. Os demais, em sua maior parte, decidem, arrogantemen- te, tapar os ouvidos de suas almas e con- tinuarem seguindo no caminho das trevas, rejeitando a luz que poderia salva-los pela fé. Eis alguns exemplos: Davida: Que faremos para executarmos as obras de Deus? (6.28). Fé: A obra de Deus é esta: que creiais naque- le que ele enviou. (6.29). Diivida: Que sinal, pois fazes tu, para que ove- Jamose creiamos em ti? Que operas tu? (6.30). Fé: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés néo vos deu o pao do céu; mas meu Pai vos dé 0 verdadeiro pao do céu. Eu sou o pao da vida (6.32). Diivida: Nao é este Jesus, 0 filho de José, cujo pai e mae nds conhecemos? Como, pois dizele: Desci do céu? (6.42). Fé: Ndo murmureis entre vés. Ninguém pode vir a mim, se 0 Pai que me enviou 0 ndo trouxer; e eu o ressuscitarei no tltimo dia (6.43,44). Davida: Como sabe este as letras nao as tendo aprendido? (7.15). Fé: A minha doutrina no é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerd se ela € de Deus, ou se eu falo de mim mesmo (7.16). Creio que devemos fazer um questio- namento: “com relago ao meu relacio- namento com Deus, 0 que ha mais em meu cora¢ao? Duvidas ou fé?" QUANDO A DUVIDA PREVALECE Muitos discipulos, com os seus coracées cheios de dividas e escandalizados, deci- Digitalizado com CamScann Se diram que nao queriam mais SeQuir Jesus (Jo 6.66). A dtivida Prevaleceré quando 0s ensinamentos da Palavra de Deus sao en- tendidos no sentido carnal, Em Romanos 8 Paulo se refere dqueles que procuram 0 entendimento apenas pela carne, Os que nao podem ou nao conseguem acompa- nhar os ensinamentos no sentido espiri- tual, mais cedo ou mais tarde tetrocede- rao € abandonarao o Caminho, QUANDO A FE PREVALECE Todos os ensinamentos de Jesus devem ser entendidos no sentido espiritual e nao carnal. Quando Nicodemos comecou a entender no sentido da carne, Jesus tratou logo de conduzi-lo ao caminho espiritual (Jo 3.1-21). 0 mesmo acon- teceu com a samaritana, quando Jesus se referiu a agua viva (Jo 4.1-30). Ea fé prevaleceu. MUDANDO A HISTORIA DA HUMANIDADE “E os judeus maravilhavam-se dizendo: Como sabe (Jesus) as letras ndo as tendo aprendido?" (Jo 7.15). Num determinado site foi feita uma pesquisa: “As dez pessoas que muda- ram a historia da humanidade”. 0 nome de Jesus Cristo ficou fora da relacao das dez pessoas que 0 site indicava como Te) igitalizado com Camscann Pessoas que mudaram a histéria da hu- Manidade, Numa classe de Escola Biblica Dominical, 0 Professor fez um teste com ‘uma turma com Cerca de 20 pessoas: “Nas folhas de Papel ue vocés receberam, escrevam 0s nomes ddos cinco homens mais inteligentes, mais sdbios, mais Ticos, mais poderosos que vo- és jé ouviram falar’ A sutpresa do profes- Sor foi grande ao notar que em nenhuma das respostas constava o nome de Jesus Cristo, considerando que todos eram mem- bros da igreja. No capitulo 7 de Joo, perceberemos que Jesus nao era considerado nem pelos seus irmaos, quanto mais pelos judeus que 0 julgavam incompetente, pois seu curricu- lo era deficitario: o lugar de nascimento, um pai de nivel social baixo e nao ter fre- quentado uma escola, Entretanto, Jesus demonstrou, por meio de suas sdbias pala- vras, quem verdadeiramente ele era ao di- Ter: “(...) ndo julgueis segundo a aparéncia, ‘mas julgai segundo a reta justica” (Jo 7.24), E muitos queriam ouvi-lo, estar perto dele, reverencid-lo, adord-lo, permitindo que suas vidas fossem transformadas por seus sdbios ensinamentos e afirmarem: “Nunca homem algum falou assim como este ho- mem" (Jo 7.46). Que Jesus Cristo - 0 Mestre dos mes- tres - ainda hoje esteja transformando vidas! oRAch ““(...) OS MEUS PENSAMENTOS NAO SAO 0S VOSSOS PENSAMENTOS (...)” (Is 55.8) Em plena Festa dos Tabernaculos Jesus Cristo ensinava, deixando os judeus maravilhados com a sua doutrina. E no ultimo dia da festa Je- Sus foi enfatico: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem cré em mim, como diz a Escritura, rios d'dgua viva correrdo do seu ventre” (6.37,38). Diante de uma calorosa discussao, ouviu-se: “Nunca homem algum falou assim como este homem” (v. 46). Sem resultados aparen- tes, cada um foi para a sua casa. Mas Jesus foi para o monte. Jesus acordava cedo. E nao perdia tempo. Na continuidade do ensino, ele foi interrompido por um grupo de escribas e fariseus que traziam uma mulher apanhada em adultério. A pergunta era conveniente; queriam acusd-lo. Os dois textos da Lei de Moisés —“(...) 0 homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mu- Iher do seu préximo, certamente morrerd 0 adiiltero e a adittera” (Lv 20.10); “Quando um homem for achado deitado com mulher casada com marido, entéo ambos morrerdo; o homem que se deitou com a mulher, ea mulher; assim tirards 0 mal de Israel” (Dt 22.22) — eram conhecidos de todos, inclusive de Jesus. Mas percebam que a lei fa- lava das pessoas que estavam adulterando — 0 homem e a mulher. Entretanto, eles s6 apresentaram a mulher. Provavelmente, o homem Drone — com CamScann que: adulterara com ela estava entre aquele grupo sedento de justica, Jesus agachou-se € com 0 dedo comecou a escrever alguma coisa na terra, talvez a citada Lei de Moisés escrita no livro de Levitico, ou talvez os nomes de alguns da- quele grupo. Como o grupo insistisse pelo apedrejamento, ficou em pé e desafiando a quem nao tivesse pecado, que fosse o primeiro a atirar a pedra contra aquela ruther. £ agachando-se novamente continuou a eserever na terra. Os que se sentiram “mais cadores” foram os primeiros a sair da senca do juiz. 4 S65 DIANTE DO SENHOR DA JUSTICA E DA GRACA Qual sentimento deve imperar em uma pessoa plenamente consciente de seu pe- cado, percebendo que o fim de sua vida es- tava a poucos minutos, pois esse era o de- sejo das pessoas com pedras nas maos, que almejavam justia condenando-a a morte ruel? Seria o sentimento de pavor, angis- tia, desespero, tristeza, culpa, frustracao, Solidao, arrependimento seguido por um Profundo lamento? Nao podemos avaliar 0 que se passava na alma daquela mulher. Mas 0 inesperado aconteceu! De repente, Nao se ouvia mais a balburdia, mas o rut- do das pedras caindo na terra uma a uma € seguido de um profundo e calmo silén- Gio. Levantando a cabeca ela nao viu mais aqueles olhares cheios de dio, no ouviu ‘ais aquelas roucas vozes que clamavam, pela sua morte. Ela ouviu apenas uma doce meiga voz: “Mulher, onde estao aqueles feus acusadores? Ninguém te condenou?” E levantando sua cabeca viu apenas um ros- to, um olhar cheio de amor e compaixao, “Ninguém, Senhor’: E sua alma encheu-se de paz quando, mais uma vez ouviu a voz Suave e calma: “Nem eu também te conde- no: vai-te e nao peques mais” Mais uma vez ficou clara e evidente a acdo do Senhor da justica e da graga. Apenas uma recordagao: muitos entre nds precisam largar as pedras, parar de pecar e Servir uns aos outros e ao Senhor. Ocupan- do-nos apenas com a vontade de Deus dei- xamos de pecar, as pedras permanecerao No chao e 0 amor redentor alcangara mais perdidos. igitalizado com Camscann Apenas como exemplo, por causa das Nossas tradicées, ainda é visto em plena atividade, pessoas destruindo relaciona- mentos saudaveis por causa de estruturas ou formas que precisam ser alteradas para melhor caminhar. Muito pior quando se trata de pecado re- velado. Pecado que nao se pode esconder, Avidos atalaias, com grandes e pontiagu- das pedras, esto prontos para atird-las em nome de Deus. 0 caminho é mais longo quando percorrido em Mateus 18.15-20, No texto, nao parece que as pessoas esta- vam interessadas em ganhar um irméo. Jesus sempre esta. E nds? 0S DOIS MINISTERIOS 0 Novo Testamento nos apresenta dois Grandes ministérios, os quais se destacam em Jodo 8.12-59, TESS) Digitalizado com Camscanni + Ministério da condenacao (2Co 3.9) — Lei, culpa, acusacao, julgamento, mentira que escraviza, 0 diabo é pai, separacao, prisdo, morte eterna sem Deus; + Ministério da reconciliagao (2Co 5.18) — Confissao, perdao, compaixao, Deus é Pai, verdade que liberta, graca, vida eterna com Deus. Como os judeus fariseus gostavam de jogar pedras nos outros (Jo 8.59)! PARA QUE NASCEMOS? Independentemente de raga, nacionali- dade, idioma, cor de pele, sexo, nasce- Mos para que em nds se manifestem as obras de Deus; nascemos para a gloria de Deus. Ainda que muitos nao tenham alcangado esta grande verdade em suas mentes, aquele cego de nascenca nao teve duvi- das entendendo rapidamente a mensa- gem do Senhor Jesus: “Ea obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou” (Jo 6.28). 0 cego entendeu perfeitamen- te que um dia Jesus sairia desse mundo e ele deveria continuar sendo a luz do mundo (leia Joao 9.5; 8.12; Mateus 5.14; Filipenses 2.15). OBEDIENCIA CEGA, TESTEMUNHO VIBRANTE 0 homem cego de nascenca estava certo que crer em Jesus Cristo era para ele 0 maior e melhor caminho para a realiza- do da obra de Deus. Dai, humildemente, com temor e obediéncia ele conseguiu, mesmo com sofrimento, testemunhar firmemente daquilo que Jesus, além de curar a sua cegueira, deu um novo sen- tido a sua vida. Quando nosso filho fica curado de uma demorada enfermidade, ficamos felizes, agradecemos a Deus e comunicamos a to- dos os nossos parentes, irmaos e amigos. Mas nao aconteceu exatamente isso com aquele homem, pois seus vizinhos, amigos queo conheceram ¢ego, 0s fariseus que ct ticaram Jesus e 0 homem pelo fato da cura ter acontecido num sdbado. ue deveriam sair pela legria e até dar uma nenhum deles teve fecimento. Pelo Os proprios pais, 4! cidade, cheios de al grande festa, ninguém, qualquer atitude de agrad contrario, foi desprezado, expulso, abando- nado e ridicularizado. Talvez o cego de nascenca tenha pensado: “Quando eu era cego, meus vizinhos conver- savam comigo, meus amigos me chamavam para as festas, meus pais cuidavam de mim e até os judeus ds vezes eram beneficen- tes comigo" Pessoas resgatadas por Jesus podem passar por situacdes piores que as consequéncias do pecado. Muitos toleram opecado, mas se incomodam coma luz que osalvo reflete. Jesus, entretanto, jamais abandona aquele que tem o testemunho do Senhor. E 0 did- logo é surpreendente: — Crés tu no Filho de Deus? —Quem é ele, Senhor, para que nele creia? —Tu jd o tens visto, € éaquele que fala con- tigo. —~Creio, Senhor! Eo adorou. Diferentemente do homem paralitico (Mc 21-12) e do coxo (At 3.1-9; 4.21) que foram curados por Jesus e por Pedro € Jodo, em toda aquela cidade apenas uma pessoa adorou ao Senhor pelo grande mi- lagre que ele realizara: 0 homem cego de nascen¢a. Um homem que te pessoal com Cristo nul daquele que 36 tem argumentos € ped “nfas uma coisa se, cego, agora vejo” (9.25). im uma experincia inca ficard & mercé ras. havendo eu. sido eé que, Digitalizado com CamScann TEXTO BIBLICO Jo80 10 JESUS, re 0 BOM PASTOR PORTA VERSUS JANELA an Na licdo anterior, vimos Jesus ampliar a ideia de perdao, de graca e misericérdia. As duas principais personagens (a mulher aduiltera e 0 cego de nascenca) estao em meio a apresentacao de Jesus como luz dos homens e do mundo, apesar das objecdes. Aqui, a insatisfacao dos religiosos continua. Aquele perdao e aquela cura continuam engasga- dos na garganta do legalismo. 0s religiosos continuam cegos e incré- dulos. Entao, Jesus lanca mao de um termo bastante conhecido pelos grea by 4 Bes judeus, a expressdo “aprisco’, utilizada pelo proprio Deus para dar a eta to oan aa A aos ideia da cerca que a religiosidade judaica construiu em volta do povo. pe ij Todavia, uma acao que era para proteger, trouxe peso desnecessario, | apesar do Pastor do Salmo 23 proporcionar libertacao. au BTM ES Eset LUT BETES DT ci aE eed O bom pastor so € encontrado satisfatoriamente no Bom Pastor. Aqui- lo que esperamos em nivel humano s6 serd alcancado no divino. Este Se preocupa com a pessoa, com a vida e a esta dé alivio do perdao incondicional, cura da alma e novidade na vida no batismo do Espirito Santo. 0 Bom Pastor € diferente do ladrao. 0 parasita foca nas coisas, Nas posses, nos bens e em dominar a pessoa, escravizando-a Muitas igrejas hodiernas comportam-se da mesma maneira, focando nas vantagens em detrimento da pessoa. Ambos entram no aprisco em nome de Deus, citando as Escrituras, mas somente o Bom Pastor, Jesus Digitalizado com Tateeann Cristo, entra em conformidade com a Biblia. Em contraste com a arrogancia da religido e dos religiosos, o Bom Pastor entra com mo- deracéo, com amor, com dominio amoroso, com autoridade sem autoritarismo. Jesus é 0 exemplo de pastor, é o pastor que a igreja deseja ter. Exemplo deixado nas paginas do Antigo e Novo Testamento (sl 23; Jr 3.15; Ez 34.2; Mt 26.31; Mc 14.27; Hb 13.20; 1Pe 2.25; Ap 7.17). E possivel iden- tificar o homem que recebe a convoca¢do do proprio Deus para cuidar desse rebanho conquistado com preco de sangue. 0 cha- mado para pastorear terd as caracterfsticas de Jesus em sua prépria casa, em seu tra- balho, na sociedade e indubitavel reconhe- Cimento dos irmaos. Principal caracteristica do pastor e do la- drdo é que aquele entra pela porta e este pela janela. 0 pastor bate a porta; 0 ladrao aproveita janelas abertas. As vezes, as ove- Ihas estao tao avidas de cuidado e protecao que deixam janelas abertas na esperan- a de perceber a aproximacao do pastor, sorrateira e repentinamente ele esté em pé na sala, sorrindo e abracando. Poucos percebem quea porta esta fechadae ainda trancada. £ tarde, ele jd roubou coracoes e nao parard de roubar, porque ele veio para isso:“0 ladrao nao vem, sendo para roubar, matar e destruir” (v. 10a). Nosso Bom Pastor nos ama verdadeira- mente; 0 mercenario faz pelo dinheiro, pela recompensa, por interesse €, por isso, diante das adversidades sai, corre, deixan- do as ovelhas a mercé de todo tipo de mal. ‘As ovelhas nada significam além de lucros e vantagens. Digitalizado com Camscann é esperanga. Jesus oferece outra verdade + vivida, Ele garante que entra pela por- v2 para “que as ovelhas tenham vida, e vida oni plenitude” (v.10b). Quem passa por ele acha vida plena, vida segura, vida eterna. Uma porta presente para sempre, conosco hoje em dois momentos distintos e conco- mitantes: 1) Jesus esta conosco (Mt 28.20); 2) “Nao sabei vés que sois templo de Deus, € que o Espirito de Deus habita em vos? Se alguém destruir 0 templo de Deus, Deus 0 destruird; porque o templo de Deus, que Sois vés é santo” (1Co 3.16,17). Jesus garante que entrando ou saindo, em toda parte, temos protecdo. Usufruimos de paz inabalavel. 0 inimigo nao nos alcanca mais, nem dentro, nem fora. Nem hoje, nem amanhé, nem de dia, nem de noite, Pois 0 Bom Pastor é 0 mesmo do Salmo 91, Nao dorme, nem cochila, pois ele € 0 vigia, asentinela, o guardido e esta sempre alerta CB — e intervém sempre. Muitas vezes sabemos € testemunhamos dos livramentos ¢ curas, das béngaos e misericérdias, mas hi Outras indimeras situacoes que Deus age das, quais nunca saberemos. Esta porta aberta faz com que usufruamos de um Deus Perto, junto, ao lado, por cima e que nos conhece pelo nome. VOZ INCONFUNDIVEL (10.22-29) Etamanhaa intimidade gerada com o Bom Pastor que o reconhecemos pela voz. Aove- tha conhece a voz do pastor, poderd estar onde for que saberd distinguir a voz do seu dono, do seu Senhor. Certa vez, fui pastor de uma igreja num lugar chamado Bom Principio, no Mara- nhao, distrito de Esperantindpolis. Um lu- gar muito especial no meu coragdo. Josafa tinha umas vacas leiteiras que mantinha Num pasto, mas ao final da tarde precisa- vam ser conduzidas para outro lugar para Opernoite. Ele chamou seu pequeno Joabe, uns seis anos de idade, e deu a ordem de ir comigo para a permuta. Cada um em sua Montada, fomos ao pasto que nao ficava Muito distante, pouco mais de 700 metros. Quando chegamos Id eu vi a encrenca em que eu estava. Jé anoitecendo, varias vacas No pasto. Joabe me disse que nem todas eram do seu pai, Eu, um carioca, pensando que era vaqueiro e um menino pensando que era gente grande, Passamos a porteira Digitalizado com CamSéann E—_ltttt—~—™ e quando pensei em arquitetar um plano fui interrompido pelo berrante do pequeno Joabe. Um grito peculiar, com voz fina e fir- me, chamando as vacas. Perplexo, vi cada uma se destacando das outras e descendo em nossa dire¢do, na verdade, na direcéo dele. Cada uma, lado a lado, esperando abrir a porteira para irem ao aprisco reser- vado para o pernoite. Assim, também, é a voz do Mestre. Ela nos chama, nos convoca, Nos ensina, nos con- forta, inconfundivelmente. ORTAS FECHADAS (10.30-42) ©) Bom Pastor diz que ha ovelhas em ou- eros apriscos (v. 16), em outros lugares e devem ser pastoreadas pela mesma voz, a. mesma qualidade de pastoreio e isto depende daqueles que j4 conhecem a Verdade e possam contar para elas a boa noticia, as boas-novas, 0 evangelho da paz (Rm 5.1; Fp 4.9; Ef 2.13,14). Para muitos, as portas estao fechadas enquan- to as janelas estdo abertas. Em muitos lugares os mercendrios e ladrées estao ocupando o lugar do Bom Pastor. Muitas ovelhas precisam ser libertas do mau pas- tor. Outros estao perdidos e sem salva¢do, sendo consumidos pelo mal, aprisionados € escravizados pelo pecado. A igreja deve dizer que Jesus esta pronto para perdoar, Para salvar, para santificar e reconciliar 0 homem com Deus. ee III'S SSS Contudo, muitas igrejas, muitos; irmaos, tem deixado Jesus do lado de fora da porta a se- melhanca da igreja de Laodiceia que era rica eabastada, vivendo do mundo e no mundo, deixando Jesus a porta, do lado de fora. Uma igreja assim, um irmao assim, nao tem como ouvir a voz do Bom Pastor, nem tam- Pouco pode anunciar em nome dele. Jesus 86 quer entrar e abencoar, ajustar, transfor- mar para gloria de Deus. Abra a porta, Jesus quer entrar e cear com vocé. Abra a porta, Jesus quer que vocé ceie com ele. Abra a porta, Jesus quer sentar com vocé a mesa e compartilhar da vontade do Pai. A teligido quer manter o aprisco fechado. Mas Jesus quer caminhar conosco, quer compartilhar conosco, quer comunhdo co- nosco e isto s6 é possivel mediante ouvir a voz do Bom Pastor e obedecer. Para uns é escandalo, para outros é loucura, mas para nds a mais pura verdade. A igreja deve anunciar isso. Cada crente deve anunciar isso. 0 mundo tem sede. 0 mundo tem fome. Sejamos celeiros desse pao, manancial dessa égua, cooperado- tes de Deus na obra evangelizadora neste mundo porque o Bom Pastor deu a sua vida pelas ovelhas, e quem nos deu a vida 6 0 proprio Pai e isto é irrevogavel. Ninguém pode revogar isto. Nem a religido, nem 0 religioso, nem anjo, nem deménio, pois é Deus quem fez. Esté feito. Gloria, pois, aele eternamente. Amém! Digitalizado com am

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