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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
O objetivo desse módulo é fornecer aos alunos um contato inicial com o Sistema Tributário
Brasileiro, apresentando os princípios constitucionais que regem a ordem jurídico tributária no
país de forma simples e prática. Dessa forma, proporcionar uma maior segurança na aplicação da
legislação tributária e melhor a aplicação na relação fisco-contribuinte.
Vamos começar falando sobre a Hierarquia dos Atos Legais... Para que você possa fazer
uma aplicação prática das normas tributárias é fundamental o entendimento a respeito da
hierarquia dos atos legais, das leis. Acima de todas as normas está a Constituição Federal e abaixo
dela estão os demais atos legais e normativos que não podem contrariá-la, sobre o risco de tornar
uma determinada lei “inconstitucional”.
Abaixo vou apresentar de maneira esquematizada a pirâmide de hierarquia das normas,
fundamental para uma visão prática da legislação tributária.

1. Constituição Federal
2. Emendas Constitucionais
3. Leis Complementares
4. Convenções e Tratados Internacionais
5. Leis Ordinárias
6. Leis Delegadas
7. Medidas Provisórias
8. Decretos Legislativos
9. Resoluções do Senado Federal
HIERARQUIA
DOS ATOS 10. Decretos do Poder Executivo
LEGAIS 11. Portarias
Importante destacar que essa esquematização não é unanime, se trata de uma adaptação
do entendimento de alguns tributaristas e doutrinadores, podendo haver diferenças de
interpretações.

Constituição Federal: É a lei maior de um Estado (país). Trata-se de um conjunto de normas


reguladoras que instituem os pilares jurídicos de uma nação. A atual constituição brasileira é de
1988.

Emenda Constitucional: É uma modificação na constituição de um Estado (país), resultando em


mudanças pontuais no texto constitucional, as quais são restritas a determinadas matérias, não
podendo, apenas, ter como objeto a abolição das chamadas cláusulas pétreas.

Lei Complementar: É uma lei que, tem como propósito, complementar e explicar algo à
constituição.

Convenções e Tratados Internacionais: São acordos firmados por dois ou mais países de direito
internacional, resultante da convergência de suas vontades.

Lei Ordinária: É um ato normativo primário e contém, em regra, normas gerais e abstratas. Embora
as leis sejam definidas, normalmente, pela generalidade e abstração, estas contêm, não
raramente, normas singulares.

Lei Delegada: É um ato normativo elaborado pelo chefe do poder executivo no âmbito federal,
com a solicitação ao Congresso Nacional, relatando o assunto que irá legislar.

Medidas Provisória: É um ato unipessoal do presidente da República, com força imediata de lei,
sem a participação do Poder Legislativo, que somente será chamado a discuti-la e aprova-la em
momento posterior.

Decreto Legislativo: É um ato normativo de competência exclusiva do Poder Legislativo com


eficácia análoga a de uma lei.
Resolução do Senado Federal: É um instrumento do Poder Legislativo destinado ao exercício das
competências privativas constitucionais do Senado Federal.

Decreto do Poder Executivo: É uma norma jurídica expedida pelo chefe do Poder Executivo com a
intenção de pormenorizar as disposições gerais e abstratas da lei, viabilizando sua aplicação em
casos específicos.

Portaria: É um documento oficial assinado por um chefe de estado. É um ato administrativo


normativo que visa a correta aplicação da lei.

Continuando o estudo do Sistema Tributário Nacional, nós temos o artigo 150 da Constituição
Federal que institui limitações ao poder de tributar e apresenta os Princípios Gerais e as
Imunidades que norteiam a ordem jurídico tributária. Outros princípios são também apresentados
nos artigos, 142, 152 e 155, abaixo explicarei cada um desses princípios.

1. Princípio da Legalidade
Não há imposto sem lei. Esse princípio é muito amplo e não se restringe apenas em proibir que o
tributo seja cobrado ou majorado sem lei, mas sim disciplinar várias regras relacionadas a
tributação objetivando um ordenamento jurídico mais justo.

2. Princípio da Igualdade
É vedado instituir um tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situações
equivalentes, dessa forma é proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função.

3. Princípio da Irretroatividade
É proibido cobrar impostos em relação aos fatos ocorridos antes da vigência da lei que os houver
instituídos ou aumentados.
4. Princípio da Anterioridade
Impedir que sejam cobrados tributos no mesmo exercício financeiro em que foi publicada a lei que
o instituiu ou aumentou.

5. Princípio Nonagesimal
É vedada a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data da publicação da lei que
o instituiu ou majorou. Com isso, mesmo que um tributo seja cobrado ou majorado no exercício
anterior, não poderá ser exigido pela autoridade fiscal antes de 90 dias. É benéfico ao contribuinte
quando as alterações ocorrem no final do ano.

6. Princípio da Vedação ao Confisco


É proibido usar o tributo como efeito de confisco, esse principio visa garantir o direito de
propriedade.

7. Imunidade ao Tráfego
É proibido exercer limitação ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos. Ressalvadas a
cobrança de pedágio.

8. Capacidade Contribuitiva
Sempre que possível os tributos terão caráter pessoal, e serão graduados conforme a capacidade
econômica do contribuinte.

9. Uniformidade Quanto a Procedência


É proibido estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, em razão de sua procedência ou
destino.

INSTITUIÇÃO DOS TRIBUTOS

A união, os Estados, o Distrito Federal, e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:


- Impostos, taxas e contribuições.
Definição de Tributo
Artigo 3 do CTN – Lei Complementar n° 5.172 de 1966
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

IMPOSTOS
Art. 16 do CTN – Código Tributário Nacional
Imposto é um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

TAXAS
Art. 77 do CTN – Código Tributário Nacional
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito
de suas respectivas atribuições, tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou
a utilização, efetiva ou potencial de serviço público especifico e divisível, prestado ao contribuinte
ou posto a sua disposição.

CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
Art. 81 do CTN – Código Tributário Nacional
A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito e suas respetivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e
como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Classificação dos Tributos

Os tributos podem ser classificados em: Direto, indireto, adicional, fixo, proporcional, progressivo,
regressivo, real, pessoal, extrafiscal e parafiscal.
DIRETOS
Incidem sobre o Contribuinte de Direito, diretamente sobre a renda ou patrimônio, não
possibilitando, pelo menos teoricamente, o repasse do ônus tributário.

INDIRETOS
Incidem sobre o Consumo, onde o Contribuinte de Direito repassa o ônus fiscal para o Contribuinte
de Fato.

ADICIONAL
Quando o seu fato gerador é ocasionado pelo pagamento de outro tributo. Como por exemplo, o
adicional do IRPJ.

FIXO
Quando seu valor é determinado em quantia certa, independentemente de cálculos. Como pro
exemplo, o ISS dos profissionais liberais.

PROPORCIONAL
Quando estabelecido em porcentagem incidente sobre a base tributável, crescendo o valor do
imposto apenas quando o valor base para o cálculo sofra crescimento, como por exemplo, o ICMS,
PIS e COFINS sobre as receitas.

PROGRESSIVO
Quando suas alíquotas são fixadas em porcentagens variáveis e crescentes, conforme a elevação
da base tributável, como por exemplo o IRPF.

REGRESSIVO
São cobrados em porcentagens iguais sobre os contribuintes, independente da capacidade
econômica daqueles que suportam o ônus fiscal. Os contribuintes com menores condições
econômicas, acabam pagando (proporcionalmente) maior parcela do tributo. Como por exemplo,
ICMS, PIS e COFINS.
REAL
É o imposto baseado em bens reais, físicos. São também denominados de
impostos sobre o patrimônio, como por exemplo IPVA, IPTU e ITR.

PESSOAL
É o imposto que estabelece diferenças tributárias em virtude de condições
inerentes ao contribuinte. Tributa-se sobre a capacidade econômica, como é
o caso do IR das pessoas físicas e jurídicas.

EXTRAFISCAL
Tributo que não visa somente a arrecadação e sim, corrigir anomalias
econômicas, como por exemplo o Imposto de Exportação.

PARAFISCAL
Contribuição cobrada por autarquia, órgãos paraestatais, profissionais ou
sociais, para custear seu funcionamento autônomo, como por exemplo as
anuidades de categorias profissionais, CRC, CREA, OAB e etc.

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