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DOUTRINA DE DEUS
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Este curso é uma propriedade intelectual de uso
exclusivo e particular do aluno da Saber e Fé, sendo
proibida a reprodução total ou parcial deste
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com a indicação da fonte.
DOUTRINA DE DEUS
EGUINALDO HÉLIO DE SOUZA
Conteúdo multimídia e avaliação final
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01 DOUTRINA DE DEUS
Sumário
03 u Introdução
03 Os vários sentidos da palavra “teologia”
56 u Conclusão
57 u Referências bibliográficas
q Introdução
“T eologia” é uma palavra com origem na língua grega. Vem de theos, que
significa Deus, e logia , que significa “estudo” ou “discurso”. Seria mais
adequadamente um discurso sobre Deus, pois afirmar que Deus é objeto de estudo
do homem é um posicionamento, de certo modo, presunçoso.
Existem dois sentidos em que a palavra “teologia” é empregada. Generica-
mente, é usada para se referir ao estudo geral das coisas relacionadas a Deus. Esse
estudo inclui a Bíblia, o pecado, o homem, os anjos, as profecias, Jesus Cristo, o
Espírito Santo, enfim, tudo o que remete a Deus e sua relação com o Universo e a
humanidade. Tudo o que se relaciona a Deus e ao seu plano de salvação pode ser
incluído no âmbito da teologia.
Em outro sentido, é usada em referência à pessoa do próprio Deus, ao ser de Deus.
Qual é a natureza de Deus? O que é a Trindade? Como posso saber que Deus
existe? São perguntas estudadas no segundo sentido da palavra “teologia”. E esse
será o viés do nosso estudo nesta primeira matéria. 01
É mister advertir que o conhecimento teológico a respeito de Deus jamais sig-
nificará um conhecimento pleno. Na verdade, o conhecimento sistemático que
pretendemos absorver é mais um conhecimento de Deus do que um conhecimento
do próprio Deus, isto é, da pessoa de Deus.
Essa distinção é equivalente àquela que ocorre quando uma pessoa recebe
o currículo de outra. Por meio desse tipo de documento, a primeira pessoa tem
informações a respeito da outra, às vezes, contendo uma fotografia. É possível sa-
ber muitas coisas a respeito da outra pessoa, mas ainda que o currículo apresente
todos os detalhes possíveis e imagináveis, o conhecimento maior somente se dá
com o encontro das pessoas, quando ambas estão frente a frente se comunican-
do, interagindo. Nesse ponto, já se pode afirmar que há um conhecimento pessoal,
mas, a bem da verdade, mesmo esse encontro não encerra as possibilidades de
conhecimento, que só aumentarão à medida que as pessoas passarem a conviver
uma com a outra.
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Capítulo
q A inescrutabilidade de Deus
1
M esmo sendo Deus um ser que se auto-revelou ao homem, isso não significa
que ele (Deus) seja tão conhecível quanto qualquer outro ser. Essa revela-
ção será sempre parcial. Podemos até declarar que o conhecimento do ser e dos
caminhos de Deus será eternamente e completamente parcial para qualquer ser.
Ninguém no Universo pode conhecer Deus completamente, a não ser ele próprio.
Jesus disse que “ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o
Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11.27). Claro que
Cristo se referia a um grau maior de conhecimento e não a qualquer dose de cog-
nição. E Paulo escreveu aos coríntios em sua primeira epístola: “Porque o Espírito pe-
netra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe
as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também
ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” (1Co 2.10,11). Assim, só
o Deus Trino conhece plenamente a si mesmo. Nós, seres humanos, temos apenas
um vislumbre da divindade.
Jó diria isso de uma forma simples: “Eis que isto são apenas as orlas dos seus ca-
minhos; e quão pouco é o que temos ouvido dele! Quem, pois, entenderia o trovão
do seu poder?” (Jó 26.14). Isaías diria de Deus que “verdadeiramente tu és o Deus
que te ocultas [“Deus misterioso”, na versão Almeida Revista e Atualizada], o Deus
de Israel, o Salvador” (Is 45.15). Para o apóstolo Paulo, Deus é “aquele que tem, ele
só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem
pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno” (1Tm 6.16). 10
Essa consciência da inescrutabilidade de Deus é muito importante ao teólogo,
para que não pense que pode ou deve conhecer tudo a respeito de Deus. Os gran-
des reformadores como Lutero e Calvino sempre admitiram o mistério como parte
da teologia. Mas isso não significa usar desse artifício para justificar pontos difíceis
de serem entendidos, antes, é uma forma de reverenciar a Deus e se aproximar do
estudo desse tema com temor e respeito.
Dizer que não podemos conhecer tudo sobre Deus não é o mesmo que dizer que
não podemos conhecê-lo ou que esse conhecimento é incerto, inseguro e, portanto,
inválido. Não podemos conhecer a Deus plenamente, mas podemos conhecê-lo o
suficiente para alcançar a salvação e agradá-lo.
O belo hino do apóstolo Paulo, no final da epístola aos romanos, dá-nos uma
ideia dessa realidade grandiosa: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedo-
ria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão ines-
crutáveis os seus caminhos! Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? Ou
quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja re-
compensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a
ele eternamente. Amém” (Rm 11.33-36). 11
Outros afirmaram que Deus é um ser espiritual e, portanto, só poderia ser co-
nhecido por meios espirituais, à parte da razão. Homens como Tertuliano e Guilher-
me de Occam pensaram assim. Para eles, somente pela revelação divina haveria
possibilidade de se conhecer o Deus Todo-Poderoso. 13
De nossa parte, construiremos o nosso discurso a partir das duas formas. Apre-
sentaremos alguns pontos que se harmonizam com uma visão teísta do Universo, ao
mesmo tempo em que nos aprofundaremos na revelação das Escrituras. 14
15
A auto-revelação de Deus 16
Capítulo
q Concepções sobre Deus
2 23
Capítulo
q A concepção correta sobre Deus
3
Por Norman Geisler
Tradução do professor Elvis Brassaroto Aleixo
37
A historicidade de Gênesis
Não há nenhuma dúvida de que Gênesis apresenta uma concepção monote-
ísta de Deus. De igual modo, é claro, esse livro é o instrumento mais confiável que
dispomos de um registro histórico da raça humana, desde os primeiros seres huma-
nos. Consequentemente, os argumentos que atestem a historicidade dos primeiros
capítulos de Gênesis favorecerão o monoteísmo primitivo.
O notável arqueólogo William F. Albright demonstrou que o registro patriarcal
de Gênesis (Gn 12–50) é histórico. Ele declara: “Graças à pesquisa moderna, reco-
nhecemos agora sua significativa historicidade [da Bíblia]. As narrativas dos patriar-
cas, Moisés e o Êxodo, a conquista de Canaã, os juízes, a monarquia, o exílio e a
restauração de Israel, tudo têm sido confirmado e evidenciado em uma extensão
que eu julgava impossível há quarenta anos”. E acrescenta: “Não há um único
historiador bíblico que não tenha se impressionado pela acumulação rápida de
dados que apóiam a historicidade significativa da tradição patriarcal”. 43
Entretanto, o livro de Gênesis é uma unidade literária e genealógica, tendo
constituído listas de descendentes familiares (Gn 5.10) acompanhadas da relevante
frase literária “esta é a história de” ou “estas são as origens dos” (Gn 2.4). A frase é
usada largamente em outros trechos do livro de Gênesis (2.4; 5.1; 6.9; 10.1; 11.10,27;
25.12,19; 36.1,9; 37.2). 44
Além disso, a importante narrativa sobre a torre de Babel (cap. 11) é referida
por Jesus e pelos escritores do Novo Testamento como histórica. Também são ci-
tados por Cristo e pelos escritores do Novo Testamento: Adão e Eva (Mt 19.4,5); a
tentação que sofreram (1Tm 2.14); sua posterior queda (Rm 5.12); o sacrifício de
Caim e Abel (Hb 11.4); o assassinato de Abel por Caim (1Jo 3.12); o nascimento de
Sete (Lc 3.38); a trasladação de Enoque (Hb 11.5); a menção do matrimônio antes
dos tempos do dilúvio (Lc 17.27); a inundação e a destruição do homem (Mt 24.39);
a preservação de Noé e sua família (2Pe 2.5); a genealogia de Sem (Lc 3.35,36);
e o nascimento de Abraão (Lc 3.34). Assim, a pessoa que questionar a historicida-
de de Gênesis, consequentemente, terá de questionar também a autoridade das
palavras de Cristo e de muitos outros escritores bíblicos que recorreram ao livro de
Gênesis. 45
Em particular, existem fortes evidências para a historicidade dos registros bíbli-
cos sobre Adão e Eva. Esses registros revelam que os pais da raça humana foram
monoteístas desde o princípio (Cf. Gn 1.1,27; 2.16,17; 4.26; 5.1,2). 46
3) A mesma frase, “estas são as gerações de”, empregada para registrar his-
tórias posteriores (Gn 6.9; 9.12; 10.1,32; 11.10,27; 17.7,9), é usada também no
relato da criação (Gn 2.4) e na formação de Adão e Eva e seus descenden-
tes (Gn 5.1);
7) O livro de Romanos declara que a morte literal foi trazida ao mundo por um
Adão literal (Rm 5.14);
8) A comparação de Adão (“o primeiro Adão”) com Cristo (“o último Adão”), em
1Coríntios 15.45, atrela a historicidade de Adão com a de Jesus, e autentica
explicitamente a compreensão histórica de Adão como uma pessoa literal;
A evidência do livro de Jó
7) O uso da expressão “os filhos de Deus” (1.6; 2.1; 38.7), encontrada apenas
em Gênesis 6.2-4;
8) A longevidade de Jó, que viveu 140 anos depois que sua família foi restabe-
lecida (42.16), ajusta-se ao período patriarcal.
Jó fala de um Deus que criou o mundo (Jó 38.4), que é soberano sobre todas
as coisas (42.2), inclusive sobre Satanás (Jó 1.1,6,21). Todas essas coisas são carac-
terísticas de uma concepção monoteísta de Deus. Assim, os tempos primitivos de Jó
revelam que o monoteísmo não teve um desenvolvimento recente. 49
A influência do evolucionismo
Assim, se muitos darwinistas concordam que a evolução não deve ser aplicada
ao desenvolvimento social humano, então não há nenhuma razão para aplicá-la
à religião. Dessa forma, nem a suposta prova científica de Darwin serve como base
para a evolução do monoteísmo recente. 53
A melhor explicação
Capítulo
q A existência de Deus
4
Q uem é Deus? E o que Ele fez ou faz? 55
Hoje, um número cada vez maior de pessoas diz não acreditar na existência de
Deus. São os ateus, que afirmam que se Deus não pode ser visto, ouvido ou tocado,
então não há como provar que ele existe. Se os ateus não acreditam na existência de
Deus, logo, não acreditam também na Bíblia. E muito menos em Jesus Cristo. 56
De fato, a Bíblia não procura discutir a existência de Deus. Ela já começa nar-
rando a criação de todas as coisas como se a existência de Deus fosse um fato que
não pode ser colocado em dúvida. Assim lemos no livro de Gênesis: “No princípio
criou Deus os céus e a terra.” (1.1). A Bíblia chama aquele que nega a existência de
Deus de tolo: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus” (Sl 14.1).
Ainda que muitas pessoas, hoje, não acreditem na existência de Deus, o núme-
ro de pessoas que acredita é muito maior. Até pessoas que não frequentam nenhu-
ma igreja nem “praticam” qualquer religião acreditam que Deus existe. E por quê?
Porque certas coisas apontam para um ser superior.
Muitas pessoas não crêem na Bíblia, mas crêem na existência de Deus, por-
que muitos fatos e elementos seriam impossíveis de serem explicados sem a refe-
rência divina. Geralmente, os ateus são pessoas muito cultas e inteligentes. Isso
se dá porque é necessário criar teorias bem engendradas para negar a existên-
cia de Deus. É como estar andando em um caminho e topar com um compu-
tador no meio do deserto e arrumar uma explicação lógica para aquele fato,
mas sem envolver a ação humana. É preciso muita criatividade e capacidade
intelectual.
Um número mais reduzido desse grupo, tanto no Brasil quanto no exterior, pode
ser classificado como ateus filosóficos, isto é, pessoas racionalmente preparadas
para justificar sua descrença, pois se ocupam em formular argumentos lógicos
que justifiquem a sua posição. Poderíamos, ainda, chamar os ateus filosóficos de
“incrédulos conscientes”.
Também, vale destacar um outro tipo de ateu, mais agressivo, detectado pela
pesquisa em pauta: o militante. Esses ateus não somente não crêem na existência de
Deus como também são contra aos que crêem. Tanto é que procuram persuadir os
outros para a sua “fé sem deus”. Então, criaram o site Sociedade da Terra Redonda,
cujo objetivo é reunir todos os ateus em sua militância.
Todavia, ser cientista não obriga ninguém a ser ateu. Se isso fosse verdade,
todos os cientistas seriam ateus, o que não é um fato. Inclusive, um dos maiores
pensadores do século 20, autor do best-seller Uma breve história do tempo, não vê
qualquer dificuldade em crer na existência de Deus. Muito pelo contrário: “O pai
da cosmologia moderna, o inglês Stephen Hawking, acha fascinante a chamada
hipótese teológica, a ideia de que entender Deus seria o alvo supremo da física,
mas alega que o caminho para chegar lá é a ciência e não a metafísica ou o
misticismo. Quando lhe perguntaram se Deus teve um papel no Universo antes do
big-bang , a suposta explosão primordial que teria criado o cosmo, Hawking admitiu
que sim: acho que só ele pode responder porque o Universo existe”. 63 64
Sobre este assunto, compartilhamos uma citação do teólogo Charles Hodge,
que deveria ser observada por aqueles que defendem o pensamento científico:
“Desde os primórdios da ciência moderna, vêm emergindo constantemente apa-
rentes discrepâncias entre a natureza e a revelação, o que, por algum tempo, tem
ocasionado grande escândalo a crentes zelosos; em cada exemplo, porém, sem a
menor exceção, tem sido descoberto que o erro se encontra ou na generalização
apressada da ciência, devido ao conhecimento imperfeito dos fatos, ou na inter-
pretação tendenciosa das Escrituras”. 65
“A pós ter lido A origem das espécies, de Charles Darwin, Karl Marx escre-
veu uma carta ao seu amigo Lassalle, na qual exulta porque Deus (pelo
menos nas ciências naturais) recebeu o golpe de misericórdia”.
Não que essa fosse a intenção do naturalista Charles Darwin, mas suas ideias
foram e ainda são utilizadas pelos ateus do mundo inteiro como argumento para
provar que o simples fato de o mundo existir não demanda a existência de um Cria-
dor. Segundo a teoria da Evolução das espécies , o mundo é o resultado de bilhões
de anos de evolução, pela qual as formas de vida mais simples evoluíram para as
formas de vidas mais complexas, até chegarem ao homem.
Isso, no entanto, não significa que Darwin estava negando a existência de Deus.
Em verdade, ele estava atribuindo o fato biológico ao Criador. Mas aqueles que
buscavam ensejo para anular o argumento da criação como prova da existência
de Deus, usaram sua teoria como base. Logo, ser ateu por causa da evolução era
uma opção de crença e não uma consequência da teoria de Darwin. Até porque
havia muitos teístas (pessoas que admitem a existência de um Deus pessoal como
causa do mundo) entre aqueles que acreditaram na evolução. 66
Nosso propósito, aqui, não é discutir sobre a teoria da Evolução das espécies .
Mas é importante saber que, mais de cem anos depois, muitas dúvidas ainda pairam
sobre essa teoria, insuficiente para explicar a origem do homem. Embora admita a
evolução, o historiador sueco Karl Grimberg, no princípio de sua História universal ,
comenta o seguinte: “Se [conjunção condicional] a estrutura anatômica do ho-
mem é o culminar de uma longa evolução, foi, no entanto, repentino o nascimento
da sua inteligência. Tudo faz supor que o limiar por onde se ascendeu diretamente
o pensamento foi transposto de uma só vez”.
Ele é considerado o maior neodarwinista vivo. Mas seu cálculo sobre a possibilidade
de a natureza produzir seres inteligentes pelos processos evolutivos conhecidos é
quase uma sugestão de que os seres humanos são mesmo produtos sobrenaturais”.
67 68
por esse motivo é um tanto quanto sem fundamento. Os ateus não podem esque-
cer que Stálin, Lênin e Mao Tse-tung mataram milhões de pessoas inspirados no so-
cialismo ateu, conforme divulgado por Karl Marx.
Em primeiro lugar, porque muitos são sinceros em suas dúvidas. É verdade que
alguns não querem crer e, por isso, procuram desculpas para sua atitude. Outros
querem acreditar, mas, infelizmente, encontram diversos motivos para não fazê-lo.
É aí que entramos com a evidência.
Em segundo lugar, porque tudo aquilo que fortalece a nossa fé é útil. É por isso
que muitos buscam provas, não para crerem, mas porque já crêem.
Sendo assim, a seguir compartilhamos uma tabela que traz alguns argumentos
em favor da existência de Deus:
78
Capítulo
q Os atributos de Deus
5
U ma pergunta que muitas crianças fazem é: “Como é Deus?”.
De seu jeito simples, elas estão perguntando a respeito da natureza de Deus,
e não se trata de uma pergunta sem nenhuma importância. Não basta apenas
falarmos o nome de alguém. Precisamos conhecer suas características, ou seja,
aquilo que o distingue dos demais seres. Se, por exemplo, dissermos que o elefante
é um animal de pernas e pescoço compridos, de cor de laranja, cheio de manchas
pretas, embora usemos a palavra “elefante”, não estamos nos referindo ao mesmo
animal, corpulento, com grandes orelhas e uma grande tromba. A descrição de
sua natureza o identifica e não apenas o nome. 79
A primeira coisa que precisamos saber a respeito do Deus da Bíblia é que Ele
é um Deus pessoal. Alguns falam que Deus é uma energia, uma força cósmica ou
algo assim. No seriado Guerra nas estrelas , os personagens sempre repetiam uma
frase muito conhecida: “Que a força esteja com você”. Era uma referência a Deus
como sendo apenas uma força. Falavam ainda do lado negro dessa força. Essas
opiniões sobre Deus não são verdadeiras, porque a Bíblia ensina que Deus é uma
pessoa, não uma força. 80
O Salmo 115 é uma expressão dessa admiração dos povos pagãos contra a
crença dos israelitas em um Deus invisível: “Porque dirão os gentios: Onde está o seu
Deus? Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou. Os ídolos deles
são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos têm,
mas não vêem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram. Têm
mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua gar-
ganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que ne-
les confiam. Israel, confia no Senhor; ele é o seu auxílio e o seu escudo” (Sl 115.2-9).
O Deus bíblico não pode ser representado por esculturas ou pinturas. Ele está
muito além daquilo que o homem pode imaginar e, portanto, tentar representá-
lo de qualquer forma seria um desrespeito à sua natureza. Quando entregou seus
mandamentos a Moisés no Monte Sinai, o Senhor proibiu terminantemente o povo
de possuir qualquer outro Deus, bem como criar qualquer imagem dele (Êx 20.3-6).
82
O Senhor sente e age sempre em coerência com sua natureza e caráter imutáveis
(Ml 3.6). A base para a imutabilidade de Deus são a sua simplicidade, a sua eternida-
de, a sua auto-existência e a sua perfeição.
Simplicidade , porque sendo Deus uma substância simples, indivisível, sem mistu-
ra, não está sujeito à variação (Tg 1.17).
Eternidade, porque Deus não está sujeito às variações e circunstâncias do
tempo, por isso Ele não muda (Hb 13.8).
Auto-existência, porque uma vez que Deus não é causado, mas existe em si
mesmo, então Ele tem de existir da forma como existe, sendo sempre o mesmo.
Sua resposta ao questionamento de Moisés (EU SOU O QUE SOU) demonstra sua
auto-existência e imutabilidade (Êx 3.14-16).
Perfeição, porque toda mudança tem de ser para melhor ou pior e, sendo Deus
absolutamente perfeito, jamais poderá ser mais sábio, mais santo, mais justo, mais
misericordioso e nem menos. Deus é imutável como a rocha (Dt 32.4). 83
Essa imutabilidade não significa imobilidade. Durante muito tempo, por influ-
ência do filósofo grego Aristóteles, a imutabilidade soou como que se referindo a
um Deus imóvel, quase um ser impessoal. Todavia, claramente a Bíblia mostra que
o nosso Deus é um Deus de ação (Is 43.13).
Essa imutabilidade implica impossibilidade de arrependimento. Alguns versícu-
los falam de Deus como se ele se arrependesse, falam de Deus mudando de atitude
em relação às ações humanas (Êx 32.14, 2Sm 24.16, Jr 18.8; Jl 2.13). Trata-se de an-
tropomorfismo, ou seja, uma forma de descrever a ação de Deus, assemelhando-a
as atitudes humanas. Somente dessa maneira o agir de Deus poderia ser compre-
ensível ao homem, no tempo e na história. 84
O Senhor é imutável em suas promessas (2Co 1.20); em sua benignidade (Is 54.10);
em sua justiça (Sl 119.142); em seu amor (Gn 18.25,26). Não é possível que ele se torne
menos ou mais justo, misericordioso, fiel e amoroso do que ele de fato é. As manifesta-
ções de tais atributos podem parecer mais ou menos intensas, conforme a nossa ma-
neira limitada de ver as coisas, em nossa estreita perspectiva. Todavia, isso não repre-
senta uma oscilação do caráter divino, apenas demonstra que somos seres limitados.
85
Os seres se distinguem entre si e se fazem conhecer por aquilo que lhes é próprio.
Dizer que o céu é preto e as árvores são achatadas, é o mesmo que lhes atribuir ca-
racterísticas que de fato não possuem. Dizer que o ser humano pensa, sente e tem
vontade são formas de identificar e distinguir o homem dos outros seres, como as pe-
dras, por exemplo, já que estas não pensam, não sentem e não têm vontade. 89
Alguns dos atributos divinos não podem ser encontrados em nenhum outro ser,
somente em Deus. Essas qualidades ou atributos tornam Deus diferente e superior
à sua criação. Os atributos divinos são chamados de “incomunicáveis”, isto é, não
podem ser comunicados, não podem ser repartidos. Nenhum outro ser no Universo
possui esses atributos.
Existem, portanto, outros atributos, outras qualidades divinas, que Deus deseja
repartir com suas criaturas. Obviamente, essa outra categoria de atributos divinos é
muito superior. Nenhum ser possui o mesmo grau de santidade que Deus, por mais
perfeito que alguém seja. Nenhum ser possui amor quanto Deus, ou sabedoria ou
outra qualidade qualquer. Mas as pessoas podem receber do Senhor um pouco
desses atributos que, quando compartilhados, são chamados de “atributos comu-
nicáveis”. Ou seja, podem ser repartidos com outros seres. 90
O fato de o ser humano ter sido criado à imagem e semelhança de Deus faz que
esses atributos sejam plenamente compreensíveis e, até mesmo, compartilhados.
Quando se pensa no caráter de Deus se manifestando no cristão, estamos falando
desses atributos que, em certo grau, nos são transmitidos. Entendemos que a restau-
ração da imagem de Deus no homem está profundamente ligada ao compartilha-
mento desses atributos divinos com o homem regenerado.
Essa é apenas uma das maneiras didáticas usadas para classificar as qualidades
ou atributos de Deus. Sabemos que, mesmo dividindo essas qualidades dessa ma-
neira, não é possível descrever Deus completamente. Trata-se apenas de um meio
utilizado pela nossa mente finita para compreender Deus um pouco mais. 91
Vejamos, enfim, esses atributos:
Atributos não-comunicáveis
A eternidade de Deus
Deus é eterno. Ele não teve princípio e nunca terá fim. Nunca houve um tempo
em que Deus não existisse (Sl 90.2).
Tudo o que fazemos tem começo e fim. Estamos acostumados a fazer tudo
com datas. Quando estudamos história, lemos sobre o que certas pessoas fizeram
no passado, às vezes, em um passado muito distante. Mesmo assim, sabemos o
ano em que determinado evento ocorreu ou pelo menos o século em que foi
realizado.
No caso de Deus, não temos como marcar uma data para o início de sua exis-
tência. Ainda que pensássemos em números grandes, como bilhões e trilhões, não
acharíamos o ponto em que Deus começou a existir. Não podemos atingir o mo-
mento em que não havia Deus pelo simples fato de que esse instante nunca existiu.
No livro de Gênesis, Deus é chamado de El Olam (na língua hebraica), que foi
traduzido para a língua portuguesa como “O Deus Eterno” (Gn 21.33). Deus é in-
criado. Ele nunca teve um início e nunca terá um fim. Embora a nossa mente finita
jamais possa compreender isto completamente, a verdade é que Deus nunca teve
uma origem (Dt 33.27). 92
A onipotência de Deus
Obviamente, Deus colocou leis na sua criação que faz que ela funcione de
forma regular. E, mesmo assim, quando o Senhor deseja, pode fazer que as coisas
funcionem de modo diferente (Jó 42.1,2).
Nenhum outro ser, no céu ou na terra, poderia abrir o Mar Vermelho (Êx 14), ou
fazer o Sol parar (Js cap.10), entre tantas outras coisas.
A Bíblia declara que os anjos são seres muito poderosos. Conseguem realizar
muito mais coisas que os seres humanos. Mesmo assim, não são onipotentes. Por isso,
um outro nome de Deus que aparece no Antigo Testamento é El Shadday (também
hebraico), que foi traduzido para a língua portuguesa como “Deus Todo-Poderoso”
(Gn 17.1). Até mesmo no livro de Apocalipse, Deus se apresenta assim para João:
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que
há de vir, o Todo-Poderoso” (1.8). 93
Deus só conhece um limite: o seu caráter moral. Por isso, não pode mentir nem
negar sua essência. Mas, em termos de realizações, pode fazer qualquer coisa,
embora essa faculdade não o obrigue a interferir, continuadamente, em tudo o
que não estiver correto. Ele criou seres, como, por exemplo, os anjos e os homens,
a quem deu livre-arbítrio. Por sua própria decisão, Deus não interfere gratuitamente
na vontade humana ou angelical. 94
A onisciência de Deus
Como já vimos, omni vem do latim, e significa “tudo”. Ciência também veio
do latim, sapiência , e significa “conhecimento”. Logo, onisciência significa “todo
conhecimento”.
Só Deus é onisciente. Por isso, não fazemos orações para pessoas que já morre-
ram, para Maria ou para anjos, pois estes não têm como ouvir o pedido dos milhões
de pessoas que estão ao redor do mundo. Somente um ser onisciente tem essa ca-
pacidade. E esse ser é Deus.
Deus conhece o nosso coração (1Jo 3.20); Deus conhece tudo o que aconte-
cerá (At 15.18); Deus conhece tudo o que aconteceria em todas as circunstâncias
possíveis (Mt 11.23); Deus conhece o plano total dos séculos (Ef 1.9-12); Deus conhe-
ce o bem e o mal (Pv 15.3); Deus conhece os homens (Sl 33.13-15); Deus conhece
tudo na natureza, toda estrela, todo passarinho (Sl 147.4); Deus conhece os feitos
do homem (Sl 139.2,3); Deus conhece as palavras do homem (Sl 139.4); Deus co-
nhece os pensamentos e as imaginações do homem (1Rs 8.39); Deus conhece as
necessidades e as tristezas do homem (Mt 6.32).
A onipresença de Deus
Além de poder fazer qualquer coisa, de saber tudo a respeito de tudo, Deus
está presente em todos os lugares. Não existe um único lugar no Universo onde Deus
não se encontre. Tanto no mundo físico quanto no mundo espiritual, sua presença é
certa. Ninguém pode se esconder de Deus. Não existe um lugar onde alguém possa
ir que ele não esteja.
Assim como no caso da onisciência de Deus, o rei Davi também falou de sua
onipresença: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?
Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás tam-
bém. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua
mão me guiará e a tua destra me susterá. Se disser: decerto que as trevas me en-
cobrirão; então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem
de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma
coisa” (Sl 139.7-12). 98
Isso não significa que o Senhor esteja em todos os lugares em algum sentido
físico. Já aprendemos que Deus é um ser espiritual e não material. Aprendemos na
escola que matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço. Até o vento ocupa
lugar no espaço. Mas Deus não ocupa espaço, porque, como vimos no início deste
capítulo, Deus não é matéria, é espírito.
Deus não está contido no Universo. É o Universo que está contido em Deus.
Deus está presente em todo o Universo, e vai ainda além dele. Isso é difícil para
entendermos, mas é o que a Bíblia ensina. 99
A onipresença de Deus não significa que ele está em todos os lugares na mesma
intensidade ou sentido. Sabemos, por exemplo, que a Bíblia fala do céu como habita-
ção de Deus: “Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus
pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso?” (Is 66.1).
Embora esteja em todos os lugares, aprendemos que Deus “habita nos céus”. A
intensidade de sua presença é diferente de lugar para lugar, mas mesmo assim não
existe um lugar em que ele não esteja.
todo o tempo e em todo lugar. Jesus, sendo o Deus Filho, depois de sua ressurrei-
ção, deixou para os seus discípulos a promessa de sua presença em qualquer lugar
da terra em que eles fossem (Mt 28.19,20).
É muito importante sabermos que o Deus que servimos não é limitado pelas
distâncias. Isso nos dá a certeza de estarmos sempre perto dele, mesmo nos luga-
res mais difíceis. No lindo Salmo 23, o rei Davi disse algo que demonstra o quanto a
onipresença divina é valiosa em todos os momentos da nossa vida: “Ainda que eu
andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás
comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” (Sl 23.4). 101
Atributos comunicáveis
O amor de Deus
O primeiro desses atributos é o amor. Deus ama. Seu amor é infinito, não tem
limites. Seu amor é tão grande que o próprio Deus assim o comparou para que ti-
véssemos uma ideia do quanto ele ama: “Porventura pode uma mulher esquecer-se
tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas
ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti” (Is 49.15).
Esse é o amor de Deus: maior do que o amor de uma mãe. E, no Novo Testamen-
to, encontramos ainda mais que isso. O Novo Testamento nos ensina que o amor é a
essência da própria natureza divina. Deus não consegue deixar de amar, porque ele
é amor: “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4.8). 103
Esse amor foi demonstrado na prática. Deus não diz apenas que ama, antes, ele
prova o seu amor. Para salvar a humanidade perdida, o Senhor enviou seu Filho para
morrer na cruz pelos nossos pecados. Essa é a maior prova do amor de Deus (Jo 3.16).
Nem sempre conseguimos perceber o amor de Deus, assim como nem todas as
pessoas aceitam esse amor. Mesmo assim, em muitas coisas Deus demonstra esse sen-
timento para com a humanidade, ainda que ela tenha “virado as costas” para ele,
adorando falsos deuses ou ficando indiferente à demonstração do seu amor. 104
A santidade de Deus
Outra característica de Deus que nos ajuda a entender suas ações é a sua san-
tidade. Isso significa que Deus é puro. Ele não faz nada moralmente mau. Assim está
escrito no Novo Testamento: “Esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anuncia-
mos: que Deus é luz, e nele não há treva nenhuma” (1Jo 1.5).
Isso é santidade. Deus é moralmente puro. O profeta Habacuque nos ensina que
Deus é tão puro que não pode sequer olhar para aquilo que é mau (Hb 1.13). Deus
é um ser moralmente perfeito. E porque ele é moralmente puro, quer que todas as
pessoas que se comprometam em segui-lo sejam também moralmente puras, não
se contaminem com as coisas erradas que acontecem neste mundo. Foi isso que ele
ensinou aos israelitas. É isso que ele exige de seu povo. O caráter de Deus é santo,
por isso, o caráter do povo de Deus também deve ser santo (1Pe 1.14-16).
O bem e o certo é o que Deus deseja. O mal é tudo aquilo que se opõe ou con-
tradiz a sua vontade e resiste à sua natureza. Foi essa característica de Deus que
Isaías viu os anjos exaltando quando entrou no templo, em Jerusalém (Is 6.1-3). 114
A justiça de Deus
Outra coisa que deve ser levada em conta é que, o fato de Deus ser justo,
leva-o a punir o erro. O amor de Deus permite que uma pessoa alcance misericór-
dia e perdão quando se arrepende. E a justiça de Deus faz que o homem receba a
devida punição quando age de forma errada. As pessoas nem sempre conseguem
entender certas coisas porque só aceitam que Deus é amor e não aceitam que ele
também exerce a justiça.
Quando lemos na Palavra a respeito da ira de Deus, isso não significa que ele
perdeu o controle e ficou irritado, como acontece com muitas pessoas. Na verdade,
a ira de Deus está ligada a três de seus atributos: soberania, santidade e justiça.
A fidelidade de Deus
Hoje, encontramos em muitos lugares a frase: “Deus é fiel”. O que quer dizer isso?
Quer dizer que quando o Senhor promete alguma coisa, ele cumpre sua promessa.
E, por causa disso, podemos ficar descansados, pois não existe perigo de que Deus
nos diga que fará algo e depois se esqueça de seu compromisso (Nm 23.19).
Davi era uma homem que conhecia muito dos atributos de Deus. Mas ele não
conhecia apenas porque leu ou viu alguém dizer. Ele próprio experimentou muitas
vezes o quanto Deus cumpria as promessas que lhe fazia. Dessa forma, Davi sabia
que Deus era completamente confiável, que jamais seria envergonhado ou ficaria
decepcionado por ter confiado em Deus: “Benignidade minha e fortaleza minha;
alto retiro meu e meu libertador és tu; escudo meu, em quem eu confio, e que me
sujeita o meu povo” (Sl 144.2).
Isto não é uma justificativa para os nossos erros, mas uma demonstração do
quanto Deus é fiel para conosco. 118
Capítulo
q Os nomes de Deus
6
N as Escrituras Sagradas, o nome é muito mais que uma identificação. É uma
identidade, uma descrição do caráter. Foi por esse motivo que, ao se ma-
nifestar a Moisés, este quis saber quem era o Deus que falava com ele. Assim lemos:
“Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O
Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que
lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos
de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3.13,14).
Na maioria das vezes, referimo-nos à divindade como Deus ou, quando não, por
um de seus títulos: “Pai” ou “Senhor”. Para os judeus e os crentes do Antigo Testamen-
to, Deus, era (mais que um conceito) um ser completamente pessoal. Assim, nada
mais justo que se relacionar com ele usando seus nomes que, compostos ou não,
aparecem na Bíblia, e cada um deles revelando um ponto da natureza divina.
A seguir, os nomes de Deus: 119
YHWH (o tetragrama)
Traduzido para Jeová, em português, YHWH, ou Yaweh, significa “aquele que
existe”. Ou seja, é o nome próprio do único Deus verdadeiro. Um nome impronun-
ciável. Normalmente, esse tetragrama hebraico é considerado um dos elementos
mais sagrados da fé judaica. E isso por causa da advertência de Êxodo 20.7 (o ter-
ceiro mandamento), que diz: “Não tomarás o nome de YHWH teu Deus em vão, por-
que o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. Esse nome
é o mais empregado na Bíblia em referência à divindade. Só para se ter uma ideia,
aparece 5.321 vezes somente em sua forma não-composta. 120
Sua pronúncia se perdeu com o passar dos anos. E isso porque não era fala-
do. As pessoas tinham medo de pronunciá-lo em vão. Na Septuaginta, tradução
para o grego do Antigo Testamento, o vocábulo foi substituído por Senhor, pois os
judeus tinham o costume de pronunciar a palavra Adonay (Senhor) onde aparecia
o tetragrama.
A forma Jeová foi dada pelos judeus massoretas, embora estudos posteriores
tenham determinado que a pronúncia Javé ou Yaweh seria a mais correta. Geral-
mente, crê-se assim por causa do uso do nome Jah, no Salmo 89.8 (texto em he-
braico), e por causa das formas Yeho, Yo, Yah e Yahu, que ocorrem constantemen-
te na formação dos nomes próprios, como, por exemplo, Jehosaphat, Joshaphat,
S hepthatiah, por serem derivados de Yaweh, conforme as leis da filologia.
Alguns filólogos acreditam que o nome tenha sua raiz no verbo hawah, que,
posteriormente, tomou a forma de hayah , cujo significado é: “ser” ou “fazer-se”. Se
assim for, o significado do nome seria algo como “aquele que existe absolutamente
e que manifesta a sua existência e o seu caráter”. 121
O SENHOR É O MEU PASTOR. Nome ligado ao Salmo
JEOVÁ
RAAH 23.1. Mostra sua ação completa na vida do ser humano,
guardando, guiando, protegendo e nutrindo. 126
Compostos de El
A primeira menção de Deus na Bíblia é Elohim , um substantivo no plural. “Ao pé
da letra”, poderia ser traduzido para o português como “deuses”. Todavia, quando
usado em referência ao Deus verdadeiro, é acompanhado de verbos conjugados
no singular, o que qualifica não se tratar de uma multiplicidade de deuses, mas, sim,
de um único Deus. Elohim é empregado sempre que se descreve o poder criativo e
a onipotência de Deus. Logo, está-se falando do Deus criador. A forma plural signi-
fica a plenitude de poder e representa a Santíssima Trindade.
O singular de Elohim é El ou Eloah , que também é usado nas Escrituras para
se referir a Deus, ainda que com bem menos frequência. Enquanto Eloah aparece
57 vezes no Antigo Testamento, Elohim , a forma plural, aparece 2498, em referência
ao Deus verdadeiro.
Além disso, o termo El , singular de Elohim , apresenta composições no Antigo
Testamento, mas sempre manifestando o caráter de Deus e estão ligadas, principal-
mente, aos seus atributos não comunicáveis. 132
Adonay
Capítulo
q A Trindade divina
7 138 139 140 141 142
Na Bíblia Scofield, temos a seguinte exposição sobre Mateus 28.19 que trata
justamente da questão trinitária nas Escrituras: “No progresso da revelação divina, o
único Deus verdadeiro aparece claramente no Novo Testamento, existindo em três
pessoas divinas, chamadas de ‘Pai’, ‘Filho’ e ‘Espírito Santo’. Como, por exemplo,
em Mt 3.16, 17; 1Co 12.4-6; 2Co 13.14; Ef 2.18; 4.4-6; 5.18-20; 1Pe 1.2”. Scofield pros-
segue tecendo cinco considerações importantes: 150
“1) Cada uma dessas pessoas divinas possui suas próprias características pes-
soais e se distingue claramente das outras duas pessoas (Jo 14.16,17, 26;
15.26; 16.7-15). Contudo, as três pessoas são iguais no ser, no poder e na
glória: cada uma sendo chamada de Deus (Jo 6.27; Hb 1.8; At 5.3,4); cada
uma possuindo todos os atributos divinos (Tg 1.17; Hb 13.8; 9.14); cada uma
realizando as obras divinas (Jo 5.21; Rm 8.11) e cada uma recebendo hon-
ras divinas (Jo 5.23; 2Co 13.13). 151 152
C onhecemos Deus por meio daquilo que ele revelou em sua Palavra, onde en-
contramos Deus como Pai (Ef 1.3), Filho (Jo 1.1,18) e Espírito Santo (At 5.3,4).
Como conciliar isso com a crença em um único Deus? 158
Quando olhamos as páginas do Antigo Testamento, vemos indicações dessa
característica triúnica. Embora a doutrina de um único Deus seja inquestionável,
encontramos:
Um termo plural para Deus, Elohim (Gn 1.1), diferente de El, singular. 159
Ário foi discípulo de Luciano de Antioquia, bispo que já estivera envolvido com
outros falsos conceitos cristológicos. Ele foi ordenado sacerdote e encarregado
pelo bispo de Alexandria da Igreja de Baucalis. Aparentemente, era uma pessoa
carismática e atraiu tantos seguidores devotos que desafiou abertamente o bispo
alexandrino a respeito da sua teologia sobre Cristo e a Trindade. Muitos cristãos de
Alexandria tomaram o seu partido.
Baseando-se em um texto isolado de Provérbios 8.22, onde diz que Deus “criou”
a sabedoria desde o princípio (a tradução mais aceita, seria “possuiu”) e identi-
ficando a sabedoria com o Logos (o Verbo), Ário classificou o Filho como sendo
uma mera criatura, ainda que fosse a maior das criações de Deus. Desejando
evitar uma posição que parecesse um politeísmo, acabou negando a divindade
do Filho de Deus.
Seu credo foi assim expresso: “O Filho não existiu sempre, pois quando todas as
coisas emergiram do nada e todas as essências criadas chegaram a existir, foi en-
tão que o Logos de Deus procedeu do nada. Houve um tempo em que ele não era
( een pote hote ouk een) e não existiu até ser produzido, pois mesmo ele teve um
princípio quando foi criado. Pois Deus estava só e, naquele tempo, não havia nem
Logos nem sabedoria. Quando Deus decidiu nos criar, produziu, em primeiro lugar,
alguém que denominou Logos e Sabedoria e Filho, e nós fomos criados por meio
dele” (Atanásio, Orationes contra Arianos, I, 5). 169
Alexandre convocou um sínodo que se reuniu em 318 d.C., com cerca de cem
bispos de vários lugares do lado oriental do império. Alexandre acusou Ário de res-
suscitar a heresia de Paulo de Samósata, negando a Trindade e a divindade do
Filho. Para o bispo, esta negação comprometia a salvação, uma vez que aquele
que efetuara a salvação não era o próprio Deus.
Ário respondeu na mesma altura, alegando que era impossível a divindade e a
humanidade se unirem em um único ser.
Os cento e tantos bispos reunidos em Alexandria condenaram Ário e seus ensinos
a respeito de Cristo como heréticos e o depuseram de sua condição de presbítero.
Ele foi obrigado a deixar a cidade, mas não considerou o assunto como encerrado.
Foi refugiar-se com seu amigo, Eusébio da Nicomédia, que, nesta época, já era um
bispo importante e o recebeu amigavelmente. Juntos, começaram um trabalho de
persuasão, correspondendo-se com os bispos que não fizeram parte do sínodo. 170
Esta extensa correspondência se perdeu, não restando senão aquilo que se
pode retomar dos escritos de seus oponentes. Ário também pretendia escrever uma
grande obra em verso, chamada de Thalia (Banquete), de fácil recitação para os
simples. Uma de suas declarações típicas referente à relação entre o Pai e o Filho
foi esta: “E Cristo é o Verbo de Deus, mas por participação [...] até ele foi feito Deus
[...]. O Filho não conhece o Pai com exatidão e o Logos não vê o Pai com perfeição
e ele não percebe o Pai com exatidão nem o Logos o compreende; isto porque ele
não é o verdadeiro e único Logos do Pai, mas somente em nome: é chamado Logos
e Sabedoria. E, pela graça, é chamado Filho e Poder”.
Como vemos, sua noção do Logos envolvia profundas questões filosóficas e es-
tava em clara oposição ao que Jesus disse com respeito ao relacionamento entre
o Pai e o Filho em Mateus 11.27.
Ário, contraditoriamente, reconhecia três seres divinos: Pai, Filho e Espírito San-
to, sendo que somente um deles é o verdadeiro Deus. Continuou, na sua profissão
de fé, afirmando que somente o Pai é sem princípio e que o Filho, embora criatura
grandiosa que compartilha de muitos atributos de Deus, não existia antes de ser ge-
rado pelo Pai. Era uma posição um tanto ambígua para quem pretendia defender
a unidade de Deus, pois, neste caso, o Filho seria uma espécie de semideus, o que
era completamente contrário à doutrina cristã.
Quando Alexandre, bispo de Alexandria, soube das maquinações de Ário, es-
creveu para o bispo de Roma, Silvestre, a fim de que este se resguardasse das da-
nosas heresias de Ário e se esforçasse em combatê-lo. Para combater as heresias
arianas, escreveu um trabalho intitulado Deposição de Ário, onde buscava explicar
os motivos de sua excomunhão. Exortava a que ninguém o recebesse, pois se trata-
va de um herege com o qual ninguém deveria ter comunhão. 171
Em sua exposição dos falsos ensinos de Ário, Alexandre fez um resumo de seu
erro teológico que bem sintetiza o arianismo: “E as novidades que inventaram e pu-
blicaram contra as Escrituras são as seguintes: Deus não foi sempre o Pai, mas houve
um tempo em que Deus não foi Pai. O Verbo de Deus não existiu sempre, mas se
originou de coisas que não existiam; porque o Deus que existe, fez aquele que não
existia, a partir daquele que não existia; portanto, houve um tempo em que ele não
existia; pois o Filho é uma criatura e uma obra. Ele não é igual ao Pai em essência,
não é o verdadeiro e natural Logos do Pai nem é sua verdadeira Sabedoria; mas ele
é uma das coisas feitas e criadas, e é chamado Verbo e Sabedoria por um abuso
de termos, pois ele mesmo se originou do verdadeiro Verbo de Deus, e pela Sabe-
doria que existe em Deus, mediante o qual Deus, não apenas criou todas as coisas,
mas ele também. Portanto, ele é, por natureza, sujeito a mudanças e variações,
assim como todas as criaturas racionais”.
Para termos ideia da contaminação e do entusiasmo que suscitaram as ideias
de Ário, basta-nos pensar que tudo se deu no prazo de um ano. Tanto a Palestina
quanto a Síria, a Ásia Menor e o Egito estavam tomados por suas ideias, surgindo
uma comunidade ariana ao lado da Igreja ortodoxa.
Bispos reunidos em um sínodo em Cesareia da Palestina se puseram ao lado
de Ário, e o autorizaram a reassumir suas funções sacerdotais em Alexandria. Ale-
xandre, porém, recusava-se a aceitá-lo novamente em sua diocese. Incentivado
por seus adeptos, Ário desembarcou em Alexandria. Sua chegada provocou gran-
de agitação, pois molineiros, marinheiros, viajantes, mercadores, camponeses e o
povo mais simples cantavam suas canções pelas ruas e praças. O arianismo se tor-
nou, então, uma questão popular. 172
Não era nada agradável ver os bispos se tornarem inimigos devido a questões meta-
físicas a respeito de Deus.
Embora Eusébio de Cesaréia tenha feito um relato do Concílio, não temos infor-
mações detalhadas de suas atas e relatórios. Ao que parece, Constantino estava
assentado em um trono acima da sala onde os bispos se reuniam e, daquele local,
interferia como mediador quando achava necessário. Essa atitude desagradou al-
guns, porque estavam vendo o imperador se intrometendo em questões que, para
eles, não eram da alçada do poder temporal. Mas o imperador não pensava desta
forma e, com certeza, não ousariam desafiá-lo.
O Concílio durou cerca de dois meses e tratou de muitas questões que con-
frontavam a Igreja. Cerca de vinte decretos diferentes foram promulgados, os quais
trataram de diversas questões, que abordavam desde a deposição de bispos re-
lapsos até a ordenação de eunucos. Também foi em Niceia que foi concedido ao
bispo de Roma uma posição de liderança na Igreja do ocidente, mostrando que
este privilégio não era originário da época apostólica.
Os partidos de Niceia
O primeiro partido pode ser chamado de arianismo puro e era apoiado por
Eusébio de Nicomédia e mais uma minoria de presentes. No total, não passavam
de uns 28 bispos, mas, mesmo assim, tinham esperança de convencer a maioria e,
também, o próprio Constantino. Até mesmo Ário foi proibido de participar do Con-
cílio. Este grupo insistia em definir Cristo como um ser criado antes do tempo. Para
eles, Cristo seria de essência ou substância diferente do Pai. Era divino, mas não era
Deus, nem co-igual, nem co-eterno.
O segundo grupo teve a liderança de Alexandre, auxiliado por seu jovem assis-
tente Atanásio, e defendia aquilo que até hoje é considerada a posição ortodoxa.
Para ele e seu grupo,Cristo era co-igual e co-eterno, da mesma substância e essên-
cia que o Pai, embora fossem personalidades distintas.
Sobre isso observou Justo Gonzales, historiador eclesiástico: “A vasta maioria dos
bispos parece não ter entendido a importância da questão em pauta e o receio
do sabelianismo deixou todos relutantes para condenarem o subordinacionismo de
forma contundente. Além disso, o imperador, que se interessava mais pela unidade
do império que pela unidade de Deus, mostrou-se disposto a encontrar uma fórmu-
la que fosse aceitável ao maior número possível de bispos”.
É bom lembrar que, embora nos sínodos e decisões anteriores tenha se busca-
do combater qualquer posição de inferioridade do Filho (tanto em natureza quanto
em posição), e que pais como Tertuliano já tivessem formulado certo conceito de
Trindade, não havia, ainda, uma formulação definitiva. De certa forma, a questão
estava aberta e muitos temiam pender para posições que já haviam sido conside-
radas heréticas. Isso enfraqueceu um pouco as posições dos bispos.
A primeira reação
Alguém sugeriu que o primeiro passo fosse ler as proposições de Ário. E o partido
ariano fez isso de maneira tal que perturbou a todos os presentes ao afirmar que Je-
sus era mera criatura. Foi uma declaração que negava, de forma direta, a divinda-
de do Filho de Deus e afirmava que Cristo não era, de modo nenhum, igual ao Pai.
Esta reação se deve ao fato de que, até então, as cartas escritas, tanto por Ário
quanto por Eusébio, não eram explícitas em suas posições, e foram redigidas com a
intenção de atrair adeptos para seu partido. Não era o caso agora, em que a afir-
mação simples e clara de Jesus como uma mera criatura ofendia toda a teologia
da Igreja. Esta era uma proposição claramente herética e, com certeza, nenhum
bispo a aceitaria. 176
O credo de Niceia
Pouco a pouco, foi surgindo a ideia de escrever um credo que exprimisse a “fé
antiga da Igreja”. O termo escolhido para descrever a relação entre o Pai e o Filho
foi homoousios – consubstancial – que deriva de duas palavras gregas: “uma” e
“substância”. Os arianos ficaram horrorizados com essa posição e os partidários de
Alexandre e Atanásio ficaram jubilosos. Somente alguns manifestaram a preocupa-
ção de que Pai e Filho fossem confundidos com a mesma pessoa, tal qual ensinava
o modalismo. Este primeiro credo de Niceia foi assim redigido:
Cremos no Espírito Santo. E a todos que dizem: Ele era quando não era, e
antes de nascer, Ele não era, ou que foi feito do não existente, bem como
aqueles que alegam ser o Filho de Deus de outra substância ou essência, ou
feito, ou mutável, ou alterável a todos esses a Igreja católica e apostólica
anatematiza”.
Por fim, foi acrescentado um “anátema” para aqueles que ensinassem o oposto.
Em um de seus últimos exílios, Atanásio viveu durante cinco ou seis anos entre
os monges no deserto, até que a situação se acalmasse. Conseguiu convocar um
Concílio em Alexandria, embora não pudesse ser o evento considerado ecumênico.
Não teve o apoio nem do imperador nem dos principais bispos da Igreja, mas
abriu o caminho para o segundo Concílio Ecumênico em Constantinopla, que
seria realizado após a sua morte. Seu sínodo se reuniu em Alexandria em 362 d.C.,
reafirmando homoousios como a única descrição válida para o relacionamento
entre o Filho e o Pai. O homoiousios dos semi-arianos foi rejeitado como heresia
pelagiana.
Os três capadocianos
Com sua colocação teológica, era possível rejeitar o arianismo pela fórmula
“o Filho é da mesma substância que o Pai”, sem cair no modalismo, que não dei-
xava espaço para distinguir o Pai do Filho. Para isso, era necessário deixar claro
que, embora Pai, Filho e Espírito Santo fossem da mesma substância una ( homoou-
sios ), não eram a mesma pessoa. São três pessoas ( hypostases ) distintas e não três
máscaras ou três manifestações do único Deus, sendo esta última assertiva o que
o sabelianismo afirmava.
Com isso, finalmente a Igreja tinha chegado à fórmula trinitária latina de Ter-
tuliano, apresentada contra Práxeas um século e meio antes: una substantia, tres
personae. Mas, em 362 d.C., esta fórmula ainda estava longe de ser universalmente
aceita. 179
Com isso, o arianismo estaria para sempre banido da doutrina ortodoxa da Igreja.
180
q Conclusão
Dizer que a teologia, isto é, o estudo da natureza e da obra de Deus, é o pon-
to nevrálgico de todo o estudo da Bíblia não é exagero. Se a pergunta “quem é
Deus?” não for corretamente respondida, todas as demais áreas do conhecimento
teológico serão afetadas.
Para que distorções ocorridas sejam evitadas, cabe insistir em aspectos já defini-
dos e aceitos sobre Deus. Sua imutabilidade, seu amor, sua soberania, por exemplo,
não podem voltar a ser questionados quando alguém acha que tais atributos não
se encaixam com o atual estágio de desenvolvimento humano. Os conceitos teoló-
gicos concernentes a Deus não são fruto de escolhas arbitrárias. São resultados de
séculos de debate sobre a revelação das Escrituras e, portanto, seu valor é resultado
tanto da inspiração da Bíblia quanto do temor e do cuidado em interpretá-la.
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