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momento "HIPOGLICEMIA Diabetes www.moementodiabetes.com.br A 6 0? ou, “scotha certae\ ae f Que tipo Uestao de sau de diabetes éoseu? vo ELES VENCERAM! Sem Sangue e sem dor bcos aeteter I-51 11'es-10] NOVO SENSOR DE GLICEMIA Hadad e a superacao dos que nao precisa furar o dedo atletas olimpicos Uma alimentacao equilibrada traz grandes beneficios para o sistema imunoldgico. Nos ajudamos vocé a fazer escolhas CASA DE Sar RON muito mais saudaveis e saborosas. Venha conferir! www.lojacasadesaron.com.br NiseRes-Geoheulto PR NEES ERE RENN Diabetes ‘Outubro/Novembro 2016 | Ano 1-n®1 Publisher: Rodrigo Cunha Editora-chofe: Leticia Martins (MTB 52306) leticiaamomentodiabetes com br ornalista: Bianca Fion ‘biancaamomentodiabetes com br Diretora de ate: Rosy MacQueen ‘Conselheira editorial: Tarcla Ferro Revisora de texto: Gisele Ribero ‘Capa: Shutterstock com Publicitade/Novos Negécios 45511 3774-6967 Renato Cunha - renatoaracmiaia com br Rodhigo Sacomani -secomaniaracmiaia com br Patricia Cestar - patricianracmidia.com br Receitas: Producto e elaboracto: Ralzes ~ Escola de Culinaria Saudivel Fotografia: Marcelo Nozaki Nutricionista:Tciane Goncalez Bow (CRN3: 27290) ‘Consetho Consult CCléudia Labate: ola primeira representante jovern do Brast no programa da Federacdo Internacional de Diabetes. Tem diabetes tipo 1. Debora Aligier:advogada miltante da area da sade Tem diabetes tipo 1 desde 1986, Denise Reis Franco: endocrinologista, educadora ‘em diabetes e pesquisadora do Centro de Pesquisas (Clinicas (CPCHn Emerson Bisan: treinador fico e ultramaratonista, CConvive com diabetes tipo 1 desde 1095, Karla Malo: PhD ern endocrinologia e fundadora do Nicleo de Exceléncia em Atencimento 20 Diabético do Hospital das Clinicas da FMUSP. Tem diabetes tipo 1 ‘Monica Lenzi: farmacéutica, educadora em diabetes autora da fanpage Diabetes & Vocé, Ticiane Goncalez Bovi:nuticionista, educadora ‘em diabetes e Mestre em Clinica Madica pela FCM/Unicamp, ‘Assinaturas e exemplares avulsos: www.momentodiabetes combr ‘Aravista Momento Diabetes é uma publicacdo bimastal da actora RAC Midi Edtora Ltda - ME (tel: 11 3774-6967), ARAC Miciando se resporsabiliza pelo conteudo de antncios veiculados A tora se isenta de quaisquer danos detos/ndiretos causados 2 tercet0s, advindos da enibigdo de anincios em {desacordo com a Leis Criminal, Cit edo Codigo Brasleto de Defesa do Consumidor. Distribuidor exctusio para bancas de jornat:Dinap S/A Inmpressao: Grupo Pigma Ola, Leitor © _— Viemos para ficar Ahora de melhorar o controle glicémico e adquirir mais qualidade de vida é agora e nada melhor do que poder con- tar com uma publicacao séria, que nasceu de um sonho, de muita experiéncia e vontade de servir, n4o é mesmo? Hoje vocé tem em suas maos a edicao ntimero 1 da re- vista Momento Diabetes. Encaramos como um momen- to histérico, pois nossa publicacao chega para preencher uma lacuna no mercado e, de quebra, ajudar o maior mi- mero possivel de pessoas com diabetes a encontrar mais sabor e satide no dia a dia. Nosso time é formado por profissionais que acreditam na informacao de qualidade como um dos cinco pilares importantes para o tratamen- to da disfuncao, ao lado da alimentacao equilibrada e sau- davel, do uso correto da medicacao, da pratica de ativida- de fisica e da monitorizacao da glicose. ‘Além das equipes de redacao e comercial, contamos com © apoio de um conselho consultivo, formado por profissio- nais competentes, cada um em seu ramo de atuacao. E ago- ra temos o principal: 0 seu voto de confianca, caro leitor! ‘Tenha certeza, faremos de tudo para merecer sua lealdade. Entéo, aproveite 0 momento (!) e dé uma folheada na revista! Esperamos que vocé se delicie com cada matéria, receita e hist6ria e que possa aproveitar as dicas e orienta- bes dos especialistas para atingir seu equilibrio glicémico. Estamos juntos nesta missao! Forte abraco e boa leitura, Leen Mastin Branca Fone EDITORA-CHEFE JORNALISTA FE smomenizdabetescombr UE scetockcom moments MomentoDiabetes = “= @momentodiabetes TE sxiycnatnomentacasetes MOMENTO DIABETES + 4 SumariO 24 Dona Carmen Silva tem 85 anos, 66 deles com diabetes muito, bem controlado e sem enhuma complicacéo 04 Giro Satide 06 Tira Duvidas 24 Diario de Bordo 30 Desafio Diabetes 38 Diabetes pelo Mundo AL Diabetes na Midia WMeusse 2 + MOMENTO DIABETES Sempre comvocé___ . Nesta Edic3o_ 08 comportamento Vocé sabe qual é 0 seu tipo de diabetes? 12 Capa Entenda as diferencas entre acticar e adogantes 19 Alimentacaéo O aguicar escondido nos alimentos 20 +Perto Bia diabética superconectada 21 Hora do Treino Esportes olimpicos no so proibidos 26 Tratamento Uma volta no tempo para conhecer a historia do diabetes 32 Tira-Teima Por dentro do novo sensor de glicemia que nao fura o dedo 35 Bem Viver Veja o que fazer para evitar a hipoglicemia 42 Evento Confira 0 que rolou no férum intemacional de blogueiros docinhos 46 Ping Pong ADJ Diabetes Brasil: ONG facilita © acesso a informacdo 44 Ao Trabalho 45 Seu Direito 50 NaFeira 52 Dicas do Momento 53 Momento Delicia 64 Humor wuncienal de checelate Pagina 62 Peay) aac ene ete MNOS Mont Te A eg re Ce Regt is Deer eee eee Ua aoe Pc et ie Cn mt oe CR cu aC ok aa Ree eC eRe eae ec reverenciando a alimentago saudavel através das varias possibilidades de culindria, RAW FOOD, GASTRONOMIA FUNCIONAL, VEGANA, VEGETARIANA, NATURAL. Ee Te een ee en eee ee ee ee eeu e So ua CONSULTE NOSSA PROGRAMACAO Bre esa EL) eee ere bcc) eee oe an) Cee ee eee Oreo Ceca —__— © Giro Satide Me ajuda ai! Participar de reuniées, entregar rela- térios, enfrentar o transito, lidar com 0 chefe, dar atencdo para a familia e ain- da controlar a glicemia. Ufa! Essa 6 ape- nas uma parte da rotina de muitas pes- soas que sdo portadoras de diabetes. Mas como viver bem com a loucura do dia a dia sem esquecer e dar conta da fundamental tarefa que 6 controlar os niveis de glicose no sangue? Entender como 0 préprio organismo funciona, ser precavido e ter sempre a mao balas e outras fontes de carboidratos simples {para corrigir uma indesejada hipogli- cemia) e deixar os colegas de trabalho a par da sua condicao de satide sao al- gumas recomendacées. Na nossa pa- gina na internet trazemos outras dicas bacanas para voce, bitiy/momento-trabalho Mais um aliado no tratamento do DM1 A Agéncia Nacional de Vigilancia Sanita- ria (Anvisa) aprovou a revisdo de bula da insulina degludeca (Tresiba, fabricada pela Novo Nordisk) e, agora, o medica~ mento pode ser administrado em crian- gas com diabetes tipo 1 (DM1) a partir de um ano de idade. A atualizacaorepre- senta uma nova op¢io de tratamento, ja que todas as outras opcées de andlogos de insulina basal dispontveis no merca- do sao indicadas para criancas com pelo menos dois anos de idade. Dispontvel no Brasil desde 2014, a insulina deglu- deca tem como principal caracteristica a acio ultra longa, que assegura a libe- racao continua da insulina por mais de 42 horas no organismo. Com isso, nao ‘ha necessidade de um horirio fixo para a aplicacdo, proporcionando mais flexi- bilidade a rotina do paciente. 4/+ MOMENTO DIABETES Pneumonia? Té fora A probabilidade de um diabético ser interna- do por causa de pneumonia, segunda doen- @ respiratoria mais comum no Brasil, 6 26% maior do que quem nao tem a disfuncéo. Mas hé uma boa nott- cia nesta historia, Pessoas com dia~ betes (tipo 1 ou tipo 2, em uso ou indo de insulina) tém direito a va- cina gratuita. Para isso, basta com- parecer a um Centro de Referén- cia para Imunobiol6gicos Especiais (CRIE) com a teceita médica em méos. ‘A fim de conscientizar a populacéo so- bre a importancia de se manter protegido, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiolo- gia langou uma campanha nacional e convidou o ator global José Loreto, que tem diabetes desde a adolescéncia, para dar o recado. Acesse o site e confira, além da mensagem do Loreto, 0 local de vacinacdo mais préximo de voce. PNEUMONIATOFORACOMBR @ Coracéo e rins merecem cuidado ‘Até 40% das pessoas com diabetes desenvol- vem problemas nos rins, segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Além disso, esses pacientes apresentam um risco de duas a quatro vezes maior de morrer devi- do a uma doenga cardiovascular, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). O controle da glicemia eo acompanhamento médico aju- dam a prevenir tudo isso. No entanto, quase metade da populacto nao est ciente ou pre- cocupada com as consequéncias das alteracoes cardiovasculares e renais, como apontou uma ‘pesquisa realizada pela SBD e pelo Ibope com 600 internautas, 145 deles diabéticos, das c- dades de Sao Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) e Forta- leza (CE). Com base nisso, a entidade lancou, em agosto, a campanha Diabetes Sem Com- plicagao, que traz os artistas Flavia Alessan- dra e Otaviano Costa como embaixadores. Acesse a pagina da SBD no Facebook e confira 0 video que o casal protagoniza: FACEBOOK. COM/SBD DIABETES URBAN “ TACKLING THE CHA INaic cities —. Evento no Rio de Janeiro discuta “Diabetes urbano = enfrentando o desafio das cidades* @ Danos a vista 4 Estudo liderado por pesqui- sadores da Universidade Nova Southwestern, nos Estados Unidos, e da Uni- versidade Anglia Ruskin, no Reino Unido, e publicado na revista médica Diabetes Care, aponta que os problemas de visio provocados pelo diabetes est4o aumentando no mundo todo. Em 2010, 1 em cada 39 casos de cegueira tinha como causa a retinopatia diabética, ca- racterizada por danos nos vasos sanguineos da parte de tras do olho. O quadro representa um aumento de 27% desde 1990. Neste periodo, ‘também cresceu em 64% a proporgao de pes- soas com deficiéncia visual moderada ou gra- ve devido a retinopatia diabética, considerada uma das principais complicagées decorren- tes das altas taxas de aciicar no sangue. Infe- lizmente nao ha cura para ela, mas prevencao, sim. Pessoas com diabetes devem fazer exame de fundo de olho pelo menos uma vez por ano e procurar manter a glicemia sob controle. Ftc Suateseckoome Wer ague/Dialoncho SE Aconteceu No primeiro semestre, a revista Momento Diabetes patticipou do evento "Diabetes urbano — enfrentando © desafio das cidades’, promovido pela empresa Novo Nordisk na capital carioca. Voltado para jornalistas, 0 encontro discutiu 0 avango significativo da epidemia de diabetes e como os hébitos da vida moderna con- tribuem para o aumento de casos do tipo 2, que est relacionado principalmente ao sedentarismo, 8 falta de uma alimentacao saudavel e 20 vicio do cigarro. De acordo com a Organizacao Mundial da Satide, cerca de 422 milhdes de adultos nomundoviviam com diabetes em 2014, nimero quatro vezes maior do que o registra- doer 1980. Desses, mais de 14 milhdes sao brasileiros, segundo dados da Federacio Internacional do Diabe- tes (IDF). O debate ganhou ares mais otimistas com 0 depoimento do ator José Loreto e do atleta Flavio Doce sobre como controlam o diabetes tipo 1 em meioa cor- teria do cotidiano. Para eles, falta de tempo para prati- car atividade fisica néo & desculpa. "Quando vejo que ‘ngo vou ter tempo de malhar naquele dia, decido ir de bicicleta para o trabalho’, conta Loreto. iD (8 Ne | @ Medicamento. novo no mercado Chegou ao Brasil a insulina basal Toujeo, pro- duzida pela Sanofi, que possui as mesmas ca- yacteristicas da Lantus, insulina glargina con- siderada padrao ouro de qualidade. A Toujeo tem algumas vantagens, como a redugao de 25% em episédios de hipoglicemia e acao pro- Tongada que pode exceder 24 horas. Se por al- gum motivo a pessoa ndo conseguir tomar sua insulina basal no horério habitual, ela po- derd aplicar a Toujeo até 3 horas antes ou de- pois, sem que sofra as consequéncias de uma hiperglicemia. A nova insulina pode ser recei- tada tanto para pessoas maiores de 18 anos com diabetes tipo 1 quanto tipo 2, e sera co- ‘mercializada acoplada a caneta descartavel. SE MOMENTO DIABETES + 5 —_— © Tira Duvidas Conhecimento nunca é demais, nd é mesmo? E neste espaco, suas perguntas e curiosidade so muito bem-vindas! Saiide Por que pessoas com diabetes costumam ter sensa¢ao de boca seca? Duas das principais causas de boca seca em diabéti- 05 580 05 efeitos colaterais dos medicamentos e os ni- veis elevados de acticar no sangue. Quando hé uma alta concentracio de glicose no sangue o corpo precisa ar- ranjar meios de eliminar esse excesso. O caminho mais facil é pelos rins, por meio da urina. Se a pessoa com dia- betes urina em demasia, ela perdera mais gua do queo normal, ficando desidratada e, consequentemente, com ‘osintoma de boca seca. Elas sao mais ropensas a caries, eae hilito e aftas? Sim. A baixa quantidade de sa- liva favorece 0 aparecimen- to de inflamagGes e infeccées ‘orais, aumenta as chances de fe- rimentos por trauma na muco- sa bucal, pode facilitar o surgi- mento de céries e atrapalha na fixagdo de proteses. Para evitar © problema é importante moni- torar regularmente os niveis de glicose no sangue e manté-los sob controle. Cuidar para ter uma alimentacgo saudavel, hi- dratar-se constantemente, pra- ticar atividades fisicas e tomar corretamente os medicamentos presctitos pelo médico so algu- mas das formas de prevengio. Em casos mais extremos, salivas attificiais podem ser uma boa ferramenta paliativa. DR. ARIEL APELBAUM, ‘irurgido-dentista com especializacio em implantes orals 6 + MOMENTO DIABETES Quais alimentos sao mais indicados para o desjejum de quem tem diabetes? Um café da manha saudavel é aquele que proporciona todos 0s grupos alimentares: carboidratos, proteinas, lipidios (gorduras), vitaminas e fibras. O ideal & que seja consumido aos menos um alimento de cada gru- Po, ou seja, 1 opcéo de carboidrato, como pio, torra- da, avela, tapioca, etc., 1 op¢do de proteina, como lei- te, iogurte, queijos, entre outros, e 1 opcéo de frutas. ‘As gorduras também podem fazer parte desta refel ‘cdo, entretanto, devemos lembrar que muitos alimen- tos proteicos jé fornecem um bom percentual de gor- dura para a refeicao. Eoque evitar? Evite 0 consumo excessivo de alimentos refinados, in- dustrializados e ultraprocessados, como biscoitos re- cheados, achocolatado e bolos prontos, uma vez que {grande parte das fibras e vitaminas foi perdida durante ‘© processo de industrializacao. Além disso, estes produ- tos possuem um elevado teor de gordura, conservantes e aditivos. Fique atento também aos derivados de leite, ‘como o iogurte. Alguns produtos vendidos com a ale- gacio de iogurte, so, na verdade, bebidas lacteas, que possuem grande quantidade de acticar. Diem: prefira os alimentos in natura e as Ree Mee eee ete Pere Ree cm atoms desperdicar 0 bagaco nem a casca, pois Pec eee TICIANE GONGALEZ BOW, nuticionista @ especialista em Nutiigdo em Doengas Cronicas no Atendimento Ambulatoral Controle E verdade que o diabético tem que abrir mao dos alimentos que gostava de comer? Essa 6 a maior divida e a maior preocupacéo do pa- ciente ao receber 0 diagndstico: 0 que pode e o que do pode comer. A resposta no é tdo simples assim & ‘pessoa mais indicada para dé-la ¢ 0 proprio paciente. Isso porque cada um de nés tem metabolismos dife- rentes. Por exemplo, vocé e eu podemos comer duas bananas clones, com 0 mesmo indice glicémico. Mas, se medirmos a taxa de acticar no sangue, o resultado no sera igual. Por isso, o primeiro conselho que dou para quem tem diabetes é: procure se conhecer, saber ‘como 0 seu organismo funciona e de que forma os ali- mentos impactam na glicemia. Com informacéo, fica mais facil se cuidar. E como controlar bem o diabetes? Embora seja individualizado, 0 tratamento do diabetes ‘std baseado em cinco pilares: alimentagao balanceada, pratica de atividade fica, medicaco prescrita pelo mé- dico, educagéo em diabetes e o automonitoramento da alicose, ou seja, 0 teste de ponta de dedo - afinal s6 se controla aquilo que se mede. Ure ee Dee ence een a Se Ct ce cay Cerca. MONICA LENZI, farmactutica @ educadora em diabetes ‘Tratamento Alguns diabéticos apresentam lesées na pele, principalmente no abdome onde a insulina ¢ aplicada, parecidas com carogos. O que podem ser? Esses carogos sao resultado da aplicagio de insulina sem- preno mesmo local, causando fibrose na regio. Elestam- bém so chamados de lipodistrofiae dificultam a absor- ‘Go da insulina, obrigando, muitas vezes, 0 portador de diabetes a aumentar a dose do hormonio a ser aplicada, Tem tratamento? ‘Quando as lesdes acontecem, o jeito evitar injetar in- sulina naquela parte do corpo até que a lipodistrofia de- sapareca. Quanto maior 0 tempo da leséo, mais tempo para a sua tegressdo. Dee cae aS coe eel nihos, faga o rodizio da regido do corpo na ecco nn geet ts ey etc DRA. DENISE LUDOVICO, endoctinopediatra e membro da ADJ Diabetes Brasil Loeaispara {aero rodtio deaplacio da insulina a Y Quer saber mals sobrea importancia da educagso cm diabetes? Asista no nosso canalde Youtube o bate-papo descontraldo que gravamos coma Monica Lenzi, aridpet voc tem alum pula tras daorelha sobre dabetos? Cee ceca oer ic nce MOMENTO DIABETES « 7 —__— © Comportamento yt a | t y Pesquisa aponta que 18% das pessoas com diabetes simplesmente nao sabem se sao tipo 1 ou 2. Ter essa informacao faz toda a diferenga no tratamento. Entenda o porqué 2 POR LETICIA MARTINS R. 2 ve: : + MOMENTO DIABETES 340 milhdées de pessoas no mundo vivem com diabetes, sendo 14 milhdes sono Brasil egundo dados da Federagio Inter- nacional de Diabetes, cerca de 340 milhdes de pessoas no mundo vi- vem com diabetes, sendo 14 mi- Ihées s6 no Brasil - pais que ocupaa quarta posigio no ranking mundial de casos, atras apenas de China, India e Estados Unidos. Nao é um placar do qual devemos nos or- principalmente porque ha outras questdes envolvidas nisso, mas esta em nossas maos ajudar a mudar este cenari ‘Um dos pontos por tras do alto mi- mero de casos de diabetes é justamente 0 fato de metade da populagao diabética desconhecer que tem a doenca. Sio pes- soas com perfil tipico do diabetes tipo 2 e que ainda nao procuraram ajuda médica. O diagnéstico tardio compro- mete o tratamento e aumenta os riscos de complicagdes. Por esse motivo, para quem nao ¢ portador da disfungio, fazer © exame de glicemia pelo menos uma vez por ano é fundamental. Outro agravante dificulta os cuidados adequados. Uma pesquisa realizada pela sri cute Mea av Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) com 145 pacientes diabéticos revela que 18% deles simplesmente nao sabem se so tipo 1 ou 2 da doenca. Vocé pode se per- guntar: mas que importancia ha se ambas as disfung6es sao diabetes? Uma importan- cia enorme, afinal os sintomas, os medica- mentos e a forma de tratamento variam. © lado bom de conhecer tudo isso é que, embora ainda nao haja cura, 0 con- trole do diabetes possibilita uma vida lon- ga e saudavel - Dona Carmen que o diga! Dé uma espiadinha na pagina 24 e confira a historia dela, Quem so eles Existem basicamente trés tipos de di betes: os tipos 1 e 2 e o gestacional. Ha ‘outros casos mais raros, como o Mody e © Lada, sobre os quais falaremos em edi- oes futuras da revista. Conhega, a seguir, as particularidades de cada um deles. MOMENTO DIABETES + 9 —__— © Comportamento Reker week Teele) pancreas nao é capaz de produzir 0 Reenter reactance 4 Birney ieo se ise see cy do organismo... Tipo 1 © pancreas da pessoa com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) produz pouca ou nenhuma in- sulina, pois suas células sofrem 0 que cha- mamos de destruigio autoimune. Por isso, elas necessitam de injegdes didrias de insu- lina para manter a glicose no sangue em va- lores normais. » Sintomas “ODM1 émais comumemcriancaseadoles- centes, previamente saudéveis, muitas vezes sem histérico familiar, que repentinamen- te comecam a urinar além do normal, beber bastante dgua, comer em excesso ¢, ainda as- sim, emagrecer. Geralmente, 0 diagnéstico é realizado no pronto-socorro, porque 0 pa- lente sente-se muito mal e procura assis téncia médica’, explica a endocrinopediatra da ADJ Diabetes Brasil, Denise Ludovico, Di 40 + MOMENTO DIABETES labetes gestacional Pode ocorrer em qualquer mulher durante a gravidez. ‘No entanto, alguns fatores facilitam o desenvolvimento da disfungéo, como idade materna avangada, ganho de peso excessivo durante a gestacio, sobrepeso ou obesi- dade, historia prévia de partos de bebés grandes (mais de 4 kg), hipertensdo arterial e gestagio de gémeos. 0 tratamento varia conforme a paciente, sendo o contro- le do peso altamente recomendado. Apés o nascimen- to do bebé, este tipo de diabetes desaparece, mas a mae deve redobrar a atengio para nao desenvolver 0 tipo 2. Denise Costa, endocrinologista do Hospital (o) que @ O diabetes? smsvor cored jancic ta) cctrce ..0U quando este horménio nfo é capaz de agir de maneira adequada.” Tipo 2 £0 mais frequente, correspondendo a 90% dos casos. Ocorre em pessoas obesas com idade acima de 40 anos, embora, atualmente, apre- sente-se também em jovens, em virtude de maus habitos alimentares, sedentarismo e es- tresse da vida urbana. O pancreas desses pa- cientes ainda fabrica insulina, porém sua agio. € dificultada pela obesidade ou outros fatores (quadro chamado de resisténcia insulinica). O tratamento pode incluir medicamentos orais e, em algumas situagoes, aplicacio de insulina. > Sintomas Ao contrario do que acontece no DM1, os sinais. do tipo 2 sao silenciosos e aparecem normal- mente quando a doenga jé avangou. Excesso de sede e vontade de urinar, aumento do apetite, perda de peso, cansago, vista embacada e infec- ses frequentes, especialmente as de pele, esto entre os alertas. cece leet Tratamento Em todos os casos, é essencial a adogao de habitos saudéveis ¢ mandar a preguiga embora, exercitando-se com regularidade. Diagnéstico ‘Um simples exame de sangue pode detectar o diabetes. Caso haaja elevagiio da glicose (agticar no sangue), exames adicionais de- vem ser realizados para confirmar 0 diagnéstico. Por essa razio, é importante fazer consultas médicas e exames periodicamente. . elhor Prevencao tipo de ‘Como esta ligado & qualidade de vida, possivel evitar 0 dia- dia scieeas betes tipo 2. Praticar atividade fisica regularmente, adotar habi- tos alimentares saudaveis, aumentando, por exemplo, 0 consu- mo de fibras, ¢ controlar 0 peso sio medidas eficazes. No caso do tipo 1, o tratamento e os bons habitos ajudam a prevenir as complicagdes e manter a glicemia sob controle. Ou seja, est nas mios de cada um de nés ajudar a reverter 0 cendrio de aumen- to dos casos de diabetes e suas consequéncias, se cuidando e pas- sando a informagao adiante. © éotipo A VIDA SEGUE Ce = PTY Ws anolo ee , ee reed peti steward uita gente adora tomar um cafe- zinho bem forte e sem nada para adogé-lo. Porém, a maioria das pessoas nao dispensa uma colher- zinha de agiicar ou algumas gotinhas de ado- ante, Uma coisa € certa: a vida mais doce & muito melhor. “O agiicar é importantissimo para o bom funcionamento de partes essen- ciais do organismo, como o cérebro, os rins € a retina, os quais dependem da glicose para ca Fabiana Yetto Gaspar Cristillo, educado- ra em diabetes e pesquisadora do Ambula- torio de Neurologia da Universidade Federal de Sao Paulo (Unifesp). Porém, como tudo em excesso faz mal, ‘© consumo exagerado de agiicar ou adogan- te pode causar muitos estragos ao organis- mo e desencadear doengas como hiperten- sio, diabetes tipo 2, obesidade e problemas de coragio. Por isso, conhecer e saber esco- Iher o tipo certo de acticar ou adogante é fun- damental para ter uma vida mais saudavel. ‘A principal matéria-prima_fornecedo- ra do agicar é a cana, da qual sio extraidos agiicar sélido e iquido. Entretanto, o ingre- diente também pode ser obtido de outros ali- ‘mentos, como 0 coco ea beterraba, que pos- suem mais qualidades benéficas para a satide. “O agitcar refinado, aquele branquinho mais usado pelas pessoas, é o pior viléo para sati- de, pois em seu processo de refinamento sio perdidos vitaminas e sais minerais importan- tes para o organismo’, esclarece a nutricionis- ta Daniella Horn, proprietiria da escola de culinaria funcional e natural Raizes, na ca- pital paulista. Ela afirma ainda que tanto no acticar refinado quanto nos naturais (masca- vo, demerara, orginico e frutose), a energia fornecida é praticamente a mesma. —__— © Capa Auiuonres: SOLIDOS + Refinado Eo mais comum de todos, principalmente no consumo doméstico. Seus graos finos e irregulares sio ficeis de serem dissolvidos € misturados, porém € pobre em vitaminas e sais minerais. Recebe enxofre no seu tratamento para ficar ainda mais branquinho. » Cristal Agticar em forma cristalizada sem refino, ‘muito utilizadona industria alimenticia para ‘opreparo de bebidas, confeitos e biscoitos. Ua, © consumo exagerado de aglicar ou adocante pode causar muitos estragos ao organismo e desencadear doengas 14 + MOMENTO DIABETES Ao todo sao retirados da cana dez tipos de aguicar sélido e dois do liquido. Veja abaixo quais sao eles. + Demerara Produto com textura mais firme e mais di ficil para dissolver. Este tipo de agticar nio passou pelo refino e, por isso, sua colora- fo é mais escura. Seus grios sio marrom- claro e tém valores nutricionais altos, pa- recidos com os do agicar mascavo. *Mascavo Possui sabor mais acentuado bem pareci- do com a rapadura. Esse agiicar ndo pas- sou pelo processo de branqueamento, cristalizagao e refino. Apresenta uma cor amarronzada, é mais timido que os de- mais tipos de agticar. Tem alto teor de fe 10, cdlcio e outros sais minerais. E 0 agvi- ‘car mais saudavel de todos os agiicares. E também muito utilizado na indtistria ali- menticia para confeccao de bolos, pies, biscoitos integrais e granola. » Organico Como todo produto orginico, este tipo de agticar & produzido sem qualquer aditivo quimico (adubos, fertilizantes ou agrotéxi- os) tanto na fase agricola como na indus- trial, até sua embalagem € biodegradével. Ele esté disponivel na forma granulada e nas versdes clara e dourada. Tem valores nutri- cionais similaresao mascavo, portanto, apre- senta uma quantidade maior de vitaminas e minerais em relagio ao aciicar refinado. » Light Elaborado a partir do agiicar refinado acrescido de edulcorantes para diminuir 0 valor calérico final do produto. » Colorido Resultado da mistura do agiicar cristal e do agicar granulado acrescido de coran- te alimenticio para proporcionar a cor do agiicar colorido. £ mais utilizado no pre- paro de bolos ou sobremesas caseiras ou pela indiistria alimenticia. O ingrediente também pode ser o de outros alimentos, como 0 coco e a beterraba, os quais possuem ma qualidades benéficas para a salide »Granulado Mais empregado na indiistria farmacéutica, para fabricago de xaropes, por exemplo. » Refinado amorfo Devido sua répida dissolugio, é usado para fazer caldas transparentes, entre outros. »Conteiteiro ‘Também chamado de glagiicar, pois apre- senta granulos bem finos, mais que o refina- do eo cristalino. £ utilizado na decoracio ¢ na finalizagio de doces, glacés, biscoitos etc. L{QuiDos : » Aciicar liquido Bastante usado em indiistrias alimenticias no preparo de bebidas gasosas, doces e ba- las. No entanto, muito dificil de encontrar em supermercados. Uma das vantagens é que ele nao precisa ser estocado em sacos, diminuindo o risco de contaminagio com poeira e micro-organismos. » Xarope invertido Produzido a partir do agiicar comum, a sa- carose. Possui 1/3 de glicose, 1/3 de fruto- se € 1/3 de sacarose, uma solucio utiliza- da, principalmente, no preparo de doces de fiutas em calda, sorvetes, balas € carame- los, para evitar que o agitcar cristalize e dé a0 produto final uma desagradvel consis- téncia arenosa. O termo invertido refere-se a.uma caracteristica fisica da sacarose que se altera durante o processo quimico, ge- rando moléculas de glicose e de frutose. we Todos 0s tipos de aciicar fazem a btido is OUTROS TIPOS DE ACUCARES » Frutose Encontrada nas frutas, também é vendidla ‘em lojas de produtos naturais. Adoga 50% mais do que o agticar comum, por isso aca- ba sendo usada em menor quantidade. E cextraida das frutas e muitas vezes do mi- Iho. A frutose fornece a mesma quantidade de calorias que o acticar refinado, a grande diferenga é 0 seu “poder” maior de adogar. » Acticar de coco Produzido a partir do néctar das flores da planta de coco. Seu sabor é doce, semelhan- te ao do agticar mascavo, mas com um leve toque de caramelo. Possui baixo indice gli- cémico, é fonte de vitaminas e minerais, nio é processado, adulterado ou filtrado € no contém conservantes, sendo 100% natural. >Mel E produzido pelas abelhas a partir do néc- tar recolhido de flores e processado pelas ‘enzimas digestivas desses insetos, sendo armazenado em favos em suas colmeias para servir-lhes de alimento, mas também pode ser utilizado para adocar alimentos, pois além do seu poder de docura e va- lor energético, possui vitaminas ¢ mine- rais em sua composigio. Atencdo glicemia subir, mesmo os mais naturais e as versées light. Por isso, nao devem ser usados por quem tem diabetes, exceto em caso de hipoglicemia, conforme orientacao da Sociedade Brasileira de Diabetes. MOMENTO DIABETES + 15 —__— © Capa 46 » MOMENTO DIABETES Adecantes: Grande parceiro de quem faz dieta e de quem tem diabetes, os adogantes sio pro- dutos sintéticos, isto é produzidos em la- boratérios, formulados para a utilizagio em dietas com restricao de sacarose, fruto- see glicose, segundo a legislacao brasileira. ‘Apesar de volta e meia o componente ser alvo de debates e questionamentos, a seguranca de seu uso é validada inter- nacionalmente pela Organizacao para a Alimentagao e Agricultura (FAO/WHO, na sigla em ingles). As Diretrizes da Sociedade Brasilei- ra de Diabetes (SBD), formatada com base nos dados da Agéncia Nacional de ‘Vigilancia Sanitaria (Anvisa) e do érgio regulatério de alimentos ¢ medicamentos americano (FDA), afirma que os adocantes, quando usados dentro da do- sagem segura de consumo, podem ser in- geridos por pessoas com diabetes. A nutricionista Fabiana Cristillo orien- ta fazer uso diversificado dos adogan- tes. “Assim como é importante variar os A maioria das pessoas ndo dispensa uma colherzinha de acuicar ou algumas gotinhas de adogante no café Confira as diferencas entres os tipos mais consumidos no Brasil alimentos consumidos para melhorar 0 sabor eo aporte nutricional, é interessante consumir alternadamente os edulcoran- tes e, por seguranga, sempre utilizé-los em doses pequenas’, recomenda. » Sacarina sédica Derivada da naftalina (um composto do petréleo), possui poder adocante de 200 a 700 vezes maior que a sacarose, entretanto seu sabor doce ¢ liberado de forma lenta aumenta gradativamente. Apresenta sa- bor residual amargo, tem alta estabilida- de de armazenamento quando submetida ao aquecimento e é eliminada rapidamen- te pela via renal. Dose maxima: 5 mg/kg de peso ou 2 gotas por kg de peso. » Ciclamato de sédio ‘Também é derivado do petréleo, possui 30 vezes mais docura do que a sacarose e nio apresenta sabor residual amargo, porém a percepgio do doce se dé de forma mais lenta que os outros adocantes. Nos Esta- dos Unidos, ele nao é liberado por hipé- tese de ser cancerigeno. E estavel em altas € baixas temperaturas, nio € completa- mente absorvido no intestino, Largamen- te utilizado para produgio de adocante de mesa, bebidas, geleias, sorvetes e gelatina. Dose maxima: 50 mg/kg de peso ou 20 gotas por kg de peso. Nao indicado para gestantes. » Aspartame Descoberto acidentalmente em labora- tério, ele tem poder adogante de 120 a 220 vezes mais que a sacarose. Nao deixa sabor residual amargo em suas utilizagdes ¢ possui baixa caloria. £ rapidamente ab- sorvido no intestino. A industria utiliza o aspartame em grande escala para produ- gio de sucos de frutas Acidas para acen- tuar seu sabor € aroma, mas também é fabricado como adogante de mesa, em go- ‘mas de mascar, balas, sobremesas, bebi- das, congelados, refrigerantes, coberturas, xaropes e produtos lacteos. ‘Dose maxima: 40 mg/kg de peso, ou seja, 10 gotas por kg de peso. Portadores de doenga congénita chamada fenilcetoniiria, {que gerao actimulo dos aminoscidos de fe- nilalanina no corpo, nao devem fazer uso desse adogante. patincre1o fazer consumo. alternado dos: Cree acor es rela Reel tate hs italolke ieietr--a Coan) Reco ieaece » Acessulfame de potassio ‘Também descrito como Acessulfame K, & sal sintético derivado do acido acético, isen- to de valor calérico com poder de dogura 180 vezes maior que a sacarose. E absorvido rapidamente pelo organismo humano, mas eliminado de forma inalterada pela urina ‘em 24 horas sem apresentar efeito toxico. A indistria alimenticia produz muitas sobre- ‘esas com esse edulcorante, mas também 1a forma de adogante de mesa, cafés e chis instantaneos, gelatina, pudins, produtos lic- ‘eos, sorvetes ena panificagio. ‘Dose maxima: 15 mg/kg de peso ou 318 gotas por dia. »Neotame Parecido com o aspartame, mas nao con- tém valor cal6rico, Em sua degradacio, a fenilalanina nao é liberada, portanto pode ser utilizada pelos fenilcetoniiricos ‘com seguranca. © poder de docura varia de 7.000 a 13.000 vezes maior que 0 agi- car dependendo do alimento em que for utilizado, Ele também é rapidamente me- tabolizado e completamente eliminado, por isso nao se acumula no organismo. Dose maxima: 40 mg/kg de peso, ou seja, 10 gotas por kg de peso. > Manitol Presente nos vegetais, trata-se de um ado- Estévia Extraida da planta nativa brasileira Stévia rebaudiana, é 300 vezes mais doce que o acticar, mas apresenta sa- bor residual amargo. £ utilizada na produgio de produtos submetidos ao calor e em preparagées como ba- Jas, gomas de mascar, bombons, gela- tinas, sorvetes e iogurtes. E totalmen- te natural, nao possui calorias e nao é ‘metabolizada pelo organismo, sendo totalmente eliminada pela urina. Dose maxima: 5,5 mg/kg de peso ou 234 gotas por dia. » Taumatina Extraida de uma planta origind- ria da Africa, pode ser 3.000 vezes mais doce que a sacarose (agticar). Muito utilizada na industria ali- menticia para realgar 0 sabor dos alimentos. A European Food Safe- ty Association aprovou o uso des- te adocante como aditivo alimen- tar na dose segura de 1 a 5 mg/kg. » Xilitol ‘Tem © mesmo poder adogante do agticar, mas fornece metade das calo- rias (4 calorias/grama), além de pos- suir baixo indice glicémico, o que fa- vorece pessoas com diabetes. O sabor ésemelhante a0 da sacarose e pode ser usado para adogar bebidas e preparar doces em geral. Apresenta uma sen- sagio refrescante na saliva, que au- ‘menta quando associado ao aroma de menta, E considerado um dos melho- res preventivos contra ciries. Dose maxima: 30 mg/kg de peso ou 636 gotas/dia. Precaucio: doses acima de 30 mg/dia podem pro- vocar diarreia quando consumido pela primeira vez. © O agucar escondido NOS all Até nos produtos salgados ele esta presente. Por isso, muita atenco nos rdétulos POR LETICIA MARTINS: ‘Nao é porque um alimento é salgado que cle seja isento de aciicar. Alguns pro- dutos sio feitos com alimentos que contém carboidratos, nutriente que, quando meta- bolizado, dé origem & glicose, uma das for- mas mais simples de absorgao dos agiica- res. O molho de tomate, por exemplo, tem como principal componente o tomate, que possui carboidrato. Da mesma forma, 0 Pao ¢ o biscoito Agua e sal, que sao feitos de farinha de trigo, cereal rico no nutriente. Para nao cair nesta pegadinha, é funda- mental lero rétulo do produto, tanto parte da tabela nutricional, onde esto descritas as quantidades de carboidrato, proteina, gordura, sédio e etc., quanto a relacio dos ingredientes, cuja lista é organizada da se- guinte forma: aquele que vem em maior quantidade, seguido daquele que esta em menor quantidade, sucessivamente. “Logo, se 0 primeiro ou segundo in- grediente de um produto for acticar, mes- mo que tenha sido citado com outro nome, significa que aquele alimento ofe- rece uma grande quantidade de agiicar na porgao que sera consumida’, explica a nu- tricionista Ticiane Gongalez Bovi, mestre em Clinica Médica pela Universidade de ‘Campinas (Unicamp). Além dos agiicares de adigéo, aquele que a maioria das pessoas coloca no café, no bolo etc., do molho de tomate, do pao € do biscoito, outros alimentos fornecem carboidratos: = Macarrio (comum e integral) » Bolos © Cereais, como trigo, arroz, milho e aveia » Frutas » Tubérculos, como batata, mandioca, mandioquinha » Barras de cereais » Agticar de coco » Mele melado. Outros nomes ‘Nos alimentos industrializados, o a car pode estar presente na forma de fari- has, féculas, grdos e cereais, mas também ‘com outros nomes como: = Sacarose ou agiicar refinado «= Frutose ~ agiicar presente nas frutas « Lactose - aciicar presente no leite = Xarope de glicose » Glucose * Glucose de milho » Maltodextrina » Agticar invertido Alimentagao ©. Farina dete evigueia cor fers Sots eran der Integra forace trae ordre vegetl a ten erento Beli ccoservaor pointe decile Conte GLUTEN Valores tions (sr fa) ‘Yoorenergeca Cosas j i } a i ETC Pee Pacis Clee Coe RES Pe eae Peete) quantidade de gordura red fereaereca) Brees Consuite seu creas? MOMENTO DIABETES + 19 Medtronic UMA VIDA ALIADA AO AUTO- CONHECIMENTO, A TECNOLOGIA AJUDA ATORNAR MAIS LEVE AROTINA DE QUEM TEM DIABETES MEU NOME EBIA, tenho 22 anose soudiabética desde os seis, Sempre fui muito tranquila, mas o inicio da adolescéncia tomou o controle gli- cémico mais dificil e foi nessa épo- a, a0s 12 anos, que comecei ausar a bomba de infusao de insulina por orientago da minha médica, Achei que seria legal ser uma pessoa meio biénica e gostei da ideia. Hoje no me vejo sem elal Fago tudo com a minha bombinha: vou a fes- tas, viajo para a praia, faco exercicio fisico, durmo com o fio da bomba enrolado na batriga, enfim! O tem- po todo ela est comigo, Quando saio na rua com a bomba de insulina a mostra sem- pre vem algum curios questio- nar. Respondo com o maior pra- zer e dou uma aula sobre como & ter diabetes tipo 1 e para que ser- ve esse aparelhinho, que fica co- nectado ao meu corpo, injetando insulina sempre que meu orga- nismo precisa. Também mostro meu pontode vista, queé bern po- sitivo, em relacdo & doenca e aos novos tratamentos, e deixo bem claro que, com uma alimentag3o saudével, atividade fisica e olho na glicemia, é possivel ter um bom controle e ser feliz! Ha oito meses coloquei o sensor de monitorizagao conti- nua de glicose, que é como um anjo da guarda para mim. Trata- se de um equipamento pequeno, que fica geralmente no meu bra- 0 e tem como funcdo medir os niveis de agticar no meu sangue 24 horas por dia, me avisando sempre quando ocorre uma que- da, chamada de hipoglicemia ‘Ht oo meses, cologueio sensor de montorizacio continua de glicose, que é como unr anyo da guarda pare mann” Porisso, as vezes elemeacordade madrugada fazendo escandalos! E 0 jeito dele de cuidar de mim, E, realmente, depois que come- cei a usé-lo, minhas hipoglice- mias diminuiram bastante — e as hiperglicemias também! Tenho um gréfico bem mais estavel dentro da meta. Os picos pés-re- feicdo, por exemplo, diminuiram TOOT col Vlora kee seater er WW AN Cee Pere cura me nner wean rere tone Eerie a Puteri bastante porque, com o sensor, pude perceber quais alimentos faziam mal para a minha glice- mia e como bem menos agora Uma histéria engragada com a bomba de insulina e com o sensor aconteceu recentemente. Estava no meio de uma reuniio e a bom- ba no parava de vibrar. Tentei es- perar até o fim para checar o que estava acontecendo, mas a bomba no deixou: comegou a apitar lou- camente e todos na sala olharam para mim assustados. Tirei o apare- ho do bolso, vi que a glicemia es- tava em 141 (coloco a minha meta entre 80 e140) e falei: “Estou bern!” Todos acharam graca da situacSo. Sou diabética tipo 1 com or- guiho, porque se eu néo me amar fe me aceitar, quem vai? Uma hipo ou hiper me abalam? Sim, mas apenas naquele momen- to. Quando acabam, passou! Nao tenho mais sintomas de diabéti- cae volto a vida normal. Vivi 16 anos matavilhosamente bem e fazendo tudo o que queria fazer. Acredito que a vida é para ser vivi- da, com satide, leveza e vontade. frre cee rere na, Um melhor controle & possivel Acompanhe mals em: facebook com/MedtronicMalsPerto E possivel ter diabetes e se tornar um atleta olimpico. Basta querer, ter disciplina e ir atras m agosto, o Brasil esteve sob os holofotes de todo o mundo por ter sido palco do maior evento espor- tivo do planeta: os Jogos Olimpi- cos. Contagiada pela energia das Olimpi- adas, muita gente resolveu sair da rotina, abandonar o sedentarismo e comegar a praticar algum esporte. Primeiro ponto conquistado, afinal, a atividade fisica traz imimeros beneficios para a satide e aju- daa controlar os niveis de glicemia. Mas quando o assunto é esporte de alta per- formance, vem logo a dtivida: sera que pessoas com diabetes podem escolher uma modalidade dessas? ‘Quem acompanhou as provas do reve- zamento 4 por 100 metros livre de nata- gao das Olimpiadas Rio 2016 tem certeza POR BIANCA FIORI da resposta, afinal, deve ter visto o nada- dor carioca Matheus Santana, de 20 anos, deslizar nas 4guas em busca do ouro. O jo- vem tem diabetes tipo 1 desde os oito anos € competiu pela primeira vez numa Olim- piada. Outro nadador que superou a do- enga com bragadas dgeis foi o americano Gary Hall Jr. Ele recebeu o diagnéstico de diabetes tipo 1 em 1999, um ano antes dos Jogos Olimpicos de Sidney. Alertado pe- los médicos sobre o risco de nao suportar © ritmo de competi¢ao, 0 nadador resol- veu aliar treinamento e tratamento ¢ nao s6 mergulhou nas piscinas olimpicas em 2000 como levou para casa a medalha de ouro pelos 50 metros livres individuais. Quatro anos depois, em Atenas, o nada- dor saiu vencedor mais uma vez. MOMENTO DIABETES + 24 : Hi H i ——_— © Hora do Treino Ou seja, com acompanhamento pro- fissional adequado é possivel ter diabe- tes e ser um atleta de alta performance. Mas é importante estar ciente do desafio. Tais esportes exigem 0 maximo do cor- Conhega alguns po dos atletas e, por esse motivo, além de atletas olimpicos foco e disciplina, eles devem adotar dife- com diabetes. rentes estratégias para evitar a grande va- [ADAM MORRISON, jogador de riabilidade glicémica. “O exercicio pro- voca estresse ao organismo, que pode ser basquete norte-americano alent prejudicial na presenga de alguma com- ARTHUR ASHE, tenista plicacao relacionada ou nao ao diabetes’, pecieteente co reteenerion ie explica a profissional de educagio fisica Wimbledon (falecido em 1993) e voluntaria da ADJ Diabetes Brasil, Pa- tricia Vieira de Luca. “Tanto a hipergli- CHRIS DUDLEY, jogador norte cemia quanto a hipoglicemia reduzem a ects oa performance do atleta. Por isso, durante -americano de basquete que atuou ieee ee RAE aaeE Nora os treinos, é fundamental a aferigo cons- tante da glicemia, para saber qual a me- diabete: 8. N& sree Patel rsa sles Ihor estratégia a ser tomada” causa do diabetes. Mas ndo deixe de tomar conta de si mesmo.” GARY HALL JR, nadador a een aes Nos gramados HAM RICHARDSON, tenista Na histérta do futebol brasileiro, muitos jogadores com diabetes americano, falecido em 2006 Gee ee eso oe eee eer ren ch JOE FRAZIER, pugilista controlava a glicemia: Morreu em 2004, 205 90 anos. O craque norte-americano, campeao Ren ese en eC Kelechi) mundial de boxe na categoria de Cres ee a ue ee ee pesos-pesados (falecido em 2011) Reece tee eee ces Pee eh eee cee cee MATHEUS SANTANA, nadador Cee ea ear brasileiro de 20 anos, competiu a primeira Olimplada na Rio 2016 ‘SCOTT COLEMAN, nadador norte-americano SCOTT DUNTON, surfista norte-americano SEAN BUSBY, campedo de snowboard (tipo de surfe na neve) ‘STEVEN REDGRAVE, remador britanico, ganhador de cinco medalhas de ouro em cinco edigoes a F i f i i ‘ f 22» MOMENTO DIABETES 5 Patricia alerta ainda que esse tect e ul mele) cuidado deve ser redobrado nas ete eee ey atividades aquaticas, pois uma que- ere eee cheer reketit g da brusca de glicemia pode causar afogamento, Outro aviso também UU URL aE oe vai para atletas de atividades de im- pacto, como boxe, levantamento de eso e gindstica olimpica, que exi- gem isometria e causam aumentos exorbitantes na pressio arterial. De acordo com a especialista, é impor- tante entender como a glicemi: age conforme cada exercicio fisico. “Além disso, saber o momento cer- to para corrigir uma hipo ou uma hiper com reposigao energética ou de liquidos, como Agua, isotdnicos com diferentes porcentagens de carboidratos, insulina ou simples- mente esperar o estresse pré-larga- da passar, sio cruciais para saiide ea performance do atleta com dia- betes’, completa. © “0 PONTO DE ENCONTRO DOS CORREDORES COM DIABETES DE SP” Neel a perreeniotcary De SRLS} NYTer Os CUS : ' RUS Sak) SOU EOE GHC ISLY Rigel Sete Www.novaequipe.com 24 + MOMENTO DIABETES | Cee diabetes écada de 1950. Epoca que entrou para LD a historia como os “Anos Dourados” Enquanto a sociedade presenciava o avanco cientifico e tecnolégico e passava por diversas mudancas culturais e comportamen- tais, uma jovem chamada Carmen Wills recebia uma noticia que transformaria sua vida. Aos 19 anos, ela descobriu ser portadora de diabetes mellitus insulinodependente, doenca conside- rada fatal naquele tempo. “Foi muito traumatico. Como todas as pes- soas que recebem esse diagnéstico, eu também ‘emagreci muito, tinha muita sede e o cansago me consumia. Dei entrada no hospital e fiquei internada varios dias até os médicos consegui- rem estabilizar minha glicemia’, recorda. Naquele tempo, poucas pessoas sobrevi viam & condigéo, j4 que 0 acesso a medicamen- tos e aos recursos para medir a glicemia era restrito. Em funcao disso, as complicagées de- correntes do diabetes tipo 1 se tornavam re- correntes. “Nao era nada facil medir a glicemia, Eu ia para o hospital uma vez por més para fa- zero exame de sangue’ relata Carmen. Essa ro- tina melhorou com o surgimento do medidor de urina, o Benedict, que identificava, a partir da cor do xixi, se a glicemia estava alta ou bai- xa. Para tanto, era preciso coletar a urinaem um tubo de ensaio e depois ferve-la. Mesmo assim, ‘© método ndo era 100% confidvel e Carmen Depois de quase 40 anos de diabetes, surgiu 0 maior desafio: vencer um cancer de mama. Mesmo com as quimio e radioterapias, Carmen conseguiu manter a glicemia nos eixos. sofreu com inumeras hipoglicemias. primeito glicosimetro veio anos depois, nos idos de 1970. 0 aparelho tinha 0 tamanho de uma caixa de sa- (magina s6!) e funcionava com as grandes. Em nada se com- para ao modelo atual, que a aposen- tada carrega em uma bolsinha de mao, utiliza vérias vezes por dia e for- nece o resultado em instantes. A insulina, que havia sido desen volvida cerca de 30 anos antes e era feita do pancreas do porco, era apli- cada com a ajuda de uma seringa e uma agulha "enorme’, que deve- ria ser esterilizada a cada aplicacio. Carmen néo teve muitas dificulda- des em tomar insulina e também se acostumou aos novos habitos ali- mentares. "Depois do diagnéstico, sal do hospital levando uma balanca para pesar os alimentos queria con- sumir a partir de entéo’, conta. Sua dieta eta limitada a 1.000 calorias por dia e os alimentos deviam ter 100 g cada. “Tive que me adaptar, mas néo achei muito dificil. Foi uma ‘questao de mudanca de habitos” Apesar de ter sido diagnosticada ‘com diabetes muito jovem e ter tido poucos recursos tecnolégicos para tratar a doenga, 0 maior desafio na vida de Carmen foi tratar um cancer Corey CSCC) Ceueeute! Cc Seu Caer eo Ene Cernnicare or Reconhecimento: instituto homenageia pessoas com mais de 50 anos de diabetes bem controlada. de mama, descoberto hé 20 anos. Além de gerar sofrimento, 0 proces- so de quimioterapia e radioterapia dificultava o controle do diabetes e a luta era disria e redobrada. Hoje, porém,aos85anos,Carmen olha para trés e comemora mais de seis décadas de uma vida adocada sob medida. Em 2000, ao completar 50 anos de diagnéstico, sen nenhu- ‘ma complicacgo ou sequela e com ‘uma hemoglobina glicada exemplar de 6.0 mg/dl, ela foi homenagea- da com uma medalha pelo Instituto, Joslin de Diabetes, em Boston, nos Estados Unidos, que reconhece o esforco de pessoas que convivem tanto tempo de forma saudavel com o diabetes tipo 1. ‘Ao ser questionada sobre 0 se- gtedo de uma vida doce tao estavel, Dona Carmen responde rapidamen- te:"Disciplina, alimentacdo equilibra- dae saudavel, exerciciofisico e muita alegria, otimismo e fé!" © MOMENTO DIABETES + 25

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