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Ficha de Leitura

Aluno: André Junior Souza Ferreira

Revista Lua Nova n° 49; “Venezuela: O projeto de refundação da República”; VILLA,


Rafael Duarte; São Paulo, 2000. (págs. 135-159)

1. Resumo:

O texto nos apresenta os acontecimentos durante o período do governo de Hugo


Chávez, as perspectivas de seu governo e uma análise da conjuntura política e histórica
da Venezuela. A partir da concepção de que o governo Hugo Chávez tem uma posição
no sentido de fazer uma reforma política no país, e entendo que os determinantes do
panorama econômico venezuelano representaram sempre uma luta para trazer o
desenvolvimento e a melhoria nas condições de vida da população pobre. Como a
maioria dos países latino-americanos, a Venezuela vivia da monocultura agrícola para
exportação (principalmente café e cacau) e da agricultura de subsistência. Ao submeter
seu projeto de desenvolvimento ao objetivo de ser um grande exportador de petróleo, a
Venezuela passa a ser, paradoxalmente, dependente da exportação de petróleo. Exporta
petróleo, importa o resto; principalmente dos Estados Unidos. Vale também destacar
que em nenhum momento o Programa de Governo sugere uma participação econômica
como produtor direto.

A ideia central do texto é logo apresentada no começo do texto que a de entender o


governo de Chávez não apenas como uma revolução pacífica, mais como uma transição
do qual se opera uma circulação de elites na Venezuela. Ele analisa os processos
simbólicos e públicos através dos quais se estão criando as condições necessários para o
projeto de circulação das elites, assim como da análise de alguns constrangimentos e
dificuldades estruturais desse desenvolvimento. Hugo Chávez representa segundo o
texto, um período de transição dessa circulação. O seu discurso marca a insatisfação da
maioria da população da política tradicional e com o desmonte do pacto das elites.

A nova constituição acrescentou a figura de Bolívar ao nome oficial do país, que


passou a ser “República Bolivariana da Venezuela”, eliminou o Senado e criou uma
nova Assembleia Nacional unicameral e estabeleceu poderes constitucionais; além da
reforma desses poderes, o executivo, o legislativo e o judiciário, foram criados os
poderes: eleitoral e cidadão, com o objetivo de aumentar a fiscalização e a participação
direta dos cidadãos na vida política nacional e, principalmente, de destruir os alicerces
do pacto das elites e especialmente ao alterar a estrutura do poder judiciário. A nova
constituição estabeleceu, dentre outras coisas, uma nova concepção de cidadania social
sob a responsabilidade conjunta entre Estado e cidadãos. O autor apresenta, de acordo
com o contexto venezuelano que a ênfase na questão social pode ser relacionada, a
certas variáveis: o esgotamento dos interlocutores tradicionais, que atuaram no país
desde 1960, tais como organizações sindicais e partidos políticos; uma emergente
sociedade civil que se sentia relegada pelos partidos; os limites do sistema
representativo. A nova Constituição mudou o paradigma de Estado na Venezuela, bem
como criou as bases institucionais para a mudança da percepção popular de Chávez e
contribuiu em uma articulação social para que essas mudanças se concretizem.

Em resumo, o contexto da Venezuela definiu a delimitação do formato institucional de


intervenção do Estado na economia, mais também contribuiu para dependência da
exportação do petróleo e não significou com a modernização e na diversificação das
forças produtivas. A existência do petróleo condicionou a relação entre o Estado e os
demais atores sociais do país e representou significativamente no avanço da ideia e do
projeto de reforma política de Chávez na Venezuela.

2. Ideia Central:

O objetivo do autor era entender o processo político da Venezuela a partir do contexto


histórico e do governo de Hugo Chávez. A ideia central do texto é entender o governo
de Chávez não apenas como uma revolução pacífica, mais como uma transição do qual
se opera uma circulação de elites na Venezuela. Ele analisa os processos simbólicos e
públicos através dos quais se estão criando as condições necessárias para o projeto de
circulação das elites e trazendo as reformas políticas e sociais pretendida pela
população.

3. Ideias subsidiárias:

A economia baseada na exportação do petróleo e a situação de dependência gerada, a


reformada constituição, o caráter do exercito na política venezuelana e as reformas
internas providas por Chávez dentro das fileiras militares, as reformas sociais, a ideia
referencial em Simon Bolívar utilizado para dar ênfase as reformas no plano simbólico,
entre outros argumentos utilizados são as ideias subsidiárias mais destacadas e
utilizadas pelo autor. O petróleo sempre foi o principal instrumento de política exterior
da Venezuela, porém ele nunca foi tão usado como durante o governo Hugo Chávez.
Por fim, deve-se considerar que o ingresso do sistema de modernização petroleiro é a
principal fonte de recursos em que o país de utiliza para exporta e fazer funcionar os
setores não/petroleiros da economia. O controle da principal companhia do país foi
fundamental para o governo Chávez realizar uma guinada na política econômica em seu
governo. O que caracteriza a Venezuela são as formas como o Estado, através da figura
de Hugo Chávez, trouxe para o país as reformas desejadas no sentido garantir serviços
públicos de qualidade para à população mais pobre e o controle da produção de petróleo
pelo Estado e de seus excedentes pelo governo marcaram a política venezuelana no final
século XIX e início do século XX.

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