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ACHEGUE-SE A JEOVA

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A respeito de Jeova Deus, Isaıas 40:11
´
diz: “Qual pastor ele pastoreara a sua
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propria grei. Com o seu braço reunira
´
os cordeiros; e os carregara ao colo.”
Ao observar o cordeiro no colo do
ˆ ˜
pastor, voce nao anseia um aconchego
ACHEGUE-SE
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similar com seu Pai celestial?
A

JEOVA
´ ´
Mas como podera achegar-se a Jeova?
cl-T
ACHEGUE-SE A JEOVA
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A respeito de Jeova Deus, Isaıas 40:11
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diz: “Qual pastor ele pastoreara a sua
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propria grei. Com o seu braço reunira
´
os cordeiros; e os carregara ao colo.”
Ao observar o cordeiro no colo do
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pastor, voce nao anseia um aconchego
ACHEGUE-SE
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similar com seu Pai celestial?
A

JEOVA
´ ´
Mas como podera achegar-se a Jeova?
cl-T
ACHEGUE-SE

JEOVA
Créditos das fotos: Página 49: cortesia do Anglo-Australian Observatory,
foto de David Malin Página 174: U.S. Fish & Wildlife Service, Washing-
ton, DC/Wyman Meinzer Página 243: © J. Heidecker/VIREO

© 2002, 2014
WATCH TOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF PENNSYLVANIA
ASSOCIAÇÃO TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E TRATADOS
Todos os direitos reservados
Achegue-se a Jeová
Editoras
WATCHTOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF NEW YORK, INC.
Brooklyn, New York, U.S.A.
ASSOCIAÇÃO TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E TRATADOS
Rodovia SP-141, km 43, Cesário Lange, SP, 18285-901, Brasil
Edição de dezembro de 2013
Esta publicação não é vendida. Ela faz parte de uma obra
educativa bíblica, mundial, mantida por donativos.
A menos que haja outra indicação, os textos bíblicos citados são da
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências.
Draw Close to Jehovah
Portuguese (Brazilian Edition) (cl-T)
ISBN 85-7392-067-X
Made in Brazil Impresso no Brasil
Prezado leitor:

Sente-se achegado a Deus? Muitos acham isso


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simplesmente impossıvel. Alguns receiam que Deus
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seja alguem distante demais; outros se consideram
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irremediavelmente indignos. Contudo, a Bıblia amo-
rosamente nos exorta: “Chegai-vos a Deus, e ele se
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chegara a vos.” (Tiago 4:8) Deus ate mesmo garan-
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te a seus adoradores: “Eu, Jeova, teu Deus, agarro a
˜
tua direita, Aquele que te diz: ‘Nao tenhas medo. Eu
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mesmo te ajudarei.’ ” — Isaıas 41:13.
˜ ˜
Como podemos desenvolver uma relaçao tao
achegada com Deus? Em qualquer amizade que de-
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senvolvemos, o vınculo se baseia em conhecer a
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pessoa, em admirar e valorizar suas caracterısticas
distintas. Assim, as qualidades e os tratos de Deus,
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revelados na Bıblia, sao um campo vital para estudo.
´
Ponderar sobre como Jeova manifesta cada uma de
suas qualidades, ver como Jesus Cristo as refletiu com
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perfeiçao e entender como nos as podemos cultivar
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nos achegara a Deus. Veremos que Jeova e o legıtimo
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e ideal Soberano do Universo. Alem disso, ele e o Pai
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de que todos nos precisamos. Poderoso, justo, sabio
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e amoroso, jamais abandona seus filhos fieis.
Que este livro o ajude a achegar-se ainda mais a
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Jeova Deus, a criar um vınculo com ele que jamais
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sera rompido, de modo que voce possa viver para
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louva-lo eternamente.

Os Editores
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Sumario
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Capıtulo
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1 “Eis! Este e o nosso Deus” 7
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2 E mesmo possıvel ‘achegar-se a Deus’? 16
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3 “Santo, santo, santo e Jeova” 26
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SEÇAO 1 “Vigoroso em poder”
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4 “Jeova e . . . grande em poder” 37
5 Poder criativo — “Aquele que fez
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o ceu e a terra” 47
˜ ´ ´
6 Poder de destruiçao — “Jeova e pessoa
varonil de guerra” 57
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7 Poder protetor — ‘Deus e para nos
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um refugio’ 67
˜ ´
8 Poder de restauraçao — Jeova ‘faz
novas todas as coisas’ 77
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9 “Cristo e o poder de Deus” 87
10 “Tornai-vos imitadores de Deus”
no uso do poder 97
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SEÇAO 2 “Ama a justiça”
˜
11 “Todos os seus caminhos sao justiça” 108
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12 “Ha injustiça da parte de Deus?” 118
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13 “A lei de Jeova e perfeita” 128
´
14 Jeova providenciou um “resgate
em troca de muitos” 138
´
Capıtulo

15 Jesus ‘estabelece justiça na Terra’ 148


16 ‘Exerça a justiça’ ao andar com Deus 158
˜ ´ ˜
SEÇAO 3 “Sabio de coraçao”
´
17 ‘O profundidade da sabedoria de Deus!’ 169
18 Sabedoria encontrada na ‘Palavra de Deus’ 179
19 “A sabedoria de Deus em segredo sagrado” 189
´ ˜
20 “Sabio de coraçao”, mas humilde 199
21 Jesus revela a “sabedoria de Deus” 209
´ ´
22 Esta pondo em pratica
“a sabedoria de cima”? 219
˜ ´
SEÇAO 4 “Deus e amor”

23 “Ele nos amou primeiro” 231


24 Nada pode “nos separar
do amor de Deus” 240
˜
25 A “terna compaixao de nosso Deus” 250
26 Um Deus “pronto a perdoar” 260
˜ ´
27 “Quao grande e a sua bondade!” 270
´ ´
28 “So tu es leal” 280
29 “Para que conheçais o amor do Cristo” 290
30 “Prossegui andando em amor” 300

31 “Chegai-vos a Deus, e ele


´ ´
se chegara a vos” 310
CAPÍTULO1

“Eis! Este é o nosso Deus”


CONSEGUE se imaginar conversando com Deus? A própria
ideia disso assusta — um diálogo com o Soberano do Uni-
verso? De início, você hesita, mas daí consegue falar. Deus
escuta, responde e até lhe permite fazer qualquer pergunta.
Que pergunta você faria?
2 Muito tempo atrás, um homem se encontrava justamen-

te nessa situação. Seu nome era Moisés. A pergunta que ele


fez a Deus, porém, talvez o surpreenda. Ele não perguntou
a respeito de si mesmo, de seu futuro, ou mesmo da aflição
da humanidade. Em vez disso, perguntou o nome de Deus.
Que coisa estranha! Moisés já sabia o nome de Deus. Por-
tanto, a pergunta deve ter tido um sentido mais profundo.
De fato, foi a pergunta mais significativa que Moisés po-
dia ter feito. A resposta afeta a todos nós. Pode ajudar você
a tomar medidas importantes a fim de achegar-se a Deus.
Como assim? Vamos dar uma olhada nesse notável diálogo.
3Moisés estava com 80 anos de idade. Ele havia passa-
do quatro décadas exilado de seu povo, os israelitas, que
eram escravos no Egito. Certo dia, enquanto cuidava dos re-
banhos de seu sogro, ele viu um fenômeno estranho. Um
espinheiro estava em chamas, mas não se consumia. Sim-
plesmente continuava queimando, reluzindo como um fa-
rol na encosta do monte. Moisés se aproximou para olhar.
Como deve ter ficado espantado ao ouvir uma voz do meio
do fogo! Daí, por meio de um porta-voz angélico, Deus e
Moisés dialogaram longamente. E, como talvez saiba, na-
quela ocasião, Jeová incumbiu o hesitante Moisés de deixar
1, 2. (a) Que perguntas você gostaria de fazer a Deus? (b) O que Moi-
sés perguntou a Deus?
3, 4. Que incidentes levaram a um diálogo entre Moisés e Deus, e
qual foi a essência dessa conversa?
8 ACHEGUE-SE A JEOVÁ

a sua vida tranquila e voltar ao Egito para libertar os israeli-


tas da escravidão. — Êxodo 3:1-12.
4Naquele momento, Moisés podia ter feito qualquer per-
gunta a Deus. Mas note a que ele escolheu: “Suponhamos
que eu vá ter com os filhos de Israel e deveras lhes diga: ‘O
Deus de vossos antepassados enviou-me a vós’, e eles deve-
ras me digam: ‘Qual é o seu nome?’ O que hei de dizer-
lhes?” — Êxodo 3:13.
5 Essa pergunta nos ensina, acima de tudo, que Deus tem

nome. Não devemos encarar levianamente essa verdade


simples. Muitos, porém, o fazem. O nome de Deus foi re-
movido de inúmeras traduções da Bíblia e substituído por
títulos, como “Senhor” e “Deus”. Essa é uma das coisas
mais tristes e repreensíveis feitas em nome da religião. Afi-
nal, qual é a primeira coisa que você faz ao conhecer al-
guém? Não é perguntar o nome? É similar quando se trata
de conhecer a Deus. Ele não é um ser sem nome e distan-
te, impossível de se conhecer ou entender. Embora seja in-
visível, é uma pessoa e tem nome — Jeová.
6 Além disso, quando Deus revela seu nome, há algo mais

envolvido, algo grandioso e emocionante. Ao fazer isso, ele


na verdade nos convida a conhecê-lo. Deseja que façamos a
melhor escolha na vida — achegar-nos a ele. Mas Jeová faz
mais do que apenas nos dizer o seu nome. Ele também nos
ensina sobre a pessoa que esse nome representa.

O significado do nome de Deus


7O próprio Jeová escolheu seu nome, que é rico em sig-
nificado. Entende-se que “Jeová” significa “Ele Causa que
5, 6. (a) Que verdade simples e vital nos ensina a pergunta de Moi-
sés? (b) Que coisa repreensível tem sido feita com o nome de Deus?
(c) Por que é tão significativo que Deus tenha revelado seu nome à
humanidade?
7. (a) Entende-se que o nome de Deus significa o quê? (b) O que Moi-
sés realmente queria saber ao perguntar a Deus o seu nome?
“EIS! ESTE É O NOSSO DEUS” 9

Venha a Ser”. Não existe ninguém igual a ele em todo o


Universo, pois ele trouxe à existência todas as coisas e faz
com que todos os seus propósitos se tornem realidade. Essa
ideia inspira reverência. Mas será que existe outro aspecto
relacionado ao significado do nome de Deus? Moisés, evi-
dentemente, desejava aprender mais. Ele já sabia que Jeová
é o Criador e conhecia o nome de Deus. O nome divino
não era novo. Fazia séculos que as pessoas o usavam. Real-
mente, ao perguntar o nome de Deus, Moisés indagava a
respeito da pessoa representada pelo nome. Era como se ele
dissesse: ‘O que posso dizer a teu respeito ao teu povo, Is-
rael, algo que edifique a fé que eles têm em ti, que os con-
vença de que realmente os libertarás?’
8 Em resposta, Jeová revelou um aspecto emocionante de

sua personalidade, algo relacionado com o significado de


seu nome. Ele disse a Moisés: “Mostrarei ser o que eu mos-
trar ser.” (Êxodo 3:14) Muitas traduções da Bíblia dizem
aqui: “Eu sou o que sou.” Mas traduções cuidadosas mos-
tram que Deus não estava meramente confirmando sua
própria existência. Em vez disso, Jeová estava ensinando a
Moisés — e por extensão a todos nós — que Ele ‘mostra-
ria ser’, ou escolheria se tornar, o que quer que fosse pre-
ciso para cumprir as Suas promessas. Outra tradução verte
apropriadamente esse versículo: “Tornar-me-ei o que for da
minha vontade.” (Rotherham) Certo versado em hebraico
bíblico explica assim essa expressão: “Qualquer que seja a
situação ou a necessidade . . . , Deus ‘se torna’ a solução
para essa necessidade.”
9O que isso significava para os israelitas? Não importa
que obstáculos enfrentassem, ou quanto fosse difícil a si-
tuação deles, Jeová se tornaria o que quer que fosse

8, 9. (a) Como Jeová respondeu à pergunta de Moisés, e o que há


de errado na maneira em que sua resposta muitas vezes é traduzida?
(b) O que significa a declaração “mostrarei ser o que eu mostrar ser”?
10 ACHEGUE-SE A JEOVÁ

necessário para libertá-los da escravidão e levá-los à Terra


Prometida. Certamente, esse nome inspirava confiança em
Deus. Pode fazer o mesmo por nós hoje. (Salmo 9:10) Por
quê?
10Para ilustrar: os pais sabem como é preciso ser versá-
til e adaptável na criação dos filhos. Num só dia, o pai (ou
a mãe) talvez tenha de ser enfermeiro, cozinheiro, profes-
sor, disciplinador, juiz e muito mais. Muitos se sentem so-
brecarregados pelos muitos papéis diferentes que se espera
que desempenhem. Sabem que os filhos têm total confian-
ça neles, jamais duvidando que papai ou mamãe possam
aliviar a dor, resolver disputas, consertar qualquer brinque-
do quebrado e responder a qualquer pergunta que surja
nas suas mentes sempre tão cheias de indagações. Alguns
pais se sentem humilhados e, às vezes, frustrados por causa
de suas próprias limitações. Sentem-se terrivelmente des-
preparados para cumprir muitos desses papéis.
11 Jeová também é um Pai amoroso. No entanto, no âmbi-

to de seus padrões perfeitos, não há nada que ele não pos-


sa se tornar para cuidar de seus filhos terrestres do melhor
modo possível. Portanto, o seu nome, Jeová, nos faz pen-
sar nele como o melhor Pai imaginável. (Tiago 1:17) Moi-
sés e todos os outros israelitas fiéis logo perceberam que
Jeová faz jus ao seu nome. Observaram assombrados como
Jeová se tornou um Comandante Militar imbatível, o Se-
nhor de todos os elementos naturais, um inigualável Legis-
lador, Juiz, Arquiteto, Provisor de alimentos e de água, Pre-
servador de roupas e calçados — e mais.
12Desse modo, Deus tornou conhecido seu nome, reve-
lou coisas emocionantes sobre a pessoa representada por
10, 11. Por que o nome de Jeová nos faz pensar nele como o mais
versátil e o melhor Pai imaginável? Ilustre.
12. Como a atitude de Faraó para com Jeová foi diferente da de Moi-
sés?
“EIS! ESTE É O NOSSO DEUS” 11

esse nome e até mesmo demonstrou que o que ele diz so-
bre si mesmo é verdade. Sem dúvida, Jeová quer que o co-
nheçamos. Como reagimos? Moisés desejava conhecer a
Deus. Esse desejo intenso moldou sua vida e fez com que se
achegasse bem ao seu Pai celestial. (Números 12:6-8; He-
breus 11:27) Infelizmente, poucos dos contemporâneos de
Moisés tinham o mesmo desejo. Quando ele mencionou o
nome de Jeová a Faraó, esse altivo monarca egípcio retru-
cou: “Quem é Jeová?” (Êxodo 5:2) Faraó não queria se in-
formar mais a respeito de Jeová. Em vez disso, cinicamen-
te descartou o Deus de Israel como sendo sem importância
ou irrelevante. Essa atitude ainda é muito comum hoje. Ela
cega a pessoa a uma das verdades mais importantes que
existe: Jeová é o Soberano Senhor.
O Soberano Senhor Jeová
13Jeová é tão versátil, tão adaptável, que tem merecida-
mente uma grande variedade de títulos nas Escrituras. Eles
não rivalizam com o seu nome; em vez disso, nos ensi-
nam mais sobre o que o nome representa. Por exemplo, ele
é chamado de “Soberano Senhor Jeová”. (2 Samuel 7:22)
Esse título sublime, que ocorre cerca de 300 vezes na Bíblia,
fala-nos da posição de Deus. Só ele tem o direito de ser o
Governante de todo o Universo. Veja por quê.
14Jeová é único como Criador. Revelação (Apocalipse)
4:11 diz: “Digno és, Jeová, sim, nosso Deus, de receber a
glória, e a honra, e o poder, porque criaste todas as coisas e
porque elas existiram e foram criadas por tua vontade.” Es-
sas palavras sublimes não são aplicáveis a nenhum outro
ser. Tudo no Universo deve sua existência a Jeová! Sem dú-
vida, ele é digno da honra, do poder e da glória que vêm
13, 14. (a) Por que a Bíblia dá muitos títulos a Jeová e quais são al-
guns deles? (Veja o quadro na página 14.) (b) Por que somente Jeová
merece ser chamado de “Soberano Senhor”?
12 ACHEGUE-SE A JEOVÁ

com o fato de ele ser o Soberano Senhor e Criador de todas


as coisas.
15 Outro título aplicado exclusivamente a Jeová é “Rei da

eternidade”. (1 Timóteo 1:17; Revelação 15:3) O que isso


significa? É difícil para a nossa mente limitada entender,
mas Jeová é eterno em ambas as direções — passado e futu-
ro. O Salmo 90:2 diz: “De tempo indefinido a tempo inde-
finido, tu és Deus.” Portanto, Jeová nunca teve princípio;
ele sempre existiu. É corretamente chamado de “Antigo de
Dias” — existia por uma eternidade antes de alguém ou al-
guma coisa no Universo ter vindo à existência! (Daniel 7:9,
13, 22) Quem pode questionar validamente seu direito de
ser o Soberano Senhor?
16 No entanto, alguns realmente questionam esse direito,

como fez Faraó. Parte do problema é que os homens im-


perfeitos confiam demais no que podem ver com os olhos
literais. Não podemos ver o Soberano Senhor. Ele é um ser
espiritual, invisível aos olhos humanos. (João 4:24) Além
disso, se um ser humano, de carne e sangue, viesse a estar
na presença literal de Jeová, isso lhe seria fatal. O próprio
Jeová disse a Moisés: “Não podes ver a minha face, porque
homem algum pode ver-me e continuar vivo.” — Êxodo
33:20; João 1:18.
17Isso não nos deve surpreender. Moisés chegou a ver
apenas uma parte da glória de Jeová, evidentemente por
meio de um representante angélico. Com que efeito?
O rosto de Moisés “emitia raios” por um bom tempo de-
pois. Os israelitas temiam até mesmo olhar diretamente
para o rosto dele. (Êxodo 33:21-23; 34:5-7, 29, 30) Certa-
mente, pois, nenhum mero ser humano poderia ver o pró-
15. Por que Jeová é chamado de “Rei da eternidade”?
16, 17. (a) Por que não podemos ver a Jeová, e por que isso não nos
deve surpreender? (b) Em que sentido Jeová é mais real do que qual-
quer coisa que possamos ver ou tocar?
“EIS! ESTE É O NOSSO DEUS” 13

prio Soberano Senhor em toda a sua glória! Isso significa,


então, que ele é menos real do que aquilo que podemos ver
e tocar? Não, nós aceitamos prontamente como reais mui-
tas coisas que não podemos ver — o vento, as ondas de rá-
dio e os pensamentos, por exemplo. Além do mais, Jeová é
permanente, não é afetado pela passagem do tempo, nem
mesmo por incontáveis bilhões de anos! Nesse sentido, ele
é muito mais real do que qualquer coisa que possamos to-
car ou ver, pois o ambiente físico está sujeito ao envelhe-
cimento e à decadência. (Mateus 6:19) Devemos imaginá-
lo, então, como simples força abstrata, impessoal, ou como
vaga Causa Primária? Vejamos.
Um Deus de personalidade
18Embora não possamos ver a Deus, há emocionantes
trechos na Bíblia que nos dão vislumbres do próprio céu.
Um exemplo é o primeiro capítulo de Ezequiel. Esse profe-
ta teve uma visão da organização celestial de Jeová, na for-
ma de um enorme carro celestial. Especialmente impres-
sionante é a descrição das poderosas criaturas espirituais
em volta de Deus. (Ezequiel 1:4-10) Essas “criaturas viven-
tes” se associam intimamente com Jeová, e sua aparência
nos revela algo importante sobre o Deus a quem servem.
Cada qual tem quatro faces: de touro, de leão, de águia e de
homem. Essas evidentemente simbolizam as quatro quali-
dades notáveis da personalidade de Jeová. — Revelação
4:6-8, 10.
19Na Bíblia, o touro muitas vezes representa força, ou
poder, e merecidamente, pois é um animal muito for-
te. O leão, por sua vez, representa a justiça, pois a verda-
deira justiça exige coragem, uma qualidade destacada dos
18. Que visão Ezequiel teve e o que simbolizam as quatro faces das
“criaturas viventes” próximas a Jeová?
19. Que qualidade representa (a) a face de touro? (b) a face de leão?
(c) a face de águia? (d) a face de homem?
14 ACHEGUE-SE A JEOVÁ

Alguns títulos de Jeová


Grandioso Instrutor. Ele é o todo-sábio Mestre, a quem deve-
mos recorrer em busca de instrução e orientação. — Isaías 30:20;
48:17.
Pai. A fonte de toda a vida, incluindo a vida eterna; tem amor
paternal pelos seus servos. — Provérbios 27:11; João 5:21.
Pastor. Ele guia e protege seus servos comparáveis a ovelhas, pro-
videnciando seu sustento espiritual. — Salmo 23:1.
A Rocha. Imutável, ele é um refúgio seguro. — Deuteronômio
32:4.
Todo-Poderoso. Seu poder é ilimitado, insuperável. — Revelação
15:3.

leões. As águias são bem conhecidas por sua visão aguçada,


podendo enxergar até mesmo pequenos objetos a quilôme-
tros de distância. Assim, a face de águia representaria bem
a previdente sabedoria de Deus. E a face de homem? Bem,
o homem, feito à imagem de Deus, é único na capacida-
de de refletir a principal qualidade divina: o amor. (Gêne-
sis 1:26) Essas facetas da personalidade de Jeová — poder,
justiça, sabedoria e amor — são tantas vezes destacadas nas
Escrituras que podem ser chamadas de atributos principais
de Deus.
20 Devemos temer que Deus possa ter mudado nos milha-

res de anos desde que foi descrito na Bíblia? Não, a per-


sonalidade de Deus não muda. Ele nos diz: “Eu sou Jeová;
não mudei.” (Malaquias 3:6) Em vez de mudar arbitraria-
mente, Jeová mostra ser um Pai ideal no modo de reagir a
cada situação. Ele manifesta os aspectos de sua personali-
dade que sejam mais apropriados. Das quatro qualidades, a
predominante é o amor, que permeia tudo o que Deus faz.
Ele exerce o poder, a justiça e a sabedoria de maneira amo-
20. Temos motivos para temer que a personalidade de Jeová tenha
mudado? Por que responde assim?
“EIS! ESTE É O NOSSO DEUS” 15

rosa. De fato, a Bíblia declara algo extraordinário a respeito


de Deus e dessa qualidade. Diz: “Deus é amor.” (1 João 4:8)
Note que não diz que Deus tem amor ou que Deus é amo-
roso, e sim que Deus é amor. O amor, a sua própria essên-
cia, motiva-o em tudo o que ele faz.
“Eis! Este é o nosso Deus”
21Já viu alguma vez uma criancinha apontar o pai para
seus amiguinhos e dizer, toda contente e orgulhosa: “Esse
é o meu pai!”? Os adoradores de Jeová têm todos os mo-
tivos para sentirem o mesmo a respeito dele. A Bíblia pre-
disse um tempo em que as pessoas fiéis exclamariam: “Eis!
Este é o nosso Deus.” (Isaías 25:8, 9) Quanto mais você en-
tender as qualidades de Jeová, tanto mais verá que tem o
melhor Pai imaginável.
22 Esse Pai não é frio, arredio ou distante — apesar do que

têm ensinado alguns religiosos e filósofos rígidos. Dificil-


mente nos sentiríamos atraídos a um Deus frio, e não é as-
sim que a Bíblia retrata nosso Pai celestial. Ao contrário, ela
o chama de “Deus feliz”. (1 Timóteo 1:11) Ele tem senti-
mentos tanto fortes como ternos. Fica “magoado no cora-
ção” quando suas criaturas inteligentes violam as diretrizes
que ele fornece para o bem-estar delas. (Gênesis 6:6; Salmo
78:41) Mas, quando agimos sabiamente segundo a sua Pa-
lavra, ‘alegramos seu coração’. — Provérbios 27:11.
23 Nosso Pai deseja que nos acheguemos a ele. A sua Pala-

vra nos incentiva a ‘tatearmos por ele e realmente o achar-


mos, embora, de fato, não esteja longe de cada um de nós’.
(Atos 17:27) Mas como é possível que meros humanos se
acheguem ao Soberano Senhor do Universo?
21. A que conclusão chegaremos à medida que conhecermos melhor
as qualidades de Jeová?
22, 23. Como a Bíblia retrata o nosso Pai celestial e como sabemos
que ele quer que nos acheguemos a ele?
´
C A P I T U L O 2

´ ´
E mesmo possıvel
‘achegar-se a Deus’?
´
COMO se sentiria se o Criador do ceu e da Terra dissesse
´
a seu respeito: “Este e meu amigo”? Muitos talvez achem
isso fantasioso. Afinal, como poderia um mero ser huma-
´ ´
no ter amizade com Jeova? Mas a Bıblia garante que pode-
mos realmente nos achegar a Deus.
˜
2 Abraao, da antiguidade, foi um dos que desfrutaram tal
´
achego. Jeova referiu-se a esse patriarca como “meu ami-
´
go”. (Isaıas 41:8) Sim, Deus o considerava como amigo
˜
pessoal. Abraao foi recompensado com esse relacionamen-
´ ´ ´
to porque “depositou fe em Jeova”. (Tiago 2:23) Tambem
´
hoje, Jeova busca oportunidades de ‘se afeiçoar’ aos que
ˆ
o servem por amor. (Deuteronomio 10:15) A sua Palavra
´ ´
exorta: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegara a vos.” (Tiago
˜
4:8) Essas palavras, na verdade, sao tanto um convite como
uma promessa.
3 Jeova´ nos convida a nos achegarmos a ele. Ele se dis-
˜
poe a nos aceitar como amigos. E promete que, se der-
´
mos os passos nesse sentido, ele fara o mesmo: se ache-
´ ´
gara a nos. Assim, podemos ter algo realmente precioso:
´
“intimidade com Jeova”.1 (Salmo 25:14) “Intimidade”
´
1 E interessante que a palavra hebraica traduzida por “intimidade”
´ ´ ´
e usada em Amos 3:7, que diz que o Soberano Senhor Jeova revela seu
“assunto confidencial” aos seus servos, comunicando-lhes com ante-
ˆ
cedencia o que pretende fazer.

1, 2. (a) O que muitos talvez achem fantasioso, mas que garantia a


´ ´ ˜
Bıblia nos da? (b) Abraao foi recompensado com que relacionamen-
ˆ
to e por que?
´
3. Que convite Jeova nos faz e que promessa se relaciona com esse
convite?
´ ´
E MESMO POSSIVEL ‘ACHEGAR-SE A DEUS’? 17
´
da a ideia de conversa confidencial com um amigo es-
pecial.
4 Voceˆ tem um amigo bem achegado em quem pode con-
´
fiar? Um amigo assim se importa com a sua pessoa. E al-
´ ˆ
guem em quem voce confia, pois mostrou-se leal. Partilhar
ˆ
suas alegrias com ele deixa voce ainda mais feliz. Quan-
ˆ ´
do voce esta triste e precisa desabafar, ele o ouve com
´
empatia. Mesmo quando ninguem mais parece entender
ˆ
voce, ele entende. Da mesma forma, quando nos achega-
mos a Deus, ganhamos um Amigo especial que realmen-
te nos valoriza, que se importa profundamente conosco e
nos entende plenamente. (Salmo 103:14; 1 Pedro 5:7) Po-
demos ter a mais profunda confiança nele, sabendo que
´ ˜
Deus e leal aos que lhe sao leais. (Salmo 18:25) No entan-
´ ´
to, essa privilegiada intimidade com Deus so esta ao nosso
´
alcance porque ele a tornou possıvel.
´
Jeova abriu o caminho
5 Como pecadores, jamais poderıamos ´
nos achegar a
´
Deus sem ajuda. (Salmo 5:4) “Mas Deus recomenda a nos
´ ´
o seu proprio amor, por Cristo ter morrido por nos en-
´ ´
quanto eramos ainda pecadores”, escreveu o apostolo Pau-
´
lo. (Romanos 5:8) Sim, Jeova providenciou que Jesus ‘des-
se a sua alma como resgate em troca de muitos’. (Mateus
´ ´
20:28) Nossa fe nesse sacrifıcio de resgate possibilita nos
achegarmos a Deus. Visto que ele “nos amou primeiro”,
˜
lançou a base para entrarmos numa relaçao de amizade
˜
com ele. — 1 Joao 4:19.
6 Jeova´ tomou outra medida: revelou-se a nos. ´
Numa
´
4. Como descreveria um amigo bem achegado? De que modo Jeova
mostra ser um amigo desse tipo para os que se achegam a ele?
´ ´
5. O que Jeova fez para possibilitar que nos achegassemos a ele?
´ ˜ ´
6, 7. (a) Como sabemos que Jeova nao e um Deus oculto e indeci-
´ ´ ´
fravel? (b) De que maneiras Jeova se revelou a nos?
´
18 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
amizade, so pode haver achego se realmente conhecermos
a pessoa, valorizando suas qualidades e seu modo de ser.
´ ´
Assim, se Jeova fosse um Deus oculto e indecifravel, jamais
´
poderıamos nos achegar a ele. No entanto, longe de se
´ ´
ocultar, Deus quer que o conheçamos. (Isaıas 45:19) Alem
´ ´
do mais, o que ele revela sobre si mesmo esta disponıvel a
˜
todos, mesmo aos que sao considerados humildes segun-
˜
do os padroes do mundo. — Mateus 11:25.
7 Como Jeova´ se revela a nos? ´
As suas obras criativas dao
˜
a conhecer certos aspectos de sua personalidade: seu vas-
´
to poder, sua profunda sabedoria, seu incomparavel amor.
´ ˜
(Romanos 1:20) Mas Jeova nao se revela apenas por meio
das coisas que criou. Como Grandioso Comunicador, ele
˜
forneceu uma revelaçao escrita a respeito de si mesmo na
´
sua Palavra, a Bıblia.
´
Contemple “a afabilidade de Jeova”
´ ´ ´ ˆ
8 A propria Bıblia e evidencia do amor de Jeova por nos. ´ ´
Em sua Palavra, ele revela a si mesmo em termos que
˜
podemos compreender — uma prova de que ele nao ape-
nas nos ama, mas deseja que o conheçamos e amemos.
O que lemos nesse livro precioso nos possibilita contem-
´
plar “a afabilidade de Jeova” e nos motiva a querer nos
achegar a ele. (Salmo 90:17) Vejamos algumas das anima-
´
doras maneiras pelas quais Jeova se revela na sua Palavra.
9 As Escrituras contem ˆ ˜
muitas declaraçoes diretas que
identificam as qualidades de Deus. Note alguns exem-
´ ´
plos. “Jeova ama a justiça.” (Salmo 37:28) Deus e “su-
´ ´
blime em poder”. ( Jo 37:23) “ ‘Sou leal’, e a pronuncia-
˜ ´ ´ ´ ˜
çao de Jeova.” ( Jeremias 3:12) “Ele e sabio de coraçao.”
´ ´ ´ ˆ
8. Por que se pode dizer que a propria Bıblia e evidencia do amor de
´ ´
Jeova por nos?
˜ ´
9. Cite alguns exemplos de declaraçoes bıblicas diretas que identifi-
cam as qualidades de Deus.
´
A Bıblia nos ajuda a
´
nos achegar a Jeova

´ ´
(Jo 9:4) Ele e “Deus miseri-
cordioso e clemente, vaga-
roso em irar-se e abun-
ˆ
dante em benevol ˆ encia e
em verdade”. (Exodo 34:6)
´ ´ ´ ´
“Tu, o Jeova, es bom e estas
pronto a perdoar.” (Salmo
86:5) E, como menciona-
´ ´
do no capıtulo anterior, uma qualidade e predominante:
´ ˜
“Deus e amor.” (1 Joao 4:8) Ao refletir sobre essas qualida-
´ ˜ ´
des agradaveis, nao se sente atraıdo a esse Deus incompa-
´
ravel?
10 Alem´ ´
de nos revelar as suas qualidades, Jeova amoro-
samente incluiu na sua Palavra exemplos reais dessas
˜ ´
qualidades em açao. Esses relatos vıvidos nos ajudam a vi-
´
sualizar e entender melhor as varias facetas de sua perso-
nalidade, contribuindo para que nos acheguemos mais a
ele. Veja um exemplo.
11 Uma coisa e´ ler que Deus e´ “vigoroso em poder”. (Isaıas ´
´
40:26) Outra bem diferente e ler sobre como ele libertou
´ ˜
Israel no mar Vermelho e, daı, sustentou a naçao no de-
´
serto por 40 anos. Imagine as aguas agitadas se abrindo.
˜ ˜
Tente visualizar a naçao — talvez 3 milhoes de pessoas —
´ ´
caminhando no leito seco do mar, com as aguas est ˆ ati-
cas, como enormes paredes, em ambos os lados. (Exodo
14:21; 15:8) Pense em como Deus cuidou deles no deserto:
´
providenciou que jorrasse agua de uma rocha e fez surgir
sobre o solo um alimento que parecia sementes brancas.
10, 11. (a) Para nos ajudar a entender melhor a sua personalidade, o
´ ´
que Jeova incluiu na sua Palavra? (b) Que exemplo bıblico nos ajuda
˜
a visualizar o poder de Deus em açao?
´
20 ACHEGUE-SE A JEOVA
ˆ ´ ´ ˜
(Exodo 16:31; Numeros 20:11) Jeova revelou ali que nao
somente tem poder, mas que o usa em favor de seu povo.
˜ ´ ˜
Nao e reconfortante saber que as nossas oraçoes ascendem
´ ´ ´
a um Deus poderoso que “e para nos refugio e força, uma
˜
ajuda encontrada prontamente durante afliçoes”? — Sal-
mo 46:1.
12 Jeova, ´ ´ ´
que e espırito, fez ainda mais para nos ajudar a
ˆ ˜ `
conhece-lo. Como humanos, nossa visao se limita as reali-
´ ˜ ´
dades visıveis, de modo que nao podemos ver o domınio
´
espiritual. Se Deus descrevesse a si mesmo para nos usan-
do termos espirituais, seria como tentar explicar detalhes
ˆ ˆ
de nossa aparencia, como a cor dos olhos ou a existen-
´
cia de sardas, a um cego de nascença. Em vez disso, Jeova
ˆ
bondosamente nos ` ajuda a “ve-lo” em termos que pode-
´
mos entender. As vezes, emprega metaforas e analogias,
´
comparando-se a coisas que conhecemos. Ele ate mesmo
´
descreve a si mesmo como tendo certas caracterısticas hu-
manas.1
13 Note a descriçao ˜ ´ ´
de Jeova, em Isaıas 40:11: “Qual pastor
´ ´
ele pastoreara a sua propria grei. Com o seu braço reuni-
´ ´ ´ ´
ra os cordeiros; e os carregara ao colo.” Jeova e comparado
aqui a um pastor que apanha os cordeiros com o “braço”.
Isso denota que Deus pode proteger e apoiar o seu povo,
´
mesmo os mais vulneraveis. Podemos nos sentir seguros
nos seus fortes braços, pois, se formos leais, ele jamais nos
´
1 Por exemplo, a Bıblia fala da face, olhos, ouvidos, narinas, boca,
´ ´
braços e pes de Deus. (Salmo 18:15; 27:8; 44:3; Isaıas 60:13; Mateus 4:4;
˜ ˆ ´
1 Pedro 3:12) Tais expressoes, assim como as referencias a Jeova como
˜
“Rocha” ou “escudo”, nao devem ser entendidas literalmente. — Deu-
ˆ
teronomio 32:4; Salmo 84:11.
´ ˆ
12. Como Jeova nos ajuda a “ve-lo” em termos que podemos enten-
der?
` ´
13. O que vem a nossa mente quando lemos Isaıas 40:11 e como isso
ˆ
afeta voce?
´ ´
E MESMO POSSIVEL ‘ACHEGAR-SE A DEUS’? 21
´
abandonara. (Romanos 8:38, 39) O Grandioso Pastor car-
˜
rega os cordeiros “ao colo” — uma expressao que se refe-
re a folgadas dobras na parte superior da roupa, onde o
` ´
pastor as vezes carregava um cordeiro recem-nascido. Isso
´
nos assegura de que Jeova nos preza e cuida ternamente de
´ ´
nos. E somente natural querer achegar-se a ele.
´ ´
‘O Filho esta disposto a revela-lo’
14 Na sua Palavra, Jeova for- ´
nece a mais plena reve-
˜
laçao de si mesmo por
meio de seu Filho ama-
´
do, Jesus. Ninguem po-
deria refletir melhor o
modo de pensar e os
sentimentos de Deus, ou
´
explica-lo mais vividamente,
do que Jesus. Afinal, esse Filho
ˆ
primogenito existia junto a seu
Pai antes de outras criaturas es-
´
pirituais e o Universo fısico se-
rem criados. (Colossenses 1:15)
Jesus conhecia muito bem a
´ ´
Jeova. E por isso que podia di-
´ ´
zer: “Quem o Filho e, ninguem
sabe, exceto o Pai; e quem o Pai
´ ´
e, ninguem sabe exceto o Filho,
´
14. Por que se pode dizer que Jeova
˜
fornece a mais plena revelaçao
de si mesmo por meio de Jesus?
´
Jeova revela a si mesmo
por meio de suas obras
criativas e de sua
Palavra escrita
´
22 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
e aquele a quem o Filho estiver disposto a revela-lo.” (Lu-
cas 10:22) Quando esteve na Terra como homem, Jesus re-
velou seu Pai de duas maneiras importantes.
15 Primeiro, os ensinos de Jesus nos ajudam a conhecer o
´
seu Pai. Jesus descreveu Jeova em termos que tocam o nos-
˜ ´
so coraçao. Por exemplo, para explicar que Deus e miseri-
cordioso e acolhe de volta pecadores arrependidos, Jesus
´ ˜
assemelhou Jeova a um pai perdoador que, de tao como-
´
vido que fica ao ver seu filho prodigo voltar, sai corren-
do e se lança ao pescoço dele, beijando-o ternamente. (Lu-
´ ´
cas 15:11-24) Jesus tambem retratou Jeova como Deus que
´ ˜
‘atrai’ pessoas retas porque as ama como indivıduos. ( Joao
´
6:44) Ele sabe ate mesmo quando um pequenino pardal
˜ ˜ ´
cai ao chao. “Nao temais”, Jesus explicou, “vos valeis mais
˜
do que muitos pardais”. (Mateus 10:29, 31) Nao podemos
´ ˜
deixar de nos sentir atraıdos a um Deus tao afetuoso.
16 Segundo, o exemplo de Jesus nos mostra como Jeova´ e. ´
˜
Jesus refletiu seu Pai com tanta perfeiçao, que podia di-
´ ˜
zer: “Quem me tem visto, tem visto tambem o Pai.” ( Joao
14:9) Assim, quando lemos sobre ele nos Evangelhos — os
sentimentos que demonstrou e como tratou os outros —,
estamos de certa forma vendo um retrato vivo de seu Pai.
´ ˜ ˜
Jeova nao poderia nos ter dado uma revelaçao mais clara
ˆ
de suas qualidades do que essa. Por que?
17 Para ilustrar: imagine tentar explicar o que e´ bondade.
ˆ
Voce poderia defini-la em palavras. Mas, se pudesse apon-
´ ´
tar alguem realizando um ato bondoso e dizer: “Isso e um
exemplo de bondade”, a palavra assumiria maior significa-
´ ´
do e ficaria mais facil de entender. Jeova fez algo similar
´ ´
para nos ajudar a entender como ele e. Alem de descrever
a si mesmo em palavras, forneceu-nos o exemplo vivo de
15, 16. De que duas maneiras Jesus revelou seu Pai?
´ ´
17. Ilustre o que Jeova fez para nos ajudar a entender como ele e.
´ ´
E MESMO POSSIVEL ‘ACHEGAR-SE A DEUS’? 23
˜
seu Filho. Em Jesus, as qualidades de Deus sao vistas em
˜ ´
açao. Por meio dos relatos evangelicos ´ a respeito de Jesus,
´ ´
Jeova esta, na realidade, dizendo: “E assim que eu sou.”
Como o registro inspirado descreve Jesus quando esteve na
Terra?
18 Jesus expressou muito bem as quatro qualidades prin-

cipais de Deus. Ele tinha poder sobre as doenças, a fome e


´ ´
ate mesmo a morte. No entanto, ao contrario de homens
´
egoıstas que abusam do poder, Jesus jamais usou o poder
´ ´
milagroso em benefıcio proprio, ou para prejudicar ou-
˜
tros. (Mateus 4:2-4) Ele amava a justiça. Seu coraçao en-
˜
cheu-se de indignaçao justa ao ver vendedores inescrupu-
losos explorando o povo. (Mateus 21:12, 13) Ele tratou os
pobres e os oprimidos com imparcialidade, ajudando-os a
‘achar revigoramento’ para a sua alma. (Mateus 11:4, 5, 28-
´
30) Havia inigualavel sabedoria nos ensinos de Jesus, que
˜
era “maior do que Salomao”. (Mateus 12:42) Mas Jesus ja-
mais fez uso exibicionista de sua sabedoria. Suas palavras
˜
tocavam o coraçao das pessoas comuns, pois seus ensinos
´
eram claros, simples e praticos.
´
19 Jesus foi um exemplo notavel de amor. Durante todo o
´
seu ministerio, ele demonstrou amor em suas muitas face-
˜ ˜
tas, incluindo a empatia e a compaixao. Ele nao deixava de
´
sentir pena ao ver o sofrimento alheio. Vez apos vez, essa
` ˜
sensibilidade induziu-o a açao. (Mateus 14:14) Embora cu-
rasse doentes e alimentasse famintos, Jesus mostrou com-
˜
paixao de um modo muito mais vital. Ele ajudou outros a
conhecer, a aceitar e a amar a verdade a respeito do Reino
´ ˆ ˜ `
de Deus, que trara bençaos eternas a humanidade. (Mar-
cos 6:34; Lucas 4:43) Acima de tudo, Jesus mostrou amor
18. Como Jesus expressou as qualidades de poder, justiça e sabedoria?
´
19, 20. (a) De que maneira Jesus foi um exemplo notavel de amor?
(b) Ao lermos e refletirmos a respeito do exemplo de Jesus, o que te-
mos de ter em mente?
´
24 ACHEGUE-SE A JEOVA

˜
Perguntas para Meditaçao
´
Salmo 15:1-5 O que Jeova espera dos que querem ser seus
amigos?
´ ´
Salmo 34:1-18 Jeova esta perto de quem e que confiança po-
dem estes ter nele?
´
Salmo 145:18-21 Que atividade de nossa parte nos achegara
´
a Jeova?
´ ´
2 Corıntios 6:14–7:1 Que conduta e essencial para mantermos
´
um relacionamento achegado com Jeova?

abnegado por entregar voluntariamente a sua vida em fa-


˜
vor de outros. — Joao 15:13.
´
20 E de admirar que pessoas de todas as idades e forma-
˜ ´ ˜
çoes se sentissem atraıdas a esse homem tao caloroso e de
˜
sentimentos tao profundos? (Marcos 10:13-16) Ao lermos
´
e refletirmos a respeito do exemplo vivo de Jesus, porem,
tenhamos sempre em mente que nesse Filho vemos um re-
flexo claro de seu Pai. — Hebreus 1:3.
ˆ
Um compendio que nos ajuda
21 Por revelar a si mesmo tao ˜
claramente na sua Palavra,
´ ˜ ´
Jeova nao deixa duvidas de que deseja que nos achegue-
˜
mos a ele. Ao mesmo tempo, ele nao nos obriga a procu-
˜ ´
rar uma relaçao aprovada com ele. Cabe a nos buscarmos a
´ ´
Jeova “enquanto pode ser achado”. (Isaıas 55:6) Isso envol-
ve vir a conhecer as suas qualidades e o seu modo de agir,
´ ˆ ´
revelados na Bıblia. O livro que voce esta lendo foi produ-
´
zido para ajuda-lo nesse sentido.
22 Vera´ que este livro e´ dividido em seçoes
˜
corresponden-
` ´
tes as quatro qualidades principais de Jeova: poder, justiça,
´ ´
21, 22. O que esta envolvido em buscar a Jeova, e o que este livro
´
contem para nos ajudar nesse esforço?
´ ´
E MESMO POSSIVEL ‘ACHEGAR-SE A DEUS’? 25
˜
sabedoria e amor. Cada seçao começa com um resumo da
´ ˜
respectiva qualidade. Os capıtulos seguintes da seçao abor-
´ ´
dam como Jeova manifesta essa qualidade, em seus varios
˜ ´ ´ ´
aspectos. Cada seçao contem tambem um capıtulo que
mostra como Jesus exemplificou a qualidade e outro que
examina como podemos refleti-la na nossa vida.
23 Começando neste capıtulo, ´ ´
ha uma parte especial cha-
˜
mada “Perguntas para Meditaçao”. Como exemplo, veja
´ ˜
o quadro na pagina 24. Os textos e as perguntas nao fo-
˜ ´
ram preparados para servir como recapitulaçao do capıtu-
´ ˆ
lo. Antes, seu objetivo e ajudar voce a refletir sobre outros
´
aspectos importantes do assunto. Como podera usar bem
essa parte? Procure todos os textos citados e leia-os aten-
´ `
tamente. Daı, tente responder a pergunta que acompanha
˜
cada citaçao. Medite nas respostas. Talvez possa fazer pes-
quisas. Faça a si mesmo perguntas adicionais: ‘O que essa
˜ ´
informaçao me diz a respeito de Jeova? Como afeta a mi-
nha vida? Como posso usar isso para ajudar outros?’
24 Essa meditaçao ˜ ´
nos ajudara a nos achegarmos ainda
´ ˆ ´ ˜
mais a Jeova. Por que? A Bıblia associa a meditaçao com
˜
o coraçao. (Salmo 19:14) Quando refletimos com apreço
sobre o que aprendemos a respeito de Deus, as informa-
˜ ˜ ´
çoes se infiltram no nosso coraçao simbolico, onde afetam
o nosso modo de pensar, estimulam os sentimentos e, por
` ˜
fim, nos movem a açao. O nosso amor a Deus se aprofun-
´
da e esse amor, por sua vez, nos move a desejar agrada-lo
˜
como nosso Amigo mais querido. (1 Joao 5:3) Para chegar
˜
a essa relaçao, temos de conhecer as qualidades e o modo
´
de Jeova agir. Primeiro, no entanto, vamos considerar um
aspecto da natureza de Deus que nos impele a nos achegar
a ele — a santidade.
˜
23, 24. (a) Explique a parte especial “Perguntas para Meditaçao”.
˜ ´
(b) Como a meditaçao nos ajudara a nos achegar ainda mais a Deus?
´
C A P I T U L O 3

´ ´
“Santo, santo, santo e Jeova”
´ ˜
ISAIAS ficou pasmado com o que presenciou numa visao da
˜
parte de Deus. Parecia tao real! Mais tarde, ele escreveu que
´
realmente ‘chegou a ver Jeova’ em Seu trono enaltecido e
Suas longas ‘vestes’ que enchiam o enorme templo de Jeru-
´ ´
salem. — Isaıas 6:1, 2.
´
2 Isaıas tambem ´
ficou pasmado com o que ouviu: um canto
˜
tao forte que estremecia os alicerces do templo. Os cantores
´
eram serafins, criaturas espirituais de altıssimo posto. A po-
derosa melodia deles soava palavras de pura grandeza: “San-
´ ´ ´
to, santo, santo e Jeova dos exercitos. A plenitude de toda a
´ ´ ´ ˆ
terra e sua gloria.” (Isaıas 6:3, 4) Entoar a palavra “santo” tres
ˆ ´
vezes conferiu-lhe enfase especial e isso e bem apropriado,
´ ´ ˜
pois Jeova e santo em grau superlativo. (Revelaçao [Apoca-
´ ´ ´
lipse] 4:8) A santidade de Jeova e enfatizada na Bıblia intei-
´ `
ra. Centenas de versıculos associam o Seu nome as palavras
“santo” e “santidade”.
3 Obviamente, pois, uma das primeiras coisas que Jeova´ de-
´ ´
seja que entendamos a seu respeito e que ele e santo. Essa
ideia, no entanto, afasta a muitos hoje que erroneamente as-
´
sociam santidade com farisaısmo, ou falsa piedade. Para pes-
soas que lutam contra sentimentos negativos a respeito de si
mesmas, a santidade de Deus pode parecer mais intimida-
dora do que atraente. Talvez temam jamais ser dignas de se
achegarem a esse Deus santo. Assim, muitos se afastam dele
´ ´
por causa de sua santidade. Isso e lamentavel, pois a santida-
de de Deus, na verdade, deveria impelir-nos a nos achegar-
mos a ele. Como assim? Antes de respondermos a essa per-
´
gunta, vejamos o que e a verdadeira santidade.
˜ ´
1, 2. Que visao teve o profeta Isaıas e o que ela nos ensina sobre
´
Jeova?
´
3. Por que certos conceitos errados sobre a santidade de Jeova afas-
´
tam muitos de Deus, em vez de achega-los a ele?
´ ´
“SANTO, SANTO, SANTO E JEOVA” 27
´
O que e santidade?
4 Ser santo nao ˜
significa que Deus seja presunçoso, alti-
´ ´
vo ou arrogante. Ao contrario, ele odeia essas caracterısticas.
´
(Proverbios 16:5; Tiago 4:6) Assim, o que realmente significa
´
a palavra “santo”? No hebraico bıblico, ela deriva de um ter-
˜
mo que significa “separado”. Na adoraçao, “santo” se apli-
´
ca ao que e separado do uso comum, ou tido como sagrado.
´ ˜
A santidade tem tambem forte conotaçao de limpeza e pu-
´
reza. Em que sentido essa palavra se aplica a Jeova? Significa
´
que ele esta “separado” de humanos imperfeitos, bem lon-
´
ge de nos?
5 De modo algum. Como “Santo de Israel”, Jeova´ disse que

morava no “meio” de seu povo, embora esse fosse pecami-


´ ´
noso. (Isaıas 12:6; Oseias 11:9) Assim, a santidade de Jeova
˜ ˜ ´
nao o torna distante. Em que sentido, entao, ele esta “sepa-
´
rado”? De duas maneiras importantes. Primeiro, ele esta se-
˜
parado, ou distinto, de toda a criaçao no sentido de que so-
´ ´ ´
mente ele e o Altıssimo. A sua pureza e absoluta e infinita.
´ ´
(Salmo 40:5; 83:18) Segundo, Jeova esta inteiramente sepa-
rado de toda pecaminosidade, uma ideia consoladora. Por
ˆ
que?
6 Vivemos num mundo em que a verdadeira santidade e´

uma raridade. Tudo a respeito da sociedade humana aliena-


´ ´
da de Deus e poluıdo de alguma maneira, manchado com
˜ ´
pecado e imperfeiçao. Todos nos temos de lutar contra o pe-
´
cado dentro de nos. E todos corremos o risco de sermos ven-
cidos pelo pecado, se baixarmos a guarda. (Romanos 7:15-
´ ´ ˜
25; 1 Corıntios 10:12) Jeova nao corre esse risco. Totalmente
´
afastado da pecaminosidade, jamais sera manchado pelo
mais leve traço do pecado. Isso reforça nosso conceito de
˜
4, 5. (a) O que significa santidade e o que nao significa? (b) Em que
´ ´
dois sentidos importantes Jeova esta “separado”?
´
6. Por que o fato de Jeova estar absolutamente separado da pecami-
´
nosidade e consolador?
´
28 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´
Jeova como Pai ideal, pois significa que ele e inteiramente
´ ´
confiavel. Ao contrario de muitos pais humanos pecadores,
´ ´
Jeova jamais se tornara corrupto, dissoluto ou abusivo. A sua
´ ´
santidade impede tais coisas. Algumas vezes, Jeova ate mes-
´
mo jurou em nome de sua propria santidade, pois nada po-
´ ˜
deria ser mais digno de confiança. (Amos 4:2) Nao acha isso
animador?
´
7 A santidade faz parte da propria ´
natureza de Jeova. O que
isso significa? Para ilustrar: considere as palavras “homem”
˜
e “imperfeito”. Nao podemos falar da primeira sem lembrar
˜
da segunda. Somos marcados pela imperfeiçao e ela deixa
´
vestıgios em tudo o que fazemos. Considere agora duas pa-
´ ´ ´
lavras bem diferentes: “Jeova” e “santo”. A santidade e pro-
´ ´
pria de Jeova. Tudo a seu respeito e limpo, puro e correto.
˜ ´ ´
Nao podemos conhecer a Jeova como ele realmente e sem
entender essa palavra profunda — “santo”.
´
“A santidade pertence a Jeova”
´
8 Visto que Jeova personifica a qualidade da santidade,
´
pode-se dizer corretamente que ele e a fonte de toda a santi-
˜ ´
dade. Ele nao retem egoistamente essa qualidade preciosa;
divide-a com outros, de forma generosa. Ora, quando Deus
´
falou a Moises, por meio de um anjo no espinheiro arden-
´ `
te, ate mesmo o solo em ˆ volta tornou-se santo devido a sua
˜ ´
ligaçao com Jeova! — Exodo 3:5.
9 Podem humanos imperfeitos se tornar santos com a aju-
´
da de Jeova? Sim, em sentido relativo. Deus ofereceu ao seu
˜
povo ˆ Israel a perspectiva de se tornarem “uma naçao san-
˜
ta”. (Exodo 19:6) Ele abençoou essa naçao com um sistema
˜
de adoraçao santo, limpo e puro. De modo que a santida-
´
de e um tema recorrente na Lei mosaica. De fato, o sumo
´
7. Por que se pode dizer que a santidade faz parte da propria nature-
´
za de Jeova?
´
8, 9. O que mostra que Jeova ajuda humanos imperfeitos a se torna-
rem santos em sentido relativo?
´ ´
“SANTO, SANTO, SANTO E JEOVA” 29
ˆ
sacerdote usava uma lamina de ouro na frente do turbante,
ˆ
onde todos podiam ve-la reluzindo. Gravadas ˆ nela havia as
´
palavras: “A santidade pertence a Jeova.” (Exodo 28:36) Por-
˜ ´
tanto, a adoraçao dos israelitas e, sem duvida, seu modo de
˜
vida, se distinguiriam por um alto padrao de limpeza e pure-
´
za. Jeova disse-lhes: “Deveis mostrar-vos santos, porque eu,
´ ´
Jeova, vosso Deus, sou santo.” (Levıtico 19:2) Enquanto vi-
`
viam a altura dos conselhos de Deus, dentro dos limites da
˜
imperfeiçao humana, os israelitas eram santos em sentido
relativo.
10 Essa enfaseˆ ´
na santidade estava em nıtido contraste com
˜ ˜
a adoraçao praticada pelas naçoes vizinhas de Israel. Essas
˜ ˜ ´ ˆ
naçoes pagas adoravam deuses cuja propria existencia era
uma mentira e uma farsa, deuses estes representados como
´
violentos, gananciosos e promıscuos. Eram pervertidos em
˜
todos os sentidos. A adoraçao de tais deuses pervertia as pes-
´
soas. Por isso, Jeova alertou seus servos a se manterem sepa-
˜ ´
rados dos adoradores pagaos e de suas contaminadas prati-
´
cas religiosas. — Levıtico 18:24-28; 1 Reis 11:1, 2.
11 Quando muito, a naçao ˜ ´
escolhida de Jeova, o Israel
antigo, podia fornecer apenas um leve reflexo da santida-
˜ ˜
de da organizaçao celestial de Deus. Os milhoes de criatu-
˜
ras espirituais que servem lealmente a Deus sao chamados
´ ˆ
de “santas mirıades”. (Deuteronomio 33:2; Judas 14) Eles re-
˜
fletem com perfeiçao o brilho e a pura beleza da santidade
´
de Deus. E lembre-se dos serafins que Isaıas observou na vi-
˜ ´ ˆ
sao. O conteudo do cantico deles sugere que essas podero-
sas criaturas espirituais desempenham um papel importan-
˜ ´
te na divulgaçao da santidade de Jeova em todo o Universo.
´ ´
Mas ha uma criatura espiritual que esta acima de todos eles
ˆ ´
— o Filho unigenito de Deus. Jesus e o mais sublime reflexo
˜
10. Na questao da santidade, que contraste havia entre o Israel anti-
˜
go e as naçoes vizinhas?
˜ ´ ´
11. Como a santidade da organizaçao celestial de Jeova e evidente
(a) nos anjos? (b) nos serafins? (c) em Jesus?
´
30 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´
da santidade de Jeova. Corretamente, ele e conhecido como
˜
“o Santo de Deus”. — Joao 6:68, 69.
´
Nome santo, espırito santo
´
12 Que dizer do nome do proprio Deus? Como vimos no
´ ˜ ´ ´ ´
Capıtulo 1, esse nome nao e mero tıtulo ou rotulo. Repre-
´
senta a Jeova Deus, englobando todas as suas qualidades. As-
´ ´ ´
sim, a Bıblia nos diz que seu “nome e santo”. (Isaıas 57:15)
A Lei mosaica previa a pena de morte para quem profanasse
´
o nome de Deus. (Levıtico 24:16) E note o que Jesus colocou
˜ ´
como prioridade na oraçao: “Nosso Pai nos ceus, santificado
seja o teu nome.” (Mateus 6:9) Santificar algo significa co-
´ ` ´ ˆ
loca-lo a parte como sagrado e venera-lo, defende-lo como
santo. Mas por que algo puro por natureza, como o nome
´
do proprio Deus, necessitaria ser santificado?
13 O santo nome de Deus tem sido contestado, mancha-
´ ´ ´
do com mentiras e calunias. No Eden, Satanas mentiu a res-
´ ´
peito de Jeova e deu a entender que Ele e um Soberano in-
ˆ ˜ ´
justo. (Genesis 3:1-5) Desde entao, Satanas — o governante
´
deste mundo ımpio — tem cuidado de que as mentiras a res-
˜
peito de Deus se multiplicassem. ( Joao 8:44; 12:31; Revela-
˜ ˜ ˆ
çao 12:9) As religioes tem representado a Deus como arbi-
´ ˆ
trario, distante ou cruel. Tem afirmado ter o apoio dele em
´
suas guerras sangrentas. O credito pelas maravilhosas cria-
˜ ´
çoes de Deus muitas vezes e dado ao acaso cego, ou evolu-
˜
çao. Sim, o nome de Deus tem sido maldosamente difama-
´
do. Precisa ser santificado; a sua merecida gloria tem de ser
˜
restabelecida. Ansiamos a santificaçao de seu nome e a vin-
˜ ˜
dicaçao de sua soberania, e alegra-nos ter certa participaçao
nesse grandioso objetivo.
14 Ha´ algo mais, estreitamente ligado a Jeova, ´
que quase
´
12, 13. (a) Por que o nome de Deus e apropriadamente chamado de
´
santo? (b) Por que e preciso santificar o nome de Deus?
´ ´ ´ ˜
14. Por que o espırito de Deus e chamado de santo, e por que e tao
´ ´
serio blasfemar o espırito santo?
´ ´
“SANTO, SANTO, SANTO E JEOVA” 31
´ ´ ˆ
sempre e chamado de santo: seu espırito, ou força ativa. (Ge-
´
nesis 1:2) Jeova usa essa força poderosa para realizar seus
´
propositos. Deus realiza tudo de maneira santa, pura e lim-
´
pa, de modo que sua força ativa e apropriadamente chama-
´ ´
da de espırito santo, ou espırito de santidade. (Lucas 11:13;
´
Romanos 1:4) Blasfemar esse espırito santo, que implica agir
´ ´ ´
deliberadamente contra os propositos de Jeova, e um peca-
´
do imperdoavel. — Marcos 3:29.
´
Por que a santidade de Jeova
nos atrai a ele?
˜ ´ ´ ´
15 Nao e difıcil ver, portanto, por que a Bıblia faz uma liga-
˜
çao entre a santidade de Deus e o temor piedoso da parte
do homem. Por exemplo, o Salmo 99:3 reza: “Elogiem eles
´
o teu nome. Grande e atemorizante, santo ele e.” Mas esse
˜ ´ ´ ´
temor nao e um pavor morbido. Em vez disso, e um sen-
˜
so profundo de admira ´ çao reverente, respeito na sua forma
mais enobrecedora. E apropriado sentir-se assim, visto que a
´ ˜ ´ ´
santidade de Deus esta tao acima de nos. Ela e fulgurante-
˜
mente limpa, gloriosa. Ainda assim, nao nos deve repelir. Ao
´
contrario, o conceito correto sobre a santidade de Deus nos
´ ˆ
achegara ainda mais a ele. Por que?
16 Por um lado, a Bıblia ´ `
associa a santidade a beleza. Em
´ ´ ´
Isaıas 63:15, o ceu e descrito como “morada excelsa de san-
tidade e beleza”. A beleza nos atrai. Por exemplo, veja a foto
´ ´ ˆ
na pagina 33. Acha esse cenario atraente? Por que? Note
´ ´
como a agua parece pura. Ate mesmo o ar deve ser limpo,
´ ´ ´
pois o ceu e azul e a luz parece cintilar. Mas se o cenario fosse
´
alterado — o riacho entulhado de lixo, as arvores e as pedras
´ ˜ `
15. Por que ter temor piedoso e uma reaçao apropriada a santidade
´
de Jeova? O que envolve esse temor?
´ ` ˆ
16. (a) Como a santidade e associada a beleza? De um exemplo.
˜ ´ ´
(b) Como as descriçoes visionarias de Jeova acentuam a limpeza, a pu-
reza e a luz?
´
32 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜ ´ ˜
cobertas de pichaçoes, o ar poluıdo — nao nos atrairia mais;
`
nos repeliria. Normalmente, associamos a beleza a limpeza,
` `
a pureza e a luz. Essas mesmas palavras podem ser usadas
´ ˜ ´
para descrever a santidade de Jeova. Nao e de admirar que
˜ ´ ´
as descriçoes visionarias de Jeova nos encantem! Reluzen-
te, deslumbrante como pedras preciosas, fulgurante como
fogo, ou como os mais puros e brilhantes metais preciosos
´
— assim e a beleza de nosso Deus santo. — Ezequiel 1:25-28;
˜
Revelaçao 4:2, 3.
17 Mas sera´ que a santidade de Deus deveria nos fazer sen-
˜ ´
tir inferiores, em comparaçao? A resposta, naturalmente, e
´ ´
sim. Afinal, somos mesmo muitıssimo inferiores a Jeova,
´
para dizer o mınimo. Seria esse um motivo para nos afas-
˜ ´
tarmos dele? Considere a reaçao de Isaıas ao ouvir os sera-
´
fins proclamarem a santidade de Jeova. “Eu passei a dizer:
‘Ai de mim! Pois, a bem dizer, fui silenciado, porque sou
´
homem de labios impuros e moro no meio de um povo
´ ´
de labios impuros; pois os meus olhos viram o proprio Rei,
´ ´ ´
Jeova dos exercitos!’ ” (Isaıas 6:5) Sim, a infinita santidade
´ ´
de Jeova lembrou Isaıas de como ele era pecaminoso e im-
perfeito. Inicialmente, esse homem fiel ficou arrasado. Mas
´ ˜
Jeova nao o deixou nesse estado.
18 Um serafim prontamente consolou o profeta. Como?
´ ´
Esse poderoso espırito voou ate o altar, apanhou uma brasa
´ ´
ali e, com ela, tocou nos labios de Isaıas. Isso talvez pareça
mais uma tortura do que um consolo. Mas lembre-se de que
˜ ´
era uma visao, rica em simbolismos. Isaıas, um judeu fiel,
´
bem sabia que diariamente eram oferecidos sacrifıcios no al-
˜
tar do templo, para expiaçao de pecados. E o serafim amo-
rosamente lembrou o profeta de que, embora fosse mesmo
´
imperfeito, “de labios impuros”, ainda assim podia ter uma
˜ ´ ˜
17, 18. (a) Qual foi a reaçao inicial de Isaıas diante da visao que teve?
´ ´
(b) Como Jeova usou um serafim para consolar Isaıas, e que signifi-
cado teve o gesto do serafim?
Assim como a beleza, a santidade deve nos atrair
´
34 ACHEGUE-SE A JEOVA

˜
Perguntas para Meditaçao
´ ˜
Levıtico 19:1-18 Para que a nossa conduta seja santa, quais sao
´
alguns princıpios que temos de aplicar?
ˆ
Deuteronomio 23:9-14 Como a limpeza pessoal se relaciona
com a santidade? Como isso deve influir no nosso modo de
nos vestir e arrumar, e no nosso lar?
Romanos 6:12-23; 12:1-3 Ao nos esforçarmos para ser santos,
ˆ
como devemos encarar o pecado e as influencias do mundo?
˜
Hebreus 12:12-17 Como podemos buscar a santificaçao, ou
santidade?

˜ ´
posiçao limpa perante Deus.1 Jeova se dispunha a conside-
rar santo um homem imperfeito e pecaminoso — pelo me-
´
nos em sentido relativo. — Isaıas 6:6, 7.
´
19 O mesmo se aplica hoje. Todos aqueles sacrifıcios ofere-
´
cidos no altar em Jerusalem eram apenas sombras de algo
´ ´
maior — o perfeito sacrifıcio unico, oferecido por Jesus Cris-
to em 33 EC. (Hebreus 9:11-14) Se realmente nos arrepen-
dermos de nossos pecados, corrigirmos nosso modo errado
´ ´
de agir e exercermos fe nesse sacrifıcio, seremos perdoados.
˜ ´ ˜
(1 Joao 2:2) Tambem podemos ter uma posiçao limpa pe-
´ ´
rante Deus. Assim, o apostolo Pedro nos lembra: “Esta escri-
to: ‘Tendes de ser santos, porque eu sou santo.’ ” (1 Pedro
´ ˜ ˜
1:16) Note que Jeova nao disse que temos de ser tao santos
´ ´
quanto ele. Ele jamais espera o impossıvel de nos. (Salmo
´
103:13, 14) Em vez disso, Jeova diz para sermos santos por-
˜ ´ ´ ´
1 A expressao “de labios impuros” e apropriada, pois a Bıblia mui-
´ ´
tas vezes usa os labios como sımbolo da fala, ou linguagem. Em todos
˜
os humanos imperfeitos, uma grande proporçao de pecados pode ser
´ ´
atribuıda ao modo de usar a faculdade da fala. — Proverbios 10:19; Tia-
go 3:2, 6.

19. Como podemos ser santos em sentido relativo, mesmo sendo im-
perfeitos?
´ ´
“SANTO, SANTO, SANTO E JEOVA” 35
´ ´
que ele e santo. “Como filhos amados”, tentamos imita-lo
´ ´
da melhor maneira, dentro do que e possıvel para huma-
´
nos imperfeitos. (Efesios 5:1) ` Portanto, alcançar a santida-
´ ´
de e um processo contınuo. A medida que crescemos espi-
ritualmente, procuramos ‘aperfeiçoar a santidade’ todos os
´
dias. — 2 Corıntios 7:1.
20 Jeova´ ama o que e´ direito e puro. Ele odeia o pecado.
˜
(Habacuque 1:13) Mas ele nao nos odeia. Enquanto enca-
´
rarmos o pecado como ele o encara — odiarmos o que e
´
mau e amarmos o que e bom — e nos esforçarmos em se-
´ ´
guir as pisadas perfeitas de Cristo Jesus, Jeova perdoara nos-
´
sos pecados. (Amos 5:15; 1 Pedro 2:21) Quando entende-
mos que podemos ser puros aos olhos de nosso Deus santo,
˜
os efeitos sao profundos. Lembre-se de que a santidade de
´ ´ ´ ´
Jeova, de inıcio, fez Isaıas lembrar-se de sua propria impure-
za. Ele bradou: “Ai de mim!” Mas, uma vez que entendeu
˜
que seus pecados haviam sido expiados, sua disposiçao mu-
´ ´
dou. Quando Jeova pediu um voluntario para cumprir certa
˜ ´
designaçao, Isaıas respondeu prontamente, sem nem saber
do que se tratava. Ele exclamou: “Eis-me aqui! Envia-me.”
´
— Isaıas 6:5-8.
21 Fomos feitos a` imagem do Deus santo, dotados de qua-

lidades morais e da capacidade de exercer espiritualidade.


ˆ
(Genesis 1:26) Existe ` um potencial de santidade dentro´ de
´
cada um de nos. A medida que continuarmos a cultiva-la,
´ ´
Jeova tera prazer em ajudar. Nesse processo, nos achegare-
´
mos cada vez mais ao nosso Deus santo. Alem disso, ao con-
´ ´ ´
siderarmos as qualidades de Jeova nos proximos capıtulos,
veremos que existem muitos motivos fortes para nos ache-
garmos a ele.
´
20. (a) Por que e importante entender que podemos ser puros aos
´
olhos de nosso Deus santo? (b) Como Isaıas reagiu quando soube que
seus pecados haviam sido expiados?
21. Que base temos para confiar que podemos cultivar a qualidade
da santidade?
˜
S E Ç A O 1

“VIGOROSO EM PODER”
˜ ´
Nesta seçao examinaremos relatos bıblicos que
´
atestam o poder de Jeova de criar, destruir,
´
proteger e restaurar. Entender como Jeova Deus,
´
que e “vigoroso em poder”, usa a sua “energia
ˆ ´ ˜
dinamica” enchera o nosso coraçao
ˆ
de profunda reverencia.
´
— Isaıas 40:26.
CAPÍTULO4

“Jeová é . . . grande em poder”


ELIAS já havia visto coisas espantosas: corvos lhe trouxe-
ram comida duas vezes por dia, enquanto vivia num escon-
derijo; dois recipientes supriram farinha e azeite sem nun-
ca esvaziar durante uma fome prolongada; até mesmo fogo
caiu do céu em resposta à sua oração. (1 Reis, capítulos 17,
18) Mas Elias nunca havia visto nada como o que se segue.
2Abrigado à entrada de uma caverna no monte Horebe,
ele presenciou uma série de eventos espetaculares. Primei-
ro, um vento. Deve ter causado um ruído ensurdecedor,
pois, de tão forte, ‘rompia montes e destroçava rochedos’.
Depois houve um terremoto, que liberou forças tremendas
confinadas na crosta terrestre. Em seguida, fogo. Enquanto
esse ardia, Elias deve ter sentido o sopro de seu calor escal-
dante. — 1 Reis 19:8-12.
3 Todos esses eventos de naturezas diversas, presenciados

por Elias, tiveram algo em comum — eram demonstrações


do grande poder de Jeová. Naturalmente, não é preciso ver
um milagre para discernir que Deus tem essa qualidade.
Ela é óbvia. A Bíblia diz que a criação é prova do “sempiter-
no poder e Divindade” de Jeová. (Romanos 1:20) Pense nos
clarões e estrondos de uma tempestade, na majestosa pre-
cipitação das águas de uma cachoeira, na estonteante vas-
tidão de um céu estrelado! Não vê nessas manifestações o
poder de Deus? No entanto, poucos no mundo atual real-
mente reconhecem o poder divino. Menos ainda encaram
de maneira apropriada esse poder. Entender essa qualida-
de divina, porém, nos dá muitos motivos para nos achegar
1, 2. Que coisas espantosas Elias já havia visto, mas que eventos es-
petaculares presenciou à entrada de uma caverna no monte Horebe?
3. Elias presenciou evidências de que qualidade divina e onde pode-
mos ver evidências dessa mesma qualidade?
38 ACHEGUE-SE A JEOVÁ

a Jeová. Nesta seção, vamos realizar um estudo detalhado


do poder inigualável de Jeová.
Qualidade essencial de Jeová
4Jeová é incomparável em poder. Jeremias 10:6 diz: “De
modo algum há alguém igual a ti, ó Jeová. Tu és grande
e teu nome é grande em potência.” Note que potência, ou
poder, está relacionada com o nome de Jeová. Lembre-se
de que esse nome evidentemente significa “Ele Causa que
Venha a Ser”. O que habilita Jeová a criar qualquer coi-
sa que ele queira e se tornar o que quer que ele deseje se
tornar? O poder. Sim, Jeová tem capacidade ilimitada para
agir, para cumprir a sua vontade. Esse poder é uma de suas
qualidades essenciais.
5Visto que jamais poderíamos entender a plenitude de
seu poder, Jeová usa ilustrações para nos ajudar. Como já
vimos, ele usa o touro como símbolo de poder. (Ezequiel
1:4-10) É uma escolha apropriada, pois mesmo o touro do-
mesticado é uma criatura grande e poderosa. O povo da
Palestina nos tempos bíblicos raramente, se é que algu-
ma vez, se confrontava com algum animal mais forte. Mas
eles conheciam, sim, um tipo de touro ainda mais temível
— o touro selvagem, ou auroque, hoje extinto. (Jó 39:9-12)
O imperador romano Júlio César disse certa vez que os
touros selvagens eram quase do tamanho de elefantes. “É
grande a força deles”, escreveu, “e é grande a sua velocida-
de”. Imagine como você se sentiria pequeno e fraco perto
de uma criatura dessas!
6Similarmente, o homem é bem pequeno e fraco em

4, 5. (a) Que relação existe entre o nome de Jeová e seu poder?


(b) Por que é apropriado que Jeová tenha escolhido o touro como sím-
bolo de seu poder?
6. Por que somente Jeová é chamado de “Todo-Poderoso”?

“Eis que Jeová estava passando”


´
40 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜ ´ ´
comparaçao com o Deus de poder, Jeova. Para este, ate
˜ ˜
mesmo naçoes poderosas sao como mera camada fina de
´ ´
po numa balança. (Isaıas 40:15) Diferentemente de qual-
´ ´ ´
quer criatura, o poder de Jeova e ilimitado, pois so ele
´ ˜
e chamado de “Todo-Poderoso”.1 (Revelaçao [Apocalipse]
´ ´
15:3) Jeova e “vigoroso em poder” e ‘abundante em ener-
ˆ ´ ´
gia dinamica’. (Isaıas 40:26) Ele e a fonte perene, inesgo-
´ ˜
tavel, de força e de poder. Ele nao depende de uma fonte
externa de energia, pois “a força pertence a Deus”. (Salmo
´ ´
62:11) De que maneiras, porem, Jeova usa seu poder?
´
Como Jeova usa seu poder
´ ´
´ Espırito santo emana de Jeova em quantidade ilimitada.
7
˜ ˆ ´
E o poder de Deus em açao. De fato, em Genesis 1:2 a Bıblia
´
refere-se ao espırito santo como “força ativa” de Deus. As
´
palavras hebraica e grega originais vertidas “espırito” po-
ˆ
dem, em outros contextos, ser traduzidas por “vento”, “fo-
´
lego” e “sopro”. Segundo os lexicografos, as palavras dos
´
idiomas originais transmitem a ideia de uma força invisı-
˜ ´ ´
vel em açao. Assim como o vento, o espırito de Deus e in-
´ ´ ˜ ´
visıvel para nos, mas seus efeitos sao reais e discernıveis.
8 O espırito santo de Deus e infinitamente versatil. Jeova´
´ ´ ´
´ ´
pode usa-lo´ para realizar qualquer proposito que tenha
´ ´
em mente. E apropriado, pois, que na Bıblia o espırito san-
˜
to seja simbolicamente chamado de “dedo”, “mao for-
te” ou “braço estendido” de Deus. (Lucas 11:20; Deutero-
ˆ
nomio 5:15; Salmo 8:3) Assim como o homem pode usar
˜
as maos para realizar uma grande variedade de tarefas que
exigem diferentes graus de força ou de destreza, Deus po-
1 A palavra grega traduzida por “Todo-Poderoso” literalmente signi-
fica “Governante de Todos; Aquele Que Tem Todo o Poder”.
´ ´ ´
7. O que e o espırito santo de Jeova, e que ideia transmitem as pala-
´
vras dos idiomas originais usadas na Bıblia?
˜ ´ ´ ´
8. Que expressoes simbolicas a Bıblia usa para referir-se ao espırito
˜
santo, e por que sao apropriadas?
´ ´
“JEOVA E . . . GRANDE EM PODER” 41
´
dia, e ainda pode, usar seu espırito para realizar qualquer
´ ´
coisa — como criar o infinitesimo atomo, partir o mar Ver-
˜ ´
melho ou capacitar os cristaos do primeiro seculo a falar
´
em lınguas.
9 Jeova´ tambem´ ´
usa o poder no exercıcio de sua autorida-
de como Soberano Universal. Consegue imaginar ter sob
˜ ˜ ´
seu comando milhoes e milhoes de suditos inteligentes
´
e capazes, ansiosos de cumprir as suas ordens? Jeova tem
tal poder de comando. Ele tem servos humanos, que as
´
Escrituras muitas vezes comparam a um exercito. (Salmo
´
68:11; 110:3) No entanto, o ser humano e uma criatura fra-
˜
ca, em comparaçao com um anjo. Ora, quando os solda-
´ ´
dos assırios atacaram o povo de Deus, um unico anjo ma-
´
tou 185 mil deles numa so noite! (2 Reis 19:35) Os anjos de
˜
Deus sao “poderosos em poder”. — Salmo 103:19, 20.
10 Quantos anjos existem? O profeta Daniel, numa vi-
˜ ´ ˜
sao que teve do ceu, observou bem mais de 100 milhoes
´
de criaturas espirituais perante o trono de Jeova. Mas nada
indica que ele tenha visto a totalidade dos anjos. (Daniel
˜
7:10) Portanto, talvez existam centenas de milhoes de an-
´ ´ ´
jos. De modo que Deus e chamado de Jeova dos exercitos.
´ ˜
Esse tıtulo indica sua posiçao poderosa de Comandante de
˜
uma vasta e organizada formaçao de anjos poderosos. Aci-
´
ma de todas essas criaturas espirituais ele colocou alguem
´ ˆ
como responsavel, seu Filho amado, “o primogenito de
˜
toda a criaçao”. (Colossenses 1:15) Como arcanjo — supe-
´
rior a todos os anjos, serafins e querubins —, Jesus e a cria-
´
tura mais poderosa de Jeova.
11 Mas Jeova´ usa o poder ainda de outras maneiras. He-
´ ´
breus 4:12 diz: “A palavra de Deus e viva e exerce poder.” Ja
´ ´
9. Ate que ponto vai o poder de comando de Jeova?
´ ´ ´
10. (a) Por que o Todo-Poderoso e chamado de Jeova dos exercitos?
´ ´
(b) Quem e a criatura mais poderosa de Jeova?
11, 12. (a) De que maneiras a palavra de Deus exerce poder?
´
(b) Como Jesus atestou a grandeza do poder de Jeova?
´
42 ACHEGUE-SE A JEOVA

observou o poder fenomenal da palavra de Deus, a mensa-


´ ´
gem inspirada pelo espırito, preservada na Bıblia? Ela pode
´
nos fortalecer, edificar a nossa fe e nos ajudar a fazer gran-
´
des mudanças pessoais. O apostolo Paulo alertou concren-
´
tes contra indivıduos que levavam uma vida crassamente
´ ´
imoral. Daı acrescentou: “No entanto, isso e o que fostes al-
´ ´
guns de vos.” (1 Corıntios 6:9-11) Sim, “a palavra de Deus”
havia exercido seu poder sobre eles e os ajudado a fazer
mudanças.
12 O poder de Jeova´ e´ tao ˜
imenso, e seus meios de usa-
´
˜ ˜
lo sao tao eficazes, que nada pode impedi-lo. Jesus disse:
˜ ´
“A Deus todas as coisas sao possıveis.” (Mateus 19:26) Com
´
que objetivos Jeova usa seu poder?
´
Poder guiado por um proposito
´
13 O espırito ´ ´ ´
de Jeova e muito superior a qualquer força fı-
´ ˜ ´
sica; e Jeov ´ a nao e uma força impessoal, uma mera fonte de ´
energia. E um Deus pessoal, no pleno controle de seu pro-
˜ ´
prio poder. O que, entao, o induz a usa-lo?
14 Como veremos, Deus usa seu poder para criar, destruir,

proteger e restaurar — em suma, para fazer tudo o que se


´ ´
enquadra nos seus propositos perfeitos. (Isaıas 46:10) Em
´
certos casos, Jeova usa o poder para revelar aspectos im-
˜
portantes de sua personalidade e de seus padroes. Acima de
tudo, ele o usa para cumprir Sua vontade — vindicar sua
soberania e santificar seu santo nome por meio do Reino
ˆ ´
messianico. Nada pode frustrar esse proposito.
´ ´
15 Jeova tambem usa seu poder para nos beneficiar pes-
ˆ
soalmente. Note o que diz 2 Cronicas 16:9: “Quanto a
´
Jeova, seus olhos percorrem toda a terra, para mostrar a sua
´ ˜ ´
13, 14. (a) Por que se pode dizer que Jeova nao e uma fonte impes-
´
soal de energia ou poder? (b) De que maneiras Jeova usa seu poder?
´ ´
15. Com que proposito relacionado com os seus servos Jeova usa o
seu poder, e como se viu isso no caso de Elias?
´ ´
“JEOVA E . . . GRANDE EM PODER” 43
˜ ´
força a favor daqueles cujo coraçao e pleno para com ele.”
´
O que aconteceu com Elias, conforme mencionado no inı-
´
cio, ilustra isso. Por que Jeova lhe fez aquelas demonstra-
˜
çoes assombrosas de poder divino? Bem, a perversa Rainha
Jezabel havia jurado matar Elias. O profeta estava fugindo
para salvar a vida. Ele se sentia sozinho, assustado e desani-
´
mado — como se todo o seu trabalho arduo tivesse sido em
˜ ´
vao. Para consolar esse homem aflito, Jeova lembrou-o vivi-
damente da grandeza do poder divino. O vento, o terremo-
to e o fogo indicavam que o Ser mais poderoso do Universo
apoiava Elias. Por que deveria ter medo de Jezabel, tendo o
apoio do Deus Todo-Poderoso? — 1 Reis 19:1-12.1
16 Embora atualmente nao ˜ ´
seja sua epoca de fazer mila-
´ ˜ ´
gres, Jeova nao mudou desde os dias de Elias. (1 Corıntios
´ ˜
13:8) Ele esta tao desejoso como sempre´ esteve de usar seu
poder em favor dos que o amam. E verdade que ele resi-
´ ˜ ´
de num elevado domınio espiritual, mas nao esta longe de
´ ´ ˆ ˜ ´
nos. Seu poder e ilimitado, de modo que a distancia nao e
´ ´ ´
nenhum obstaculo. Na verdade, “Jeova esta perto de todos
os que o invocam”. (Salmo 145:18) Certa vez, quando o pro-
´
feta Daniel orou a Jeova pedindo ajuda, um anjo lhe apare-
ceu antes mesmo de ele terminar de orar! (Daniel 9:20-23)
´
Nada pode impedir Jeova de ajudar e fortalecer aqueles a
quem ele ama. — Salmo 118:6.
´
O grande poder de Deus o torna inacessıvel?
´ ´
17 Sera que deverıamos temer a Deus por causa do seu
´ ´ ˜
1 A Bıblia diz que ‘Jeova nao estava no vento, no tremor ou no fogo’.
´ ´
Ao contrario dos adoradores de mıticos deuses da natureza, os servos
´ ˜ ´
de Jeova nao o procuram dentro das forças da natureza. Ele e grandio-
so demais para ficar confinado em algo que ele mesmo criou. — 1 Reis
8:27.
´
16. Quando meditamos no grande poder de Jeova, por que isso nos
consola?
´
17. Em que sentido o poder de Jeova nos inspira temor, mas que tipo
˜
de temor nao inspira?
´
44 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´ ´ ˜
poder? A unica resposta possıvel e sim e nao. Sim, no sen-
´
tido de que tal qualidade nos da amplos motivos para ter-
mos temor reverente, aquele profundo respeito que consi-
´
deramos brevemente no capıtulo anterior. Esse temor, diz
´ ´ ´
a Bıblia, e “o princıpio da sabedoria”. (Salmo 111:10) Mas
´ ˜
tambem respondemos nao, no sentido de que o poder de
˜ ´
Deus nao nos da motivo para ter pavor dele ou evitar nos
dirigir a ele.
18 “O poder tende a corromper; o poder absoluto corrom-
ˆ
pe absolutamente.” Assim escreveu o historiador ingles
˜ ´
Lorde Acton, em 1887. Essa declaraçao ja foi citada mui-
tas vezes, talvez porque tantas pessoas veem nela uma ver-
´
dade inegavel. Humanos imperfeitos costumam abusar do
´ ´
poder, como a Historia confirma vez apos vez. (Eclesias-
˜
tes 4:1; 8:9) Por isso, muitos nao confiam nos poderosos
´
e se afastam deles. Tendo em vista que o poder de Jeova
´ ´
e absoluto, sera que isso o corrompeu de alguma manei-
˜ ´ ´
ra? Certamente que nao! Como ja vimos, ele e santo, abso-
´ ´ ´
lutamente incorruptıvel. Jeova e diferente dos imperfeitos
homens e mulheres de poder neste mundo corrupto. Ele
´
nunca abusou de seu poder, e jamais o fara!
19 Lembre-se de que o poder nao ˜ ´ ´
e a unica qualidade de
´
Jeova. Ainda estudaremos sua justiça, sua sabedoria e seu
˜ ´
amor. Mas nao pense que as qualidades de Jeova se ma-
´ ˆ
nifestam de modo rıgido ou mecanico, como se ele exer-
´
cesse apenas uma delas por vez. Ao contrario, veremos nos
´ ´ ´
proximos capıtulos que Jeova sempre usa seu poder em har-
monia com a justiça, a sabedoria e o amor. Considere ain-
˜
18. (a) Por que muitos nao confiam em pessoas poderosas? (b) Que
´ ˜ ˆ
certeza temos de que o poder de Jeova nao pode corrompe-lo?
´
19, 20. (a) Jeova sempre usa seu poder em harmonia com que ou-
´ ˆ
tras qualidades, e por que isso e reanimador? (b) Como voce ilustra-
´
ria o autocontrole de Jeova, e por que isso o atrai?
´ ´
“JEOVA E . . . GRANDE EM PODER” 45

˜
Perguntas para Meditaçao
ˆ
2 Cronicas 16:7-13 De que modo o exemplo do Rei Asa mostra
˜ ´
a seriedade de nao confiar no poder de Jeova?
´
Salmo 89:6-18 O poder de Jeova tem que efeito sobre seus
adoradores?
´ ´
Isaıas 40:10-31 Como se descreve aqui o poder de Jeova?
´
Como e descrita a grandeza desse poder e como ele pode bene-
ficiar-nos pessoalmente?
˜ ´
Revelaçao 11:16-18 O que Jeova promete fazer mediante o seu
˜
poder no futuro? Por que isso anima os cristaos verdadeiros?

da outra qualidade de Deus, rara entre os governantes do


mundo — o autocontrole.
20 Imagine encontrar um homem tao ˜ ˜
alto e tao forte que
ˆ ´
voce se sinta intimidado por ele. Com o tempo, porem,
ˆ ´
voce percebe que ele parece ser gentil. Esta sempre dispos-
to e ansioso para usar seu poder para ajudar e proteger as
´
pessoas, em especial os indefesos e vulneraveis. Ele jamais
ˆ ˆ
abusa de sua força. Voce o ve ser caluniado sem justa causa
´ ´
e ainda assim o comportamento dele e firme, porem cal-
´
mo, digno, ate mesmo bondoso. Talvez fique imaginando
˜
se seria capaz de mostrar a mesma mansidao e` autocontro-
˜
le, em especial se fosse tao forte quanto ele! A medida que
˜
fosse conhecendo melhor esse homem, nao teria vonta-
de de se achegar mais a ele? Temos muitos outros motivos
´
para nos achegar ao todo-poderoso Jeova. Note a senten-
´ ´ ´ ´
ça inteira em que se baseia o tıtulo deste capıtulo: “Jeova e
´
vagaroso em irar-se e grande em poder.” (Naum 1:3) Jeova
˜
nao se apressa em usar seu poder contra as pessoas, nem
´
mesmo contra os perversos. Ele e brando e bondoso. Mos-
trou ser “vagaroso em irar-se” diante de muitas provoca-
˜
çoes. — Salmo 78:37-41.
´
46 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ˆ
21 Considere o autocontrole de Jeova de outro angulo. Se
ˆ `
voce tivesse poder ilimitado, acha que se sentiria, as vezes,
tentado a obrigar as pessoas a fazer as coisas do seu jeito?
´ ˜
Jeova, com todo o seu poder, nao compele as pessoas a ser-
´
vi-lo. Embora servir a Deus seja o unico caminho para a
˜
vida eterna, ele nao nos obriga a prestar-lhe tal serviço. Em
vez disso, bondosamente dignifica cada pessoa com a liber-
ˆ
dade de escolha. Ele alerta contra as consequencias das es-
colhas erradas e fala das recompensas das escolhas certas.
´ ´ ˆ
Mas nos e que temos de escolher. (Deuteronomio 30:19,
´ ˜
20) Jeova simplesmente nao tem interesse em que seus ser-
˜ ´
vos o obedeçam por obrigaçao, ou por temor morbido de
seu assombroso poder. Ele procura os que se oferecem vo-
´
luntariamente para servi-lo, por amor. — 2 Corıntios 9:7.
22 Vejamos mais um motivo pelo qual nao ˜
precisamos ter
pavor do Deus Todo-Poderoso. Humanos poderosos, em ge-
´
ral, temem partilhar o poder. Jeova, no entanto, se agrada
em dar poder a seus adoradores leais. Ele delega grande au-
toridade a outros, como a seu Filho, por exemplo. (Mateus
´ ´ ´
28:18) Jeova tambem da poder a seus servos de outra ma-
´ ´ ´ ˜
neira. A Bıblia explica: “Tuas, o Jeova, sao a grandeza, e a po-
ˆ ˆ ´
tencia, e a beleza, e a excelencia, e a dignidade; pois teu e
´ ˜ ´ ˆ
tudo nos ceus e na terra. . . . Na tua mao ha poder e poten-
˜ ´
cia, e na tua mao ha a capacidade para engrandecer e para
ˆ
dar força a todos.” — 1 Cronicas 29:11, 12.
23 Sim, Jeova tera prazer em lhe dar força. Ele ate´ mesmo
´ ´
´
confere “poder alem do normal” aos que desejam servi-lo.
´ ˜ ´ ˆ
(2 Corıntios 4:7) Nao se sente atraıdo a esse Deus dinami-
˜
co, que usa seu poder de modo tao bondoso e correto? No
´ ´ ´
proximo capıtulo, focalizaremos como Jeova usa seu poder
para criar.
´ ˜
21. Por que Jeova nao obriga as pessoas a fazer a Sua vontade, e o que
isso nos ensina a respeito dele?
˜ ´ ´
22, 23. (a) Que indicaçoes ha de que Jeova se agrada em dar poder
´ ´
a outros? (b) O que consideraremos no proximo capıtulo?
´
C A P I T U L O 5

Poder criativo — “Aquele que


´
fez o ceu e a terra”
´
JA FICOU alguma vez perto do fogo numa noite fria? Talvez
˜ ˆ
tenha mantido as maos na distancia certa das chamas, para
´ ˆ
sentir seu calor agradavel. Se voce momentaneamente che-
´
gou perto demais, o calor ficou insuportavel. E, caso tenha
se afastado demais, o ar gelado da noite o fez sentir frio.
2 Existe um “fogo” que esquenta o nosso corpo durante o
´ ˆ ˜ ˆ
dia. Esta a uma distancia de uns 150 milhoes de quilome-
ˆ ˜
tros.1 Para que sintamos o calor do Sol de uma distancia tao
grande, que tremenda energia ele precisa ter! Mas a Terra
ˆ
orbita essa assombrosa fornalha termonuclear na distancia
´
exata. Perto demais, as aguas da Terra evaporariam; longe de-
mais, congelariam. Ambos os extremos eliminariam a vida
´
no nosso planeta. Essencial para a vida na Terra, a luz solar e
´ ´ ´
tambem limpa e eficiente, alem de agradavel. — Eclesiastes
11:7.
3 No entanto, a maioria das pessoas encara o Sol como algo

corriqueiro, embora dependam dele para viver. Com isso,


˜ ´
deixam de aprender uma liçao importante. A Bıblia diz a res-
´
peito de Jeova: ‘Preparaste o luzeiro, o Sol.’ (Salmo 74:16)
´ ´
Sim, o Sol honra a Jeova, “Aquele que fez o ceu e a terra”.
´ ´
(Salmo 19:1; 146:6) Ele e apenas um dos incontaveis corpos
celestes que nos conscientizam do tremendo poder criativo
´
de Jeova. Vamos examinar alguns desses e depois voltaremos
˜
nossa atençao para a Terra e sua grande variedade de vida.
´
1 Para ter uma ideia da enormidade desse numero, imagine: cobrir
ˆ ˆ
essa distancia de carro — a 160 quilometros por hora, 24 horas por
dia — levaria mais de cem anos!
´
1, 2. De que modo o Sol demonstra o poder criativo de Jeova?
3. O Sol confirma que verdade importante?
´
48 ACHEGUE-SE A JEOVA

´
‘Jeova preparou o luzeiro,
sim, o Sol’

“Levantai ao alto
os vossos olhos e vede”
´ ´
4 Como sem duvida sabe, o Sol e uma estrela. Ele parece ser
´
maior do que as estrelas noturnas, pois esta bem mais perto
´ ´ ´
de nos. Qual e a sua capacidade? No nucleo, sua temperatu-
´ ˜ ˆ
ra e de uns 15 milhoes de graus Celsius. Se voce pudesse apa-
´
nhar do nucleo do Sol um pedacinho do tamanho de uma
ˆ ´
cabeça de alfinete e traze-lo aqui para a Terra, ninguem es-
ˆ
taria seguro a menos de 140 quilometros distante dessa mi-
´
nuscula fonte de calor! A cada segundo, o Sol emite ener-
` ˜ ˜
gia equivalente a explosao de muitas centenas de milhoes
de bombas nucleares.
5 O Sol e´ tao
˜
grande que, dentro dele, caberiam mais de
˜ ´ ´
1 milhao e 300 mil Terras. Mas sera que ele e uma estrela
˜ ˆ
excepcionalmente grande? Nao, os astronomos chamam-na
´
4, 5. Qual e a capacidade e o tamanho do Sol, mas como se compa-
ra isso com outras estrelas?
´
PODER CRIATIVO — “AQUELE QUE FEZ O CEU E A TERRA” 49
˜ ´
de ana amarela. O apostolo Paulo escreveu que “estrela di-
´ ´
fere de estrela em gloria”. (1 Corıntios 15:41) Ele nem tinha
˜
noçao de como essas palavras inspiradas eram verdadeiras.
˜
Existe uma estrela tao grande que, se fosse colocada no lu-
gar do Sol, a Terra ficaria dentro dela. Se fosse feita a mesma
coisa com outra estrela gigante, essa ocuparia todo o espaço
´ ˜
ate Saturno — embora esse planeta esteja tao distante da Ter-
´
ra que uma espaçonave, viajando 40 vezes mais rapido do
´
que uma bala de fuzil, levou quatro anos para chegar la!
6 Ainda mais assombroso do que o tamanho das estrelas
´ ´
e a sua quantidade. De fato, a Bıblia sugere que as estrelas
˜ ´ ˜ ´
sao praticamente inumeraveis, tao difıceis de contar como
´ ´ ´
6. Como a Bıblia mostra que o numero de estrelas e vasto do ponto
de vista humano?

‘Ele chama a todas elas


por nome’
´
50 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
a “areia do mar”. (Jeremias 33:22) Isso subentende que ha
muito mais estrelas do que se pode ver a olho nu. Afinal, se
´
um escritor bıblico, como Jeremias, erguesse os olhos e ten-
`
tasse contar as estrelas a noite, teria contado apenas umas
ˆ
tres mil — o total que se pode detectar a olho nu numa noite
´ ´ ´ ˜
estrelada. Isso e comparavel ao numero de graos num mero
´ ´
punhado de areia. Na realidade, porem, o numero de estre-
´ ´ ˜
las e inimaginavel, como o de graos de areia do mar.1 Quem
´
seria capaz de conta-lo?
7 Isaıas ´
40:26 responde: “Levantai ao alto os vossos olhos
e vede. Quem criou estas coisas? Foi Aquele que faz sair
´ ´ ´
o exercito delas ate mesmo por numero, chamando a to-
´
das elas por nome.” O Salmo 147:4 diz: ‘Ele conta o nu-
´ ´ ˜ ´
mero das estrelas.’ Qual e “o numero das estrelas”? Nao e
´ ˆ
uma pergunta facil de ser respondida. Os astronomos cal-
´ ˜ ´ ´
culam que ha mais de 100 bilhoes delas so na nossa gala-
´ ´ ´
xia, a Via Lactea.2 Mas a nossa galaxia e apenas uma dentre
muitas outras, muitas das quais fervilham com mais estre-
´ ˆ
las ainda. Quantas galaxias existem? Alguns astronomos es-
˜
timam em 50 bilhoes. Outros calculam que possam existir
´ ˜ ˜
ate 125 bilhoes. De modo que o homem nao consegue de-
´ ´
terminar nem mesmo o numero de galaxias e muito menos
˜ ˆ
o total exato dos bilhoes de estrelas que elas contem. Mas
´
1 Alguns acham que os antigos, nos tempos bıblicos, devem ter usa-
´ ˜
do algum tipo de telescopio primitivo. Senao, ponderam, como as pes-
´ ´ ˜
soas daquele tempo poderiam saber que o numero de estrelas e tao
´ ˜
vasto e incontavel do ponto de vista humano? Essa especulaçao infun-
˜ ´ ´ ´
dada nao leva em conta Jeova, o Autor da Bıblia. — 2 Timoteo 3:16.
ˆ ˜
2 Sabe quanto tempo voce levaria apenas para contar 100 bilhoes de
estrelas? Se pudesse contar uma por segundo — 24 horas por dia —,
levaria 3.171 anos!
´ ´
7. (a) Mais ou menos quantas estrelas existem na galaxia Via Lactea
˜ ´ ´ ´
e, em comparaçao com o total, sera que esse e um numero muito gran-
´ ˆ ´
de? (b) Por que e significativo que os astronomos achem difıcil con-
´
tar as galaxias, e o que isso nos diz a respeito do poder criativo de
´
Jeova?
´
PODER CRIATIVO — “AQUELE QUE FEZ O CEU E A TERRA” 51
´ ˜ ´ ´
Jeova sabe quantas sao. Alem disso, ele da um nome a cada
estrela!
8 A nossa reverencia ˆ ´
so pode aumentar quando pensamos
´ ˜
no tamanho das galaxias. Calcula-se que a extensao da Via
´
Lactea seja de uns 100 mil anos-luz. Imagine um raio de luz
` ˆ
viajando a tremenda velocidade de 300 mil quilometros por
segundo. Esse raio levaria 100 mil anos para cruzar a nossa
´ ´ ´ ´
galaxia! E ha galaxias muito maiores do que a nossa. A Bıblia
´ ´
diz que Jeova ‘estende’ esses vastos ceus como se fossem um
´
simples tecido. (Salmo 104:2) Ele tambem controla os mo-
˜ ´
vimentos dessas criaçoes. Desde a menor partıcula de poeira
´ ´
interestelar ate a mais poderosa galaxia, tudo se move segun-
´ ´
do leis fısicas formuladas e aplicadas por Deus. (Jo 38:31-
33) Assim, alguns cientistas comparam os movimentos pre-
` ´
cisos dos corpos celestes a coreografia de um complexo bale.
˜ ˜
Pense, entao, Naquele que criou essas coisas. Nao sente pro-
ˆ
funda reverencia pelo Deus de tamanho poder criativo?
“Quem fez a terra pelo seu poder”
´ ´
9 O poder criativo de Jeova e evidente em nosso lar, a Ter-
˜
ra. Ele a situou com muita precisao dentro do vasto Univer-
´
so. Alguns cientistas acreditam que muitas galaxias sejam
´ ´
inospitas para um planeta em que ha vida, como o nosso.
´ ˜
A maior parte da Via Lactea evidentemente nao foi projeta-
´ ´
da para sustentar vida. O centro galactico esta coalhado de
˜ ´ ˜ ˜
estrelas. A radiaçao e alta e quase colisoes entre estrelas sao
´ ˜
comuns. Nas extremidades da galaxia nao existem muitos
`
dos elementos essenciais a vida. O nosso sistema solar se lo-
caliza no ponto ideal, entre esses extremos.
´ ´
8. (a) Como se pode ter uma ideia do tamanho da galaxia Via Lac-
´
tea? (b) Por que meios Jeova controla os movimentos dos corpos
celestes?
´ ´
9, 10. De que maneiras e evidente o poder de Jeova no posiciona-
´
mento do sistema solar, de Jupiter, da Terra e da Lua?
´
52 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
10 A Terra se beneficia de um remoto, porem gigante, pro-
´
tetor — o planeta Jupiter. Mais de mil vezes maior do que
´ ˆ
a Terra, Jupiter exerce uma tremenda influencia gravitacio-
nal. O resultado? Ele absorve ou desvia objetos que cruzam
˜ ´
o espaço. Os cientistas calculam que, se nao fosse Jupiter, a
´
chuva de projeteis maciços que atingem a Terra seria 10 mil
´ ´
vezes maior do que e no presente. Mais perto, a Terra e aben-
´
çoada com um satelite incomum — a Lua. Mais do que um
´
ornamento e fonte de “luz noturna”, a Lua mantem a Terra
˜ ˜
numa inclinaçao constante e firme. Essa inclinaçao produz
˜ ´ ´
aqui estaçoes previsıveis e estaveis — outro fator importante
que favorece a vida.
11 O poder criativo de Jeova´ e´ evidente em todas as face-

tas do projeto da Terra. Veja a atmosfera, que serve como


´
um grande escudo. O Sol emite tanto raios beneficos
´
como mortıferos. Ao atingirem a parte superior da atmosfe-
ˆ ˆ
ra, os raios letais transformam o oxigenio comum em ozo-
ˆ
nio. A resultante camada de ozonio, por sua vez, absorve a
´
maioria desses raios. Assim, nosso planeta tem seu proprio
“guarda-chuva” protetor.
12 Esse e´ apenas um dos aspectos da atmosfera, uma com-

plexa mistura de gases, ideal para sustentar a vida das cria-


´
turas na superfıcie da Terra ou perto dela. Outra maravilha
´ ´
da atmosfera e o ciclo da agua. Todo ano, o sol faz mais de
ˆ ´ ´
400 mil quilometros cubicos de agua evaporar dos oceanos
´
e mares da Terra. Essas aguas formam nuvens, que os ventos
´
atmosfericos espalham por toda a parte. Depois, filtradas e
purificadas, elas caem como chuva, ´ neve ou gelo, reabaste-
´
cendo os suprimentos de agua. E exatamente como diz Ecle-
siastes 1:7: “Todas as torrentes hibernais correm para o mar,
11. Como a atmosfera da Terra foi projetada para servir de escudo pro-
tetor?
´ ´
12. Como o ciclo de agua atmosferico ilustra o poder criativo de
´
Jeova?
´
PODER CRIATIVO — “AQUELE QUE FEZ O CEU E A TERRA” 53
´ ˜ ´
contudo, o proprio mar nao esta cheio. Ao lugar de onde
´
correm as torrentes hibernais, para la elas voltam a fim de
´
sair correndo.” Somente Jeova poderia ter acionado tal ciclo.
13 Onde existe vida, ha´ evidencia ˆ
do poder do Criador. Des-
de as majestosas sequoias-sempre-verdes (mais altas do que
´ ´ ´
um predio de 30 andares) ate as plantas microscopicas que
ˆ
pululam nos oceanos e suprem grande parte do oxigenio
´ ´ ´
que respiramos, o poder criativo de Jeova e evidente. O pro-
prio solo fervilha de coisas vivas — minhocas, fungos e mi-
´
crobios, todos interagindo de maneiras complexas que aju-
´
dam no crescimento das plantas. Apropriadamente, a Bıblia
ˆ
fala do solo como tendo “poder”. — Genesis 4:12.
´
14 Sem duvida, ´ ´
e Jeova “Quem fez a terra pelo seu poder”.
´ ´
(Jeremias 10:12) O poder de Deus e evidente ate mesmo nas
˜ ˜ ´
menores criaçoes. Por exemplo, um milhao de atomos colo-
˜
cados lado a lado nao atingiriam a espessura de um fio de
´
cabelo humano. E, mesmo se um atomo fosse aumentado
´ ´ ´
ate a altura de um predio de 14 andares, seu nucleo seria do
˜ ´
tamanho de um mero grao de sal no setimo andar. No en-
´ ´ ´
tanto, esse infinitesimo nucleo e a fonte da espantosa ener-
˜
gia liberada numa explosao nuclear!
“Toda coisa que respira”
´ ´ ´
15 Outra prova vıvida do poder criativo de Jeova e a abun-
ˆ
dancia de vida animal na Terra. Entre as muitas coisas que
´ ´
louvam a Jeova, alistadas no Salmo 148, o versıculo 10 in-
´
clui “feras e todos os animais domesticos”. Para mostrar por
ˆ ´
que o homem deve ter reverencia pelo Criador, Jeova falou
´ ˜
certa vez a Jo a respeito de animais como o leao, a zebra,
ˆ ˜
13. Que evidencias do poder do Criador vemos na vegetaçao e no
solo da Terra?
´ ´ ´
14. Que poder latente existe ate mesmo no minusculo atomo?
´ ˜ ´
15. Ao referir-se a varios animais selvagens, que liçao Jeova ensinou
´
a Jo?
´
54 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ˜
o touro selvagem, o beemote (ou hipopotamo) e o leviata
˜
(pelo visto, o crocodilo). Qual era o ponto em questao? Se
´
o homem se admira dessas criaturas fortes, temıveis e indo-
´ ˜
maveis, como deveria se sentir com relaçao ao Criador de-
´ ´
las? — Jo, capıtulos 38-41.
16 O Salmo 148:10 menciona tambem ´
“aves aladas”. Pen-
´ ´
se na enorme variedade! Jeova falou a Jo da avestruz, que
´
“ri do cavalo e do seu cavaleiro”. (Jo 39:13, 18) De fato, essa
˜
ave de 2,5 metros de altura talvez nao saiba voar, mas pode
ˆ ´
correr a 65 quilometros por hora, com passadas de ate uns
´ ´
4 metros! ( Jo 39:13, 18) O albatroz, por sua vez, e um pla-
nador nato que passa a maior parte da vida no ar, sobre os
oceanos. Essa ave tem uns 3 metros de envergadura e pode
planar por horas a fio sem bater as asas. Em contraste, o bei-
´
ja-flor-abelha, de apenas uns 5 centımetros de comprimen-
´
to, e a menor ave do mundo. Ele pode bater as asas 80 ve-
zes por segundo! Beija-flores, reluzentes como pequeninas
´ ´
gemas aladas, podem pairar no ar como helicopteros e ate
´
voar de marcha a re.
17 O Salmo 148:7 diz que ate´ mesmo os “monstros mari-
´ ´
nhos” louvam a Jeova. Considere o que em geral e consi-
´
derado o maior animal que ja viveu neste planeta, a ba-
leia-azul. Esse “monstro” marinho pode chegar a mais de
30 metros de comprimento. Pode igualar-se ao peso de uma
´ ´
manada de 30 elefantes adultos. So a sua lıngua tem o peso
˜ ´
de um elefante. O coraçao e do tamanho de um carro popu-
´ ˜
lar. Esse enorme orgao bate apenas 9 vezes por minuto — em
˜
contraste com o coraçao do beija-flor, que pode bater umas
´
1.200 vezes por minuto. Pelo menos um dos vasos sanguı-
´ ˜
neos da baleia-azul e tao grande que uma criança poderia
˜
se arrastar por dentro dele. Com certeza, nosso coraçao nos
´
16. O que o impressiona a respeito de algumas aves criadas por Jeova?
´ ˜
17. Qual e o tamanho da baleia-azul? A que conclusao natural deve-
´
mos chegar ao meditar nos animais que Jeova criou?
´
PODER CRIATIVO — “AQUELE QUE FEZ O CEU E A TERRA” 55

˜
Perguntas para Meditaçao
˜ ´
Salmo 8:3-9 Como as criaçoes de Jeova podem ensinar-nos a ser
humildes?
´
Salmo 19:1-6 O que o poder criativo de Jeova pode incitar-nos a
ˆ
fazer? Por que?
´
Mateus 6:25-34 Como meditar no poder criativo de Jeova pode aju-
dar-nos a combater a ansiedade e a estabelecer prioridades corretas
na vida?
´
Atos 17:22-31 De que modo o uso do poder criativo de Jeova nos
´ ˜ ´ ´
ensina que a idolatria e errada e que Deus nao esta longe de nos?

˜
induz a repetir a exortaçao final do livro dos Salmos: “Toda
coisa que respira — louve ela a Jah.” — Salmo 150:6.
´
Aprendamos do poder criativo de Jeova
´
18 O que nos ensina o uso do poder criativo de Jeova?
˜
A diversidade da criaçao nos assombra. Certo salmista ex-
˜ ´ ´
clamou: “Quantos sao os teus trabalhos, o Jeova! . .´ . A ter-
´ ˜
ra esta cheia das tuas produçoes.” (Salmo 104:24) E verda-
´ ´ ˜
de! Os biologos ja identificaram bem mais de um milhao
´ ˜
de especies de coisas vivas na Terra; mas as opinioes variam
´ ˜ ˜
quanto a se o total e de 10 milhoes, 30 milhoes, ou mais. Um
`
artista humano pode achar que as vezes esgota a sua criati-
´
vidade. Em contraste, a criatividade de Jeova — seu poder de
´
inventar e criar coisas diversificadas — e obviamente inesgo-
´
tavel.
19 O uso que Jeova´ faz de seu poder criativo nos ensina
´
algo a respeito de Sua soberania. A propria palavra “Criador”
´
distingue Jeova de qualquer outra coisa no Universo, onde
´ ˜ ´ ˆ
tudo o que existe e “criaçao”. Ate mesmo o Filho unigeni-
´
to de Jeova, que serviu como “mestre de obras” durante a
´
18, 19. Ate que ponto chega a diversidade das coisas vivas feitas por
´ ˜
Jeova na Terra, e o que a criaçao nos ensina a respeito de Sua sobera-
nia?
´
56 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜ ´
criaçao, jamais e chamado de Criador, ou de Cocriador,
´ ´ ´
na Bıblia. (Proverbios 8:30; Mateus 19:4) Em vez disso, ele e
ˆ ˜
“o primogenito de toda a criaçao”. (Colossenses 1:15) A po-
˜ ´ ´
siçao de Jeova como Criador da a ele o direito inerente de
exercer exclusivo poder soberano sobre todo o Universo.
˜
— Romanos 1:20; Revelaçao (Apocalipse) 4:11.
20 Sera´ que Jeova´ parou de usar seu poder criativo? Bem,
´ ´ ´
a Bıblia diz que Jeova “passou a repousar no setimo dia de
toda a sua obra que fizera” nos anteriores seis dias criati-
ˆ ´ ˜
vos. (Genesis 2:2) O apostolo Paulo indicou que a duraçao
´ ´
desse setimo “dia” e de milhares de anos, pois ainda estava
´
em curso nos seus dias. (Hebreus 4:3-6) Mas sera que “re-
´
pousar” significa que Jeova parou totalmente de trabalhar?
˜ ´ ˜
Nao, Jeova nunca para de trabalhar. (Salmo 92:4; Joao 5:17)
Portanto, seu repouso deve simplesmente significar que ele
˜ `
encerrou suas obras criativas materiais com relaçao a Terra.
´ ´ ˆ
As obras para cumprir os seus propositos, porem, tem con-
˜ ˜
tinuado sem interrupçao. Essas obras incluem a inspiraçao
´ ˜
das Escrituras Sagradas e ate mesmo “uma nova criaçao”, as-
´ ´ ´
sunto que sera abordado no Capıtulo 19. — 2 Corıntios 5:17.
21 Quando o dia de repouso de Jeova´ chegar ao fim, ele po-
´ ˜
dera classificar de “muito bom” tudo o que fez com relaçao
`
a Terra, assim como fez no fim de cada um dos seis dias cria-
ˆ
tivos. (Genesis 1:31) Como ele vai decidir usar o seu ilimita-
do poder criativo depois disso, resta ver. Seja como for, po-
demos ter certeza de que o uso do poder criativo de Deus
´
continuara a nos fascinar. Por toda a eternidade, aprendere-
´
mos mais coisas a respeito de Jeova por meio de suas cria-
˜
çoes. (Eclesiastes 3:11) Quanto mais aprendermos sobre ele,
´ ˆ
mais profunda sera a nossa reverencia — e mais nos achega-
remos ao nosso Grandioso Criador.
´ ˜
20. Em que sentido Jeova repousou depois de terminar sua criaçao
terrestre?
´ ´ ´
21. Como o poder criativo de Jeova afetara os humanos fieis por toda
a eternidade?
´
C A P I T U L O 6

˜ ´
Poder de destruiçao — “Jeova
´
e pessoa varonil de guerra”
OS ISRAELITAS estavam encurralados — espremidos entre
´ ´
rochedos ıngremes de um lado e um mar intransponıvel
´ ´ ´
de outro. O exercito egıpcio, uma cruel maquina de ma-
´
tança, os perseguia a todo o vapor, decidido a aniquila-los.1
´ ˜
Apesar disso, Moises exortou o povo de Deus a nao perder a
´ ´ ´ ´
esperan
ˆ ça. “O proprio Jeova lutara por vos”, garantiu-lhes.
— Exodo 14:14.
2 Mesmo assim, Moises ´ ´
pelo visto invocou a Jeova, que
lhe respondeu: ‘Por que persistes em clamar a mim? Er-
˜ ˜
gueˆ teu bastao e estende tua mao sobre o mar e parte-o.’´
(Exodo 14:15, 16) Imagine o desenrolar dos eventos. Jeova
imediatamente deu ordens ao seu anjo e, assim, a coluna
de nuvem passou para a retaguarda de Israel, talvez se es-
tendendo como ˆ uma parede e bloqueando a linha´ de ata-
´
que egıpcia. (Exodo 14:19, 20; Salmo 105:39) Moises esten-
˜
deu a mao. Impelido por um vento forte, o mar se abriu. As
´ ´
aguas de alguma maneira ficaram estaticas e se ergueram
como muralhas, abrindo uma ˆ passagem suficientemente
˜
larga para a naçao inteira! — Exodo 14:21; 15:8.
3 Diante dessa prova de poder, Farao´ deveria ter ordena-

do o recuo de suas tropas. Mas ˆ ele era orgulhoso demais


´
para isso e mandou atacar. (Exodo 14:23) Os egıpcios lan-
´
çaram-se ao leito do mar atras dos israelitas, mas a caçada
1 Segundo o historiador judeu Josefo, os hebreus foram perseguidos
por “seiscentos carros de guerra, cinquenta mil cavaleiros e duzentos
mil homens de infantaria bem armados”. — Antiguidades Judaicas,
Volume 1, p. 244.
´
1-3. (a) Que ameaça dos egıpcios os israelitas enfrentaram? (b) Como
´
Jeova lutou pelo seu povo?
˜ ´ ´
PODER DE DESTRUIÇAO — “JEOVA E PESSOA VARONIL DE GUERRA” 59

logo virou um caos, porque as rodas dos carros de guerra


começaram a se desprender. Quando os israelitas estavam
´ ´
seguros na outra margem, Jeova ordenou a Moises: “Esten-
˜ ´
de tua mao sobre o mar, para que as aguas voltem sobre os
´
egıpcios, sobre seus carros de guerra e seus cavalarianos.”
´ ´
As muralhas
ˆ de agua desabaram, afogando Farao e suas for-
ças. — Exodo 14:24-28; Salmo 136:15.
4 A salvaçao ˜
do povo de Israel no mar Vermelho foi um
´
evento momentoso na historia dos tratos de Deus com a
˜ ´
humanidade. Naquela ˆ ocasiao, Jeova mostrou ser “pessoa
varonil de guerra”. (Exodo 15:3) Mas como reage ao saber
´ ` ´
que Jeova as vezes e descrito dessa maneira? Na verdade, as
ˆ
guerras tem causado muitas dores e sofrimento para a hu-
˜ ˜
manidade. Acha, entao, que o poder de destruiçao de Deus
´
parece mais um obstaculo do que um incentivo para se
achegar a ele?
Guerras divinas versus conflitos humanos
5 Quase trezentas vezes nas Escrituras Hebraicas, e duas
˜ ´
vezes nas Escrituras Gregas Cristas, Deus e chamado de
´ ´
“Jeova dos exercitos”. (1 Samuel 1:11) Como Governante
´ ´
Soberano, Jeova comanda um vasto exercito de forças an-
´ ´
gelicas. ( Josue 5:13-15; 1 Reis 22:19) O potencial de destrui-
˜ ´ ´ ´
çao desse exercito e assombroso. (Isaıas 37:36) A ideia de
˜ ´ ´
destruir seres humanos nao e agradavel. Mas cabe lembrar
˜
que as guerras divinas sao diferentes dos mesquinhos con-
´ ´
flitos humanos. Lıderes militares e polıticos talvez tentem
´
4. (a) O que Jeova mostrou ser no mar Vermelho? (b) Como alguns
´ ´
talvez reajam ao saber que Jeova e descrito dessa maneira?
´ ´
5, 6. (a) Por que Deus e chamado apropriadamente de “Jeova dos
´
exercitos”? (b) Em que diferem as guerras divinas das guerras huma-
nas?
´
No mar Vermelho, Jeova mostrou ser
“pessoa varonil de guerra”
´
60 ACHEGUE-SE A JEOVA
` ˜
atribuir motivos nobres a sua agressao. Mas as guerras hu-
˜ ˆ ´
manas sao sempre marcadas pela ganancia e pelo egoısmo.
6 Em contraste com isso, Jeova´ nao ˜
se guia pela emoçao
˜
ˆ ´
cega. Deuteronomio 32:4 diz: “A Rocha, perfeita e a sua
˜ ˜
atuaçao, pois todos os seus caminhos sao justiça. Deus de
´
fidelidade e sem injustiça; justo e reto e ele.” A Palavra de
´ ˆ
Deus condena a furia, a crueldade e a violencia desenfrea-
ˆ ´
das. (Genesis 49:7; Salmo 11:5) Portanto, Jeova jamais age
˜ ´
sem motivos. Seu poder de destrui ´ çao e usado com mo-
˜ ´
deraçao e como ultimo recurso. E como ele declarou por
meio de seu profeta Ezequiel: “ ‘Acaso me agrado de algum
´ ´ ˜
modo na morte do inıquo’, e a pronunciaçao do Soberano
´ ˜
Senhor Jeova, ‘e nao em que ele recue dos seus caminhos
e realmente continue a viver?’ ” — Ezequiel 18:23.
7 Por que, entao, ˜ ´ ˜
Jeova usa o poder de destruiçao? An-
´ ´
tes de responder, convem lembrar-nos de Jo, um homem
´ ´
justo. Satanas duvidava de que Jo — na realidade de que
´
qualquer ser humano — se manteria ıntegro sob prova-
˜ ´ ´
çao. Jeova aceitou o desafio, permitindo que Satanas testas-
´ ´
se a integridade de Jo. Em resultado disso, Jo sofreu doen-
´
ças, perda dos bens e dos filhos. ( Jo 1:1–2:8) Sem saber das
˜ ´
questoes envolvidas, Jo concluiu erroneamente que seu so-
˜
frimento era uma puniçao injusta da parte de Deus. Ele
perguntou a Deus por que fizera dele um “alvo”, um “ini-
´
migo”. — Jo 7:20; 13:24.
8 Um jovem chamado Eliu´ expos ˆ
a falha do raciocınio
´
´ ´
de Jo, dizendo: “Disseste: ‘Minha justiça e maior do que
´ ´
a de Deus.’ ” ( Jo 35:2) Sim, e insensato pensar que sabe-
mos mais do que Deus, ou supor que ele tenha agido com
´
injustiça. “Longe esta do verdadeiro Deus agir ele iniqua-
´
mente, e do Todo-Poderoso agir injustamente”, disse Eliu.
´
7, 8. (a) O que Jo concluiu erroneamente a respeito de seus sofri-
´ ´ ´
mentos? (b) Como Eliu corrigiu o raciocınio de Jo nesse respeito?
˜ ´
(c) Que liçao podemos aprender daquilo que Jo passou?
˜ ´ ´
PODER DE DESTRUIÇAO — “JEOVA E PESSOA VARONIL DE GUERRA” 61
˜
Mais adiante, acrescentou: “Quanto ao Todo-Poderoso, nao
´ ˜ ´
o descobrimos; ele e sublime em poder, e nao depreciara
˜ ˆ ´
[a retidao] e a abundancia da justiça.” ( Jo 34:10; 36:22, 23;
37:23) Podemos ter certeza de que Deus, quando luta, tem
ˆ
bons motivos para faze-lo. Com isso em mente, analisemos
˜ `
algumas das razoes de o Deus de paz as vezes vestir o man-
´
to de guerreiro. — 1 Corıntios 14:33.
´
Por que o Deus de paz e impelido a lutar
9 Depois de louvar a Deus como “pessoa varonil de guer-
´ ´
ra”, Moises declarou: “Quem entre os deuses e semelhan-
´ ´ ´
te a ti, o Jeova? Quem e semelhante ˆ a ti, mostrando-se
poderoso em santidade?” (Exodo ´ 15:11) O profeta Haba-
´
cuque tambem escreveu: “Es de olhos puros demais para
´ ˜
ver o que e mau; e nao podes olhar para a desgraça.” (Ha-
´
bacuque 1:13) Embora Jeova seja um Deus de amor, ele
´ ´ ˜
e` tambem um Deus de santidade, de retidao e de justiça.
As vezes, tais qualidades o impelem a usar o seu poder de
˜ ´ ˜
destruiçao. (Isaıas 59:15-19; Lucas 18:7) Portanto, Deus nao
macula a sua santidade ˆ quando luta. Na verdade, ele luta
´
porque e santo. — Exodo 39:30.
10 Considere a situaçao ˜
que surgiu depois que o primei-
˜ ˆ
ro casal humano, Adao e Eva, se rebelou contra Deus. (Ge-
´
nesis 3:1-6) Se tivesse tolerado a iniquidade deles, Jeova te-
˜
ria minado sua posiçao como Soberano Universal. Como
´ `
Deus justo, foi obrigado a condena-los a morte. (Romanos
´
6:23) Na primeira profecia bıblica, ele predisse inimizade
´
entre seus servos e os seguidores da “serpente”, Satanas.
˜ ˆ
(Revelaçao [Apocalipse] 12:9; Genesis 3:15) Essa inimi-
´
zade so poderia ser definitivamente resolvida pelo esma-
´
gamento de Satanas. (Romanos 16:20) Mas executar esse
`
9. Por que o Deus de paz as vezes precisa lutar?
10. (a) Quando e como surgiu a necessidade de Deus travar guerra?
´
(b) De que unica maneira poderia ser resolvida a inimizade predita
ˆ ´
em Genesis 3:15 e com que benefıcios para os humanos justos?
´
62 ACHEGUE-SE A JEOVA
ˆ ˜
julgamento resultaria em grandes bençaos para os huma-
ˆ ´
nos justos, livrando a Terra da influencia de Satanas e
´
abrindo o caminho para um paraıso global. (Mateus 19:28)
´ ´ ´
Ate chegar esse dia, os partidarios de Satanas constituiriam
´
uma ameaça constante ao bem-estar fısico e espiritual do
´
povo de Deus. Vez por outra, Jeova teria de intervir.
Deus age para eliminar a perversidade
´ ´ ´
11 O Diluvio dos dias de Noe e um exemplo dessa inter-
˜ ˆ
vençao. Genesis 6:11, 12 diz: “A terra veio a estar arruina-
`
da a vista do verdadeiro Deus, e a terra ficou cheia de vio-
ˆ
lencia. Deus viu, pois, a terra e eis que estava arruinada,
porque toda a carne havia arruinado seu caminho na ter-
´
ra.” Sera que Deus permitiria que os perversos apagassem o
´ ´ ˜ ´
ultimo vestıgio de boa moral na Terra? Nao. Jeova viu-se
´
obrigado a provocar um diluvio global para livrar a Terra
` ˆ `
das pessoas fortemente propensas a violencia e a imorali-
dade.
12 A situaçao ˜ ˜
era similar no caso da condenaçao divina
´ ˜
dos cananeus. Jeova havia revelado que Abraao teria um
´
“descendente”, por meio do qual todas as famılias da Terra
´
abençoariam a si mesmas. Em harmonia com esse propo-
ˆ ˜
sito, Deus decretou que a descendencia de Abraao recebe-
˜
ria a terra de Canaa, que era habitada por um povo cha-
mado de amorreus. Que justificativa Deus teria para
´
expulsar essas pessoas de sua terra? Jeova predisse que a
˜ ´ ´
expulsao so ocorreria depois de uns 400 anos — so depois
ˆ
de ‘se completar o erro dos amorreus’.1 (Genesis 12:1-3;
´
13:14, 15; 15:13, 16; 22:18) Nesse perıodo, aquele povo se
1 Ao que tudo indica, o termo “amorreus” aqui inclui todos os po-
˜ ˆ ´
vos de Canaa. — Deuteronomio 1:6-8, 19-21, 27; Josue 24:15, 18.
˜ ´
11. Por que Deus se viu na obrigaçao de provocar um diluvio global?
´ ˜
12. (a) O que Jeova predissera a respeito do “descendente” de Abraao?
(b) Por que os amorreus tinham de ser exterminados?
˜ ´ ´
PODER DE DESTRUIÇAO — “JEOVA E PESSOA VARONIL DE GUERRA” 63
˜ ˜
afundou cada vez mais na corrupçao moral. Canaa tornou-
´
se uma terra de idolatria, derramamento
ˆ de sangue e prati-
´
cas sexuais degradantes. (Exodo 23:24; 34:12, 13; Numeros
´ ´
33:52) Os habitantes do paıs ate mesmo matavam crian-
ças em fogos sacrificiais. Poderia um Deus santo expor seu
˜ ´
povo a tais perversidades? Nao! Ele declarou: “A terra e im-
˜
pura e eu trarei sobre ela puniçao pelo seu erro, e a terra vo-
´ ´ ´
mitara os seus habitantes.” (Levıtico 18:21-25) Mas Jeova
˜
nao executou as pessoas indiscriminadamente. Cananeus
´
de ındole justa, como Raabe e os gibeonitas, foram poupa-
´
dos. — Josue 6:25; 9:3-27.
Deus luta em favor de Seu nome
´ ´ ´ ´
13 Visto que Jeova e santo, seu nome tambem e san-
´ ´
to. (Levıtico 22:32) Jesus ensinou seus discıpulos a orar:
˜
“Santificado
´ seja o teu nome.” (Mateus 6:9) A rebeliao no
´
Eden profanou o nome de Deus, lançando duvidas sobre
˜ ´
Sua reputaçao e maneira de governar. Jeova jamais poderia
´ ˜ ˜
tolerar essa calunia e rebeliao. Ele viu-se na obrigaçao de
´
limpar seu nome de toda a desonra. — Isaıas 48:11.
14 Considere, mais uma vez, o caso dos israelitas. Enquan-
˜
to eram escravos no Egito, a promessa de Deus a Abraao
´
— de que por meio de seu Descendente todas as famılias
da Terra abençoariam a si mesmas — parecia sem senti-
´ ˜ ´
do. Mas, ao liberta-los e fazer deles uma naçao, Jeova lim-
pou seu ´ nome. Assim, o profeta Daniel lembrou em ora-
˜ ´
çao: “O Jeova, nosso Deus, . . . fizeste teu povo sair da terra
˜
do Egito por mao forte e passaste a fazer um nome para ti
mesmo.” — Daniel 9:15.
15 Curiosamente, Daniel fez essa oraçao ˜ ´
numa epoca em
´
que os judeus precisavam que Jeova agisse de novo pela
´ ˜
13, 14. (a) Por que Jeova se viu na obrigaçao de santificar o seu
´
nome? (b) Como Jeova limpou seu nome?
´ ˆ
15. Por que Jeova libertou os judeus do cativeiro em Babilonia?
´
64 ACHEGUE-SE A JEOVA

causa de Seu nome. Os judeus desobedientes estavam


ˆ
no cativeiro, dessa vez em Babilonia. A capital deles, Je-
´ ´
rusalem, estava em ruınas. Daniel sabia que a volta dos ju-
´
deus para sua terra ´natal magnificaria o nome
´ de Jeova. De
´ ´
modo que orou: “O Jeova, perdoa deveras. O Jeova, presta
˜ ˜ ´
deveras atençao e age. Nao tardes, por tua propria causa,
´ ´
o meu Deus, pois o teu proprio nome foi invocado sobre a
tua cidade e sobre o teu povo.” — Daniel 9:18, 19.
Deus luta pelo seu povo
´ ´
16 Sera que o interesse de Jeova em defender o seu nome
´ ˆ ˜
indica que ele e frio e egocentrico? Nao, porque agindo de
`
acordo com a sua santidade e seu amor a justiça, Deus pro-
ˆ ´
tege o seu povo. Analise Genesis, capıtulo 14. Lemos ali que
˜ ´
quatro reis invasores raptaram o sobrinho de Abraao, Lo,
´ ˜
junto com a famılia deste. Com a ajuda de Deus, Abraao
ˆ
impos uma derrota colossal a forças imensamente superio-
´
res! O relato dessa vitoria provavelmente foi o primeiro re-
´
gistro no “livro das Guerras de Jeova”, que pelo visto era
´
um livro que documentava tambem alguns embates mili-
˜ ´ ´
tares nao registrados na Bıblia. (Numeros 21:14) Muitas ou-
´
tras vitorias se seguiriam.
17 Pouco antes de os israelitas entrarem na terra de Canaa, ˜
´ ´ ´
Moises garantiu-lhes: “Jeova, vosso Deus, e quem vai na
´ ´
vossa frente. Ele lutara por vos segundo tudo o que fez con-
ˆ
vosco no Egito.” (Deuteronomio 1:30; 20:1) Começando
´ ´
com o sucessor de Moises, Josue, e continuando por todo o
´ ´ ´ ´ ´
perıodo dos juızes e dos reinados de reis fieis de Juda, Jeova
´
realmente lutou pelo seu povo, dando-lhe muitas vitorias
´ ´
espetaculares sobre seus inimigos. — Josue 10:1-14; Juızes
4:12-17; 2 Samuel 5:17-21.
´
16. Explique por que o interesse de Jeova em defender o seu nome
˜ ˆ
nao significa que ele seja frio e egocentrico.
˜ ´ ´
17. Que indicaçao ha de que Jeova lutou pelos israelitas depois de te-
˜ ˆ
rem entrado na terra de Canaa? De exemplos.
˜ ´ ´
PODER DE DESTRUIÇAO — “JEOVA E PESSOA VARONIL DE GUERRA” 65

˜
Perguntas para Meditaçao
´ ´
2 Reis 6:8-17 Como o papel de Deus como “Jeova dos exerci-
˜
tos” pode nos encorajar em tempos de afliçao?
˜
Ezequiel 33:10-20 Antes de usar seu poder de destruiçao, que
´
oportunidade Jeova estende misericordiosamente aos que vio-
lam suas leis?
´ ˜
2 Tessalonicenses 1:6-10 Que alıvio a vindoura destruiçao dos
´ ´
perversos trara para os servos fieis de Deus?
´
2 Pedro 2:4-13 O que leva Jeova a exercer seu poder de destrui-
˜ ´ ˜
çao e isso da que liçao para toda a humanidade?

´ ˜ ´
18 Jeova nao mudou; tampouco mudou o seu proposito
´ ´ ˆ
de fazer deste planeta um pacıfico paraıso. (Genesis 1:27,
28) Deus ainda odeia a perversidade. Ao mesmo tempo, ele
´
ama ternamente o seu povo e agira em breve em favor dele.
ˆ
(Salmo 11:7) De fato, a inimizade mencionada em Genesis
´
3:15 deve chegar a um ponto dramatico e violento no futu-
´
ro proximo. Para santificar seu nome e proteger seu povo,
´ ´
Jeova de novo se tornara uma “pessoa varonil de guerra”!
˜
— Zacarias 14:3; Revelaçao 16:14, 16.
˜
19 Veja uma ilustraçao: suponha que uma mae ˜
e seus fi-
lhos estivessem sendo atacados por um animal feroz e que
o pai entrasse na luta e matasse o violento animal. Acha
que esse ato afastaria dele a esposa e os filhos? Ao con-
´
trario, seria de se esperar que eles se comovessem com o
˜
amor abnegado do pai. De modo similar, nao devemos nos
˜
afastar de Deus por ele usar seu poder de destruiçao. Sua
´ ˜
18. (a) Por que podemos ser gratos de que Jeova nao mudou? (b) O
´ ˆ
que acontecera quando a inimizade mencionada em Genesis 3:15 che-
´
gar ao clımax?
˜
19. (a) Ilustre por que o uso do poder de destruiçao de Deus pode
´ ˜
nos achegar a ele. (b) Que efeito deve ter sobre nos a disposiçao de
Deus de lutar?
´
66 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
disposiçao de lutar para nos proteger deve aumentar nosso
amor a ele. E deve aprofundar nosso respeito pelo seu po-
der ilimitado. Assim, podemos ‘prestar a Deus serviço sa-
grado com temor piedoso e espanto reverente’. — Hebreus
12:28.
`
Achegue-se a “pessoa varonil de guerra”
´ ˜
20 Naturalmente, a Bıblia nao explica em cada caso todos
˜ ´
os detalhes das decisoes de Jeova a respeito de guerras divi-
´
nas. Mas de uma coisa podemos estar certos: Jeova jamais
˜
usa o poder de destruiçao de modo injusto, leviano ou
´
cruel. Muitas vezes, considerar o contexto de um relato bı-
˜
blico, ou certas informaçoes de fundo, nos ajuda a colocar
´
as coisas na perspectiva correta. (Proverbios 18:13) Mesmo
˜
se nao tivermos todos os detalhes, simplesmente aprender
´
mais sobre Jeova e meditar nas suas preciosas qualidades
´
pode nos ajudar a dirimir qualquer duvida que surja. Se fi-
zermos isso, veremos que temos amplos motivos para con-
´ ´
fiar em nosso Deus, Jeova. — Jo 34:12.
21 Embora Jeova´ seja uma “pessoa varonil de guerra”
˜ ˜
quando a situaçao exige, isso nao significa que ele tenha
˜ ˜
um coraçao de guerreiro. Na visao que Ezequiel teve do car-
´ ´
ro celestial, Jeova e retratado como estando pronto para lu-
tar contra seus inimigos. No entanto, Ezequiel viu Deus ro-
´ ´ ˆ
deado de um arco-ıris — um sımbolo da paz. (Genesis 9:13;
˜ ´ ´
Ezequiel 1:28; Revelaçao 4:3) Obviamente, Jeova e sereno e
´ ´ ´ ˜ ˜
pacıfico. “Deus e amor”, escreveu o apostolo Joao. (1 Joao
´
4:8) Todas as qualidades de Jeova existem em perfeito equi-
´ ´ ´
lıbrio. Portanto, como e grande o nosso privilegio de po-
´
dermos nos achegar a um Deus de tamanho poder, porem
amoroso!
´ ˜
20. Ao ler relatos bıblicos de guerras divinas que talvez nao entenda-
ˆ
mos plenamente, como devemos reagir? Por que?
` ´ ´
21. Embora as vezes seja “pessoa varonil de guerra”, o que Jeova e no
˜
coraçao?
´
C A P I T U L O 7

´
Poder protetor — ‘Deus e
´ ´
para nos um refugio’
˜
OS ISRAELITAS corriam perigo ao entrar na regiao do Si-
´ `
nai, no inıcio de 1513 AEC. Tinham a frente uma jorna-
da assustadora, por um “enorme e perigoso deserto, cheio
˜ ˆ
de cobras venenosas e escorpioes”. (Deuteronomio 8:15,
´ ´
Bıblia na Linguagem de Hoje) Havia tambem a ameaça de
˜ ´
ataque de naçoes hostis. Jeova havia levado seu povo a essa
˜ ˆ
situaçao. Como Deus deles, poderia protege-los?
´
2 As palavras de Jeova eram muito animadoras: “Vos ´
mes-
´
mos vistes o que fiz aos egıpcios, para ˆ vos carregar sobre
´ ´
asas de aguias e vos trazer a mim.” (Exodo 19:4) Jeova lem-
´
brou ao seu povo que ele os havia libertado dos egıpcios,
´ ´ `
usando aguias, por assim dizer, para leva-los a segurança.
´ ´
Mas ha outros motivos pelos quais “asas de aguias” ilus-
˜
tram bem a proteçao divina.
´
3 A aguia ˜
nao usa suas asas largas e fortes apenas para
˜ ´
planar nas alturas. No calor do dia, a mae aguia arqueia
´
as asas — que podem se estender ate dois metros — for-
mando uma sombra que protege os filhotinhos do sol es-
caldante. Outras vezes, ela encobre os filhotes com as asas
ˆ ´
para protege-los do vento frio. Assim como a aguia os pro-
´ ˜
tege, Jeova havia defendido e protegido a jovem naçao de
˜
Israel. Entao no deserto, seu povo continuaria a se refugiar
`
a sombra de Suas asas poderosas, desde que permanecesse
ˆ ´
fiel. (Deuteronomio 32:9-11; Salmo 36:7) Mas, e nos hoje,
˜
podemos contar com a proteçao de Deus?
˜
1, 2. Que perigo os israelitas corriam ao entrar na regiao do Sinai em
´
1513 AEC, e que encorajamento Jeova lhes deu?
´ ˜
3. Por que “asas de aguias” ilustram bem a proteçao divina?
´
68 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
A promessa de proteçao divina
4 Jeova´ certamente e´ capaz de proteger seus servos. Ele e´
´
o “Deus Todo-Poderoso” — um tıtulo que indica que seu
´ ´ ˆ ´
poder e insuperavel. (Genesis 17:1) Como uma indoma-
´ ´
vel onda do mar, e impossıvel impedir o poder aplicado de
´
Jeova. Visto que Ele pode´ fazer tudo o que dita a sua vonta-
´
de, nos perguntamos: ‘E da vontade de Jeova usar seu po-
der para proteger seu povo?’
5 A resposta e´ bem simples: sim! Jeova´ nos garante que
´ ´ ´ ´
protegera seu povo. “Deus e para nos refugio e força, uma
˜
ajuda encontrada prontamente durante afliçoes”, diz o Sal-
˜
mo 46:1. Visto que Deus “nao pode mentir”, podemos ter
˜
confiança absoluta na sua promessa de proteçao. (Tito 1:2)
´
Vejamos alguns vıvidos exemplos da linguagem figurada
´
que Jeova usa para descrever seus cuidados protetores.
6 Jeova e´ um Pastor, e nos
´ ´
“somos seu povo e ovelhas
˜ ˜
do seu pasto”. (Salmo 23:1; 100:3) Poucos animais sao tao
´
indefesos como a ovelha domestica. O pastor dos tempos
´
bıblicos tinha de ser corajoso para proteger as ovelhas con-
˜ ˜
tra leoes, lobos e ursos, bem como contra ladroes. (1 Sa-
˜
muel 17:34, 35; Joao 10:12, 13) Mas havia momentos em
que proteger as ovelhas exigia ternura. Se uma delas desse
`
a luz longe do curral, o prestimoso pastor acudiria o animal
´
nesses momentos difıceis, apanharia o filhote indefeso e o
´
levaria ate o curral.
7 Comparando-se a um pastor, Jeova´ nos garante seu dese-

jo sincero de nos proteger. (Ezequiel 34:11-16) Lembre-se


4, 5. Por que podemos ter confiança absoluta na promessa de prote-
˜
çao divina?
˜ ´ `
6, 7. (a) Que proteçao o pastor nos tempos bıblicos dava as ovelhas?
´ ´
(b) Como a Bıblia ilustra o desejo sincero de Jeova de proteger suas
ovelhas e zelar por elas?
´
‘Ele os carregara ao colo’
´
70 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´
do que se diz sobre Jeova em Isaıas 40:11, considerado no
´ ´
Capıtulo 2 deste livro: “Qual pastor ele pastoreara a sua
´ ´
propria grei. Com o seu braço reunira os cordeiros; e os car-
´ ´
regara ao colo.” Como e que um cordeirinho viria a estar
no “colo” do pastor — nas dobras na parte superior de sua
´
roupa? Ele talvez se aproximasse do pastor, ate mesmo to-
´
cando de leve nas suas pernas. Mas e o pastor que preci-
saria se abaixar, pegar o cordeirinho e delicadamente aco-
´ ˜
moda-lo na segurança do colo. Que terna representaçao da
˜
disposiçao de nosso Grandioso Pastor de nos defender e
proteger!
˜
8 A promessa de proteçao ´ ´
divina e condicional — so a rece-
´ ´
be quem se achega a Jeova. Proverbios 18:10 diz: “O nome
´ ´
de Jeova e uma torre forte. O justo corre para dentro dela
˜ ´ `
e recebe proteçao.” Nos tempos bıblicos, as vezes se cons-
´ ´
truıam torres nos lugares desabitados como locais de refu-
´
gio. Mas cabia a quem estivesse´ em perigo fugir ate a torre
em busca de segurança. E similar no caso de encontrar re-
´
fugio no nome de Deus. Isso envolve mais do que apenas
˜ ´ ˜
repeti-lo; o nome divino em si nao e um talisma. Em vez
disso, temos de conhecer o Portador desse nome, confiar
˜
Nele e viver de acordo com os seus padroes justos. Quanta
´
bondade da parte de Jeova em nos garantir que, se o bus-
´ ´ ˜
carmos com fe, ele se tornara uma torre de proteçao para
´
nos!
´
‘Nosso Deus podera salvar-nos’
9 Jeova´ tem feito mais do que apenas prometer proteçao.
˜
´
Nos tempos bıblicos, ele mostrou de maneiras milagrosas
´
que pode proteger seu povo. Durante a historia de Israel, a
˜
8. (a) A quem se estende a promessa divina de proteçao, e como Pro-
´ ´
verbios 18:10 indica isso? (b) O que esta envolvido em encontrar re-
´
fugio no nome de Deus?
´
9. De que modo Jeova tem feito mais do que apenas prometer prote-
˜
çao?
´ ´ ´
PODER PROTETOR — ‘DEUS E PARA NOS UM REFUGIO’ 71
˜ ´
“mˆ ao” de Jeova muitas vezes reprimiu inimigos poderosos.
´ ´
(Exodo 7:4) Mas Jeova tambem usou seu poder protetor em
´
favor de indivıduos.
10 Quando tres ˆ
jovens hebreus — Sadraque, Mesaque e
Abednego — se recusaram a curvar-se perante a ima-
gem de ouro do Rei Nabucodonosor, o rei furioso amea-
´ ´
çou lança-los numa fornalha superaquecida. “Quem e esse
˜
deus que vos pode salvar das minhas maos?”, zombou Na-
bucodonosor, o monarca mais poderoso da Terra. (Daniel
ˆ
3:15) Os tres rapazes tinham confiança absoluta no poder
˜
de seu Deus para os proteger, mas nao pressupunham que
ele faria isso. Assim, responderam: “Se for preciso, nosso
´
Deus, a quem servimos, podera salvar-nos.” (Daniel 3:17)
Ora, aquela fornalha, mesmo que aquecida sete vezes mais
˜
do que o normal, nao representava nenhum desafio para
ˆ
o Deus todo-poderoso. Ele realmente protegeu os tres he-
˜ ´
breus, e o rei foi obrigado a reconhecer: “Nao ha outro
deus que possa livrar assim como este.” — Daniel 3:29.
11 Jeova´ fez tambem ´ ˜
uma demonstraçao realmente nota-
´
vel de seu poder protetor ao transferir a vida de seu Filho
ˆ
unigenito para o ventre da virgem judia Maria. Um anjo
`
disse a Maria que ela ‘conceberia na sua madre e daria a luz
´ ´
um filho’. O anjo explicou: “Espırito santo vira sobre ti e
´ ´
poder do Altıssimo te encobrira.” (Lucas 1:31, 35) Pelo vis-
˜ ´ ´
to, o Filho de Deus nunca havia estado tao vulneravel. Sera
˜ ˜
que o pecado e a imperfeiçao da mae humana maculariam
˜ ´
o embriao? Satanas seria capaz de ferir ou matar esse Fi-
´
lho antes que nascesse? Impossıvel! Na verdade, a partir do
˜ ´
momento da concepçao, Jeova como que cercou Maria de
˜
uma muralha protetora, de modo que nada — imperfeiçao,
ˆ
força prejudicial, assassino humano ou algum demonio —
˜ ´
poderia prejudicar o desenvolvimento do embriao. Jeova
´ ´
10, 11. Que exemplos bıblicos mostram como Jeova usou seu poder
´
protetor em favor de indivıduos?
´
72 ACHEGUE-SE A JEOVA

continuou a proteger Jesus durante sua juventude. (Mateus


´
2:1-15) Ate que chegasse o tempo marcado por Deus, seu
´
amado Filho seria inatacavel.
12 Por que Jeova´ protegeu algumas pessoas de tais manei-

ras milagrosas? Em muitos casos, ele fez isso a fim de pro-


˜
teger algo muito mais importante: a realizaçao de Seu pro-
´ ˆ
posito. Por exemplo, a sobrevivencia do menino Jesus era
´
essencial para o cumprimento do proposito de Deus, que,
por fim, beneficiaria toda a humanidade. O registro das
˜
muitas demonstraçoes de poder protetor faz parte das Es-
˜
crituras inspiradas, “escritas para a nossa instruçao, para
´ ´
que, por intermedio da nossa perseverança e por interme-
dio do consolo das Escrituras, [tenhamos] esperança”. (Ro-
´
manos 15:4) Sem duvida, esses exemplos fortalecem nossa
´ ˜
fe no Deus todo-poderoso. Mas que proteçao podemos es-
perar de Deus hoje?
˜
Que tipo de proteçao divina
˜
nao se pode esperar
˜ ˜ ´
13 A promessa de proteçao divina nao significa que Jeova
˜
seja obrigado a fazer milagres em nosso favor. Nao, nosso
˜
Deus nao nos garante uma vida sem problemas neste velho
´ ´
sistema. Muitos servos fieis de Jeova sofrem severas adver-
sidades, incluindo pobreza, guerras, doenças e morte. Jesus
´ ´
disse claramente a seus discıpulos que, como indivıduos,
´ ´
poderiam ser mortos por causa de sua fe. E por isso que Je-
´
sus frisou a necessidade de perseverar ate o fim. (Mateus
´ ˜
24:9, 13) Se Jeova usasse seu poder de efetuar libertaçoes
milagrosas em todos os casos, poderia dar margem para Sa-
´
tanas zombar dele e questionar a genuinidade de nossa de-
˜ ´
voçao a Deus. — Jo 1:9, 10.
´
12. Por que Jeova protegeu milagrosamente algumas pessoas nos tem-
´
pos bıblicos?
´ ´
13. Jeova e obrigado a realizar milagres em nosso favor? Explique.
´ ´ ´
PODER PROTETOR — ‘DEUS E PARA NOS UM REFUGIO’ 73
´ ´ ˜
14Mesmo nos tempos bıblicos, Jeova nao usou seu poder
protetor para poupar da morte prematura cada um de seus
´
servos. Por exemplo, o apostolo Tiago foi executado por
Herodes, por volta de 44 EC; no entanto, pouco tempo de-
˜
pois, Pedro foi livrado “da mao de Herodes”. (Atos 12:1-11)
˜ ˜
E Joao, irmao de Tiago, viveu mais do que Pedro e Tiago.
˜
Obviamente, nao podemos esperar que Deus proteja todos
ˆ ´
os seus servos de maneiras identicas. Alem disso, “o tem-
ˆ ´
po e o imprevisto” sobrevem a todos nos. (Eclesiastes 9:11)
˜ ´
Como, entao, Jeova nos protege hoje em dia?
´ ´ ˜ ´
Jeova da proteçao fısica
˜ ´ ´
15 Considere, primeiro, o aspecto da proteçao fısica. Nos,
´
adoradores de Jeova, podemos ter certeza de que ele nos
´ ´ ´ ´
protegera como grupo. Do contrario, serıamos presa fa-
´ ´
cil de Satanas. Pense nisso: Satanas, “o governante deste
˜
mundo”, teria o maior prazer em eliminar a adoraçao ver-
˜ ˜
dadeira. ( Joao 12:31; Revelaçao [Apocalipse] 12:17) Alguns
dos mais poderosos governantes da Terra proibiram nossa
˜
obra de pregaçao e tentaram nos exterminar. No entanto,
´
o povo de Jeova permanece firme e continua a pregar sem
˜ ˜
cessar! Por que naçoes poderosas nao conseguiram parar a
˜
atividade desse grupo de cristaos relativamente pequeno e
´ ´
aparentemente indefeso? Porque Jeova, de modo simboli-
co, nos protege com suas poderosas asas! — Salmo 17:7, 8.
16 Podemos esperar ter proteçao ˜ ´
fısica durante a vindou-
˜ ˜ ˜
ra “grande tribulaçao”? Nao precisamos temer a execuçao
´
dos julgamentos de Deus. Afinal, “Jeova sabe livrar da pro-
˜ ˜
vaçao os de devoçao piedosa, mas reservar os injustos para
˜
o dia do julgamento, para serem decepados”. (Revelaçao
´
14. Que exemplos mostram que Jeova nem sempre protege todos os
ˆ
seus servos de maneiras identicas?
´ ˆ ´ ´ ˜ ´
15, 16. (a) Qual e a evidencia de que Jeova da proteçao fısica para
´
seus adoradores como grupo? (b) Por que podemos confiar que Jeova
´ ˜
protegera seus servos agora e durante a “grande tribulaçao”?
´
74 ACHEGUE-SE A JEOVA

7:14; 2 Pedro 2:9) Nesse meio-tempo, podemos sempre es-


´
tar certos de duas coisas. Primeiro, Jeova jamais permiti-
´
ra que seus servos leais sejam varridos da Terra. Segun-
´ ´
do, ele recompensara os ıntegros com vida eterna no seu
´
novo mundo justo — se necessario, por meio da ressurrei-
˜ ˜
çao. Para os que morrem, nao existe lugar mais seguro do
´ ˜
que estar na memoria de Deus. — Joao 5:28, 29.
´
17 Mesmo agora, Jeova nos protege por meio de sua “pa-

lavra” viva, cuja força motiva as pessoas, curando seu co-


˜
raçao e ajudando-as a mudar de vida. (Hebreus 4:12) Pela
˜ ´
aplicaçao de seus princıpios podemos, em certos sentidos,
´ ´
ser protegidos contra danos fısicos. ‘Eu, Jeova, te ensino a
´ ´
tirar proveito’, diz Isaıas 48:17. Sem duvida, viver em har-
´
monia com a Palavra de Deus pode melhorar nossa sau-
de e prolongar a vida. Por exemplo, se aplicarmos o conse-
´ ˜
lho bıblico de evitar a fornicaçao e nos ‘purificar de toda a
´ ´ ´
imundıcie’, evitaremos praticas impuras e habitos nocivos
˜
que causam estragos na vida de muitos que nao temem a
´
Deus. (Atos 15:29; 2 Corıntios 7:1) Como somos gratos pela
˜
proteçao da Palavra de Deus!
´
Jeova nos protege espiritualmente
´ ´ ´ ˜
18 O mais importante e que Jeova nos da proteçao espi-
ritual. Nosso Deus amoroso nos protege contra o dano es-
piritual, fornecendo-nos o que precisamos para suportar
˜ ˜
provaçoes e preservar nossa relaçao com ele. Desse modo,
´ ˜
Jeova age para preservar nossa vida, nao apenas por alguns
anos, mas pela eternidade. Considere algumas das provi-
˜
soes de Deus que podem proteger-nos espiritualmente.
19 Jeova´ e´ o “Ouvinte de oraçao”.
˜
(Salmo 65:2) Quando as
´
17. Como Jeova nos protege por meio de sua Palavra?
˜ ´ ´
18. Que proteçao espiritual Jeova nos da?
´ ´
19. Como o espırito de Jeova pode nos ajudar a enfrentar qualquer
˜
provaçao?
´ ´ ´
PODER PROTETOR — ‘DEUS E PARA NOS UM REFUGIO’ 75

˜
Perguntas para Meditaçao
´
Salmo 23:1-6 Como Grandioso Pastor, de que maneira Jeova
´
protege e cuida de seu povo comparavel a ovelhas?
´
Salmo 91:1-16 Como Jeova nos protege contra a calamidade es-
˜
piritual, e o que temos de fazer para recebermos a sua proteçao?
˜
Daniel 6:16-22, 25-27 Que demonstraçao de seu poder protetor
´
Jeova fez a um rei do passado? O que podemos aprender desse
exemplo?
˜
Mateus 10:16-22, 28-31 Que oposiçao podemos esperar, mas
˜
por que nao devemos temer os opositores?

˜
pressoes da vida parecerem esmagadoras, abrir nosso co-
˜ ´
raçao a ele pode nos dar muito alıvio. (Filipenses 4:6, 7)
´ ˜ ˜
Jeova talvez nao acabe milagrosamente com as provaçoes,
˜
mas, em resposta a nossas oraçoes sinceras, ele pode nos
dar a sabedoria para lidar com elas. (Tiago 1:5, 6) Mais do
´ ´ ´
que isso, Jeova da espırito santo aos que lhe pedem. (Lucas
´
11:13) Esse poderoso espırito nos ajuda a enfrentar qual-
˜
quer provaçao ou problema que tenhamos. Pode dar-nos
´
“poder alem do normal” para suportarmos todos os pro-
´ ´
blemas dolorosos ate que Jeova os remova no novo mundo
˜ ´ ´
tao proximo. — 2 Corıntios 4:7.
`
20 As vezes, o poder protetor de Jeova´ e´ expresso por meio
˜ ˜ ´
de nossos irmaos cristaos. Jeova reuniu seu povo numa
˜ ˜ ˜
‘associaçao de irmaos’ mundial. (1 Pedro 2:17; Joao 6:44)
´
O amor que caracteriza essa fraternidade e um testemu-
´
nho vivo do poder do espırito santo de Deus de influen-
´ ´
ciar pessoas para o bem. Esse espırito produz frutos em nos
— belas e preciosas qualidades, como o amor, a benignida-
´
de e a bondade. (Galatas 5:22, 23) Assim, quando estamos
´ ´
20. Como o poder protetor de Jeova e expresso por meio de nossos
˜ ˜
irmaos cristaos?
76 ACHEGUE-SE A JEOVÁ

angustiados e um concrente se sente movido a nos dar


conselhos úteis, ou a expressar palavras de encorajamen-
to muito necessárias, podemos agradecer a Jeová por tais
expressões de Seu cuidado protetor.
21Jeová nos dá algo mais para nos proteger: alimento
espiritual oportuno. Para nos ajudar a derivar força de sua
Palavra, Jeová encarregou o “escravo fiel e discreto” de dis-
tribuir alimento espiritual. Esse escravo fiel usa publica-
ções, como as revistas A Sentinela e Despertai!, bem como
reuniões, assembleias e congressos, para nos fornecer “ali-
mento no tempo apropriado” — o que necessitamos e
quando o necessitamos. (Mateus 24:45) Já ouviu alguma
vez numa reunião cristã — num comentário, num discur-
so, ou mesmo numa oração — algo que lhe deu exatamen-
te a força e o encorajamento de que precisava? Já lhe acon-
teceu de um artigo específico de nossas revistas lhe tocar
profundamente? Lembre-se, Jeová faz todas essas provi-
sões para nos proteger espiritualmente.
22 Jeová é certamente um escudo “para todos os que se re-

fugiam nele”. (Salmo 18:30) Entendemos que ele não usa


seu poder protetor para nos defender de toda calamida-
de agora. Mas ele sempre o usa para garantir a realização
de seu propósito. A longo prazo, isso resulta nos melhores
interesses de seu povo. Se nos achegarmos a ele e perma-
necermos no seu amor, Jeová nos dará uma eternidade de
vida perfeita. Com essa perspectiva em mente, podemos
de fato encarar qualquer sofrimento neste sistema como
‘momentâneo e leve’. — 2 Coríntios 4:17.
21. (a) Que alimento espiritual oportuno Jeová fornece por meio do
“escravo fiel e discreto”? (b) Que benefícios você já derivou das pro-
visões de Jeová para nossa proteção espiritual?
22. De que maneiras Jeová sempre usa seu poder? Por que isso é nos
nossos melhores interesses?
´
C A P I T U L O 8

˜ ´
Poder de restauraçao — Jeova
‘faz novas todas as coisas’
´
JA VIU uma criança chorar de tristeza ´ por ter perdido ou que-
˜
brado seu brinquedo preferido? E de partir o coraçao! Mas
˜
quando o pai ou a mae encontra o brinquedo ou o conserta,
o rosto da criança se ilumina com um sorriso! Para os pais,
talvez tenha sido uma tarefa simples. Mas a criança fica mui-
to contente e admirada. O que parecia perdido para sempre
foi recuperado!
2 Jeova, ´
o Pai supremo, tem o poder de recuperar, ou restau-
rar, o que seus filhos terrestres talvez encarem como perda
´ ˜
irremediavel. Naturalmente, nao estamos falando de meros
´ ´
brinquedos. Nestes “tempos crıticos, difıceis de manejar”, en-
´ ´
frentamos perdas muito mais serias. (2 Timoteo 3:1-5) Mui-
ˆ
tas das coisas que as pessoas tem em alta estima parecem estar
´
sempre em perigo — a casa, os bens, o emprego, ate mesmo
´ ´ ˜
a saude. Tambem nos entristece ver a destruiçao do meio am-
˜ ´
biente e a extinçao de muitas especies de coisas vivas. No en-
tanto, nada nos atinge mais duramente do que a morte de
ˆ
uma pessoa amada. Os sentimentos de perda e de impoten-
cia podem ser esmagadores. — 2 Samuel 18:33.
3 Portanto, como e´ consolador aprender a respeito do po-
˜ ´ ´
der de restauraçao de Jeova! Conforme veremos, o numero
de coisas que Deus pode e vai restaurar para seus filhos ter-
´ ´
restres e espantosamente grande. De fato, a Bıblia mostra que
´
Jeova deseja o “restabelecimento de todas as coisas”. (Atos
´ ˆ
3:21) Para isso, ele usara o Reino messianico, governado por
ˆ
seu Filho, Jesus Cristo. As evidencias mostram que esse Reino
´
1, 2. Que perdas afligem a famılia humana hoje, e como nos afetam?
3. Que perspectiva consoladora apresenta Atos 3:21, e que meios
´ ´
Jeova usara para isso?
78 ACHEGUE-SE A JEOVÁ

começou a governar em 1914. (Mateus 24:3-14) O que será


restabelecido, ou restaurado? Vejamos alguns dos grandiosos
atos de restauração de Jeová. Um desses já podemos ver e sen-
tir. Outros ocorrerão em larga escala no futuro.
A restauração da adoração pura
4 Uma das coisas já restauradas por Jeová é a adoração pura.
Para entendermos o que isso significa, examinemos breve-
mente a História do reino de Judá. Isso nos dará uma emocio-
nante visão do poder de restauração de Jeová em ação. — Ro-
manos 15:4.
5Tente imaginar como os judeus fiéis se sentiram em
607 AEC, quando Jerusalém foi destruída. A amada cidade de-
les foi arruinada, suas muralhas foram derrubadas. Pior ain-
da, o glorioso templo construído por Salomão, que era o
único centro da adoração pura de Jeová na Terra, ficou em
ruínas. (Salmo 79:1) Os sobreviventes foram exilados para
Babilônia, e a terra natal deles virou um desolado refúgio de
animais selvagens. (Jeremias 9:11) Do ponto de vista huma-
no, tudo parecia perdido. (Salmo 137:1) Mas Jeová, que muito
antes havia predito essa destruição, apresentou a esperança
de um futuro período de restauração.
6Realmente, a restauração era um tema recorrente nos es-

“Os tempos do restabelecimento de todas as coisas” começa-


ram quando o Reino messiânico foi estabelecido, tendo no trono
um herdeiro do fiel Rei Davi. Jeová havia prometido a Davi que
um herdeiro seu seria rei para sempre. (Salmo 89:35-37) Mas, depois
que Babilônia destruiu Jerusalém, em 607 AEC, nenhum descenden-
te humano de Davi ocupou o trono de Deus. Após algum tempo, Je-
sus nasceu na Terra como herdeiro de Davi. Quando foi entronizado
no céu, Jesus tornou-se aquele Rei há muito prometido.

4, 5. O que aconteceu com o povo de Deus em 607 AEC, e que espe-


rança Jeová lhes deu?
6-8. (a) Que tema recorrente se encontra nos escritos dos profetas he-
breus, e que cumprimento inicial tiveram essas profecias? (b) Nos tem-
pos modernos, como se cumpriram no povo de Deus muitas profe-
cias de restauração?
PODER DE RESTAURAÇÃO — JEOVÁ ‘FAZ NOVAS TODAS AS COISAS’ 79

critos dos profetas hebreus. Por meio deles, Jeová prome-


tera uma terra restaurada e repovoada, fértil, protegida con-
tra animais selvagens e ataques de inimigos. Sua descrição da
terra restaurada era de um autêntico paraíso! (Isaías 65:25;
Ezequiel 34:25; 36:35) Acima de tudo, a adoração pura seria
restabelecida e o templo, reconstruído. (Miqueias 4:1-5) Es-
sas profecias deram esperança para os judeus exilados, aju-
dando-os a suportar o cativeiro de 70 anos em Babilônia.
7Finalmente, chegara o tempo de restauração. Libertados
de Babilônia, os judeus retornaram para Jerusalém e recons-
truíram o templo de Jeová ali. (Esdras 1:1, 2) Enquanto prati-
cavam a adoração pura, Jeová os abençoava e fazia com que
a terra deles fosse fértil e próspera. Ele os protegia contra ini-
migos e os animais selvagens que, por décadas, haviam ocu-
pado a terra. Quanta alegria deve ter-lhes dado o poder de
restauração de Jeová! Mas esses acontecimentos eram ape-
nas um cumprimento inicial e limitado das profecias de res-
tauração. Viria um cumprimento maior “na parte final dos
dias”, nos nossos tempos, quando o Herdeiro do Rei Davi, há
muito prometido, estaria entronizado. — Isaías 2:2-4; 9:6, 7.
8Pouco depois de ter sido entronizado no Reino celestial
em 1914, Jesus passou a suprir as necessidades espirituais
do povo fiel de Deus na Terra. Assim como o conquista-
dor persa Ciro libertou um restante de judeus de Babilônia
em 537 AEC, Jesus libertou um restante de judeus espirituais
— seguidores de suas pisadas — da influência de uma Babi-
lônia moderna, o império mundial da religião falsa. (Roma-
nos 2:29; Revelação [Apocalipse] 18:1-5) De 1919 em diante,
a adoração pura voltou a ocupar o lugar correto na vida dos
cristãos genuínos. (Malaquias 3:1-5) Desde então, o povo de
Jeová o adora no Seu templo espiritual purificado — Seu sis-
tema de adoração pura. Por que isso é importante para nós
hoje?
Por exemplo, Moisés, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oseias, Joel,
Amós, Obadias, Miqueias e Sofonias abordaram esse tema.
´
80 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
Restauraçao espiritual
´
— Por que e importante?
´ ˜ ´
9 Analise a Historia. Os cristaos no primeiro seculo tiveram
ˆ ˜ ´
muitas bençaos espirituais. Mas Jesus e os apostolos predisse-
˜
ram que a adoraçao verdadeira seria corrompida e desapare-
´
ceria. (Mateus 13:24-30; Atos 20:29, 30) Depois da era aposto-
´
lica, surgiu a cristandade. Seu clero adotou ensinos e praticas
˜ ´ ´
pagas. Alem disso, tornou praticamente impossıvel achegar-
´
se a Deus, retratando-o como uma incompreensıvel Trinda-
de, ensinando o povo a confessar pecados a sacerdotes e a
´ ´
orar a Maria e a varios “santos”, em vez de a Jeova. Essa falsi-
´ ´ ˜
dade persistiu por muitos seculos, mas o que Jeova fez entao?
No meio do mundo atual — abarrotado de mentiras religio-
´ ´
sas e poluıdo por praticas pecaminosas —, ele interveio e res-
˜
taurou a adoraçao pura! Pode-se dizer, sem exagero, que essa
˜ ´
restauraçao e um dos acontecimentos mais importantes dos
tempos modernos.
10 Por isso, os cristaos ˜
verdadeiros na atualidade desfrutam
´ ´
um paraıso espiritual. O que esse paraıso abrange? Primaria-
´ ˜
mente, dois aspectos. O primeiro e a adoraçao pura do Deus
´
verdadeiro, Jeova. Ele nos abençoou com uma forma de ado-
˜ ˜ ´
raçao sem mentiras e distorçoes. E tambem nos abençoou
com alimento espiritual. Assim, podemos aprender a respei-
´ ˜
to de nosso Pai celestial, agrada-lo e nos achegar a ele. ( Joao
´
4:24) O segundo aspecto do paraıso espiritual envolve pes-
´ ´
soas. Conforme Isaıas predisse, “na parte final dos dias” Jeova
´
ensina seus adoradores a serem pacıficos. Ele aboliu a guerra
´ ˜
entre nos. Apesar de nossas imperfeiçoes, ele nos ajuda a de-
senvolver a “nova personalidade”. Abençoa nossos esforços
´
dando-nos seu espırito santo, que produz excelentes qualida-
´ ˜
9. Depois da era apostolica, como as religioes da cristandade detur-
˜ ´
param a adoraçao divina, mas o que Jeova fez em nossos dias?
´
10, 11. (a) O paraıso espiritual abrange que dois aspectos e como isso
´ ´
o afeta? (b) Que tipo de pessoas Jeova tem trazido ao paraıso espiri-
˜ ´
tual, e o que elas terao o privilegio de presenciar?
˜ ´
PODER DE RESTAURAÇAO — JEOVA ‘FAZ NOVAS TODAS AS COISAS’ 81
´ ´ ´ ˆ
des em nos. (Efesios 4:22-24; Galatas 5:22, 23) Se voce age em
´
harmonia com o espırito de Deus, realmente faz parte do pa-
´
raıso espiritual.
11 Jeova´ tem trazido a esse paraıso
´
espiritual o tipo de pes-
soas que ele ama — pessoas que o amam, que amam a paz
˜ ˆ
e estao ‘conscias de sua necessidade espiritual’. (Mateus 5:3)
˜ ´ ˜
Elas terao o privilegio de presenciar uma restauraçao ainda
mais espetacular — da humanidade e da Terra inteira.
“Eis que faço novas todas as coisas”
˜
12 Muitas das profecias de restauraçao se referem a mais
˜ ´
do que apenas uma restauraçao espiritual. Isaıas, por exem-
plo, escreveu a respeito de um tempo em que doentes, defi-
´ ´
cientes fısicos, cegos e surdos seriam curados e ate mesmo a
´
morte seria eliminada para sempre. (Isaıas 25:8; 35:1-7) Tais
˜
promessas nao se cumpriram literalmente no Israel antigo.
E, embora elas se cumpram em nossos dias em sentido espi-
´
ritual, ha todos os motivos para crer que, no futuro, have-
´
ra um cumprimento literal em plena escala. Como sabemos
disso?
´
13 La´ no Eden, Jeova´ deixou claro qual era seu proposito
´
´
para a Terra: ser habitada por uma famılia humana feliz, sa-
dia e unida. O homem e a mulher cuidariam deste planeta e
de todas as suas criaturas, transformando todo ele num pa-
´ ˆ ´
raıso. (Genesis 1:28) Isso e bem diferente de como as coisas
˜ ˆ ´
sao hoje em dia. Mas voce pode estar certo disto: os propo-
´ ´
sitos de Jeova nunca falham. (Isaıas 55:10, 11) Jesus, como
ˆ ´ ´
Rei messianico designado por Jeova, tornara realidade esse
´
Paraıso global. — Lucas 23:43.
14 Imagine ver a Terra inteira ser transformada num

˜ ˜
12, 13. (a) Por que as profecias de restauraçao ainda terao de ter
´ ´ ´
outro cumprimento? (b)´ Qual e o proposito de Jeova para a Terra,
´
conforme declarado no Eden, e por que isso nos da esperança?
´ ´ ´
14, 15. (a) Como Jeova fara “novas todas as coisas”? (b) Como sera
´
a vida no Paraıso, e que aspecto mais o atrai?
´
82 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´
Paraıso! Jeova diz a respeito daquele tempo: “Eis que faço
˜
novas todas as coisas.” (Revelaçao 21:5) Pense no que isso
´ ´
significara. Depois de Jeova ter usado seu poder de destrui-
˜ ˜ ´
çao contra este perverso velho sistema, existirao “novos ceus
e uma nova terra”. Isso significa que um novo governo rege-
´ ´
ra do ceu uma nova sociedade terrestre composta de pessoas
´
que amam a Jeova e fazem a Sua vontade. (2 Pedro 3:13) Sa-
´ ˆ ˜ ˜ ˜
tanas e seus demonios estarao fora de açao. (Revelaçao 20:3)
Pela primeira vez em milhares de anos, a humanidade fica-
´ ˆ
ra livre dessa influencia corrompedora, odiosa e prejudicial.
˜ ´
Que sensaçao de alıvio!
15 Finalmente, poderemos cuidar deste belo planeta como
´
deveria ter sido desde o princıpio. A Terra tem capacidades
˜ ´ ˜
naturais de recuperaçao. Lagos e rios poluıdos limparao a si
˜
mesmos se a fonte da poluiçao for eliminada; paisagens da-
nificadas pela guerra podem se recuperar, se os conflitos ces-
´
sarem. Que prazer sera trabalhar em harmonia com as leis
´
naturais da Terra, ´ ajudando a transforma-la num parque
ajardinado, um Eden global de infinita variedade! Em vez de
´
levianamente exterminar especies animais e vegetais, o ho-
´ ˜
mem estara em paz com toda a criaçao na Terra. Nem mes-
˜
mo as crianças terao qualquer temor dos animais selvagens.
´
— Isaıas 9:6, 7; 11:1-9.
16 Teremos uma restauraçao ˜ ´ ´
tambem em nıvel pessoal.
´ ˜
Apos o Armagedom, os sobreviventes presenciarao curas mi-
lagrosas em escala global. Como fez quando esteve na Terra,
´ ˜
Jesus usara o poder divino para restaurar a visao aos cegos, a
˜
audiçao aos surdos e corpos sadios e normais aos deficien-
´ ˜
tes fısicos e aos doentes. (Mateus 15:30) Os idosos ficarao fe-
´
lizes ao recuperar a força, a saude e o vigor da juventude.
´ ˜
( Jo 33:25) As rugas desaparecerao, os membros se regenera-
˜ ´ ˜
rao e os musculos recuperarao o vigor. Todos os humanos
˜ ˜
obedientes sentirao os efeitos do pecado e da imperfeiçao
´ ˜ ´ ´
16. No Paraıso, que restauraçao afetara todas as pessoas fieis?
˜ ´
PODER DE RESTAURAÇAO — JEOVA ‘FAZ NOVAS TODAS AS COISAS’ 83
´
diminuir gradativamente, ate desaparecer. Quanta grati-
˜ ´
dao sentiremos a Jeova Deus por seu maravilhoso poder de
˜
restauraçao! Focalizemos agora um aspecto especialmente
˜
animador desse emocionante tempo de restauraçao.
˜
Mortos voltarao a viver
´ ´
17 No primeiro seculo EC, alguns lıderes religiosos, chama-
˜ ˜
dos saduceus, nao criam na ressurreiçao. Jesus os repreen-
˜
deu com as palavras: “Estais equivocados, porque nao co-
nheceis nem as Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mateus
´
22:29) Sim, as Escrituras revelam que Jeova tem esse poder
˜
de restauraçao. Como assim?
18 Visualize o que aconteceu nos dias de Elias. Uma viuva ´
´
segurava nos braços o corpo inerte de seu filho unico. O me-
´
nino estava morto. O profeta Elias, que havia sido hospede
dela por algum tempo, com certeza estava chocado. Ante-
riormente,
´ ele havia ajudado a salvar essa criança da inani-
˜ ´ ˜
çao. E provavel que Elias tivesse se apegado ao garoto. A mae
´
estava arrasada. O menino era a unica lembrança viva de seu
falecido esposo. Ela talvez esperasse que esse filho cuidasse
´
dela na velhice. Desolada, a viuva temia estar sendo punida
˜ ´
por algum erro do passado. Elias nao suportou ver essa trage-
´ ˜
dia. Com cuidado, apanhou o cadaver do colo da mae, su-
´
biu ao seu quarto e pediu a Jeova que restaurasse a alma, ou
vida, da criança. — 1 Reis 17:8-21.
˜
19 Elias nao ˜ ´
foi a primeira pessoa a crer na ressurreiçao. Se-
˜ ´ ´
culos antes, Abraao ja acreditava que Jeova tem tal poder
˜ ˜
de restauraçao — e com bons motivos. Quando Abraao ti-
´
nha 100 anos de idade e Sara tinha 90, Jeova restaurou as
´
faculdades reprodutivas do casal, tornando possıvel que Sara
17, 18. (a) Por que Jesus repreendeu os saduceus? (b) Que circuns-
ˆ ´ ˜
tancias levaram Elias a pedir a Jeova que realizasse uma ressurreiçao?
˜ ´
19, 20. (a) Como Abraao mostrou que tinha fe no poder de restau-
˜ ´ ´ ´
raçao de Jeova, e qual era a base dessa fe? (b) Como Jeova recompen-
´
sou a Elias por sua fe?
´
84 ACHEGUE-SE A JEOVA
ˆ
milagrosamente tivesse um filho. (Genesis 17:17; 21:2, 3)
´ ´
Mais tarde, quando o filho ja era adulto, Jeova pediu a
˜ ˜ ´
Abraao que o sacrificasse. Abraao mostrou fe, reconhecendo
´
que Jeova poderia restaurar a vida de seu amado Isaque. (He-
´ ˜
breus 11:17-19) Essa forte fe talvez explique por que Abraao,
antes de subir ao monte para oferecer seu filho, garantiu
ˆ
aos seus servos que ele e Isaque voltariam juntos. — Genesis
22:5.
20 Jeova´ poupou Isaque, de modo que nao ˜
foi preciso uma
˜ ˜ ´
ressurreiçao naquela ocasiao. No caso de Elias, porem, o fi-
´ ´ ˜
lho da viuva ja estava morto — mas nao por muito tempo.
´ ´
Jeova recompensou a fe do profeta ressuscitando a criança.
` ˜
Em seguida, Elias entregou o menino a mae, com es-
´ ˆ ´
tas palavras inesquecıveis: “Ve, teu filho esta vivo”! — 1 Reis
17:22-24.
21 Essa e´ a primeira vez, no registro bıblico, ´
em que vemos
´
Jeova usar seu poder para restaurar uma vida humana. Mais
´ ´
tarde, Jeova tambem capacitou Eliseu, Jesus, Paulo e Pedro
para ressuscitar mortos. Naturalmente, os que foram ressus-
´
citados por fim morreram de novo. Mas esses relatos bıblicos
indicam maravilhosas perspectivas para o futuro.
22 No Paraıso, ´ ´
Jesus cumprira seu papel de ser “a ressurrei-
˜ ˜ ´ ´
çao e a vida”. ( Joao 11:25) Ele ressuscitara incontaveis mi-
˜
lhoes de pessoas, dando-lhes a oportunidade de viverem
´ ˜
para sempre no Paraıso na Terra. ( Joao 5:28, 29) Imagine o
´
reencontro de amigos e parentes, ha muito separados pela
morte, ao se abraçarem — quase fora de si de tanta alegria!
´ ´
Toda a humanidade louvara a Jeova por esse poder de restau-
˜
raçao.
˜
21, 22. (a) Qual foi o objetivo das ressurreiçoes registradas nas Escri-
´ ˜ ˜ ´
turas? (b) Qual sera a extensao da ressurreiçao no Paraıso e quem a
´
realizara?
ˆ ´
“Ve, teu filho esta vivo”!
´
86 ACHEGUE-SE A JEOVA

˜
Perguntas para Meditaçao
2 Reis 5:1-15 Por ter cultivado a humildade, como certo homem
´ ˜
nos tempos bıblicos se beneficiou do poder de restauraçao de
´
Jeova?
´ ´ ´
Jo 14:12-15 Que confiança Jo tinha? Como esses versıculos po-
´
dem influir na nossa propria esperança?
˜
Salmo 126:1-6 Que sentimentos os cristaos hoje podem ter a res-
˜ ˜ ˜
peito da restauraçao da adoraçao pura e de sua participaçao nisso?
´ ´
Romanos 4:16-25 Por que e importante ter fe no poder de restau-
˜ ´
raçao de Jeova?

´ ´
23 Jeova forneceu uma garantia solida como uma rocha de
˜
que tais esperanças sao seguras. Na maior de todas as de-
˜
monstraçoes de poder, ele ressuscitou seu Filho, Jesus, como
˜
poderosa criatura espiritual, colocando-o numa posiçao in-
` ´
ferior apenas a Sua propria. O ressuscitado Jesus apareceu a
´ ´
centenas de testemunhas oculares. (1 Corıntios 15:5, 6) Ate
´ ˆ
mesmo para os cepticos, essa evidencia deve ser conclusiva.
´
Jeova tem o poder de restaurar a vida.
24 Jeova´ nao ˜
apenas tem o poder de ressuscitar os mortos,
´ ´
mas tambem o desejo de fazer isso. Pelo que o fiel Jo foi ins-
´
pirado a dizer podemos deduzir que Jeova realmente anseia
´ ˜ ´
ressuscitar os mortos. ( Jo 14:15) Nao se sente atraıdo ao nos-
´ ˜
so Deus, que esta ansioso de usar seu poder de restauraçao
˜ ´
de maneira tao amorosa? Lembre-se, porem, de que a ressur-
˜ ´
reiçao e apenas um dos aspectos da futura grande obra de
˜ ´
restauraçao de Jeova. Ao se achegar cada vez mais a ele, pre-
ze sempre a preciosa esperança de poder estar presente para
´ ˜
ver Jeova ‘fazer novas todas as coisas’. — Revelaçao 21:5.
˜ ´
23. Qual foi a maior de todas as demonstraçoes do poder de Jeova?
´
Que garantia isso nos da para o futuro?
´ ´
24. Por que podemos ter certeza de que Jeova ressuscitara os mortos?
´
Que esperança cada um de nos pode prezar?
´
C A P I T U L O 9

´
“Cristo e o poder de Deus”
´
OS DISCIPULOS estavam apavorados. Quando atravessavam
´
o mar da Galileia, tambem conhecido como lago de Genesa-
´ ´
re, uma tempestade começou de repente. Sem duvida, eles
´
ja haviam enfrentado tempestades naquele lago, afinal al-
guns deles eram pescadores experientes.1 (Mateus 4:18, 19)
Mas essa era “uma violenta tempestade de vento” que rapida-
´ ´
mente agitou as aguas, deixando o mar em furia. Os homens
˜
faziam de tudo para controlar a embarcaçao, mas a tempes-
tade era forte demais. Ondas altas “abatiam-se sobre o bar-
˜
co”, inundando-o. Apesar de toda essa agitaçao, Jesus dormia
profundamente na popa, exausto depois de um dia ensinan-
˜ ´
do as multidoes. Temendo por suas vidas, os discıpulos acor-
daram-no e imploraram: “Senhor, salva-nos, pois estamos
prestes a perecer!” — Marcos 4:35-38; Mateus 8:23-25.
2 Jesus nao˜
demonstrou nenhum medo. Com total confian-
ˆ
ça, censurou o vento e disse ao mar: “Silencio! Cala-te!” Am-
bos obedeceram imediatamente — a tempestade cessou, as
ondas desapareceram e “deu-se uma grande calmaria”. Os
´ ´
discıpulos ficaram muito assustados. “Quem e realmente
este?”, cochicharam entre si. De fato, que homem era esse
que censurava o vento e o mar como se repreendesse uma
criança levada? — Marcos 4:39-41; Mateus 8:26, 27.
´ ˜
1 Tempestades subitas sao comuns no mar da Galileia, que fica
˜ ´ ´
numa depressao (uns 200 metros abaixo do nıvel do mar). O ar ali e
˜
muito mais quente do que nas regioes ao redor, o que gera perturba-
˜ ´ ˜
çoes atmosfericas. Ventos fortes descem o vale do Jordao vindos do
´
monte Hermom, que fica ao norte. Num momento, tudo esta calmo;
no outro, pode começar uma tempestade violenta.
˜ ´
1-3. (a) Que situaçao assustadora os discıpulos enfrentaram no mar
´
da Galileia, e o que Jesus fez? (b) Por que e apropriado dizer que “Cris-
´
to e o poder de Deus”?
´
88 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜ ´
3 Jesus nao era um homem qualquer. Jeova demonstrou po-
´
der a favor dele e por meio dele de maneiras extraordinarias.
´
A respeito de Jesus, o apostolo Paulo escreveu apropriada-
˜ ´ ´
mente, sob inspiraçao: “Cristo e o poder de Deus.” (1 Corın-
tios 1:24) De que maneiras o poder de Deus se manifestou
em Jesus? E como o modo de Jesus usar o poder deve in-
fluenciar nossa vida?
ˆ
O poder do Filho unigenito de Deus
ˆ
4 Pense no poder que Jesus tinha durante sua existencia
´ ´
pre-humana. Jeova exerceu seu “sempiterno poder” quando
ˆ
criou seu Filho unigenito, que veio a ser conhecido como Je-
´
sus Cristo. (Romanos 1:20; Colossenses 1:15) Depois, Jeova
delegou grande poder e autoridade ao Filho para, por meio
´
dele, criar tudo o que existe. A respeito do Filho, a Bıblia
` ˆ ´
diz: “Todas as coisas vieram a existencia por intermedio dele,
` ´ ` ˆ
e a parte dele nem mesmo uma so coisa veio a existencia.”
˜
— Joao 1:3.
5 Nos ´
nem fazemos ideia da grandiosidade dessa incum-
ˆ ´ ˜
bencia. Imagine o poder necessario para criar milhoes de
´ ˜ ´
anjos poderosos, o Universo fısico com seus bilhoes de gala-
xias e a Terra com sua enorme variedade de formas de vida!
ˆ `
Para realizar essas tarefas, o Filho unigenito tinha a disposi-
˜ ´
çao a força mais poderosa do Universo: o espırito santo de
Deus. O Filho teve muito prazer em ser o Mestre de Obras
´ ´
usado por Jeova para criar todas as outras coisas. — Prover-
bios 8:22-31.
6 Sera´ que o Filho unigenito
ˆ
receberia ainda mais poder e
˜
autoridade? Depois de sua morte e ressurreiçao, Jesus disse:
´
“Foi-me dada toda a autoridade no ceu e na terra.” (Mateus
´
4, 5. (a) Que poder e autoridade Jeova delegou para seu Filho uni-
ˆ
genito? (b) Como o Filho conseguiu executar as tarefas criativas de
que o Pai lhe incumbiu?
´ ˜
6. Apos sua morte e ressurreiçao, que poder e autoridade Jesus rece-
beu?
´
“CRISTO E O PODER DE DEUS” 89

28:18) Portanto, foram concedidos a Jesus tanto a capacidade


como o direito de exercer poder em todo o Universo. Como
˜
“Rei dos reis e Senhor dos senhores”, ele recebeu autorizaçao
de reduzir “a nada todo governo, e toda autoridade e poder”
´ ´ ˜
— visıvel ou invisıvel — que se oponha ao seu Pai. (Revelaçao
´ ˜
[Apocalipse] 19:16; 1 Corıntios 15:24-26) Deus “nao deixou
˜ ´
nada que nao . . . fosse sujeito” a Jesus, exceto, e claro, ele
´ ´ ´
proprio, Jeova. — Hebreus 2:8; 1 Corıntios 15:27.
7 Sera´ que precisamos ficar preocupados que Jesus use mal

seu poder? De modo algum! Jesus ama de verdade o seu Pai


´ ˜
e nunca faria nada para desagrada-lo. ( Joao 8:29; 14:31) Ele
´
sabe que Jeova nunca usa mal seu poder ilimitado. Observou
˜
de primeira mao como o Criador procura oportunidades de
˜ ´
“mostrar a sua força a favor daqueles cujo coraçao e pleno
ˆ
para com ele”. (2 Cronicas 16:9) De fato, Jesus, assim como
seu Pai, ama muito a humanidade, de modo que podemos
´
ter confiança de que ele sempre usara seu poder para o bem.
˜ ˜
( Joao 13:1) As açoes de Jesus no passado confirmam isso.
Ele jamais usou mal o poder. Vamos analisar o poder que ele
tinha quando estava na Terra e como se sentiu motivado a
´
usa-lo.

“Poderoso em . . . palavra”
˜
8 Evidentemente, Jesus nao realizou milagres quando era
´
menino e crescia em Nazare. Mas isso mudou depois que ele
foi batizado em 29 EC, com cerca de 30 anos de idade. (Lu-
´ ´
cas 3:21-23) A Bıblia nos diz: “Deus o ungiu com espırito san-
´
to e poder, e ele percorria o paıs, fazendo o bem e saran-
do a todos os oprimidos pelo Diabo.” (Atos 10:38) “Fazendo
o bem” — isso indica que Jesus usou corretamente o poder,
˜
nao acha? Depois de ser ungido, ele “se tornou profeta pode-
roso em obras e palavra”. — Lucas 24:19.
´
7. Por que podemos ter certeza de que Jesus nunca usara mal o po-
´
der que Jeova lhe concedeu?
8. Depois de ser ungido, que poder Jesus recebeu e como o usou?
´
90 ACHEGUE-SE A JEOVA

9 Em que sentido Jesus era poderoso em palavra? Ele mui-


`
tas vezes ensinava ao ar livre: a beira de lagos, nas colinas,
nas ruas e nas feiras. (Marcos 6:53-56; Lucas 5:1-3; 13:26) Ou
seja, seus ouvintes poderiam simplesmente ir embora se suas
˜ ˜ ´
palavras nao prendessem a atençao. Naquela epoca, em que
˜
nao havia livros impressos, os ouvintes apreciativos tinham
˜
de guardar as palavras dele na mente e no coraçao. De modo
˜ ´
que o ensino de Jesus tinha de prender a atençao, ser facil de
˜
entender e de lembrar. Mas isso nao era problema para ele.
˜
Veja um exemplo: o Sermao do Monte.
10 Certa manha, ˜ ´ ˜
no inıcio do ano 31 EC, uma multidao se
reuniu numa colina perto do mar da Galileia. Alguns ha-
´ ` ˆ
viam vindo da Judeia e de Jerusalem, que ficavam a distan-
ˆ
cia de 100 a 110 quilometros dali. Outros haviam vindo da
˜ ´
regiao costeira de Tiro e Sıdon, ao norte. Muitos doentes se
´
aproximaram de Jesus para toca-lo e ele curou a todos. Quan-
´ ˜
do ja nao havia nenhuma pessoa gravemente doente entre
eles, ele começou a ensinar. (Lucas 6:17-19) Quando termi-
nou de falar algum tempo depois, as pessoas estavam fasci-
ˆ
nadas com o que tinham ouvido. Por que?
11 Anos depois, alguem´ ˜
que havia ouvido aquele sermao es-
˜
creveu: “As multidoes ficaram assombradas com o seu modo
de ensinar; pois ele as ensinava como quem tinha autori-
dade.” (Mateus 7:28, 29) As pessoas sentiam o poder de Je-
sus quando ele falava como representante divino, basean-
˜
do seu ensino na autoridade da Palavra de Deus. ( Joao 7:16)
˜ ˜
As declaraçoes de Jesus eram claras, suas exortaçoes, persua-
´
sivas; e seus argumentos, irrefutaveis. Suas palavras chega-
ˆ ˜ ˜
vam ao amago das questoes e tocavam o coraçao dos ouvin-
tes. Ele os ensinou a encontrar felicidade, a orar, a buscar o
Reino de Deus e a ter um futuro seguro. (Mateus 5:3–7:27)
9-11. (a) Onde Jesus realizou a maior parte da sua obra de ensinar
˜
e por que isso era um desafio? (b) Por que as multidoes ficaram as-
sombradas com o modo de Jesus ensinar?

“Observaram Jesus andando sobre o mar”


´
92 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
Suas palavras estimulavam o coraçao dos que tinham fome
da verdade e da justiça. Esses se dispunham a ‘negar’ a si mes-
mos e a abandonar tudo para segui-lo. (Mateus 16:24; Lucas
˜
5:10, 11) Que demonstraçao do poder das palavras de Jesus!
“Poderoso em obras”
´
12 Jesus tambem era “poderoso em obras”. (Lucas 24:19) Os
´
Evangelhos relatam mais de 30 milagres especıficos que ele
´
realizou — todos pelo “poder de Jeova”.1 (Lucas 5:17) Os mi-
lagres de Jesus beneficiaram milhares de pessoas. Em ape-
nas dois desses milagres — quando ele alimentou primeiro
´
5 mil homens e mais tarde 4 mil homens, “alem de mulheres
˜
e criancinhas” —, estiveram envolvidas multidoes de, prova-
velmente, umas 20 mil pessoas. — Mateus 14:13-21; 15:32-38.
13 Os milagres de Jesus eram bem variados. Ele tinha au-
ˆ
toridade sobre demonios, expulsando-os facilmente. (Lucas
´
9:37-43) Tinha poder sobre elementos fısicos, transforman-
´ ˜ ´
do agua em vinho. ( Joao 2:1-11) Para surpresa dos discıpu-
˜
los, ele caminhou sobre o revolto mar da Galileia. ( Joao 6:18,
´
19) Tinha o poder de curar todo tipo de defeitos fısicos, de
ˆ
doenças cronicas, ou potencialmente fatais. (Marcos 3:1-5;
˜ ´
Joao 4:46-54) As maneiras de ele curar tambem variavam.
` ˆ
Alguns foram curados a distancia; outros foram tocados di-
retamente por Jesus. (Mateus 8:2, 3, 5-13) Alguns foram cu-
rados na hora; outros, aos poucos. — Marcos 8:22-25; Lucas
8:43, 44.
14 Alem´ ´
disso, Jesus tinha uma habilidade notavel: o poder
´ ˆ ˜
de anular a morte. Ha registros de tres ocasioes em que ele
´ `
1 Alem disso, os Evangelhos as vezes agrupam muitos milagres sob
´ ˜ ˜
uma unica descriçao geral. Por exemplo, em certa ocasiao uma “cida-
ˆ
de toda” foi ve-lo e ele curou “muitos” doentes. — Marcos 1:32-34.

12, 13. Por que se diz que Jesus era “poderoso em obras”, e em que
sentidos seus milagres eram variados?
ˆ
14. Em que circunstancias Jesus demonstrou que tinha o poder de
anular a morte?
´
“CRISTO E O PODER DE DEUS” 93

ressuscitou mortos: devolveu uma menina de 12 anos aos


´ ` ˜ ´ ˜
pais; um filho unico a mae, que era viuva; e um irmao muito
` ˜ ˜
querido as suas irmas. (Lucas 7:11-15; 8:49-56; Joao 11:38-44)
ˆ ˜ ´
Para ele, nenhuma circunstancia era tao difıcil que o impe-
˜
disse de realizar uma ressurreiçao. A menina de 12 anos, por
`
exemplo, foi trazida de volta a vida pouco depois de ter mor-
´ ´
rido. Ja o filho da viuva foi ressuscitado quando era transpor-
´
tado no seu esquife, sem duvida no mesmo dia em que mor-
˜ ´
reu. E a ressurreiçao de Lazaro se deu quatro dias depois de
ele ter morrido.
´
Poder usado de forma altruısta,
´
responsavel e compassiva
15 Consegue imaginar o que aconteceria se o poder de Je-
´ ˜
sus caısse nas maos de um governante imperfeito? Possivel-
˜
mente, haveria abuso de poder. Mas Jesus nao tinha pecado.
´
(1 Pedro 2:22) Ele se recusou a ser manchado pelo egoısmo,
˜ ˆ
pela ambiçao e pela ganancia que levam os humanos imper-
feitos a usar o poder para prejudicar outros.
´
16 Jesus usava o poder de forma altruısta, nunca para ob-
ter vantagens pessoais. Quando estava faminto, recusou-se
˜ ´
a transformar pedras em pao, em proveito proprio. (Mateus
4:1-4) Ele tinha poucos bens, o que demonstra claramen-
˜
te que nao usava o poder para obter lucros materiais. (Ma-
´
teus 8:20) Ha outro fato que prova que suas obras poderosas
˜ ˜ ´
nao tinham motivaçao egoısta. Realizar milagres lhe custava
´
algo. Quando curava doentes, saıa poder dele. Ele sentia isso
´ ´
ate quando curava uma unica pessoa. (Marcos 5:25-34) Mes-
˜
mo assim, deixava que multidoes o tocassem, e elas eram cu-
˜
radas. (Lucas 6:19) Que abnegaçao!
17 Jesus usava o poder de modo responsavel. ´
Ele nunca
´
fez obras poderosas so para se mostrar ou por exibicio-
´
nismo, sem um proposito. (Mateus 4:5-7) Ele se recusou a
´
15, 16. O que demonstra que Jesus usava o poder de forma altruısta?
´
17. Como Jesus mostrou que usava o poder de modo responsavel?
´
94 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
realizar sinais so para satisfazer a curiosidade de Herodes, que
˜
tinha motivaçoes erradas. (Lucas 23:8, 9) Em vez de propa-
gar os seus feitos aos quatro ventos, Jesus muitas vezes di-
˜ ´
zia aos curados que nao contassem nada a ninguem. (Marcos
˜ ˜
5:43; 7:36) Nao queria que as pessoas tirassem conclusoes a
seu respeito com base em relatos sensacionalistas. — Mateus
12:15-19.
18 Jesus era um homem poderoso, mas era bem diferente de
´
certos governantes que exercem o poder de forma insensıvel,
sem levar em conta as necessidades e o sofrimento dos ou-
´
tros. Jesus se preocupava com as pessoas. So de ver os afli-
˜
tos, ele sentia tanta compaixao que simplesmente tinha de
aliviar seu sofrimento. (Mateus 14:14) Ele levava em consi-
˜ ˜
deraçao seus sentimentos e necessidades, e essa preocupaçao
amorosa influenciava seu modo de usar o poder. Em Marcos
7:31-37 encontra-se um exemplo comovente disso.
19 Naquela ocasiao, ˜ ˜
grandes multidoes encontraram Jesus e
trouxeram-lhe muitos doentes, e ele curou a todos. (Mateus
˜
15:29, 30) Mas Jesus mostrou consideraçao especial por um
homem surdo que mal conseguia falar. Talvez ele tenha per-
cebido que o homem estava muito nervoso ou embaraça-
˜
do. Bondosamente, levou o homem para longe da multidao.
´
Daı, em particular, usou sinais para explicar ao homem o que
˜ ˆ
faria. Entao, “pos os seus dedos nos ouvidos do homem, e,
´
depois de cuspir, tocou na lıngua dele”.1 (Marcos 7:33) De-
´ ˜
pois, Jesus olhou para o ceu e suspirou. Com essas açoes, ele
ˆ
queria dizer ao homem: “O que vou fazer por voce se deve ao
poder de Deus.” Por fim, Jesus disse: “Abre-te.” (Marcos 7:34)
´
1 Cuspir era um metodo ou sinal de cura conhecido tanto por ju-
´
deus como por gentios, e o uso de saliva em curas esta registrado em
´
escritos rabınicos. Possivelmente, Jesus cuspiu apenas para mostrar
˜
ao homem que ele ia ser curado. Seja como for, Jesus nao usou a sa-
ˆ
liva como substancia curativa natural.

18-20. (a) O que influenciava o modo de Jesus usar o poder? (b) O


ˆ
que voce acha do modo de Jesus curar um surdo?
´
“CRISTO E O PODER DE DEUS” 95
˜
Com isso, a audiçao do homem foi restaurada e ele começou
a falar normalmente.
20 Como e´ emocionante pensar que, mesmo quando usa-

va o poder dado por Deus para curar os aflitos, Jesus mostra-


˜ ˜
va empatia e consideraçao pelos sentimentos deles! Nao fi-
´
camos mais tranquilos de saber que Jeova colocou o Reino
ˆ ˜ ˜
messianico nas maos de um Governante tao bondoso e com-
passivo?
´
Prenuncio do futuro
21 As obras poderosas que Jesus realizou na Terra dao ˜
apenas
ˆ ˜ ´
uma ideia das bençaos muito maiores que havera sob seu rei-
´
nado. No novo mundo de Deus, Jesus novamente fara mi-
˜
lagres, mas em escala mundial. Veja quais sao algumas das
perspectivas emocionantes para o futuro.
22 Jesus restaurara´ o equilıbrio
´ ´
ecologico da Terra. Lembre-
se de que ele acalmou um vendaval, o que demonstra que ele
´ ˜
tem controle sobre as forças da natureza. Sem duvida, entao,
´ ˜ ´
sob o seu domınio no Reino, a humanidade nao precisara ter
˜ ˜ ˆ
medo de tufoes, terremotos, erupçoes vulcanicas ou outras
calamidades naturais. Visto que foi o Mestre de Obras usado
´
por Jeova para criar a Terra e todas as formas de vida nela,
˜
Jesus entende plenamente a constituiçao do planeta. Sabe
´
como usar seus recursos de forma apropriada. Sob seu domı-
´ ´
nio, a Terra inteira sera transformada num Paraıso. — Lucas
23:43.
23 E as necessidades da humanidade? Usando poucas provi-
˜
soes, Jesus forneceu alimento mais do que suficiente a mi-
´
lhares de pessoas. Isso nos assegura que, sob seu domınio, a
´ ´ ´
fome desaparecera. De fato, havera muito alimento, que sera
21, 22. (a) O que os milagres de Jesus indicavam para o futuro?
(b) Visto que Jesus tem controle sobre as forças da natureza, o que
´
podemos esperar sob seu domınio no Reino?
´
23. Como Rei, de que formas Jesus satisfara as necessidades da hu-
manidade?
´
96 ACHEGUE-SE A JEOVA

˜
Perguntas para Meditaçao
´ ´ ˆ
Isaıas 11:1-5 Como Jesus manifesta “o espırito de . . . potencia”
e, por causa disso, que confiança podemos ter a respeito do do-
´
mınio dele?
Marcos 2:1-12 As curas milagrosas de Jesus demonstram que ele
recebeu que autoridade?
˜
Joao 6:25-27 Embora Jesus satisfizesse de forma milagrosa as
´
necessidades fısicas das pessoas, qual era o objetivo principal do
´
seu ministerio?
˜
Joao 12:37-43 Por que algumas testemunhas oculares dos mila-
˜ ´
gres de Jesus nao depositaram fe nele, e o que podemos apren-
der disso?

´
distribuıdo de forma justa, eliminando a fome para sempre.
´
(Salmo 72:16) Como ele e capaz de curar doenças, podemos
ter certeza de que os enfermos, cegos, surdos, mutilados e de-
´ ˜
ficientes fısicos serao curados de forma completa e perma-
´ ´
nente. (Isaıas 33:24; 35:5, 6) E ele tambem tem a habilida-
`
de de trazer os mortos de volta a vida! Portanto, podemos
ter certeza de que, como poderoso Rei celestial, ele ressusci-
´ ´ ˜ ´
tara os incontaveis milhoes que seu Pai guarda na memoria.
˜
— Joao 5:28, 29.
24 Ao refletirmos no poder de Jesus, e´ bom termos em men-
˜
te que ele imita seu Pai de forma perfeita. ( Joao 14:9) As-
sim, o modo como o Filho usa o poder mostra-nos claramen-
´ ´
te como Jeova tambem o usa. Por exemplo, pense em como
˜
Jesus mostrou consideraçao ao curar um leproso. Cheio de
˜
compaixao, Jesus tocou no homem e disse: “Eu quero.”
´ ´
(Marcos 1:40-42)´ Em relatos como esse, e como se Jeova nos
˜
dissesse: “E assim que eu uso o poder!” Nao sente vontade
de louvar nosso Deus todo-poderoso e agradecer-lhe por usar
˜
seu poder de modo tao amoroso?
´
24. Ao refletirmos no poder de Jesus, o que e bom termos em men-
ˆ
te, e por que?
´
C A P I T U L O 1 0

“Tornai-vos imitadores de Deus”


no uso do poder
˜ ´
“NAO ha poder sem sutil laço.” Essas palavras de uma
´
poetisa do seculo 19 revelam um perigo insidioso: o mau
ˆ
uso do poder. Infelizmente, com muita frequencia os hu-
˜
manos, que sao imperfeitos, caem nesse laço. De fato, ao
´
longo de toda a Historia, “homem tem dominado homem
´
para seu prejuızo”. (Eclesiastes 8:9) O poder exercido sem
´
amor tem resultado em indescritıvel sofrimento para a hu-
manidade.
˜ ´ ˜ ´
2 Nao acha notavel, entao, que Jeova Deus nunca use mal
´
seu poder ilimitado? Como notamos nos capıtulos ante-
˜
riores, ele sempre usa seu poder — criativo, de destruiçao,
˜
protetor ou de restauraçao — em harmonia com seus pro-
´
positos amorosos. Se analisarmos seu modo de usar o po-
der, sentiremos o desejo de nos achegar a ele. Isso, por sua
´
vez, nos motivara a nos tornarmos “imitadores de Deus”
´ ´
ao usar nosso poder. (Efesios 5:1) Mas que poder nos, hu-
´ ´
manos frageis, possuımos?
3 Lembre-se de que os humanos foram criados “a` ima-
` ˆ
gem de Deus” e a Sua semelhança. (Genesis 1:26, 27) De
´
modo que tambem temos certa medida de poder: o po-
der de fazer coisas, de trabalhar; o controle ou a autoridade
sobre outros; a habilidade de influenciar outros, em espe-
´
cial os que nos amam; a força fısica (vigor); ou os recursos
´
materiais. O salmista disse o seguinte a respeito de Jeova:
´
“Contigo esta a fonte da vida.” (Salmo 36:9) Portanto,
ˆ ˜
1. Com frequencia, os humanos, que sao imperfeitos, caem em que
laço sutil?
´ ´ ´
2, 3. (a) O que e notavel quanto ao modo de Jeova usar o poder?
´ ´ ´
(b) O que esta incluıdo no nosso poder e como devemos usa-lo?
´
98 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´
direta ou indiretamente, Deus e a fonte de todo poder legı-
´
timo que possamos ter. Assim, devemos usa-lo de forma a
agradar a Ele. Como fazer isso?
´
O segredo e o amor
´
4 O segredo para usarmos corretamente o poder e o amor.
´
O exemplo do proprio Deus demonstra isso. Lembre-se dos
´
quatro atributos principais de Deus, analisados no Capıtu-
´
lo 1: poder, justiça, sabedoria e amor. Qual e a mais desta-
´
cada dessas quatro qualidades? O amor. “Deus e amor”, diz
˜ ´ ´ ˆ
1 Joao 4:8. Na verdade, o amor e a propria essencia do que
´ ´
Jeova e e influencia tudo o que ele faz. Assim, quando usa
´
seu poder, o Criador sempre e motivado pelo amor e tem por
objetivo final o bem dos que o amam.
5 O amor tambem ´ ´
nos ajudara a usar corretamente o po-
´ ´ ˜
der. Afinal, a Bıblia diz que o amor e “benigno” e “nao pro-
´ ´
cura os seus proprios interesses”. (1 Corıntios 13:4, 5) As-
˜ ´
sim, ele nao nos deixara agir de modo duro ou cruel para
˜ ´
com os que estao debaixo de nossa autoridade. Pelo contra-
rio, trataremos os outros com dignidade e colocaremos suas
`
necessidades e sentimentos a frente dos nossos. — Filipenses
2:3, 4.
6 O amor esta´ relacionado a outra qualidade que nos ajuda

a usar bem o poder: o temor de Deus. Por que essa qualida-


´ ´
de e importante? “No temor de Jeova a pessoa se desvia do
´ ´
mal”, diz Proverbios 16:6. O uso incorreto do poder sem du-
´ ´ ´
vida esta incluıdo entre as coisas mas das quais devemos nos
´
desviar. O temor de Deus impedira que tratemos mal aque-
˜ ˆ
les que estao sob nossa autoridade. Por que? Um dos moti-
´
4, 5. (a) Qual e o segredo para usar corretamente o poder, e como
´
o exemplo do proprio Deus demonstra isso? (b) Como o amor nos
´
ajudara a usar corretamente nosso poder?
´
6, 7. (a) O que e o temor de Deus e por que essa qualidade nos aju-
´ ˜
dara a evitar usar mal o poder? (b) Ilustre a ligaçao que existe entre
o temor de desagradar a Deus e o amor a Ele.
“TORNAI-VOS IMITADORES DE DEUS” NO USO DO PODER 99
´
vos e que sabemos que teremos de prestar contas a Deus pelo
modo como os tratamos. (Neemias 5:1-7, 15) Mas o temor
de Deus envolve mais do que isso. Os termos para “temor”
´ `
nas lınguas originais muitas vezes se referem a profunda re-
ˆ ` ˜ ´
verencia a Deus e a admiraçao por ele. Assim, a Bıblia associa
ˆ
o temor com o amor a Deus. (Deuteronomio 10:12, 13) Essa
˜ ´
admiraçao reverente inclui o temor saudavel de desagradar
˜ ˆ
a Deus, nao apenas porque temos medo das consequencias,
mas porque realmente o amamos.
7 Para ilustrar: pense no bom relacionamento entre um ga-

rotinho e seu pai. O menino sente o interesse carinhoso e


´
amoroso do pai por ele. Mas tambem sabe o que o pai exige
´
dele e que vai disciplina-lo se ele se comportar mal. O meni-
˜ ´ ´
no nao vive com um medo morbido do pai. Pelo contrario,
ele o ama muito. Procura agir de um modo que venha a ter
˜ ´
a aprovaçao do pai. O mesmo se da com o temor de Deus.
´
Visto que amamos a Jeova, nosso Pai celestial, tememos fa-
˜ ˆ
zer algo que o deixe “magoado no coraçao”. (Genesis 6:6)
˜ ´
Temos muita ´ vontade de alegrar o coraçao Dele. (Proverbios
27:11) E por isso que nos esforçamos para usar corretamente
nosso poder. Vamos analisar em mais detalhes como pode-
mos fazer isso.
´
Na famılia
´ ´
8 Analisemos primeiro o cırculo familiar. “O marido e ca-
´
beça de sua esposa”, diz Efesios 5:23. Como o marido deve
´
exercer a autoridade que recebeu de Deus? A Bıblia diz que
os maridos devem morar com a esposa “segundo o conheci-
mento, [atribuindo-lhe] honra como a um vaso mais fraco”.
(1 Pedro 3:7) O substantivo grego traduzido “honra” signifi-
ca “preço, valor, . . . respeito”. Algumas formas dessa pala-
˜ ´
vra sao traduzidas como “dadivas” e “precioso”. (Atos 28:10;
´
8. (a) Que autoridade o marido tem na famılia, e como se espera
que ele a exerça? (b) Como o marido pode mostrar que honra a es-
posa?
´
100 ACHEGUE-SE A JEOVA

1 Pedro 2:7) O marido que honra a esposa nunca a ataca fi-


sicamente, nem a humilha ou rebaixa, fazendo com que se
´ ´
sinta inutil. Ao contrario, ele reconhece o valor dela e a trata
˜ ´
com respeito. Mostra por suas palavras e açoes — em publi-
´ ´
co e em particular — que ela e preciosa para ele. (Proverbios
˜ ´ ´
31:28) O marido que age assim nao so obtem o amor e o res-
´ ´
peito da esposa, mas tambem, o que e mais importante, a
˜
aprovaçao de Deus.
9 A esposa tambem ´ ´ ´
tem certo poder na famılia. A Bıblia
menciona mulheres tementes a Deus que, sem desrespei-
tar a chefia, tomaram a iniciativa, influenciando o mari-
˜
do de modo positivo ou ajudando-o a nao cometer erros de
´ ˆ
criterio. (Genesis 21:9-12; 27:46–28:2) A esposa talvez tenha
´ ´
um raciocınio mais rapido do que o do marido, ou outras
˜
habilidades que ele nao possui. Mesmo assim, ela deve ter
“profundo respeito” por ele e ‘estar sujeita’ a ele “como ao
´
Senhor”. (Efesios 5:22, 33) O desejo de agradar a Deus a aju-
´
dara a usar suas habilidades para apoiar o marido, em vez de
´ ´ ´
rebaixa-lo ou tentar domina-lo. Essa “mulher realmente sa-
´
bia” coopera com o marido para edificar a famılia. Assim, ela
´ ´
mantem a paz com Deus. — Proverbios 14:1.
10 Os pais tambem ´ ˆ ´
tem autoridade dada por Deus. A Bıblia
˜
incentiva: “Pais, nao estejais irritando os vossos filhos, mas
´ ˜
prossegui em cria-los na disciplina e na regulaçao mental de
´ ´ ´
Jeova.” (Efesios 6:4) Na Bıblia, a palavra “disciplina” pode
˜ ˜
significar “criaçao, treinamento, instruçao”. As crianças pre-
ˆ
cisam de disciplina; elas crescem felizes quando tem orienta-
˜ ˜ ´
çoes, restriçoes e limites claros. A Bıblia associa essa discipli-
˜ ´
na, ou instruçao, com o amor. (Proverbios 13:24) Portanto,
“a vara da disciplina” nunca deve ser usada de forma abu-
´ ´
9. (a) Que poder a esposa tem na famılia? (b) O que ajudara a espo-
sa a usar suas habilidades para apoiar o marido, e com que resultado?
´
10. (a) Que autoridade Deus concedeu aos pais? (b) Qual e o senti-
do da palavra “disciplina” e como deve ser administrada? (Veja tam-
´
bem a nota.)
“TORNAI-VOS IMITADORES DE DEUS” NO USO DO PODER 101
´ ´
siva, quer em sentido emocional quer fısico.1 (Proverbios
´
22:15; 29:15) Pais que disciplinam de forma rıgida, cruel ou
˜
desamorosa estao abusando da autoridade e podem esma-
´
gar o espırito da criança. (Colossenses 3:21) Por outro lado,
a disciplina equilibrada e administrada de forma correta de-
monstra para a criança que os pais a amam e se preocupam
´
com o tipo de pessoa que ela esta se tornando.
11 E os filhos? Como podem usar corretamente o seu po-
´ ´
der? “A beleza dos jovens e o seu poder”, diz Proverbios
´
20:29. Sem duvida, o melhor modo de os jovens usarem sua
´
força e seu vigor e´ servindo ao nosso “Grandioso Criador”.
(Eclesiastes 12:1) E bom que os jovens se lembrem de que
˜ ´
suas açoes podem afetar os sentimentos dos pais. (Prover-
bios 23:24, 25) Quando os filhos obedecem aos pais temen-
˜
tes a Deus e seguem o caminho correto, alegram o coraçao
´ ´ ´
dos pais. (Efesios 6:1) Agir assim e algo “bem agradavel no
Senhor”. — Colossenses 3:20.
˜
Na congregaçao
´
12 Jeova providenciou que superintendentes tomassem a
˜ ˜
dianteira na congregaçao crista verdadeira. (Hebreus 13:17)
Esses homens qualificados devem usar a autoridade conce-
´
dida por Deus para dar a ajuda necessaria e contribuir para
´ `
o bem-estar do rebanho. Sera que, devido a sua posi-
˜ ˜ ˆ
çao, os anciaos tem o direito de dominar sobre os concren-
tes? De modo algum! Esses homens devem ter um concei-
˜
to equilibrado e humilde sobre o seu papel na congregaçao.
´
1 Nos tempos bıblicos, a palavra hebraica para “vara” significava
˜
um bastao ou cajado, como o que o pastor usava para guiar as ove-
lhas. (Salmo 23:4) De modo similar, “a vara” de autoridade dos pais
˜ ˜ ˜
sugere orientaçao amorosa, nao puniçao cruel ou brutal.

11. Como os filhos podem usar corretamente o seu poder?


˜
12, 13. (a) Como os anciaos devem encarar sua autoridade na con-
˜ ˜
gregaçao? (b) Ilustre por que os anciaos devem tratar o rebanho com
bondade.
´
102 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
(1 Pedro 5:2, 3) A Bıblia diz aos superintendentes: “[Pasto-
˜
reiem] a congregaçao de Deus, que ele comprou com o san-
´ ´ ˜
gue do seu proprio Filho.” (Atos 20:28) Esta ultima expressao
˜
revela uma razao muito importante para tratar cada membro
do rebanho com bondade.
13 Para ilustrar isso, digamos que um grande amigo lhe pe-
ˆ
disse para cuidar de um bem precioso. Voce sabe que o
˜
seu amigo pagou um preço muito alto por ele. Nao o trata-
ria com delicadeza, com extremo cuidado? De modo similar,
˜
Deus encarregou os anciaos da responsabilidade de cuidar de
˜ ˜
um bem muito valioso: a congregaçao, cujos membros sao
˜ ´
comparados a ovelhas. ( Joao 21:16, 17) Jeova considera suas
˜
ovelhas tao preciosas que as comprou com o sangue valioso
ˆ
do seu Filho unigenito, Jesus Cristo — o preço mais alto que
˜ ˜
Ele poderia ter pago por elas. Anciaos humildes nao se esque-
´
cem disso e tratam as ovelhas de Jeova concordemente.
´
O “poder da lıngua”
˜ ´ ´
14 “Morte e vida estao no poder da lıngua”, diz a Bıblia.
´ ´
(Proverbios 18:21) De fato, a lıngua pode causar grandes es-
´
tragos. Quem de nos nunca se sentiu magoado por um co-
´ ´ ´
mentario impensado ou depreciativo? Mas a lıngua tambem
´ ´ ´
tem o poder de curar. “A lıngua dos sabios e uma cura”, diz
´ ´ ˜
Proverbios 12:18. De fato, palavras positivas e beneficas sao
´
comparaveis a uma pomada suavizante e curativa para o co-
˜
raçao. Veja alguns exemplos.
15 “Falai consoladoramente as`
almas deprimidas”, incenti-
´ ´ ´
va 1 Tessalonicenses 5:14. Ate servos fieis de Jeova vez por
˜
outra talvez tenham de lutar contra a depressao. Como po-
´ ˆ
demos ajuda-los? De elogios sinceros a respeito de pontos es-
´ ˜
pecıficos que os ajudem a ver como sao preciosos aos olhos
´
de Jeova. Leia com eles trechos das Escrituras que revelam
´ ˆ ˜
como Jeova ama e se importa com os “que tem coraçao
´
14. Que poder tem a lıngua?
´
15, 16. De que maneiras podemos usar a lıngua para animar outros?
´
quebrantado” e “espırito
esmagado”. (Salmo 34:18)
Quando usamos o po-
´
der da lıngua para conso-
lar outros, imitamos nos-
so Deus compassivo,
“que consola os abati-
´
dos”. — 2 Corıntios 7:6.
´
16 Tambem podemos
´
usar o poder da lın-
gua para dar a ou-
tros o incentivo de
que precisam. Co-
nhece um concren-
te que perdeu uma
pessoa querida? Pa-
lavras compassivas
que expressem nos-
˜
sa preocupaçao aju-
˜
darao a consolar o co-
˜ ˜
raçao do enlutado. Um irmao Maridos e esposas usam
´ ´
idoso esta se sentindo inutil? corretamente seu poder
Palavras compreensivas po- tratando um ao outro
dem reanimar os idosos, asse- com amor e respeito
˜
gurando-lhes que sao valiosos
´ ´
e apreciados. Sabe de alguem que esta lutando contra uma
ˆ
doença cronica? Palavras bondosas ditas pelo telefone ou
pessoalmente podem contribuir muito para melhorar a dis-
˜ ˆ
posiçao de animo do adoentado. Como nosso Criador deve
ficar contente quando usamos o poder da fala para proferir
˜ ´
uma palavra “boa para a edificaçao”! — Efesios 4:29.
17 Mas a maneira mais importante de usarmos o poder da

´
17. De que maneira importante podemos usar a lıngua para o bene-
´
fıcio de outros e por que devemos fazer isso?
´
104 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´
lıngua e transmitindo as boas novas do Reino de Deus a ou-
˜ ` ´
tros. “Nao negues o bem aqueles a quem e devido, quan-
˜ ˆ ´
do
´ estiver no poder da tua mao faze-lo”, diz Proverbios 3:27.
˜
E nossa obrigaçao transmitir a outros as boas novas de sal-
˜ ˜ ´
vaçao. Nao seria correto guardar para nos mesmos a mensa-
´ ˜
gem urgente que Jeova nos transmitiu de forma tao genero-
´ ´ ´
sa. (1 Corıntios 9:16, 22) Mas ate que ponto Jeova espera que
participemos dessa obra?
´
Sirvamos a Jeova com ‘toda a nossa força’
´
O amor por Jeova nos leva a participar plenamente no
18
´ ˜ ´
ministerio cristao. O que ele espera de nos nesse respeito?
´ ´
18. O que Jeova espera de nos?

Transmitir as boas novas


— um modo excelente de usar nosso poder
“TORNAI-VOS IMITADORES DE DEUS” NO USO DO PODER 105
´ ˜ ˜
Algo que todos nos, nao importa a situaçao na vida, pode-
mos dar: “O que for que fizerdes, trabalhai nisso de toda a
´ ˜
alma como para Jeova, e nao como para homens.” (Colos-
senses 3:23) Segundo Jesus, o maior mandamento de to-
´ ´
dos e: “Tens de amar a Jeova, teu Deus, de todo o teu cora-
˜
çao, e de toda a tua alma, e de toda a tua mente, e de toda
´
a tua força.” (Marcos 12:30) De modo que aquilo que Jeova
´ ´
espera de cada um de nos e que o amemos e o sirvamos de
toda a alma.
19 O que significa servir a Deus de toda a alma? A alma se
`
refere a pessoa como um todo, com todas as suas habilida-
´ ˜
des fısicas e mentais. Visto que a alma abrange o coraçao, a
mente e a força, por que se mencionam essas outras facul-
˜ ´
dades em Marcos 12:30? A seguinte ilustraçao nos ajudara
´
a entender: nos tempos bıblicos, a pessoa podia vender a
si mesma (a sua alma) como escrava. Mas o escravo talvez
˜ ˜ ´ ´ ˜
nao servisse ao dono de todo o coraçao; e possıvel que nao
usasse toda sua energia ou todas as suas habilidades men-
´
tais em benefıcio do dono. (Colossenses 3:22) Assim, pro-
vavelmente Jesus mencionou essas outras faculdades para
˜
enfatizar que nao devemos reter nada de Deus no nosso
´
serviço a Ele. Servi-lo de toda a alma significa dar de nos
´ ´
mesmos, usando nossa força e energias ao maximo possı-
vel no seu serviço.
20 Sera´ que o serviço de toda a alma significa que todos

temos de gastar a mesma quantidade de tempo e ener-


´ ´
gia no ministerio? Isso seria impossıvel, porque as cir-
ˆ
cunstancias e habilidades diferem de pessoa para pessoa.
´ ´
Por exemplo, um jovem com boa saude e vigor fısico tal-
˜
vez possa gastar mais tempo na pregaçao do que aqueles
˜
19, 20. (a) Visto que a alma abrange o coraçao, a mente e a força,
por que se mencionam essas outras faculdades em Marcos 12:30?
´
(b) O que significa servir a Jeova de toda a alma?
´
106 ACHEGUE-SE A JEOVA

˜
Perguntas para Meditaçao
´ ´
Proverbios 3:9, 10 Que “coisas valiosas” possuımos e como
´ ´
podemos usa-las para honrar a Jeova?
Eclesiastes 9:5-10 Por que deveria usar agora sua força de um
modo que Deus aprove?
´
Atos 8:9-24 Que abuso de poder e descrito nesse texto, e como
podemos evitar cair no mesmo erro?
ˆ
Atos 20:29-38 O que o exemplo de Paulo ensina aos que tem
˜ ˜
posiçoes de responsabilidade na congregaçao?

`
cuja força diminuiu devido a idade avançada. Uma pessoa
˜
solteira, livre de obrigaçoes familiares, possivelmente con-
´ ˆ ´
seguira realizar mais do que aqueles que tem uma famılia
ˆ
para cuidar. Se nossa força e circunstancias nos permitem
´
fazer muito no ministerio, devemos ser gratos por isso. Na-
˜ ´
turalmente, nao devemos nos tornar crıticos, comparan-
˜
do-nos com outros nessas questoes. (Romanos 14:10-12)
Em vez disso, queremos usar nosso poder para incentivar
outros.
21 Jeova´ deu o exemplo perfeito em usar o poder correta-
´
mente. Nos, humanos imperfeitos, devemos nos esforçar
´ ´
para imita-lo da melhor maneira possıvel. Podemos usar
˜
bem o poder tratando com dignidade os que estao sob
´
nossa autoridade. Alem disso, queremos realizar de toda a
´
alma a obra salvadora de que Jeova nos incumbiu: a prega-
˜ ´
çao. (Romanos 10:13, 14) Jeova fica muito contente quan-
ˆ ˆ ´
do ve que voce — sua alma — esta dando o seu melhor.
˜ ˜
Nao se sente motivado de coraçao a fazer tudo o que pode
˜
no serviço desse Deus amoroso e compreensivo? Nao exis-
te maneira melhor ou mais importante de usar nosso po-
der.
´
21. Qual e a melhor e mais importante maneira de usar nosso poder?
˜
S E Ç A O 2

“AMA A JUSTIÇA”
ˆ
Hoje se ve injustiça em toda a parte, e
muitos equivocadamente culpam a Deus por isso.
´
Mas a Bıblia ensina uma verdade maravilhosa:
´
“Jeova ama a justiça.” (Salmo 37:28)
˜
Nesta seçao, aprenderemos como ele demonstrou
˜ ´
que essas palavras sao verdadeiras. Isso e
motivo de esperança para toda a humanidade.
´
C A P I T U L O 1 1

“Todos os seus caminhos


˜
sao justiça”
˜
QUE injustiça! Ele era um homem bonito e nao havia co-
metido nenhum crime. Mesmo assim foi jogado num ca-
˜
labouço, sob a acusaçao falsa de tentativa de estupro. Mas
˜ ´
nao era a primeira vez que esse jovem, Jose, se deparava
com injustiças. Anos antes, quando tinha 17 anos, ele ha-
´ ´ ˜
via sido traıdo pelos proprios irmaos, que quase o assassi-
´
naram. Acabou sendo vendido como escravo em um paıs
`
estrangeiro. Ali resistiu as propostas imorais da esposa do
˜
seu dono que, sentindo-se rejeitada, forjou a acusaçao fal-
´ ` ˜
sa que levou Jose a prisao. Lamentavelmente, parecia que
´
ninguem ia intervir a favor dele.
2 Mas o Deus que “ama a justiça e o juızo” ´
observava
´
tudo. (Salmo 33:5) Jeova manobrou os eventos e fez com
´
que se corrigisse a injustiça, de modo que Jose — que ha-
via sido lançado numa “masmorra” — por fim foi liberta-
˜ ´
do. E nao foi so isso! Ele acabou sendo designado para um
´
cargo de grande responsabilidade e extraordinaria honra.
ˆ
(Genesis 40:15; 41:41-43; Salmo 105:17, 18) Com o tempo a
ˆ ´ ˜
inocencia de Jose ficou provada, e ele usou sua posiçao de
´ ˆ
destaque a favor dos propositos de Deus. — Genesis 45:5-8.
3 Nao˜
acha esse relato emocionante? Quem nunca teste-
´ ´
munhou ou foi vıtima de uma injustiça? De fato, todos nos
desejamos ser tratados de modo justo e imparcial. Era de se
´ ´
esperar que nos sentıssemos assim, porque Jeova colocou
´ ´
1, 2. (a) Que tremendas injustiças Jose sofreu? (b) Como Jeova as
corrigiu?
˜ ´
3. Por que nao e de admirar que todos tenhamos o desejo de ser tra-
tados de modo justo?
˜
“TODOS OS SEUS CAMINHOS SAO JUSTIÇA” 109
´
em nos qualidades que refletem sua personalidade, e a jus-
´ ˆ
tiça e um de Seus atributos principais. (Genesis 1:27) Para
´
conhecer bem a Jeova, precisamos entender seu senso de
justiça. Assim, apreciaremos ainda mais seus modos mara-
vilhosos e nos sentiremos motivados a nos achegar a ele.
´
O que e justiça?
4 Do ponto de vista humano, considera-se como justi-
˜
ça a mera aplicaçao imparcial das leis. Certo livro diz que
´ ˜
“a justiça esta relacionada com leis, obrigaçoes, direitos e
˜
deveres, e confere suas decisoes segundo a igualdade ou o
´
merito”. (Right and Reason—Ethics
´ in Theory and Practice
˜ ´
[Direito e Razao — a Etica na Teoria e na Pratica]) Mas a jus-
´ ˜
tiça de Jeova nao envolve apenas impor regulamentos de
´
forma insensıvel, devido a um senso de dever ou obriga-
˜
çao.
5 Podemos entender melhor o pleno alcance da justiça de
´
Jeova analisando as palavras que descrevem essa qualida-
´ ´
de nas lınguas originais em que a Bıblia foi escrita. Nas Es-
ˆ
crituras Hebraicas, usam-se tres palavras para expressar essa
´
ideia. Uma delas, que algumas vezes e traduzida por “justi-
´ ´
ça”, e outras por “juızo”, tambem pode ser vertida como “o
´ ˆ ˜
que e direito”. (Genesis 18:25) As outras duas em geral sao
˜
traduzidas por “justiça”. Nas Escrituras Gregas Cristas, a pa-
´
lavra traduzida “justiça” e definida como “qualidade de ser
˜ ´ ˜
direito ou justo”. Basicamente, nao ha distinçao entre jus-
´ ´
tiça e juızo. — Amos 5:24.
6 Assim, quando a Bıblia ´ ´
diz que Deus e justo, quer dizer
´
que ele sempre faz o que e correto e direito, de modo im-
´ ´
parcial. (Romanos 2:11) Na verdade, e impensavel que ele
´
4. Do ponto de vista humano, o que e considerado justiça?
´
5, 6. (a) Qual e o sentido das palavras originais que expressam a
´
ideia de justiça? (b) Quando se afirma que Deus e justo, o que se quer
dizer?
´
110 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
possa agir de outra maneira. O fiel Eliu declarou: “Longe
´
esta do verdadeiro Deus agir ele iniquamente, e do Todo-
´ ´ ´
Poderoso agir injustamente!” ( Jo 34:10) Para Jeova, e im-
´ ˆ ˜
possıvel “agir injustamente”. Por que? Por duas razoes im-
portantes.
7 Primeiramente, porque ele e´ santo. Como notamos no
´ ´ ´
Capıtulo 3, Jeova e infinitamente puro e direito. Portanto,
´
ele e incapaz de agir de modo injusto. Pense no que isso
´
significa. Visto que nosso Pai celestial e santo, temos boas
˜ ´
razoes para confiar que ele nunca tratara mal os seus filhos.
´
Jesus tinha essa confiança. Na ultima noite da sua vida ter-
´
restre, ele orou: “Santo Pai, vigia sobre eles [os discıpu-
´ ˜
los] por causa do teu proprio nome.” ( Joao 17:11) “Santo
´ ´ ´
Pai” — nas Escrituras esse tıtulo e aplicado unica e exclu-
´ ´
sivamente a Jeova. Isso e apropriado porque nenhum pai
humano se compara a Ele em santidade. Jesus tinha total
´
confiança que seus discıpulos ficariam a salvo sob os cuida-
´
dos do Pai, que e absolutamente puro, limpo e separado de
todo pecado. — Mateus 23:9.
8 Em segundo lugar, porque o amor altruısta ´ ´
e parte es-
´
sencial da propria personalidade de Deus. Esse amor o
leva a ser justo nos seus tratos com outros. A injustiça em
˜
suas muitas formas — incluindo racismo, discriminaçao e
` ˆ
parcialidade — muitas vezes surge devido a ganancia e ao
´ ˜
egoısmo, que sao opostos ao amor. Falando sobre o Deus
´ ´ ´
de amor, a Bıblia nos assegura: “Jeova e justo; deveras ama
´ ´
atos justos.” (Salmo 11:7) Jeova diz o seguinte a seu proprio
´ ´ ˜
respeito: “Eu, Jeova, amo a justiça.” (Isaıas 61:8) Nao fica-
mos mais tranquilos sabendo que nosso Deus sente prazer
´
em fazer o que e certo, ou justo? — Jeremias 9:24.
´ ´
7, 8. (a) Por que Jeova e incapaz de agir injustamente? (b) O que
´
leva Jeova a ser justo nos seus tratos?
´
Jose sofreu injustamente na “masmorra”
´
112 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
A misericordia e a
´
justiça perfeita de Jeova
´
9 A justiça de Jeova, como todas as outras facetas de sua
´ ´ ´ ´
personalidade incomparavel, e perfeita, impecavel. Moises
´ ´
louvou a Jeova, dizendo: “A Rocha, perfeita e a sua atua-
˜ ˜
çao, pois todos os seus caminhos sao justiça. Deus de fide-
´ ˆ
lidade e sem injustiça; justo e reto e ele.” (Deuteronomio
´
32:3, 4) Quando expressa sua justiça, Jeova sempre o faz
˜ ´
com perfeiçao — nunca e tolerante demais, nem severo de-
mais.
10 A justiça e a misericordia ´ ´ ˜
de Jeova estao intimamente li-
´ ´
gadas. O Salmo 116:5 diz: “Jeova e clemente e justo; e nos-
´ ´ ´ ´
so Deus e quem mostra ter misericordia.” De fato, Jeova e
˜ ˜
justo e misericordioso. Essas duas qualidades nao sao con-
´ ˜
flitantes. A misericordia divina nao abranda ou suaviza sua
justiça, como se esta fosse severa demais. Em vez disso,
Deus muitas vezes demonstra as duas qualidades ao mes-
` ´
mo tempo, as vezes ate no mesmo ato. Veja um exemplo.
11 Todos os humanos herdaram o pecado e, portanto, me-

recem a penalidade correspondente: a morte. (Romanos


´ ˜
5:12) Mas Jeova nao se agrada da morte de pecadores.
´ ˜
Ele e “um Deus de atos de perdao, clemente e miseri-
´ ˜
cordioso”. (Neemias 9:17) Mas como e santo, ele nao
´ ˜
pode tolerar a injustiça. Como seria possıvel, entao, mos-
´
trar misericordia para com humanos inerentemente peca-
dores? A resposta encontra-se em uma das verdades mais
´
preciosas da Palavra de Deus: o resgate que Jeova provi-
˜ ´
denciou para a salvaçao da humanidade. No Capıtulo 14,
´ ´
aprenderemos mais sobre essa dadiva amorosa, que e, ao
mesmo tempo, extremamente justa e maravilhosamente
´
misericordiosa. Por meio dela, Jeova pode expressar terna
˜ ´ ´
9-11. (a) Que ligaçao existe entre a justiça e a misericordia de Jeova?
´
(b) Como a justiça e a misericordia de Deus ficam evidentes no modo
como ele lida com humanos imperfeitos?
˜
“TODOS OS SEUS CAMINHOS SAO JUSTIÇA” 113
´
misericordia para com pecadores arrependidos e, ainda as-
sim, defender Suas normas perfeitas de justiça. — Romanos
3:21-26.
´
A justiça de Jeova
˜
acalenta nosso coraçao
´ ˜ ´
12 A justiça de Jeova nao e uma qualidade fria, que nos
´ ´
afasta; e atraente e nos faz querer achegar-nos a ele. A Bıblia
´ ´
descreve claramente como a justiça de Jeova e compassi-
va. Analisemos algumas das maneiras animadoras em que
´
Jeova exerce sua justiça.
13 A justiça perfeita de Jeova´ o leva a agir com fidelidade e

lealdade para com seus servos. O salmista Davi vivenciou


´ ˆ
essa faceta da justiça de Jeova. Com base na experiencia
pessoal e no estudo do modo de Deus agir, a que conclu-
˜ ´
sao Davi chegou? Ele declarou: “Jeova ama a justiça e ele
˜ ´ ˜ ˜
nao abandonara aqueles que lhe sao leais. Hao de ser guar-
dados por tempo indefinido.” (Salmo 37:28) Que promes-
sa tranquilizadora! Nem por um momento sequer nosso
´ ˜
Deus abandonara os que lhe sao leais. Assim, podemos ter
´ ´
certeza de que ele sempre estara perto de nos, demonstran-
do seu cuidado amoroso para conosco. Sua justiça garante
´
isso! — Proverbios 2:7, 8.
14 A justiça divina leva em conta as necessidades dos afli-
˜ ´
tos. A preocupaçao de Jeova para com os menos favoreci-
´
dos e evidente na Lei que ele deu a Israel. Por exemplo, a
´
Lei tinha regulamentos especiais que asseguravam que or-
˜ ´ ˆ
faos e viuvas fossem bem cuidados. (Deuteronomio 24:17-
21) Sabendo que a vida dessas pessoas podia ser muito
´
12, 13. (a) Por que a justiça de Jeova nos atrai a ele? (b) No que se
` ´ ˜
refere a justiça de Jeova, a que conclusao Davi chegou, e como isso
nos tranquiliza?
˜ ´
14. Como a preocupaçao de Jeova para com os menos favorecidos
fica evidente na Lei que ele deu a Israel?
´
114 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´ ´
difıcil, o proprio Jeova assumiu o papel de seu Juiz e Pro-
tetor paterno, aquele que executava “julgamento pelo me-
´ ˜ ´ ˆ
nino orfao de pai e pela viuva”.1 (Deuteronomio 10:18;
´
Salmo 68:5) Jeova avisou aos israelitas que, se eles se apro-
´
veitassem de mulheres e crianças indefesas, ele sem duvi-
da ouviria o clamor ˆ delas. Ele declarou: “Deveras se acen-
´ ˜
dera a minha ira.” (Exodo 22:22-24) Embora a ira nao seja
´
uma das qualidades dominantes de Jeova, atos deliberados
de injustiça, em especial contra os humildes e indefesos, o
˜
deixam indignado — e com toda a razao. — Salmo 103:6.
´ ´
15 Jeova tambem nos assegura que ele “nao ˜
trata a nin-
´ ˆ
guem com parcialidade, nem aceita suborno”. (Deuterono-
ˆ
mio 10:17) Diferentemente de muitos humanos que tem
´ ´ ˜ ´
poder ou prestıgio, Jeova nao e influenciado por riquezas
ˆ ˜
ou aparencia. Ele nao tem absolutamente nenhum precon-
ceito, nem demonstra favoritismo. Veja um exemplo no-
´ ´
tavel da imparcialidade de Jeova. A oportunidade de ado-
´
rar a ele em verdade, com a perspectiva de vida infindavel,
˜ ´
nao se restringe a uma pequena elite. Muito pelo contrario,
˜
“em cada naçao, o homem que o teme e que faz a justiça
´ ´
lhe e aceitavel”. (Atos 10:34, 35) Essa perspectiva maravi-
´ ˜ ˜
lhosa esta aberta a todos, nao importa qual seja sua posiçao
´ ˜
social, a cor da pele ou o paıs onde vive. Nao concorda que
´ ˜
isso e justiça expressa com perfeiçao?
´
16 Ha outro aspecto da justiça perfeita de Jeova´ que me-
˜
rece nossa consideraçao e respeito: o modo como ele lida
com os que violam suas normas justas.
´ ˜
1 Embora a palavra hebraica para “orfao de pai” esteja no masculi-
´
no, isso de modo algum indica falta de interesse pelas meninas. Jeova
˜
incluiu na Lei um relato sobre uma decisao judicial que assegurou a
˜
herança das filhas de Zelofeade. Aquela decisao estabeleceu um pre-
´ ˜ ´
cedente que defendia os direitos das orfas. — Numeros 27:1-8.
´ ´
15, 16. Qual e um exemplo realmente notavel da imparcialidade de
´
Jeova?
˜
“TODOS OS SEUS CAMINHOS SAO JUSTIÇA” 115
˜
Nao deixa de punir
´ ˜
17 Alguns se perguntam: ‘Visto que Jeova nao aprova a in-
´
justiça, como se explica o sofrimento injusto e as praticas
˜
corruptas tao comuns no mundo hoje?’ Essas injustiças de
´
modo algum refutam a justiça de Jeova. As muitas injustiças
˜ ˆ
que vemos neste mundo perverso sao consequencias do pe-
˜
cado que os humanos imperfeitos herdaram de Adao. Visto
´
que eles escolheram seguir seus proprios modos pecamino-
˜
sos, a injustiça se espalhou por toda a parte — mas nao con-
ˆ
tinuaria por muito tempo. — Deuteronomio 32:5.
18 Embora demonstre grande misericordia ´
para com os que
´ ˜ ´
se achegam a ele sinceramente, Jeova nao tolerara para sem-
˜
pre uma situaçao que envergonha seu santo nome. (Sal-
˜
mo 74:10, 22, 23) Nao se pode zombar do Deus de justiça;
˜ ´
ele nao impedira que pecadores deliberados recebam o jul-
´ ´
gamento merecido. Jeova e um “Deus misericordioso e cle-
ˆ
mente, vagaroso em irar-se e abundante em benevolencia e
´ ˜
emˆ verdade, . . . mas de modo algum isentara da puni çao”.
´ `
(Exodo 34:6, 7) Em harmonia com essas palavras, Jeova as ve-
´
zes acha necessario executar julgamento nos que deliberada-
mente violam suas leis justas.
19 Pense, por exemplo, nos tratos dele com o Israel antigo.

Mesmo depois de estabelecidos na Terra Prometida, os israe-


´
litas repetidas vezes se tornaram infieis. Embora seus modos
´ ˜
corrompidos fizessem Jeova “sentir-se magoado”, ele nao
os rejeitou imediatamente. (Salmo 78:38-41) Demonstrando
´
misericordia, deu-lhes oportunidades de mudar de proceder.
˜ ´
Ele disse: “Nao me agrado na morte do inıquo, mas em que o
´
inıquo recue do seu caminho e realmente continue vivendo.
Recuai, recuai dos vossos maus caminhos, pois, por que de-
´ ´ ´
vıeis morrer, o casa de Israel?” (Ezequiel 33:11) Jeova encara
˜
17. Explique por que as injustiças do mundo nao refutam a justiça
´
de Jeova.
´ ˜ ´
18, 19. O que mostra que Jeova nao tolerara para sempre os que vio-
lam deliberadamente suas leis justas?
´
116 ACHEGUE-SE A JEOVA

˜
Perguntas para Meditaçao
´ ˜
Jeremias 18:1-11 Como Jeova ensinou a Jeremias que Ele nao
´
se precipita em expressar julgamentos desfavoraveis?
´
Habacuque 1:1-4, 13; 2:2-4 Como Jeova assegurou a Habacu-
˜
que que nao ia tolerar a injustiça para sempre?
´ ˜
Zacarias 7:8-14 Como Jeova se sente em relaçao aos que usur-
pam os direitos de outros?
` ´ ˜
Romanos 2:3-11 A base de que Jeova julga pessoas e naçoes?

a vida como preciosa e, por isso, enviou os seus profetas vez


´
apos vez para incentivar os israelitas a abandonar a conduta
errada. Mas, de modo geral, teimosamente o povo recusou-
se a escutar e a se arrepender. Finalmente, por causa do seu
´
santo nome e de tudo o que esse significa, Jeova os entregou
˜
nas maos de seus inimigos. — Neemias 9:26-30.
20 A maneira como Jeova´ lidou com Israel nos ensina muito

a respeito Dele. Aprendemos que seus olhos observam tudo,


ˆ
incluindo a injustiça, e que aquilo
´ que ele ve o aflige profun-
´ ´
damente. (Proverbios 15:3) E tambem tranquilizador saber
´ ´
que ele procura mostrar misericordia quando ha base para
´
isso. Alem disso, aprendemos que ele nunca exerce a justiça
ˆ
de forma precipitada. Visto que ele mostra paciencia e lon-
ganimidade, muitas pessoas concluem erroneamente que
´ ´
Jeova nunca executara um julgamento contra os perversos.
˜ ´
Mas isso nao e verdade, porque os tratos Dele com Israel tam-
´ ˆ ´
bem nos mostram que a paciencia divina tem limites. Jeova
´ ´
e inabalavel ao defender a justiça. Diferentemente dos hu-
ˆ
manos, que muitas vezes se refreiam de exerce-la, ele sempre
´
defende corajosamente o que e direito. De forma bem apro-
´
20. (a) O modo de Jeova lidar com Israel nos ensina o que a respei-
˜ ´ ´
to Dele? (b) Por que o leao e um sımbolo apropriado da justiça de
´
Jeova?
˜
“TODOS OS SEUS CAMINHOS SAO JUSTIÇA” 117
˜ ´ ´ ´
priada, o leao, que e sımbolo de justiça corajosa, esta associa-
` ˜
do a presença e ao trono de Deus.1 (Ezequiel 1:10; Revelaçao
[Apocalipse] 4:7) Assim, podemos ter certeza de que ele cum-
´
prira sua promessa de acabar com a injustiça na Terra. Seu
modo de julgar pode ser resumido da seguinte maneira: fir-
´ ´ ´
meza quando necessario, misericordia sempre que possıvel.
— 2 Pedro 3:9.
Como se achegar ao Deus de justiça
´
21 Quando meditamos na maneira de Jeova exercer a justi-
˜ ´
ça, nao devemos encara-lo como um juiz frio e severo, preo-
cupado apenas em sentenciar os transgressores. Em vez dis-
so, devemos pensar nele como um Pai amoroso, mas firme,
´
que sempre lida com os filhos da melhor maneira possı-
´
vel. Como Pai justo, Jeova concilia a firmeza a favor do que
´ ˜
e certo com a terna compaixao para com seus filhos terres-
˜
tres, que precisam de sua ajuda e do seu perdao. — Salmo
103:10, 13.
22 Como somos gratos de que a justiça divina envolve mui-

to mais do que sentenciar transgressores! Guiado por essa


´ ´ ´
qualidade, Jeova tornou possıvel que tivessemos uma pers-
´
pectiva emocionante: vida perfeita e infindavel num mun-
´
do onde “ha de morar a justiça”. (2 Pedro 3:13) Nosso Deus
lida conosco dessa forma porque sua justiça tem por objeti-
vo salvar em vez de condenar. De fato, entender melhor o
´ ´
pleno alcance da justiça de Jeova nos achega a ele. Nos pro-
´ ˜
ximos capıtulos, analisaremos com mais atençao as manei-
´
ras em que Ele expressa essa qualidade admiravel.
´ ´ ˜
1 O interessante e que Jeova comparou a si mesmo com um leao ao
executar julgamento contra o Israel infiel. — Jeremias 25:38; Oseias
5:14.
´
21. Quando meditamos na maneira de Jeova exercer a justiça, como
ˆ
devemos pensar nele e por que?
´ ´ ´
22. Guiado por sua justiça, Jeova tornou possıvel que tivessemos que
perspectiva, e por que ele lida conosco dessa forma?
´
C A P I T U L O 1 2

´
“Ha injustiça da parte de Deus?”
´ ´ ´
VIUVA idosa e vıtima de fraude e perde as economias de
ˆ ´ ˜
uma vida inteira. Bebe indefeso e abandonado pela mae
´ ´ ˜
insensıvel. Homem e preso por um crime que nao come-
teu. Como reage a isso? Provavelmente, fica perturbado, o
´ ´ ´
que e bem compreensıvel. Nos, humanos, temos um for-
´ ´
te senso do que e certo e do que e errado. Quando vemos
´
uma injustiça, ficamos indignados. Queremos que a vıtima
seja compensada e o causador da injustiça, punido. Quan-
˜ ´
do isso nao acontece, alguns se perguntam: ‘Sera que Deus
˜ ˆ ˜
nao ve o que acontece? Por que ele nao faz nada?’
´
2 Ao longo da Historia, ´ ´
servos fieis de Jeova fizeram per-
guntas similares. Por exemplo, o profeta Habacuque orou
a Deus: “Por que me fazes ver tanta maldade? Por que to-
˜ ˆ
leras a injustiça? Estou cercado de destruiçao e violencia;
´ ´
ha brigas e lutas por toda parte.” (Habacuque 1:3, Bıblia na
´ ˜
Linguagem de Hoje) Jeova nao censurou Habacuque por ter
feito essas perguntas francas. Afinal de contas, foi Ele mes-
mo quem nos abençoou com uma pequena medida do seu
profundo senso de justiça.
´
Jeova odeia a injustiça
´ ˜ ´ ` ˆ ´
3 Jeova nao e indiferente a injustiça. Ele ve o que esta
´
acontecendo. A Bıblia nos diz o seguinte sobre os dias de
´ ´
Noe: “Jeova viu que a maldade do homem era abundan-
˜
te na terra e que toda inclinaçao dos pensamentos do seu
˜ ´ ´ ˆ
coraçao era so ma, todo o tempo.” (Genesis 6:5) Pense no
˜
1. Que reaçao costumamos ter diante de injustiças?
` ´ ˜
2. Como Habacuque reagiu a injustiça, e por que Jeova nao o cen-
surou?
´ ´
3. Por que se pode dizer que Jeova esta muito mais ciente da injus-
´
tiça do que nos?
´
“HA INJUSTIÇA DA PARTE DE DEUS?” 119

que isso significa. Muitas vezes, nosso conceito de injustiça


baseia-se em alguns poucos incidentes sobre os quais ouvi-
´ ˆ
mos falar ou que presenciamos. Em contraste, Jeova ve to-
das as injustiças, em escala global! Mais do que isso, ele dis-
˜ ˜ ´
cerne as inclinaçoes do coraçao, os raciocınios depravados
´
por tras dos atos injustos. — Jeremias 17:10.
4 Mas Jeova´ faz mais do que simplesmente observar a in-
´ ´
justiça. Ele tambem se preocupa com os que foram vıtimas
˜
dela. Quando seu povo era tratado cruelmente por naçoes
´
inimigas, Jeova ficava perturbado com o “seu gemido por
´
causa dos seus opressores e dos que os empurravam”. ( Juı-
´
zes 2:18) Talvez ja tenha percebido o que acontece com al-
˜ ` ˆ
gumas pessoas: quanto mais sao expostas a violencia, mais
´ ˜ ´
se tornam insensıveis a ela. Isso nao acontece com Jeova!
´
Ele viu todo tipo de injustiça imaginavel ao longo de uns
´ ˜
6 mil anos, mas seu odio por ela nao diminuiu nem um
´ ´
pouco. Pelo contrario, a Bıblia assegura que coisas como
´ ˜
“lıngua falsa”, “maos que derramam sangue inocente” e
˜ ´
“a testemunha falsa que profere mentiras” sao detestaveis
´
para ele. — Proverbios 6:16-19.
5 Note tambem ´ ´ ´
como Jeova censurou fortemente os lıderes
injustos de Israel. Ele inspirou um profeta a perguntar-lhes:
˜ ´ ´
“Nao e vosso negocio conhecerdes a justiça?” Depois de des-
´
crever em termos vıvidos o abuso de poder desses homens
´ ˜
corruptos, Jeova predisse o resultado para eles: “Clamarao a
´ ˜ ´
Jeova por socorro, mas ele nao lhes respondera. E naquele
´
tempo escondera deles a sua face, conforme a maldade que
˜ ´
praticaram nas suas açoes.” (Miqueias 3:1-4) Como Jeova
abomina a injustiça! Ora, ele mesmo tem sofrido por causa
´ ´
dela! Ha milhares de anos, Satanas o desafia injustamente.
´ ´ ´
(Proverbios 27:11) Alem disso, Jeova foi profundamente afe-
´ ˜
tado pelo mais horrıvel ato de injustiça: seu Filho, que “nao
´ ´
4, 5. (a) Como a Bıblia mostra que Jeova se importa com os que fo-
´ ´
ram tratados injustamente? (b) Como o proprio Jeova sofreu injusti-
ças?
´
120 ACHEGUE-SE A JEOVA

cometeu pecado”,´ foi executado como criminoso. (1 Pedro


´ ´ ´ ˜
2:22; Isaıas 53:9) E obvio que Jeova nao ignora o sofrimen-
´ ´
to das vıtimas de injustiças, nem e indiferente a ele.
6 Mesmo assim, quando vemos uma injustiça — ou quan-
´ ´ ´
do nos mesmos nos tornamos vıtimas dela —, e natural
`
ficarmos indignados. Afinal, fomos criados a imagem de
´ ´
Deus, e a injustiça e exatamente o contrario de tudo o que
´ ˆ ˜
Jeova representa. (Genesis 1:27) Por que, entao, Deus per-
mite a injustiça?
˜
A questao da soberania de Deus
˜
7 A resposta a essa pergunta tem que ver com a questao da
soberania. Como vimos, o Criador tem o direito de domi-
nar sobre a Terra e todos os que moram nela. (Salmo 24:1;
˜ ´ ´
Revelaçao [Apocalipse] 4:11) Mas logo no inıcio da histo-
´
ria humana a soberania de Jeova foi desafiada. Como isso
´ ˜
aconteceu? Jeova ordenou que o primeiro homem, Adao,
˜ ´
nao comesse de certa arvore que crescia no jardim, seu
´
lar paradisıaco. E se ele desobedecesse? Deus avisou: “Posi-
´ ˆ ˜ ´
tivamente morreras.” (Genesis 2:17) Nao seria difıcil para
˜
Adao nem para sua esposa, Eva, cumprir a ordem de Deus.
´
Contudo, Satanas convenceu Eva de que Deus estava sen-
do indevidamente restritivo. Segundo ele, o que aconte-
´ ´
ceria se Eva comesse da arvore? Satanas afirmou: “Positi-
˜
vamente nao morrereis. Porque Deus sabe que, no mesmo
˜
dia em que comerdes dele, forçosamente se abrirao os vos-
sos olhos e forçosamente sereis como Deus, sabendo o que
´ ´ ˆ
e bom e o que e mau.” — Genesis 3:1-5.
8 Ao dizer isso, Satanas ´
estava na verdade afirmando que
6. Como muitas vezes reagimos quando nos confrontamos com in-
ˆ
justiças, e por que?
´
7. Descreva como a soberania de Jeova foi desafiada.
´
8. (a) Quando falou com Eva, o que na verdade Satanas afirmou?
`
(b) No que se refere a soberania de Deus, qual foi o desafio de Sata-
´
nas?
´
“HA INJUSTIÇA DA PARTE DE DEUS?” 121
´ ˜ ´ ˜
Jeova nao so havia omitido informaçoes vitais, mas tam-
´
bem que havia mentido para Eva. Ele tomou o cuidado de
˜
nao questionar o fato de que Deus era soberano. Antes, seu
´
desafio foi: Sera que Deus exerce a soberania de modo le-
´
gıtimo, merecido e justo? Em outras palavras, ele afirmou
´ ˜ ˜
que Jeova nao exercia Sua soberania de modo justo e nao
´
visava os melhores interesses dos Seus suditos.
9 Depois disso, tanto Adao ˜
como Eva desobedeceram a
´ ´ `
Jeova e comeram da arvore proibida. Devido a sua deso-
ˆ ˜
bediencia, com o tempo receberiam a puniçao (a morte),
exatamente como Deus havia decretado. Mas a mentira de
´
Satanas levantou algumas perguntas muito importantes:
´
Jeova tem mesmo o direito de reinar sobre a humanida-
´
de ou sera que o homem pode se governar sozinho? Deus
´
exerce sua soberania da melhor maneira possıvel? O Cria-
dor poderia ter usado seu poder ilimitado para destruir os
rebeldes na hora. Mas o que se questionou foi o seu modo
˜ ˜
de governar, nao o seu poder. Assim, eliminar Adao, Eva
´ ˜ ´ ´
e Satanas nao teria comprovado que o domınio de Deus e
´ ´
justo. Pelo contrario, poderia ter levantado ainda mais du-
´
vidas a esse respeito. A unica maneira de determinar se os
humanos conseguiriam ser bem-sucedidos em governar a
si mesmos de maneira independente de Deus, era dar tem-
po ao tempo.
10 Com o passar do tempo, o que ficou comprovado? Ao
ˆ
longo dos milenios, as pessoas experimentaram muitas
formas de governo: autocracia, democracia, socialismo, co-
˜
munismo, etc. Qual foi o resultado? A seguinte declaraçao
´
sucinta e honesta da Bıblia responde muito bem: “Homem
˜ ˆ ˆ
9. (a) Para Adao e Eva, qual foi a consequencia da desobediencia, e
˜ ´
que questoes importantes foram levantadas? (b) Por que Jeova sim-
˜
plesmente nao destruiu os rebeldes?
´ ´
10. No que se refere ao domınio humano, o que a Historia demons-
tra?
´
“HA INJUSTIÇA DA PARTE DE DEUS?” 123
´
tem dominado homem para seu prejuızo.” (Eclesiastes 8:9)
˜
O profeta Jeremias tinha boas razoes para afirmar: “Bem
´ ´ ˜ ´
sei, o Jeova, que nao e do homem terreno o seu cami-
˜ ´
nho. Nao e do homem que anda o dirigir o seu passo.”
— Jeremias 10:23.
11 Jeova´ sabia desde o inıcio
´
que o governo humano inde-
pendente dele resultaria em muito sofrimento. Foi injus-
˜ ´
to da parte dele, entao, permitir que o inevitavel acon-
tecesse? De modo algum! Para ilustrar: suponhamos que
seu filho precise de uma cirurgia por causa de uma doen-
´ ˆ ˜
ça que poderia mata-lo. Voce sabe que a operaçao causa-
´
ra certo sofrimento ao seu filho e isso o deixa muito tris-
´
te. Ao mesmo tempo, sabe que ela permitira que seu filho
´ ´
tenha saude melhor. De modo similar, Deus sabia — e ate
predisse — que, ao permitir que os humanos se governas-
ˆ
sem sozinhos, o resultado seria dor e sofrimento. (Genesis
´ ´
3:16-19) Mas sabia tambem que o alıvio duradouro e signi-
´ ´
ficativo so seria possıvel se ele permitisse que toda a huma-
˜
nidade visse os maus resultados da rebeliao. Dessa forma, a
˜
questao seria resolvida de uma vez para sempre.
˜
A questao da integridade do homem
12 Ha´ algo mais a se levar em conta. Satanas
´
contestou o
´ ´
domınio divino — se era legıtimo e justo — e, ao fazer isso,
´ ˜ ´
difamou a soberania de Jeova. Mas nao parou por aı. Com
´
esse desafio, ele tambem caluniou os servos de Deus a res-
peito da sua integridade. Note, por exemplo, o que Sata-
´ ´ ´ ˜
nas disse a Jeova a respeito de Jo, um homem justo: “Nao
puseste tu mesmo uma sebe em volta dele, e em volta da
´
11. Por que Jeova permitiu que a raça humana sofresse?
´ ˜ ´
12. Como ilustrado no caso de Jo, que acusaçao Satanas lançou con-
tra os humanos?

´ ´ ´
Jeova nunca ‘arrasara o justo junto com o inıquo’
´
124 ACHEGUE-SE A JEOVA

sua casa, e em volta de tudo o que ele tem? Abençoaste o


˜ ´
trabalho das suas maos, e o proprio gado dele se tem espa-
´ ˜
lhado pela terra. Mas, ao inves disso, estende tua mao, por
ˆ ˜
favor, e toca em tudo o que ele tem, e ve se nao te amaldi-
´ ´ ´
çoara na tua propria face.” — Jo 1:10, 11.
´ ´
13 Satanas afirmou que Jeova usava Seu poder protetor
˜ ´
para comprar a devoçao de Jo. Isso, por sua vez, dava a en-
´ ´
tender que a integridade de Jo era so da boca para fora, que
´
ele adorava a Deus apenas por interesse. Satanas disse que,
ˆ ˜ ´ ´
se fosse privado da bençao de Deus, ate mesmo Jo amaldi-
´
çoaria ao Criador. O Diabo sabia que Jo se destacava como
“homem inculpe e reto, temendo a Deus e desviando-se do
´
mal”.1 Se conseguisse destruir a integridade de Jo, o que se
poderia esperar do restante da humanidade? Assim, o Dia-
bo na verdade estava questionando a lealdade de todos os
˜
que querem servir a Deus. De fato, levando a questao mais
´ ´ ˜
adiante, Satanas disse a Jeova: “Tudo o que o homem [nao
´ ´ ´
apenas Jo] tem dara pela sua alma.” — Jo 1:8; 2:4.
´
14 A Historia ´
demonstra que muitos, como Jo, permane-
´ ˜
ceram leais a Jeova em face de provaçoes — exatamente o
´ ´
contrario do que Satanas afirmou. Pela sua fidelidade, ale-
˜ ´
graram o coraçao de Jeova e permitiram que Ele desmen-
tisse o desafio arrogante do Diabo de que os humanos
˜
nao serviriam a Deus se passassem por dificuldades. (He-
breus 11:4-38) Muitas pessoas sinceras se recusaram a dar
˜
as costas a Deus. Quando confrontadas com as situaçoes
´ ´ ˜ ´ ´
1 A respeito´ de Jo, Jeova disse: “Nao ha ninguem igual a ele na ter-
´ ´ ˜
ra.” ( Jo 1:8) E provavel, entao, que ele tenha vivido depois da morte
´ ´ ´
de Jose e antes de Moises se tornar o lıder designado de Israel. Assim,
´ ´ ˜ ´
podia-se dizer que, naquela epoca, ninguem era tao leal quanto Jo.
´ ˜ ´
13. O que Satanas deu a entender com suas acusaçoes contra Jo, e
como isso envolve a todos os humanos?
´ ` ˜ ´
14. O que a Historia tem mostrado quanto a acusaçao de Satanas con-
tra os humanos?
´
“HA INJUSTIÇA DA PARTE DE DEUS?” 125
´
mais perturbadoras, elas confiaram totalmente que Jeova
´
lhes daria forças para perseverar. — 2 Corıntios 4:7-10.
15 Mas a justiça de Jeova´ nao
˜
tem que ver apenas com as
˜ ´
questoes da soberania e da integridade do homem. A Bıblia
´
apresenta um registro dos julgamentos de Jeova contra pes-
´ ˜ ´ ´
soas e ate naçoes inteiras. Tambem contem profecias sobre
´ ´ ´
julgamentos que ele fara no futuro. Sera que Jeova sempre
foi justo nos seus julgamentos? Por que podemos ter con-
´
fiança que Ele sempre julgara com justiça?
´
Por que a justiça divina e superior
´
16 Sobre Jeova, pode-se dizer corretamente: “Todos os seus
˜ ˆ
caminhos sao justiça.” (Deuteronomio 32:4) Nenhum de
´ ´
nos pode afirmar isso a seu proprio respeito, porque mui-
˜
tas vezes nossa limitada compreensao das coisas impede
´
que entendamos plenamente o que e certo. Veja um exem-
´
plo disso. Quando Jeova estava para destruir Sodoma, por
˜
causa da maldade excessiva daquela cidade, Abraao per-
´ ´
guntou-lhe: “Arrasaras realmente ´ o justo junto com o inı-
ˆ ˜ ´
quo?” (Genesis 18:23-33) E claro que a resposta era nao. So
´
depois que o justo Lo e suas filhas estavam a salvo na cida-
´ ´
de de Zoar e que Jeova “fez . . . chover enxofre e fogo” sobre
ˆ
Sodoma. (Genesis 19:22-24) Em contraste, quando Deus
´ ´
estendeu misericordia ao povo de Nınive, “acendeu-se a . . .
´ ˜
ira” de Jonas. Visto que ja havia anunciado a destruiçao da
ˆ
cidade, ele queria ve-la aniquilada — apesar do arrependi-
˜
mento de coraçao dos seus habitantes. — Jonas 3:10–4:1.
´
17 Jeova assegurou a Abraao ˜ ´ ˜
que sua justiça incluıa nao
´ ´
so destruir os perversos, mas tambem salvar os justos. Por
´ ´
outro lado, Jonas teve de aprender que Jeova e miseri-
´
cordioso. Se pessoas perversas mudam de atitude, ele esta
15. Que perguntas talvez surjam acerca dos julgamentos passados e
futuros de Deus?
˜
16, 17. Que exemplos demonstram que os humanos nao entendem
´
bem o que e a verdadeira justiça?
´
126 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
“pronto a perdoar”. (Salmo 86:5) Ao contrario de alguns
´ ˜
humanos inseguros, Jeova nao executa julgamentos desfa-
´ ´
voraveis so para reafirmar seu poder, nem deixa de mos-
˜
trar compaixao por medo de ser encarado como fraco. Seu
´ ´ ´
modo de agir e mostrar misericordia sempre que ha base
´
para ela. — Isaıas 55:7; Ezequiel 18:23.
18 Mas Jeova´ nao ˜
se deixa cegar por sentimentalismo.
´
Quando seu povo se atolou na idolatria, Jeova declarou,
com firmeza: “Vou julgar-te segundo os teus caminhos e
´
trazer sobre ti todas as tuas coisas detestaveis. E meu olho
˜ ´ ´ ˜
nao tera do de ti, nem terei compaixao, pois trarei sobre ti
´
os teus proprios caminhos.” (Ezequiel 7:3, 4) De modo que,
quando humanos ficam obstinados no seu modo de agir,
´
Jeova julga-os de acordo com isso. Mas seu julgamento ba-
seia-se em provas conclusivas. Assim, quando um alto “cla-
mor de queixa” chegou aos seus ouvidos por causa de So-
´
doma e Gomorra, Jeova declarou: “Estou de todo resolvido
a descer para ver se de fato agem segundo o clamor sobre
ˆ
isso, que tem chegado a mim.” (Genesis 18:20, 21) Como
´ ˜ ´
somos gratos de que Jeova nao e como muitos humanos
˜
que tiram conclusoes precipitadas antes de ouvir todos os
´ ´ ´
fatos! Na verdade, Jeova e, como a Bıblia o descreve muito
ˆ
bem, “Deus de fidelidade e sem injustiça”. — Deuterono-
mio 32:4.
´
Tenha confiança na justiça de Jeova
´ ˜ ´ ˜
19 A Bıblia nao esclarece cada duvida a respeito das açoes
´
de Jeova no passado, nem fornece todos os detalhes de
´
como ele julgara pessoas e grupos no futuro. Quando fica-
´ ˜
mos intrigados com relatos ou profecias bıblicas que nao
˜
dao esses detalhes, devemos demonstrar a mesma lealdade
´ ´ ˜
18. Use a Bıblia para mostrar que Jeova nao age por sentimentalismo.
19. O que devemos fazer se ficarmos intrigados ao estudar as de-
˜ ´
monstraçoes da justiça de Jeova?
´
“HA INJUSTIÇA DA PARTE DE DEUS?” 127

˜
Perguntas para Meditaçao
ˆ
Deuteronomio 10:17-19 Por que podemos ter confiança de que
´ ´
Jeova e imparcial no seu modo de tratar a outros?
´
Jo 34:1-12 Quando confrontado com uma injustiça, como as pa-
´
lavras de Eliu podem fortalecer sua confiança na justiça de Deus?
´ ´
Salmo 1:1-6 Por que e tranquilizador saber que Jeova avalia cui-
dadosamente os atos tanto dos justos como dos perversos?
´ ˜ `
Malaquias 2:13-16 Como Jeova se sentiu em relaçao a injustiça
praticada contra mulheres cujo marido se divorciava delas sem
´
motivo valido?

que o profeta Miqueias, que escreveu: “Mostrarei uma ati-


˜
tude de espera pelo Deus da minha salvaçao.” — Miqueias
7:7.
20 Podemos estar certos de que, em todas as situaçoes, ˜
´ ´ ´ `
Jeova sempre fara o que e certo. Embora as vezes os hu-
´
manos aparentemente ignorem as injustiças, Jeova prome-
´
te: “A vingança e minha; eu pagarei de volta.” (Romanos
´
12:19) Nossa atitude de espera revelara que temos a mesma
˜ ´ ´
convicçao que o apostolo Paulo: “Ha injustiça da parte de
Deus? Que isso nunca se torne tal!” — Romanos 9:14.
´
21 Enquanto isso, vivemos em “tempos crıticos, ´
difıceis de
´
manejar”. (2 Timoteo 3:1) Por causa da injustiça e dos “atos
˜ ´
de opressao”, presenciamos muitos abusos crueis. (Ecle-
´ ˜
siastes 4:1) Mas Jeova nao mudou. Ele ainda odeia a injus-
´
tiça e se preocupa muito com as vıtimas dela. Se permane-
´ ` ´
cermos leais a Jeova e a sua soberania, ele nos dara forças
´ ´
para perseverarmos ate o tempo designado, sob o domı-
´
nio do seu Reino, quando ele corrigira todas as injustiças.
— 1 Pedro 5:6, 7.
´ ´
20, 21. Por que podemos ter certeza de que Jeova sempre fara o que
´
e certo?
´
C A P I T U L O 1 3

´ ´
“A lei de Jeova e perfeita”
´
“A LEI e um buraco sem fundo, . . . engole tudo.” Essa de-
˜
claraçao aparece num livro publicado em 1712. O autor ex-
˜ ´
pressava sua desaprovaçao a um sistema jurıdico em que os
processos muitas vezes se arrastavam por anos nos tribunais,
´
resultando em ruına financeira para os que buscavam justi-
´ ´ ˜
ça. Em muitos paıses, o sistema judicial e legal e tao comple-
˜ ˆ
xo, tao cheio de injustiças, preconceitos e incoerencias que o
desprezo pela lei se tornou comum.
2 Em contraste, veja estas palavras escritas ha´ uns

2.700 anos: “Quanto eu amo a tua lei!” (Salmo 119:97) Por


˜
que o salmista tinha sentimentos tao intensos? Porque a lei
˜
que ele amava nao havia ` sido criada por governos seculares,´
´
mas por Jeova Deus. A medida que estudar as leis de Jeova,
ˆ ´ ´
provavelmente voce tambem se sentira cada vez mais como
´
o salmista. Esse estudo o ajudara a entender um pouco me-
lhor o maior Legislador do Universo.
O Legislador supremo
´ ´ ´
3 “Ha um que e legislador e juiz”, diz a Bıblia. (Tiago 4:12)
´ ´ ˆ ´
De fato, Jeova e o Legislador por excelencia. Ate os movi-
˜
mentos dos corpos celestes sao governados pelas “leis dos
´ ´ ´ ´
ceus”, que ele criou. ( Jo 38:33; A Bıblia de Jerusalem) Os
´ ˜
milhares e milhares de santos anjos de Jeova estao organiza-
dos em categorias definidas e servem sob a ordem direta de
´ ˜
Deus, como Seus ministros. Portanto, tambem sao governa-
dos pela lei divina. — Salmo 104:4; Hebreus 1:7, 14.
4 Jeova´ tambem´ `
deu leis a humanidade. Cada um de nos
´
ˆ
tem uma consciencia, que reflete o senso de justiça de
1, 2. Por que muitas pessoas desprezam a lei, mas como talvez venha-
˜ `
mos a nos sentir em relaçao as leis de Deus?
´
3, 4. De que modos Jeova mostrou ser Legislador?
´ ´
“A LEI DE JEOVA E PERFEITA” 129
´ ´ ´
Jeova. Ela e uma especie de lei interior que nos ajuda a dis-
tinguir o certo do errado. (Romanos 2:14) Nossos primei-
ˆ
ros pais foram abençoados com uma consciencia perfeita, de
ˆ
modo que precisavam de poucas leis. (Genesis 2:15-17) Hu-
´
manos imperfeitos, porem, precisam de mais leis para orien-
´
ta-los a fim de fazer a vontade de Deus. Patriarcas, como
´ ˜ ´ ´
Noe, Abraao e Jaco, receberam leis de Jeova Deus e as trans-
` ´ ˆ
mitiram as suas famılias. (Genesis 6:22; 9:3-6; 18:19; 26:4, 5)
´
Jeova se tornou Legislador de uma forma sem precedentes
` ˜ ´
quando deu a naçao de Israel o codigo da Lei por meio de
´ ´ ´
Moises. Esse codigo jurıdico nos ajuda a entender melhor o
´
senso de justiça de Jeova.
Lei mosaica — um apanhado geral
5 Muitos acham que a Lei mosaica era um conjunto de leis
˜
volumoso e complexo. Mas estao redondamente engana-
´ ´
dos! O codigo inteiro incluıa mais de 600 leis. Isso talvez pa-
´
reça bastante, mas pense: no fim do seculo 20, as leis fede-
´
rais dos Estados Unidos enchiam 150 mil paginas de livros
´
jurıdicos. A cada dois anos, acrescentavam-se mais umas
600 leis! Assim, em termos apenas de volume, a Lei mosai-
´ ˜
ca parece minuscula em comparaçao com essa montanha de
leis humanas. Mas a lei de Deus orientava os israelitas em
´
areas da vida que as leis modernas nem de longe abrangem.
Vamos ver um apanhado geral dela.
6 A Lei exaltava a soberania de Jeova.´
Por isso, nenhum ou-
´ ´
tro codigo jurıdico se compara a ela. A maior de suas leis era:
´ ´ ´ ´ ´
“Escuta, o Israel: Jeova, nosso Deus, e um so Jeova. E tens de
´ ˜
amar a Jeova, teu Deus, de todo o teu coraçao, e de toda a
tua alma, e de toda a tua força vital.” Como o povo de Deus
5. Pode-se dizer que a Lei mosaica era um conjunto de leis volumo-
so e complexo? Por que responde assim?
´
6, 7. (a) O que torna a Lei mosaica diferente de qualquer outro codi-
´
go jurıdico, e qual era o maior mandamento expresso nela? (b) Como
´
os israelitas mostravam que aceitavam a soberania de Jeova?
´
130 ACHEGUE-SE A JEOVA

poderia expressar amor por Ele? Deveriam servi-lo e se sujei-


` ˆ
tar a Sua soberania. — Deuteronomio 6:4, 5; 11:13.
7 Como os israelitas mostravam que aceitavam a soberania
´ `
de Jeova? Sujeitando-se aqueles que representavam a autori-
´
dade divina, como pais, maiorais, juızes, sacerdotes e, mais
´ ˜
tarde, reis. Jeova encarava qualquer rebeliao contra essas au-
˜ ´
toridades como rebeliao contra ele proprio. Por outro lado,
autoridades que lidassem de forma injusta ou arrogante com ˆ
´
o povo de Jeova se arriscavam a incorrer na ira dele. (Exo-
ˆ
do 20:12; 22:28; Deuteronomio 1:16, 17; 17:8-20; 19:16, 17)
Assim, ambas as partes deveriam defender a soberania de
Deus.
8 A Lei defendia a norma divina de santidade. As palavras

“santo” e “santidade” aparecem mais de 280 vezes na Lei


mosaica. A Lei ajudava o povo de Deus a distinguir entre o
que era puro e o que era impuro, citando cerca de 70 coisas
que tornavam um israelita cerimonialmente impuro. Essas
´ ´ ´
leis traziam benefıcios notaveis para a saude, porque trata-
´ ´ ´
vam de higiene fısica, dieta e ate manejo de lixo e resıduos.1
Mas elas tinham um objetivo mais nobre: manter o povo no
´ ´
favor de Jeova, separado das praticas pecaminosas das na-
˜
çoes degeneradas que os rodeavam. Vejamos um exemplo.
9 Estatutos do pacto da Lei declaravam que o parto e as re-
˜
laçoes sexuais — mesmo entre casados — resultavam num
´ ´ ˜
perıodo de impureza. (Levıtico 12:2-4; 15:16-18) Isso nao de-
´ ˆ
preciava essas dadivas puras de Deus. (Genesis 1:28; 2:18-
´ ´
25) Ao contrario, essas leis defendiam a santidade de Jeova,
1 Por exemplo, leis que exigiam que o excremento humano fosse
enterrado, que doentes fossem postos de quarentena e que aqueles que
´ ´ `
tocassem num cadaver se lavassem estavam seculos a frente do seu
´ ´ ˆ
tempo. — Levıtico 13:4-8; Numeros 19:11-13, 17-19; Deuteronomio
23:13, 14.

8. Como a Lei defendia a norma divina de santidade?


´ ˜
9, 10. O pacto da Lei incluıa que estatutos sobre relaçoes sexuais e
´
parto, e que benefıcios essas leis traziam?
´ ´
“A LEI DE JEOVA E PERFEITA” 131
˜
ajudando Seus adoradores a evitar depravaçoes. Como? As
˜
naçoes ao redor de Israel costumavam misturar sexo e ritos
˜ ˜ ´
de fertilidade na sua adoraçao. A religiao cananeia incluıa
˜
prostituiçao masculina e feminina. O resultado disso era de-
˜ ´
pravaçao da pior especie, que se espalhava facilmente. Em
˜
contraste com isso, a Lei separava totalmente a adoraçao de
´ ´ ´
Jeova de assuntos sexuais.1 Tambem havia outros benefıcios.
10 Essas leis serviam para ensinar uma verdade fundamen-
´ ˆ ´
tal.2 Afinal de contas, como e que o pecado adamico e trans-
˜ ˜ ˜ ´ ˜
mitido de geraçao para geraçao? Nao e por meio das relaçoes
sexuais e do parto? (Romanos 5:12) De modo que a Lei de
Deus lembrava ao Seu povo que o pecado era uma realida-
de da vida. De fato, todos nascemos com ele. (Salmo 51:5)
˜ ˜
Precisamos de perdao e redençao para poder nos achegar ao
nosso Deus santo.
11 A Lei defendia a justiça perfeita de Jeova. ´
Ela sustentava
´ ˆ ´ ˜
o princıpio da equivalencia, ou equilıbrio, em questoes ju-
´
diciais. Por isso, declarava: “Sera alma por alma, olho por
˜ ˜ ´ ´
olho, dente por dente, mao por mao, pe por pe.” (Deutero-
ˆ ˜
nomio 19:21) Portanto, a puniçao pelos crimes tinha de ser
`
proporcional a gravidade deles. Esse aspecto da justiça divi-
´ ´
na permeava a Lei e ate hoje e essencial para entendermos o
´ ´
sacrifıcio de resgate de Cristo Jesus, conforme mostrara o Ca-
´ ´
pıtulo 14. — 1 Timoteo 2:5, 6.
1 Nos templos cananeus havia salas reservadas para atividades se-
´ ˜
xuais, mas a Lei mosaica declarava que alguem impuro nao podia nem
˜
mesmo entrar no templo. Assim, visto que as relaçoes sexuais resulta-
´ ´
vam num perıodo de impureza, ninguem poderia legalmente incluir
˜ ´
o sexo como parte da adoraçao na casa de Jeova.
2 O objetivo principal da Lei era ensinar. Na verdade, a obra Conhe-
´
cimento Judaico menciona que a palavra hebraica para “lei”, tohrah,
˜
significa “instruçao”.
´
11, 12. (a) A Lei sustentava que princıpio fundamental de justiça?
´
(b) Ela incluıa que regulamentos para evitar que a justiça fosse detur-
pada?
´ ´
“A LEI DE JEOVA E PERFEITA” 133
´ ´
12 A Lei tambem incluıa regulamentos para evitar que a jus-
tiça fosse deturpada. Por exemplo, era preciso pelo menos
˜
duas testemunhas para confirmar uma acusaçao. A penali-
´ ˆ
dade por perjurio era severa. (Deuteronomio 19:15, 18, 19)
´ ˜
Tambˆ em se proibia categoricamente a corrupçao e o subor-
ˆ ´ ´
no. (Exodo 23:8; Deuteronomio 27:25) Ate mesmo nas pra-
ticas comerciais o povo de Deus devia defender as elevadas
´ ˆ
normas divinas de justiça. (Levıtico 19:35, 36; Deuterono-
´ ´
mio 23:19, 20) A Lei mosaica era um codigo jurıdico sublime
ˆ ˜
e justo. Foi uma grande bençao para Israel.
´
Leis que ressaltavam a misericordia
e a imparcialidade
´
13 A Lei mosaica era um conjunto de regras rıgidas e impie-
dosas? Nada disso! O Rei Davi foi inspirado a escrever: “A lei
´ ´
de Jeova e perfeita.” (Salmo 19:7) Ele sabia muito bem que a
´
Lei promovia a misericordia e a imparcialidade. Como?
´
14 Em alguns paıses hoje, parece que as leis mostram mais
˜ ˜ ´
compaixao e consideraçao pelos criminosos do que pelas vı-
˜ ˜ ˜
timas. Por exemplo, os ladroes sao mandados para a prisao,
´
mas, nesse meio-tempo, as vıtimas ficam privadas dos bens
ˆ
roubados e ainda tem de pagar os impostos que servem para
˜
abrigar e alimentar os criminosos. No Israel antigo, nao ha-
˜ ´
via prisoes como as que existem hoje, e leis especıficas deter-
˜ ˆ
minavam a severidade das puniçoes. (Deuteronomio 25:1-3)
˜ ´
O ladrao tinha de indenizar a vıtima por aquilo que havia
roubado e ainda pagar uma multa adicional. De quanto?
´
Isso variava. Em Levıtico 6:1-7 estipula-se
ˆ uma multa bem
menor do que a mencionada em Exodo 22:7. Pelo visto, isso
´
se dava porque os juızes tinham autonomia para avaliar di-
versos fatores, como o arrependimento do transgressor, an-
tes de estipular o valor da multa.
13, 14. Como a Lei promovia o tratamento imparcial e justo para com
˜ ´
ladroes e vıtimas?
´
134 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜ ´
15 Numa demonstraçao de misericordia, a Lei reconhecia
˜
que nem todos os pecados sao deliberados. Por exemplo, se
´ ˜
alguem matasse outra pessoa por acidente, nao precisava pa-
˜
gar alma por alma se tomasse a açao correta: fugir para uma
´ ´
das cidades de refugio espalhadas pelo territorio de Israel.
´
Juızes capacitados examinavam o caso e o fugitivo tinha de
´ ´
morar na cidade de refugio ate a morte do sumo sacerdote.
´
Daı, estaria livre para morar onde quisesse. Assim, ele se be-
´
neficiava da misericordia divina, mas ao mesmo tempo essa
´
lei lembrava o grande valor da vida humana. — Numeros
15:30, 31; 35:12-25.
16 A Lei defendia os direitos individuais. Veja como ela pro-
´
tegia os endividados. Era proibido que alguem entrasse na
casa de outra pessoa para pegar um bem como garantia de
´
uma dıvida. O credor tinha de esperar, na porta, que o deve-
´
dor trouxesse o bem ate ele. Ou seja, o lar de um homem
´
era considerado inviolavel. Se o credor pegasse a roupa ex-
´ ˆ `
terior de alguem como garantia, deveria devolve-la a noite,
visto que o devedor provavelmente precisaria dela para se
ˆ
aquecer. — Deuteronomio 24:10-14.
17 A Lei tinha regulamentos ate´ mesmo em relaçao ˜ `
a guer-
` ˜ ˆ
ra. O povo de Deus ia a guerra, nao para satisfazer uma an-
sia por poder ou conquistas, mas para servir como represen-
´ ´
tantes de Deus nas “Guerras de Jeova”. (Numeros 21:14) Em
muitos casos, os israelitas eram obrigados a oferecer a rendi-
˜ ´
çao primeiro. Somente se a cidade rejeitasse a oferta e que
´
Israel podia sitia-la, mas ainda assim era preciso seguir as
˜
orientaçoes de Deus. Diferentemente de muitos soldados ao
´ ´ ˜
longo da Historia, os homens do exercito de Israel nao po-
diam estuprar as mulheres nem promover massacres injusti-
´
15. Como a Lei refletia tanto misericordia como justiça no caso da-
´
queles que matavam alguem por acidente?
16. Como a Lei defendia certos direitos individuais?
`
17, 18. No que se refere a guerra, em que sentidos os israelitas eram
˜ ˆ
diferentes das outras naçoes, e por que?
´ ´
“A LEI DE JEOVA E PERFEITA” 135
´ ´ ˜
ficaveis. Deviam ate mesmo respeitar o meio ambiente: nao
´ ´
podiam derrubar as arvores frutıferas nas terras do inimigo.1
´ ˜ ˜ ˆ
Outros exercitos nao tinham essas restriçoes. — Deuterono-
mio 20:10-15, 19, 20; 21:10-13.
18 Fica horrorizado quando ouve falar que, em alguns paı- ´
˜
ses, crianças sao treinadas como soldados? No Israel antigo,
nenhum homem com menos de 20 anos podia ser recru-
´ ´ ´
tado para o exercito. (Numeros 1:2, 3) Ate homens adultos
´
eram eximidos se tivessem muito medo. Um recem-casa-
do era eximido por um ano inteiro para que, antes de par-
tir para esse serviço perigoso, pudesse ver o nascimento de
um herdeiro. Dessa forma, explicava a Lei, o jovem ma-
ˆ
rido poderia “alegrar” sua jovem esposa. — Deuteronomio
20:5, 6, 8; 24:5.
19 A Lei tambem ´ ˜
protegia e fazia provisoes para mulheres,
´
crianças e famılias. Ela ordenava que os pais dessem cons-
˜ ˜ ˆ
tante atençao e instruçao espiritual aos filhos. (Deuterono-
mio 6:6, 7) Proibia toda forma de incesto, sob pena de mor-
´ ´ ´ ´
te. (Levıtico, capıtulo 18) Proibia tambem o adulterio, que
´ ´
muitas vezes destroi famılias e acaba com sua segurança e
˜ ´ ´ ˜
dignidade. A Lei estipulava provisoes para viuvas e orfaos e
´
proibia, nosˆ termos mais fortes possıveis, que fossem maltra-
tados. — Exodo 20:14; 22:22-24.
20 Nesse respeito, porem, ´
alguns se perguntam: ‘Por que
ˆ
a´ Lei permitia a poligamia?’ (Deuteronomio 21:15-17)
´
E preciso analisar essas leis no seu contexto historico. Quem
´ ´
1 A Lei perguntava de modo direto: “E a arvore do campo algum ho-
ˆ
mem a ser sitiado por ti?” (Deuteronomio 20:19) Filo, erudito judeu
´
do primeiro seculo, citou essa lei, explicando que Deus acha “injusto
que a ira que se acende contra homens seja lançada contra coisas que
˜
sao inocentes de todo o mal”.
´ ´ ´ ˜
19. Como a Lei protegia mulheres, crianças, famılias, viuvas e orfaos?
20, 21. (a) Por que a Lei mosaica permitia a poligamia em Israel?
˜ ´
(b) Na questao do divorcio, por que a Lei era diferente da norma que
mais tarde Jesus restaurou?
´
136 ACHEGUE-SE A JEOVA
`
avalia a Lei mosaica a luz da cultura e dos tempos modernos
ˆ ´
com certeza vai entende-la mal. (Prov ´ erbios 18:13) A nor-
´ ´
ma de Jeova, estabelecida la no Eden, era que o casamen-
˜ ´
to fosse uma uniao duradoura entre um so homem e uma
´ ˆ ´
so mulher. (Genesis 2:18, 20-24) Mas, quando Jeova deu a
´
Lei a Israel, costumes como o da poligamia ja eram pratica-
´ ´
dos por seculos. Jeova sabia muito bem que seu “povo de
´
dura cerviz” frequentemente falharia em obedecer ate aos
mandamentos
ˆ mais simples, como o que proibia a idolatria.
˜
(Exodo 32:9) Assim, de forma muito sensata, ele nao tentou
´
fazer naquela
´ epoca grandes reformas nos costumes matri-
´ ˜ ´
moniais. E preciso lembrar, porem, que nao foi Jeova quem
instituiu a poligamia. Mas ele usou a Lei mosaica para regu-
´
lamentar essa pratica entre o seu povo e evitar abusos.
21 De modo similar, a Lei mosaica apresentava uma lista re-
˜
lativamente ampla de razoes graves que permitiam que um
ˆ
homem se divorciasse da esposa. (Deuteronomio 24:1-4) Je-
˜
sus chamou isso de uma concessao da parte de Deus ao povo
˜
judeu “por causa da dureza dos . . . coraçoes” deles. Mas
˜ ´
essa era uma concessao temporaria. Para seus seguidores, Je-
´
sus restaurou a norma original de Jeova para o casamento.
— Mateus 19:8.
A Lei promovia o amor
´
22 Sabe de algum sistema jurıdico moderno que incenti-
ve o amor? Pois a Lei mosaica promovia o amor acima de
´ ˆ
tudo. So no livro de Deuteronomio a palavra “amor”, e ou-
tras derivadas, aparece mais de 20 vezes. O segundo maior
´
mandamento de toda a Lei era: “Tens de amar o teu proximo
´
como a ti mesmo.” (Levıtico 19:18; Mateus 22:37-40) O povo
˜ ´
de Deus devia mostrar esse amor nao so a outros israelitas,
´
mas tambem aos imigrantes que morassem entre eles, lem-
22. De que modos e a quem a Lei mosaica incentivava que se de-
monstrasse amor?
´ ´
“A LEI DE JEOVA E PERFEITA” 137

˜
Perguntas para Meditaçao
´ ˆ
Levıtico 19:9, 10; Deuteronomio 24:19 Como se sente em rela-
˜
çao ao Deus que fez essas leis?
˜ `
Salmo 19:7-14 Como Davi se sentia em relaçao a “lei de
´ ´
Jeova”? As leis divinas devem ter que valor para nos?
˜
Miqueias 6:6-8 Como esse texto nos ajuda a entender que nao
´ ´
e correto encarar as leis de Jeova como um fardo?
˜
Mateus 23:23-39 Como os fariseus mostravam que nao enten-
´
diam o espırito da Lei, e de que modo o exemplo deles serve de
´
alerta para nos?

´
brando-se de que eles proprios haviam vivido numa terra
estrangeira no passado. Deviam mostrar amor pelos pobres
˜
e sofredores, ajudando-os em sentido material e nao tiran-
˜ ´
do vantagem de sua situaçao. Os israelitas foram ate mes-
mo orientados a tratarˆ seus animais de carga com bondade
˜ ´
e consideraçao. — Exodo 23:6; Levıtico 19:14, 33, 34; Deute-
ˆ
ronomio 22:4, 10; 24:17, 18.
˜
23 Que outra naçao ´ ´
foi abençoada com um codigo jurıdico
˜ ´ ˜
semelhante? Nao e de estranhar, entao, que o salmista escre-
vesse: “Quanto eu amo a tua lei!” Longe de ser apenas um
` ˜
sentimento, seu amor o movia a açao — ele se esforçava a
` ´
obedecer aquela lei e a viver segundo os seus princıpios. Ele
´
prosseguiu, dizendo: “O dia inteiro [tua lei] e a minha preo-
˜
cupaçao.” (Salmo 119:11, 97) Ele regularmente passava tem-
´ ´ `
po estudando as leis de Jeova. Sem duvida, a medida que fa-
zia isso, aumentava o seu amor tanto por essas leis quanto
´
pelo Legislador, Jeova Deus. Continue a estudar a lei divina
ˆ ´ ´ ´
e voce tambem se achegara mais a Jeova, o Grandioso Legis-
lador, o Deus de justiça.
ˆ
23. O escritor do Salmo 119 se sentiu motivado a fazer o que, e o que
devemos estar decididos a fazer?
´
C A P I T U L O 1 4

´
Jeov a providenciou um
“resgate em troca de muitos”
˜ ´
“TODA a criaçao junta persiste em gemer e junta esta em do-
´
res.” (Romanos 8:22) Essas palavras do apostolo Paulo des-
´
crevem muito bem o estado deploravel em que nos encon-
˜ ´
tramos. Do ponto de vista humano, parece nao haver saıda
´ ˜ ´
do sofrimento, do pecado e da morte. Mas Jeova nao e como
˜ ˜ ´
os humanos — ele nao tem limitaçoes. (Numeros 23:19)
O Deus de justiça providenciou uma maneira de escaparmos
do sofrimento. Chama-se resgate.
2 O resgate e´ o maior presente de Jeova´ para a humanidade.
´
Torna possıvel´ que sejamos libertos do pecado e da morte.
´
(Efesios 1:7) E a base da esperança de vida eterna, quer no
´ ´ ˜
ceu quer no Paraıso na Terra. (Lucas 23:43; Joao 3:16; 1 Pe-
´
dro 1:4) Mas o que e exatamente o resgate? O que nos ensi-
´ ´
na sobre a inigualavel justiça de Jeova?
Como surgiu a necessidade de um resgate
´ ˜
3 O resgate se tornou necessario devido ao pecado de Adao.
Ele desobedeceu a Deus e, com isso, deixou para a sua des-
ˆ ˆ
cendencia uma herança de doença, pesar, dor e morte. (Ge-
˜
nesis 2:17; Romanos 8:20) Deus nao podia simplesmente ce-
der ao sentimentalismo e substituir a sentença de morte por
´
um castigo menor. Se fizesse isso, estaria ignorando sua pro-
´ ´
pria lei: “O salario pago pelo pecado e a morte.” (Romanos
´ ´
6:23) E se Jeova desconsiderasse suas proprias normas de jus-
tiça, o resultado seria caos e anarquia universais.
´ ˜ ´
1, 2. Como a Bıblia descreve a condiçao da humanidade e qual e a
´ ´
unica saıda?
3. (a) Por que surgiu a necessidade de um resgate? (b) Por que Deus
˜ ˆ
nao podia simplesmente mudar a sentença de morte da descenden-
˜
cia de Adao?
´
JEOVA PROVIDENCIOU UM “RESGATE EM TROCA DE MUITOS” 139

4 Como vimos no Capıtulo´ ˜ ´


12, a rebeliao no Eden levantou
˜ ´
questoes ainda mais importantes. Satanas difamou o bom
´
nome de Deus. Na verdade, ele acusou Jeova de ser um men-
tiroso, um ditador cruel que privava Suas criaturas de liber-
ˆ
dade. (Genesis 3:1-5) Quando aparentemente frustrou o pro-
´ ´
posito divino de encher a Terra de humanos justos, Satanas
´ ˆ
tambem deu a entender que Deus era um fracassado. (Ge-
´ ´
nesis 1:28; Isaıas 55:10, 11) Se Jeova tivesse deixado de res-
ponder a esses desafios, muitas de suas criaturas inteligentes
´
talvez tivessem perdido a confiança no Seu domınio.
´ ´
5 Satanas tambem caluniou os servos leais de Jeova, ´
acu-
´
sando-os de servir a Ele apenas por motivos egoıstas e afir-
˜
mando que, sob pressao, nenhum deles permaneceria fiel a
´ ˜
Deus. ( Jo 1:9-11) Essas questoes eram muito mais importan-
tes do que as dificuldades da humanidade. Com toda a ra-
˜ ´ ˜ ` ˜
zao, Jeova se sentiu na obrigaçao de responder as acusaçoes
´
caluniosas de Satanas. Mas como Ele poderia resolver essas
˜
questoes e ainda assim salvar a humanidade?
ˆ
Resgate — uma equivalencia
˜ ´
6 A soluçao que Jeova apresentou era totalmente miseri-
cordiosa, extremamente justa e maravilhosamente simples
˜
— uma ´ soluçao que nenhum humano poderia ter imagina-
´ ˜
do. E chamada de varias maneiras: compra, reconciliaçao,
˜ ˜ ˜
redençao, propiciaçao e expiaçao. (Salmo 49:8; Daniel 9:24;
´
Galatas 3:13; Colossenses 1:20; Hebreus 2:17) Mas a expres-
˜ ´ ´
sao que melhor a define e aquela usada pelo proprio Jesus,
˜
que disse: “O Filho do homem nao veio para que se lhe mi-
nistrasse, mas para ministrar e dar a sua alma como resgate
´
[em grego, lytron] em troca de muitos.” — Mateus 20:28.
´
4, 5. (a) Como Satanas caluniou a Deus, e por que este se sentiu na
˜ ´
obrigaçao de responder aos desafios? (b) Do que Satanas acusou os
´
servos leais de Jeova?
˜ ˜ ´
6. Quais sao algumas expressoes usadas na Bıblia para descrever o
modo de Deus salvar a humanidade?
´
JEOVA PROVIDENCIOU UM “RESGATE EM TROCA DE MUITOS” 141
´
7 O que e um resgate? A palavra grega usada aqui vem de
um verbo que significa “deixar ir, libertar”. Esse termo era
usado para o preço pago em troca da liberdade de prisio-
˜
neiros de guerra. Basicamente, entao, pode-se definir resga-
te como algo pago para recomprar outra coisa. Nas Escritu-
´
ras Hebraicas, a palavra para “resgate” (kofer) deriva de um
´
verbo que significa “cobrir”. Por exemplo, Deus disse a Noe
que ‘cobrisse’ (uma forma da mesma palavra) a arca com al-
˜ ˆ
catrao. (Genesis 6:14) Isso nos ajuda a entender que resgatar
´
tambem significa cobrir pecados. — Salmo 65:3.
´ ´ ´
8 Um dicionario teologico afirma que essa palavra (ko-
ˆ ˆ
fer) “sempre denota uma equivalencia”, ou corresponden-
cia. (Theological Dictionary of the New Testament) Assim, a
tampa da arca do pacto tinha um formato que correspon-
´
dia, ou equivalia, ao da propria arca. De modo similar, a fim
de resgatar, ou cobrir, o pecado, era preciso pagar um preço
que correspondesse, ou cobrisse, plenamente o dano cau-
sado pelo pecado. Em harmonia com isso, a Lei de Deus a
´
Israel declarava: “Sera alma por alma, olho por olho, den-
˜ ˜ ´ ´ ˆ
te por dente, mao por mao, pe por pe.” — Deuteronomio
19:21.
9 Homens fieis, ´ ´
a partir de Abel, ofereceram sacrifıcios de
animais a Deus. Ao fazer isso, demonstraram que esta-
vam cientes de que o pecado existia e que se precisava de
˜ ´ ˜
redençao, e mostraram sua fe na libertaçao prometida por
´ ˆ
Deus por intermedio do seu “descendente”. (Genesis 3:15;
´ ´
4:1-4; Levıtico 17:11; Hebreus 11:4) Jeova se agradava des-
´ ˜
ses sacrifıcios e concedia uma condiçao limpa a seus adora-
´
dores. Contudo, os sacrifıcios de animais eram, na melhor
7, 8. (a) O que o termo “resgate” significa nas Escrituras? (b) Por
ˆ
que se diz que o resgate envolve equivalencia?
˜ ´ ´
9. Por que razao homens fieis ofereceram sacrifıcios de animais, e
´ ´
como Jeova encarava esses sacrifıcios?

Um “resgate correspondente por todos”


´
142 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ˜
das hipoteses, apenas representativos. Nao podiam cobrir
˜
totalmente os pecados humanos, pois os animais sao infe-
´ ˜
riores ao homem. (Salmo 8:4-8) Por isso, a Bıblia diz: “Nao
´ ´
e possıvel que o sangue de touros e de bodes tire pecados.”
´
(Hebreus 10:1-4) Esses sacrifıcios eram apenas ilustrativos,
´
simbolizando o verdadeiro sacrifıcio de resgate futuro.
“Resgate correspondente”
˜ ´
10 “Em Adao todos morrem”, disse o apostolo Paulo.
´
(1 Corıntios 15:22) Assim, o resgate precisava envolver a
˜
morte do equivalente exato de Adao: um humano perfei-
to. (Romanos 5:14) Nenhuma outra criatura podia equili-
brar a balança da justiça. Somente um humano perfeito,
˜ ˆ
que nao estivesse debaixo da sentença de morte adamica,
poderia oferecer um “resgate [perfeitamente] correspon-
˜ ´ ˜
dente” a Adao. (1 Timoteo 2:6) Nao seria preciso que in-
´ ˜
contaveis milhoes de humanos se sacrificassem para cor-
˜ ´
responder a cada descendente de Adao. O apostolo Paulo
´ ´ ˜
explicou: “Por intermedio de um so homem [Adao] entrou
´
o pecado no mundo, e a morte por intermedio do peca-
´ ´
do.” (Romanos 5:12) E “visto que a morte e por interme-
˜
dio dum homem”, Deus providenciou a redençao para a
´ ´
humanidade “por intermedio dum homem”. (1 Corıntios
15:21) Como?
11 Jeova´ tomou providencias
ˆ
para que um homem perfei-
to sacrificasse voluntariamente a sua vida. Segundo Roma-
´ ´
nos 6:23, “o salario pago pelo pecado e a morte”. Ao sa-
crificar sua vida, o resgatador ‘provaria a morte por todo
´
homem’. Em outras palavras, pagaria o salario pelo pecado
˜ ´
de Adao. (Hebreus 2:9; 2 Corıntios 5:21; 1 Pedro 2:24) Isso
ˆ
10. (a) O resgatador tinha de ser equivalente a quem, e por que?
´ ´ ´
(b) Por que foi necessario so um sacrifıcio humano?
11. (a) Em que sentido o resgatador ‘provaria a morte por todo ho-
˜ ˜
mem’? (b) Por que Adao e Eva nao se beneficiariam do resgate? (Veja
a nota.)
´
JEOVA PROVIDENCIOU UM “RESGATE EM TROCA DE MUITOS” 143
˜ ´
teria profundas implicaçoes jurıdicas. Ao anular a sentença
ˆ ˜
de morte sobre a descendencia obediente de Adao, o resga-
te eliminaria o poder destrutivo do pecado direto na fon-
te.1 — Romanos 5:16.
12 Para ilustrar: imagine-se morando numa cidade em
´
que a maioria dos habitantes trabalha em uma grande fa-
ˆ ˆ ´
brica. Voce e seus vizinhos tem um bom salario e uma vida
´ ´ ´
confortavel. Ate que um dia a fabrica fecha as portas. Por
que motivo? O diretor se tornou corrupto e levou a firma
` ˆ ˆ ˜
a falencia. De repente, voce e seus vizinhos estao desem-
ˆ
pregados e as contas começam a se acumular. Conjuges, fi-
˜
lhos e credores sofrem por causa da corrupçao daquele ho-
´
mem. Existe saıda? Sim! Um benfeitor rico resolve intervir.
Ele sabe quanto vale a companhia e imagina o que os em-
´ ˜ ´
pregados e suas famılias estao passando. Assim, paga as dı-
´
vidas da firma e reabre a fabrica. O cancelamento daque-
´ ´ ´
la unica dıvida traz alıvio para muitos empregados, suas
´
famılias e credores. De modo similar, o cancelamento da
´ ˜ ´ ˜
dıvida de Adao beneficia incontaveis milhoes de pessoas.
Quem providenciou o resgate?
´
13Somente Jeova poderia providenciar “o Cordeiro . . .
˜ ˜
que tira o pecado do mundo”. ( Joao 1:29) Mas Deus nao
enviou um simples anjo para resgatar a humanidade. En-
viou Aquele que poderia fornecer uma resposta definitiva
˜ ˜
1 Adao e Eva nao podiam se beneficiar do resgate. A Lei mosaica de-
´
clarou o seguinte princıpio com respeito a assassinos deliberados:
˜
“Nao deveis aceitar nenhum resgate´ ´ pela alma dum assassino que me-
´ ˜
rece morrer.” (Numeros 35:31) E obvio que Adao e Eva mereciam
morrer porque desobedeceram a Deus deliberadamente e com plena
ˆ ˜
consciencia dos seus atos. Dessa forma, abriram mao de suas perspec-
tivas de vida eterna.
´ ´
12. Ilustre como o pagamento de uma unica dıvida pode beneficiar
muitas pessoas.
´
13, 14. (a) Como Jeova providenciou o resgate para a humanidade?
´ ´ ´
(b) A quem este e pago, e por que esse pagamento e necessario?
´
144 ACHEGUE-SE A JEOVA
` ˜ ´
e conclusiva a acusaçao de Satanas contra os servos de
´ ´
Jeova. De fato, Deus fez o sacrifıcio supremo de enviar
ˆ
seu Filho unigenito, “aquele de quem ele gostava espe-
´
cialmente”. (Proverbios 8:30) Voluntariamente, o Filho de
Deus “se esvaziou” de sua natureza espiritual. (Filipenses
´
2:7) De forma milagrosa, Jeova transferiu a vida e a perso-
ˆ ´ ´
nalidade do seu Filho primogenito do ceu para o utero de
uma virgem judia, chamada Maria. (Lucas 1:27, 35) Como
´
homem, recebeu o nome de Jesus. Mas em sentido jurıdi-
˜
co, poderia ser chamado de o segundo Adao, porque era o
˜ ´
equivalente exato de Adao. (1 Corıntios 15:45, 47) Assim,
´
Jesus podia se oferecer em sacrifıcio como resgate pela hu-
manidade pecadora.
14 A quem o resgate seria pago? O Salmo 49:7 diz es-
˜ ´
pecificamente que seria pago “a Deus”. Mas nao foi Jeova
˜ ´ ˜
quem providenciou o resgate? Sim, mas isso nao e razao
´ ˆ
para encararmos esse ato como uma troca inutil e meca-
nica, como se ele tirasse dinheiro de um bolso e colocasse
˜ ´
no outro. Deve-se entender que o resgate nao e uma troca
´ ˜ ´
fısica, mas uma transaçao jurıdica. Ao providenciar o pa-
gamento do resgate, a um enorme custo para si mesmo,
´ ´ ˆ ` ´
Jeova confirmou sua inabalavel aderencia a sua propria
ˆ
justiça perfeita. — Genesis 22:7, 8, 11-13; Hebreus 11:17;
Tiago 1:17.
´
15 No inıcio do ano 33 EC, Jesus Cristo voluntariamen-
˜
te se submeteu a uma provaçao que resultou no pagamen-
˜
to do resgate. Ele se deixou ser preso sob acusaçoes falsas,
˜
julgado culpado e pregado numa estaca de execuçao. Era
´
realmente necessario que Jesus sofresse tanto? Sim, porque
˜
era preciso resolver a questao da integridade dos servos de
´ ˜
Deus. O interessante e que Deus nao permitiu que Hero-
ˆ
des matasse Jesus enquanto este era bebe. (Mateus 2:13-
18) Mas quando se tornou adulto, Jesus estava apto a re-
´
15. Por que era necessario que Jesus sofresse e morresse?
´
JEOVA PROVIDENCIOU UM “RESGATE EM TROCA DE MUITOS” 145
´
sistir aos ataques de Satanas com pleno entendimento das
˜ ˆ
questoes envolvidas.1 Ao se manter “leal, candido, ima-
´
culado, separado dos pecadores” apesar do horrıvel trata-
mento que recebeu, Jesus provou de forma maravilhosa
´
e conclusiva que Jeova tem mesmo servos que permane-
´ ˜ ˜ ´
cem fieis sob provaçoes. (Hebreus 7:26) Nao e de admirar,
˜
entao, que no momento de sua morte Jesus clamasse em
´ ˜
triunfo: “Esta consumado!” — Joao 19:30.
´ ˜
Ele leva ate o fim seu trabalho de redençao
˜
16 Jesus ainda tinha de concluir seu trabalho de redençao.
´
No terceiro dia depois da sua morte, Jeova o ressuscitou
dos mortos. (Atos 3:15; 10:40) Por meio desse ato marcan-
´ ˜ ´
te, Jeova nao so recompensou o Filho por seu serviço fiel,
´
mas tambem lhe deu a oportunidade de terminar seu traba-
˜
lho de redençao como Sumo Sacerdote de Deus. (Romanos
´ ´
1:4; 1 Corıntios 15:3-8) O apostolo Paulo explica: “Quando
Cristo veio como sumo sacerdote . . . , ele entrou no lugar
˜ ˜
santo, nao, nao com o sangue de bodes e de novilhos, mas
´
com o seu proprio sangue, de uma vez para sempre, e obteve
´ ˜
para nos um livramento eterno. Porque Cristo entrou, nao
˜ ´ ´
num lugar santo feito por maos, que e uma copia da realida-
´ ´ ´
de, mas no proprio ceu, para aparecer agora por nos perante
a pessoa de Deus.” — Hebreus 9:11, 12, 24.
˜ ˜
1 Para contrabalançar o pecado de Adao, Jesus tinha de morrer, nao
como criança perfeita, mas como homem perfeito. Lembre-se de que
˜
o pecado de Adao foi deliberado, cometido com pleno conhecimen-
ˆ
to da seriedade do ato e de suas consequencias. Assim, a fim de se tor-
´ ˜
nar “o ultimo Adao” e cobrir o pecado, Jesus tinha de fazer uma esco-
´ ´
lha madura e consciente de manter a integridade a Jeova. (1 Corıntios
15:45, 47) De modo que a conduta fiel de Jesus durante toda a vida
´
— incluindo sua morte sacrificial — serviu como “um so ato de justi-
˜
ficaçao”. — Romanos 5:18, 19.
˜
16, 17. (a) Como Jesus concluiu seu trabalho de redençao? (b) Por
´ ´
que era necessario que Jesus aparecesse “por nos perante a pessoa de
Deus”?
´
146 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜ ´
17 Cristo nao podia levar seu sangue literal para o ceu.
´
(1 Corıntios 15:50) Em vez disso, ele levou o que o sangue
´
simbolizava: o valor legal do sacrifıcio de sua vida humana
´
perfeita. Daı, perante a pessoa de Deus, ele apresentou for-
malmente o valor da sua vida como resgate em troca da hu-
´ ´ ´
manidade pecadora. Sera que Jeova aceitou esse sacrifıcio?
Sim, e isso ficou evidente no Pentecostes de 33 EC, quando
´ ´
foi derramado espırito santo sobre 120 discıpulos em Jerusa-
´
lem. (Atos 2:1-4) Embora isso tenha sido emocionante, era
´
apenas o primeiro dos maravilhosos benefıcios que o resga-
te ainda traria.
´
Benefıcios do resgate
18 Na sua carta aos colossenses, Paulo explica que Deus

achou bom reconciliar Consigo mesmo, por meio de Cris-


´
to, todas as outras coisas, fazendo a paz por intermedio do
sangue que Jesus derramou na estaca de tortura. Paulo tam-
´ ˜
bem explica que essa reconciliaçao envolve dois grupos de
´
pessoas: “as coisas nos ceus” e “as coisas na terra”. (Colos-
´ ´
senses 1:19, 20; Efesios 1:10) O primeiro grupo e composto
˜
de 144 mil cristaos que recebem a esperança de servir como
sacerdotes celestiais e reinar sobre a Terra com Cristo Je-
˜ ´
sus. (Revelaçao [Apocalipse] 5:9, 10; 7:4; 14:1-3) Por interme-
´ ˜
dio deles, os benefıcios do resgate serao aplicados gradati-
` ´
vamente a humanidade obediente por um perıodo de mil
´ ˜
anos. — 1 Corıntios 15:24-26; Revelaçao 20:6; 21:3, 4.
19 “As coisas na terra” sao ˜
aqueles que aguardam ter
´ ˜
vida perfeita na Terra transformada num paraıso. Revelaçao
˜
7:9-17 descreve-os como “uma grande multidao” que sobre-
´ ` ˜ ˜
vivera a vindoura “grande tribulaçao”. Mas nao precisam es-
´ ´ ´
perar ate la para se beneficiar do resgate. Eles ja “lavaram as
suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do
˜
18, 19. (a) Que dois grupos se beneficiam da reconciliaçao possibi-
litada pelo sangue de Cristo? (b) Para os membros da “grande multi-
˜ ˜ ´
dao”, quais sao alguns dos benefıcios atuais e futuros do resgate?
´
JEOVA PROVIDENCIOU UM “RESGATE EM TROCA DE MUITOS” 147

˜
Perguntas para Meditaçao
´ ´
Numeros 3:39-51 Por que e essencial que o resgate seja o equi-
valente exato?
´
Salmo 49:7, 8 Por que temos uma dıvida para com Deus por
ele ter providenciado o resgate?
´
Isaıas 43:25 Como esse texto nos ajuda a entender que a salva-
˜ ˜ ´ ´
çao do homem nao e o motivo principal de Jeova providenciar
o resgate?
´
1 Corıntios 6:20 Que efeito o resgate deve ter na nossa condu-
ta e no nosso estilo de vida?

´ ´
Cordeiro”. Visto que exercem fe no resgate, desde ja rece-
ˆ ˜ ˜
bem bençaos espirituais por meio dessa provisao amorosa.
˜
Por exemplo, sao declarados justos como amigos de Deus.
´
(Tiago 2:23) Em resultado do sacrifıcio de Jesus, podem ‘se
aproximar, com franqueza no falar, do trono de benignidade
imerecida’. (Hebreus 4:14-16) Quando erram, recebem per-
˜ ´ ´ ˆ
dao genuıno. (Efesios 1:7) Apesar de imperfeitos, tem uma
ˆ
consciencia limpa. (Hebreus 9:9; 10:22; 1 Pedro 3:21) Assim,
˜ ˜ ´
a reconciliaçao com Deus nao e algo que aguardam para o
´ ´ ´
futuro — ja e uma realidade! (2 Corıntios 5:19, 20) Durante
ˆ ˜ ˜ `
o Milenio, eles aos poucos serao ‘libertos da escravizaçao a
˜ ˜
corrupçao’ e finalmente terao “a liberdade gloriosa dos fi-
lhos de Deus”. — Romanos 8:21.
20 Damos “graças a Deus [que], por intermedio ´
de Jesus
ˆ
Cristo”, providenciou o resgate! (Romanos 7:25) Em essen-
´ ˜
cia, trata-se de algo simples, mas e tao profundo que nos
˜
enche de admiraçao. (Romanos 11:33) Se meditarmos com
´ ˜ ´
apreço no resgate, ele tocara nosso coraçao e nos achegara
cada vez mais ao Deus de justiça. Como o salmista, temos
´ ´
otimos motivos para louvar a Jeova, aquele que “ama a justi-
´
ça e o juızo”. — Salmo 33:5.
20. Ao meditar no resgate, como isso o afeta pessoalmente?
´
C A P I T U L O 1 5

Jesus ‘estabelece justiça na Terra’


´
CONSEGUE imaginar Jesus furioso? Talvez ache isso difıcil
porque, afinal de contas, ele era conhecido como um homem
˜ ´
muito manso. (Mateus 21:5) Houve ´ uma ocasiao, porem, em
que ele ficou realmente zangado. E claro que, apesar disso, Je-
sus manteve perfeito controle — sua raiva era totalmente jus-
´ ˜
ta.1 Mas o que havia deixado esse homem pacıfico tao furio-
so? Uma vergonhosa injustiça.
2 Jesus prezava muito o templo em Jerusalem. ´
No mundo
´ ` ˜
todo, aquele era o unico lugar sagrado dedicado a adoraçao
de seu Pai celestial. Judeus de muitos lugares viajavam gran-
ˆ ´
des distancias para adorar ali. Ate mesmo gentios tementes a
´
Deus vinham e ficavam no patio do templo reservado para
´ ´
eles. Mas certa vez, no inıcio do seu ministerio, quando en-
˜
trou no templo, Jesus ficou chocado com o que viu. E nao
era para menos, o lugar mais parecia um mercado do que
˜
uma casa de adoraçao! Estava cheio de comerciantes e cam-
bistas. Mas qual era a injustiça? Para esses homens, o templo
˜ ´
de Deus nao passava de um lugar para explorar e ate roubar as
˜
pessoas. Como assim? — Joao 2:14.
´
3 Uma regra, inventada pelos lıderes religiosos, dizia que so-
´
mente um tipo especıfico de moeda poderia ser usado para
pagar o imposto do templo. Os visitantes tinham de trocar o
´ ´
1 Quando demonstrou ira justa, Jesus imitou a Jeova, que “esta dis-
posto ao furor” contra toda a maldade. (Naum 1:2) Por exemplo, de-
pois de dizer ao seu povo rebelde que eles haviam transformado sua
´
casa em “um mero covil de salteadores”, Jeova acrescentou: “Eis que
se despeja a minha ira e o meu furor sobre este lugar.” — Jeremias
7:11, 20.
˜ ˆ
1, 2. Qual foi uma ocasiao em que Jesus ficou furioso, e por que?
˜ ´
3, 4. Que exploraçao gananciosa acontecia na casa de Jeova, e que
˜
açao Jesus tomou para corrigir o problema?
JESUS ‘ESTABELECE JUSTIÇA NA TERRA’ 149

dinheiro para conseguir essas moedas. De modo que os cam-


bistas armavam suas mesas dentro do templo e cobravam
˜ ´
uma taxa pelas transaçoes. O negocio de venda de animais
´
tambem era muito lucrativo. Os visitantes que quisessem ofe-
´
recer sacrifıcios podiam comprar animais de qualquer comer-
´
ciante da cidade, mas os funcionarios do templo poderiam
´ ´ ´
julga-los improprios como ofertas e rejeita-los. Por outro lado,
´
os animais para sacrifıcio comprados no templo sempre eram
` ˆ
aceitos. Assim, com o povo a sua merce, os comerciantes mui-
˜
tas vezes cobravam preços exorbitantes.1 Isso nao era apenas
´ ´
uma pratica comercial condenavel. Era, na realidade, roubo!
4 Jesus nao ˜
podia tolerar essa injustiça. Tratava-se da casa do
´
seu proprio Pai! Ele fez um chicote de cordas e expulsou o
´
gado e as ovelhas do templo. Daı, se dirigiu aos cambistas e
virou suas mesas. Imagine todas aquelas moedas rolando pelo
˜ ´
chao de marmore! Com voz firme, ele ordenou aos vendedo-
˜
res de pombas: “Tirai estas coisas daqui!” ( Joao 2:15, 16) Pare-
´
ce que ninguem se atreveu a opor-se a esse homem corajoso.
“Tal pai, tal filho”
5 Naturalmente, depois de algum tempo os comerciantes
ˆ
voltaram. Cerca de tres anos depois, Jesus se deparou com a
´ ´
mesma injustiça e dessa vez citou as palavras do proprio Jeova
que condenou os que transformavam Sua casa em “um co-
vil de salteadores”. (Mateus 21:13; Jeremias 7:11) Quando viu
´
1 Segundo a Mıxena, anos depois aconteceu um protesto contra os
preços cobrados pelas pombas vendidas no templo. Imediatamente,
´
o preço foi reduzido em 99%! Quem e que mais lucrava com esse co-
´
mercio? Alguns historiadores indicam que os mercados do templo
´
eram de propriedade da casa do Sumo Sacerdote Anas, o que contri-
´ ´ ˜
buıa muito para a vasta riqueza daquela famılia sacerdotal. — Joao
18:13.
ˆ ´
5-7. (a) Como a existencia pre-humana de Jesus influenciou seu sen-
so de justiça, e o que aprendemos ao estudar seu exemplo? (b) Como
Cristo tem combatido as injustiças contra a soberania e o nome de
´
Jeova?
JESUS ‘ESTABELECE JUSTIÇA NA TERRA’ 151
ˆ
a ganancia daqueles exploradores e como o templo de Deus
havia sido profanado, Jesus se sentiu exatamente como seu
˜ ´ ´ ˜
Pai. E nao e de admirar! Por incontaveis milhoes de anos, Je-
sus foi ensinado por seu Pai celestial. Em resultado disso, de-
´
senvolveu o mesmo senso de justiça que Jeova. Nele, se cum-
priu bem o ditado: “Tal pai, tal filho.” Assim, se quisermos
˜ ´
entender plenamente a justiça divina, nao ha nada melhor do
˜
que meditar no exemplo de Jesus Cristo. — Joao 14:9, 10.
6 O Filho unigenito ˆ ´
de Jeova estava presente quando Sata-
´
nas injustamente chamou o Criador de mentiroso e levantou
˜ ´ ´
a questao sobre se o Seu domınio era justo. Que calunia! O Fi-
´ ´
lho tambem ouviu o desafio posterior de Satanas de que nin-
´ ´ ´
guem serviria a Jeova altruistamente, por amor. Da para ima-
˜
ginar que essas acusaçoes falsas deixaram aquele Filho justo
profundamente magoado. Quando soube que desempenha-
˜
ria o papel principal em resolver essas questoes, como isso
ˆ ´
deve te-lo deixado emocionado! (2 Corıntios 1:20) Como fa-
ria isso?
7 Como aprendemos no Capıtulo ´
14, Jesus Cristo deu a res-
` ˜ ´
posta definitiva, conclusiva, a acusaçao de Satanas contra a
´
integridade das criaturas de Jeova. Assim, lançou a base para
˜ ´ ˜
a vindicaçao final da soberania de Jeova e a santificaçao do
´
Seu nome. Como Agente Principal de Jeova, Jesus estabelece-
´
ra a justiça divina em todo o Universo. (Atos 5:31) Seu modo
´
de vida na Terra tambem refletia a justiça divina. A respeito
´ ´
dele, Jeova disse: “Porei sobre ele o meu espırito e ele escla-
´ ` ˜ ´
recera as naçoes o que e justiça.” (Mateus 12:18) Como Jesus
cumpriu essas palavras?
´
Jesus esclarece “o que e justiça”
´
8 Jesus amava a Lei de Jeova e vivia de acordo com ela. Mas
˜ ´
8-10. (a) Como as tradiçoes orais dos lıderes religiosos judeus pro-
˜
moviam o desprezo pelos nao judeus e pelas mulheres? (b) De que
´ ´
modo as leis orais tornaram a lei do sabado de Jeova um fardo?

“Tirai estas coisas daqui!”


´
152 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
os lıderes religiosos dos seus dias distorciam a Lei e a apli-
´
cavam incorretamente. Jesus lhes disse: “Ai de vos, escribas
´
e fariseus, hipocritas! . . . desconsiderastes os assuntos mais
´
importantes da Lei, a saber, ´ ´ a justiça, a misericordia e a fideli-
dade.” (Mateus 23:23) E obvio que esses instrutores da Lei de
˜ ´
Deus nao estavam esclarecendo “o que e justiça”. Pelo con-
´
trario, eles obscureciam a justiça divina. Como? Veja alguns
exemplos.
9 Jeova´ ordenou que Seu povo se mantivesse separado das
˜ ˜ ´
naçoes pagas ao seu redor. (1 Reis 11:1, 2) Mas alguns lıderes
´
religiosos fanaticos incentivavam o povo a desprezar todos os
˜ ´ ´ ´ ˜
nao judeus. A Mıxena ate incluıa a seguinte regra: “Nao se
deve deixar gado nas hospedarias dos gentios, pois se suspei-
ta que pratiquem a bestialidade.” Esse preconceito generaliza-
˜ ´
do contra todos os nao judeus era injusto e totalmente contra-
´ ´
rio ao espırito da Lei mosaica. (Levıtico 19:34) Outras regras
criadas por homens rebaixavam as mulheres. A lei oral dizia
´ ˜
que a mulher tinha de andar atras, nao ao lado, do marido.
˜ ´
Os homens nao deviam conversar com mulheres em publico,
´
nem com a propria esposa. Depoimentos de mulheres, assim
˜
como os de escravos, nao eram aceitos nos tribunais. Havia
´ ˜
ate uma oraçao formal na qual os homens agradeciam a Deus
˜
por nao terem nascido mulher.
10 Os lıderes ´
religiosos soterraram a Lei de Deus sob uma
montanha de regras e regulamentos inventados por homens.
´
A lei do sabado, por exemplo, simplesmente proibia o traba-
˜
lho naquele dia, reservando-o para adoraçao, revigoramento
espiritual e descanso. Mas os fariseus transformaram aquela
lei num fardo. Assumiram a tarefa de determinar exata-
˜
mente o que significava a expressao “trabalho”. Considera-
vam 39 atividades como trabalho, entre elas colher e caçar.
˜ ´
Por causa dessas classificaçoes, surgiam perguntas intermina-
´
veis. Se um homem matasse uma pulga no sabado, isso se-
ria considerado caçar? Se arrancasse um punhado de cereais
˜
para comer ao passar por uma plantaçao, estaria colhendo?
JESUS ‘ESTABELECE JUSTIÇA NA TERRA’ 153
´
Se curasse um doente, estaria trabalhando? Havia regras rıgi-
˜
das e detalhadas para tratar dessas questoes.
11 Em um ambiente como esse, como Jesus ajudaria as pes-
´
soas a entender o que e justiça? Nos seus ensinos e no seu
˜ ´
modo de vida, ele tomou uma posiçao corajosa contra os lıde-
res religiosos. Primeiramente, veja como ele fez isso por meio
dos seus ensinos. Ele condenou diretamente os milhares de
regras inventadas por homens, dizendo: “Invalidastes a pala-
˜
vra de Deus pela vossa tradiçao que transmitistes.” — Marcos
7:13.
12 Jesus ensinou de modo vigoroso que os fariseus estavam
´ ˜
errados a respeito da lei do sabado — que, na verdade, nao ha-
´
viam captado o espırito daquela lei. O Messias, explicou ele,
´ ´
e “Senhor do sabado” e, portanto, podia curar pessoas naque-
le dia. (Mateus 12:8) Para ressaltar isso, ele abertamente rea-
´
lizou curas milagrosas no sabado. (Lucas 6:7-10) Essas curas
´
eram uma amostra daquelas que ele realizara na Terra inteira
ˆ ´ ´
durante seu Reinado Milenar. Aquele Milenio sera o sabado
definitivo, em que toda a humanidade fiel por fim descansa-
´ ´
ra dos seculos de labuta sob o fardo do pecado e da morte.
´
13 Jesus tambem ´
esclareceu o que e justiça por meio de uma
nova lei, “a lei do Cristo”, que entrou em vigor depois que
´ ´
ele terminou seu ministerio terrestre. (Galatas 6:2) Diferen-
temente de sua predecessora, a Lei mosaica, essa nova lei se
˜ ´
baseava, na maior parte, nao em uma serie de mandamen-
´ ´ ´
tos escritos, mas em princıpios. Mas ela tambem incluıa al-
guns mandamentos diretos. Jesus chamou um deles de “novo
mandamento”. Ensinou seus seguidores a amar uns aos ou-
˜ ´
tros assim como ele os amou. ( Joao 13:34, 35) O amor altruıs-
ta deveria ser o sinal identificador de todos os que vivessem
sob “a lei do Cristo”.
´ ` ˜ ˜ ´
11, 12. Como Jesus indicou que era contrario as tradiçoes nao bıbli-
cas dos fariseus?
´
13. Que lei entrou em vigor em resultado do ministerio terrestre de
´
Cristo, e em que ela e diferente de sua predecessora?
´
154 ACHEGUE-SE A JEOVA

Exemplo vivo de justiça


14 Em vez de simplesmente ensinar o amor, Jesus viveu “a lei
´ ˆ
do Cristo”. Ela fazia parte da sua conduta diaria. Vejamos tres
´
modos em que o exemplo de Jesus esclareceu o que e justiça.
15 Primeiro, ele evitou escrupulosamente cometer qualquer
´
injustiça. Ja notou que, quando humanos imperfeitos se tor-
nam arrogantes e extrapolam os limites da sua autoridade,
˜
isso muitas vezes resulta em injustiças? Jesus nao tinha esse
˜
problema. Em certa ocasiao, um homem se aproximou dele e
˜
disse: “Instrutor, dize a meu irmao que divida comigo a he-
rança.” Qual foi a resposta de Jesus? “Homem, quem me de-
´ ˜
signou juiz ou partidor sobre vos?” (Lucas 12:13, 14) Nao acha
´ ´
isso notavel? O intelecto, o discernimento e ate a autoridade
de Jesus — que Deus lhe dera — eram muito superiores aos de
qualquer outra pessoa na Terra; mesmo assim, ele se recusou
˜
a envolver-se no assunto, visto que nao recebera autoridade
´
especıfica para isso. Nesse respeito, Jesus sempre foi modes-
´ ˆ ˆ ´
to, ate durante os milenios de sua existencia pre-humana. ( Ju-
´ ´
das 9) Uma de suas qualidades notaveis e que ele confia hu-
´
mildemente no que Jeova determina ser justo.
16 Segundo, Jesus mostrou justiça no seu modo de pregar as

boas novas do Reino de Deus. Ele nunca agiu com precon-


´
ceito. Pelo contrario, se esforçava muito para alcançar todo
tipo de pessoas, quer fossem ricas quer pobres. Em contras-
te com isso, os fariseus desprezavam as pessoas comuns; refe-
´
riam-se a elas usando o termo preconceituoso am ha·’a·rets
(“povo da terra”). O Filho de Deus corajosamente denunciou
`
essa injustiça. Quando ensinava as boas novas as pessoas — ou
quando comia com elas, as curava ou as ressuscitava —, Jesus
14, 15. Como Jesus mostrou que reconhecia os limites de sua auto-
ridade, e por que isso nos tranquiliza?
16, 17. (a) Como Jesus mostrou justiça ao pregar as boas novas do
˜ ´
Reino de Deus? (b) Como Jesus demonstrou nao so justiça, mas tam-
´ ´
bem misericordia?
JESUS ‘ESTABELECE JUSTIÇA NA TERRA’ 155

defendia a justiça de Deus, visto que Ele deseja alcançar “toda


´
sorte de homens”.1 — 1 Timoteo 2:4.
17 Terceiro, o senso de justiça de Jesus estava ligado a profun-
´
da misericordia. Ele se esforçava a ajudar os pecadores. (Ma-
teus 9:11-13) Defendia prontamente os indefesos. Por exem-
˜ ´
plo, Jesus nao agia como os lıderes religiosos que promoviam
a desconfiança contra todos os gentios. Ele ajudou e ensinou
˜
misericordiosamente alguns estrangeiros, embora sua missao
principal fosse pregar aos judeus. Ele concordou em fazer
´
uma cura milagrosa para um oficial do exercito romano, di-
´
zendo: “Em ninguem em Israel tenho encontrado tamanha
´
fe.” — Mateus 8:5-13.
18 De modo similar, Jesus nao ˜
defendeu os conceitos co-
muns sobre as mulheres; ele fez corajosamente o que era jus-
˜
to. As samaritanas eram consideradas tao impuras quanto os
˜
gentios. Mas Jesus nao hesitou em pregar para uma samari-
tana junto ao poço em Sicar. De fato, foi a essa mulher que
Jesus, pela primeira vez, identificou-se abertamente como o
˜
prometido Messias. ( Joao 4:6, 25, 26) Os fariseus diziam que
˜ `
nao se devia ensinar a lei de Deus as mulheres, mas Jesus gas-
tou bastante tempo e energia ensinando-as. (Lucas 10:38-42)
˜
E embora a tradiçao considerasse que o depoimento de mu-
˜ ´
lheres nao era digno de confiança, Jesus deu a varias mulhe-
ˆ ´ ˜
res a honra de serem as primeiras a ve-lo apos a ressurreiçao.
´ ´
Ele ate lhes disse que fossem contar a seus discıpulos a respei-
´
to desse evento importantıssimo! — Mateus 28:1-10.
˜
1 Os fariseus consideravam os humildes, que nao eram versados na
˜ ˜
Lei, como ‘amaldiçoados’. ( Joao 7:49) Diziam que nao se deviam ins-
´
truir essas pessoas, nem ter negocios, comer ou orar com elas. Permi-
tir que uma filha se casasse com um desses humildes era considerado
ˆ
pior do que expo-la a animais selvagens. Afirmavam que tais pessoas
˜
nao podiam esperar ser ressuscitadas.

18, 19. (a) De que maneiras Jesus promoveu a dignidade feminina?


˜
(b) Como o exemplo de Jesus nos ajuda a entender a relaçao entre
coragem e justiça?
´
156 ACHEGUE-SE A JEOVA
` ˜ ´
19 De fato, Jesus esclareceu as naçoes o que e justiça. Em mui-
tos casos, ele fez isso apesar de correr grandes riscos. O exem-
plo dele nos ajuda a entender que defender a verdadeira justi-
ça requer coragem. Ele foi apropriadamente chamado de “o
˜ ´ ´ ˜
Leao que e da tribo de Juda”. (Revelaçao [Apocalipse] 5:5)
˜ ´ ´
Lembre-se de que o leao e sımbolo de justiça corajosa. No fu-
´ ´ ´
turo proximo, porem, Jesus executara ainda mais atos de jus-
´
tiça. Ele estabelecera ‘justiça na Terra’ no mais pleno sentido.
´
— Isaıas 42:4.
ˆ
O Rei messianico
‘estabelece justiça na Terra’
ˆ
20 Desde que se tornou o Rei messianico em 1914, Jesus tem
promovido a justiça na Terra. Como? Ele tem dado orienta-
˜
çoes para que se cumpra sua profecia encontrada em Mateus
24:14. Os seguidores de Cristo na Terra ensinam a pessoas de
˜ ´
todas as naçoes a verdade sobre o Reino de Jeova. Como Jesus,
pregam de maneira imparcial e justa, procurando dar a todos
— jovens ou idosos, ricos ou pobres, homens ou mulheres —
´
a oportunidade de vir a conhecer a Jeova, o Deus de justiça.
´
21 Jesus tambem promove a justiça dentro da congregaçao ˜
˜ ´
crista verdadeira, da qual ele e o Cabeça. Conforme profetiza-
´ ´ ˜
do, ele providenciou “dadivas em homens”, fieis anciaos cris-
˜ ˜ ´
taos que tomam a dianteira na congregaçao. (Efesios 4:8-12)
Ao pastorear o precioso rebanho de Deus, esses homens se-
guem o exemplo de Jesus Cristo em promover a justiça. Sem-
ˆ
pre tem em mente que Jesus deseja que suas ovelhas sejam
˜ ˜
tratadas com justiça, nao importa qual seja sua posiçao, status
˜
ou situaçao financeira.
´
22 Contudo, no futuro proximo, ´
Jesus estabelecera justiça na
Terra numa escala sem precedentes. Neste mundo corrupto,
ˆ
20, 21. Nos nossos tempos, como o Rei messianico promove a jus-
˜ ˜
tiça em toda a Terra e na congregaçao crista verdadeira?
´ ˜ ` ˜
22. Como Jeova se sente em relaçao as injustiças tao comuns no
mundo hoje, e ele designou seu Filho para fazer o que a esse respeito?
JESUS ‘ESTABELECE JUSTIÇA NA TERRA’ 157

˜
Perguntas para Meditaçao
Salmo 45:1-7 Por que podemos ter confiança em que o Rei
ˆ ´
messianico promovera justiça perfeita?
Mateus 12:19-21 Segundo a profecia, como o Messias trataria
os humildes?
Mateus 18:21-35 Como Jesus ensinou que a verdadeira justiça
´
inclui a misericordia?
Marcos 5:25-34 Como Cristo demonstrou que a justiça divina
˜
leva em conta a situaçao das pessoas?

´
a injustiça e generalizada. Cada criança que morre de fome
´ ´ ´
e vıtima de uma injustiça imperdoavel, em especial quando
pensamos no dinheiro e no tempo desperdiçados na produ-
˜ ˜ ´
çao de armas de guerra ou na satisfaçao dos caprichos egoıs-
˜
tas daqueles que se empenham pelos prazeres. Os milhoes de
´ ˜
mortes desnecessarias a cada ano sao apenas uma das muitas
˜
formas de injustiça. E todas elas provocam a justa indignaçao
´
de Jeova. Ele designou seu Filho para travar uma guerra jus-
ta contra este inteiro sistema perverso, a fim de eliminar to-
˜
das as injustiças de uma vez por todas. — Revelaçao 16:14, 16;
19:11-15.
23 Mas a justiça de Jeova´ exige mais do que a mera destrui-
˜ ´
çao dos perversos. Ele tambem designou seu Filho para reinar
´
como “Prıncipe da Paz”. Depois da guerra do Armagedom, o
´ ´
domınio de Jesus estabelecera paz em toda a Terra e ele domi-
´ ´ ˜ ´
nara “por meio da justiça”. (Isaıas 9:6, 7) Jesus entao tera pra-
zer em desfazer todas as injustiças que causaram tanta dor e
´
sofrimento no mundo. Por toda a eternidade, ele defendera
´ ´
fielmente a justiça perfeita de Jeova. Portanto, e vital que nos
´
esforcemos a imitar a justiça de Jeova agora. Vejamos como
podemos fazer isso.
´
23. Depois do Armagedom, como Cristo promovera a justiça por
toda a eternidade?
´
C A P I T U L O 1 6

‘Exerça a justiça’
ao andar com Deus
´
IMAGINE-SE preso num navio que esta afundando. Quan-
˜ ´ ´
do acha que nao ha mais esperança, aparece alguem que o
´ ˆ
resgata e leva para um lugar seguro. Que alıvio voce sente
ˆ ´ ˜
quando ele lhe diz: “Agora voce esta a salvo”! Nao se sentiria
´
em dıvida com essa pessoa? No mais pleno sentido, poderia
ˆ
dizer: “Devo minha vida a voce.”
´ ´
´ Em certos aspectos, isso ilustra o que Jeova fez por nos.
2
´
E evidente que temos uma dıvida com ele. Afinal, ele forne-
´
ceu o resgate, que tornou possıvel nosso livramento das gar-
´
ras do pecado e da morte. Nos nos sentimos seguros por sa-
´ ´
ber que, enquanto exercermos fe naquele sacrifıcio valioso,
˜ ´
nossos pecados serao perdoados e nosso futuro eterno estara
˜ ´
assegurado. (1 Joao 1:7; 4:9) Como vimos no Capıtulo 14, o
´ ˜ ´
resgate e a suprema expressao do amor e da justiça de Jeova.
Em vista disso, qual deveria ser nossa atitude?
3 Nada mais apropriado do que analisarmos o que nosso

amoroso Resgatador pede que façamos em troca. Por meio


´ ´
do profeta Miqueias, Jeova diz: “Ele te informou, o homem
´ ´ ´
terreno, sobre o que e bom. E o que e que Jeova pede de vol-
˜
ta de ti senao que exerças a justiça, e ames a benignidade, e
andes modestamente com o teu Deus?” (Miqueias 6:8) Note
´ ´
que uma das coisas que Jeova nos pede e que ‘exerçamos a
justiça’. Como podemos fazer isso?
Empenhe-se pela “verdadeira justiça”
´ ´
4 Jeova espera que sigamos suas normas do que e certo e do
´ ´
1-3. (a) Por que temos uma dıvida com Jeova? (b) O que nosso amo-
roso Resgatador pede que façamos?
´
4. Como sabemos que Jeova espera que vivamos em harmonia com
suas normas justas?
‘EXERÇA A JUSTIÇA’ AO ANDAR COM DEUS 159
´ ˜
que e errado. Visto que elas sao justas, quando as obedece-
mos estamos nos empenhando pela justiça. “Aprendei a fa-
´
zer o bem; buscai a justiça”, diz Isaıas 1:17. A Palavra de Deus
nos incentiva a ‘procurar a justiça’. (Sofonias 2:3) Ela tam-
´
bem nos encoraja a nos revestirmos “da nova personalida-
de, que foi criada segundo a vontade de Deus, em verdadei-
´ ˜
ra justiça”. (Efesios 4:24) A verdadeira justiça nao admite a
ˆ ´
violencia, a impureza e a imoralidade, visto que essas prati-
´ ´
cas violam o que e santo. — Salmo 11:5; Efesios 5:3-5.
´
5 E difıcil ´ ´
demais para nos nos harmonizarmos com as nor-
´ ˜
mas justas de Jeova? Nao. Se estivermos achegados a Deus de
˜ ˜
coraçao, nao consideraremos a vontade Dele um fardo. Vis-
´
to que amamos o tipo de pessoa que nosso Criador e, que-
˜
remos levar a vida de um modo que o agrade. (1 Joao 5:3)
´
Lembre-se de que Jeova “deveras ama atos justos”. (Salmo
11:7) Se realmente imitarmos a justiça divina, nos esforçare-
´
mos a amar o que Jeova ama e odiar o que ele odeia. — Sal-
mo 97:10.
6 Para humanos imperfeitos, nao ˜ ´ ´
e facil empenhar-se pela
justiça. Temos de nos livrar da velha personalidade com suas
´
praticas pecaminosas e nos revestir duma nova, que, segun-
´ ´
do a Bıblia, esta “sendo renovada” por meio do conheci-
˜
mento exato. (Colossenses 3:9, 10) A expressao “sendo re-
´
novada” indica que revestir-se da nova personalidade e um
´ ˜
processo contınuo, que exige bastante esforço. Mas, nao im-
´ ´ ˜
porta quanto tentemos fazer o que e direito, havera ocasioes
´
em que nossa natureza imperfeita nos fara tropeçar em pen-
˜
samento, palavras ou açoes. — Romanos 7:14-20; Tiago 3:2.
7 Ao nos empenharmos pela justiça, como devemos

˜ ´ ´
5, 6. (a) Por que nao deve ser difıcil demais para nos nos harmoni-
´ ´
zarmos com as normas de Jeova? (b) Como a Bıblia indica que se em-
´ ´
penhar pela justiça e um processo contınuo?
7. Ao nos empenharmos pela justiça, como devemos encarar nossas
´
recaıdas?
´
160 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´ ˜
encarar nossas recaıdas? E claro que nao devemos mini-
mizar a seriedade do pecado. Ao mesmo tempo, jamais
devemos desistir, achando que nossas falhas nos tornam in-
´
dignos de servir a Jeova. Nosso Deus bondoso tomou provi-
ˆ
dencias para que os sinceramente arrependidos voltem a ter
´
o Seu favor. Note estas palavras tranquilizadoras do aposto-
˜ ˜
lo Joao: “Escrevo-vos estas coisas para que nao cometais um
´
pecado.” Mas daı, de forma bem realista, ele acrescentou:
´
“Contudo, se alguem cometer um pecado [por causa da im-
˜
perfeiçao herdada], temos um ajudador junto ao Pai, Jesus
˜ ´ ´
Cristo.” (1 Joao 2:1) De modo que Jeova forneceu o sacrifı-
´
cio resgatador de Jesus para que pudessemos servir-lhe acei-
tavelmente apesar de nossa natureza pecaminosa. Isso nos
´ ˜ ´
motiva a querer fazer o melhor para agradar a Jeova, nao e
verdade?
As boas novas e a justiça divina
8 Podemos exercer — ou melhor, imitar — a justiça divi-
˜
na participando plenamente na pregaçao das boas novas do
˜
Reino de Deus a outros. Mas que relaçao existe entre a justi-
´
ça de Jeova e as boas novas?
9 Jeova´ nao ˜ ´
acabara com este sistema perverso sem antes
dar o aviso. Na sua profecia sobre o que aconteceria no tem-
˜ ˆ
po do fim, Jesus disse: “Em todas as naçoes tem de ser pre-
gadas primeiro as boas novas.” (Marcos 13:10; Mateus 24:3)
O uso da palavra “primeiro” indica que outros eventos se se-
` ˜
guiriam a obra de pregaçao mundial. Esses incluem a predi-
˜ ˜ ´
ta grande tribulaçao, na qual os perversos serao destruı-
dos, abrindo caminho para um novo mundo justo. (Mateus
´ ´
24:14, 21, 22) Com certeza, ninguem pode acusar a Jeova de
´
ser injusto para com os perversos. Ele soa o aviso e, assim, da
toda a oportunidade para que mudem de vida e escapem da
˜
destruiçao. — Jonas 3:1-10.
˜
8, 9. Como a proclamaçao das boas novas demonstra a justiça de
´
Jeova?
‘EXERÇA A JUSTIÇA’ AO ANDAR COM DEUS 161
˜
10 Como a nossa pregaçao das boas novas reflete a justiça
´
divina? Em primeiro lugar, nos empenharmos ao maximo
˜ ´
para ajudar outros a ganhar a salvaçao e a coisa certa a fazer.
˜
Pense novamente na ilustraçao sobre ser resgatado dum na-
´
vio que esta afundando. Quando estivesse seguro num bote
ˆ ´
salva-vidas, voce sem duvida tentaria ajudar outros que ain-
´
da estivessem na agua. De modo similar, temos uma obriga-
˜ ˜ ´
çao para com os que ainda ´ estao se debatendo nas “aguas”
deste mundo perverso. E verdade que muitos rejeitam a nos-
´
sa mensagem. Mas, enquanto Jeova continuar a demonstrar
ˆ
paciencia, temos a responsabilidade de dar-lhes a oportuni-
`
dade de ‘alcançar o arrependimento’ e de se candidatar a sal-
˜
vaçao. — 2 Pedro 3:9.
11 Quando pregamos as boas novas a todos os que encon-

tramos, demonstramos justiça de outro modo importante:


˜ ´
mostramos imparcialidade. Lembre-se de que “Deus nao e
˜
parcial, mas, em cada naçao, o homem que o teme e que faz
´ ´
a justiça lhe e aceitavel”. (Atos 10:34, 35) Se queremos imitar
˜
a justiça dele, nao podemos prejulgar as pessoas. Antes, deve-
˜
mos transmitir as boas novas a outros nao importa qual seja
˜ ˜
sua raça, posiçao social ou situaçao financeira. Assim, damos
a todos os que nos escutam a oportunidade de ouvir as boas
novas e reagir a elas. — Romanos 10:11-13.
Nosso modo de tratar outros
´
12Tambem podemos ´ exercer justiça tratando outros como
´ ´ ´
Jeova nos trata. E muito facil julgar alguem, criticando
˜
seus defeitos e questionando suas motivaçoes. Mas quem
´ ´
de nos gostaria que Jeova inspecionasse impiedosamente to-
˜ ˜ ´
das as nossas motivaçoes e falhas? Nao e assim que ele lida
˜ ˜
10, 11. Como a nossa participaçao na pregaçao das boas novas refle-
te a justiça divina?
˜
12, 13. (a) Por que nao devemos nos apressar a julgar outros?
´
(b) Qual e o sentido do conselho de Jesus de ‘parar de julgar’ e ‘pa-
´
rar de condenar’? (Veja tambem a nota.)
´
162 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
conosco. O salmista perguntou: “Se vigiasses os erros, o Jah,
´ ´ ´ ˜
o Jeova, quem poderia ficar de pe?” (Salmo 130:3) Nao so-
mos gratos de que nosso Deus justo e misericordioso prefe-
˜
re nao se concentrar nos nossos defeitos? (Salmo 103:8-10)
˜
Como, entao, devemos tratar outros?
13 Se compreendermos a natureza misericordiosa da justiça
˜ ˜
divina, nao vamos nos apressar a julgar outros em questoes
˜ ˜
que, na verdade, nao nos competem ou que sao de pouca
ˆ ˜
importancia. No seu Sermao do Monte, Jesus avisou: “Parai
˜
de julgar, para que nao sejais julgados.” (Mateus 7:1) Segun-
do o relato de Lucas, Jesus acrescentou: “Parai de condenar,
e de modo algum sereis condenados.”1 (Lucas 6:37) Com es-
sas palavras, Jesus demonstrou que se apercebia que huma-
ˆ ˆ
nos imperfeitos tem a tendencia de julgar outros. Se algum
´
de seus ouvintes tinha esse habito, deveria parar com isso.
14 Por que devemos ‘parar de julgar’ outros? Primeiro, por-
´ ´
que nossa autoridade e limitada. O discıpulo Tiago nos lem-
´ ´ ´
bra: “Ha um que e legislador e juiz”: Jeova. De modo que
´
ele apropriadamente pergunta: “Quem es tu para julgares
´ ´
o teu proximo?” (Tiago 4:12; Romanos 14:1-4) Alem disso,
nossa natureza pecaminosa pode facilmente nos levar a ser-
˜
mos injustos no julgamento. Muitas atitudes e motivaçoes
´
— incluindo preconceito, orgulho ferido, ciume e achar-nos
justos — podem distorcer o modo como encaramos outras
˜
pessoas. Temos outras limitaçoes e, se refletirmos nelas, isso
´ ˜
nos ajudara a tolerar os defeitos de outros. Nao podemos ler
˜ ˆ
o coraçao, nem temos como saber de todas as circunstancias
´ ˜
que outros enfrentam. Quem somos nos, entao, para atri-
˜ ˜ ˜
1 Algumas traduçoes dizem “nao julguem” e “nao condenem”. Es-
˜ ˜
sas expressoes transmitem a ideia de que ‘nao se deve começar a jul-
˜ ´
gar’ e ‘nao se deve começar a condenar’. Mas os escritores bıblicos
´
usaram a forma negativa do tempo presente (contınuo). De modo
˜
que as açoes descritas estavam acontecendo naquele momento, mas
deviam cessar.
˜
14. Por que razoes devemos ‘parar de julgar’ outros?
Mostramos justiça divina quando transmitimos
as boas novas a outros de forma imparcial

˜
buir motivaçoes erradas a´ concrentes ou criticar os esforços
´
deles ao servir a Deus? E muito melhor imitarmos a Jeova
˜ ˆ
olhando o que nossos irmaos tem de bom, em vez de nos
concentrarmos nas falhas deles.
15 E os membros da nossa famılia? ´
Infelizmente, hoje em
´
dia o lar — que deveria ser um lugar de refugio e paz —
´ ˜
muitas vezes e onde as pessoas sao mais duramente julga-
ˆ
das. Com frequencia, ouvimos falar de maridos, esposas ou
pais que “sentenciam” seus familiares a uma saraivada cons-
´
tante de abusos verbais ou fısicos. Mas entre os adoradores
˜ ´
de Deus nao ha lugar para palavras duras, sarcasmo cruel e
´
tratamento abusivo. (Efesios 4:29, 31; 5:33; 6:4) O conselho
de Jesus de ‘parar de julgar’ e ‘parar de condenar’ se aplica
˜ ´
15. Entre os adoradores de Deus, nao ha lugar para que tipo de pa-
ˆ
lavras ou atitudes, e por que?
´
164 ACHEGUE-SE A JEOVA

mesmo quando estamos em casa. Lembre-se de que exercer


´
a justiça envolve tratar os outros como Jeova nos trata. E nos-
´ ´
so Deus nunca e duro ou cruel ao lidar conosco. Pelo contra-
´ ˜
rio, ele “e mui terno em afeiçao” para com os que o amam.
(Tiago 5:11) Que exemplo maravilhoso para imitarmos!
˜ ´ ´
Anciaos que servem “para o proprio juızo”
16 Todos temos de exercer justiça, mas quem tem a maior
˜ ˜
responsabilidade nesse sentido sao os anciaos da congrega-
˜ ˜ ˜ ´ ´
çao crista verdadeira. Note a descriçao profetica dos “prınci-
˜ ´
pes”, ou anciaos, registrada por Isaıas: “Eis que um rei rei-
´ ´ ´ ˜
nara para a propria justiça; e quanto a prıncipes, governarao
´ ´ ´ ´
como prıncipes para o proprio juızo.” (Isaıas 32:1) De fato,
´ ˜
Jeova espera que os anciaos defendam a justiça. Como po-
dem fazer isso?
17 Esses homens espiritualmente qualificados sabem mui-
˜
to bem que ` a justiça exige que a congregaçao seja manti-
da limpa. As vezes, surge a necessidade de julgarem casos de
˜
transgressao grave. Ao fazer isso, lembram-se de que a justi-
´ ´
ça divina procura estender misericordia quando possıvel. As-
sim, procuram conduzir o pecador ao arrependimento. Mas
o que fazer se ele deixa de demonstrar arrependimento ge-
´ ´
nuıno, apesar dos esforços de ajuda-lo? Em perfeita justiça, a
´
Palavra de Jeova diz que se deve tomar uma atitude firme:
´ ´
“Removei o homem inıquo de entre vos.” Isso quer dizer ex-
´ ˜ ´ ˜
pulsa-lo da congregaçao. (1 Corıntios 5:11-13; 2 Joao 9-11)
˜ ˆ ˜
Os anciaos ficam tristes quando tem de tomar essa açao, mas
´ ´
reconhecem que isso e necessario a fim de proteger a pure-
˜
za moral e espiritual da congregaçao. Mesmo depois disso,
`
esperam que, algum dia, o pecador caia em si e volte a con-
˜
gregaçao. — Lucas 15:17, 18.
´ ˜ ´
16, 17. (a) O que Jeova espera dos anciaos? (b) O que e preciso fa-
´
zer quando um pecador deixa de demonstrar arrependimento genuı-
ˆ
no, e por que?
‘EXERÇA A JUSTIÇA’ AO ANDAR COM DEUS 165
´
18 Servir aos interesses da justiça tamb ´ em envolve dar con-
´ ´ ˜
selhos bıblicos quando necessario. E claro que os anciaos
˜
nao procuram defeitos nos outros. Nem ficam dando conse-
˜ ˆ
lho sobre cada coisinha. Mas um concristao talvez “de um
passo em falso antes de se aperceber disso”. Lembrando-se
˜ ´ ´ ˜
de que a justiça divina nao e cruel nem insensıvel, os anciaos
se sentem motivados a tentar “reajustar tal homem num es-
´ ´ ˜
pırito de brandura”. (Galatas 6:1) Assim, nao seria correto
que eles insultassem a pessoa que errou ou falassem com ela
˜
de forma grosseira. O que encoraja o aconselhado sao con-
˜ ˜
selhos amorosos. Mesmo quando dao repreensao pertinente
ˆ
— indicando de forma bem direta as consequencias de um
˜ ˆ
proceder imprudente —, os anciaos tem em mente que um
˜ ´ ´
concristao que errou e uma ovelha do rebanho de Jeova.1
´
(Lucas 15:7) Quando fica obvio que o conselho ou a repreen-
˜ ˜ ´
sao sao motivados por amor e dados de forma amorosa, e
´
mais provavel que o transgressor mude de atitude.
19 Muitas vezes, os anciaos ˜ ˜
precisam tomar decisoes que
´
afetam a vida de concrentes. Por exemplo, eles se reunem
˜
periodicamente para avaliar se outros irmaos na congrega-
˜ ˜
çao se qualificam para serem recomendados como anciaos
˜ ´
ou servos ministeriais. Os anciaos sabem que e importan-
te ser imparcial. Em vez de confiar em sentimentos pessoais,
˜
deixam que os requisitos de Deus para essas designaçoes os
˜
orientem nas suas decisoes. Assim, agem “sem preconceito,
˜ ´
nao fazendo nada por parcialidade”. — 1 Timoteo 5:21.
´ ´ ˜ ` ˆ
1 Em 2 Timoteo 4:2, a Bıblia diz que os anciaos as vezes tem de ‘re-
preender, advertir, exortar’. A palavra grega traduzida ‘exortar’ (pa·ra-
´ ´
ka·le·o) pode significar “encorajar”. Uma palavra derivada, pa·ra·kle-
tos, pode se referir a um assistente legal ou advogado. Assim, mesmo
˜ ˜ ˜
quando os anciaos dao repreensao firme, devem agir como ajudado-
˜
res dos que precisam de orientaçao espiritual.
˜ ´
18. De que os anciaos devem se lembrar ao dar conselhos bıblicos a
outros?
˜ ˜
19. Que decisoes os anciaos precisam tomar, e em que eles devem se
basear?
˜ ´
Os anciaos refletem a justiça de Jeova
quando encorajam os desanimados
˜
20 Os anciaos administram a justiça divina ainda de outras
´
maneiras. Depois de predizer que eles serviriam “para o pro-
´ ´ ´
prio juızo”, Isaıas continuou: “Cada um deles tera de mos-
trar ser como abrigo contra o vento e como esconderijo con-
´ ´
tra o temporal, como correntes de agua numa terra arida,
como a sombra dum pesado rochedo numa terra esgotada.”
´ ˜
(Isaıas 32:2) Assim, os anciaos se esforçam a ser fontes de
consolo e revigoramento para seus concrentes.
ˆ
21 Hoje, com tantos problemas que tendem a causar desani-
˜
mo, muitos precisam de encorajamento. Anciaos, o que po-
dem fazer para ajudar as “almas deprimidas”? (1 Tessaloni-
censes 5:14) Escutem-nas com empatia. (Tiago 1:19) Devido
` ˜ ˜
a “ansiedade no coraçao”, talvez esses irmaos precisem desa-
˜ ˆ ˆ
20, 21. (a) Os anciaos se esforçam a ser o que, e por que? (b) O que
˜
os anciaos podem fazer para ajudar as “almas deprimidas”?
‘EXERÇA A JUSTIÇA’ AO ANDAR COM DEUS 167

˜
Perguntas para Meditaçao
ˆ ´ ´
Deuteronomio 1:16, 17 O que Jeova exigia dos juızes em Israel
˜
e o que os anciaos aprendem disso?
´ ´
Jeremias 22:13-17 Jeova adverte contra que praticas injustas e
´
o que e essencial para imitarmos a justiça dele?
˜
Mateus 7:2-5 Por que nao devemos nos apressar em procurar
defeitos nos nossos concrentes?
´
Tiago 2:1-9 O que Jeova acha de se mostrar favoritismo e
como podemos aplicar esse conselho nos nossos tratos com
outros?

´ ´
bafar com alguem em quem confiam. (Proverbios 12:25) As-
˜
segurem-lhes de que sao queridos, valiosos e amados — tan-
´ ˜ ´
to por Jeova como pelos irmaos. (1 Pedro´ 1:22; 5:6, 7) Alem
disso, orem com eles e a favor deles. E muito consolador ou-
˜ ˜
vir um anciao orar de coraçao a nosso favor. (Tiago 5:14, 15)
˜
Seus esforços amorosos de ajudar os deprimidos nao passa-
˜
rao despercebidos ao Deus de justiça.
22 Na verdade, quando imitamos a justiça de Jeova, ´
nos
achegamos cada vez mais a ele. Quando defendemos suas
normas justas, participamos em transmitir as boas novas de
˜
salvaçao a outros e procuramos nos concentrar nas boas
qualidades das pessoas, em vez de procurar seus defeitos,
˜
estamos demonstrando justiça divina. Anciaos, quando vo-
ˆ ˜ ˜ ´
ces protegem a pureza da congregaçao, dao conselhos bıbli-
˜
cos edificantes, tomam decisoes imparciais e encorajam os
˜
desanimados, refletem a justiça divina. Como o coraçao de
´ ´
Jeova deve ficar feliz quando ele olha desde os ceus e ob-
´
serva que o seu povo procura, da melhor maneira possıvel,
‘exercer a justiça’ ao andar com seu Deus!
´
22. De que maneiras podemos imitar a justiça de Jeova, e com que
resultado?
˜
S E Ç A O 3

´ ˜
“SABIO DE CORAÇ AO”
´ ´
A sabedoria genuına e um dos tesouros
´ ´
mais preciosos que se pode desejar. Jeova e a
´ ˜
unica fonte dela. Nesta seçao, vamos analisar
´
de perto a sabedoria ilimitada de Jeova Deus.
´ ´ ´
Sobre ele, o fiel Jo disse: “Ele e sabio de
˜ ´
coraçao.” — Jo 9:4.
´
C A P I T U L O 1 7

´
‘O profundidade da
sabedoria de Deus!’
QUE pena! O sexto dia criativo de Deus havia atingido seu
˜ ´
ponto culminante com a criaçao da humanidade. Jeova dis-
˜
sera, entao, que “tudo o que tinha feito” — incluindo os hu-
ˆ ´
manos — “era muito bom”. (Genesis 1:31) Mas, no inıcio do
´ ˜ ` ˜
setimo dia, Adao e Eva decidiram se juntar a rebeliao de Sa-
´
tanas. A raça humana de repente se viu atolada no pecado, na
˜
imperfeiçao e na morte.
2 Talvez parecesse que o proposito ´ ´ ´
de Jeova para o setimo dia
havia sido irremediavelmente frustrado. Aquele dia, como os
´
seis que o precederam, duraria milhares de anos. Jeova o ha-
via declarado sagrado e, quando terminasse, a Terra inteira se-
´ ´
ria um paraıso, habitado por uma famılia humana perfeita.
ˆ ˜ ´
(Genesis 1:28; 2:3) Mas, depois daquela rebeliao catastrofica,
como isso se daria? O que Deus faria? Esse seria um grande
´
teste para a sabedoria de Jeova, talvez o teste decisivo.
´ ˆ
3 Jeova tomou providencias imediatas. Sentenciou os rebel-
´ ˜
des no Eden e, ao mesmo tempo, forneceu informaçoes sobre
´
algo maravilhoso: seu proposito de corrigir todos os males
˜ ˆ
que surgiriam em resultado daquela rebeli ´ ao. (Genesis 3:15)
´ ´
O proposito de Jeova estende-se desde o Eden, passando por
´
todos os milhares´ de anos da Historia humana e avança para
˜
o futuro. E maravilhosamente simples, mas tao profundo que
´
um leitor da Bıblia poderia passar uma vida inteira estudan-
´ ´ ´
do-o e meditando nele. Alem disso, o proposito de Jeova tem
ˆ ´
exito garantido. Resultara no fim de toda a maldade, pecado
´ ´ ´
1, 2. Qual era o proposito de Jeova para o setimo dia, e como a sa-
` ´
bedoria divina foi posta a prova no inıcio desse dia?´
˜ ´ ` ˜ ´
3, 4. (a) Por que a reaçao de Jeova a rebeli
` ao no Eden e um exem-
´
plo admiravel de sua sabedoria? (b) A medida que estudarmos a
´ ˜
sabedoria de Jeova, de que nao devemos nos esquecer?
´
170 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ` ˜
e morte. Levara a humanidade fiel a perfeiçao. Tudo isso se
´ ´
dara antes do fim do setimo dia, de modo que, apesar de
´ ´ ´
tudo, Jeova cumprira seu proposito para a Terra e a humani-
dade bem dentro do cronograma.
4 Nao ˜ ˜
fica admirado com essa demonstraçao de sabedoria?
´
´
O apostolo Paulo sentiu-se motivado a escrever: ‘O` profun-
didade da sabedoria de Deus!’ (Romanos 11:33) A medida
´ ˜
que estudarmos varias facetas dessa qualidade divina, nao se
´ ´
esqueça do seguinte: na melhor das hipoteses, so consegui-
´ ´
remos arranhar a superfıcie da profunda sabedoria de Jeova.
´ ´
( Jo 26:14) Mas, primeiro, vamos definir o que e essa qualida-
´
de admiravel.
´
O que e a sabedoria divina?
˜ ´
5 Sabedoria nao e a mesma coisa que conhecimento. Os
computadores podem armazenar enormes quantidades de
´ ´
conhecimento, mas dificilmente alguem os consideraria ma-
´ ˜
quinas sabias. Contudo, o conhecimento e a sabedoria estao
´
relacionados. (Proverbios 10:14) Por exemplo, se precisasse
´ ´
de conselho sabio sobre um problema de saude, consultaria
´
alguem´ com pouco ou sem nenhum conhecimento de medi-
´
cina? E pouco provavel! De modo que o conhecimento exa-
´
to e essencial para a verdadeira sabedoria.
6 O conhecimento de Jeova´ e´ infinito. Como “Rei da eterni-
´ ˜
dade”, somente ele e eterno. (Revelaçao [Apocalipse] 15:3) E
´
durante todas as incontaveis eras, ele sempre soube de tudo.
´ ˜ ´ ˜ ˜ `
A Bıblia diz: “Nao ha criaçao que nao esteja manifesta a sua
˜
vista, mas todas as coisas estao nuas e abertamente expostas
˜
aos olhos daquele com quem temos uma prestaçao de con-
´ ´
tas.” (Hebreus 4:13; Proverbios 15:3) Como Criador, Jeova en-
tende plenamente tudo o que fez e tem observado as ativida-
´ ˜
des humanas desde o inıcio. Ele examina o coraçao humano;
ˆ
nada lhe escapa. (1 Cronicas 28:9) Visto que nos criou com
´ ˜ ´
5, 6. Qual e a relaçao entre conhecimento e sabedoria e qual e o al-
´
cance do conhecimento de Jeova?
´
‘O PROFUNDIDADE DA SABEDORIA DE DEUS!’ 171
´ ˆ ´
livre-arbıtrio, fica feliz quando nos ve fazer escolhas sabias na
˜ ´
vida. Como “Ouvinte de oraçao”, ele escuta inumeras expres-
˜ ´
soes ao mesmo tempo! (Salmo 65:2) E nem e preciso men-
´ ´ ´
cionar que a memoria de Jeova e perfeita.
´
7 Porem, ´ ´
Jeova tem mais do que conhecimento. Ele tambem
˜ ˜
entende a inter-relaçao dos fatos e tem a visao geral dos assun-
˜ ´
tos, levando em consideraçao incontaveis detalhes. Ele avalia
´ ´
e julga, distinguindo entre o que e bom e o que e mau, o im-
´
portante e o trivial. Alem disso, ele olha mais fundo; exami-
˜ ´
na o coraçao. (1 Samuel 16:7) Assim, Jeova tem entendimen-
to e discernimento, qualidades superiores ao conhecimento.
´
Mas a sabedoria e superior a todas essas.
8 Sabedoria envolve usar, em conjunto, o conhecimento,
´
o discernimento e o entendimento, colocando-os em prati-
´
ca. De fato, algumas das palavras bıblicas originais traduzidas
“sabedoria” literalmente significam “trabalho eficiente” ou
´ ´ ˜ ´
“sabedoria pratica”. De modo que a sabedoria de Jeova nao e
´ ´ ´
meramente teorica; e pratica, funciona. Com base no seu am-
plo conhecimento e profundo entendimento, o Criador sem-
˜ ´
pre toma as melhores decisoes possıveis e as executa da me-
´ ´ ´
lhor maneira imaginavel. Isso e verdadeira sabedoria! Jeova
˜
demonstra a veracidade da declaraçao de Jesus: “A sabedoria
´
e provada justa pelas suas obras.” (Mateus 11:19) As obras de
˜
Deus espalhadas pelo Universo dao poderoso testemunho de
sua sabedoria.
´
Indıcios da sabedoria divina
´ ˜
9Ja ficou impressionado com o talento de um artesao que,
de forma habilidosa, produz objetos lindos que ˆ funcionam
´ ´
bem? Esse e um tipo notavel de sabedoria. (Exodo 31:1-3)
´ ´ ´
O proprio Jeova e a fonte e o maior detentor dessa sabedoria.
´
7, 8. Como Jeova demonstra entendimento, discernimento e sabe-
doria?
´
9, 10. (a) Que tipo de sabedoria Jeova demonstra e como? (b) Como
´ ´ ´ ´
a celula da indıcios da sabedoria de Jeova?
´
172 ACHEGUE-SE A JEOVA

Sobre ele, o Rei Davi disse: “Elogiar-te-ei porque fui feito ma-
˜
ravilhosamente, dum modo atemorizante. Teus trabalhos sao
´
maravilhosos, de que minha alma esta bem apercebida.” (Sal-
mo 139:14) De fato, quanto mais aprendemos sobre o corpo
´
humano, mais nos maravilhamos da sabedoria de Jeova.
10 Para ilustrar: quando sua vida começou, voceˆ era uma
´ ´ ´ ˜
unica celula — um ovulo de sua mae, fertilizado por um es-
´
permatozoide do seu pai. Logo, aquela celula começou a se
ˆ ˜ ´
dividir. Voce, o produto final, tem uns 100 trilhoes de celu-
˜ ´
las. Elas sao minusculas. Na cabeça de um alfinete cabem cer-
´ ´
ca de 10 mil celulas de tamanho medio. Mas cada uma delas
´ ˜ ˜ ´
e uma criaçao tao complexa que nos deixa pasmados. A celula
´ ´ ´
e muito mais intrincada do que qualquer maquina ou fabri-
ca humana. Os cientistas comparam-na a uma cidade mura-
´
da: tem entradas e saıdas vigiadas, sistema de transporte, rede
˜ ´
de comunicaçoes, usinas de energia, fabricas, centrais de tra-
´ ˜ ´
tamento de lixo e reciclagem, orgaos de defesa e ate uma es-
´ ´ ´ ´
pecie de governo central no nucleo. Alem disso, a celula pode
´
fazer uma copia completa de si mesma em poucas horas!
11 Naturalmente, nem todas as celulas ´ ˜ `
sao iguais. A medida
´ ˜ ˜
que as celulas do embriao vao se dividindo, elas assumem
˜ ˜ ´
funçoes bem distintas. Algumas se tornarao celulas nervo-
´ ´ ´
sas; outras, celulas osseas, musculares, sanguıneas ou ocula-
˜ ´
res. Toda essa diferenciaçao esta programada no “arquivo” de
´ ´ ´
plantas geneticas da celula: o DNA. O interessante e que Davi
´ ´
foi inspirado a dizer sobre Jeova: “Teus olhos viram ate mes-
˜
mo meu embriao, e todas as suas partes estavam assentadas
por escrito no teu livro.” — Salmo 139:16.
12 Alguns org ´ ˜ ˜
aos do corpo sao extremamente complexos.
´ ´
Um exemplo disso e o cerebro humano. Alguns o chamam de
´ ´
o mais complexo objeto ja descoberto no Universo. Contem
´ ˜
11, 12. (a) O que faz com que as celulas de um embriao em desen-
volvimento se diferenciem, e como isso se harmoniza com o Sal-
´
mo 139:16? (b) De que maneiras o cerebro humano mostra que nos-
so corpo foi “feito maravilhosamente”?
´
‘O PROFUNDIDADE DA SABEDORIA DE DEUS!’ 173
˜ ´ ´
cerca de 100 bilhoes de celulas nervosas; nossa galaxia tem
mais ou menos a mesma quantidade de estrelas. Cada uma
´
dessas celulas se ramifica, estabelecendo milhares de cone-
˜ ´ ´
xoes com outras celulas. Os cientistas dizem que um cerebro
˜
humano poderia conter as informaçoes de todas as biblio-
´
tecas do mundo e que, de fato, talvez seja impossıvel me-
´ ´
dir sua capacidade de armazenamento. Ja faz decadas que os
´ ˜
cientistas estudam esse orgao que foi “feito maravilhosamen-
te”, mas admitem que talvez nunca consigam entender total-
mente como ele funciona.
13 Os humanos, porem, ´ ˜
sao apenas um exemplo da sabe-
´ ˜
doria criativa de Jeova. O Salmo 104:24 diz: “Quantos sao
´ ´
os teus trabalhos, o Jeova! A todos eles fizeste em sabedoria.
´ ˜ ´
A terra esta cheia das tuas produçoes.” A sabedoria de Jeova
´ ˜
e evidente em todas as criaçoes que nos rodeiam. As formi-
˜ ´ ´
gas, por exemplo, sao “instintivamente sabias”. (Proverbios
˜
30:24) Realmente, os formigueiros sao muito bem organi-
ˆ
zados. Algumas colonias de formigas criam “gado”: cuidam,
´ ´
abrigam e se nutrem de insetos chamados afıdeos. Ha tam-
´ ˜
bem formigas “agricultoras”, que cultivam “plantaçoes” de
fungos. Muitas outras criaturas foram programadas com um
´
instinto que lhes permite fazer coisas notaveis. Uma mosca
´
comum realiza feitos aeronauticos que nem as mais avança-
˜
das aeronaves humanas sao capazes de imitar. As aves migra-
´ ´
torias se guiam pelas estrelas, pelo campo magnetico da Ter-
´
ra ou por algum tipo de mapa interno. Os biologos passam
anos estudando os comportamentos sofisticados que foram
´ ˜
programados nessas criaturas. Como deve ser sabio, entao,
o Programador divino!
14 Os cientistas ja´ aprenderam muita coisa sobre a sabe-
´ ´
doria criativa de Jeova. Existe ate um ramo da engenharia,
13, 14. (a) Como as formigas e outras criaturas demonstram que
˜ ´
sao “instintivamente sabias”, e o que isso nos ensina sobre o Criador
˜
delas? (b) Por que podemos dizer que criaçoes como a teia de aranha
foram feitas “em sabedoria”?
´
‘O PROFUNDIDADE DA SABEDORIA DE DEUS!’ 175
´
chamado biomimetica, que procura imitar os projetos en-
´
contrados na natureza. Por exemplo, talvez ja tenha admira-
ˆ
do a beleza de uma teia de aranha. Mas um engenheiro ve
nela um projeto espetacular. Alguns desses fios que parecem
˜ ´ ˜
tao frageis sao, proporcionalmente, mais resistentes do que o
`
aço, mais fortes do que as fibras usadas em coletes a prova de
˜ ˜
bala. Uma comparaçao ajuda a entender como sao resisten-
tes: imagine uma teia de aranha que fosse ampliada em escala
´
ate ficar do tamanho de uma rede usada num barco de pesca.
˜ ˜
Uma teia dessas proporçoes conseguiria apanhar um aviao de
´
passageiros em pleno voo! De fato, Jeova fez todas as coisas
“em sabedoria”.
Sabedoria fora da Terra
´ ´
15 A sabedoria de Jeova e evidente em suas obras espalhadas
´
por todo o Universo. As estrelas, que ja analisamos um pou-
´ ˜ ˜
co no Capıtulo 5, nao estao espalhadas a esmo pelo espaço.
´ ´
Em sabedoria, Jeova estabeleceu as “leis dos ceus”, de modo
´ ´
que o espaço esta elegantemente organizado em galaxias es-
truturadas, agrupadas em aglomerados que, por sua vez, se
´ ´
juntam para formar superaglomerados. ( Jo 38:33, A Bıblia de
´ ˜ ´ ´
Jerusalem) Nao e de admirar que Jeova se refira aos corpos ce-
´ ´ ´
lestes como “exercito”. (Isaıas 40:26) Mas existe outro exerci-
´
to que comprova de modo ainda mais notavel a sabedoria de
´
Jeova.
16 Como vimos no Capıtulo ´ ´ ´
4, Deus tem o tıtulo de “Jeova
´ ` ˜
dos exercitos” devido a sua posiçao como Comandante Su-
´ ˜
premo de um vasto exercito de centenas de milhoes de
´ ˜ ˆ
15, 16. (a) Os ceus estrelados dao que evidencia da sabedoria de
´ ˜ ´
Jeova? (b) Como a posiçao de Jeova, de Comandante Supremo de in-
´ ˜ ´
contaveis milhoes de anjos, demonstra que ele e um administrador
´
sabio?

Quem programou as criaturas da Terra de


´
modo a serem “instintivamente sabias”?
´
176 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
criaturas espirituais. Isso evidencia o poder de Jeova. Mas
´ ´
como a sabedoria esta envolvida? Pense no seguinte: Jeova
˜ ˜
e Jesus nunca ficam desocupados. ( Joao 5:17) A conclusao
´ ´ ´ ´
logica, portanto, e que os ministros angelicos do Altıssimo
´ ˜
tambem estao sempre atarefados. E lembre-se de que eles
˜
sao superiores aos humanos, superinteligentes e superpode-
´ ˜
rosos. (Hebreus 1:7; 2:7) Apesar disso, ha bilhoes de anos
´ ´
Jeova mantem todos esses anjos ocupados, fazendo alegre-
mente trabalho significativo — “cumprindo a sua palavra” e
“fazendo a sua vontade”. (Salmo 103:20, 21) A sabedoria des-
´
se Administrador e de fato impressionante!
´ ´ ´ ´
Jeova e o “unico sabio”
´ ´ ´
17 Em vista desses indıcios, e de admirar que a Bıblia afirme
´ ´
que a sabedoria de Jeova e sem igual? Por exemplo, as Escri-
´ ´ ´ ´
turas dizem que Jeova e o “unico sabio”. (Romanos 16:27)
´
Somente Ele possui sabedoria no grau absoluto; ´ e a fonte de
´
toda a verdadeira sabedoria. (Proverbios 2:6) E por isso que
´ ´ ˜
Jesus, embora fosse a mais sabia das criaturas de Jeova, nao
´
confiava na propria sabedoria, mas falava o que o Pai havia
˜
mandado. — Joao 12:48-50.
´
18 Note como o apostolo ´
Paulo descreveu a inigualavel sabe-
´ ´
doria de Jeova: “O profundidade das riquezas, e da sabedoria,
˜ ´ ˜
e do conhecimento de Deus! Quao inescrutaveis sao os seus
´ ˜
julgamentos e alem de pesquisa sao os seus caminhos!” (Ro-
´
manos 11:33)´ Note como Paulo iniciou o versıculo com a ex-
˜ ˜
clamaçao “O”, que revela forte emoçao, nesse caso, profunda
ˆ
reverencia. O termo grego que ele usou para “profundida-
´
de” esta diretamente relacionado com a palavra para “abis-
´
mo”. Podemos, assim, formar uma vıvida imagem mental.
´ ´ ´
Quando refletimos na sabedoria de Jeova, e como se olhasse-
´
mos para dentro de um precipıcio aparentemente sem fun-
˜ ˜
do, tao profundo e vasto que nao podemos sequer imaginar
´ ´ ´ ´ ´
17, 18. Por que a Bıblia diz que Jeova e o “unico sabio”, e por que
sua sabedoria deve nos deixar abismados?
´
‘O PROFUNDIDADE DA SABEDORIA DE DEUS!’ 177

˜
Perguntas para Meditaçao
´ ´
Jo 28:11-28 Qual e o valor da sabedoria divina? Que bom
resultado podemos obter se meditarmos nesse assunto?
´
Salmo 104:1-25 Como a sabedoria de Jeova se manifesta na
˜ ˆ
criaçao e que sentimentos isso produz em voce?
´ ´
Proverbios 3:19-26 Se meditarmos na sabedoria de Jeova e a
´ ´ ´
pusermos em pratica, qual sera o efeito na nossa vida diaria?
´ ´
Daniel 2:19-28 Por que Jeova e chamado de Revelador de
´ ` ´
segredos? Como deverıamos reagir a sabedoria profetica en-
contrada na sua Palavra?

˜ ´
sua imensidao — que dira avaliar todos os seus detalhes! (Sal-
˜
mo 92:5) Nao nos sentimos humildes ao pensar nisso?
19 Jeova´ e´ o “unico ´ ´ ´
sabio” tambem em outro sentido: so-
´ ´
mente ele e capaz de ver o futuro. Lembre-se de que Jeova
´ ´ ´
usa a aguia como sımbolo da sabedoria divina. Uma aguia-
˜
real pesa apenas uns cinco quilos, mas seus olhos sao maiores
˜ ´
do que os de um homem adulto. Sua visao e incrivelmente
aguçada, permitindo que ela localize pequenas presas mes-
´ ´
mo quando esta voando a centenas de metros — ou talvez ate
ˆ ˜ ´ ´
a quilometros — do chao! O proprio Jeova certa vez disse o
´ ´
seguinte sobre a aguia: “Seus olhos olham para longe.” ( Jo
´
39:29) De modo similar, Jeova pode olhar “para longe” no
tempo — para o futuro!
20 A Bıblia´ ´
tem muitas provas de que isso e verdade: cen-
´
tenas de profecias, ou seja, Historia escrita previamente. En-
˜ ˜
tre as prediçoes encontradas nas Escrituras estao o resultado
˜ ˆ ´
de guerras, a ascensao e a queda de potencias mundiais e ate
´ ´
estrategias de batalha especıficas que seriam usadas por co-
mandantes militares. Algumas dessas foram proferidas com
´ ´ ´
19, 20. (a) Por que a aguia e um sımbolo apropriado da sabedoria
´
divina? (b) Como Jeova demonstrou sua habilidade de ver o futuro?
´
178 ACHEGUE-SE A JEOVA
ˆ ´
centenas de anos de antecedencia. — Isaıas 44:25–45:4; Da-
niel 8:2-8, 20-22.
21 Significa isso, porem, ´ ´
que Deus ja previu as escolhas que
ˆ ´
voce fara na vida? Aqueles que pregam a doutrina da predes-
˜ ´
tinaçao insistem em dizer que a resposta e Sim. Mas esse con-
´ ´
ceito na verdade rebaixa a sabedoria de Jeova, porque da a en-
´
tender que ele e incapaz de controlar sua habilidade de ver o
futuro. Para ilustrar: digamos que sua voz fosse de uma bele-
˜ ˆ ˜
za sem igual. Quer dizer, entao, que voce nao teria escolha a
˜
nao ser cantar dia e noite? Isso seria um absurdo! De modo
´
similar, Jeova tem a habilidade de predizer o futuro, mas ele
˜
nao a usa o tempo todo. Se fizesse isso, estaria infringindo
´ ´ ´
nosso livre-arbıtrio, uma dadiva preciosa que Jeova nunca re-
´ ˆ
vogara. — Deuteronomio 30:19, 20.
22 O pior e´ que a ideia da predestinaçao ˜
sugere que a sabedo-
´ ´ ´ ˜
ria de Jeova e fria, desamorosa, insensıvel ou sem compaixao.
˜ ´ ´ ´ ´ ´
Mas isso nao e verdade. A Bıblia ensina que Jeova e “sabio de
˜ ´ ˜ ˜
coraçao”. ( Jo 9:4) Nao que ele tenha um coraçao literal, mas
´ ˜ `
a Bıblia muitas vezes usa esse termo com relaçao aquilo que
´ ˜
a pessoa tem no ıntimo, incluindo suas motivaçoes e sen-
´
timentos, como o amor. Assim, a sabedoria de Jeova, como
´ ˜
suas outras qualidades, e guiada pelo amor. — 1 Joao 4:8.
23 Naturalmente, a sabedoria de Jeova´ e´ perfeitamente con-
´ ´ ˜ `
fiavel. E tao superior a nossa sabedoria que a Palavra de Deus
´
nos incentiva amorosamente: “Confia em Jeova de todo o teu
˜ ˜ ´ ˜
coraçao e nao te estribes na tua propria compreensao. Nota-o
´
em todos os teus caminhos, e ele mesmo endireitara as tuas
´
veredas.” (Proverbios 3:5, 6) Vamos agora analisar com cuida-
´
do a sabedoria de Jeova para que possamos nos achegar mais
´
ao nosso Deus totalmente sabio.
˜ ´
21, 22. (a) Por que nao existe base para concluir que Jeova previu
ˆ ´
todas as escolhas que voce fara na vida? Ilustre isso. (b) Como sabe-
´ ˜ ´ ´
mos que a sabedoria de Jeova nao e fria e insensıvel?
´
23. A superioridade da sabedoria de Jeova deve nos motivar a fazer
ˆ
o que?
´
C A P I T U L O 1 8

Sabedoria encontrada na
‘Palavra de Deus’
´
LEMBRA-SE da ultima vez que recebeu uma carta de uma
pessoa querida, de bem longe? Poucas coisas nos deixam
mais contentes do que isso. Ficamos felizes de saber de seu
˜
bem-estar, o que tem feito e quais sao seus planos. Assim,
nos sentimos mais achegados ao remetente da carta, embo-
ra fisicamente ele talvez esteja longe.
2 O que, entao,˜
poderia nos dar mais prazer do que rece-
´
ber uma mensagem escrita do Deus que amamos? Jeova, em
´
certo sentido, nos escreveu uma “carta”: sua Palavra, a Bı-
´
blia. Nela, ele nos conta quem e, o que fez, o que vai fazer e
´
muito mais. Jeova nos deu sua Palavra porque deseja que nos
´ ´
acheguemos a ele. Nosso Deus sabio escolheu o melhor me-
´
todo possıvel para se comunicar conosco. O modo em que a
´ ´
Bıblia foi escrita e o seu conteudo revelam sabedoria incom-
´
paravel.
Por que uma mensagem escrita?
´ ˜ ´
3 Alguns se perguntam: ‘Por que Jeova nao usou um metodo
mais chamativo — como, por exemplo, uma voz ressoando
´
desde o ceu — para se comunicar com o homem?’ Para falar
˜ ´
a verdade, em algumas ocasioes Jeova se comunicou mesmo
´ ´
desde o ceu por meio de representantes angelicos. Fez isso,
´
por exemplo, quando deu a Lei a Israel. (Galatas 3:19) A voz
´
que ressoou do ceu foi assombrosa — tanto que os israelitas
´ ˜
apavorados pediram que Jeova nao falasse com eles dessa ˆ ma-
´
neira, mas que se comunicasse por meio de Moises. (Exodo
20:18-20) Assim, a Lei, que consistia em uns 600 estatutos, foi
´
ditada a Moises palavra por palavra.
´ ˆ
1, 2. Que “carta” Jeova nos escreveu e por que?
´ ´
3. De que modo Jeova transmitiu a Lei a Moises?
SABEDORIA ENCONTRADA NA ‘PALAVRA DE DEUS’ 181

4 Mas o que provavelmente teria acontecido se aquela Lei


´
nunca tivesse sido colocada por escrito? Acha que Moises te-
´
ria se lembrado de todas as palavras daquele codigo detalha-
˜ ˜
do e as transmitido com exatidao para o restante da naçao?
˜
E as geraçoes posteriores? Teriam de se basear apenas em re-
˜ ´ ´
latos orais? Esse nao seria um metodo muito confiavel de se
ˆ ´
transmitir as leis de Deus. Possivelmente voce ja brincou de
telefone sem fio, um jogo em que a primeira pessoa de uma
´
fila diz uma frase no ouvido de quem esta ao seu lado e as-
´ ´
sim sucessivamente ate chegar ao fim da fila. Quando a ulti-
ma pessoa diz o que entendeu, em geral trata-se de algo bem
˜
diferente do original. A Lei de Deus nao correu o perigo de
ˆ
ser deturpada da mesma maneira. Por que?
´
5 Porque, sabiamente, Jeova decidiu que suas palavras fos-
´
sem escritas. Ele instruiu a Moises: “Escreve para ti estas pala-
´
vras, porque e de acordo com estas palavras ˆ que deveras con-
cluo um pacto contigo e com Israel.” (Exodo 34:27) Assim,
´ ´
em 1513 AEC, começou o perıodo de escrita da Bıblia. Du-
´
rante os 1.610 anos que se seguiram, Jeova falou “em muitas
˜
ocasioes e de muitos modos” com os cerca de 40 humanos
´
que escreveram a Bıblia. (Hebreus 1:1) Durante esse mesmo
´ ´
perıodo, copistas dedicados cuidadosamente produziram co-
´
pias exatas das Escrituras, a fim de preserva-las. — Esdras 7:6;
Salmo 45:1.
´
6 Sem duvida, ´ ´ ˆ ˜ ´
para nos e uma grande bençao o fato de Jeova
´ ˜
se comunicar conosco por escrito. Ja recebeu uma carta tao
ˆ
especial — talvez porque o consolou numa hora em que voce
ˆ ´
precisava — que voce a guardou e releu vez apos vez? Isso se
´ ´ ´ ˆ
da com a “carta” de Jeova para nos. Visto que ele pos suas
˜ ˜ ´ ´
4. Explique por que a transmissao oral nao seria um metodo confia-
vel de preservar as leis de Deus.
´ ´
5, 6. Jeova instruiu Moises a fazer o que com Suas palavras, e por
´ ˆ ˜ ´ ´
que e uma bençao para nos o fato de termos a Palavra de Jeova por
escrito?
´
“Toda a Escritura e inspirada por Deus”
´
182 ACHEGUE-SE A JEOVA
ˆ
palavras por escrito, podemos le-las regularmente e meditar
no que dizem. (Salmo 1:2) Podemos ter o “consolo das Escri-
turas” sempre que precisamos. — Romanos 15:4.
Por que usou escritores humanos?
˜ ´
7 Numa demonstraçao de sabedoria, Jeova usou humanos
´
para escrever sua Palavra. Imagine: se Jeova tivesse usado an-´
´ ´ ˜
jos para escrever a Bıblia, sera que ela seria tao fascinante? E
´ ˆ
verdade que os anjos poderiam ter descrito a Jeova do angu-
˜ ˜
lo da sua posiçao privilegiada, expressado sua devoçao a Ele
´ ´
e contado a historia de fieis servos humanos de Deus. Mas
´ ´
sera que nos identificarıamos com o ponto de vista de cria-
ˆ
turas espirituais perfeitas, cujo conhecimento, experiencia e
˜
força sao muito superiores aos nossos? — Hebreus 2:6, 7.
8 Ao usar homens como escritores, Jeova´ nos deu exata-
´
mente o que precisavamos: um registro ‘inspirado por Deus’,
´ ´
mas que ainda assim e profundamente humano. (2 Timoteo
3:16) Como conseguiu essa façanha? Em muitos casos, ele
evidentemente permitiu que os escritores usassem suas fa-
culdades mentais para escolher “palavras deleitosas e a es-
crita de palavras corretas de verdade”. (Eclesiastes 12:10, 11)
´
Isso explica a diversidade de estilos encontrados na Bıblia; os
˜
escritos refletem a formaçao e a personalidade de cada escri-
tor.1 Mas esses homens “falaram da parte de Deus conforme
´
eram movidos por espırito santo”. (2 Pedro 1:21) De modo
´
que o produto final e, de fato, “a palavra de Deus”. — 1 Tes-
salonicenses 2:13.
1 Por exemplo, Davi, que havia sido pastor, empregou exemplos ti-
rados da vida no campo. (Salmo 23) Mateus, um ex-cobrador de im-
´ ˆ ´ ´
postos, fez varias referencias a numeros e valores monetarios. (Mateus
´
17:27; 26:15; 27:3) O medico Lucas usou palavras que refletiam sua for-
˜
maçao. — Lucas 4:38; 14:2; 16:20.
˜
7. Por que podemos dizer que foi uma expressao da sabedoria de
´ ´
Jeova usar ele humanos para escrever a Bıblia?
´ ´ ˜
8. Ate que ponto os escritores bıblicos tiveram permissao de usar suas
´
faculdades mentais? (Veja tambem a nota.)
SABEDORIA ENCONTRADA NA ‘PALAVRA DE DEUS’ 183
´
9 Por que a leitura da Bıblia ˜
tem um impacto emocional tao
´
forte sobre nos? Porque seus escritores eram homens com
sentimentos iguais aos nossos. Sendo imperfeitos, enfrenta-
˜ ˜ `
ram provaçoes e pressoes semelhantes as nossas. Em alguns
´ ´
casos, o espırito de Jeova os inspirou a escrever, na primeira
pessoa, sobre seus sentimentos e dificuldades pessoais, algo
´
que nenhum anjo poderia ter feito. — 2 Corıntios 12:7-10.
10 Veja o exemplo do Rei Davi, de Israel. Depois de cometer
´ ˆ
varios erros graves, ele compos um salmo em que abria seu
˜ ˜
coraçao, implorando o perdao de Deus. Escreveu: “Purifica-
me mesmo do meu pecado. Pois eu mesmo conheço as mi-
˜ ´
nhas transgressoes e meu pecado esta constantemente dian-
`
te de mim. Eis que em erro fui dado a luz com dores de parto,
˜ ˜
e em pecado me concebeu minha mae. Nao me lances fora de
˜ ´
diante da tua face; e nao tires de mim o teu espırito santo. Os
´ ˜ ´ ˜
sacrifıcios a Deus sao um espırito quebrantado; um coraçao
˜ ´ ´
quebrantado e esmagado nao desprezaras, o Deus.” (Salmo
´ ´
51:2, 3, 5, 11, 17) Da para sentir a angustia do escritor nessas
˜ ´ ´
palavras, nao e verdade? Quem, alem de um homem imper-
˜
feito, poderia expressar sentimentos tao sinceros?
Por que um livro sobre pessoas?
´ ´
11 Ha mais uma coisa que torna a Bıblia fascinante. Na maior
parte, trata-se de um livro sobre pessoas reais que serviram, ou
˜
nao, a Deus. Lemos sobre o que passaram na vida, suas difi-
culdades e alegrias. Aprendemos sobre o resultado das esco-
´ ´
lhas que fizeram. Esses relatos foram incluıdos na Bıblia “para
˜
a nossa instruçao”. (Romanos 15:4) Por meio desses casos da
´
vida real, Jeova nos ensina de uma maneira que toca o cora-
˜
çao. Veja alguns exemplos.
´
12 A Bıblia ´
relata o que aconteceu com os infieis ou perversos.
9, 10. Por que o fato de Deus ter usado escritores humanos faz com
´ ´
que a Bıblia tenha maior impacto emocional sobre nos?
´ ´
11. Por que se pode dizer que os casos da vida real incluıdos na Bı-
˜ ˜
blia sao “para a nossa instruçao”?
´ ´ ˜
12. De que maneira os relatos bıblicos sobre humanos infieis sao de
´
ajuda para nos?
´
184 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ˜
Nesses relatos, vemos qualidades indesejaveis em açao, o que
´ ˆ
torna mais facil entende-las. Por exemplo, consegue pensar
em uma maneira melhor de condenar a deslealdade do que
˜
descrever o exemplo de Judas ao executar sua conspiraçao trai-
çoeira contra Jesus? (Mateus 26:14-16, 46-50; 27:3-10) Relatos
˜
como esse tocam mais eficazmente o nosso coraçao, ajudan-
´
do-nos a identificar e rejeitar caracterısticas ruins.
´
13 A Bıblia ´ ´
tambem descreve muitos servos fieis de Deus.
˜
Lemos sobre sua devoçao e lealdade. Podemos observar na
´
pratica as qualidades que temos de cultivar a fim de nos ache-
´ ´ ˜
garmos a Deus. Veja o caso da fe. A Bıblia traz a definiçao dela
´
e nos diz que ela e essencial para agradarmos a Deus. (He-
´ ˆ
breus 11:1, 6) Mas as Escrituras tambem contem exemplos sig-
´ ˜ ´ ˜
nificativos de fe em açao. Pense na fe que Abraao demonstrou
ˆ ´
quando tentou oferecer Isaque. (Genesis, capıtulo 22; Hebreus
´
11:17-19) Relatos como esse fazem com que a palavra “fe” as-
´
suma um sentido totalmente novo e tornam mais facil enten-
ˆ ´ ´ ˜ ´
de-la. Como foi sabio da parte de Jeova nao so nos incentivar
´ ´
a cultivar qualidades desejaveis, mas tambem nos dar exem-
˜
plos delas em açao!
14 Os relatos da vida real, encontrados na Bıblia, ´
muitas ve-
´
zes nos ensinam algo a respeito do tipo de pessoa que Jeova
´ ´
e. Um exemplo e o caso duma mulher que Jesus observou no
templo. Enquanto estava sentado perto dos cofres do tesou-
˜
ro, Jesus observava as pessoas colocando suas contribuiçoes.
Muitos ricos vinham e davam “dos seus excedentes”. Mas Je-
´ ´
sus se concentrou numa viuva humilde. Sua dadiva foi “duas
´
pequenas moedas de muito pouco valor”.1 Era o ultimo di-
´
1 Cada moeda dessas era um lepton, a menor moeda judaica em cir-
˜ ´ ´
culaçao naquele tempo. Dois letpons equivaliam a 1/64 do salario de
˜
um dia. Essas duas moedinhas nao eram suficientes nem para comprar
´
um unico pardal, a ave mais barata usada como alimento pelos pobres.
´ ´
13. De que maneira a Bıblia nos ajuda a entender qualidades deseja-
veis?
´
14, 15. O que a Bıblia nos diz sobre uma mulher que compareceu
´
ao templo e o que esse relato nos ensina sobre Jeova?
SABEDORIA ENCONTRADA NA ‘PALAVRA DE DEUS’ 185
´ ˜
nheirinho que ela possuıa. Jesus, que refletia com perfeiçao
´ ´
o conceito de Jeova sobre os assuntos, disse: “Esta viuva po-
bre lançou neles mais do que todos estes que lançam dinhei-
ro nos cofres do tesouro.” Segundo essas palavras, ela contri-
buiu mais do que todos os outros juntos. — Marcos 12:41-44;
˜
Lucas 21:1-4; Joao 8:28.
˜ ´
15 Nao e significativo que, de todas as pessoas que compare-
´
ceram ao templo naquele dia, essa viuva tenha sido escolhi-
´
da para ser mencionada na Bıblia? Por meio desse exemplo,
´ ´
Jeova nos ensina que ele e um Deus apreciativo. Ele fica con-
´ ˜
tente de receber nossas dadivas de toda a alma, nao importa
˜
o valor delas em comparaçao com o que outros possam dar.
´ ˜
Jeova nao poderia ter achado uma maneira melhor de nos
ensinar essa verdade comovente!
´ ˜ ´
O que a Bıblia nao contem
16 Quando resolve escrever uma carta para um amigo ou
ˆ
parente, voce tem de usar de bom-senso e decidir o que vai
incluir nela; ela precisa ter um limite. De modo similar,
´
Jeova decidiu mencionar determinadas pessoas ou aconte-
´ ´
cimentos na sua Palavra. Mas a Bıblia nem sempre da to-
˜
dos os detalhes desses relatos descritivos. ( Joao 21:25) Por
exemplo, quando se mencionam os julgamentos de Deus,
˜ ´ ˜
nem sempre as informaçoes fornecidas na Bıblia sao sufi-
cientes para responder a todas as perguntas que possamos
´ ´
ter. A sabedoria de Jeova fica evidente ate naquilo que ele
˜
decidiu nao incluir na sua Palavra. Como assim?
17 O modo em que a Bıblia ´
foi escrita serve para testar o
˜
que temos no coraçao. Hebreus 4:12 diz: “A palavra [ou,
´ ´
mensagem] de Deus e viva e exerce poder, e e mais afiada
´
do que qualquer espada de dois gumes, e penetra ate a divi-
˜ ´ ´
sao da alma e do espırito . . . e e capaz de discernir os pensa-
˜ ˜ ´
mentos e as intençoes do coraçao.” A mensagem da Bıblia
´ ´
16, 17. Como se pode observar a sabedoria de Jeova ate naquilo que
˜
ele decidiu nao incluir na sua Palavra?
´
186 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
penetra fundo, revelando nossos verdadeiros raciocınios e
˜ ´
motivaçoes. Aqueles que a leem com olho crıtico muitas
vezes ficam perplexos, porque se deparam com relatos que
˜ ˆ ˜
nao contem todas as informaçoes que os satisfariam. Essas
´ ´ ´
pessoas talvez ate questionem se, de fato, Jeova e amoroso,
´
sabio e justo.
18 Em contraste, quando estudamos cuidadosamente a Bı- ´
˜ ´
blia com coraçao sincero, passamos a conhecer a Jeova no
˜
contexto em que a sua Palavra o apresenta. Assim, nao fi-
camos perturbados se determinado relato levanta algumas
˜ ˜
questoes para as quais nao encontramos respostas imedia-
tas. Para ilustrar: se estiver montando um grande quebra-ca-
´ ˆ ˜
beça, talvez de inıcio voce nao consiga encontrar determi-
˜
nada peça ou nao entenda como uma peça se encaixa. Mas
´
talvez ja tenha juntado peças suficientes para entender qual
´ ˆ
e a aparencia geral do quadro. De modo similar, quando es-
´
tudamos a Bıblia, pouco a pouco aprendemos sobre o tipo
´ ´
de Deus que Jeova e e formamos um quadro mental dele.
´ ˜
Mesmo que, de inıcio, nao entendamos certo relato nem
percebamos como ele se encaixa na personalidade do Cria-
´ ´
dor, nosso estudo da Bıblia ja nos ensinou mais do que o su-
´ ´
ficiente sobre Jeova para sabermos que ele e um Deus infa-
livelmente amoroso, imparcial e justo.
19 Assim, para entender a Palavra de Deus, devemos le-la ˆ
e
´ ˜ ˜ ´
estuda-la com coraçao sincero e mente aberta. Nao e essa
ˆ ´
uma evidencia da grande sabedoria de Jeova? Homens inte-
˜ ´
ligentes sao capazes de escrever livros que somente os ‘sa-
bios e os intelectuais’ conseguem entender. Mas para escre-
´ ˆ
ver um livro que so pode ser entendido por aqueles que tem
˜ ˜ ´
a correta motivaçao de coraçao e preciso sabedoria divina!
— Mateus 11:25.
˜
18, 19. (a) Por que nao devemos nos sentir perturbados se determi-
´ ˜ ˜
nado relato bıblico levantar questoes para as quais nao encontramos
´
respostas imediatas? (b) O que e preciso para entender a Palavra de
´ ˆ ´
Deus, e como isso e uma evidencia da grande sabedoria de Jeova?
SABEDORIA ENCONTRADA NA ‘PALAVRA DE DEUS’ 187
´
Um livro de “sabedoria pratica”
´ ´
20 Na sua Palavra, Jeova nos ensina qual e o melhor modo
de vida. Como nosso Criador, ele conhece nossas necessida-
´
des melhor do que nos mesmos. E as necessidades humanas
´
basicas — incluindo o desejo de ser amado e feliz, e de ter rela-
˜ ´
cionamentos bem-sucedidos — ainda sao as mesmas. A Bıblia
´ ´
contem muita “sabedoria pratica” que pode nos ajudar a ter
´ ˜
uma vida significativa. (Proverbios 2:7) Cada seçao deste li-
´ ´
vro contem um capıtulo que mostra como aplicar o conselho
´ ´ ´
sabio da Bıblia, mas vejamos so um exemplo.
21 Ja´ notou que as pessoas que guardam rancor ou ressenti-

mento muitas vezes acabam magoando a si mesmas? O res-


´
sentimento e um fardo muito pesado para carregar. Quan-
do o nutrimos, ele absorve os pensamentos, tira nossa paz e
´
sufoca a alegria. Estudos cientıficos indicam que alimentar a
´
raiva pode aumentar o risco de doenças cardıacas e muitas
ˆ ´
outras doenças cronicas. Bem antes desses estudos cientıfi-
´ ´ ´
cos, porem, a Bıblia ja dizia sabiamente: “Larga a ira e aban-
dona o furor.” (Salmo 37:8) Mas como podemos fazer isso?
22 A Palavra de Deus da´ o seguinte conselho prudente:
´
“A perspicacia do homem certamente torna mais vagarosa a
´ ˜
sua ira, e e beleza da sua parte passar por alto a transgressao.”
´ ´ ´
(Proverbios 19:11) Perspicacia e a habilidade de ver abaixo
´ ´ ´ ´
da superfıcie, de ver alem do obvio. A perspicacia resulta em
˜
compreensao, porque nos ajuda a discernir por que a outra
pessoa falou ou agiu de determinada maneira. Se nos esfor-
˜
çarmos a entender suas verdadeiras motivaçoes, sentimentos
ˆ ´
e circunstancias, isso nos ajudara a deixar de lado pensamen-
tos e sentimentos negativos para com ela.
´
23 A Bıblia traz outro conselho: “Continuai a suportar-vos
uns aos outros e a perdoar-vos uns aos outros liberalmente.”
´ ´
20. Por que somente Jeova pode nos dizer qual e o melhor modo de
´ ´
vida, e o que a Bıblia contem que pode nos ajudar?
´ ˜
21-23. Que conselhos sabios nos ajudam a nao alimentar a raiva nem
guardar ressentimento?
´
188 ACHEGUE-SE A JEOVA

˜
Perguntas para Meditaçao
´ ´ ´
Proverbios 2:1-6 Que esforço e necessario para obtermos a
sabedoria encontrada na Palavra de Deus?
´ ´ ´
Proverbios 2:10-22 De que benefıcio sera vivermos em har-
´ ´
monia com os conselhos sabios da Bıblia?
´
Romanos 7:15-25 Como esse trecho da Bıblia ilustra a sabe-
doria de se terem usado homens para escrever a Palavra de
Deus?
´
1 Corıntios 10:6-12 O que podemos aprender dos exemplos
´
de aviso, envolvendo Israel, que encontramos na Bıblia?

˜
(Colossenses 3:13) A expressao “continuai a suportar-vos uns
ˆ
aos outros” indica que se deve ter paciencia, tolerando al-
´
gumas caracterısticas das outras pessoas que talvez achemos
´
irritantes. Essa longanimidade nos ajudara a evitar guardar
ˆ
rancor por coisinhas sem importancia. “Perdoar” transmite
a ideia de cessar de ter ressentimento. Nosso Deus sabe que
´ ´
precisamos perdoar outros quando ha base solida para isso.
˜
Nao se trata de algo proveitoso apenas para a outra pessoa,
´ ´ ˜
mas tambem preserva nossa propria paz mental e de coraçao.
(Lucas 17:3, 4) Quanta sabedoria encontramos na Palavra de
Deus!
24 Devido ao seu amor ilimitado, Jeova´ quis se comunicar
´ ´
conosco. Ele escolheu o melhor metodo possıvel: uma “car-
˜ ´
ta” escrita por homens sob a orientaçao do espırito santo. Em
´
resultado disso, encontramos nas paginas dela a sabedoria do
´ ´
proprio Jeova. Trata-se de sabedoria ‘mui fidedigna’. (Salmo
93:5) Quando harmonizamos nossa vida com ela e a transmi-
timos a outros, nos achegamos naturalmente ao nosso Deus
´ ´ ´
sabio. No proximo capıtulo, analisaremos outro exemplo no-
´ ´
tavel da sabedoria de Jeova: sua habilidade de prever o futu-
´
ro e de cumprir seus propositos.
´
24. Qual e o resultado quando harmonizamos nossa vida com a
sabedoria divina?
´
C A P I T U L O 1 9

“A sabedoria de Deus
em segredo sagrado”
´ ˜ ´ ´
SEGREDOS! Por que e tao difıcil guarda-los? Talvez tenha
´
algo que ver com sua aura de misterio que nos deixa intriga-
´ ´ ´
dos e fascinados. Mas a Bıblia diz: “A gloria de Deus e manter
´
um assunto em segredo.” (Proverbios 25:2) De modo que,
´ ´
como Governante Supremo e Criador, Jeova mantem algu-
´
mas coisas em segredo ate que chegue o Seu tempo devido
´ `
para revela-las a humanidade.
2 Mas ha um segredo fascinante e intrigante que Jeova´ re-
´
´
velou na sua Palavra. E chamado de ‘o segredo sagrado da
´ ´
vontade de Deus’. (Efesios 1:9) Se o conhecermos, alem de
satisfazer a curiosidade, nos candidataremos a obter a salva-
˜ ´
çao e entenderemos um pouco mais a imensuravel sabedo-
´
ria de Jeova.

Revelado progressivamente
˜
3 Quando Adao e Eva pecaram, talvez parecesse que o pro-
´ ´ ´
posito de Jeova de ter um paraıso na Terra, povoado por
humanos perfeitos, havia sido frustrado. Mas Deus imedia-
tamente atacou o problema. Ele disse: “Porei inimizade en-
tre ti [a serpente] e a mulher, e entre o teu descendente e o
´
seu descendente. Ele te machucara a cabeça e tu lhe machu-
´ ˆ
caras o calcanhar.” — Genesis 3:15.
4 Que palavras intrigantes e misteriosas! Quem era a mu-

lher? a serpente? e o “descendente” que machucaria a ca-


˜ ˜
beça da serpente? O casal infiel (Adao e Eva) nao tinha
como saber. Mas as palavras de Deus dariam esperança aos
ˆ
1, 2. Que “segredo sagrado” deve nos interessar e por que?
ˆ
3, 4. De que maneira a profecia de Genesis 3:15 dava esperança, mas
´
que misterio, ou “segredo sagrado”, ela englobava?
“A SABEDORIA DE DEUS EM SEGREDO SAGRADO” 191
´
descendentes deles que se mostrassem fieis. A justiça have-
´ ´
ria de triunfar. O proposito de Jeova seria realizado. Mas
´ ´
como? Ah! Isso era um misterio. A Bıblia o chama de “a sa-
bedoria de Deus em segredo sagrado, a sabedoria escondi-
´
da”. — 1 Corıntios 2:7.
5 Como “Revelador de segredos”, Jeova´ com o tempo

divulgaria detalhes pertinentes sobre o desfecho desse se-


gredo. (Daniel 2:28) Mas faria isso gradativamente, aos pou-
´
cos. Para ilustrar, pense na resposta que um pai amoroso da
quando o filhinho pergunta: “Pai, de onde eu vim?” Se for
´ ´ ˜
sensato, o pai so dara as` informaçoes que o menino tem
˜
condiçoes de entender. A medida que ele for crescendo, o
´ ´
pai explicara mais detalhes. De modo similar, Jeova determi-
´ ˜
na quando seu povo esta preparado para receber revelaçoes
´ ´
adicionais de sua vontade e proposito. — Proverbios 4:18;
Daniel 12:4.
6 Como Jeova´ fez essas revelaçoes? ˜ ´
Ele usou uma serie de
pactos, ou contratos, que revelavam muitos detalhes. Pos-
ˆ ´
sivelmente voce ja assinou um contrato: ao comprar uma
´
casa, ao fazer um emprestimo ou ao emprestar dinheiro
´ ´
a alguem. Um contrato e uma garantia legal de que os ter-
˜ ´
mos dum acordo serao cumpridos. Mas por que Jeova pre-
cisava fazer pactos, ou contratos, formais com o homem?
´
Naturalmente, Sua palavra e garantia suficiente de que ele
´ ´ ˜
cumprira Suas promessas. Mesmo assim, em varias ocasioes,
Deus bondosamente reforçou a validade da sua palavra fa-
´ ˜ ´
zendo contratos legais. Esses acordos inviolaveis dao a nos,
´
humanos imperfeitos, uma base ainda mais solida para con-
´
fiar nas promessas de Jeova. — Hebreus 6:16-18.
´
5. Ilustre por que Jeova revelou seu segredo aos poucos.
´ ´
6. (a) Para que serve um pacto, ou contrato? (b) Por que e notavel
´
que Jeova faça pactos com humanos?

´
“Multiplicarei o teu descendente como as estrelas dos ceus”
´
192 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
O pacto com Abraao
7 Mais de 2 mil anos depois de o homem ter sido expul-
´ ´ ˜
so do Paraıso, Jeova disse a seu servo fiel Abraao: “Segura-
mente multiplicarei o teu descendente como as estrelas dos
´ ˜ ˜
ceus . . . e todas as naçoes da terra hao de abençoar a si mes-
mas por meio de teu descendente, pelo fato de que escu-
ˆ ˜
taste a minha voz.” (Genesis 22:17, 18) Isso nao era apenas
´
uma promessa; Jeova formulou-a como um pacto legal e
´ ˆ
confirmou-a com um juramento imutavel. (Genesis 17:1, 2;
´
Hebreus 6:13-15) Que fato notavel! O Soberano Senhor fez
um contrato para abençoar a humanidade.
8 O pacto abraamicoˆ
revelou que o Descendente prome-
˜
tido viria como humano, pois descenderia de Abraao. Mas
´
quem seria? Com o tempo Jeova revelou que, dos filhos
˜
de Abraao, Isaque seria antepassado do Descendente. Entre
´ ˆ
os dois filhos de Isaque, Jaco foi escolhido. (Genesis 21:12;
´ ´
28:13, 14) Mais tarde, Jaco disse as seguintes palavras profe-
˜
ticas a respeito de um de seus 12 filhos: “O cetro nao se afas-
´ ´ ˜
tara de Juda, nem o bastao de comandante de entre os seus
´ ´ ´
pes, ate que venha Silo [“Aquele a Quem Pertence”]; e a ele
´ ˆ ˆ
pertencera a obediencia dos povos.” (Genesis 49:10) A par-
´ ´
tir daı, soube-se que o Descendente seria um rei e que Juda
seria seu ancestral.
O pacto com Israel
´
9Em 1513 AEC, Jeova concluiu um pacto com os descen-
˜ ˜
dentes de Abraao, a naçao de Israel. Isso preparou o cami-
˜
nho para novas revelaçoes a respeito do segredo sagrado.
˜
Embora nao esteja mais em vigor hoje, o pacto da Lei mo-
´ ˜
7, 8. (a) Que pacto Jeova fez com Abraao, esclarecendo o que a res-
´
peito do segredo sagrado? (b) Como Jeova aos poucos foi dando de-
´
talhes mais especıficos sobre a linhagem do Descendente prometido?
´ ˜ ˜
9, 10. (a) Que pacto Jeova fez com a naçao de Israel e que proteçao
esse pacto oferecia? (b) Como a Lei demonstrou que a humanidade
precisava do resgate?
“A SABEDORIA DE DEUS EM SEGREDO SAGRADO” 193
´ ´
saica era parte essencial do proposito de Jeova de produzir o
ˆ
Descendente prometido. Como? De tres modos. Primeiro, a
˜ ´
Lei era como um muro de proteçao. (Efesios 2:14) Seus es-
tatutos justos serviam como barreira entre judeus e gentios.
Assim, ajudou a preservar a linhagem do Descendente pro-
˜ ˜
metido. Em grande parte por causa dessa proteçao, a naçao
ainda existia quando chegou o tempo devido de Deus para
´
que o Messias nascesse na tribo de Juda.
10 Segundo, a Lei, que era perfeita, demonstrou que a hu-

manidade precisava mesmo do resgate, pois o homem im-


perfeito era incapaz de cumprir todos os seus requisitos. As-
˜ ´
sim, ela serviu para “tornar manifestas as transgressoes, ate
que chegasse o descendente a quem se fizera a promessa”.
´ ´
(Galatas 3:19) Por meio de sacrifıcios de animais, a Lei ofe-
˜ ´
recia expiaçao provisoria dos pecados. Mas visto que, como
˜ ´ ´
Paulo escreveu, “nao e possıvel que o sangue de touros e de
´
bodes tire pecados”, essas ofertas so prefiguravam o sacri-
´
fıcio de resgate de Cristo. (Hebreus 10:1-4) De modo que,
´
para os judeus fieis, aquele pacto se tornou um “tutor, con-
´
duzindo a Cristo”. — Galatas 3:24.
11 Terceiro, o pacto da Lei deu a` naçao ˜
de Israel uma pers-
pectiva maravilhosa: tornar-se “um reino de sacerdotes e
˜ ´ ´
uma naçao santa”. Mas Jeova lhes disse queˆ isso so acon-
´ `
teceria se eles fossem fieis aquele contrato. (Exodo 19:5, 6)
E, de fato, com o tempo, o Israel carnal acabou fornecendo
os primeiros membros de um reino celestial de sacerdotes.
˜
Mas, como um todo, aquela naçao se rebelou contra o pac-
ˆ
to da Lei, rejeitou o Descendente messianico e perdeu essa
˜
oportunidade. Quem, entao, completaria o reino de sacer-
˜ ˜
dotes? E que relaçao teria aquela naçao abençoada com o
Descendente prometido? Esses aspectos do segredo sagrado
seriam revelados no tempo devido de Deus.
11. Que perspectiva maravilhosa o pacto da Lei oferecia a Israel, mas
˜
por que a naçao como um todo perdeu essa oportunidade?
´
194 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
O pacto davıdico do Reino
12 No seculo ´ ´
11 AEC, Jeova esclareceu mais detalhes sobre
o segredo sagrado quando fez outro pacto. Ele prometeu ao
fiel Rei Davi: “Hei de suscitar o teu descendente depois de
ti, . . . e deveras estabelecerei firmemente o seu reino. . . . Eu
hei de estabelecer firmemente o trono do seu reino por tem-
po indefinido.” (2 Samuel 7:12, 13; Salmo 89:3) Com isso, a
` ´
linhagem do Descendente prometido ficava restrita a famı-
´
lia de Davi. Mas sera que um simples governante humano
poderia reinar “por tempo indefinido”? (Salmo 89:20, 29,
34-36) E poderia esse rei humano resgatar a humanidade do
pecado e da morte?
13 Sob inspiraçao, ˜ ˜ ´
Davi escreveu: “A pronunciaçao de Jeova
´ ` ´
a meu Senhor e: ‘Senta-te a minha direita, ate que eu po-
´ ´
nha os teus inimigos como escabelo para os teus pes.’ Jeova
˜ ´ ´
jurou (e nao o deplorara): ‘Tu es sacerdote por tempo inde-
`
finido a maneira de Melquisedeque!’ ” (Salmo 110:1, 4) As
palavras de Davi se aplicavam diretamente ao Descendente
prometido, ou Messias. (Atos 2:35, 36) Esse Rei governaria,
˜ ´ ´ ` ´
nao em Jerusalem, mas desde os ceus, a “direita” de Jeova.
˜ ´ ´
Isso lhe daria autoridade nao so sobre o territorio de Israel,
mas sobre toda a Terra. (Salmo 2:6-8) Mais um detalhe foi
˜ ´
revelado naquela declaraçao. Note que Jeova fez o juramen-
`
to solene de que o Messias seria “sacerdote . . . a maneira de
Melquisedeque” — um rei-sacerdote que viveu nos dias de
˜
Abraao. Como Melquisedeque, o vindouro Descendente se-
ria designado diretamente por Deus para ser Rei e Sacerdo-
ˆ
te! — Genesis 14:17-20.
14 Ao longo dos anos, Jeova´ usou seus profetas para fazer re-
˜
velaçoes adicionais sobre o segredo sagrado. Por exemplo,
´
Isaıas revelou que o Descendente teria uma morte sacrifi-
´
12. Que pacto Jeova fez com Davi e que detalhe sobre o segredo sa-
grado isso ajudou a esclarecer?
´
13, 14. (a) Segundo o Salmo 110, que promessa Jeova fez ao seu Rei
˜
ungido? (b) Que revelaçoes adicionais a respeito do vindouro Descen-
´
dente foram feitas por meio dos profetas de Jeova?
“A SABEDORIA DE DEUS EM SEGREDO SAGRADO” 195
´
cial. (Isaıas 53:3-12) Miqueias profetizou o lugar em que o
´
Messias nasceria. (Miqueias 5:2) E Daniel predisse ate o tem-
po exato do aparecimento do Descendente e de sua morte.
— Daniel 9:24-27.
Revelado o segredo sagrado!
15 Como essas profecias se cumpririam continuou a ser um
´ ´ ´
misterio ate que o Descendente finalmente apareceu. Gala-
tas 4:4 diz: “Quando chegou o pleno limite do tempo, Deus
enviou o seu Filho, que veio a proceder duma mulher.” No
ano 2 AEC, um anjo disse a uma virgem judia chamada Ma-
´ ´ `
ria: “Eis que conceberas na tua madre e daras a luz um filho,
´ ´
e deves dar-lhe o nome de Jesus. Este sera grande e sera cha-
´ ´ ´
mado Filho do Altıssimo; e Jeova Deus lhe dara o trono de
´ ´ ´
Davi, seu pai . . . Espırito santo vira sobre ti e poder do Altıs-
´ ˜ ´ ´
simo te encobrira. Por esta razao, tambem, o nascido sera
chamado santo, Filho de Deus.” — Lucas 1:31, 32, 35.
16 Depois, Jeova´ transferiu a vida de seu Filho do ceu ´
para
´
o utero de Maria, de modo que ele nasceu duma mulher im-
˜ ˜
perfeita. Mas Jesus nao herdou a imperfeiçao dela porque
era “Filho de Deus”. No entanto, os pais humanos de Jesus
eram descendentes de Davi, de modo que ele herdou de-
les tanto o direito natural como legal de ser herdeiro daque-
le rei. (Atos 13:22, 23) Quando Jesus se batizou, em 29 EC,
´ ´ ´
Jeova o ungiu com espırito santo e disse: “Este e meu Filho,
o amado.” (Mateus 3:16, 17) Finalmente, ali estava o Des-
´
cendente! (Galatas 3:16) Chegara o tempo para se revelar
´
mais detalhes sobre o segredo sagrado. — 2 Timoteo 1:10.
´
17 Durante seu ministerio, Jesus identificou a serpente de
ˆ ´
Genesis 3:15 como Satanas e o descendente da serpen-
˜
te como os seguidores do Diabo. (Mateus 23:33; Joao 8:44)
Posteriormente, revelou-se como esses seriam esmagados
´
15, 16. (a) Como o Filho de Jeova veio a nascer “duma mulher”?
(b) O que Jesus herdou de seus pais humanos e quando ele surgiu
como o Descendente da promessa?
ˆ
17. Como se esclareceu o significado de Genesis 3:15?
´
196 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
para sempre. (Revelaçao [Apocalipse] 20:1-3, 10, 15) E a mu-
´
lher foi identificada como a “Jerusalem de cima”, a organi-
˜ ´ ´
zaçao-esposa de Jeova nos ceus, composta de criaturas espi-
´ ˜
rituais.1 — Galatas 4:26; Revelaçao 12:1-6.
O novo pacto
˜
18 Uma das revelaçoes mais emocionantes foi dada na noite
´
antes da morte de Jesus, quando ele falou aos seus discı-
´
pulos fieis sobre “o novo pacto”. (Lucas 22:20) Como seu
predecessor, o pacto da Lei mosaica, esse ˆ novo pacto deve-
ria produzir “um reino de sacerdotes”. (Exodo 19:6; 1 Pedro
˜
2:9) Mas, em vez de estabelecer uma naçao carnal, funda-
˜
ria uma naçao espiritual, “o Israel de Deus”, composta ex-
´ ´
clusivamente de fieis seguidores ungidos de Cristo. (Galatas
6:16) Com Jesus, esses participantes do novo pacto abençoa-
riam a raça humana.
19 Mas por que o novo pacto consegue produzir “um rei-

no de sacerdotes” para abençoar a humanidade? Porque, em


´
vez de condenar os discıpulos de Cristo como pecadores,
˜ ´
ele permite o perdao dos seus pecados mediante o sacrifı-
ˆ
cio Dele. ( Jeremias 31:31-34) Quando eles obtem uma con-
˜ ´
diçao justa perante Jeova, este os adota como parte de sua
´ ´
famılia celestial, ungindo-os com espırito santo. (Romanos
´
8:15-17; 2 Corıntios 1:21) Assim, passam por “um novo nas-
´
cimento para uma esperança viva . . . reservada nos ceus”.
˜ ˜ ´
(1 Pedro 1:3, 4) Visto que uma condiçao tao enaltecida e
˜
algo totalmente novo para os humanos, os cristaos ungidos
˜ ´
1 “O segredo sagrado [da] devoçao piedosa” tambem foi revelado
´
em Jesus. (1 Timoteo 3:16) Durante muito tempo foi um segredo, ou
´ ´ ´
misterio, se alguem conseguiria manter perfeita integridade a Jeova.
Jesus forneceu a resposta. Ele manteve a integridade durante todas as
˜ ´
provaçoes que Satanas lançou contra ele. — Mateus 4:1-11; 27:26-50.
´
18. Qual e o objetivo do “novo pacto”?
19. (a) Por que o novo pacto consegue produzir “um reino de sacer-
˜ ˜
dotes”? (b) Por que os cristaos ungidos sao chamados de “uma nova
˜ ˜ ´
criaçao” e quantos reinarao no ceu com Cristo?
“A SABEDORIA DE DEUS EM SEGREDO SAGRADO” 197
´ ˜
e gerados pelo espırito sao chamados de “uma nova cria-
˜ ´ ´
çao”. (2 Corıntios 5:17) A Bıblia revela que, por fim, 144 mil
˜ ´
deles ajudarao a reinar desde o ceu sobre a humanidade res-
˜
gatada. — Revelaçao 5:9, 10; 14:1-4.
20 Com Jesus, os ungidos se tornam o “descendente de
˜ ´
Abraao”.1 (Galatas 3:29) Os primeiros a serem escolhidos fo-
ram judeus carnais. Mas, em 36 EC, outra faceta do segredo
˜ ´
sagrado foi revelada: gentios (nao judeus) tambem teriam
´
parte na esperança celestial. (Romanos 9:6-8; 11:25, 26; Efe-
˜ ´
sios 3:5, 6) Os cristaos ungidos seriam os unicos a desfrutar
ˆ ˜ ˜ ˜ ´
as bençaos prometidas a Abraao? Nao, porque o sacrifıcio de
˜
Jesus beneficia o mundo inteiro. (1 Joao 2:2) Com o tempo,
´ ´ ˜
Jeova revelou que um numero nao especificado de pessoas
˜
faria parte de uma “grande multidao” que sobreviveria ao
´ ˜
fim do sistema de Satanas. (Revelaçao 7:9, 14) Muitos outros
seriam ressuscitados com a perspectiva de viver para sempre
´ ˜ ˜
no Paraıso! — Lucas 23:43; Joao 5:28, 29; Revelaçao 20:11-
15; 21:3, 4.
A sabedoria de Deus e o segredo sagrado
´ ˜
21 O segredo sagrado e uma demonstraçao impressionante
´
da “grandemente diversificada sabedoria de Deus”. (Efesios
´ ´ ´
3:8-10) Como Jeova foi sabio em esboçar esse segredo e, daı,
´
revela-lo aos poucos! Ele sabiamente levou em conta as limi-
˜
taçoes dos humanos, permitindo que esses manifestassem
˜ ˜
sua verdadeira condiçao de coraçao. — Salmo 103:14.
´ ´
22 Jeova tambem demonstrou incomparavel ´
sabedoria ao
´
1 Jesus tambem fez “um pacto . . . para um reino” com o mesmo
grupo. (Lucas 22:29, 30) Trata-se de um contrato que ele fez com o
´
“pequeno rebanho” para que reinem com ele no ceu como parte se-
´ ˜
cundaria do descendente de Abraao. — Lucas 12:32.

20. (a) Que faceta do segredo sagrado foi revelada em 36 EC?


´ ˆ ˜ ˜
(b) Quem desfrutara as bençaos prometidas a Abraao?
´
21, 22. De que maneiras o segredo sagrado de Jeova demonstra a sa-
bedoria Dele?
´
198 ACHEGUE-SE A JEOVA

˜
Perguntas para Meditaçao
˜
Joao 16:7-12 Como Jesus imitou seu Pai ao revelar a verdade
gradativamente?
´ ˜
1 Corıntios 2:6-16 Por que muitas pessoas nao conseguem en-
´ ´
tender os segredos sagrados de Jeova? Como nos podemos com-
ˆ
preende-los?
´ ´ ˜ ˆ
Efesios 3:10 Que privilegio os cristaos tem hoje com respeito ao
segredo sagrado de Deus?
´
Hebreus 11:8-10 Como o segredo sagrado sustentou a fe que
˜
homens da antiguidade tinham, embora nao soubessem de to-
dos os detalhes a respeito dele?

˜
escolher Jesus como Rei. No Universo inteiro, nao existe
criatura mais digna de confiança do que o Filho de Deus.
Ao viver como homem de carne e sangue, Jesus passou por
todo tipo de adversidade. Por isso, ele entende muito bem
os problemas humanos. (Hebreus 5:7-9) E que tipo de corre-
´ ´
gentes Jesus tera? Ao longo dos seculos, tanto homens como
´ ˜
mulheres — de todas as raças, lınguas e formaçoes — foram
˜
ungidos. Simplesmente, nao existe problema que algum de-
˜ ´ ´
les nao tenha enfrentado e superado. (Efesios 4:22-24) Sera
´
maravilhoso viver sob o domınio desses reis-sacerdotes mi-
sericordiosos!
´
23 O apostolo Paulo escreveu: “O segredo sagrado que esta-
˜
va escondido dos passados sistemas de coisas e das geraçoes
passadas . . . tem sido manifesto aos seus santos.” (Colos-
´
senses 1:26) De fato, os santos ungidos de Jeova entenderam
os muitos detalhes referentes ao segredo sagrado e trans-
˜
mitiram esse conhecimento a milhoes de pessoas. Que pri-
´ ´ ´
vilegio todos nos temos! Jeova “nos [fez] saber o segredo
´
sagrado de sua vontade”. (Efesios 1:9) Contemos esse mara-
´
vilhoso segredo a outros, ajudando-os a tambem entender
´ ´
um pouco melhor a imensuravel sabedoria de Jeova Deus!
´ ˜ ˆ
23. Que privilegio os cristaos tem com respeito ao segredo sagrado
´
de Jeova?
´
C A P I T U L O 2 0

´ ˜
“Sabio de coraçao”, mas humilde
˜
UM PAI quer ensinar uma liçao importante ao filho, to-
˜ ´ ´
cando-lhe o coraçao. Que metodo usar? Deve ficar de pe
de forma intimidadora e usar palavras duras? Ou seria me-
lhor agachar-se diante da criança e falar de modo bondoso
´ ´
e amistoso? Sem duvida, um pai sabio e humilde escolheria
˜
a segunda opçao.
2 Que tipo de Pai e´ Jeova: ´
orgulhoso ou humilde? severo
´ ´ ´
ou bondoso? Jeova sabe de tudo, quer dizer, e sabio em es-
´ ´
cala absoluta. Ja notou, porem, que o conhecimento e a in-
ˆ
teligencia nem sempre tornam as pessoas mais humildes?
´ ´
Como diz a Bıblia, “o conhecimento enfuna”. (1 Corıntios
´ ´ ´ ˜ ´ ´
3:19; 8:1) Mas Jeova, que e “sabio de coraçao”, e tambem
´ ˜ ˜
humilde. ( Jo 9:4) Nao que ele esteja numa posiçao inferior
ˆ
ou pouco enaltecida; mas percebe-se nele a total ausencia
ˆ ´
de arrogancia. Por que isso se da?
3 Jeova´ e´ santo. Visto que a arrogancia ˆ ´
e uma qualidade
´
que avilta a pessoa, ela e completamente inexistente nele.
´
(Marcos 7:20-22) Alem disso, note o que o profeta Jere-
´ ´ ´
mias disse a Jeova: “Sem falta, a tua alma [o proprio Jeova]
´ ´ ˜
se lembrara e se curvara sobre mim.”1 (Lamentaçoes 3:20)
´
Imagine! Jeova, o Soberano Senhor do Universo, estava dis-
´
posto a ‘se curvar’, ou se colocar no mesmo nıvel que
´
1 Os escribas antigos (soferins) alteraram esse versıculo para dizer
˜ ´ ´ ´
que Jeremias, nao Jeova, e que se curvava. Pelo visto, acharam impro-
prio atribuir a Deus um ato humilde como esse. Em resultado disso,
˜
muitas traduçoes deixam de transmitir corretamente a ideia desse
´ ´ ˆ
belo versıculo. Mas uma Bıblia em ingles traduz de forma exata a ex-
˜ ´
pressao de Jeremias para Deus, dizendo: “Lembra-te, o lembra-te, e in-
˜
clina-te na minha direçao.” — The New English Bible.
´ ´
1-3. Por que podemos ter certeza de que Jeova e humilde?
´
200 ACHEGUE-SE A JEOVA
`
Jeremias, a fim de mostrar favor aquele humano imperfeito.
´ ´ ´
(Salmo 113:7) De fato, Jeova e humilde. Mas o que esta en-
volvido na humildade divina? O que ela tem que ver com a
´ ´
sabedoria? E por que e importante para nos?
´
Como Jeova demonstra humildade
´ ˆ ˆ
4 Humildade e ausencia de orgulho ou arrogancia; despre-
˜ ´ ˜
tensao. Trata-se de uma qualidade ıntima, do coraçao, e ma-
´ ˆ
nifesta-se em caracterısticas como brandura, paciencia e ra-
´ ˜
zoabilidade. (Galatas 5:22, 23) Mas nao se engane! Essas
´ ˜ ˆ
qualidades de Jeova nao tem nada que ver com fraqueza ou
˜
acanhamento, porque nao o impedem de expressar ira jus-
ta nem de usar seu poder para destruir. Na verdade, a hu-
´
mildade e a brandura de Jeova revelam seu imenso poder,
´ ˜ ´
pois ele e capaz de controlar-se com perfeiçao. (Isaıas 42:14)
´ ˜
4, 5. (a) O que e humildade, como se manifesta e por que nao deve
ser confundida com fraqueza ou acanhamento? (b) Como
´
Jeova demonstrou humildade ao lidar com
ˆ ´ ´
Davi e de que importancia e para nos essa
qualidade de Deus?

´
O pai sabio
trata os filhos
de forma humilde
e branda
´ ˜
“SABIO DE CORAÇAO”, MAS HUMILDE 201
´ ˜
Qual e a ligaçao entre humildade e sabedoria? Uma obra
ˆ ´ ´
de referencia bıblica afirma: “Humildade e conclusivamen-
´ ´
te definida . . . em termos de altruısmo e e uma base es-
´
sencial para toda a sabedoria.” A sabedoria genuına, portan-
˜
to, nao pode existir sem humildade. Como a humildade de
´
Jeova nos beneficia?
5 O Rei Davi cantou a Jeova: ´ ´
“Tu me daras o teu escudo de
˜ ´ ´ ´
salvaçao, e a tua propria direita me amparara, e a tua propria
´ ´
humildade me engrandecera.” (Salmo 18:35) Jeova como
que se curvou para lidar com esse mero humano imperfei-
´
to, protegendo-o e amparando-o dia apos dia. Davi entendia
´ ˜
que era so por causa da disposiçao de Deus de humilhar-se
˜
desse modo que ele podia esperar receber a salvaçao e che-
gar a ter certa medida de grandeza como rei. De fato, quem
´ ˜ ´ ˜
de nos poderia ter esperança de salvaçao se Jeova nao fosse
˜
humilde, se ele nao estivesse disposto a se rebaixar para li-
dar conosco como um Pai bondoso e amoroso?
´
6 E bom notarmos que ha´ uma diferença entre humildade
´ ´ ´
e modestia. Esta ultima e uma bela qualidade que os huma-
´ ´
nos fieis devem cultivar. Como a humildade, ela esta ligada
` ´
a sabedoria. Por exemplo, Proverbios 11:2 diz: “A sabedoria
´ ´ ´ ´
esta com os modestos.” Mas a Bıblia nunca fala que Jeova e
˜
modesto. Por que nao? Conforme usada nas Escrituras, mo-
´ ´
destia pode ter o sentido de conscientizar-se das proprias li-
˜ ˜ ˜
mitaçoes. O Todo-Poderoso nao tem limitaçoes, exceto as
˜
que ele impoe a si mesmo por causa de suas normas justas.
´ ´
(Marcos 10:27; Tito 1:2) Alem disso, como o Altıssimo, ele
˜ ´ ´ ´
nao esta sujeito a ninguem. Assim, o conceito de modestia
˜ ´
simplesmente nao se aplica a Jeova.
7 Mas Jeova´ e´ humilde e brando. Por meio de sua Palavra,
´
ele ensina a seus servos que a brandura e essencial para a
´ ´ ´
6, 7. (a) Por que a Bıblia nunca fala que Jeova e modesto? (b) Qual
´ ˜ ´
e a relaçao entre brandura e sabedoria, e quem da o melhor exemplo
nesse respeito?
´
202 ACHEGUE-SE A JEOVA

verdadeira sabedoria, mencionando “a brandura que per-


`
tence a sabedoria”.1 (Tiago 3:13) Note o exemplo que o
´
Criador da nesse respeito.
´
Jeova delega e escuta humildemente
8 Ha´ muitos indıcios ´ ´
da humildade de Jeova. Entre esses se
˜
destaca a sua disposiçao de delegar responsabilidades e de es-
´ ´
cutar. O mero fato de Deus fazer isso ja e, em si mesmo, sur-
˜ ´
preendente, pois ele nao precisa de ajuda ou conselho. (Isaıas
´
40:13, 14; Romanos 11:34, 35) Mesmo assim, a Bıblia mostra
˜
repetidas vezes que ele se dispoe a agir desse modo.
9 Veja, por exemplo, um incidente notavel ´
na vida de
˜ ˆ
Abraao. Ele recebeu tres visitantes e dirigiu-se a um deles
´
como “Jeova”. Na verdade, os visitantes eram anjos, mas um
deles veio e agiu em nome de Deus. O que aquele anjo falou
´ ´
e fez era, na verdade, como se o proprio Jeova estivesse falan-
˜
do e agindo. Por meio dele, Deus contou a Abraao que tinha
ouvido um alto “clamor de queixa a respeito de Sodoma e
´
Gomorra”. Jeova declarou: “Estou de todo resolvido a descer
para ver se de fato agem segundo o clamor sobre isso, que
˜
tem chegado a mim, e se nao for assim, ficarei sabendo dis-
ˆ ˜
so.” (Genesis 18:3, 20, 21) Naturalmente, essa declaraçao de
´ ˜
Jeova nao significava que oTodo-Poderoso ‘desceria’ em pes-
´ ˆ
soa. Ele enviou anjos para representa-lo. (Genesis 19:1) Por
ˆ ´ ´ ˆ ˜
que? Sera que Jeova, que ve tudo, nao tinha os meios para
´ ˜
‘ficar sabendo’,
´ por conta propria, da real condiçao daquela
˜
regiao? E claro que sim. Mas em vez disso, ele humildemen-
` ˜ ˜
te deu aqueles anjos uma designaçao de investigar a situaçao
´ ´
e visitar Lo e sua famılia em Sodoma.
˜ ´
1 Outras versoes falam da “humildade que provem da sabedoria” e
˜ ´
da “mansidao propria da sabedoria”.
˜ ´
8-10. (a) Por que a disposiçao de Jeova de delegar responsabilidades
´ ´
e de escutar e notavel? (b) Como o Todo-Poderoso usou de humilda-
de ao lidar com os anjos?
´ ˜
“SABIO DE CORAÇAO”, MAS HUMILDE 203
´ ´
10 Alem disso, Jeova escuta. Certa vez, ele pediu aos anjos
´ ´
que sugerissem ´ varias maneiras de trazer a ruına ao perver-
´ ˜
so Rei Acabe. E claro que Jeova nao precisava de ajuda. Mes-
˜
mo assim, aceitou a sugestao de um anjo e o designou para
executar o plano. (1 Reis 22:19-22) Quanta humildade!
11 Jeova´ esta´ ate´ mesmo disposto a escutar humanos imper-
˜
feitos que desejem expressar suas preocupaçoes. Por exem-
˜ ˜
plo, quando ele contou a Abraao a sua intençao de des-
truir
´ Sodoma´ e Gomorra, aquele homem fiel ficou perplexo.
˜
“E inconcebıvel a teu respeito”, disse Abraao, e acrescentou:
˜ ´ ´
“Nao fara o Juiz de toda a terra o que e direito?” Ele pergun-
´
tou se Jeova pouparia as cidades caso houvesse 50 homens
˜
justos nelas. Deus lhe assegurou que as pouparia. Mas Abraao
´ ´
continuou perguntando, abaixando o numero para 45, daı
´
para 40, e assim por diante. Apesar das garantias de Jeova,
˜ ´ ´
Abraao prosseguiu, ate que o numero chegou a apenas 10 ho-
˜ ˜
mens. Talvez Abraao ainda nao entendesse plenamente o al-
´ ´
cance da misericordia divina. Seja como for, Jeova de modo
˜
paciente e humilde permitiu que seu amigo e servo Abraao
˜ ˆ
expressasse suas preocupaçoes. — Genesis 18:23-33.
12 Quantos humanos inteligentes e bem instruıdos ´
escuta-
ˆ ´
riam com tanta paciencia a uma pessoa de intelecto muitıs-
´ ˜
simo inferior?1 Mas nosso Deus e tao humilde que faz exa-
˜ ´
tamente isso. Durante a mesma conversa, Abraao tamb ˆ em
´ ´
se apercebeu de que Jeova e “vagaroso em irar-se”. (Exodo
˜
34:6) Talvez se dando conta de que nao tinha o direito de
˜ ´
questionar as açoes do Altıssimo, o patriarca implorou duas
˜ ´ ˆ
vezes: “Por´ favor, nao se acenda a ira de Jeova.” (Genesis
˜ ´
18:30, 32) E claro que isso nao aconteceu. Deus sem duvida
`
tem a “brandura que pertence a sabedoria”.
´ ´ ˆ ˆ
1 O interessante e que a Bıblia contrasta a paciencia com a arrogan-
ˆ ´ ´ ˆ
cia (soberba). (Eclesiastes 7:8) A paciencia de Jeova e outra evidencia
de sua humildade. — 2 Pedro 3:9.
˜ ´
11, 12. Como Abraao veio a entender a humildade de Jeova?
´
204 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´ ´
Jeova e razoavel
´ ´ ´
13 A humildade de Jeova tambem e demonstrada por outra
bela qualidade: a razoabilidade. Infelizmente, os humanos
´ ´
imperfeitos falham de forma lamentavel em demonstra-la.
´ ´ ˜
Alem de escutar suas criaturas inteligentes, Jeova se dispoe
˜ ´ ´
a ceder quando nao ha conflito com seus princıpios justos.
´ ´
A palavra “razoavel”, conforme usada na Bıblia, literalmen-
´
te significa “flexıvel, disposto a ceder”. Trata-se de uma ca-
´ ´
racterıstica propria da sabedoria divina. Tiago 3:17 diz: “A sa-
´ ´ ´ ´
bedoria de cima e . . . razoavel.” Em que sentido Jeova, que e
´ ´ ´ ´
totalmente sabio, e tambem razoavel? Em primeiro lugar, ele
´ ´ ´
e adaptavel. Lembre-se de que ate mesmo seu nome indica
´
que ele se torna ˆ tudo o que for necessario para cumprir seus
´
propositos. (Exodo 3:14) Isso revela Sua adaptabilidade e ra-
˜
zoabilidade, nao concorda?
14 Ha´ uma notavel ´ ´
passagem bıblica que nos ajuda a ter uma
´ ´ ´ ˜
ideia de como Jeova e adaptavel. Em uma visao, o profeta
˜
Ezequiel observou a organizaçao celestial de Deus, compos-
ta de criaturas espirituais, representada por um carro de di-
˜ ´ ´ ´
mensoes assombrosas — o proprio “veıculo” de Jeova, sem-
pre sob o Seu controle. O modo como esse carro se movia
era muito interessante. Suas rodas gigantescas tinham qua-
tro lados cheios de olhos para que pudessem ver em todas as
˜
direçoes e mudar de rumo instantaneamente, sem precisar
˜
parar nem se virar. E esse carro gigantesco nao se arrastava
´
pesadamente como um veıculo desengonçado feito por hu-
` ´
manos. Podia mover-se a velocidade de um raio e ate mudar
˜ ˆ
de direçao em angulos retos! (Ezequiel 1:1, 14-28) De fato, a
˜ ´
organizaçao de Jeova, assim como o Soberano todo-podero-
´ ´
so que a controla, e totalmente adaptavel, ajustando-se a si-
˜ ˜
tuaçoes e necessidades em constante mutaçao.
´ ´ ´
13. Conforme usada na Bıblia, qual e o sentido da palavra “razoa-
´ ˜ ´
vel”? Por que essa e uma boa descriçao de Jeova?
˜ ´
14, 15. O que a visao que Ezequiel teve do carro celestial de Jeova
˜ ´
nos ensina sobre a Sua organizaçao celestial? Em que sentido ela e
˜
diferente das organizaçoes do mundo?
´ ˜
“SABIO DE CORAÇAO”, MAS HUMILDE 205
´ ´
15 O maximo que o ser humano pode fazer e procurar imi-
tar essa perfeita adaptabilidade. Na maioria dos casos, os hu-
˜ ´
manos e suas organizaçoes tendem mais a ser rıgidos do que
´ ´ ´
adaptaveis; costumam ser inflexıveis em vez de maleaveis.
Para ilustrar: o tamanho e a força de um superpetroleiro ou
˜
de um trem de carga sao impressionantes. Mas conseguem
´ ` ˆ
fazer mudanças subitas para ajustar-se as circunstancias? Su-
´ `
ponhamos que surja um obstaculo nos trilhos a frente de
˜ ´
um trem de carga. O que fazer? Mudar de direçao e impos-
´ ´ ˜ ´ ´
sıvel. Parar subitamente tambem nao e muito facil. Para se
ter uma ideia, um trem de carga carregado ainda percorre-
´ ˆ
ra quase dois quilometros antes de parar, depois de aciona-
dos os freios. Algo similar acontece com um superpetrolei-
´ ˆ
ro. Ele ainda se deslocara uns oito quilometros depois de os
motores terem sido desligados. Mesmo que se reverta a ro-
˜ ´
taçao dos motores, o navio continuara a se arrastar por uns
ˆ ˆ ˜ ˜
tres quilometros. As organizaçoes humanas sao semelhan-
tes: caracterizam-se pela rigidez e falta de razoabilidade. De-
vido ao orgulho, muitas pessoas se recusam a adaptar-se a
ˆ ˆ ´
novas necessidades e circunstancias. Essa intransigencia ja
` ˆ ´
levou empresas a falencia e derrubou governos. (Proverbios
´
16:18) Como ficamos contentes de saber que nem Jeova nem
˜ ˜
sua organizaçao sao assim!
´
Como Jeova demonstra razoabilidade
˜ ` ˜
16 Vamos voltar a atençao novamente a destruiçao de Sodo-
´ ´ ˜
ma e Gomorra. Lo e sua famılia receberam instruçoes espe-
´ ´ ˜
cıficas do anjo de Jeova: “Escapa para a regiao montanho-
´ ˜
sa.” Mas Lo nao ficou muito contente com isso e implorou:
˜ ´
“Nao isso, por favor, Jeova!” Convencido de que morreria se
fugisse para as montanhas, implorou para que ele e sua fa-
´ ˜ ´
mılia recebessem permissao de fugir para uma cidade proxi-
´ ´
ma, Zoar. Bem, Jeova pretendia destruir aquela cidade. Alem
´ ´
disso, os temores de Lo eram infundados. Sem duvida, Deus
´ ´
16. Como Jeova demonstrou razoabilidade ao lidar com Lo antes da
˜
destruiçao de Sodoma e Gomorra?
´
206 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
tinha capacidade de preserva-lo vivo nas montanhas! Ape-
´
sar disso, Jeova cedeu ao pedido dele e poupou Zoar. O anjo
´ ´
disse a Lo: “Eis que tambem neste ponto tenho deveras con-
˜ ˆ ˜
sideraçao para contigo.” (Genesis 19:17-22) Nao foi uma
˜ ´
demonstraçao de razoabilidade da parte de Jeova?
17 Jeova´ tambem ´
se adapta diante do arrependimento de co-
˜ ´
raçao, sempre fazendo o que e misericordioso e correto. Pen-
´
se no que aconteceu quando o profeta Jonas foi enviado a Nı-
ˆ
nive, uma cidade cheia de perversidade e violencia. Quando
marchou pelas ruas daquela cidade poderosa, a mensagem
´
inspirada que proclamou era bem simples: ela seria destruı-
ˆ
da em 40 dias. Mas as circunstancias mudaram drasticamen-
´
te. Os ninivitas se arrependeram! — Jonas, capıtulo 3.
´
18 E instrutivo compararmos a reaçao ˜ ´
de Jeova com a de Jo-
ˆ ´
nas diante da mudança nas circunstancias. Nesse caso, Jeova
se adaptou, tornando-se Perdoador ˆ de pecados em vez de
“pessoa varonil de guerra”.1 (Exodo 15:3) Jonas, por outro
´
lado, foi inflexıvel e nada misericordioso. Em vez de refletir
´
a razoabilidade de Jeova, ele reagiu mais como o trem de car-
´
ga ou o superpetroleiro ja mencionados. Ele havia proclama-
˜ ´
do destruiçao e era isso que tinha de acontecer! Mas Jeova
˜
pacientemente ensinou ao profeta inconformado uma liçao
´ ´ ´
memoravel de razoabilidade e misericordia. — Jonas, capıtu-
lo 4.
19 Por fim, Jeova´ e´ razoavel ´ ´
no que espera de nos. O Rei Davi
˜
disse: “Ele mesmo conhece bem a nossa formaçao, lembra-
´ ´
se de que somos po.” (Salmo 103:14) Jeova entende nossas
˜ ˜ ´
limitaçoes e imperfeiçoes melhor do que nos mesmos. Nun-
´ ´ ´
1 No Salmo 86:5, diz-se que Jeova ‘e bom e esta pronto a perdoar’.
˜
Quando esse salmo foi traduzido para o grego, a expressao “pronto a
´ ´
perdoar” foi vertida pela palavra e·pi·ei·kes, ou “razoavel”.
´
17, 18. Ao lidar com os ninivitas, como Jeova mostrou razoabili-
dade?
´ ´ ´
19. (a) Por que podemos ter certeza de que Jeova e razoavel no que
´ ´ ´ ´
espera de nos? (b) Como Proverbios 19:17 mostra que Jeova e um
´
Dono ‘bom, razoavel’ e profundamente humilde?
´ ˜
“SABIO DE CORAÇAO”, MAS HUMILDE 207

˜
Perguntas para Meditaçao
ˆ ´ `
Exodo 32:9-14 Como Jeova mostrou humildade ao atender a
´ ´
suplica de Moises a favor de Israel?
´ ´ ˆ
Juızes 6:36-40 Como Jeova mostrou paciencia e razoabilidade
˜
quando atendeu aos pedidos de Gideao?
´
Salmo 113:1-9 Como Jeova mostra humildade ao lidar com a
humanidade?
Lucas 1:46-55 Com base nas palavras de Maria, o que se pode
´
dizer do modo como Jeova encara os humildes? Como esse
conceito deve nos afetar?

´ ´
ca espera de nos mais do que podemos dar. A Bıblia contras-
˜ ´
ta os donos humanos que sao “bons e razoaveis” com os que
˜ ´
sao “difıceis de agradar”. (1 Pedro 2:18) Que tipo de Dono
´ ´ ´
Jeova e? Note o que Proverbios 19:17 diz: “Aquele que mos-
˜ ´ ´
tra
´ ´ favor ao de´ condiçao humilde esta´ emprestando a Jeov˜ a.”
E obvio que so um dono bom e razoavel prestaria atençao a
cada ato de bondade realizado a favor dos humildes. Mais do
que isso, esse texto indica que o Criador do Universo na ver-
dade se considera endividado para com meros seres huma-
´ ´
nos que agem com misericordia! Isso e humildade no mais
alto grau.
20 Ainda hoje Jeova´ demonstra ser manso e razoavel ´
nos
´
seus tratos com seu povo. Quando oramos com fe, ele nos es-
˜ ´
cuta. E embora nao envie mensageiros angelicos para falar
˜ ˜
conosco, nao devemos concluir que ele nao responda nossas
˜ ´
oraçoes. Lembre-se de que o apostolo Paulo pediu que con-
˜
crentes ‘fizessem oraçoes’ para que ele fosse libertado da pri-
˜ ´ ´
sao, e daı acrescentou: “Para que eu vos seja restituıdo tanto
˜
mais cedo.” (Hebreus 13:18, 19) Assim, nossas oraçoes po-
´ ˜
dem levar Jeova a fazer algo que de outro modo nao faria!
— Tiago 5:16.
˜ ´
20. Que confirmaçao temos de que Jeova ouve e responde nossas
˜
oraçoes?
´ ´ ´ ˜
Jeova e razoavel e entende nossas limitaçoes
´ ˜
21 E claro que nenhuma dessas manifestaçoes da humilda-
´ ˜ ˆ
de de Jeova — sua brandura, disposiçao de escutar, paciencia
´
e razoabilidade — significa que Ele transija nos Seus princı-
´
pios justos. Os clerigos da cristandade talvez pensem que es-
˜ ´ ´
tao sendo razoaveis quando fazem cocegas nos ouvidos do
´
seu rebanho, abrandando as normas de moral de Jeova. (2 Ti-
´ ˆ
moteo 4:3) Mas a tendencia humana de transigir por conve-
ˆ ˜
niencia nao tem nada que ver com a razoabilidade divina.
´ ´ ´
Jeova e santo; nunca vai profanar suas normas justas. (Levı-
tico 11:44) Assim, demonstremos apreço pela razoabilidade
´ ´
de Jeova devido ao que ela realmente e: uma prova de sua hu-
˜ ´
mildade. Nao fica emocionado de pensar que Jeova Deus, o
´ ´ ´
Ser mais sabio do Universo, e tambem extremamente humil-
´
de? Que maravilha e nos achegarmos a esse Deus espantoso,
´
mas brando, paciente e razoavel!
` ´ ˜
21. No que se refere a humildade de Jeova, a que conclusao nunca
devemos chegar? Em vez disso, o que devemos reconhecer a respei-
to dele?
´
C A P I T U L O 2 1

Jesus revela a
“sabedoria de Deus”
´
OS OUVINTES estavam assombrados. O jovem Jesus, de pe
diante deles na sinagoga, ensinava. Conheciam-no muito
bem; ele havia crescido naquela cidade e, durante anos, tra-
balhara ali como carpinteiro. Talvez alguns deles morassem
em casas que Jesus havia ajudado a construir ou, quem sabe,
trabalhassem com arados e jugos que ele havia feito com as
´ ˜
proprias maos.1 Mas como reagiriam aos ensinos desse ex-
carpinteiro?
2 A maioria dos presentes, espantados, perguntavam:
´
“Onde obteve este homem tal sabedoria?” Mas tambem co-
˜ ´
mentavam: “Nao e este o carpinteiro, filho de Maria?” (Ma-
teus 13:54-58; Marcos 6:1-3) Infelizmente, os anteriores vi-
´ ´
zinhos de Jesus raciocinaram: “Esse carpinteiro e so um
´ ´
homem como qualquer um de nos.” Apesar das palavras sa-
bias dele, rejeitaram-no. Mal sabiam que a sabedoria que ele
˜
transmitia nao era dele.
3 De onde, afinal, Jesus obteve toda aquela sabedoria?
˜ ´
“O que eu ensino nao e meu”, disse ele, “mas pertence
` ˜ ´
aquele que me enviou”. ( Joao 7:16) O apostolo Paulo ex-
´
plicou que Jesus “se tornou para nos sabedoria de Deus”.
´ ´ ´ ´
(1 Corıntios 1:30) A sabedoria do proprio Jeova e revelada
por meio de seu Filho, Jesus. Tanto que este podia dizer: “Eu
´
1 Nos tempos bıblicos, os carpinteiros eram contratados para cons-
´ ´
truir casas, fabricar moveis e fazer implementos agrıcolas. Justino, o
´ ´
Martir, do segundo seculo EC, escreveu sobre Jesus: “Enquanto esta-
´
va entre os homens, tinha por habito trabalhar como carpinteiro fa-
bricando arados e jugos.”

1-3. Como os anteriores vizinhos de Jesus reagiram ao seu ensino e


˜
o que nao reconheceram a respeito dele?
JESUS REVELA A “SABEDORIA DE DEUS” 211
˜ ˆ
e o Pai somos um.” ( Joao 10:30) Analisemos tres campos em
que Jesus manifestou a “sabedoria de Deus”.
Seu ensino
4 Primeiro, vamos analisar aquilo que Jesus ensinava.
O tema da sua mensagem eram “as boas novas do reino”.
(Lucas 4:43) Isso era muito relevante em vista do papel que
´
o Reino desempenharia em vindicar a soberania de Jeova e
ˆ ˜
em trazer bençaos duradouras para a humanidade. No seu
´ ´
ensino, Jesus tambem deu conselhos sabios para a vida co-
tidiana. Comprovadamente, ele foi um “Maravilhoso Con-
´
selheiro”, conforme havia sido profetizado. (Isaıas 9:6) E, de
˜
fato, seus conselhos nao poderiam ser nada mais nada me-
nos do que maravilhosos. Afinal, ele conhecia em detalhes
a Palavra e a vontade de Deus, entendia a fundo a natureza
humana e amava muito a humanidade. De modo que seus
´
conselhos sempre eram praticos e visavam os melhores in-
˜
teresses dos seus ouvintes. Jesus transmitiu “declaraçoes de
´
vida eterna”. Sem duvida, seguir os conselhos dele resulta
˜ ˜
em salvaçao. — Joao 6:68.
5 O Sermao do Monte e´ um exemplo notavel
˜ ´
da sabedo-
ria sem igual encontrada nos ensinos de Jesus. Conforme
registrado em Mateus 5:3–7:27, provavelmente levaria ape-
˜
nas uns 20 minutos para proferi-lo. Mas seus conselhos sao
˜ ˜
de valor permanente e sao tao relevantes hoje como no dia
em que foram proferidos. Jesus tratou de diversos assuntos:
como melhorar relacionamentos (5:23-26, 38-42; 7:1-5, 12),
como se manter moralmente limpo (5:27-32) e como ter
4. (a) Qual era o tema da mensagem de Jesus e por que isso era re-
´
levante? (b) Por que os conselhos de Jesus sempre eram praticos e vi-
savam os melhores interesses dos seus ouvintes?
˜ ˜
5. Quais sao alguns dos assuntos de que Jesus tratou no Sermao do
Monte?

˜
“As multidoes ficaram assombradas
com o seu modo de ensinar”
´
212 ACHEGUE-SE A JEOVA

uma vida significativa (6:19-24; 7:24-27). Mas Jesus fez mais


´ ´
do que apenas dizer a seus ouvintes qual e a maneira sabia de
agir; ele mostrou-lhes isso, explicando, raciocinando e apre-
sentando provas.
6 Veja, por exemplo, o conselho sabio ´
de Jesus sobre como
`
lidar com as ansiedades relacionadas as coisas materiais,
´
conforme registrado no capıtulo 6 de Mateus: “Parai de es-
tar ansiosos pelas vossas almas, quanto a que haveis de co-
mer ou quanto a que haveis de beber, ou pelos vossos cor-
´
pos, quanto a que haveis de vestir.” (Versıculo 25) Alimento
˜ ´ ´
e roupa sao necessidades basicas e e natural preocupar-se em
ˆ
obte-las. Mas Jesus nos diz para ‘pararmos de estar ansiosos’
ˆ
por essas coisas.1 Por que?
˜
7 Preste atençao ao raciocınio ´
convincente de Jesus. Visto
´ ´ ˜
que Jeova nos deu a vida e o corpo, sera que ele nao pode
nos fornecer o alimento para sustentar a vida e roupas para
´ ´ `
proteger o corpo? (Versıculo 25) Se Deus da alimento as aves
´
e veste lindamente as flores, quanto mais cuidara de seus
´
adoradores humanos! (Versıculos 26, 28-30) Na verdade, fi-
´ ´ ˜ ˜
car ansioso demais e inutil. Nao vai aumentar a duraçao de
´
nossa vida nem um segundo sequer.2 (Versıculo 27) Mas en-
˜
tao como evitar a ansiedade? Jesus nos aconselha: continue
` ˜
a dar prioridade a adoraçao de Deus. Quem faz isso pode ter
´
confiança de que todas as suas necessidades diarias lhe “se-
˜ ´ ´
rao acrescentadas”. (Versıculo 33) Por fim, Jesus da uma su-
˜ ´
gestao muito pratica: viva um dia por vez. Por que juntar as
1 O verbo grego traduzido “estar ansiosos” significa “ter a men-
´
te distraıda”. Conforme usado em Mateus 6:25, refere-se ao temor
apreensivo que distrai ou divide a mente, tirando a alegria de viver.
´ ˜
2 Na verdade, estudos cientıficos revelaram que preocupaçao e es-
tresse excessivos aumentam os riscos de doenças cardiovasculares e
de muitas outras enfermidades que encurtam a vida.
˜
6-8. (a) Que fortes razoes Jesus apresenta para evitarmos a ansieda-
de? (b) O que mostra que os conselhos de Jesus refletem sabedoria
de origem divina?
JESUS REVELA A “SABEDORIA DE DEUS” 213
˜ ˆ ´ ´
ansiedades de amanha com as que voce ja tem hoje? (Versı-
´
culo 34) Alem disso, por que se preocupar indevidamente
com coisas que talvez nunca aconteçam? Aplicar esses con-
´
selhos sabios pode nos poupar muitas dores de cabeça nes-
te mundo estressante.
´ ˜
8 E evidente que os conselhos de Jesus sao ˜ ´
tao praticos hoje
´ ˜ ´ ´
como eram 2 mil anos atras. Nao e esse um indıcio de sabe-
´ ˜
doria divina? Ate as melhores recomendaçoes de conselhei-
ˆ
ros humanos tendem a se tornar obsoletas e logo tem de ser
´ ´
revisadas ou substituıdas. Os ensinos de Jesus, porem, resis-
` ˜
tiram a passagem do tempo. Mas isso nao deveria nos sur-
preender, porque esse Maravilhoso Conselheiro transmitiu
˜ ˜
“as declaraçoes de Deus”. — Joao 3:34.
Seu modo de ensinar
9 Um segundo campo em que Jesus refletiu a sabedoria de
˜
Deus foi na sua maneira de ensinar. Em certa ocasiao, al-
ˆ ˜
guns soldados enviados para prende-lo voltaram de maos
vazias, dizendo: “Nunca homem algum falou como este.”
˜ ˜
( Joao 7:45, 46) Eles nao estavam exagerando. De todos os
´ ´
humanos que ja viveram, Jesus, que era “dos domınios de
cima”, tinha o mais vasto cabedal de conhecimento e expe-
ˆ ˜
riencia. ( Joao 8:23) Ele realmente ensinava de uma maneira
que nenhum outro humano poderia ensinar. Vejamos ape-
´ ´
nas dois dos metodos usados por esse Instrutor sabio.
˜
10 Uso eficaz de ilustraçoes. ` ˜
“Jesus [falava] as multidoes por
˜ ´
meio de ilustraçoes”, nos diz a Bıblia. “Deveras,
´ nada lhes
˜ ´ ˜
falava sem ilustraçao.” (Mateus 13:34) E impossıvel nao fi-
´
carmos maravilhados com sua capacidade inigualavel de
usar coisas do dia a dia para ensinar verdades profundas.
9. O que alguns soldados disseram sobre o ensino de Jesus e por que
˜
eles nao estavam exagerando?
10, 11. (a) Por que ficamos maravilhados com o modo como Jesus
˜ ˜ ´
usava ilustraçoes? (b) O que sao parabolas e que exemplo ilustra que
´ ˜ ´
as parabolas de Jesus sao um metodo de ensino muito eficaz?
´
214 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
Agricultores semeando, mulheres fazendo pao, crianças
brincando na feira, pescadores puxando as redes, pastores
procurando ovelhas perdidas — seus ouvintes tinham visto
essas coisas muitas vezes. Relacionar coisas conhecidas com
verdades importantes faz com que estas fiquem, quase que
de imediato, profundamente gravadas na mente e no cora-
˜
çao. — Mateus 11:16-19; 13:3-8, 33, 47-50; 18:12-14.
11 Jesus usava muitas parabolas,´ ´
quer dizer, historias curtas
das quais se aprende uma verdade moral ou espiritual. Vis-
´ ´ ´
to que e mais facil entender e lembrar historias do que ideias
´
abstratas, as parabolas ajudaram a preservar os ensinos de Je-
´
sus. Em muitas delas, ele descreveu seu Pai com termos vıvi-
dos que dificilmente seriam esquecidos. Por exemplo, quem
˜ ´ ´
nao entenderia o ponto-chave da parabola do filho prodigo:
´
que quando alguem que se desviou mostra arrependimen-
´ ´
to genuıno, Jeova sente pena dele e amorosamente o aceita
de volta? — Lucas 15:11-32.
12 Uso perito de perguntas. Jesus usava perguntas para aju-
´ ˜
dar os ouvintes a tirar as proprias conclusoes, examinar suas
˜ ˜
motivaçoes ou tomar decisoes. (Mateus 12:24-30; 17:24-27;
´
22:41-46) Quando lıderes religiosos questionaram se Jesus
tinha mesmo autoridade da parte de Deus, ele respondeu:
˜ ´
“Era o batismo de Joao do ceu ou dos homens?” Perplexos
com a pergunta, eles raciocinaram entre si: “Se dissermos:
´ ´ ˜ ˜
‘Do ceu’, ele nos dira: ‘Entao, por que nao acreditastes nele?’
´ ˜
Se, porem, dissermos: ‘Dos homens’, temos a multidao para
˜
temer, porque todos eles consideram Joao como profeta.”
˜
Por fim, responderam: “Nao sabemos.” (Marcos 11:27-33;
Mateus 21:23-27) Com uma simples pergunta, Jesus os dei-
˜
xou sem palavras e denunciou o coraçao traiçoeiro deles.
` ´
13 As vezes, Jesus combinava os metodos, introduzindo per-

12. (a) Para que Jesus usava perguntas no seu ensino? (b) Como Je-
sus calou os que questionavam sua autoridade?
´
13-15. Como a parabola do bom samaritano reflete a sabedoria de
Jesus?
JESUS REVELA A “SABEDORIA DE DEUS” 215
˜
guntas intrigantes em suas ilustraçoes. Quando um advo-
gado judeu lhe perguntou o que era preciso para ganhar a
vida eterna, Jesus mencionou a Lei mosaica que ordenava
´
amar a Deus e ao proximo. Querendo se mostrar justo, o
´ ´
homem perguntou: “Quem e realmente o meu proximo?”
´
Em resposta, Jesus contou uma historia. Certo judeu viaja-
va sozinho quando foi atacado por assaltantes, que o dei-
xaram quase morto. Passaram dois outros judeus por aque-
la estrada: primeiro um sacerdote, depois um levita. Ambos
˜
o ignoraram. Mas entao passou um samaritano. Com pena
do judeu, ele bondosamente tratou das feridas dele e amo-
rosamente o levou para um lugar seguro, uma hospedaria,
´
onde poderia se recuperar. Concluindo a historia, Jesus per-
ˆ
guntou ao advogado: “Qual destes tres te parece ter-se feito
´
proximo do homem que caiu entre os salteadores?” O ho-
mem teve de responder: “Aquele que agiu misericordiosa-
mente para com ele.” — Lucas 10:25-37.
´
14 Como essa parabola reflete a sabedoria de Jesus? Naque-
´ ´
le tempo, os judeus so aplicavam o termo “proximo” aos
˜ ˜
que guardavam suas tradiçoes, o que nao era o caso dos sa-
˜ ´ ´
maritanos. ( Joao 4:9) Se na historia que Jesus contou a vıti-
´
ma fosse o samaritano e o judeu o ajudasse, sera que isso
teria ajudado a combater o preconceito? Sabiamente, Jesus
´ ´
formulou a historia de tal modo que o samaritano e quem
´
cuidou bondosamente do judeu. Note tambem a pergunta
´
que Jesus fez no fim da historia. Ele mudou o foco do termo
´
“proximo”. O advogado tinha, em outras palavras, pergun-
´
tado: “Quem deve ser o alvo do meu amor, ou seja, meu pro-
ˆ
ximo?” Mas Jesus perguntou: “Qual destes tres te parece ter-
´ ˜
se feito proximo?” Jesus nao enfocou aquele que recebeu a
´
bondade (a vıtima), mas aquele que a demonstrou (o sama-
´
ritano). Quem realmente age como “proximo” toma a ini-
˜
ciativa de mostrar amor aos outros, nao importa qual seja
´ ˜ ´
a origem etnica desses. Nao da para imaginar uma maneira
melhor de Jesus ressaltar esse ponto.
´
216 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ˜
15 E de admirar, entao, que as pessoas ficassem assombra-
das com o “modo de ensinar” de Jesus e se achegassem a
˜
ele? (Mateus 7:28, 29) Em certa ocasiao, “uma grande mul-
˜ ˆ ´
tidao” o acompanhou por tres dias, ficando ate mesmo sem
comer! — Marcos 8:1, 2.
Seu modo de vida
16 O terceiro campo em que Jesus refletiu a sabedoria de
´
Jeova foi no seu modo de vida. A sabedoria funciona na
´ ˆ ´ ´ ´
pratica. “Quem entre voces e sabio?”, perguntou o discıpu-
´ ` ´
lo Tiago. Daı, respondeu a propria pergunta, dizendo: “Que
ˆ ´
sua conduta correta de prova pratica disso.” (Tiago 3:13, The
´
New English Bible) A conduta de Jesus dava “prova pratica”
de que ele se deixava guiar pela sabedoria divina. Vejamos
´
como ele mostrou bom criterio, tanto no seu modo de vida
como nos tratos com outros.
17 Ja´ notou que as pessoas que nao ˜ ˆ ´
tem bom criterio muitas
´ ´
vezes se tornam extremistas? Isso se da porque e preciso sa-
bedoria para ser equilibrado. Refletindo a sabedoria divina,
´
Jesus tinha perfeito equilıbrio. Acima de tudo, deu primazia
`
as coisas espirituais. Envolveu-se
´ plenamente na obra de de-
´
clarar as boas novas.´ “E com este objetivo que saı”, disse ele.
˜
(Marcos 1:38) E evidente que bens materiais nao eram de
ˆ ´
importancia primaria para ele, pois aparentemente ele tinha
muito pouco em sentido material. (Mateus 8:20) Mas ele
˜
nao era um asceta. Como seu Pai, o “Deus feliz”, Jesus era
´
uma pessoa alegre e contribuıa para a felicidade de outros.
´
(1 Timoteo 1:11; 6:15) Quando assistiu a uma festa de casa-
´ ´
mento — onde e comum haver musica, canto e alegria —, ele
˜ ´
nao agiu como desmancha-prazeres. Pelo contrario, quan-
´
do acabou a bebida, ele transformou agua em vinho, “que
˜ ˜
alegra o coraçao do homem mortal”. (Salmo 104:15; Joao
´
16. De que modo Jesus deu “prova pratica” de que se deixava guiar
pela sabedoria divina?
17. O que indica que Jesus levava uma vida perfeitamente equili-
brada?
JESUS REVELA A “SABEDORIA DE DEUS” 217

˜
Perguntas para Meditaçao
´ ˜
Proverbios 8:22-31 Como a descriçao da sabedoria personifi-
´ ˆ
cada se ajusta ao que a Bıblia diz a respeito do Filho primoge-
´
nito de Jeova?
˜
Mateus 13:10-15 Como as ilustraçoes de Jesus eram eficazes
˜
em revelar a atitude de coraçao dos seus ouvintes?
˜ ˆ
Joao 1:9-18 Por que Jesus pode revelar a sabedoria de Deus?
˜ ˜ ´
Joao 13:2-5, 12-17 Como Jesus ensinou uma liçao na pratica?
´
Com isso, o que ele queria ensinar aos apostolos?

˜
2:1-11) Jesus aceitou muitos convites para refeiçoes e, com
ˆ ˜
frequencia, usou essas ocasioes para ensinar. — Lucas 10:38-
42; 14:1-6.
18 Jesus demonstrou impecavel ´ ´
bom criterio ao lidar com
˜
outros. Sua compreensao da natureza humana lhe permitia
´
ter um conceito claro sobre os seus discıpulos. Sabia mui-
˜
to bem que eles nao eram perfeitos. Mas percebia suas boas
´
qualidades. Via o potencial desses homens que Jeova havia
´ ˜
atraıdo. ( Joao 6:44) Apesar de suas falhas, Jesus estava dis-
posto a dar-lhes um voto de confiança. Demonstrando isso,
´
delegou uma responsabilidade muito grande aos discıpulos:
pregar as boas novas. Confiava na habilidade deles de cum-
prir essa tarefa. (Mateus 28:19, 20) O livro de Atos confirma
que realizaram fielmente a obra ´ ´ que ele lhes mandara fazer.
˜
(Atos 2:41, 42; 4:33; 5:27-32) E obvio, entao, que Jesus havia
sido sensato ao confiar neles.
19 Como vimos no Capıtulo´ ´
20, a Bıblia associa a humilda-
de e a brandura com a sabedoria. Naturalmente, o melhor
´ ´
exemplo em ´ demonstrar essas qualidades e o de Jeova. Mas
e Jesus? E emocionante ver a humildade que ele mostrou
´ ´
18. Como Jesus demonstrou impecavel bom criterio ao lidar com
´
seus discıpulos?
19. Como Jesus demonstrou que era de “temperamento brando e hu-
˜
milde de coraçao”?
´
218 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
ao lidar com os discıpulos. Como homem perfeito, ele era
˜
superior a eles. Mas nao os menosprezava. Nunca os fez se
´
sentir inferiores ou incompetentes. Pelo contrario, levava
˜
em conta as limitaçoes deles e era paciente quando erravam.
˜ ˜ ´
(Marcos 14:34-38; Joao 16:12) Nao acha interessante que ate
` ´
crianças se sentiam a vontade com Jesus? Sem duvida, sen-
´
tiam-se atraıdas a ele porque percebiam que ele era de “tem-
˜
peramento brando e humilde de coraçao”. — Mateus 11:29;
Marcos 10:13-16.
20 Jesus refletiu a humildade divina de outra maneira im-
´ ´ ´
portante. Ele era razoavel, ou flexıvel, quando a misericor-
dia tornava isso apropriado. Lembre-se, por exemplo, da
˜
ocasiao em que uma mulher gentia lhe implorou que curas-
ˆ
se sua filha terrivelmente endemoninhada. De tres manei-
˜ ˜
ras, Jesus indicou que nao a ajudaria: primeiro, nao respon-
deu; segundo, disse diretamente que havia sido enviado,
˜
nao aos gentios, mas aos judeus; e terceiro, contou uma ilus-
˜
traçao que bondosamente ressaltou esse mesmo ponto. Mas
ˆ ´
a mulher persistiu, dando evidencia de que tinha fe extraor-
´ ˆ
dinaria. Em vista dessa circunstancia excepcional, como Je-
˜
sus reagiu? Ele fez exatamente aquilo que afirmara que nao
´
faria: curou a filha da mulher. (Mateus 15:21-28) Que nota-
˜
vel demonstraçao de humildade! E lembre-se de que a hu-
´
mildade e a base da verdadeira sabedoria.
21 Como somos gratos de que os Evangelhos nos revelam
˜ ´ ´
as palavras e açoes do homem mais sabio que ja viveu! Lem-
˜
bre-se de que Jesus refletia com perfeiçao o modo de agir do
Seu Pai. Se imitarmos a personalidade, a maneira de falar e a
conduta de Jesus, estaremos cultivando a sabedoria de cima.
´ ´ ˆ
No proximo capıtulo, veremos como podemos por a sabe-
´
doria divina em pratica na nossa vida.
20. Como Jesus mostrou razoabilidade ao lidar com uma mulher
gentia cuja filha estava endemoninhada?
21. Por que devemos nos esforçar a imitar a personalidade, a manei-
ra de falar e a conduta de Jesus?
´
C A P I T U L O 2 2

´ ´
Esta pondo em pratica
“a sabedoria de cima”?
´
ERA um caso difıcil: duas mulheres discutiam por causa de
ˆ
um bebe. Elas viviam na mesma casa e, com poucos dias de
` ˆ
diferença, cada uma havia dado a luz um filho. Um dos bebes
˜
morrera e agora cada mulher afirmava ser a mae do que es-
˜
tava vivo.1 Nao havia testemunhas do acontecido. Possivel-
´
mente, o caso ja havia sido apresentado a um tribunal de me-
ˆ ˜
nor instancia, mas nao se chegara a um veredicto. Por fim, a
˜ ´
disputa foi levada a Salomao, rei de Israel. Sera que ele con-
seguiria descobrir a verdade?
2 Depois de escutar um pouco a discussao ˜
das mulheres, Sa-
˜ ´
lomao pediu uma espada. Daı, aparentemente cheio de con-
˜
vicçao, ordenou que a criança fosse cortada em duas partes e
que se desse metade a cada uma das mulheres. Imediatamen-
˜ ˆ
te, a mae verdadeira implorou que o rei desse o bebe — seu
`
querido filho — a outra mulher, que insistia que a criança fos-
˜
se cortada em dois. Salomao descobrira a verdade. Ele sabia
˜ ˜
da compaixao e do carinho que uma mae sente pelo filho
que carregou no ventre e usou esse conhecimento para resol-
´ ˜ ˜
ver a disputa. Imagine o alıvio da mae quando Salomao lhe
ˆ ´ ˜
entregou seu bebe e disse: “Ela e sua mae.” — 1 Reis 3:16-27.
3 Que sabedoria extraordinaria, ´ ˜
nao concorda? Quando as
1 Conforme 1 Reis 3:16, as duas mulheres eram prostitutas. A obra Es-
tudo Perspicaz das Escrituras diz: “Tais mulheres podem ter sido prosti-
˜
tutas, nao em sentido comercial, mas mulheres que tinham cometido
˜
fornicaçao, quer mulheres judias, quer, bem possivelmente, mulheres
ˆ ´
de ascendencia estrangeira.” — Publicada pelas Testemunhas de Jeova.
˜ ´
1-3. (a) Como Salomao demonstrou sabedoria extraordinaria no
modo como resolveu uma disputa entre duas mulheres? (b) O que
´
Jeova promete nos dar? Que perguntas surgem?
´
220 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
pessoas souberam como Salomao resolvera o caso, ficaram
assombradas, “pois viram que havia nele a sabedoria de
˜ ´
Deus”. De fato, a sabedoria de Salomao era uma dadiva di-
´ ˜ ´
vina. Jeova lhe concedera “um coraçao sabio e entendido”.
´ ´ ´
(1 Reis 3:12, 28) E nos? Sera que tambem podemos receber a
˜ ˜
sabedoria divina? Sim, porque sob inspiraçao Salomao escre-
´ ´ ´ ´ ´
veu: “O proprio Jeova da sabedoria.” (Proverbios 2:6) Jeova
promete dar sabedoria — a habilidade de usar bem o conhe-
cimento, o entendimento e o discernimento — a todos que
a buscam com sinceridade. Como podemos obter a sabedo-
´
ria de cima? E como podemos aplica-la na vida?

Como ‘adquirir sabedoria’?


ˆ ´
4 Precisamos de inteligencia extraordinaria ou de muita ins-
˜ ˜ ´ ´
truçao para receber a sabedoria divina? Nao. Jeova esta dis-
´ ˜
posto a partilha-la conosco nao importa qual seja a nossa
˜ ´
formaçao ou quanto estudo tenhamos. (1 Corıntios 1:26-29)
´
Mas temos de tomar a iniciativa, porque a Bıblia nos incen-
´
tiva a ‘adquirir sabedoria’. (Proverbios 4:7) Como podemos
fazer isso?
5 Primeiro, e´ preciso temer a Deus. “O temor de Jeova´ e´
´
o inıcio da sabedoria [“o primeiro passo para a sabedoria”,
´
The New English Bible]”, diz Proverbios 9:10. O temor de
´ ˆ
Deus e a base da sabedoria verdadeira. Por que? Lembre-se
ˆ
de que a sabedoria envolve a habilidade de usar com exito
˜
o conhecimento. Temer a Deus nao significa encolher-se de
medo diante dele, mas curvar-se com assombro, respeito e
´ ´
confiança. Esse temor e saudavel e nos motiva a harmonizar
nossa vida com o conhecimento da vontade e dos modos de
´
Deus. Essa e a maneira mais sensata de agir, pois as normas
´ ´
de Jeova sempre resultam nos maiores benefıcios para os que
as seguem.
6 Em segundo lugar, precisamos ser humildes e modestos.

˜
4-7. Quais sao quatro requisitos para adquirir sabedoria?
´ ´
ESTA PONDO EM PRATICA “A SABEDORIA DE CIMA”? 221
˜
Essas qualidades sao vitais para se obter sabedoria divina.
´ ˆ
(Proverbios 11:2) Por que? Se formos humildes e modestos,
˜
estaremos dispostos a admitir que nao temos resposta para
˜ ˜
tudo, que nossas opinioes nem sempre sao corretas e que
´ ´
precisamos saber qual e o conceito de Jeova sobre os assun-
˜ ´
tos. “Deus opoe-se aos soberbos”, mas alegremente da sabe-
˜
doria aos humildes de coraçao. — Tiago 4:6.
7 Um terceiro fator essencial e´ estudar a Palavra escrita de
´
Deus, visto que a sabedoria divina e revelada nela. Para ob-
´
ter essa sabedoria, temos de nos esforçar para busca-la. (Pro-
´ ´ ˜
verbios 2:1-5) Um quarto requisito e a oraçao. Se formos sin-
´
ceros ao pedir sabedoria a Deus, ele a dara generosamente.
´ ˜
(Tiago 1:5) Se solicitarmos a ajuda do Seu espırito em oraçao,
´ ´ ´ ´
ele sem duvida respondera. O espırito de Jeova nos orienta-
´
ra para que encontremos os tesouros da sua Palavra que nos
˜
ajudarao a resolver problemas, evitar perigos e tomar deci-
˜ ´
soes sabias. — Lucas 11:13.
8 Como mencionamos no Capıtulo ´ ´
17, a sabedoria de Jeova
´ ´ ´ ´
e pratica. Assim, se realmente a adquirimos, isso ficara obvio
´
no modo como nos comportamos. O discıpulo Tiago des-
´
creveu os frutos da sabedoria divina: “A sabedoria de cima e
´ ´
primeiramente casta, depois pacıfica, razoavel, pronta para
´
obedecer, cheia de misericordia e de bons frutos, sem parcia-
lidade, sem hipocrisia.” (Tiago 3:17) Ao analisarmos cada um
desses aspectos da sabedoria divina, podemos nos pergun-
´ ´
tar: ‘Sera que estou pondo em pratica na vida a sabedoria de
cima?’
´
“Casta, depois pacıfica”
9 “Primeiramente casta.” Ser casto significa ser puro e ima-
˜ ´ ´ ´
culado nao so externamente, mas tambem no ıntimo.
´ ´
8. Se realmente adquirimos sabedoria divina, em que isso ficara ob-
vio?
´
9. O que significa ser casto? Por que e apropriado que a castidade seja
a primeira qualidade da sabedoria a ser alistada?
´
222 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´ ˜
A Bıblia diz que a sabedoria esta ligada ao coraçao, mas ela
˜ ˜
nao pode penetrar num coraçao aviltado por pensamentos,
˜ ´
desejos e motivaçoes errados. (Proverbios 2:10; Mateus 15:19,
˜ ´
20) Contudo, se nosso coraçao for casto — isto e, ao ponto
´ ´ ´
em que isso e possıvel para humanos imperfeitos —, nos nos
´ ´
‘desviaremos do que e mau e faremos o que e bom’. (Salmo
´ ˜
37:27; Proverbios 3:7) Nao acha apropriado que a castidade
seja a primeira qualidade da sabedoria a ser alistada? Afinal,
˜
se nao formos moral e espiritualmente limpos, como pode-
remos refletir de forma plena as outras qualidades da sabe-
doria de cima?
10 “Depois pacıfica.” ´
A sabedoria celestial nos motiva a nos
´ ´
empenharmos pela paz, que e um fruto do espırito de Deus.
´ ´ ´ ˜
(Galatas 5:22) Fazemos tudo o que e possıvel para nao rom-
´ ´ ´
per o “vınculo . . . da paz” que une o povo de Jeova. (Efe-
´ ´
sios 4:3) Tambem procuramos restaurar a paz quando ela e
´ ´
perturbada. Por que isso e importante? A Bıblia diz: “Conti-
nuai . . . a viver pacificamente; e o Deus de amor e de paz
´ ´
estara convosco.” (2 Corıntios 13:11) De modo que o Deus
´
de paz estara conosco desde que continuemos a viver pa-
cificamente. O modo como tratamos os companheiros de
˜
adoraçao afeta de forma direta o nosso relacionamento com
´
Jeova. Como podemos mostrar ser pacificadores? Veja um
exemplo.
11 O que fazer se perceber que ofendeu um companheiro de
˜ ´
adoraçao? Jesus disse: “Se tu, pois, trouxeres a tua dadiva ao
˜
altar e ali te lembrares de que o teu irmao tem algo contra
´
ti, deixa a tua dadiva ali na frente do altar e vai; faze primei-
˜ ˜
ro as pazes com o teu irmao, e entao, tendo voltado, oferece
´ ´
a tua dadiva.” (Mateus 5:23, 24) Podera aplicar esse conselho
˜
tomando a iniciativa de ir falar com o irmao. Com que obje-
´ ´
10, 11. (a) Por que e importante sermos pacıficos? (b) Se achar que
˜ ´
ofendeu um companheiro de adoraçao, como podera mostrar ser um
´
pacificador? (Veja tambem a nota.)
Para obter sabedoria divina, temos de
´
nos esforçar para busca-la

tivo? ‘Fazer as pazes.’1 Para conseguir isso, talvez seja neces-


´ ˜ ˆ
sario admitir, nao negar, que voce feriu os sentimentos dele.
ˆ
Se ao conversarem voce mantiver em mente que o seu obje-
´ ´ ´
tivo e restaurar a paz, e bem provavel que se esclareçam os
˜
mal-entendidos, se peçam desculpas e se estenda o perdao.
ˆ
Quando toma a iniciativa de fazer as pazes, voce mostra que
se deixa guiar pela sabedoria divina.
´
“Razoavel, pronta para obedecer”
´ ´
12“Razoavel.” O que significa ser razoavel? Segundo certos
´ ´
eruditos, e difıcil traduzir a palavra grega original vertida
˜
1 A expressao grega traduzida ‘faze as pazes’ vem de um verbo que sig-
nifica “ ‘mudar, trocar’ e, consequentemente, ‘reconciliar’ ”. De modo
´ ´
que o seu objetivo e ocasionar uma mudança, se possıvel removendo o
˜
rancor do coraçao do ofendido. — Romanos 12:18.
´ ´
12, 13. (a) Qual e o sentido da palavra traduzida “razoavel” em Tia-
´
go 3:17? (b) Como podemos mostrar que somos razoaveis?
´
224 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
“razoavel” em Tiago 3:17. Alguns tradutores usaram ter-
mos como “bondosa”, “condescendente” e “compreensiva”.
´ ´
O sentido literal da palavra grega e “flexıvel, disposto a ceder”.
Como podemos demonstrar que aplicamos esse aspecto da sa-
bedoria de cima na nossa vida?
13 “Seja a vossa razoabilidade conhecida de todos os ho-
˜
mens”, diz Filipenses 4:5. Outra traduçao diz: “Tende a reputa-
˜ ´
çao de ser razoaveis.” (The New Testament in Modern English,
˜ ´ ˜
de J. B. Phillips) Note que nao e tanto uma questao de como
´
encaramos a nos mesmos; devemos levar em conta como ou-
´
tros nos encaram, como somos conhecidos. A pessoa razoavel
˜ ´
nao insiste em aplicar a lei ao pe da letra ou em que as coisas
´
sejam sempre feitas do seu jeito. Em vez disso, esta disposta a
escutar outros e, quando apropriado, a ceder aos desejos de-
˜ ´
les. Uma pessoa assim nao e dura ou grosseira, mas bondosa
nos seus tratos com outros. Embora essa qualidade seja essen-
˜ ´
cial para todos os cristaos, e especialmente importante para os
˜
que servem como anciaos. Se estes forem atenciosos, outros se
˜ ´ ´
sentirao atraıdos a eles, considerando-os acessıveis. (1 Tessalo-
nicenses 2:7, 8) Seria bom nos perguntarmos: ‘Tenho a repu-
˜ ´ ´
taçao de ser alguem compreensivo, flexıvel e bondoso?’
14 “Pronta para obedecer.” A palavra grega traduzida “pronta
˜
para obedecer” nao se encontra em nenhuma outra parte das
˜
Escrituras Gregas Cristas. Segundo certo erudito, essa palavra
´ `
“e muitas vezes usada referente a disciplina militar”. Transmi-
´ ´
te a ideia de ser “facil de persuadir” e “submisso”. Quem e go-
vernado pela sabedoria de cima se submete prontamente ao
˜ ´ ´
que as Escrituras dizem. Nao e conhecido como alguem que
˜ ´
toma uma decisao e daı se recusa a ser influenciado por quais-
´
quer fatos que contrariem seu ponto de vista. Pelo contrario,
´
esta sempre pronto a fazer mudanças quando lhe apresentam
´ ´ ´
provas bıblicas incontestaveis de que sua atitude esta errada
˜ ´ ˆ ´
ou de que tirou conclusoes incorretas. Sera que voce e conhe-
´
cido como alguem que age assim?
14. Como podemos demonstrar que somos ‘prontos para obedecer’?
´ ´
ESTA PONDO EM PRATICA “A SABEDORIA DE CIMA”? 225
´
“Cheia de misericordia e de bons frutos”
15 “Cheia de misericordia ´ ´
e de bons frutos.”1 A misericordia
´ ´
e uma parte importante da sabedoria de cima, que e descri-
´
ta como sendo “cheia de misericordia”. Note que se mencio-
´ ´
nam juntos a “misericordia” e os “bons frutos”. Isso e apro-
´ ´ `
priado porque, na Bıblia, a misericordia em geral se refere a
˜ ` ˜
preocupaçao ativa com outros, a compaixao que produz uma
ˆ
grande quantidade de atos bondosos. Uma obra de referencia
´ `
define misericordia como “sentimento de tristeza devido a si-
˜ ´
tuaçao ruim de alguem e a tentativa de fazer algo a respeito”.
˜ ´
De modo que a sabedoria divina nao e severa, fria ou mera-
´ ´
mente intelectual. Pelo contrario, ela e branda, calorosa e sen-
´
sıvel. Como podemos mostrar que estamos cheios de miseri-
´
cordia?
´
16 Sem duvida, ´
um modo importante de fazer isso e por
transmitir as boas novas do Reino de Deus a outros. O que nos
leva a fazer essa obra? Em primeiro lugar, o amor a Deus. Mas
´ ´ ˜
tambem somos motivados pela misericordia, ou compaixao
˜
por outros. (Mateus 22:37-39) Muitas pessoas hoje sao “esfola-
das e empurradas dum lado para outro como ovelhas sem pas-
tor”. (Mateus 9:36) Falsos pastores religiosos as negligenciam
˜
e cegam em sentido espiritual. Em resultado disso, elas nao sa-
˜ ´
bem que a Palavra de Deus tem orientaçoes sabias nem que o
´ ˆ ˜
Reino logo trara bençaos para a Terra. Quando meditamos nas
necessidades espirituais dos que nos rodeiam, nossa compai-
˜ ˜
xao de coraçao nos motiva a fazer tudo o que podemos para
´ ´
lhes falar dos amorosos propositos de Jeova.
˜ ˜
1 Ao verter essas palavras, outras traduçoes usaram expressoes como
˜ ˜ ˜ ˆ ´
“cheia de compaixao” e “boas açoes”. — Traduçao Ecumenica; Bıblia na
Linguagem de Hoje.
´ ´ ´ ´
15. O que e misericordia? Por que e apropriado que “misericordia” e
“bons frutos” sejam mencionados juntos em Tiago 3:17?
´
16, 17. (a) Alem do amor a Deus, o que mais nos motiva a partici-
˜ ˆ
par na obra de pregaçao e por que? (b) De que maneiras podemos
´
mostrar que estamos cheios de misericordia?
´
226 ACHEGUE-SE A JEOVA

17 De que outras maneiras podemos mostrar que estamos


´ ˜
cheios de misericordia? Lembra-se da ilustraçao de Jesus so-
´ `
bre o samaritano que encontrou um viajante caıdo a beira da
´
estrada apos ser espancado e assaltado? Movido pela com-
˜
paixao, o samaritano “agiu misericordiosamente”, tratando
´
dos ferimentos da vıtima e cuidando dela. (Lucas 10:29-37)
´
Isso ilustra muito bem que a misericordia envolve dar ajuda
´ ´
pratica aos necessitados. A Bıblia nos ordena que façamos “o
´
que e bom para com todos, mas especialmente para com os
´ ´
aparentados conosco na fe”. (Galatas 6:10) Veja alguns exem-
`
plos: um concrente idoso precisa de transporte para assistir as
˜ ˜ ´ ˜
reunioes cristas. Uma viuva da congregaçao precisa de ajuda
para fazer alguns consertos em casa. (Tiago 1:27) Uma pes-
soa deprimida precisa de uma “boa palavra” que a reanime.
´ ´
(Proverbios 12:25) Quando mostramos misericordia dessas
´
maneiras, damos prova de que colocamos em pratica a sabe-
doria de cima.
“Sem parcialidade, sem hipocrisia”
´
18 “Sem parcialidade.” A sabedoria divina da forças para se
superar o preconceito racial e o orgulho nacional. Se formos
˜
guiados por ela, nos esforçaremos a eliminar do coraçao toda
ˆ ˜
tendencia de mostrar favoritismo. (Tiago 2:9) Nao favorece-
˜
remos outros em virtude da sua formaçao educacional, con-
˜
diçao financeira ou responsabilidade congregacional; nem
˜ ˜
desprezaremos companheiros de adoraçao, nao importa o
´
quanto pareçam humildes. Se Jeova demonstrou o Seu amor
´ ´
por eles, sem duvida devemos considera-los dignos do nosso
amor.
´
19 “Sem hipocrisia.” A palavra grega para “hipocrita” pode
significar “aquele que faz o papel de ator”. No passado, os
18. Se formos guiados pela sabedoria de cima, o que nos esforçare-
˜ ˆ
mos a eliminar do coraçao? Por que?
´ ´
19, 20. (a) Qual e a origem da palavra grega para “hipocrita”?
˜
(b) Como podemos demonstrar “afeiçao fraternal sem hipocrisia”?
´
Por que isso e importante?
´ ˜
Quando mostramos misericordia, ou compaixao,
para com outros, refletimos “a sabedoria de cima”
´
atores gregos e romanos usavam grandes mascaras quando
´
representavam. Assim, a palavra grega para “hipocrita” pas-
´
sou a ser usada para quem e fingido ou falso. Sabermos que
´ ˜
a sabedoria divina e “sem hipocrisia” deve influenciar nao
´
so o modo como tratamos nossos companheiros de adora-
˜ ´ ˜
çao, mas tambem como nos sentimos em relaçao a eles.
´
20 O apostolo Pedro mencionou que nossa “obediencia ˆ `
a
˜
verdade” deve resultar em “afeiçao fraternal sem hipocri-
˜ ˜
sia”. (1 Pedro 1:22) De modo que nossa afeiçao pelos irmaos
˜ ˜
nao pode ser apenas da boca para fora. Nao devemos ‘usar
´
mascaras’ nem ‘desempenhar um papel’ para enganar ou-
˜ ´ ˜
tros. Nossa afeiçao precisa ser genuına, de coraçao. Assim,
conquistaremos a confiança de nossos concrentes, porque
˜
eles perceberao que somos exatamente o que parecemos ser,
´
ou seja, sinceros. Isso nos possibilitara ter relacionamentos
˜ ´
abertos e honestos com outros cristaos e criara um clima de
˜
confiança na congregaçao.
´
228 ACHEGUE-SE A JEOVA

˜
Perguntas para Meditaçao
ˆ ´
Deuteronomio 4:4-6 Como podemos mostrar-nos sabios?
´
Salmo 119:97-105 Que benefıcios teremos se estudarmos dili-
gentemente a Palavra de Deus e aplicarmos o que aprendemos?
´
Proverbios 4:10-13, 20-27 Por que precisamos da sabedoria de
´
Jeova?
ˆ
Tiago 3:1-16 Como aqueles que tem responsabilidades de su-
˜ ˜ ˜ ´
pervisao na congregaçao podem mostrar que sao sabios e dis-
cernidores?

´
“Resguarda a sabedoria pratica”
´ ´ ´
21 A sabedoria divina e uma dadiva de Jeova, por isso, deve-
´ ˜
mos resguarda-la. Salomao disse: “Filho meu, . . . resguarda
´ ´ ´
a sabedoria pratica e o raciocınio.” (Proverbios 3:21) Infe-
´ ˜
lizmente, o proprio Salomao deixou de fazer isso. Ele con-
´ ˜
tinuou a ser sabio enquanto manteve um coraçao obedien-
te. Mas, por fim, suas muitas esposas estrangeiras desviaram
˜ ˜ ´
seu coraçao da adoraçao pura de Jeova. (1 Reis 11:1-8) O que
˜
aconteceu com Salomao ilustra que apenas ter conhecimen-
˜ ˜
to nao adianta muita coisa se esse nao for aplicado correta-
mente.
22 Como podemos resguardar a sabedoria pratica? ´ ´
Alem de
´ ˜
ler regularmente a Bıblia e as publicaçoes baseadas nela, for-
necidas pelo “escravo fiel e discreto”, devemos nos empe-
nhar em aplicar o que aprendemos. (Mateus 24:45) Temos
motivos de sobra para fazer isso. A sabedoria divina tor-
na a nossa vida muito melhor agora. Permite que nos ‘ape-
` `
guemos firmemente a verdadeira vida’, quer dizer, a vida no
´
novo mundo de Deus. (1 Timoteo 6:19) E, o mais importan-
`
te de tudo, cultivar a sabedoria de cima nos achega a fonte de
´
toda a sabedoria, Jeova Deus.
˜
21, 22. (a) Como Salomao deixou de resguardar a sabedoria?
´
(b) Como podemos resguardar a sabedoria e que benefıcios isso nos
´
trara?
˜
S E Ç A O 4

´
“DEUS E AMOR”
´
De todas as qualidades
´ de Jeova, o amor
´ ´
e a principal. E tambem a mais atraente.
Ao examinarmos algumas das lindas facetas
dessa qualidade preciosa, entenderemos melhor
´ ´
por que a Bıblia diz que “Deus e amor”.
˜
— 1 Joao 4:8.
´
C A P I T U L O 2 3

“Ele nos amou primeiro”


´
QUASE 2 mil anos atras, um homem inocente foi julgado, con-
˜ ´ `
denado por crimes que nao cometera e torturado ate a mor-
˜ ˜ ´
te. Essa nao foi a primeira execuçao cruel e injusta da Historia
´
— nem a ultima, infelizmente. Mas aquela morte foi diferente
de todas as outras.
`
2 A medida que aquele homem sofria suas agonizantes horas
´ ´ ´
finais, viram-se indıcios no proprio ceu de que se tratava de um
acontecimento incomum. Embora fosse o meio do dia, subita-
˜
mente uma escuridao cobriu a terra, ou, como descreveu um
´
historiador, “a luz do sol falhou”. (Lucas 23:44, 45) Daı, pou-
´
co antes de dar seu ultimo suspiro, aquele homem proferiu es-
´ ´
tas palavras inesquecıveis: “Esta consumado!” Na verdade, ao
dar sua vida, ele consumou, ou realizou, algo maravilhoso. Seu
´ ´
sacrifıcio foi o maior ato de amor ja realizado por qualquer ser
˜
humano. — Joao 15:13; 19:30.
3 Aquele homem, naturalmente, era Jesus Cristo. Seu sofri-
˜ ˜
mento e morte naquele dia sombrio, 14 de nisa de 33 EC, sao
´
bem conhecidos. Mas um fato importante e frequentemente
´
ignorado: embora Jesus sofresse muito, houve alguem que so-
freu mais do que ele. De fato, naquele dia outra pessoa fez um
´ ´
sacrifıcio ainda maior, o maior ato de amor ja feito por qualquer
pessoa no Universo inteiro. Qual foi? A resposta a essa pergun-
´ ˜
ta servira de introduçao apropriada para começarmos a anali-
´
sar o mais importante de todos os assuntos: o amor de Jeova.
O maior ato de amor
˜ ˜
4 O centuriao romano que supervisionou a execuçao de
˜
1-3. Quais sao alguns fatores que tornaram a morte de Jesus diferen-
´
te de todas as outras na Historia?
˜
4. Como um soldado romano percebeu que Jesus nao era um homem
˜
comum e a que conclusao chegou?
ˆ
“Deus . . . deu o seu Filho unigenito”
´
232 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
Jesus ficou assombrado tanto com a escuridao que prece-
´
deu sua morte como com o fortıssimo terremoto que se se-
guiu. “Certamente´ este era o Filho de Deus”, disse ele. (Ma-
˜
teus 27:54) E evidente que Jesus nao era um homem comum.
ˆ
Aquele soldado havia ajudado a executar o Filho unigenito
´
do Deus Altıssimo! Qual a intensidade do amor que o Pai
sentia por seu Filho?
´
5 A Bıblia ˆ ˜
chama Jesus de “primogenito de toda a criaçao”.
´
(Colossenses 1:15) Imagine: o Filho de Jeova existia antes de
´ ˜
ser criado o Universo fısico. Entao, por quanto tempo Pai e
Filho estiveram juntos? Alguns cientistas calculam a idade do
˜
Universo em 13 bilhoes de anos. Consegue imaginar todo
esse tempo? Para ajudar as pessoas a entender a idade do Uni-
´
verso, conforme calculada pelos cientistas, certo planetario
tem uma linha do tempo de 110 metros de comprimento. Os
visitantes caminham ao longo dessa linha e cada passo deles
˜ ˆ
representa cerca de 75 milhoes de anos na existencia do Uni-
´ ´
verso. No fim da linha do tempo, toda a Historia humana e
´
representada por uma unica marca da espessura de um fio de
cabelo humano! Mesmo que essa estimativa esteja correta,
˜ ´
aquela inteira linha do tempo nao e suficiente para represen-
˜ ´
tar a duraçao da vida do Filho de Jeova! O que ele fazia du-
rante todas aquelas eras?
6 O Filho alegremente serviu como “mestre de obras” do
´ ´ `
Pai. (Proverbios 8:30) A Bıblia diz: “A parte [do Filho] nem
´ ` ˆ ˜
mesmo uma so coisa veio a existencia.” ( Joao 1:3) De modo
´
que Jeova e seu Filho, trabalhando em conjunto, fizeram
tudo que existe. Quantos momentos emocionantes e felizes
passaram juntos! Pois bem, a maioria das pessoas reconhe-
´
ce que o amor entre pais e filhos e extremamente forte. E o
´ ´ ˜
amor “e o perfeito vınculo de uniao”. (Colossenses 3:14) As-
˜ ´
5. Como se pode ilustrar a imensa duraçao do tempo que Jeova e seu
´
Filho passaram juntos no ceu?
´ ˆ ´
6. (a) O que o Filho de Jeova fazia durante sua existencia pre-huma-
´ ˜ ´
na? (b) Como e a ligaçao que existe entre Jeova e seu Filho?
“ELE NOS AMOU PRIMEIRO” 233
´ ´
sim, sera que algum de nos consegue sequer imaginar como
´ ˜
e forte a ligaçao — desenvolvida´ ao longo de tanto tempo —
´ ´ ˜
entre Jeova Deus e seu Filho? E obvio que eles estao unidos
´ ´
pelo mais forte vınculo de amor que ja existiu.
7 Mesmo assim, Jeova´ enviou seu Filho para a Terra, onde
ˆ ˜
nasceu como bebe humano. Ao fazer isso, o Pai abriu mao,
´
por algumas decadas, do companheirismo achegado com
´
seu Filho amado no ceu. Com grande interesse, observou
´ ´
desde o ceu Jesus crescer ate se tornar um homem perfeito.
˜ ´
Com cerca de 30 anos de idade, Jesus foi batizado. Nao e pre-
´ ˜
ciso tentar adivinhar como Jeova se sentiu em relaçao a ele.
´ ´
O Pai em pessoa falou desde o ceu: “Este e meu Filho, o ama-
do, a quem tenho aprovado.” (Mateus 3:17) Como deve ter
ficado contente ao ver Jesus cumprir fielmente tudo o que
havia sido profetizado, tudo o que lhe havia sido pedido!
˜
— Joao 5:36; 17:4.
8 Mas como Jeova´ se sentiu em 14 de nisa˜ de 33 EC quan-
´ `
do Jesus foi traıdo e preso por uma turba a noite; quando foi
abandonado por seus amigos e submetido a um julgamento
ilegal; quando o ridicularizaram, cuspiram nele e o esmurra-
´
ram; quando foi açoitado, ate que suas costas ficaram em car-
˜ ´
ne viva; quando pregaram as maos e os pes em um poste de
madeira e ele foi pendurado para morrer, ao passo que as pes-
soas zombavam dele? Como o Pai se sentiu quando seu Fi-
´
lho amado, agonizando, clamou a ele? Como Jeova se sentiu
´
quando Jesus deu seu ultimo suspiro, quando, pela primeira
´ ˜ ˜
vez desde o inıcio de toda a criaçao, Seu Filho querido nao
existia mais? — Mateus 26:14-16, 46, 47, 56, 59, 67; 27:38-44,
˜
46; Joao 19:1.
´
9 E impossıvel ´
descrever apropriadamente os sentimentos
´
7. Quando Jesus se batizou, como Jeova expressou seus sentimentos
˜
em relaçao ao Filho?
˜
8, 9. (a) O que Jesus sofreu em 14 de nisa de 33 EC e como isso afe-
´
tou seu Pai celestial? (b) Por que Jeova permitiu que seu Filho sofres-
se e morresse?
´
234 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ˜ ´
de Jeova. Nao ha palavras para expressar a dor que ele sen-
tiu com a morte de seu Filho. Mas o que pode ser expli-
´ ´
cado e o motivo de Jeova ter permitido que isso aconteces-
˜
se. Por que o Pai se submeteu a esses sentimentos? Em Joao
´ ´ ˜ ´
3:16, um versıculo bıblico tao importante que ja foi chamado
´
de “o Evangelho em miniatura”, Jeova nos faz uma revela-
˜
çao maravilhosa, dizendo: “Deus amou tanto o mundo, que
ˆ
deu o seu Filho unigenito, a fim de que todo aquele que nele
´ ˜ ´
exercer fe nao seja destruıdo, mas tenha vida eterna.” Assim,
´ ´
Jeova se sujeitou a todo aquele sofrimento por um so moti-
´
vo: amor. Aquela dadiva de Deus — enviar seu Filho para so-
´
frer e morrer por nos — foi o maior ato de amor de todos os
tempos.
Como se define o amor divino?
´
10 O que significa a palavra “amor”? O amor ja foi descri-
´
to como a maior necessidade humana. Do berço ao tumulo,
ˆ
as pessoas o procuram, se desenvolvem sob sua influencia e
´ ´
ate definham e morrem por ´falta dele. Mesmo assim, e in-
´
crivelmente difıcil defini-lo. E claro que as pessoas falam de
´ ˜ ˜
amor o tempo todo. Incontaveis livros, cançoes e poemas sao
˜ ˆ
lançados sobre esse tema. Mas isso nao ajuda a compreende-
´ ˆ
lo melhor. Na verdade, a palavra e usada com tanta frequen-
´
cia que parece cada vez mais difıcil descobrir o que realmen-
te significa.
´
11 A Bıblia, ´ ´
porem, explica claramente o que e o amor. Um
´ ´ ´
dicionario de termos bıblicos diz: “O amor so pode ser co-
˜
nhecido pelas açoes que promove.” (Expository Dictionary
´
of New Testament Words, de Vine) O registro bıblico sobre
˜ ´
as açoes de Jeova nos ensina muito sobre seu amor, a afei-
ˆ
10. Que necessidade os humanos tem e o que se pode dizer sobre o
sentido da palavra “amor”?
11, 12. (a) Onde podemos aprender muito sobre o amor, e por que
´
ali? (b) O grego antigo tinha termos especıficos para que tipos de amor
´ ˆ
e qual dessas palavras e usada com mais frequencia nas Escrituras Gre-
˜ ´ ´ ´
gas Cristas? (Veja tambem a nota.) (c) O que e a·ga·pe?
“ELE NOS AMOU PRIMEIRO” 235
˜
çao bondosa que ele sente por suas criaturas. Por exem-
´ ´
plo, ja analisamos o supremo ato de amor de Jeova. Conse-
gue pensar em uma maneira melhor de aprendermos sobre
´
essa qualidade? Nos capıtulos seguintes, veremos muitos ou-
´ ˜ ´
tros exemplos do amor de Jeova em açao. Alem disso, ana-
´
lisarmos as palavras originais para “amor” usadas na Bıblia
´
nos ajudara a compreender melhor essa qualidade. No gre-
go antigo, havia quatro palavras para “amor”.1 Dessas, a mais
˜ ´ ´
frequentemente usada nas Escrituras Gregas Cristas e a·ga·pe.
´ ´ ´
Um dicionario bıblico diz que essa e “a mais poderosa pala-
´ ˆ
vra imaginavel para amor”. Por que?
´
12 A·ga·pe ´ ´
se refere a amor guiado por princıpios. Assim, e
˜ ˜
mais do que apenas uma reaçao emocional em relaçao a ou-
´ ´
tra pessoa. Seu alcance e maior; ele e mais absorvente e en-
˜ ´ ´
volve reflexao. Acima de tudo, a·ga·pe e totalmente abnegado.
˜ ´
Por exemplo, leia novamente Joao 3:16. O que e “o mundo” ´
ˆ
que Deus amou tanto que deu seu Filho unigenito por ele? E o
mundo da humanidade que pode ser resgatada. Inclui muitas
´ ´
pessoas que levam uma vida de pecado. Sera que Jeova ama a
cada uma delas como amigos pessoais, assim como amou o
˜ ˜ ´
fiel Abraao? (Tiago 2:23) Nao, mas Jeova amorosamente de-
monstra bondade a todos, mesmo que isso envolva grandes sa-
´
crifıcios para si mesmo. Ele deseja que todos se arrependam e
mudem de vida. (2 Pedro 3:9) Muitos fazem isso, e Ele tem pra-
zer em acolher a esses como seus amigos.
´ ˆ ´
13 Alguns, porem, tem um conceito errado sobre a·ga·pe.
Acham que se trata de um tipo de amor frio e intelectual. Na
´ ˜
1 O verbo fi·le·o, que significa “ter afeiçao por ou gostar de (como de
˜ ´ ˆ
um amigo achegado ou irmao)”, e usado com frequencia nas Escritu-
˜ ´
ras Gregas Cristas. Uma forma da palavra stor·ge, o amor por parentes
´ ´
achegados, e usada em 2 Timoteo ´ 3:3 para mostrar que esse amor esta-
´ ˆ
ria em falta nos ultimos dias. E·ros, o amor romantico entre os sexos,
˜ ´ ˜
nao e um termo usado nas Escrituras Gregas Cristas, embora esse tipo
´ ´
de amor seja mencionado na Bıblia. — Proverbios 5:15-20.
´ ˜
13, 14. O que mostra que a·ga·pe muitas vezes inclui afeiçao calorosa?
´
236 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ˜
verdade, a·ga·pe muitas vezes inclui calorosa afeiçao pessoal.
˜
Por exemplo, quando Joao escreveu: “O Pai ama o Filho”,
´ ´ ˜
usou uma forma da palavra a·ga·pe. Sera que esse amor nao
˜ ˜
inclui a afeiçao? Note que Jesus disse: “O Pai tem afeiçao pelo
´ ˜
Filho”, usando uma forma da palavra fi·le·o. ( Joao 3:35; 5:20)
´ ˜
O amor de Jeova muitas vezes inclui terna afeiçao. Mas essa
´
qualidade dele nunca e influenciada por mero sentimenta-
´ ´ ´
lismo; sempre e guiada por princıpios sabios e justos.
14 Como vimos, todas as qualidades de Jeova´ sao ˜
iniguala-
´
´
veis, perfeitas e atraentes. Mas a que mais nos atrai a Ele e o
´ ´
amor. Felizmente, esta e tambem Sua qualidade dominante.
Como sabemos disso?
´
“Deus e amor”
´
15 A Bıblia ˜
usa uma expressao, a respeito do amor, que nun-
ca utiliza para descrever nenhum dos outros atributos princi-
´ ˜ ´
pais de Jeova. As Escrituras nao dizem que Deus e poder, que
´ ´
Deus e justiça nem mesmo que Deus e sabedoria. Ele possui
´
essas qualidades, e a derradeira fonte delas e, no que se refe-
´ ´
re a demonstra-las, ninguem se compara a ele. Mas a respeito
˜ ´
do quarto atributo, usa-se uma expressao que da o que pen-
´ ˜
sar: “Deus e amor.”1 (1 Joao 4:8) O que isso significa?
16 A expressao ˜ ´ ˜ ´
“Deus e amor” nao se trata de uma especie
´ ´ ´
de formula matematica, como se a Bıblia quisesse dizer que
˜ ´ ˆ
1 Outras declaraçoes bıblicas tem estrutura semelhante. Por exem-
´ ´ ˜
plo, “Deus e luz” e “Deus e . . . um fogo consumidor”. (1 Joao 1:5; He-
´
breus 12:29) Mas essas devem ser entendidas como metaforas, pois
´ ´ ´ ´
comparam Jeova a coisas fısicas. Ele e como a luz, pois e santo e reto.
˜ ˜
A “escuridao”, ou impureza, nao tem nada que ver com ele. E ele pode
ser comparado ao fogo, porque pode usar seu poder de forma destru-
tiva.
˜ ´ ´
15. Que declaraçao a Bıblia faz sobre o atributo do amor de Jeova, e
˜ ´ ´ ´
em que sentido essa declaraçao e unica? (Veja tambem a nota.)
´ ´
16-18. (a) Por que a Bıblia diz que “Deus e amor”? (b) De todas as
´ ´
criaturas na Terra, por que o homem e um sımbolo apropriado do
atributo divino do amor?
“ELE NOS AMOU PRIMEIRO” 237
´ ´ ˜
“Deus e igual a amor”. Alem disso, nao se pode inverter a or-
´ ´ ´
dem da frase; seria incorreto dizer: “O amor e Deus.” Jeova e
´
muito mais do que uma qualidade abstrata. Ele e uma pessoa
´ ´
com muitos sentimentos e caracterısticas alem do amor. Mas
´
essa qualidade e parte fundamental de Deus como pessoa. Por
ˆ ´
isso, uma obra de referencia diz o seguinte sobre esse versıcu-
´ ´ ˆ
lo: “O amor esta na propria essencia ou natureza de Deus.” De
˜
modo geral, podemos entender a questao da seguinte manei-
´
ra: o poder de Jeova lhe possibilita agir; a justiça e a sabedoria
´
guiam seus atos; mas e o amor que o motiva a agir. E, quando
´
usa seus outros atributos, Jeova sempre inclui o amor.
17 Muitas vezes se diz que Jeova´ e´ a propria ´
personifica-
˜
çao do amor. Assim, se quisermos aprender a respeito desse
´
amor
´ baseado em princıpios, temos de aprender sobre Ele.
´ ˜
E claro que os humanos tambem sao capazes de demonstrar
ˆ ´ ˜ ´
essa bela qualidade. Por que? Na epoca da criaçao, Jeova fa-
`
lou, evidentemente ao seu Filho: “Façamos o homem a nos-
ˆ
sa imagem, segundo a nossa semelhança.” (Genesis 1:26)
De todas as criaturas na Terra, apenas o ser humano pode
decidir amar e, assim, imitar seu Pai celestial. Lembre-se de
´ ´
que Jeova usou varias criaturas para simbolizar seus atribu-
˜
tos principais. Mas escolheu sua mais elevada criaçao terres-
´
tre, o homem, como sımbolo de Sua qualidade dominante,
o amor. — Ezequiel 1:10.
18 Se nosso amor for altruısta ´ ´
e baseado em princıpios, esta-
´ ´
remos refletindo a qualidade dominante de Jeova. E exata-
´ ˜ ´
mente como o apostolo Joao escreveu: “Quanto a nos, ama-
˜
mos porque ele nos amou primeiro.” (1 Joao 4:19) Mas de
´
que maneiras Jeova nos amou primeiro?
´
Jeova tomou a iniciativa
19 O amor nao ˜ ´ ´
e algo novo. Afinal, o que levou Jeova a
˜ ˜
começar a criar? Nao foi solidao nem necessidade de com-
´ ´ ˜
panhia. Jeova e completo e perfeito em si mesmo; nao lhe
19. Por que se pode dizer que o amor desempenhou um papel vital
´
na obra criativa de Jeova?
´
238 ACHEGUE-SE A JEOVA

falta nada que outra pessoa possa suprir. Mas seu amor, uma
qualidade ativa, o motivou a querer partilhar as alegrias da
´
vida com criaturas inteligentes, capazes de apreciar essa dadi-
´ ˜ ˆ
va. “O princıpio da criaçao de Deus” foi seu Filho unigeni-
˜ ´ ´
to. (Revelaçao [Apocalipse] 3:14) Daı, Jeova usou esse Mestre
` ˆ
de Obras para trazer todas as outras coisas a existencia, a co-
´
meçar pelos anjos. ( Jo 38:4, 7; Colossenses 1:16) Abençoados
ˆ ´
com liberdade, inteligencia e sentimentos, esses espıritos po-
´
derosos tiveram a oportunidade de formar seus proprios la-
´
ços de amor: uns com os outros e, acima de tudo, com Jeova
´
Deus. (2 Corıntios 3:17) Assim, amaram porque foram ama-
dos primeiro.
20 O mesmo se deu com a humanidade. Desde o inıcio, ´
˜
Adao e Eva estavam praticamente cercados de amor. ´ Para
´
todo lado que olhassem no seu lar paradisıaco, o Eden, po-
´
diam ver provas do amor de seu Pai ´ por eles. A Bıblia diz:
´
“Jeova Deus plantou um jardim no Eden, do lado do oriente,
ˆ ˆ ´
e ali pos o homem que havia formado.” (Genesis 2:8) Ja es-
´
teve num belıssimo jardim ou parque? Do que gostou mais?
Da luz atravessando as folhagens e iluminando um canto
´
sombrio? Do impressionante arco-ıris de flores num cantei-
´ ´
ro? Da musica de fundo produzida pelo murmurio de um
´
riacho, pelo canto dos passaros e pelo zumbido dos insetos?
´
Do perfume de arvores, flores e frutos?´ Seja como for, ne-
´ ˆ
nhum parque de hoje chega aos pes do Eden. Por que?
21 O proprio ´ ´
Jeova plantou aquele jardim! Deve ter sido um
´
lugar indescritivelmente belo. Havia ali todo tipo de arvore
´
frutıfera ou ornamental. O jardim era bem irrigado, espaço-
˜
so e com uma variedade fascinante de animais. Adao e Eva ti-
nham tudo de que precisavam para ter uma vida feliz e sa-
´
tisfatoria, incluindo trabalho gratificante e companheirismo
´
perfeito. Jeova os amou primeiro e eles tinham motivos de
˜
sobra para retribuir esse amor. Mas nao fizeram isso. Em vez
˜ ´
20, 21. Que provas Adao e Eva tinham de que Jeova os amava, mas
como reagiram?
“ELE NOS AMOU PRIMEIRO” 239

˜
Perguntas para Meditaçao
´
Salmo 63:1-11 Como devemos encarar o amor de Jeova? Essa
qualidade pode nos ajudar a desenvolver que confiança?
´
Oseias 11:1-4; 14:4-8 De que maneiras Jeova mostrou amor
´
paterno para com Israel (ou, Efraim), apesar de que historico
ˆ
de desobediencia?
´
Mateus 5:43-48 Como Jeova mostra amor paterno para com a
humanidade em geral?
˜ ˜
Joao 17:15-26 Como a oraçao de Jesus a favor de seus seguido-
´
res nos assegura que Jeova nos ama?

de amorosamente obedecer ao seu Pai celestial, eles, de for-


´ ˆ ´
ma egoısta, se rebelaram contra Ele. — Genesis, capıtulo 2.
22 Como isso deve ter sido doloroso para Jeova! ´ ´
Mas sera
´ ˜ ˜
que Jeova ficou ressentido por causa dessa rebeliao? Nao!
ˆ ˆ
“Sua benevolencia [ou, “amor leal”, nota, NM com Referen-
´
cias] e por tempo indefinido.” (Salmo 136:1) Assim, de for-
ˆ
ma amorosa, ele imediatamente tomou providencias para
˜
resgatar os descendentes de Adao e Eva que tivessem a dis-
˜
posiçao correta. Como vimos, entre esses preparativos estava
´ ˜
o sacrifıcio de resgate de Seu Filho amado, que lhe custou tao
˜
caro. — 1 Joao 4:10.
23 De fato, desde o inıcio ´ ´
Jeova tomou a iniciativa de mos-
` ´
trar amor a humanidade. De incontaveis maneiras, “ele nos
amou primeiro”. O amor promove harmonia e alegria, de
˜ ´ ´
modo que nao e de admirar que Jeova seja descrito como o
´
“Deus feliz”. (1 Timoteo 1:11) Mas surge uma pergunta im-
´ ´
portante: Sera que Jeova realmente nos ama em base indivi-
´ ´ ´ ˜
dual? O proximo capıtulo tratara dessa questao.
˜ ´ ` ˜ ´
22. Como a reaçao de Jeova a rebeliao no Eden provou que Seu amor
´
e leal?
´ ´ ´ ´ ´
23. Por que Jeova e o “Deus feliz”, e o proximo capıtulo tratara de
que pergunta vital?
´
C A P I T U L O 2 4

Nada pode “nos separar


do amor de Deus”
´ ´ ˆ
SERA que Jeova Deus ama voce como pessoa? Alguns concor-
dam que Deus ama a humanidade em geral, conforme diz
˜
Joao 3:16, mas pensam: “Deus nunca poderia amar a mim
´ ´ ˜
como indivıduo.” Ate mesmo cristaos verdadeiros vez por
ˆ ´
outra tem duvidas a esse respeito. Um homem desanimado
´
disse: “Acho muito difıcil crer que Deus se importe comigo.”
´
Sente duvidas como essas de vez em quando?
2 O que Satanas ´ ´ ´
mais deseja e fazer-nos ´ acreditar que Jeova
˜ ´
Deus nao nos ama nem nos da valor. E verdade que mui-
tas vezes ele seduz as pessoas apelando para a vaidade e o
´ ´
orgulho. (2 Corıntios 11:3) Mas ele tambem tem prazer em
´ ´ ˜
destruir o amor-proprio das pessoas mais vulneraveis. ( Joao
´ ´
7:47-49; 8:13, 44) Isso se da, em especial, nestes “ultimos
´ ˜ ´
dias” crıticos. Muitos hoje sao criados em famılias “sem afei-
˜ ˆ ´
çao natural”; outros tem tratos diarios com gente violenta,
´ ´
egoısta e teimosa. (2 Timoteo 3:1-5) Anos de maus-tratos, ra-
´ ˜
cismo ou odio talvez os tenham convencido de que nao va-
˜
lem nada e que nao merecem ser amados.
3 Se voceˆ tiver esses sentimentos negativos no ıntimo, ´
nao
˜
´
se desespere. Muitos de nos, de vez em quando, somos um
´
pouco duros demais com nos mesmos. Mas lembre-se de que
a Palavra de Deus serve para “endireitar as coisas” e “demo-
´
lir as coisas fortemente entrincheiradas”. (2 Timoteo 3:16;
´ ´
2 Corıntios 10:4) A Bıblia diz: “Asseguraremos os nossos co-
˜ ˜
raçoes diante dele quanto a tudo em que os nossos coraçoes
1. Que sentimentos negativos afligem muitas pessoas, incluindo al-
˜
guns cristaos verdadeiros?
´
2, 3. Quem deseja que acreditemos que, aos olhos de Jeova, somos
´ ˜
inuteis ou que nao merecemos ser amados? Como podemos comba-
ter essa ideia?
NADA PODE “NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS” 241
´
nos possam condenar, porque Deus e maior do que os nos-
˜ ˜
sos coraçoes e ele sabe todas as coisas.” (1 Joao 3:19, 20) Va-
˜
mos analisar, entao, quatro maneiras em que as Escrituras
˜ ´
nos ajudam a ‘assegurar o nosso coraçao’ do amor de Jeova.
´
Jeova o considera precioso
´
4 Primeiro, a Bıblia ensina de forma bem direta que Deus
´
da valor a cada um de seus servos. Por exemplo, Jesus disse:
˜
“Nao se vendem dois pardais por uma moeda de pequeno
´ ˜
valor? Contudo, nem mesmo um deles caira ao chao sem o
´ ´
conhecimento de vosso Pai. Porem, os proprios cabelos de
˜ ˜ ´
vossa cabeça estao todos contados. Portanto, nao temais; vos
valeis mais do que muitos pardais.” (Mateus 10:29-31) Veja-
mos o que essas palavras significavam para os ouvintes de
´
Jesus no primeiro seculo.
ˆ
5 Talvez voce se pergunte por que alguem ´
compraria um
pardal. Acontece que, nos dias de Jesus, o pardal era a ave
mais barata vendida como alimento. Note que, com uma
moeda de pouco valor, o comprador podia levar dois par-
´
dais. Mais tarde, porem, Jesus declarou que, se a pessoa ti-
˜
vesse duas moedas, poderia comprar, nao quatro pardais,
´ ˜
mas cinco. O passaro extra era acrescentado como se nao
tivesse nenhum valor. Talvez essas criaturas fossem sem va-
lor aos olhos dos homens, mas como o Criador as encarava?
´
Jesus disse: “Nem mesmo um deles [nem mesmo o passaro
´
extra] esta esquecido diante de Deus.” (Lucas 12:6, 7) Com
´
isso, começamos a entender o que Jesus queria dizer: se Jeova
´ ´
da tanto valor a um unico pardal, quanto mais valioso ele
deve considerar um ser humano! Como Jesus explicou, Deus
´
sabe de todos os detalhes a nosso respeito. Ora, ate os nossos
˜
cabelos estao contados!
6 Nossos cabelos estao ˜
contados? Alguns acham essa
˜
4, 5. Como a ilustraçao de Jesus sobre os pardais mostra que temos
´
valor aos olhos de Jeova?
6. Como sabemos que Jesus estava sendo realista quando falou que
˜
nossos cabelos estao contados?
´
242 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
ilustraçao de Jesus um pouco fantasiosa. Mas pense na espe-
˜ ´
rança da ressurreiçao. Jeova deve nos conhecer muito bem
˜
para poder nos recriar. Ele nos considera tao valiosos que se
´ ´
lembra de cada detalhe, incluindo nosso codigo genetico, to-
dos os nossos anos de lembranças e as coisas que passamos
˜
na vida.1 Em comparaçao com isso, contar nossos cabelos
´
(em media a cabeça humana tem uns 100 mil fios) seria uma
façanha simples.
´ ˆ ´
O que Jeova ve em nos?
7 Em segundo lugar, a Bıblia ´ ´
ensina-nos o que Jeova apre-
cia nos seus servos: em termos simples, nossas boas qualida-
˜
des e nossos esforços. O Rei Davi disse ao seu filho Salomao:
´ ˜ ˜
“Jeova sonda todos os coraçoes e discerne toda inclinaçao
ˆ ˜
dos pensamentos.” (1 Cronicas 28:9) Ao sondar bilhoes de
˜ ´
coraçoes humanos neste mundo violento e cheio de odio,
´
como Jeova deve ficar contente quando encontra um co-
˜
raçao que ama a paz, a verdade e a justiça! O que acon-
˜
tece quando Deus encontra um coraçao cheio de amor por
ele, que procura aprender sobre ele e transmitir esse conhe-
´ ˜
cimento a outros? Jeova nos informa que ele presta atençao
´
aos que falam com outros a Seu respeito. Ele ate mesmo tem
˜ ´
“um livro de recordaçao” para todos ‘os que temem a Jeova
e para os que pensam no seu nome’. (Malaquias 3:16) Para
˜
ele, essas qualidades sao preciosas.
8 Quais sao algumas das boas obras a que Jeova´ da´ valor?
˜
´
Sem duvida, aos esforços que fazemos para imitar o seu Fi-
´ ´ ˜
1 A Bıblia vez apos vez relaciona a esperança da ressurreiçao com a
´ ´ ´
memoria de Jeova. O fiel Jo lhe disse: “Quem dera que . . . me fixas-
´
ses um limite de tempo e te lembrasses de mim!” ( Jo 14:13) Jesus fa-
˜ ˜ ´
lou da ressurreiçao de “todos os que estao nos tumulos memoriais”.
´ ´
Isso e apropriado porque Jeova se lembra perfeitamente dos mortos
˜
que ele vai ressuscitar. — Joao 5:28, 29.
˜ ´
7, 8. (a) Ao sondar o coraçao dos humanos, Jeova fica contente
˜
quando se depara com que qualidades? (b) Quais sao algumas das nos-
´ ´
sas obras a que Jeova da valor?
´
“Vos valeis mais do que muitos pardais”

lho, Jesus Cristo. (1 Pedro 2:21) Uma obra muito importante


´ ˜
que Deus aprecia e a divulgaçao das boas novas do Reino. Le-
˜ ˜ ´
mos, em Romanos 10:15: “Quao lindos sao os pes daqueles
que declaram boas novas de coisas boas!” Normalmente tal-
˜ ´
vez nao consideremos nossos humildes pes como “lindos”,
ou belos. Mas aqui eles representam os esforços dos servos de
´ ´
Jeova para pregar as boas novas. Esse empenho e belo e pre-
cioso aos Seus olhos. — Mateus 24:14; 28:19, 20.
9 Jeova´ tambem ´ ´ `
da valor a nossa perseverança. (Mateus
´ ˆ ˆ
24:13) Lembre-se de que Satanas quer que voce de as costas
´ ˆ ´
a Jeova. Cada dia que voce permanece leal a Deus e mais um
`
dia em que ajudou a dar uma resposta as zombarias de Sa-
´ ´ ´ ´
tanas. (Proverbios 27:11) Nem sempre e facil perseverar. Pro-
´ ˜
blemas de saude, dificuldades financeiras, afliçao emocional
´
e outros obstaculos podem tornar cada dia que passa uma
˜ ´
provaçao. Expectativas adiadas tambem podem ser muito de-
´
sanimadoras. (Proverbios 13:12) Quando nos mantemos
´ ´ `
9, 10. (a) Por que podemos ter certeza de que Jeova da valor a nos-
´ ´
sa perseverança em face de varias dificuldades? (b) Jeova nunca tem
´
que conceito negativo sobre seus servos fieis?
´
244 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜ ´ ´
firmes em face dessas provaçoes, Jeova da ainda mais va-
`
lor a nossa perseverança. Foi por isso que o Rei Davi pediu
´
que Deus guardasse suas lagrimas num “odre” e acrescentou,
˜ ˜ ´
confiante: “Nao estao no teu livro?” (Salmo 56:8) Sem duvi-
´ ´ ´
da, Jeova da muito valor a todas as nossas lagrimas e aos so-
frimentos que suportamos ao manter nossa lealdade a ele,
˜ ˜
nao se esquecendo disso. Sao coisas valiosas aos seus olhos.
10 Mas talvez achemos difıcil ´
aceitar essas provas de nos-
˜
so valor aos olhos de Deus se o nosso coraçao nos conde-
´
na. Ele talvez sussurre insistentemente: ‘Mas ha tantos outros
˜ ´
que sao mais exemplares do que eu. Como Jeova deve ficar
desapontado quando me compara com eles!’ Mas o Criador
˜ ˜ ´
nao faz comparaçoes, nem tem um conceito rıgido ou seve-
´ ˜
ro. (Galatas 6:4) Ele examina a fundo os coraçoes humanos
´ ` ´
e da valor as boas qualidades, mesmo que sejam mınimas.
´
Jeova procura o que temos de bom
´
11 Terceiro, quando Jeova nos examina, ele procura cuida-
dosamente o que temos de bom. Por exemplo, quando de-
´ ˜
cretou que toda a dinastia apostata do Rei Jeroboao fos-
se executada, Ele ordenou que Abias, um dos filhos do rei,
ˆ
recebesse um enterro decente. Por que? “Nele se achou algo
´
de bom para com Jeova, o Deus de Israel.” (1 Reis 14:1, 10-13)
´ ˜
Jeova, na verdade, examinou o coraçao daquele jovem e en-
controu “algo de bom” nele. Talvez se tratasse de muito pou-
ca bondade, mas mesmo assim Deus considerou apropria-
´
do registrar isso na sua Palavra. Ele ate recompensou aquele
´ ´ ´
unico membro de uma famılia apostata, mostrando-lhe a
´
misericordia que julgou apropriada.
12 Ha´ um exemplo ainda mais positivo: o do bom Rei Jeo-

´
11. Ao analisar o modo como Jeova lidou com Abias, o que aprende-
mos sobre nosso Criador?
´ ´
12, 13. (a) Como o caso do Rei Jeosafa mostra que Jeova procura o
que temos de bom mesmo quando pecamos? (b) No que se refere a
´
nossas boas obras e qualidades, em que sentido Jeova age como um
Pai amoroso?
´
safa. Quando ele cometeu um
´
ato tolo, o profeta de Jeova
´
lhe disse: “Por isso ha indig-
˜
naçao contra ti da parte da
´
pessoa de Jeova.” De fato,
palavras preocupantes! Mas a
´ ˜
mensagem de Jeova nao pa-
´ ˜
rou por aı. Acrescentou: “Nao
obstante, acharam-se boas coisas
ˆ
contigo.” (2 Cronicas 19:1-3) De
modo que, apesar de sua ira jus-
´ ˜
ta, Jeova nao ficou cego para com
´ ´
a bondade de Jeosafa. Como isso e
diferente do modo como agem os
humanos imperfeitos! Quando fica-
mos aborrecidos com outros, nossa
ˆ ´
tendencia e desconsiderar o que eles
ˆ
tem de bom. E, quando pecamos, o
desapontamento, a vergonha e a cul-
pa que sentimos nos fazem esquecer
´
das boas qualidades que nos mesmos te-
´
mos. Lembre-se, porem, de que, se nos
arrependermos de nossos pecados e fizer-
˜
mos bastante esforço para nao repeti-los,
´ ´
Jeova nos perdoara.
13 Quando nos examina, Jeova´ poe ˜
de lado
esses pecados, mais ou menos como um mi-
`
nerador a procura de ouro descarta o cascalho
sem valor. E o que faz com nossas boas quali-
˜
dades e obras? Ah, essas sao as “pepitas” que
´
ele guarda. Ja notou que pais amorosos mui-
tas vezes guardam os desenhos e trabalhos

´
Jeova aprecia a nossa perseverança
˜
em face de provaçoes
´
246 ACHEGUE-SE A JEOVA
` ´
escolares dos filhos — as vezes por decadas, quando os fi-
´ ´ ´ ´
lhos ate ja se esqueceram deles? Jeova e o Pai mais amoroso
´ ´
que existe. Se permanecermos fieis, ele nunca se esquecera
de nossas boas obras e qualidades. De fato, ele consideraria
´
uma injustiça esquecer-se delas — e ele nunca e injusto. (He-
´ ´
breus 6:10) Jeova tambem procura o que temos de bom de
outra maneira.
14 Em vez de se concentrar em nossas imperfeiçoes, ˜ ´ ˆ
Jeova ve
˜
o nosso potencial. Para ilustrar: os amantes da arte nao me-
dem esforços para restaurar pinturas ou outras obras seria-
´
mente danificadas. Por exemplo, quando alguem danificou
com uma espingarda um esboço de Leonardo da Vinci, ava-
˜ ´
liado em mais de 30 milhoes de dolares, na Galeria Nacional,
´
em Londres, ninguem sugeriu que o desenho fosse jogado
´ ˜
fora so porque estava danificado. O trabalho de restauraçao
da obra-prima de quase 500 anos começou imediatamente.
ˆ ´
Por que? Porque ela era preciosa para os amantes da arte. Sera
ˆ ˜ ˜
que voce nao vale mais do que um desenho a giz e carvao?
´ ˜
Aos olhos de Deus, sem duvida vale — nao importa quanto
˜
a imperfeiçao herdada o tenha danificado. (Salmo 72:12-14)
´ ´ ´
Jeova Deus, o perito Criador da famılia humana, fara o que
` ˜
for preciso para restabelecer a perfeiçao todos os que corres-
ponderem ao seu cuidado amoroso. — Atos 3:21; Romanos
8:20-22.
´
15 E evidente que Jeova´ veˆ o que cada um de nos ´
tem de
´ ˜ `
bom, mesmo que nos nao vejamos isso. E a medida que o
´
servirmos, ele fara com que aquilo que temos de bom au-
´ ˜ ˜
mente ate que, por fim, alcancemos a perfeiçao. Nao impor-
´ ´
ta como o mundo de Satanas tenha nos tratado, Jeova consi-
´ ´
dera seus servos fieis como desejaveis, ou preciosos. — Ageu
ˆ
2:7, nota, NM com Referencias.
˜ ˜ ´
14, 15. (a) Por que nossas imperfeiçoes nao impedem Jeova de no-
´ ´
tar o que temos de bom? Ilustre isso. (b) O que Jeova fara com as coi-
´
sas boas que achar em nos, e como ele encara seu povo fiel?
NADA PODE “NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS” 247
´
Jeova demonstra seu amor de forma ativa
´
16 Em quarto lugar, Jeova faz muitas coisas para provar seu
´ ´ `
amor por nos. Sem duvida, a melhor resposta a mentira sa-
ˆ ´ ˜ ˜
tanica de que nos nao valemos nada e que nao merecemos
´ ´
ser amados e o sacrifıcio resgatador de Cristo. Nunca se es-
queça de que a morte agonizante de Jesus na estaca de tor-
´
tura e a agonia ainda maior que Jeova teve de suportar, ob-
servando a morte de seu Filho amado, foram prova do amor
´ ´
deles por nos. Infelizmente, muitas pessoas acham difıcil acei-
´
tar que essa dadiva foi feita para elas pessoalmente. Sentem-se
´ ´
indignas. Lembre-se, porem, de que o apostolo Paulo, que ha-
via sido perseguidor dos seguidores de Cristo, escreveu: “O Fi-
´
lho de Deus . . . me amou e se entregou por mim.” — Galatas
1:13; 2:20.
17 Jeova´ nos da´ provas de seu amor ajudando cada um de nos ´
´ ´
a tirar proveito do sacrifıcio de Cristo, que disse: “Ninguem
pode vir a mim, a menos que o Pai, que me enviou, o atraia.”
˜ ´
( Joao 6:44) Ou seja, Jeova pessoalmente nos atrai a seu Filho
` ˜
e a esperança de vida eterna. Como? Por meio da pregaçao,
´ ´
que alcança cada um de nos, e do seu espırito santo, que ele
usa para nos ajudar a compreender e aplicar as verdades espi-
˜ ˜
rituais, apesar de nossas limitaçoes e imperfeiçoes. Por isso,
´
Jeova pode dizer a nosso respeito o mesmo que disse sobre
Israel: “Eu te amei com um amor por tempo indefinido. Por
´ ´ ˆ
isso e que te atraı com benevolencia.” — Jeremias 31:3.
´
18 E possivelmente por meio do privilegio ´ ˜
da oraçao que sen-
´ ´ ´
timos o amor de Jeova de forma mais ıntima. A Bıblia convi-
´
da cada um de nos a ‘orar incessantemente’ ´ a Deus. (1 Tes-
´
salonicenses 5:17) Ele nos escuta. E ate mesmo chamado de
´ ´ ´
16. Qual e a maior prova do amor de Jeova por nos, e como sabemos
´ ´
que essa dadiva foi feita para nos pessoalmente?
´
17. De que maneiras Jeova nos atrai a si mesmo e ao seu Filho?
´ ´
18, 19. (a) Por meio do que sentimos o amor de Jeova por nos de
´ ˜
forma mais ıntima, e o que mostra que ele cuida dessa atribuiçao pes-
´
soalmente? (b) Como a Palavra de Deus nos assegura que Jeova escu-
ta com empatia?
´
248 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜ ˜ ˜
“Ouvinte de oraçao”. (Salmo 65:2) Nao delegou essa funçao
´
a nenhuma outra pessoa — nem mesmo ao seu proprio Filho.
Imagine: o Criador do Universo incentiva-nos a nos dirigir a
˜
ele em oraçao, com franqueza no falar. E que tipo de ouvinte
´ ´ ´
ele e: frio, apatico, insensıvel? De modo algum.
19 Jeova´ demonstra empatia. O que quer dizer essa palavra?
´ ´
Um fiel servo idoso de Jeova disse: “A empatia e a sua dor
˜ ´ ´ ´
no meu coraçao.” Sera que Jeova e mesmo afetado pela nossa
dor? A respeito do sofrimento de seu povo, Israel, lemos: “Du-
˜ ´
rante toda a afliçao deles, foi aflitivo para ele.” (Isaıas 63:9)
´ ˜
Jeova nao apenas via os problemas deles; ele sofria junto com
seu povo. Comprovando quanto ele sente, note essas palavras
´ ´ ´
do proprio Jeova aos seus servos: “Aquele que toca em vos,
toca no globo do meu olho.”1 (Zacarias 2:8) Isso seria muito
´
doloroso. De fato, Jeova compartilha a nossa dor. Quando so-
fremos, ele sofre junto.
20 Naturalmente, nenhum cristao ˜
equilibrado usaria essa
ˆ
evidencia do amor e da estima de Deus como desculpa para
´ ´
demonstrar orgulho ou egoısmo. O apostolo Paulo escreveu:
´
“Por intermedio da benignidade imerecida que me foi dada,
´ ´ ˜
digo a cada um aı entre vos que nao pense mais de si mes-
´ ´
mo do que e necessario pensar; mas, que pense de modo a ter
´
bom juızo, cada um conforme Deus lhe distribuiu uma me-
´ ˜
dida de fe.” (Romanos 12:3) Outra traduçao diz assim: “Digo
ˆ ˜
a todos voces que nao se achem melhores do que realmente
˜ ´
sao. Pelo contrario, pensem com humildade a respeito de vo-
ˆ ´
ces mesmos.” (Bıblia na Linguagem de Hoje) Assim, ao passo
que desfrutamos do amor de nosso Pai celestial, devemos ser
˜ ˜
1 Algumas traduçoes desse texto dao a entender que quem toca no
´ ˜
povo de Deus toca no proprio olho ou no olho de Israel, nao no de
Deus. Esse erro foi introduzido por escribas que consideravam esse tre-
cho irreverente e, por isso, o “corrigiram”. Esse esforço mal direciona-
´
do obscureceu a intensidade da empatia pessoal de Jeova.

20. Se quisermos obedecer ao conselho de Romanos 12:3, que racio-


´
cınio desequilibrado deveremos evitar?
NADA PODE “NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS” 249

˜
Perguntas para Meditaçao
Salmo 139:1-24 Como as palavras inspiradas do Rei Davi mos-
´ ´ ´
tram que Jeova esta muito interessado em nos, como pessoas?
´ ´ ˜
Isaıas 43:3, 4, 10-13 Como Jeova se sente em relaçao aos que
o servem como suas Testemunhas, e como esses sentimentos
˜ ˜
sao expressos em açoes?
Romanos 5:6-8 Por que podemos ter certeza de que nossa con-
˜ ˜ ´
diçao imperfeita nao impede que o amor de Jeova nos alcance
e nos beneficie?
Judas 17-25 Como podemos nos manter no amor de Deus?
ˆ ´
Que influencias tornam difıcil fazermos isso?

´
ajuizados e lembrar-nos de que o amor de Deus e imerecido.
— Lucas 17:10.
21 Façamos tudo ao nosso alcance para rejeitar todas as men-
´ ˜
tiras de Satanas, incluindo a de que nao valemos nada e que
˜
nao merecemos ser amados. Se por causa daquilo que passou
ˆ ´ ˜
na vida voce se considera um obstaculo tao grande que nem
mesmo o amor imenso de Deus pode superar, ou pensa que
˜
suas boas obras sao insignificantes demais para serem notadas
mesmo pelos olhos dele, que observam tudo, ou acha seus pe-
cados graves demais para serem cobertos mesmo pela mor-
˜
te do Filho precioso dele, entao lhe ensinaram uma mentira.
˜
Rejeite de todo o coraçao mentiras como essas! Que a verdade
´
expressa nas palavras inspiradas do apostolo Paulo nos ajude
˜ ´
a nos ‘assegurarmos’, de coraçao, que Jeova nos ama! Ele dis-
se: “Estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem
anjos, nem governos, nem coisas presentes, nem coisas por
vir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qual-
˜ ´
quer outra criaçao sera capaz de nos separar do amor de Deus,
´
que esta em Cristo Jesus, nosso Senhor.” — Romanos 8:38, 39.
ˆ
21. Que mentiras satanicas devemos continuar a rejeitar, e que verda-
´ ˜ ´
de divina nos ajudara a nos ‘assegurarmos’, de coraçao, que Jeova nos
ama?
´
C A P I T U L O 2 5

˜
A “terna compaixao
de nosso Deus”
˜
UM CHORO no meio da noite. Imediatamente, a mae
ˆ
acorda. Desde que o bebe nasceu, ela nunca mais dormiu
˜ ´
tao profundamente como antes. Alem disso, aprendeu a
identificar os diferentes choros do filho e, assim, sabe se
ele quer mamar, ser embalado ou se precisa de alguma ou-
˜ ˜
tra coisa. Mas nao importa qual seja a razao do choro do
ˆ ˜ ´ ˜ ˜
bebe, a mae sempre lhe da atençao. Seu coraçao a impede
de ignorar as necessidades da criança.
2 A compaixao ˜ ˜ ´
da mae pelo filho esta entre os sentimen-
tos mais afetuosos conhecidos pelos humanos. Mas existe
um sentimento infinitamente mais forte: a terna compai-
˜ ´ ´
xao de nosso Deus, Jeova. Uma analise dessa qualidade ma-
´
ravilhosa ajudara a nos achegarmos mais a Ele. Vejamos,
˜ ´ ˜
entao, o que e compaixao e como nosso Deus a manifesta.
´ ˜
O que e compaixao?
´
3 Na Bıblia, ˜ ´ ˜
compaixao e misericordia estao intimamen-
´
te ligadas. Varias palavras hebraicas e gregas transmitem a
˜
ideia de terna compaixao. Veja, por exemplo, o verbo he-
´
braico ra·hham, frequentemente traduzido “mostrar mise-
´ ˆ
ricordia” ou “ter pena”. Uma obra de referencia explica
´
que o verbo ra·hham “expressa um sentimento profundo e
˜ ´
terno de compaixao, tal como o que e provocado por ver-
˜
mos fraquezas ou sofrimentos naqueles que nos sao queri-
dos ou que precisam da nossa ajuda”. Esse termo hebrai-
´ ˜ ˜ ˆ
1, 2. (a) Qual e a reaçao natural da mae ao choro do bebe? (b) Que
´ ˜
sentimento e mais forte do que a compaixao materna?
´
3. Qual e o significado do verbo hebraico traduzido “mostrar miseri-
´
cordia” ou “ter pena”?
˜
A “TERNA COMPAIXAO DE NOSSO DEUS” 251
´
co, que Jeova aplica a si mesmo, se relaciona com a palavra
´ ˜
para “utero” ˆ e pode ser descrito como “compaixao mater-
nal”.1 — Exodo 33:19; Jeremias 33:26.
4 A Bıblia ´ ˜ ˆ
usa os sentimentos que a mae tem pelo bebe
˜ ´
para nos ensinar o sentido da compaixao de Jeova. Em
´ ´ ˜
Isaıas 49:15 lemos: “Havera mae que possa esquecer seu
ˆ ˜ ˜ ´
bebe que ainda mama e nao ter compaixao [ra·hham] do
ˆ ˜
filho que gerou? Embora ela possa esquece-lo, eu nao me
ˆ ˜
esquecerei de voce!” (Nova Versao Internacional) Essa des-
˜ ˜
criçao emocionante destaca a intensidade da compaixao
´
de Jeova pelo seu povo. Como assim?
´
5 E difıcil ´ ˜
imaginar que uma mae se esqueça de amamen-
ˆ ´
tar e cuidar do bebe. Afinal, a criança e indefesa e preci-
˜
sa da atençao e do afeto materno 24 horas por dia! Infeliz-
´ ˆ ˜ ´ ˜
mente, porem, a negligencia materna nao e tao incomum
´
assim, em especial nestes “tempos crıticos” marcados pela
˜ ´ ´
falta de “afeiçao natural”. (2 Timoteo 3:1, 3) Mas Jeova
˜ ˆ ˜
diz: “Eu nao me esquecerei de voce!” A terna compaixao
´ ´
que Deus sente pelo seu povo e infalıvel. O mais afetuoso
´ ˜
sentimento natural que conhecemos e a compaixao que a
˜ ˆ ˜ ´
mae costuma sentir pelo bebe. Mas a compaixao divina e
˜ ´
incomparavelmente mais forte. Nao e de admirar que um
´
comentarista tenha dito o seguinte sobre Isaıas 49:15: “Essa
´ ˜
e uma das mais intensas (talvez a mais intensa) expressoes
do amor de Deus no Velho Testamento.”
6 Sera´ que essa terna compaixao ˜ ´
e sinal de fraque-
˜
za? Na opiniao de muitos humanos imperfeitos, sim. Por
´ ´
1 O interessante, porem, e que no Salmo 103:13 o verbo hebraico
´ ´ ˜
ra·hham denota a misericordia, ou compaixao, que um pai demonstra
aos filhos.
´ ˜ ˆ
4, 5. Como a Bıblia usa os sentimentos que a mae tem pelo bebe para
˜ ´
nos ensinar sobre a compaixao de Jeova?
´ ˜
6. Qual e a opiniao de muitos humanos imperfeitos a respeito da ter-
˜ ´
na compaixao, mas do que Jeova nos assegura?
˜
A “TERNA COMPAIXAO DE NOSSO DEUS” 253
´ ˆ ˆ
exemplo, o filosofo romano Seneca, contemporaneo de Je-
sus e um dos mais importantes intelectuais de Roma, en-
´ ˆ
sinava que “sentir pena e uma fraqueza da mente”. Sene-
´ ˆ
ca era partidario do estoicismo, a filosofia que dava enfase
` ´
a calma desprovida de sentimentos. O sabio podia ajudar
˜
os necessitados, dizia ele, mas nao devia ter pena, porque
esse sentimento o privaria da serenidade. Segundo esse ra-
´ ˆ ´
ciocınio egocentrico, era inadmissıvel demonstrar compai-
˜ ˜ ´ ˜ ´
xao de coraçao. Mas Jeova nao e assim. Na sua Palavra, ele
´ ˜ ´
nos assegura que “e mui terno em afeiçao e e compassivo”.
ˆ
(Tiago 5:11, nota, NM com Referencias) Como veremos, a
˜ ˜ ´
compaixao nao e uma fraqueza, mas uma qualidade forte e
´ ˜
vital. Analisemos como Jeova, igual a um pai ou uma mae
amorosos, a manifesta.
´ ˜ ˜
Jeova mostrou compaixao por uma naçao
˜ ´
7 Pode-se observar claramente a compaixao de Jeova no
˜ ´
modo como ele lidou com a naçao de Israel. No fim do se-
˜
culo 16 AEC, milhoes de israelitas eram escravos no Egito
´
antigo. Ali, eram muito oprimidos, pois os egıpcios “amar-
˜
guravam-lhes a vida com ˆ dura escravidao, em argamassa ˜
argilosa e em tijolos”. (Exodo 1:11, 14) Por causa da afliçao,
´
os israelitas clamaram a Jeova por ajuda. Como o Deus de
˜
terna compaixao reagiu?
´
8 A suplica do povo tocou o coraçao ˜ ´
de Jeova. Ele disse:
˜
“Indubitavelmente, tenho visto a tribulaçao do meu povo
´
que esta no Egito e tenho ouvido seu clamor por causa da-
queles que os compelem ˆ a trabalhar; porque eu bem sei das
´ ˜
dores que sofrem.” (Exodo 3:7) Jeova nao conseguia ver o
sofrimento do seu povo ou ouvir seus clamores sem sentir
˜
7, 8. Como os israelitas sofreram no Egito antigo, e qual foi a reaçao
´
de Jeova aos sofrimentos deles?
´ ˜ ˆ
“Havera mae que possa esquecer seu bebe?”
´
254 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´ ´
pena deles. Como vimos no Capıtulo 24 deste livro, Jeova e
um Deus de empatia. Essa qualidade — definida como a ha-
´
bilidade de sentir a dor dos outros — esta intimamente liga-
` ˜
da a compaixao. Mas, em vez de apenas sentir pena do seu
´ ´
povo, Jeova foi motivado a agir em favor dele. Isaıas 63:9
diz: “Ele mesmo os resgatou no seu amor e na sua compai-
˜ ˜
xao.” Com “mao forte”, Deus resgatou os israelitas do Egi-
ˆ
to. (Deuteronomio 4:34) Posteriormente, forneceu-lhes ali-
´
mento de forma milagrosa e conduziu-os a uma terra fertil.
˜ ´ ´ ˜
9 A compaixao de Jeova, porem, nao parou por aı. Depois ´
de se estabelecer na Terra Prometida, Israel repetidas vezes
ˆ
se tornou infiel e sofreu as consequencias disso. Mas en-
˜ ´ ´
tao o povo caıa em si, suplicava a Jeova e ele os livrava, vez
´ ˆ ˜
apos vez. Por que? ‘Porque tinha compaixao do seu povo.’
ˆ ´
— 2 Cronicas 36:15; Juızes 2:11-16.
10 Veja o que aconteceu nos dias de Jefte. ´
Visto que os is-
´
raelitas haviam passado a adorar deuses falsos, Jeova per-
mitiu que os amonitas os oprimissem por 18 anos. Por fim,
´
se arrependeram. A Bıblia nos diz: “Começaram a remover
´
os deuses estrangeiros do seu meio e a servir a Jeova, de
modo que a alma dele ficou impaciente por causa da des-
´
graça de Israel.”1 ( Juızes 10:6-16) Uma vez que seu povo de-
´ ´ ˜ ˆ
monstrou arrependimento genuıno, Jeova nao pode mais
ˆ
suportar ve-los sofrer. De modo que o Deus de terna com-
˜ ´ ˜
paixao habilitou Jefte para livrar os israelitas das maos de
´
seus inimigos. — Juızes 11:30-33.
˜
1 A expressao “a alma dele ficou impaciente” significa literalmente
ˆ ´
“sua alma foi encurtada; sua paciencia se esgotou”. A Bıblia Pastoral diz:
˜ ˆ ´
“Nao pode mais suportar o sofrimento de Israel.” A Bıblia — Mensagem
˜
de Deus traduz assim esse trecho: “Nao tolerou mais a desgraça de Is-
rael.”
´
9, 10. (a) Por que Jeova libertou os israelitas repetidas vezes depois
´
de eles se estabelecerem na Terra Prometida? (b) Nos dias de Jefte,
´ ˜
Jeova libertou os israelitas de que opressao, e o que o levou a fazer
isso?
˜
A “TERNA COMPAIXAO DE NOSSO DEUS” 255
´ ˜
11 O que os tratos de Jeova com a naçao de Israel nos ensi-
˜ ´ ´
nam a respeito da terna compaixao? Primeiro, e facil perce-
˜
ber que nao se trata apenas de notar os problemas que as
˜
pessoas estao passando. Lembre-se do exemplo de compai-
˜ ˜ ´ ˜ ˆ
xao da mae que da pronta atençao ao choro do bebe. De
´ ˜ ´
modo similar, Jeova nao se faz de surdo diante das suplicas
˜
do seu povo. Sua terna compaixao o motiva a aliviar o so-
´ ´
frimento dele. Alem disso, o modo como Jeova lidou com
˜ ˜ ´
os israelitas nos ensina que a compaixao nao e uma fraque-
˜
za, pois essa qualidade bondosa o levou a tomar açao firme
´ ´ ´
e decisiva a favor do seu povo. Mas sera que Jeova so mos-
˜
tra compaixao aos seus servos coletivamente?
´ ˜
Jeova demonstra compaixao
em base individual
12 A Lei que Deus deu a` naçao ˜
de Israel mostrou a com-
˜
paixao que ele sente pelas pessoas em base individual. Um
´ ˜ ´
exemplo disso e sua preocupaçao com os pobres. Jeova sa-
ˆ
bia que, devido a circunstancias inesperadas, um israeli-
ta poderia acabar se atolando na pobreza. Como os po-
´
bres deviam ser tratados? Jeova deu uma ordem direta
˜ ˜
aos israelitas: “Nao deves endurecer teu coraçao, nem fe-
˜ ˜
char a mao para com o teu irmao pobre. Deves termi-
˜ ˜
nantemente dar-lhe e teu coraçao nao deve ser mesqui-
´ ˜ ´
nho ao lhe dares, porque e por esta razao que Jeova, teu
´ ˆ
Deus, te abençoara em todo ato teu.” (Deuteronomio 15:7,
´ ˜
10) Deus tambem ordenou que nao colhessem totalmente
as beiradas dos campos nem juntassem as sobras. A respi-
´
ga deveria ser deixada para os menos favorecidos. (Levıti-
˜
co 23:22; Rute 2:2-7) Quando a naçao de Israel obedecia a
´
11. Quando analisamos os tratos de Jeova com os israelitas, o que
˜
aprendemos sobre a compaixao?
˜ ´
12. Como a Lei refletia a compaixao que Jeova sente pelas pessoas em
base individual?
´
256 ACHEGUE-SE A JEOVA

essas leis bondosas a favor dos pobres no seu meio, esses


˜ ˜
nao precisavam mendigar por comida. Nao concorda que
˜ ´
isso refletia a terna compaixao de Jeova?
13 Hoje tambem ´ ´
nosso Deus amoroso esta profundamen-
´ ´
te interessado em nos como indivıduos. Podemos ter cer-
´
teza de que ele esta plenamente ciente de qualquer sofri-
mento que passemos. O salmista Davi escreveu: “Os olhos
´ ˜ ˜
de Jeova estao atentos aos justos e seus ouvidos estao aten-
´ ´ ˆ
tos ao seu clamor por ajuda. Perto esta Jeova dos que tem
˜ ˆ ´
coraçao quebrantado; e salva os que tem espırito esmaga-
´
do.” (Salmo 34:15, 18) Um comentarista bıblico disse o se-
˜
guinte a respeito dos que sao descritos nas palavras aci-
ˆ ˜ ´ ´
ma: “Tem o coraçao quebrantado e espırito contrito, isto e,
ˆ
o pecado os torna humildes e tem pouca autoestima; eles
˜ ´ ´
se acham insignificantes e nao confiam nos proprios me-
´ ´
ritos.” Talvez achem que Jeova esta muito distante deles e
˜
que sao insignificantes demais para que Deus se preocupe
˜ ´
com eles. Mas nao e bem assim. As palavras de Davi nos as-
´ ˜
seguram que Jeova nao abandona os que “se acham insig-
nificantes”. Nosso Deus compassivo sabe que, nessas oca-
˜ ´
sioes, precisamos dele mais do que nunca e ele esta sempre
´
perto de nos.
14 Preste atençao ˜ ` ´ ˜
a seguinte historia: uma mae nos Esta-
dos Unidos correu para o hospital com o filho de dois anos
˜
que estava com uma grave inflamaçao na garganta. Depois
´ ˜
de examinar o menino, os medicos informaram a mae de
˜
que, aquela noite, ele teria de ficar em observaçao no hos-
ˆ ˜
pital. Onde voce acha que a mae passou a noite? Numa ca-
deira no quarto de hospital, ao lado do leito do filho! Seu
´ ´
13, 14. (a) Como as palavras de Davi nos asseguram que Jeova esta
´ ´
profundamente interessado em nos como indivıduos? (b) Como se
´ ´ ˜
pode ilustrar que Jeova esta perto quando estamos com o “coraçao
´
quebrantado” ou o “espırito esmagado”?
˜
A “TERNA COMPAIXAO DE NOSSO DEUS” 257

filhinho estava doente e ela simplesmente tinha de ficar


´
por perto. Sem duvida, podemos esperar que nosso amoro-
´
so Pai celestial faça ainda mais por nos! Afinal, fomos cria-
` ˆ
dos a imagem dele. (Genesis 1:26) As palavras comoven-
tes do Salmo 34:18 nos dizem que, quando estamos com
˜ ´ ´
o “coraçao quebrantado” ou o “espırito esmagado”, Jeova,
´
como um pai amoroso, ‘esta perto’ — sempre compassivo e
pronto para ajudar.
15 Como, entao, ˜ ´
Jeova nos ajuda individualmente? Nem
sempre ele remove a causa dos nossos sofrimentos. Mas ele
˜
fez muitas provisoes para os que imploram a Sua ajuda. Sua
´ ´
Palavra, a Bıblia, fornece conselhos praticos que auxiliam
˜ ´
bastante. Na congregaçao, Jeova providenciou que supe-
rintendentes espiritualmente qualificados, que se esforçam
˜ ˜
para refletir a compaixao divina, deem atençao aos seus
˜
companheiros de adoraçao. (Tiago 5:14, 15) Como “Ouvin-
˜ ´ ´
te de oraçao”, ele dara “espırito santo aos que lhe pedi-
´
rem”. (Salmo 65:2; Lucas 11:13) Esse espırito pode nos dar
´ ´
o “poder alem do normal” a fim de perseverarmos ate que
o Reino de Deus remova todos os problemas estressantes.
´ ˜ ´
(2 Corıntios 4:7) Nao somos gratos por tudo o que Jeova
´ ˜ ˜
faz por nos? Nao nos esqueçamos de que essas sao demons-
˜ ˜
traçoes da terna compaixao de Deus.
16 Naturalmente, o maior exemplo da compaixao ˜ ´
de Jeova
´
e o fato de ele ter entregado seu Filho mais querido para
´ ´
nos resgatar. Foi um sacrifıcio amoroso da parte de Jeova e
˜
abriu caminho para a nossa salvaçao. Lembre-se de que o
´ ˜
resgate se aplica a cada um de nos. Com toda a razao, Zaca-
˜ ´
rias, pai de Joao Batista, predisse que essa dadiva magnifi-
˜
caria a “terna compaixao de nosso Deus”. — Lucas 1:78.
´
15. De que maneiras Jeova nos ajuda individualmente?
´ ˜ ´
16. Qual e o maior exemplo da compaixao de Jeova, e como nos afe-
ta pessoalmente?
´
258 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ˜
Quando Jeova se refreia de mostrar compaixao
˜
17 Quer dizer, entao, que a terna compaixao de Jeova nao ˜ ´ ˜
´ ´
tem limites? Muito pelo contrario, a Bıblia mostra clara-
´ ˜
mente que, quando alguem se opoe aos modos corretos de
´ ˜ ´
Jeova, ele refreia-se de demonstrar compaixao — o que e
bastante justo. (Hebreus 10:28) Para entender por que ele
˜
age assim, lembre-se do exemplo da naçao de Israel.
18 Embora vez apos ´ ´
vez Jeova libertasse os israelitas dos
˜
seus inimigos, Sua compaixao por fim chegou ao limite.
Aquele povo teimoso praticava idolatria a tal ponto que tra-
´ ´
zia seus ıdolos repulsivos para dentro do templo de Jeova!
´
(Ezequiel 5:11; 8:17, 18) Alem disso, lemos: “Caçoavam
continuamente dos mensageiros do verdadeiro Deus e des-
prezavam as suas palavras, e zombavam dos seus profetas
´ ´ ´
ate que subiu o furor de Jeova contra o seu povo, ate que
˜ ˆ
nao havia mais cura.” (2 Cronicas 36:16) Os israelitas che-
˜
garam a um ponto em que nao havia mais base para com-
˜ ´
paixao. Despertaram a ira justa de Jeova. Qual foi o resul-
tado?
19 Jeova´ nao
˜ ˆ
pode mais mostrar compaixao pelo seu povo.
˜
˜ ˜ ´
Declarou: “Nao terei compaixao, nem terei do, nem te-
´ ˜ ´
rei misericordia, de modo a nao arruina-los.” ( Jeremias
´ ´
13:14) Assim, Jerusalem e seu templo foram destruıdos e os
ˆ
israelitas foram levados para Babilonia como prisioneiros.
˜
Quando humanos pecadores se tornam tao rebeldes que
˜ ´
ultrapassam os limites da compaixao divina, o resultado so
´ ˜
pode ser tragico. — Lamentaçoes 2:21.
´ ˜ ´ ˜
20 Qual e a situaçao hoje? Jeova nao mudou. Por compai-
´ ˜ ´
17-19. (a) Como a Bıblia mostra que a compaixao de Jeova tem limi-
˜ ´
tes? (b) O que fez com que a compaixao de Jeova para com seu povo
chegasse ao limite?
´ ˜
20, 21. (a) O que ocorrera quando a compaixao divina atingir o seu
˜ ˜ ´
limite nos nossos dias? (b) Que demonstraçao da compaixao de Jeova
´ ´ ´
sera analisada no proximo capıtulo?
˜
A “TERNA COMPAIXAO DE NOSSO DEUS” 259

˜
Perguntas para Meditaçao
´
Jeremias 31:20 Que sentimentos cordiais Jeova tem pelo seu
ˆ ˜
povo? Em vista disso, como voce se sente em relaçao a Ele?
´
Joel 2:12-14, 17-19 O que o povo de Jeova precisava fazer para
˜
receber compaixao e o que aprendemos disso?
´ ˜
Jonas 4:1-11 Como Jeova ensinou a Jonas uma liçao sobre a
ˆ ˜
importancia da compaixao?
˜ ´
Hebreus 10:26-31 Por que nao devemos abusar da misericor-
˜ ´
dia, ou compaixao, de Jeova?

˜
xao, ele incumbiu suas Testemunhas de pregar as “boas
novas do reino” em toda a Terra habitada. (Mateus 24:14)
Ele ajuda os sinceros que aceitam essa mensagem a enten-
˜
der o sentido dela. (Atos 16:14) Mas essa obra nao conti-
´ ˜ ´
nuara para sempre. Nao seria compassivo da parte de Jeova
se ele permitisse que este mundo perverso, com toda a sua
dor e sofrimento, continuasse existindo indefinidamente.
˜ ´
Quando a compaixao divina atingir o limite, Jeova execu-
´ ˜
tara seu julgamento contra o atual sistema. Mesmo entao,
´ ˜ ˜
esse sera um ato de compaixao — compaixao pelo seu “san-
to nome” e por seus servos dedicados. (Ezequiel 36:20-23)
´ ´ ´
Jeova eliminara a maldade e introduzira um novo mundo
˜
justo. Falando dos perversos, ele declara: “Meu olho nao
´ ´ ˜
tera do, nem terei compaixao. Hei de trazer o procedimen-
´
to deles sobre a sua propria cabeça.” — Ezequiel 9:10.
21 Enquanto esse dia nao ˜ ´ ´
chegar, Jeova continuara a sen-
˜ ´
tir compaixao pelas pessoas, ate pelas que se encaminham
˜
para a destruiçao. Os humanos pecadores que se arrepen-
dem sinceramente podem beneficiar-se de uma das maio-
˜ ˜ ´ ˜
res demonstraçoes da compaixao de Jeova: o seu perdao.
´ ´ ˜
No proximo capıtulo, veremos algumas lindas ilustraçoes
´ ˜
bıblicas que indicam o alcance do perdao divino.
´
C A P I T U L O 2 6

Um Deus
“pronto a perdoar”
´
“MEUS proprios erros passaram acima da minha cabeça”, es-
˜
creveu o salmista Davi. “Iguais a uma carga pesada, sao pesa-
dos demais para mim. Fiquei entorpecido e quebrantado ao
extremo.” (Salmo 38:4, 8) Davi sabia que o fardo duma cons-
ˆ
ciencia culpada podia ser muito pesado. Mas ele obteve conso-
˜
lo para seu coraçao aflito. Estava ciente de que, embora odeie o
´ ˜
pecado, Jeova nao odeia o pecador, desde que este realmente
´
se arrependa e rejeite seu proceder pecaminoso. Com plena fe
˜ ´ ´
na disposiçao de Jeova de conceder misericordia aos arrependi-
´ ´ ´
dos, Davi disse: “Tu, o Jeova, . . . estas pronto a perdoar.” — Sal-
mo 86:5.
2 Quando pecamos, talvez tenhamos de suportar, tambem, ´
o
ˆ
fardo esmagador duma consciencia pesada. Mas sentir remor-
´ ´
so e saudavel, porque pode induzir-nos a tomar medidas posi-
´
tivas para corrigir nossos erros. Ha o perigo, contudo, de ser-
˜
mos esmagados pela culpa. Nosso coraçao talvez nos condene,
´ ´ ˜
insistindo que Jeova nunca nos perdoara, nao importa quanto
estejamos arrependidos. Se formos ‘tragados’ pela culpa, Sata-
´ ´ ´ ´
nas tentara nos fazer acreditar que Jeova nos considera inuteis
˜ ´
ou que nao somos dignos de servi-lo e que, portanto, so nos
´
resta desistir. — 2 Corıntios 2:5-11.
´ ´
3 E isso que Jeova pensa? De modo algum! O perdao ˜ ´
e um
aspecto do seu grande amor. Em sua Palavra, ele nos assegu-
´
ra que, quando mostramos genuıno arrependimento de cora-
˜ ´ ´
çao, ele esta disposto a nos perdoar. (Proverbios 28:13) Para que
` ˜ ˜ ´
nunca cheguemos a conclusao de que o perdao de Deus e inal-
´ ´
cançavel para nos, vamos examinar por que e como ele perdoa.
1-3. (a) Que fardo pesado o salmista Davi tinha de levar e como ele
˜
obteve consolo para o seu coraçao aflito? (b) Quando pecamos, que
´
fardo talvez tenhamos de suportar, mas o que Jeova nos assegura?
UM DEUS “PRONTO A PERDOAR” 261
´ ´
Por que Jeova esta “pronto a perdoar”
´ ´ ˜
4 Jeova esta ciente das nossas limitaçoes. “Ele mesmo co-
˜ ´
nhece bem a nossa formaçao, lembra-se de que somos po”,
˜
diz o Salmo 103:14. Ele nao se esquece de que somos criatu-
´ ` ˜ ˜
ras de po, fracas devido a imperfeiçao. A declaraçao de que
˜ ´
ele conhece “a nossa formaçao” lembra-nos de que, na Bı-
´ ´ ´
blia, Jeova e comparado a um oleiro, e nos a vasos de barro
que ele molda.1 ( Jeremias 18:2-6) O Grande Oleiro modera
seus tratos conosco por causa da fragilidade de nossa nature-
`
za pecaminosa e de acordo com o modo como reagimos a
˜
sua orientaçao.
5 Jeova´ entende o poder que o pecado exerce sobre nos. ´
As Escrituras descrevem o pecado como uma força pode-
´ ´
rosa, que segura o homem nas suas garras mortıferas. Ate
´
que ponto vai o domınio do pecado? No livro de Romanos,
´
o apostolo Paulo explica: estamos “debaixo de pecado”, as-
˜
sim como soldados estao sob a autoridade dum comandan-
te (Romanos 3:9); ele tem ‘reinado’ sobre a humanidade (Ro-
´
manos 5:21); “reside”, ou “mora”, em nos (Romanos 7:17,
´
20); sua “lei” opera continuamente em nos, na realidade,
tentando controlar nosso modo de agir. (Romanos 7:23, 25)
´
Que domınio poderoso o pecado exerce sobre nossa carne
´
decaıda! — Romanos 7:21, 24.
6 Portanto, Jeova´ sabe que para nos ´ ´ ´
e impossıvel ser-
˜
mos perfeitamente obedientes, nao importa quanto tente-
mos. Ele nos assegura amorosamente que, se buscarmos sua
˜ ´ ´
1 A palavra hebraica vertida “a nossa formaçao” tambem e usada
˜ ´
com relaçao a vasos de barro moldados por um oleiro. — Isaıas 29:16.
´ `
4. De que Jeova se lembra quanto a nossa natureza, e como isso afe-
ta o modo como ele nos trata?
´ ´
5. Como o livro de Romanos descreve ate que ponto vai o domınio
´
do pecado sobre nos?
´ ˜
6, 7. (a) Como Jeova encara os que buscam seu perdao com o cora-
˜ ´
çao arrependido? (b) Por que nunca devemos abusar da misericordia
de Deus?
´
262 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ˜ ´
misericordia com o coraçao arrependido, ele nos concedera
˜ ´ ˜
o perdao. O Salmo 51:17 diz: “Os sacrifıcios a Deus sao um
´ ˜
espırito quebrantado; um coraçao quebrantado e esmagado
˜ ´ ´ ´ ´ ´
nao desprezaras, o Deus.” Jeova nunca rejeitara ou repudiara
˜
um coraçao “quebrantado e esmagado” pelo fardo da culpa.
´
7 Significa isso, porem, ´
que podemos abusar da misericor-
dia de Deus, usando nossa natureza pecaminosa como des-
´ ˜ ´
culpa para o pecado? De modo algum! Jeova nao e go-
´
vernado por mero sentimentalismo. Sua misericordia tem
´
limites. Ele de modo algum perdoara os que obstinadamen-
te praticam pecados de forma deliberada sem mostrar ar-
rependimento. (Hebreus 10:26) Por outro lado, quando de-
˜ ´
tecta arrependimento de coraçao, ele esta pronto a perdoar.
˜ ´
Vamos analisar agora algumas das expressoes vıvidas usadas
´
na Bıblia para descrever essa maravilhosa faceta do amor de
´
Jeova.
´ ˜ ´
Ate que ponto vai o perdao de Jeova?
8 O arrependido Davi disse: “Finalmente te confessei meu
˜
pecado e nao encobri meu erro. . . . E tu mesmo perdoaste o
˜
erro dos meus pecados.” (Salmo 32:5) A expressao “perdoas-
´ ´
te” traduz uma palavra hebraica cujo sentido basico e “le-
vantar” ou “levar”. Conforme usada aqui, ela significa remo-
˜ ´
ver “a culpa, o pecado, a transgressao”. De modo que Jeova
como que levantou e levou embora os pecados de Davi. Sem
´
duvida, isso aliviou o sentimento de culpa que ele vinha
´ ´
suportando. (Salmo 32:3) Nos tambem podemos ter plena
confiança em Deus, porque ele leva embora os pecados dos
˜ ` ´ ´
que procuram seu perdao a base da fe no sacrifıcio resgata-
dor de Jesus. — Mateus 20:28.
9 Davi usou outra expressao˜ ´ ˜
vıvida para descrever o perdao
´
8. O que podemos dizer que Jeova faz quando perdoa nossos peca-
´
dos, e que confiança isso nos da?
ˆ ´ ˜ ´
9. A que distancia Jeova poe de nos os nossos pecados?
UM DEUS “PRONTO A PERDOAR” 263
´ ˜ ´ ˜
de Jeova: “Tao longe quanto o leste esta do oeste, para tao
´ ˜
longe Ele removeu de nos as nossas transgressoes.” (O grifo
´ ˆ
e nosso; Salmo 103:12, The Amplified Bible) A que distancia
˜
o leste fica do oeste? Pode-se dizer que eles estao no ponto
mais distante um do outro; esses dois pontos cardeais nun-
˜
ca se encontram. Um erudito diz que essa expressao signifi-
´ ´
ca “o mais longe possıvel, o mais longe que alguem possa
imaginar”. As palavras inspiradas de Davi nos ensinam que,
´
quando perdoa, Jeova coloca os nossos pecados o mais lon-
ge que podemos imaginar.
10 Ja´ tentou remover uma mancha de uma roupa cla-
˜
ra? Talvez, apesar de todo o seu esforço, a mancha nao te-
´ ´
nha saıdo totalmente. Note como Jeova descreve Sua capa-
cidade de perdoar: “Embora os vossos pecados se mostrem
´ ˜
10. Quando Jeova perdoa nossos pecados, por que nao devemos pen-
sar que levaremos a mancha deles pelo resto da vida?

˜
“Vossos pecados . . . serao tornados
brancos como a neve”
´
264 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
como escarlate, serao tornados brancos como a neve; embora
˜
sejam vermelhos como pano carmesim, tornar-se-ao como
˜ ´
a la.” (Isaıas 1:18) A palavra “escarlate” refere-se a uma cor
vermelha muito viva.1 “Carmesim” era uma cor escura en-
contrada em tecidos tingidos. (Naum 2:3) Por meio de nos-
´ ´
sos proprios esforços, nunca serıamos capazes de remover a
´
mancha do pecado. Mas Jeova pode remover pecados seme-
lhantes a escarlate e carmesim, tornando-os brancos como a
˜ ˜
neve ou a la nao tingida. Quando Deus perdoa nossos peca-
˜
dos, nao precisamos levar a mancha deles pelo resto da vida.
11 Num comovente cantico ˆ ˜
de gratidao, composto depois
´
de ele ter sido poupado de uma doença mortıfera, Ezequias
´ ´
disse a Jeova: “Lançaste todos os meus pecados atras das tuas
´ ´
costas.” (Isaıas 38:17) Aqui, descreve-se Jeova como que pe-
gando os pecados do transgressor arrependido e jogando-os
´ ˜ ˆ ´
para tras de si, onde Ele nao pode ve-los nem nota-los mais.
´
Segundo um dicionario, a ideia desse texto pode ser expres-
˜
sa assim: “Acabaste com os [meus pecados] como se eles nao
˜
tivessem acontecido.” Nao acha isso reanimador?
12 Numa profecia de restauraçao, ˜
o profeta Miqueias ex-
˜ ´
pressou a convicçao de que Jeova perdoaria seu povo arre-
´
pendido: “Quem e Deus como tu, . . . passando por alto a
˜
transgressao do restante da sua herança? . . . E a todos os seus
´
pecados lançaras nas profundezas do mar.” (Miqueias 7:18,
19) Imagine o que essas palavras significavam para as pes-
´
soas dos tempos bıblicos. Havia alguma possibilidade de re-
cuperar algo lançado “nas profundezas do mar”? Assim, as
palavras de Miqueias indicam que, quando nos perdoa,
´
Jeova remove nossos pecados permanentemente.
˜
1 Um erudito afirma que o escarlate “era uma cor firme, que nao des-
˜ ´
botava. Nao saıa com orvalho, chuva, lavagem nem com o uso”.
´ ´
11. Em que sentido Jeova joga nossos pecados atras das costas?
´
12. Como o profeta Miqueias indica que, quando nos perdoa, Jeova
remove nossos pecados permanentemente?
UM DEUS “PRONTO A PERDOAR” 265

13 Jesus usou o relacionamento entre credores e devedores


´
para ilustrar como Jeova perdoa. Ele nos incentivou a orar:
´
“Perdoa-nos as nossas dıvidas.” (Mateus 6:12) Jesus compa-
´
ra assim pecados a dıvidas. (Lucas 11:4) Quando pecamos,
´ ˆ
tornamo-nos “devedores” de Jeova. Uma obra de referen-
´
cia diz que o sentido do verbo grego traduzido ‘perdoar’ e
˜ ´ ˜
“abrir mao ou desistir de uma dıvida, nao exigindo o paga-
´
mento”. Em certo sentido, quando Jeova perdoa, ele cance-
´
la a dıvida que de outro modo seria lançada na nossa conta.
De modo que os pecadores arrependidos podem consolar-se.
´ ´ ´
Jeova nunca exigira o pagamento duma dıvida que ele can-
celou! — Salmo 32:1, 2.
14 O perdao ˜ ´ ´
de Jeova e descrito adicionalmente em Atos
3:19: “Arrependei-vos, portanto, e dai meia-volta, a fim de
´
que os vossos pecados sejam apagados.” O trecho final e
˜
a traduçao de um verbo grego que pode significar “ ‘apa-
gar’, . . . ‘cancelar’ ou ‘destruir’ ”. Segundo alguns erudi-
´ ` ˜
tos, a ideia expressa e a de apagar algo escrito a mao. Como
se fazia isso? A tinta costumeiramente usada na antiguida-
´ ˜ ´
de era feita duma mistura que incluıa carvao, goma e agua.
´
Pouco depois de usa-la, a pessoa podia apagar a escrita com
´ ´
uma esponja umida. Essa e uma bela maneira de ilustrar a
´ ´ ´
misericordia de Jeova. Quando ele perdoa nossos pecados, e
como se os apagasse com uma esponja.
15 Quando refletimos nessas ilustraçoes ˜
variadas, a que
˜ ´
conclusao chegamos? Evidentemente, Jeova deseja que sai-
´
bamos que ele esta pronto a perdoar nossos pecados, desde
´ ˜
que encontre em nos arrependimento sincero. Nao precisa-
mos temer que, no futuro, ele nos condene por esses peca-
´
dos, porque a Bıblia revela algo mais sobre a grande miseri-
´ ´
cordia de Jeova: quando perdoa, ele esquece.
´
13. Qual e o sentido das palavras de Jesus: “Perdoa-nos as nossas
´
dıvidas”?
˜
14. A expressao “que os vossos pecados sejam apagados” traz que
ideia?
´
15. O que Jeova deseja que saibamos sobre ele?
´ ´
Jeova deseja que saibamos que ele esta “pronto a perdoar”

˜
“Nao me lembrarei mais do seu pecado”
´
16 A respeito dos que fazem parte do novo pacto, Jeova pro-
˜
meteu o seguinte: “Perdoarei seu erro e nao me lembrarei
´
mais do seu pecado.” ( Jeremias 31:34) Sera que isso signifi-
´ ´
ca que, quando
´ ´ perdoa, Jeova e incapaz de se lembrar dos
˜ ´
pecados? E obvio que nao. A Bıblia nos fala dos pecados de
muitos a quem Deus perdoou, incluindo Davi. (2 Samuel
´ ´ ´
11:1-17; 12:13) Sem duvida, Jeova ainda esta ciente dos er-
ros que cometeram. O registro dos pecados deles, bem como
˜
do seu arrependimento e do perdao de Deus, foi preservado
´ ˜
para nosso benefıcio. (Romanos 15:4) Entao, o que se quer
´ ´
16, 17. Quando a Bıblia afirma que Jeova se esquece dos nossos pe-
cados, o que quer dizer, e por que responde assim?
UM DEUS “PRONTO A PERDOAR” 267
´ ´ ˜
dizer quando a Bıblia afirma que Jeova ‘nao se lembra’ dos
pecados daqueles a quem perdoa?
17 O verbo hebraico vertido “lembrarei” nao ˜
significa ape-
´
nas recordar o passado. Segundo o Dicionario Internacio-
˜
nal de Teologia do Antigo Testamento, inclui “a implicaçao
ˆ
de agir em consonancia com o pensamento”. Portanto, nes-
se sentido, “lembrar” pecados envolve agir contra pecadores.
´ ˜
(Oseias 9:9) Mas quando Jeova diz: “Nao me lembrarei mais
do seu pecado”, ele nos assegura que, depois de perdoar a um
˜ ´
pecador arrependido, nao agira contra ele no futuro por cau-
sa dos mesmos pecados. (Ezequiel 18:21, 22) Assim, ele es-
˜ ´
quece no sentido de nao mencionar vez apos vez os nossos
˜
pecados, acusando-nos ou punindo-nos repetidamente. Nao
acha consolador saber que Deus perdoa e esquece?
ˆ
E as consequencias?
´ ˜ ´
18 Sera que a prontidao de Jeova em perdoar significa que
ˆ
o pecador arrependido fica isento de todas as consequen-
˜ ˜
cias de suas açoes erradas? De forma alguma. Nao podemos
pecar e escapar impunes. Paulo escreveu: “O que o homem
´ ´ ´
semear, isso tambem ceifara.” (Galatas 6:7) Teremos de en-
ˆ ˜ ˜
frentar as consequencias de nossa açao, mas isso nao quer
˜ ´
dizer que, depois de conceder perdao, Jeova nos faça sofrer
˜ ˜
adversidades. Ao surgirem dificuldades, o cristao nao deve
´
pensar: “Jeova talvez esteja me punindo por pecados passa-
˜
dos.” (Tiago 1:13) Por outro lado, Deus nao nos poupa dos
˜ ´
efeitos de nossas açoes erradas. Divorcio, gravidez indeseja-
´
da, doenças sexualmente transmissıveis, perda de confiança
´
ou de respeito — essas podem ser algumas das lamentaveis e
´ ˆ
inevitaveis consequencias do pecado. Lembre-se de que, em-
bora perdoasse os pecados de Davi relacionados com Bate-
´ ˜ ˆ
Seba e Urias, Jeova nao o protegeu contra as consequencias
desastrosas. — 2 Samuel 12:9-12.
˜ ˜
18. Por que o perdao nao significa que o pecador arrependido fique
ˆ ˜
isento das consequencias de suas açoes erradas?
´
268 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ˆ
19 Nossos pecados tambem podem ter outras consequen-
cias, em especial se outros foram prejudicados pelas nos-
˜ ´ ´
sas açoes. Por exemplo, analise o relato em Levıtico, capı-
tulo 6. Ali, a Lei mosaica trata de um erro grave: apossar-se
˜
dos bens de outro israelita por meio de roubo, extorsao ou
´
fraude. Se o pecador negasse a culpa, atrevendo-se ate mes-
mo a jurar falsamente, tornava-se um caso da palavra de um
contra outro. No entanto, mais tarde o ofensor talvez so-
` ˆ
fresse devido a consciencia pesada e confessasse seu pecado.
˜ ˆ
Para obter o perdao de Deus, ele tinha de fazer mais tres coi-
` ´
sas: devolver o que havia tomado, pagar a vıtima uma mul-
ta equivalente a 20% do valor dos bens roubados e oferecer
´
um carneiro como oferta pela culpa. Daı, a lei dizia: “O sa-
˜ ´
cerdote tem de fazer expiaçao por ele perante Jeova, e assim
´
lhe tem de ser perdoado.” — Levıtico 6:1-7.
20 Essa lei de Deus era muito misericordiosa, porque favo-
´
recia a vıtima, cuja propriedade era devolvida e que, sem
´
duvida, se sentia aliviada quando o ofensor finalmente ad-
mitia seu pecado. Ao mesmo tempo, a lei beneficiava aque-
ˆ
le cuja consciencia por fim o induzia a admitir a culpa e
˜
corrigir o erro. De fato, se ele se negasse a fazer isso, nao po-
˜
deria esperar obter o perdao divino.
21 Embora nao ˜ `
estejamos sujeitos a Lei mosaica, ela nos
´
ajuda a entender um pouco da mentalidade de Jeova, in-
˜
cluindo o modo como ele encara o perdao. (Colossenses
2:13, 14) Se outros foram prejudicados pelos nossos peca-
´ ´
dos, Deus se agradara se fizermos o possıvel para corrigir o
erro. (Mateus 5:23, 24) Isso talvez envolva reconhecer nosso
´ ` ´
pecado, admitir a culpa e ate pedir desculpas a vıtima. En-
˜ ´ ` ´
tao podemos apelar para Jeova, a base do sacrifıcio de Jesus,
e ter a certeza de que fomos perdoados por Deus. — Hebreus
10:21, 22.
´
19-21. (a) Como a lei registrada em Levıtico 6:1-7 beneficiava tanto
´
a vıtima quanto o ofensor? (b) Se outros foram prejudicados pelos
´ ´
nossos pecados, Jeova se agradara se tomarmos que medidas?
UM DEUS “PRONTO A PERDOAR” 269

˜
Perguntas para Meditaçao
ˆ ´ ´
2 Cronicas 33:1-13 Por que Jeova perdoou Manasses e o que
´
isso nos ensina sobre Sua misericordia?
Mateus 6:12, 14, 15 Por que devemos perdoar outros quando
´ ´
ha base valida para isso?
´
Lucas 15:11-32 O que essa parabola nos ensina sobre a pronti-
˜ ´
dao de Jeova de perdoar? O que acha disso?
´ ˜
2 Corıntios 7:8-11 O que temos de fazer para receber o perdao
divino?

´ `
22 Igual a um pai amoroso, Jeova as vezes, ao conceder
˜ ´ ´
perdao, tambem administra disciplina. (Proverbios 3:11, 12)
˜ ´
O cristao arrependido talvez tenha de renunciar ao seu privile-
˜
gio de servir como anciao, servo ministerial ou evangelizador
´
de tempo integral. Possivelmente sera doloroso para ele perder
´
por algum tempo privilegios que lhe eram preciosos. Isso, po-
´ ˜ ´ ˜
rem, nao significa que Jeova nao o perdoou. Temos de nos lem-
´ ´
brar que a disciplina da parte de Jeova e prova do seu amor por
´ ´ ´ ´ ´ ´
nos. Aceita-la e aplica-la so resultara em bem para nos. — He-
breus 12:5-11.
23 Como e´ reanimador saber que nosso Deus esta´ “pron-

to a perdoar”! Apesar dos erros que talvez tenhamos cometi-


´
do, nunca devemos concluir que estamos alem do alcance da
´ ´ ˜
misericordia de Jeova. Se nos arrependermos de coraçao, to-
marmos medidas para endireitar o erro e orarmos seriamente
˜ `
pedindo perdao a base do sangue derramado de Jesus, pode-
´ ´ ˜
remos ter plena confiança em que Jeova nos perdoara. (1 Joao
˜
1:9) Imitemos o seu perdao ao lidar com outros. Afinal, se
´ ˜ ˜ ˜
Jeova, que nao peca, nos perdoa tao amorosamente, nao de-
´ ´ ´
verıamos nos, humanos pecadores, fazer todo o possıvel para
perdoar uns aos outros?
˜ ´
22. Apesar de conceder perdao, o que Jeova talvez administre?
´ ´
23. Por que nunca deverıamos concluir que estamos alem do alcan-
´ ´ ˜
ce da misericordia de Jeova? Por que devemos imitar o perdao divino?
´
C A P I T U L O 2 7

˜
“Quao grande
´
e a sua bondade!”
´ ˆ
BANHADO pelo reflexo de um belıssimo por do sol, um gru-
˜
po de amigos faz uma refeiçao ao ar livre — riem e conver-
sam, enquanto admiram a paisagem. Longe dali, um agricul-
˜ ˜
tor olha para as plantaçoes e sorri satisfeito — estao se
˜
formando nuvens escuras que logo trarao as primeiras gotas
de chuva. Em outro lugar, um homem e a esposa ficam or-
gulhosos de ver o filhinho dar os primeiros passos inseguros.
2 Quer se deem conta disso quer nao, ˜
todas essas pessoas
˜ ´
estao se´ beneficiando da mesma coisa: a bondade de Jeova
Deus. E comum ouvirmos pessoas religiosas dizerem: “Deus
´ ´ ´ ´ ˜
e bom!” Mas a Bıblia e muito mais enfatica. Ela diz: “Quao
´
grande e a sua bondade!” (Zacarias 9:17) Parece, contudo,
que poucas pessoas hoje sabem realmente o que significam
´
essas palavras. O que, de fato, esta envolvido na bondade de
´
Jeova Deus? Como essa qualidade divina afeta cada um de
´
nos?
´
Uma faceta notavel do amor de Deus
´ ´
3 Em muitas lınguas modernas, “bondade” e um termo
´ ´ ´ ´
um tanto generico. Seu uso bıblico, porem, e bem diferente.
ˆ
Primariamente, essa palavra refere-se a virtude e excelencia
˜ ´
moral. Pode-se dizer, entao, que a bondade faz parte da pro-
´
pria natureza de Jeova. Todos os seus atributos — incluindo
˜ ´
poder, justiça e sabedoria — sao inteiramente bons. Mas e
˜
mais correto descrever a bondade como expressao do amor
´ ˆ
de Jeova. Por que?
´
1, 2. O que a bondade de Deus inclui, e como a Bıblia enfatiza essa
qualidade?
´ ´
3, 4. O que e bondade, e por que e mais correto descrever a bonda-
´ ˜
de de Jeova como expressao do seu amor?
˜ ´
“QUAO GRANDE E A SUA BONDADE!” 271
´ ˜
4 A bondade e uma qualidade ativa, expressa em açoes
´
para com outros. Segundo o apostolo Paulo, as pessoas se
´ ´
sentem mais atraıdas a quem e bondoso do que a um jus-
´
to. (Romanos 5:7) Pode-se confiar em que alguem justo siga
´
fielmente os requisitos legais; mas quem e bom faz mais do
que isso. Ele toma a iniciativa, procurando meios de bene-
´ ´ ´
ficiar outros. Como veremos, e nesse sentido que Jeova e
bom. A bondade divina deriva do seu amor infinito.
5 No que se refere a` bondade, Jeova´ e´ inigualavel. ´
Pou-
co antes da morte de Jesus, um homem se aproximou dele
para fazer uma pergunta e chamou-o de “Bom Instrutor”.
´
Jesus respondeu: “Por que me chamas de bom? Ninguem
´ ´ ˆ
e bom, exceto um so, Deus.” (Marcos 10:17, 18) Bem, voce
talvez fique um pouco perplexo com essa resposta. Por que
Jesus corrigiu aquele homem? Afinal, Jesus era um “Bom
˜
Instrutor”, nao era?
´
6 E evidente que o homem usou as palavras “Bom Instru-
´
tor” como tıtulo lisonjeiro. Jesus modestamente direcionou
´ ´
toda a gloria ao seu Pai celestial, que e bom em sentido ab-
´ ´
soluto. (Proverbios 11:2) Mas Jesus tambem estava explican-
´ ´ ˜
do uma verdade profunda: Jeova fornece o unico padrao
´
pelo qual se pode determinar o que e bom. Somente ele
´ ´
tem o direito soberano de especificar o que e bom e o que e
˜
mau. Quando Adao e Eva, de forma rebelde, comeram da
´ ´ ´
arvore do conhecimento do que e bom e do que e mau, ten-
taram reivindicar para si esse direito. Diferentemente deles,
Jesus de maneira humilde deixa que seu Pai decida esses as-
suntos.
´
7 Alem ´ ´
disso, Jesus sabia que Jeova e a fonte de tudo o que
´ ´ ´
e realmente bom. Ele e o Dador de “toda boa dadiva e todo
presente perfeito”. (Tiago 1:17) Vejamos como a generosi-
´
dade de Jeova revela sua bondade.
5-7. Por que Jesus se recusou a ser chamado de “Bom Instrutor”, e que
verdade profunda ele queria ensinar?
´ ´
Jeova nos da
´
“chuvas do ceu
˜ ´
e estaçoes frutıferas”

´
Provas da imensa bondade de Jeova
´
8 Todos os humanos ja se beneficiaram da bondade de
´ ´ ´
Jeova. O Salmo 145:9 diz: “Jeova e bom para com todos.”
˜ ´
Quais sao alguns exemplos de sua bondade ilimitada? A Bı-
˜
blia diz: “Nao se deixou sem testemunho, por fazer o bem,
´ ˜ ´
dando-vos chuvas do ceu e estaçoes frutıferas, enchendo os
˜ ˆ
vossos coraçoes plenamente de alimento e de bom animo.”
´ ˜
(Atos 14:17) Ja sentiu aquela sensaçao de prazer ao sabo-
˜ ˜
rear uma deliciosa refeiçao? Se nao fosse pela bondade de
´ ´
Jeova em projetar a Terra com seu suprimento reciclavel de
´ ˜ ´
agua doce e com “estaçoes frutıferas” que produzem muito
˜ ˜ ´
alimento, nao haveria refeiçoes. Jeova demonstra essa bon-
˜ ´
dade nao so para com os que o amam, mas para com to-
´
dos. Jesus disse: “Ele faz o seu sol levantar-se sobre inıquos
´
8. Como Jeova demonstra bondade para com toda a humanidade?
˜ ´
“QUAO GRANDE E A SUA BONDADE!” 273

e sobre bons, e faz chover sobre justos e sobre injustos.”


— Mateus 5:45.
9 Muitos tratam com descaso a impressionante generosi-
´ `
dade que Jeova demonstra a humanidade ao fornecer con-
˜ ´
tinuamente sol, chuva e estaçoes frutıferas. Por exemplo,
˜
pense na maça. Trata-se de uma
´ fruta muito comum nas re-
˜
gioes de clima temperado. E bonita, deliciosa, suculenta, re-
frescante e cheia de nutrientes vitais. Sabia que, no mundo
´ ˜
todo, ha cerca de 7.500 variedades de maça? Existem ma-
˜
ças das mais variadas cores (vermelhas, douradas, amarelas,
˜
verdes) e tamanhos (algumas sao pouco maiores que uma
˜ ´
9. Como a maça ilustra a bondade de Jeova?

Desta semente pequena nasce


´ ´
uma arvore que, por decadas,
´ `
alimenta e da prazer as pessoas
´
274 ACHEGUE-SE A JEOVA

cereja; outras, pouco menores que um coco). Uma semen-


˜
te de maça parece insignificante. Mas quando cresce se tor-
´ ˆ
na uma das arvores mais bonitas que existe. (O Cantico de
˜
Salomao 2:3) Na primavera, a macieira fica coberta por um
´
lindıssimo manto de flores; no outono, produz os frutos.
˜ ´ ´
A produçao media anual de uma macieira — que da frutos
´
por cerca de 75 anos — e suficiente para encher 20 caixotes
de quase 20 quilos cada um!
10 Na sua infinita bondade, Jeova´ providenciou que nos-

so corpo fosse “feito maravilhosamente”, com sentidos que


nos ajudam a perceber suas obras e ter prazer com elas. (Sal-
mo 139:14) Pense de novo nas cenas descritas na introdu-
˜ ´ ˜ ´
çao deste capıtulo. O sentido da visao e que tornou esses
´
momentos agradaveis. As bochechas coradas de uma crian-
ça feliz; a chuva caindo sobre os campos; o vermelho, dou-
ˆ
rado e violeta do por do sol — tudo isso agrada ao olho hu-
´
mano, que e capaz de distinguir mais de 300 mil cores! E o
˜
sentido da audiçao nos permite notar as nuances de tom de
´
voz de uma pessoa querida, o sussurro do vento entre as ar-
vores, a risada gostosa de uma criancinha. Por que conse-
´
guimos desfrutar essas vistas e sons? A Bıblia diz: “O ouvi-
ˆ ´ ´ ´
do que ouve e o olho que ve — o proprio Jeova e que fez
´ ˜
a ambos.” (Proverbios 20:12) Mas esses sao apenas dois dos
sentidos.
11 O olfato e´ outra prova da bondade de Jeova. ´
O na-
´
riz humano e capaz de distinguir uns 10 mil odores. Pen-
´
se em alguns deles: sua comida favorita, flores, folhas caı-
das, a fumaça de uma lareira aconchegante. E o sentido do
ˆ
tato permite que voce sinta a brisa suave no rosto, o abraço
´ ˆ
amigo de alguem que voce ama, a suavidade de uma fruta.
ˆ ´ ˜
Quando voce da uma mordida nela, entra em açao o pala-
´
dar. Sua boca e inundada por uma mistura de sabores sutis,
10, 11. Como os nossos sentidos demonstram a bondade de Deus?
˜ ´
“QUAO GRANDE E A SUA BONDADE!” 275
`
a medida que as papilas gustativas captam a complexa com-
˜ ´
posiçao quımica da fruta. De fato, temos motivos de sobra
´ ˜ ´
para exclamar sobre Jeova: “Quao abundante e a tua bonda-
de que entesouraste para os que te temem!” (Salmo 31:19)
´ ˆ
Mas como Jeova ‘entesoura’ bondade para os que tem te-
mor dele?
´
Os benefıcios eternos da bondade
´ ˜
12 Jesus disse: “Esta escrito: ‘O homem tem de viver, nao
˜ ˜
somente de pao, mas de cada pronunciaçao procedente da
´ ´
boca de Jeova.’ ” (Mateus 4:4) De fato, as dadivas espirituais
´ ´
de Jeova podem nos beneficiar muito mais do que as fısi-
´
cas, pois resultam em vida eterna. No Capıtulo 8 deste livro,
´ ´
vimos que Jeova usou seu poder restaurador nestes ultimos
´
dias para fazer surgir um paraıso espiritual. Uma das princi-
´ ´ ´ ´
pais caracterısticas desse paraıso e que nele ha fartura de ali-
mento espiritual.
13 Numa das grandes profecias bıblicas ´ ˜
sobre restauraçao,
˜
o profeta Ezequiel recebeu uma visao dum templo restau-
´
rado e glorificado, de onde fluıa um rio, que se alargava e
´
aprofundava ate se tornar uma “torrente de tamanho du-
ˆ ˜
plo”. Por todo lugar onde passava, aquele rio trazia bençaos.
´
Nas suas margens, cresciam arvores que forneciam alimen-
´
to e cura. O rio ate mesmo trouxe vida e prosperidade ao
´
mar Morto, que e extremamente salgado e sem vida. (Eze-
quiel 47:1-12) Mas o que significava tudo isso?
14 A visao˜ ´ ˜
indicava que Jeova restauraria sua adoraçao
pura, conforme representada pelo templo que Ezequiel viu.
˜ ´
Como o rio daquela visao, as dadivas de Deus para a vida
˜ ´ ´ ˆ
12. Quais sao as dadivas mais importantes de Jeova e por que?
˜
13, 14. (a) Que visao o profeta Ezequiel teve, e qual o significado
´ ´ ´
dela para nos hoje? (b) Que dadivas espirituais vitalizadoras Jeova faz
´
para seus servos fieis?
´
276 ACHEGUE-SE A JEOVA

fluiriam para o Seu povo em quantidades cada vez maiores.


˜ ´
Desde que a adoraçao pura foi restaurada em 1919, Jeova
´
tem abençoado seu povo com dadivas vitalizadoras. Como?
´ ˜ ´ ˜
Bıblias, publicaçoes bıblicas, reunioes e congressos levam
˜ ´
verdades vitais a milhoes de pessoas. Por esses meios, Jeova
´
lhes ensina sobre sua dadiva mais importante para a vida: o
´ ´
sacrifıcio de resgate de Cristo, que torna possıvel que todos
os que realmente amam e temem a Deus tenham uma posi-
˜
çao limpa perante ele e esperança de vida eterna.1 Assim, ao
´ ´
longo desses ultimos dias, ao passo que o mundo esta espi-
´
ritualmente faminto, o povo de Jeova usufrui um banquete
´
espiritual. — Isaıas 65:13.
15 Mas o rio da visao ˜ ˜
de Ezequiel nao vai parar de correr
´
quando este velho sistema chegar ao fim. Pelo contrario, ele
´ ´
fluira com ımpeto ainda maior durante o Reinado Milenar
˜ ˆ ´
de Cristo. Entao, por meio do Reino messianico, Jeova apli-
´ ´
cara o pleno valor do sacrifıcio de Jesus, elevando gradati-
` ˜
vamente a humanidade fiel a perfeiçao. Como exultaremos
˜ ´
entao por causa da bondade de Jeova!
Facetas adicionais
´
da bondade de Jeova
16 A bondade divina envolve mais do que generosidade.
´
Deus disse a Moises: “Eu mesmo farei toda a minha bon-
dade passar diante da tua face e vou declarar diante de ti
´ ´
o nome de Jeova.” Mais adiante o relato diz: “Jeova ia pas-
´ ´
sando diante da sua face e declarando: ‘Jeova, Jeova, Deus
´ ´
1 O resgate e o maior exemplo da bondade de Jeova. Entre os mi-
˜ ´
lhoes de criaturas espirituais que Jeova poderia ter escolhido, ele sele-
ˆ
cionou seu amado Filho unigenito para morrer a nosso favor.
´ ´
15. Em que sentido a bondade de Jeova fluira para a humanidade
durante o Reinado Milenar de Cristo?
´ ´
16. Como a Bıblia mostra que a bondade de Jeova inclui outras qua-
˜
lidades, e quais sao algumas dessas?
˜ ´
“QUAO GRANDE E A SUA BONDADE!” 277

misericordioso e clemente, vagaroso em ˆ irar-se e abundan-


ˆ
te em benevolencia e em verdade.’ ” (Exodo 33:19; 34:6) As-
´ ´
sim, a bondade de Jeova inclui varias qualidades excelentes.
´
Vamos analisar so duas delas.
17 “Clemente.” Essa qualidade de Jeova´ faz com que ele seja
´
educado e acessıvel ao lidar com suas criaturas. Em vez de
ˆ ˜
ser grosseiro, frio ou tiranico, como muitas vezes sao os que
ˆ ´ ´ ´
detem poder, Jeova e gentil e bondoso. Por exemplo, Jeova
˜
disse a Abrao: “Levanta os teus olhos, por favor, e olha des-
´
de o lugar onde estas, para o norte, e para o sul, e para o
ˆ ˜
leste, e para o oeste.” (Genesis 13:14) Muitas traduçoes omi-
˜ ´
tem a expressao “por favor”. Mas eruditos bıblicos afirmam
que a fraseologia usada no hebraico original inclui uma
´
partıcula que transforma uma ordem em um pedido educa-
´ ˆ ˆ
do. Ha outras ocorrencias semelhantes. (Genesis 31:12; Eze-
´
quiel 8:5) Imagine so: o Soberano do Universo diz “por fa-
vor” a meros humanos! Num mundo onde a grosseria, a
˜ ˜ ´
agressividade e a descortesia sao a norma, nao e reanimador
´ ´
lembrar-nos de que o nosso Deus clemente, Jeova, e educa-
´
do e acessıvel?
18 “Abundante em . . . verdade.” A desonestidade e´ comum
´ ˜ ´
no mundo hoje. Mas a Bıblia nos lembra: “Deus nao e ho-
´
mem para mentir.” (Numeros 23:19) De fato, Tito 1:2 diz
˜ ´
que “Deus . . . nao pode mentir”. Ele e bom demais para
´ ˜
isso. Assim, as promessas de Jeova sao completamente dig-
´ ´
nas de confiança; sua palavra sempre se cumpre. Ele e ate
´
mesmo chamado de “Deus da verdade”. (Salmo 31:5) Alem
˜ ˆ
de nao mentir, ele transmite uma abundancia de verdades.
˜ ´
Nao e reservado, fechado ou cheio de segredos; pelo con-
´ ´
trario, ele generosamente usa sua infindavel sabedoria para
´
17. Como Jeova lida com meros humanos imperfeitos, e que qualida-
de faz com que ele aja assim?
´ ´
18. Em que sentido Jeova e “abundante em . . . verdade”, e por que
˜
essas palavras sao reanimadoras?
´
278 ACHEGUE-SE A JEOVA
´ ´
dar esclarecimentos aos seus servos fieis.1 Ele ate mesmo
os ensina a viver de acordo com as verdades que transmi-
te, de modo que possam continuar “andando na verdade”.
˜ ´
(3 Joao 3) Que efeito a bondade de Jeova deveria ter em
´
cada um de nos?
´
‘Fique radiante com a bondade de Jeova’
´ ´
19 Quando Satanas tentou Eva no jardim do Eden, sua pri-
´
meira tatica foi abalar sutilmente a confiança dela na bon-
´ ˜ ´
dade de Jeova. O Criador dissera a Adao: “De toda arvore
` ´
do jardim podes comer a vontade.” Dos milhares de arvo-
´
res que devem ter adornado aquele jardim, Jeova reserva-
´
ra apenas uma. Mas note´ como Satanas formulou sua pri-
meira pergunta a Eva: “E realmente assim que Deus disse,
˜ ´ ˆ
que nao deveis comer de toda arvore do jardim?” (Genesis
´ ´
2:9, 16; 3:1) Satanas distorceu as palavras de Jeova para fazer
Eva pensar que Ele a estava impedindo de ter algo bom. In-
´
felizmente, a tatica funcionou. Eva, como muitos homens
e mulheres depois dela, começou a duvidar da bondade de
´
Deus, a fonte de tudo o que ela possuıa.
20 Todos sabemos quais foram os lastimaveis ´
resultados
´
dessas duvidas. Por isso, tenhamos bem em mente as pa-
˜
lavras de Jeremias 31:12: “Certamente . . . ficarao radian-
´
tes com a bondade de Jeova.” A bondade de Deus deveria,
˜
de fato, nos deixar extremamente alegres. Nao precisamos
˜
duvidar das motivaçoes de nosso Deus bondoso. Podemos
´
confiar totalmente nele, porque ele deseja so o bem para
aqueles que o amam.
´
1 Apropriadamente, a Bıblia relaciona verdade com luz. “Envia tua
´
luz e tua verdade”, cantou o salmista. (Salmo 43:3) Jeova emite muita
˜
luz espiritual para os que se dispoem a ser ensinados, ou esclarecidos,
´ ˜
por ele. — 2 Corıntios 4:6; 1 Joao 1:5.
´
19, 20. (a) Como Satanas procurou abalar a confiança de Eva na
´ ´
bondade de Jeova, e qual foi o resultado? (b) A bondade de Jeova deve
´ ˆ
ter que efeito sobre nos, e por que?
˜ ´
“QUAO GRANDE E A SUA BONDADE!” 279

˜
Perguntas para Meditaçao
˜ ˜
1 Reis 8:54-61, 66 Como Salomao expressou sua gratidao pela
´
bondade de Jeova e que efeito isso teve sobre os israelitas?
˜
Salmo 119:66, 68 Como as nossas oraçoes podem refletir o de-
´
sejo de imitar a bondade de Jeova?
´ ´
Lucas 6:32-38 O que podera nos motivar a imitar o espırito ge-
´
neroso de Jeova?
Romanos 12:2, 9, 17-21 Como podemos demonstrar bondade
no cotidiano?

´
21 Alem disso, ficamos contentes quando temos oportuni-
dades de falar a outros sobre a bondade de Deus. A respeito
˜
do Seu povo, o Salmo 145:7 diz: “Transbordarao com a men-
˜ ˆ
çao da abundancia da tua bondade.”A cada dia da nossa vida,
´
nos beneficiamos de alguma forma da bondade de Jeova.
´ ´
Que tal tomar por habito agradecer a Jeova todo dia por
´ ´
sua bondade, sendo o mais especıfico possıvel? Se pensar-
´
mos nessa qualidade, agradecermos a Jeova diariamente por
´ ´ ´
demonstra-la e falarmos a outros sobre ela, ficara mais facil
`
imitarmos nosso Deus bondoso. E a medida que buscarmos
´ ´
maneiras de fazer o que e bom, como Jeova faz, nos achega-
´ ˜
remos cada vez mais a ele. O idoso apostolo Joao escreveu:
ˆ ˜ ´
“Amado, se imitador, nao daquilo que e mau, mas daquilo
´ ˜
que e bom. Quem faz o bem origina-se de Deus.” — 3 Joao 11.
22 A bondade de Jeova´ esta´ relacionada a outras qualida-
´ ˆ
des. Por exemplo,
ˆ Deus e “abundante em benevolencia”, ou
´ ´
amor leal. (Exodo 34:6) Essa qualidade e mais especıfica do
´
que a bondade, pois Jeova a expressa em especial para com
´ ´ ´
seus servos fieis. No proximo capıtulo, aprenderemos como
ele faz isso.
ˆ `
21, 22. (a) De que maneiras voce pode corresponder a bondade de
´ ´ ´
Jeova? (b) Que qualidade analisaremos no proximo capıtulo, e em que
ela difere da bondade?
´
C A P I T U L O 2 8

´ ´
“So tu es leal”
O REI Davi sabia muito bem o que era deslealdade. A cer-
ta altura de seu reinado turbulento, ele se viu confrontado
` ˜ ´ ˆ
com intrigas e tramas as maos de seus proprios conterra-
´ ´
neos. Alem disso, foi traıdo por alguns daqueles que de-
veriam ser seus companheiros mais achegados. Por exem-
´
plo, Mical, sua primeira esposa, de inıcio “amava a Davi”,
´
sem duvida apoiando-o em seus deveres reais. Mais tar-
´ ´ ˜ ´
de, porem, ela “começou a despreza-lo no seu coraçao”, ate
mesmo encarando Davi “como um dos homens inanes”.
— 1 Samuel 18:20; 2 Samuel 6:16, 20.
2 Outro exemplo de traiçao ˜
na vida de Davi foi o de seu
conselheiro pessoal, Aitofel. Seus conselhos, muito aprecia-
´ ´
dos, eram considerados como a palavra do proprio Jeova.
(2 Samuel 16:23) Mas com o tempo esse confidente de Davi
˜
tornou-se um traidor, juntando-se a uma rebeliao organi-
˜
zada contra o rei. E quem era o instigador da conspiraçao?
´ ˜
Um dos proprios filhos de Davi, Absalao! Aquele oportunis-
˜
ta astuto “furtava os coraçoes dos homens de Israel”, esta-
˜
belecendo-se como rei rival. A revolta de Absalao atingiu ta-
˜
manhas proporçoes que o Rei Davi foi obrigado a fugir para
salvar a vida. — 2 Samuel 15:1-6, 12-17.
3 Sera´ que, durante todas aquelas provaçoes, ˜ ´
ninguem per-
´
maneceu leal a Davi? Aquele rei sabia que alguem sempre
´ ´
lhe era leal. Quem? Ninguem mais ninguem menos do que
´ ´ ´
Jeova Deus. “Com alguem leal agiras com lealdade”, disse
´ ´
Davi a Jeova. (2 Samuel 22:26) O que e lealdade e como
´ ´ ´
Jeova da o melhor exemplo em demonstra-la?
1, 2. Por que se pode dizer que o Rei Davi sabia muito bem o que era
deslealdade?
3. Que confiança Davi tinha?
´
A Lua e chamada de testemunha
fiel, mas apenas criaturas vivas
˜
e inteligentes sao capazes de
´
refletir a lealdade de Jeova

´
O que e lealdade?
4 “Lealdade”, conforme usada nas Escrituras Hebraicas, e´

bondade que amorosamente se apega ao objeto dessa leal-


˜ ´ ´ ˜
dade e nao desiste ate que seu proposito com relaçao a ele se
´
realize. Ela vai alem da fidelidade, ou confiabilidade. Afinal,
´
alguem pode ser fiel apenas por senso de dever. Em contras-
te com isso, a lealdade baseia-se no amor.1 A palavra “fiel”
´
tambem pode ser usada para descrever coisas inanimadas.
Por exemplo, o salmista chamou a Lua de “fiel testemunha
´ `
no ceu” devido a regularidade com que ela surge. (Salmo
˜ ´ ˜
89:37) Mas nao se pode dizer que a Lua e leal. Por que nao?
´ ˜
Porque a lealdade e uma expressao de amor, uma qualida-
˜
de que coisas inanimadas nao podem demonstrar.
´
5 No sentido bıblico, ´
a lealdade e uma qualidade cordial.
˜
Pressupoe um relacionamento entre aquele que demonstra
´ ˜
lealdade e a pessoa a quem ela e demonstrada. Nao se trata
´
de uma qualidade instavel, como as ondas do mar, alteradas
´ ´
por ventos mutaveis. Pelo contrario, a lealdade, ou amor
´
1 O interessante e que a palavra traduzida “lealdade” em 2 Samuel
´ ˆ
22:26 e em outras partes traduzida “benevolencia” ou “amor leal”.
´
4, 5. (a) O que e “lealdade”? (b) Em que sentido lealdade e fidelida-
˜
de sao diferentes?
´
282 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
leal, tem estabilidade e força para superar os mais difıceis
´
obstaculos.
´
6 E verdade que esse tipo de lealdade e´ raro atualmente.
˜
Muitos companheiros achegados estao “dispostos a se faze-
rem mutuamente em pedaços”. Cada vez mais ouvimos fa-
lar em pessoas que abandonam o marido ou a esposa. (Pro-
´ ˜ ´ ˜
verbios 18:24; Malaquias 2:14-16) A traiçao e tao comum que
talvez digamos, como o profeta Miqueias: “Pereceu da terra
´
aquele que e leal.” (Miqueias 7:2) Embora os humanos mui-
ˆ ´
tas vezes falhem em demonstrar benevolencia, a lealdade e
´
uma qualidade destacada de Jeova. De fato, a melhor manei-
´
ra de aprender exatamente o que significa lealdade e exami-
´ ´
nar como Jeova demonstra essa faceta notavel do seu amor.
´ ´
A incomparavel lealdade de Jeova
7 Sobre Jeova, ´ ´ ´ ´ ˜
a Bıblia diz: “So tu es leal.” (Revelaçao [Apo-
˜ ´
calipse] 15:4) Por que se diz isso? Nao e verdade que huma-
ˆ ` ´ ´
nos e anjos tem as vezes demonstrado lealdade notavel? ( Jo
˜ ˜ ´
1:1; Revelaçao 4:8) E pense em Jesus Cristo. Nao e ele a pes-
˜
soa mais leal a Deus? (Salmo 16:10) Por que, entao, se pode
´ ´ ´
dizer que so Jeova e leal?
8 Primeiro, lembre-se de que a lealdade e´ uma faceta do
´ ´ ´ ˜
amor. Visto que “Deus e amor” — e a propria personificaçao
dessa qualidade —, quem poderia demonstrar ´ lealdade mais
˜
plenamente do que ele? (1 Joao 4:8) E claro que anjos e hu-
˜
manos sao capazes de refletir os atributos divinos, mas ape-
´ ´
nas Jeova e leal em grau superlativo. Como “o Antigo de
ˆ ´
Dias”, ele demonstra benevolencia ha muito mais tempo
´
do que qualquer criatura na Terra ou no ceu. (Daniel 7:9)
´ ´
De modo que Jeova e a lealdade em pessoa. Ele demonstra
´ ´
6. (a) Atualmente, ate que ponto a lealdade e rara entre os humanos,
´ ´ ´
e como isso e indicado na Bıblia? (b) Qual e a melhor maneira de
ˆ
aprender o que significa lealdade, e por que?
´ ´ ´
7, 8. Por que se pode dizer que so Jeova e leal?
´ ´
“SO TU ES LEAL” 283
´
essa qualidade de um modo que nenhuma criatura e capaz
de igualar. Veja alguns exemplos.
9 Jeova´ e´ “leal em todos os seus trabalhos”. (Salmo 145:17)
´
De que modo? O Salmo 136 da a resposta. Nele, citam-se
´ ´ ´
varios atos salvadores de Jeova, incluindo a extraordinaria
˜
libertaçao dos israelitas quando os conduziu pelo mar Ver-
´ ´
melho. O interessante e que todos os versıculos desse sal-
˜ ˆ
mo terminam com a expressao: “Pois a sua benevolencia
´
[ou, lealdade] e por tempo indefinido.” Lendo esse salmo
´ ˜ ´
— incluıdo nas Perguntas para Meditaçao, na pagina 289 —,
´ ´ ˜
e impossıvel nao ficar impressionado com os muitos mo-
´ ˆ
dos em que Jeova usou de benevolencia para com seu povo.
´
De fato, Deus demonstra lealdade para com seus servos fieis
ouvindo seus pedidos de ajuda e agindo no tempo devido.
´ ´
(Salmo 34:6) O amor leal de Jeova para com seus servos e
´
inabalavel, desde que estes permaneçam leais a ele.
´
10 Alem ´
disso, Jeova demonstra lealdade aos seus servos
` ´
apegando-se as suas normas. Ao contrario de alguns huma-
´
nos voluveis, que se deixam levar por caprichos pessoais
´ ˜
ou sentimentalismo, Jeova nao vacila nos seus conceitos
´ ´ ˆ
do que e certo e do que e errado. Ao longo dos milenios,
˜ ˜
seu ponto de vista em relaçao a questoes como espiritis-
˜ ´
mo, idolatria e assassinato nao mudou. “Mesmo ate a ve-
lhice da pessoa, eu sou o Mesmo”, declarou ele por meio do
´ ´
profeta Isaıas. (Isaıas 46:4) Assim, podemos ter confiança
˜
que, se seguirmos as claras orientaçoes morais encontradas
´
na Palavra de Deus, sempre seremos beneficiados. — Isaıas
48:17-19.
11 Outra maneira de Jeova´ demonstrar lealdade e´ cumprin-

do suas promessas. Tudo o que ele prediz se cumpre. As-


sim, ele podia declarar: “A minha palavra que sai da minha
´ ´
9. Como Jeova e “leal em todos os seus trabalhos”?
´ `
10. Como Jeova demonstra lealdade no que se refere as suas normas?
ˆ ´ ´
11. De exemplos que comprovam que Jeova e fiel a suas promessas.
´
284 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜ ´
boca . . . nao voltara a mim sem resultados, mas certamen-
´ ´ ˆ
te fara aquilo em que me agradei e tera exito certo naquilo
´ `
para que a enviei.” (Isaıas 55:11) Permanecendo fiel a sua
´
palavra, Jeova demonstra lealdade para com seu povo. Ele
˜ ˜
nao os deixa na expectativa ansiosa de algo que nao preten-
˜ ´ ´
de tornar realidade. Nesse sentido, a reputaçao de Jeova e
˜ ´ ´ ˆ ˜
tao impecavel que seu servo Josue pode dizer: “Nao falhou
´ ´
nem uma unica de todas as boas promessas que Jeova fize-
` ´
ra a casa de Israel; tudo se cumpriu.” ( Josue 21:45) Pode-
˜
mos confiar, entao, que nunca ficaremos desapontados por
´
causa de alguma falha da parte de Jeova em cumprir suas
´
promessas. — Isaıas 49:23; Romanos 5:5.
12 Conforme ja´ mencionado, a Bıblia ´
nos diz que a bene-
ˆ ´ ´
volencia de Jeova “e por tempo indefinido”. (Salmo 136:1)
´ ´ ´
Como isso se da? Um aspecto e que Jeova perdoa pecados
´ ˜
permanentemente. Como vimos no Capıtulo 26, ele nao
´
repisa erros passados dos quais a pessoa ja tenha sido per-
˜ ´
doada. Visto que “todos pecaram e nao atingem a gloria
´ ˆ
de Deus”, deverıamos ser gratos de que a benevolencia de
´ ´
Jeova e por tempo indefinido. — Romanos 3:23.
13 Mas a benevolencia ˆ ´
de Deus e por tempo indefinido
´ ´
tambem em outro sentido. Sua Palavra diz que o justo “ha
´ ´
de tornar-se qual arvore plantada junto a correntes de agua,
´ ˜ ˜
que da seu fruto na sua estaçao e cuja folhagem nao mur-
´
cha, e tudo o que ele fizer sera bem-sucedido”. (Salmo 1:3)
´
Imagine uma arvore frondosa cuja folhagem nunca mur-
´
cha. De modo similar, se tivermos apreço genuıno pela Pa-
´ ´ ´
lavra de Deus, nossa vida sera longa, pacıfica e frutıfera.
ˆ ˜ ´ ´
As bençaos que Jeova lealmente concedera aos seus servos
´ ˜
fieis serao eternas. De fato, no novo mundo justo que ele
´ ´ ˆ
trara, a humanidade obediente desfrutara a sua benevolen-
˜
cia por tempo indefinido. — Revelaçao 21:3, 4.
ˆ ´ ´
12, 13. Em que sentidos a benevolencia de Jeova e “por tempo inde-
finido”?
´ ´
“SO TU ES LEAL” 285
´ ˜ ´
Jeova “nao abandonara
˜
aqueles que lhe sao leais”
14 Jeova, ´ ˆ
com frequencia, demonstra lealdade para com
´ ´
seus servos fieis e, como ele e perfeito, a intensidade des-
sa qualidade nunca diminui. O salmista escreveu: “Eu era
´ ˜
moço, tambem fiquei velho, e, no entanto, nao vi ne-
nhum justo completamente abandonado, nem a sua des-
ˆ ˜ ´
cendencia procurando pao. Porque Jeova ama a justiça e
˜ ´ ˜
ele nao abandonar ´ a aqueles que lhe sao leais.” (Salmo
´
37:25, 28) E verdade que, sendo o Criador, Jeova mere-
˜ ˜
ce nossa adoraçao. (Revelaçao 4:11) Mesmo assim, por ser
´
leal ele aprecia nossos atos fieis. — Malaquias 3:16, 17.
15 Na sua benevolencia, ˆ ´ ´ ´
Jeova vez apos vez vem em auxı-
lio do seu povo quando esse passa por dificuldades. O sal-
˜
mista nos diz: “Ele guarda as almas dos que lhe sao leais;
˜ ´
livra-os da mao dos inıquos.” (Salmo 97:10) Veja os seus
˜
tratos com a naçao de Israel. Depois de serem milagro-
´
samente libertados atraves do mar Vermelho, os israelitas
ˆ ´
proclamaram o seguinte, em um cantico para Jeova: “Tu,
ˆ
na tua benevolencia [ou, “amor leal”, nota, NM ˆ com Re-
ˆ
ferencias], guiaste o povo que recuperaste.” (Exodo 15:13)
˜ ´
A libertaçao no mar Vermelho sem duvida foi um ato de
´ ´
amor leal da parte de Jeova. Por isso, Moises disse aos is-
˜
raelitas: “Nao foi por serdes o mais populoso de todos os
´ ˜
povos, que Jeova vos teve afeiçao a ponto de vos escolher,
´ ´ ´
pois ereis o mınimo de todos os povos. Mas foi por Jeova
˜
vos amar e por ele cumprir a declaraçao juramentada que
´
fizera aos vossos antepassados, que Jeova vos fez sair, com
˜ ˜
mao forte, para te remir da casa dos escravos, da mao de
´ ˆ
Farao, rei do Egito.” — Deuteronomio 7:7, 8.
´
14. Como Jeova demonstra apreço pela lealdade dos seus servos?
´
15. Explique como os tratos de Jeova com Israel ressaltam Sua leal-
dade.
´
286 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
16 Sabemos muito bem que a naçao de Israel, como um
ˆ
todo, deixou de demonstrar apreço pela benevolencia de
´ ˜
Jeova, porque depois de sua libertaçao “eles prosseguiram
´
pecando ainda mais contra [Jeova], rebelando-se contra o
´ ´
Altıssimo”. (Salmo 78:17) Ao longo dos seculos, rebelaram-
´ ´
se vez apos vez, abandonando a Jeova e voltando-se para
´ ˜ ´
deuses falsos e praticas pagas que so resultaram em corrup-
˜ ´ ˜
çao entre eles. Mesmo assim, Jeova nao rompeu seu pac-
to. Em vez disso, por meio do profeta Jeremias, ele im-
´ ˜
plorou ao povo: “Volta deveras, o renegada Israel . . . Nao
deixarei a minha face decair em ira para convosco, porque
´
sou leal.” ( Jeremias 3:12) Como vimos no Capıtulo 25, po-
´ ˜ ´
rem, a maioria dos israelitas nao se comoveu com essa su-
plica. De fato, “caçoavam continuamente dos mensageiros
do verdadeiro Deus e desprezavam as suas palavras, e zom-
bavam dos seus profetas”. Com que resultado? Por fim, “su-
´ ´ ˜
biu o furor de Jeova contra o seu povo, ate que nao havia
ˆ
mais cura”. — 2 Cronicas 36:15, 16.
17 O que aprendemos disso? Que a lealdade de Jeova´ nao ˜
´ ˆ ´ ´
e cega nem ingenua. E verdade que Deus e “abundante
ˆ ´
em benevolencia” e tem prazer em mostrar misericordia
quando existe base para isso. Mas como ele reage quando
um transgressor demonstra ser incorrigivelmente perver-
´ ´
so? Nesse caso, Jeova adere a suas proprias normas justas e
´
pune o pecador. Como se disse aˆ Moises, “de modo algum
´ ´ ˜
[Jeova] isentara da puniçao”. — Exodo 34:6, 7.
´
18 A propria ˜ ´ ´
puniçao que Deus trara sobre os perversos ja
´
e em si mesma um ato de lealdade. Como assim? Para en-
´
16, 17. (a) Os israelitas mostraram que lamentavel falta de apreço,
´ ˜
mas como Jeova mostrou compaixao para com eles? (b) Como a maio-
˜
ria dos israelitas demonstrou que “nao havia mais cura” para eles, e
o que isso nos ensina?
˜ ´ ´ ´
18, 19. (a) Como a puniçao que Jeova trara sobre os perversos e em
´ ´
si mesma um ato de lealdade? (b) De que modo Jeova demonstrara
´
lealdade para com os seus servos que foram perseguidos ate a morte?
´ ´
Jeova lealmente se lembrara dos que foram
´ ´
leais ate a morte e os ressuscitara

Bernard Luimes
(acima) e Wolfgang
Kusserow (ao centro) Moses Nyamussua foi
foram executados morto com lanças por
´
pelos nazistas um grupo polıtico
´
tender isso, veja a ordem que Jeova deu a sete anjos numa
˜ ˜
visao registrada no livro de Revelaçao: “Ide e derramai na
terra as sete tigelas da ira de Deus.” Quando o terceiro anjo
´
derrama sua tigela “nos rios e nas fontes de aguas”, eles se
´ ´
transformam em sangue. Daı, o anjo diz a Jeova: “Tu, Aque-
´ ´ ´
le que e e que era, Aquele que e leal, es justo, porque fizeste
˜
estas decisoes, pois derramaram o sangue dos santos e dos
profetas, e tu lhes deste sangue para beber. Merecem isso.”
˜
— Revelaçao 16:1-6.
19 Note que, no meio da mensagem de julgamento, o anjo
´ ´ ˆ
se refere a Jeova como “Aquele que e leal”. Por que? Porque
´
ao destruir os maus Jeova demonstra lealdade aos seus ser-
´
vos, muitos dos quais foram perseguidos ate a morte. Leal-
´ ´ ´
mente, Jeova os mantem bem vivos na memoria. Ele anseia
´
ver de novo esses seus servos fieis que faleceram e, como a
´ ´ ´ ´
Bıblia confirma, seu proposito e recompensa-los por meio
˜ ´ ´ ˜
da ressurreiçao. ( Jo 14:14, 15) Jeova nao se esquece de seus
˜ ˜
servos leais simplesmente porque eles nao estao mais vivos.
´
Pelo contrario, “para ele, todos estes vivem”. (Lucas 20:37,
´ `
38) O proposito do Criador de trazer de volta a vida todos
´
288 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜ ´ ´ ˜
os que estao na sua memoria e uma forte comprovaçao de
sua lealdade.
´
O amor leal de Jeova
˜
abre o caminho para a salvaçao
´ ´
20 Ao longo de toda a Historia, Jeova tem demonstrado no-
´ ´
tavel lealdade para com humanos fieis. De fato, durante mi-
lhares de anos, ele “tolerou com muita longanimidade os
´ ˜ ˆ
vasos do furor, feitos proprios para a destruiçao”. Por que?
´
“A fim de dar a conhecer as riquezas de sua gloria nos va-
´ ˜ ´
sos de misericordia, que ele preparou de antemao para glo-
´ ˜
ria.” (Romanos 9:22, 23) Esses “vasos de misericordia” sao
˜
humanos de disposiçao correta que foram ungidos pelo es-
´
pırito santo para serem herdeiros com Cristo no seu Reino.
˜ ´ ´
20. Quem sao os “vasos de misericordia”, e como Jeova lhes demons-
trou lealdade?

` ´
Devido a lealdade de Jeova,
´ ˆ
todos os seus servos fieis tem uma
esperança em que podem confiar
´ ´
“SO TU ES LEAL” 289

˜
Perguntas para Meditaçao
1 Samuel 24:1-22 Ao lidar com o Rei Saul, como Davi demons-
´
trou o tipo de lealdade que Jeova aprecia?
Ester 3:7-9; 4:6-14 Como Ester refletiu a lealdade divina no
´
modo como tratou seu povo, a ponto de arriscar a propria vida?
Salmo 136:1-26 O que esse salmo nos ensina sobre a benevo-
ˆ ´
lencia, ou amor leal, de Jeova?
´
Obadias 1-4, 10 -16 Como a lealdade de Jeova ao seu povo o
motivou a punir os edomitas por sua conduta desleal?

˜
(Mateus 19:28) Ao abrir o caminho da salvaçao para es-
´ ´
ses vasos de misericordia, Jeova demonstrou sua lealdade a
˜
Abraao, a quem fizera a seguinte promessa relacionada com
˜ ˜
seu pacto: “Todas as naçoes da terra hao de abençoar a si
mesmas por meio de teu descendente, pelo fato de que es-
ˆ
cutaste a minha voz.” — Genesis 22:18.
21 De modo similar, Jeova´ demonstra lealdade a “uma
˜ `
grande multidao” que tem a perspectiva de sobreviver a
˜ ˜
“grande tribulaçao”. (Revelaçao 7:9, 10, 14) Embora esses
servos seus sejam imperfeitos, o Criador lealmente lhes
´
apresenta a oportunidade de viver para sempre no Paraı-
so na Terra. Como faz isso? Por meio do resgate: a maior
˜ ´ ˜
demonstraçao da lealdade de Jeova. ( Joao 3:16; Romanos
˜
5:8) Essa qualidade atrai os que, de coraçao, anseiam a jus-
˜ ´
tiça. ( Jeremias 31:3) Nao se sente mais achegado a Jeova por
causa da grande lealdade que ele demonstrou e ainda de-
´ ´
monstrara? Se o nosso desejo e nos achegar mais a Deus,
demonstremos isso reagindo favoravelmente ao seu amor,
˜
fortalecendo nossa determinaçao de servi-lo com lealdade.
´ ˜
21. (a) Como Jeova demonstra lealdade a “uma grande multidao”
` ˜
que tem a perspectiva de sobreviver a “grande tribulaçao”? (b) A leal-
´ ˆ ˆ
dade de Jeova motiva voce a fazer o que?
´
C A P I T U L O 2 9

“Para que conheçais


o amor do Cristo”
´
JA OBSERVOU um menininho tentando imitar o jeito de
o pai caminhar, falar ou agir? Com o tempo, ele possivel-
´ ´
mente aprendera ate os valores morais e espirituais do pai.
˜
De fato, por causa do amor e da admiraçao que sente por
seu pai amoroso, o filho quer ser como ele.
2 Como e´ o relacionamento entre Jesus e seu Pai celestial?
˜ ˜
“Eu amo o Pai”, disse Jesus em certa ocasiao. ( Joao 14:31)
´ ´
Ninguem ama a Jeova mais do que seu Filho, que estava
ao lado do Pai muito antes de qualquer outra criatura vir a
existir. O amor motivou esse Filho leal a querer ser como
˜
o Pai. — Joao 14:9.
´
3 Em capıtulos anteriores deste livro, vimos como Jesus
˜
imitou com perfeiçao o poder, a justiça e a sabedoria de
´ ´
Jeova. Como, porem, ele refletiu o amor de seu Pai? Exa-
ˆ ´
minemos tres facetas do amor de Jesus: o espırito abnega-
˜ ˜
do, a terna compaixao e a disposiçao de perdoar.
´
“Ninguem tem maior amor do que este”
4 Jesus foi um excelente exemplo de amor abnegado.
˜ ˆ
Abnegaçao envolve altruistamente por as necessidades e
˜ `
preocupaçoes de outros a frente das nossas. Como Je-
sus demonstrou esse tipo de amor? Ele mesmo explicou:
´ ´
“Ninguem tem maior amor do que este, que alguem entre-
˜
gue a sua alma a favor de seus amigos.” ( Joao 15:13) Jesus
´
voluntariamente deu sua vida perfeita por nos. Essa foi a
1-3. (a) O que motivou Jesus a querer ser como seu Pai? (b) Que fa-
cetas do amor de Jesus examinaremos?
4. Como Jesus deu o maior exemplo de amor abnegado por parte de
um humano?
“PARA QUE CONHEÇAIS O AMOR DO CRISTO” 291
˜ ´
maior expressao de amor ja feita por um humano. Mas ele
´
tambem mostrou amor abnegado de outras maneiras.
5 Em sua existencia ˆ ´ ˆ
pre-humana, o Filho unigenito de
˜ ´
Deus tinha uma posiçao privilegiada e exaltada nos ceus.
˜ ´ ´ ˜
Teve associaçao ıntima com Jeova e com multidoes de
˜ ´
criaturas espirituais. Abrindo mao desses privilegios, o Fi-
lho amado “se esvaziou e assumiu a forma de escravo,
vindo a ser na semelhança dos homens”. (Filipenses 2:7)
Ele voluntariamente veio viver entre humanos pecadores
´ ˜
num mundo que “jaz no poder do inıquo”. (1 Joao 5:19)
˜ ´
Nao foi esse um sacrifıcio amoroso da parte do Filho de
Deus?
6 Ao longo do seu ministerio ´
terrestre, Jesus demonstrou
´
amor abnegado de varias maneiras. Ele era totalmente al-
´ ˜ ˆ
truısta. Estava tao envolvido no seu trabalho que se dispos
˜ ´
a abrir mao dos confortos normais a que o homem esta
ˆ ´ ˆ
acostumado. “As raposas tem covis e as aves do ceu tem po-
˜
leiros”, disse ele, “mas o Filho do homem nao tem onde
deitar a cabeça”. (Mateus 8:20) Jesus era carpinteiro profis-
sional e poderia ter tirado tempo para construir uma casa
´ ´
confortavel para morar, ou para fazer lindos moveis e ven-
ˆ ˜
de-los a fim de ter dinheiro extra. Mas nao usou suas habi-
lidades para conseguir bens.
7 Um exemplo realmente comovente do amor abnega-
˜
do de Jesus se encontra em Joao 19:25-27. Imagine como
Jesus devia estar preocupado na tarde da sua morte! En-
´
quanto sofria na estaca, ele pensava nos seus discıpulos, na
˜ ´
obra de pregaçao, e especialmente na propria integridade
e em como ela refletiria sobre o nome de seu Pai. De fato,
´ ´
5. Por que deixar os ceus foi um sacrifıcio amoroso da parte do Filho
ˆ
unigenito de Deus?
6, 7. (a) De que modos Jesus demonstrou amor abnegado durante
´ ´
seu ministerio terrestre? (b) Que exemplo comovente de amor altruıs-
˜
ta encontramos em Joao 19:25-27?
´
292 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
o futuro de toda a humanidade estava nas maos dele!
Mas um pouco antes de morrer, Jesus mostrou preocupa-
˜ ˜ ´ ´
çao com sua mae, Maria, que aparentemente ja era viuva.
˜ ´
Ele pediu que Joao cuidasse dela como se fosse sua propria
˜ ´
mae e, depois disso, o apostolo levou-a para a casa dele.
Assim, Jesus providenciou que se cuidassem das necessida-
˜
des materiais e espirituais de sua mae. Que comovente de-
˜ ´
monstraçao de amor altruısta!
“Teve pena”
˜
8 Como seu Pai, Jesus tinha compaixao. As Escrituras des-
´
crevem-no como alguem que fazia de tudo para ajudar os
necessitados porque se sentia profundamente comovido.
˜ ´
Ao descrever a compaixao de Jesus, a Bıblia usa uma pala-
´
vra grega que e traduzida “teve pena”. Um erudito diz o se-
˜
guinte a respeito dela: “Descreve . . . uma emoçao que co- ´
´ ` ´
move o homem ate as proprias profundezas do seu ser. E a
´
palavra mais enfatica em grego para o sentimento da com-
˜ ˜
paixao.” Vejamos algumas situaçoes em que Jesus sentiu
˜
profunda compaixao que o motivou a agir.
9 Motivado a atender as `
necessidades espirituais. O rela-
to de Marcos 6:30-34 mostra o que, principalmente, levou
´
Jesus a expressar pena. Imagine a cena. Os apostolos es-
tavam alegres porque haviam acabado de voltar de uma
˜
extensa viagem de pregaçao. Quando encontraram Jesus,
contaram-lhe com entusiasmo todas as coisas que haviam
˜
visto e ouvido. Mas ajuntou-se uma grande multidao, de
´ ˜
modo que Jesus e os apostolos nao tiveram tempo nem
´
para comer. Muito observador, ele notou que os aposto-
´ ´
8. Qual e o sentido da palavra grega que a Bıblia usa para descrever a
˜
compaixao de Jesus?
ˆ ´
9, 10. (a) Que circunstancias levaram Jesus e seus apostolos a buscar
um lugar sossegado? (b) Como Jesus reagiu diante da falta de priva-
ˆ
cidade e por que?
“PARA QUE CONHEÇAIS O AMOR DO CRISTO” 293
´
los estavam cansados. Disse-lhes: “Vinde, vos mesmos, em
´
particular, a um lugar solitario, e descansai um pouco.”
Entraram num barco e atravessaram a extremidade nor-
te do mar da Galileia, rumo a um lugar sossegado. Mas a
˜
multidao os viu partir. Outros ficaram sabendo disso. To-
dos eles correram ao longo da costa norte e chegaram ao
outro lado antes do barco!
10 Sera´ que Jesus ficou irritado com essa falta de priva-

cidade? De modo algum! Ao ver milhares de pessoas es-


˜
perando-o, ficou comovido de coraçao. Marcos escreveu:
˜
“Ele viu uma grande multidao, mas teve pena deles, por-
que eram como ovelhas sem pastor. E principiou a ensi-
nar-lhes muitas coisas.” Jesus percebeu as necessidades es-
pirituais dessas pessoas. Eram como ovelhas perdidas, sem
´ ˆ
pastor para guia-las ou protege-las. Jesus sabia que, em vez
´
de agirem como pastores amorosos, os lıderes religiosos
´ ˜
insensıveis desprezavam o povo. ( Joao 7:47-49) Penaliza-
do, começou a ensinar-lhes sobre o “reino de Deus”. (Lu-
cas 9:11) Note que Jesus sentiu pena das pessoas antes
˜
de ver qual seria a reaçao delas aos seus ensinos. Em ou-
˜ ˜
tras palavras, a terna compaixao nao foi o resultado de seu
` ˜ ´
ensino as multidoes, mas o motivo de ele ensina-las.
11 Motivado a aliviar o sofrimento. Pessoas com varias´
doen-
˜
ças percebiam a compaixao de Jesus e, por isso, se achega-
vam a ele. Isso ficou especialmente evidente quando um ho-
˜
mem “cheio de lepra” se aproximou de Jesus e da multidao
´
que o seguia. (Lucas 5:12) Nos tempos bıblicos, os leprosos
ficavam de quarentena para proteger os outros contra a con-
˜ ´ ´ ´
taminaçao. (Numeros 5:1-4) Com o tempo, porem, os lıde-
´ ˜
res rabınicos desenvolveram um conceito cruel em relaçao
´
11, 12. (a) Como os leprosos eram encarados nos tempos bıblicos,
mas como Jesus reagiu quando um homem “cheio de lepra” se apro-
ximou dele? (b) Como o toque de Jesus possivelmente afetou o lepro-
´
so, e como o relato dum medico nos ajuda a entender isso?
“PARA QUE CONHEÇAIS O AMOR DO CRISTO” 295
` ´
a lepra e impuseram suas proprias regras opressivas.1 Note,
´ ´
porem, como Jesus respondeu ao leproso: “Veio tambem a
´
ele um leproso, suplicando-lhe, ate de joelhos, e dizendo-
lhe: ‘Se apenas quiseres, podes tornar-me limpo.’ Em vista
˜
disso, penalizou-se, e, estendendo a mao, tocou nele e dis-
se-lhe: ‘Eu quero. Torna-te limpo.’ E a lepra desapareceu-lhe
imediatamente.” (Marcos 1:40-42) Jesus sabia que, pela lei,
˜
o leproso nao poderia nem estar ali. Mesmo assim, em vez
´ ˜
de rejeita-lo, Jesus ficou tao profundamente comovido que
´
fez algo impensavel: tocou no homem!
12 Consegue imaginar o que aquele toque significou para
´
o leproso? Para ajuda-lo a entender, acompanhe o relato do
Dr. Paul Brand, especialista ´ em lepra. Ele conta que, ao exa-
˜
minar um leproso na India, colocou a mao no ombro do
´
homem e explicou, por meio de uma interprete, o trata-
mento a que ele teria de se submeter. De repente, o leproso
˜
começou a chorar. “Eu disse algo que nao devia?”, pergun-
´ ´ ´
tou o medico. A interprete perguntou ao jovem na lıngua
˜ ´
dele e respondeu: “Nao, doutor. Ele disse que esta chorando
˜
porque o senhor colocou a mao no ombro dele. Fazia anos
´
que ninguem tocava nele.” Para o leproso que se aproximou
de Jesus, aquele toque teve um significado ainda maior. Re-
´
sultou no fim da doença que o transformara num paria!
13 Motivado a acabar com o pesar. Jesus ficava muito

´ ´
1 As regras rabınicas determinavam que era preciso ficar no mıni-
ˆ
mo a quatro covados (cerca de 1,80 metro) de um leproso. Mas, se es-
ˆ
tivesse ventando, o leproso tinha de ficar a pelo menos 100 covados
(uns 45 metros). O Midrash Rabah (O Grande Midrash) fala de um ra-
bino que se escondia dos leprosos e de outro que jogava pedras neles
´
para afasta-los. Assim, esses doentes sabiam como era doloroso sentir-
se rejeitado, desprezado e indesejado.

13, 14. (a) Com o que Jesus se deparou ao se aproximar da cidade de


˜ ´
Naim, e por que essa era uma situaçao especialmente tragica? (b) A
˜ ´
compaixao de Jesus o moveu a fazer o que a favor da viuva de Naim?
˜
“Estendendo a mao, tocou nele”
´
296 ACHEGUE-SE A JEOVA

comovido com o pesar alheio. Analise, por exemplo, o re-


˜
lato de Lucas 7:11-15. Naquela ocasiao, mais ou menos no
´
meio do seu ministerio, Jesus se aproximava da cidade gali-
´
leia de Naim quando se deparou com um cortejo funebre,
´ ˜ ˆ
proximo ao portao da cidade. As circunstancias envolvidas
´ ´
eram especialmente tragicas. Um jovem — filho unico de
´ ´
uma viuva — havia morrido. Ela ja passara, em outra oca-
˜
siao, por algo semelhante ao perder o marido. Agora, seu fi-
´
lho, talvez a unica fonte de sustento, estava morto. A mul-
˜ ´
tidao acompanhante talvez incluısse outros pranteadores
˜ ´ ´
declamando lamentaçoes e musicos tocando melodias fu-
nebres. ( Jeremias 9:17, 18; Mateus 9:23) Mas o olhar de Jesus
˜ ´
fixou-se na mae aflita que, sem duvida, caminhava perto do
esquife que transportava o corpo do filho.
14 Jesus “teve pena” da mae ˜
enlutada. Num tom reanima-
dor, ele lhe disse: “Para de chorar.” Sem ser convidado, apro-
ximou-se e tocou no esquife. Os carregadores — e talvez o
˜
resto da multidao — pararam. Com voz de autoridade, Jesus
falou para o corpo sem vida: “Jovem, eu te digo: Levanta-
te!” O que aconteceu? “O morto sentou-se e principiou a fa-
lar” como se tivesse sido acordado de um sono profundo!
˜
Note esta descriçao comovente do que aconteceu a seguir:
` ˜
“E [Jesus] o entregou a sua mae.”
15 O que aprendemos desses relatos? Em cada caso, note a
˜ ˜ ˜ ˜
ligaçao entre compaixao e açoes. Jesus nao conseguia obser-
˜
var o sofrimento alheio sem sentir pena, e essa compaixao,
por sua vez, o impelia a agir. Como podemos seguir o exem-
˜ ˜
plo dele? Como cristaos, temos a obrigaçao de pregar as
´
boas novas e fazer discıpulos. Em primeiro lugar, somos mo-
tivados pelo amor a Deus. Mas lembre-se de que essa obra
´ ´ ˜
tambem e motivada pela compaixao. Se sentirmos pena das
´
15. (a) Os relatos bıblicos que falam de Jesus ter pena mostram que
˜ ˜ ˜
ligaçao entre compaixao e açoes? (b) Como podemos imitar Jesus nes-
se respeito?
“PARA QUE CONHEÇAIS O AMOR DO CRISTO” 297
˜ ´
pessoas como Jesus sentia, nosso coraçao nos motivara a fa-
zer tudo o que pudermos para transmitir-lhes as boas no-
´
vas. (Mateus 22:37-39) Devemos tambem mostrar compai-
˜
xao a concrentes que sofrem ou choram por terem perdido
´ ˜
alguem amado. Nao podemos curar milagrosamente a dor
´
fısica nem ressuscitar os mortos. Mas podemos agir em har-
˜
monia com a compaixao, tomando a iniciativa de expressar
˜ ´ ´
nossa preocupaçao ou de dar ajuda pratica. — Efesios 4:32.
“Pai, perdoa-lhes”
16 Outra maneira importante de Jesus refletir com perfei-
˜
çao o amor de seu Pai foi por estar “pronto a perdoar”. (Sal-
˜ ´
mo 86:5) Essa disposiçao ficou evidente ate quando ele es-
tava na estaca de tortura. Confrontando-se com uma morte
˜ ´
vergonhosa, com pregos atravessando-lhe as maos e os pes,
´
o que Jesus falou? Pediu que Jeova punisse seus executores?
´ ´
Muito pelo contrario, entre as ultimas palavras de Jesus es-
˜ ˜
tavam: “Pai, perdoa-lhes, pois nao sabem o que estao fazen-
do.” — Lucas 23:34.1
17 Um exemplo ainda mais comovente do perdao ˜
de Jesus
´ ´
e demonstrado no modo como ele lidou com o apostolo Pe-
˜ ´ ´
dro. Nao ha duvidas de que Pedro amava muito a Jesus. Em
˜ ´
14 de nisa, a ultima noite da vida terrestre de Jesus, aquele
1 A primeira parte de Lucas 23:34 foi omitida de certos manuscritos
antigos. Mas, visto que essas palavras se encontram em muitos outros
´ ˜
manuscritos confiaveis, a Traduçao do Novo Mundo e muitas outras
˜
traduçoes incluem-nas no texto. Jesus evidentemente falava dos solda-
˜
dos romanos que o pregaram na estaca. Eles nao sabiam o que faziam,
´
ou ignoravam quem Jesus realmente era. Naturalmente, os lıderes re-
˜ ´
ligiosos que instigaram a execuçao eram muito mais repreensıveis,
pois agiram deliberada e maldosamente. Muitos deles jamais seriam
˜
perdoados. — Joao 11:45-53.
˜ ´
16. Como Jesus demonstrou disposiçao de perdoar ate na estaca de
tortura?
´
17-19. De que modos Jesus demonstrou que havia perdoado o apos-
ˆ
tolo Pedro, que o negara tres vezes?
´
298 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
apostolo lhe disse: “Senhor, estou pronto a ir contigo tanto
˜
para a prisao como para a morte.” Mas, poucas horas depois,
ˆ ´ ´
tres vezes ele negou ate mesmo conhecer a Jesus! A Bıblia
nos conta o que aconteceu quando Pedro o negou pela ter-
ceira vez: “O Senhor voltou-se e olhou para Pedro.”Arrasado
pela gravidade do pecado, ele “saiu e chorou amargamen-
´
te”. Quando Jesus morreu, mais tarde naquele dia, o apos-
´
tolo talvez tenha se perguntado: ‘Sera que o Senhor me per-
doou?’ — Lucas 22:33, 61, 62.
18 Pedro nao ˜
teve de esperar muito para ter uma resposta.
˜ ˜
Na manha de 16 de nisa, Jesus foi ressuscitado e, evidente-
mente naquele mesmo dia, apareceu a Pedro. (Lucas 24:34;
´ ˜
1 Corıntios 15:4-8) Por que Jesus deu atençao especial ao
´ ˜ ´
apostolo que o havia negado de forma tao enfatica? Talvez
ele quisesse confirmar ao arrependido Pedro que seu Senhor
ainda o amava e prezava. Mas Jesus fez ainda mais para rea-
nimar a Pedro.
19 Pouco tempo depois, ele apareceu aos discıpulos ´
junto
˜
ao mar da Galileia. Nessa ocasiao, Jesus perguntou a Pedro
ˆ ´
tres vezes (o mesmo numero de vezes que ele negara o Se-
nhor) se este o amava. Depois da terceira vez, Pedro respon-
deu: “Senhor, tu sabes todas as coisas; tu te apercebes que
˜ ˜
eu tenho afeiçao por ti.” De fato, Jesus podia ler o coraçao e
˜
estava plenamente ciente do amor e da afeiçao de Pedro por
´
ele. Mesmo assim, ele deu ao apostolo a oportunidade de
confirmar seu amor. Mais do que isso, Jesus comissionou-o
˜
a alimentar e pastorear Suas “ovelhinhas”. ( Joao 21:15-17)
´ ˜
Pedro ja havia recebido uma designaçao de pregar. (Lucas
˜ ´ ˜
5:10) Mas entao, numa notavel demonstraçao de confiança,
Jesus lhe deu outra grande responsabilidade: cuidar dos que
se tornariam seguidores de Cristo. Logo depois, Jesus desig-
´
nou a Pedro um papel de destaque nas atividades dos discı-
pulos. (Atos 2:1-41) Como Pedro deve ter ficado aliviado de
saber que Jesus o perdoara e ainda confiava nele!
“PARA QUE CONHEÇAIS O AMOR DO CRISTO” 299

˜
Perguntas para Meditaçao
Mateus 9:35-38 De que modo significativo Jesus demonstrou
˜ ´
piedade, ou compaixao? Que efeito isso deveria ter sobre nos?
˜ ´
Joao 13:34, 35 Por que e importante que reflitamos o amor do
Cristo?
Romanos 15:1-6 Como podemos imitar a atitude mental al-
´
truısta de Cristo?
´
2 Corıntios 5:14, 15 O apreço pelo resgate deveria ter que efei-
to sobre nossos conceitos, alvos e estilo de vida?

ˆ
Voce ‘conhece o amor do Cristo’?
´ ˜
20 A Palavra de Jeova apresenta uma bela descriçao do amor
´ ´
de Cristo. Como, porem, devemos reagir a esse amor? A Bı-
blia nos incentiva a ‘conhecer o amor do Cristo, que ultra-
´
passa o conhecimento’. (Efesios 3:19) Como vimos, os re-
´ ´
latos evangelicos sobre a vida e o ministerio de Jesus nos
ensinam muita coisa a respeito do amor dele. Mas ‘conhe-
cer o amor do Cristo’ de forma plena envolve mais do que
´
aprender o que a Bıblia diz sobre Ele.
21 O termo grego traduzido ‘conhecer’ significa conhe-
´ ˆ ´
cer “na pratica, por experiencia propria”. Quando demons-
tramos amor assim como Jesus demonstrou — de forma
´ ´
altruısta dando de nos mesmos a favor de outros, compas-
`
sivamente correspondendo as suas necessidades e perdoan-
˜
do-os de coraçao —, passamos realmente a entender Seus
sentimentos. Desse modo, chegamos a conhecer, por expe-
ˆ ´
riencia propria, “o amor do Cristo, que ultrapassa o conheci-
mento”. E nunca nos esqueçamos de que, quanto mais nos
`
assemelharmos a Cristo, mais nos achegaremos aquele que
˜ ´
Jesus imitou com perfeiçao, nosso Deus amoroso, Jeova.
20, 21. Como podemos vir a ‘conhecer o amor do Cristo’ de forma
plena?
´
C A P I T U L O 3 0

“Prossegui andando em amor”


´ ´
“HA MAIS felicidade em dar do que ha em receber.” (Atos
20:35) Essas palavras de Jesus destacam uma verdade impor-
´ ´
tante: o amor altruısta e recompensador em si mesmo. Em-
ˆ ´
bora receber amor de muita felicidade, ha felicidade ainda
maior em dar, ou demonstrar, amor a outros.
2 Ninguem´
sabe disso melhor do que nosso Pai celestial.
´ ˜ ´ ´
Como vimos nos capıtulos anteriores desta seçao, Jeova e o
´
exemplo supremo de amor. Ninguem demonstrou amor de
´
maneiras´ mais grandiosas ou por um perıodo mais longo do
˜
que ele. E de admirar, entao, que ele seja chamado de “Deus
´
feliz”? — 1 Timoteo 1:11.
3 Nosso Deus amoroso deseja que procuremos ser como
´
ele, em especial no que se refere a demonstrar amor. Efesios
5:1, 2 nos diz: “Tornai-vos imitadores de Deus, como filhos
amados, e prossegui andando em amor.” Quando imitamos
´
o exemplo de Jeova em demonstrar amor, sentimos a feli-
´ ˜
cidade maior que vem de dar. Tambem temos a satisfaçao
´
de saber que agradamos a Jeova, pois a sua Palavra nos in-
´
centiva a ‘amarmos uns aos outros’. (Romanos 13:8) Mas ha
˜
outras razoes para ‘prosseguirmos andando em amor’.
´
Por que o amor e essencial
4 Por que e´ importante que demonstremos amor a concren-
´ ˆ
tes? Dito de maneira simples, o amor e a essencia do cris-
˜
tianismo verdadeiro. Se nao demonstrarmos essa qualidade,
˜
nao poderemos desenvolver um relacionamento achegado
˜
com outros cristaos e, mais importante ainda, nossos esfor-
´ ´
1-3. Qual e o resultado quando imitamos o exemplo de Jeova em de-
monstrar amor?
´
4, 5. Por que e importante que demonstremos amor abnegado a con-
crentes?
“PROSSEGUI ANDANDO EM AMOR” 301
˜ ˜ ´
ços nao terao valor aos olhos de Jeova. Veja como a Palavra
de Deus destaca essas verdades.
5 Na ultima ´
noite de sua vida terrestre, Jesus disse aos seus
seguidores: “Eu vos dou um novo mandamento, que vos
ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que tam-
´ ˜
bem vos ameis uns aos outros. Por meio disso saberao todos
´ ´ ˜
que sois meus discıpulos, se tiverdes amor entre vos.” ( Joao
´
13:34, 35) “Assim como eu vos amei” — essa e a ordem para
˜
os cristaos: mostrar o mesmo tipo de amor que Jesus de-
´
monstrou. No Capıtulo 29, vimos que Jesus deu um exem-
plo maravilhoso em demonstrar amor abnegado, colocando
`
as necessidades e os interesses de outros a frente dos seus.
´ ´ ´
Nos tambem devemos demonstrar amor altruısta de forma
˜ ´
tao clara que ele fique evidente ate para os de fora da congre-
˜ ˜
gaçao crista verdadeira. De fato o amor fraternal abnegado
´
e o sinal que nos identifica como verdadeiros seguidores de
Cristo.
6 E se nao ˜ ˜
demonstrarmos amor? “Se eu . . . nao tiver amor”,
´
disse o apostolo Paulo, “tenho-me tornado um pedaço de la-
˜ ´ ´
tao que ressoa ou um cımbalo que retine”. (1 Corıntios 13:1)
´ ´
Um cımbalo que retine produz um som desagradavel. E um
˜ ˜
pedaço de latao que ressoa? Outras versoes usam as expres-
˜ ´
soes “um gongo barulhento” ou “o ruıdo de um gongo”.
˜ ´
Que ilustraçoes apropriadas! A pessoa sem amor e como um
instrumento musical que faz um barulho alto e estridente,
que repele em vez de atrair. Como uma pessoa assim poderia
´
ter relacionamentos achegados com outros? Paulo tambem
´
disse: “Se eu tiver toda a fe, de modo a transplantar monta-
˜ ´
nhas, mas nao tiver amor, nada sou.” (1 Corıntios 13:2) Ima-
´ ˜ ˜
gine so! Uma pessoa sem amor ‘nao presta para nada’, nao
importa que obras realize. (Novo Testamento, Interconfessio-
˜ ´ ´ ˆ
nal) Nao fica claro que a Palavra de Jeova da grande enfase a
se demonstrar amor?
´ ´ ˆ
6, 7. (a) Como sabemos que a Palavra de Jeova da grande enfase a se
´
demonstrar amor? (b) As palavras de Paulo, registradas em 1 Corın-
tios 13:4-8, enfocam que aspecto do amor?
˜
O amor nos motiva a expressar confiança nos irmaos

7Mas como podemos demonstrar essa qualidade ao lidar


com outros? Para nos ajudar a responder a essa pergunta,
´
analisemos as palavras de Paulo, encontradas em 1 Corıntios
´ ˜
13:4-8. Esses versıculos nao se concentram no amor de Deus
´
por nos nem no nosso amor por Ele. Em vez disso, o enfoque
´
das palavras de Paulo e em como devemos demonstrar amor
´
uns pelos outros. Ele descreveu certas coisas que o amor e e
˜ ´
outras que ele nao e.
´
O que o amor e
8 “O amor e´ longanime.”
ˆ ˆ
Ser longanime significa suportar
pacientemente as outras pessoas. (Colossenses 3:13) Todos
ˆ ˜ ´
precisamos demonstrar esse tipo de paciencia, nao e verdade?
Visto que somos criaturas imperfeitas servindo ombro a om-
8. Como a longanimidade pode nos ajudar nos nossos tratos com ou-
tros?
“PROSSEGUI ANDANDO EM AMOR” 303
´ ˜
bro, e de esperar que, de vez em quando, nossos irmaos cris-
˜ ´ ´
taos nos irritem e que nos tambem os incomodemos. Mas a
ˆ
paciencia e o autocontrole podem nos ajudar a lidar com pe-
quenas desavenças e atritos que surgirem nos nossos tratos
˜
com outros, preservando assim a paz da congregaçao.
´ ´
9 “O amor e . . . benigno.” A benignidade e demonstrada por
˜
atos prestativos e palavras que revelam consideraçao pelos
outros. O amor nos motiva a procurar maneiras de demons-
trar benignidade, em especial para com os mais necessitados.
´
Por exemplo, um concrente idoso talvez se sinta solitario e
˜ ˆ
precise de uma visita de encorajamento. Uma mae sem con-
˜
juge ou uma irma que vive num lar dividido em sentido reli-
gioso pode estar precisando de ajuda. Uma pessoa doente ou
que passa por problemas graves talvez precise ouvir palavras
´
bondosas de um amigo leal. (Proverbios 12:25; 17:17) Quan-
do tomamos a iniciativa de demonstrar benignidade dessas
´ ´
maneiras, comprovamos que nosso amor e genuıno. — 2 Co-
´
rıntios 8:8.
10 “O amor . . . alegra-se com a verdade.” Outra versao ˜ ´
da Bı-
blia diz: “O amor . . . alegremente fica do lado da verdade.”
O amor nos motiva a defender a verdade e a ‘falar verazmen-
te uns com os outros’. (Zacarias 8:16) Se, por exemplo, uma
pessoa querida se envolveu num pecado grave, o amor por
´ ´
Jeova — e por aquele que errou — nos ajudara a defender as
normas de Deus em vez de tentar ´ esconder, racionalizar ou
´ ˜
ate mentir sobre a transgressao. E verdade que talvez seja di-
´ ˜ ´
fıcil aceitar a situaçao. Mas, para o proprio bem da pessoa, es-
taremos interessados em que ela receba e aceite a disciplina
´ ˜
amorosa de Deus. (Proverbios 3:11, 12) Como cristaos amo-
´
rosos, tambem desejamos “comportar-nos honestamente em
todas as coisas”. — Hebreus 13:18.
11 “O amor . . . suporta todas as coisas.” Essa expressao ˜

9. De que maneiras podemos demonstrar benignidade a outros?


´ ˜
10. Como o amor nos ajudara a defender a verdade e a nao mentir,
˜ ´
mesmo quando isso nao for facil?
11. Visto que o amor “suporta todas as coisas”, como devemos agir
˜ `
em relaçao as falhas de nossos concrentes?
´
304 ACHEGUE-SE A JEOVA

significa, literalmente, “cobre todas as coisas”. (Kingdom In-


terlinear) Em 1 Pedro 4:8 lemos: “O amor cobre uma multi-
˜ ˜ ˜
dao de pecados.” De fato, um cristao guiado pelo amor nao
´ ˜
estara sempre ansioso para expor todas as imperfeiçoes e de-
˜ ˜
feitos de seus irmaos cristaos. Em muitos casos, os erros e as
˜ ˜ ˜
falhas de nossos concristaos nao sao muito graves e podem
´
ser cobertos pelo amor. — Proverbios 10:12; 17:9.
12 “O amor . . . acredita todas as coisas.” Outra traduçao ˜
´
diz que o amor esta “sempre ansioso para crer no melhor”.
˜
(Moffatt) Nao desconfiamos indevidamente de concrentes,
˜
questionando cada motivaçao deles. O amor nos ajuda a
˜ ˜
“crer no melhor” em relaçao aos nossos irmaos e a con-
ˆ
fiar neles.1 Note um exemplo disso na carta de Paulo a File-
ˆ
mon. Ele escreveu para incentivar Filemon a receber bondo-
´
samente de volta seu escravo fugitivo, Onesimo, que havia
˜ ˆ
se tornado cristao. Em vez de coagir Filemon a fazer isso, po-
´
rem, Paulo fez um apelo baseado no amor. Afirmou ter con-
fiança em que aquele homem faria a coisa certa, dizendo:
´
“Escrevo-te confiante no teu acatamento, sabendo que faras
´
ainda mais do que as coisas que digo.” (Versıculo 21) Moti-
vados pelo amor, procuremos, de forma semelhante, dar um
˜ ´
voto de confiança a nossos irmaos. Isso os ajudara a revela-
ˆ
rem o que tem de melhor.
13 “O amor . . . espera todas as coisas.” Alem ´
de demonstrar
confiança, o amor gera esperança. Movidos pelo amor, espe-
˜ ˜
ramos o melhor de nossos irmaos. Por exemplo, se um irmao
´
da um “passo em falso antes de se aperceber disso”, espera-
´
mos que ele reaja aos esforços amorosos de corrigi-lo. (Gala-
˜ ˜ ´ ˆ ´
1 Naturalmente, o amor cristao nao e de modo algum ingenuo. A Bı-
˜
blia nos exorta: ‘Fiquem de olho nos que causam divisoes e motivos
para tropeço e os evitem.’ — Romanos 16:17.
´ ˆ
12. Como o apostolo Paulo deu um voto de confiança a Filemon, e
o que aprendemos do exemplo de Paulo?
13. Como podemos demonstrar que esperamos o melhor de nossos
˜
irmaos?
“PROSSEGUI ANDANDO EM AMOR” 305
´ ´
tas 6:1) Temos tambem esperança de que os fracos na fe se re-
˜
cuperarao. Somos pacientes com eles, ajudando-os na medi-
´ ´
da do possıvel a fortalecer a sua fe. (Romanos 15:1; 1 Tessa-
´
lonicenses 5:14) Mesmo que alguem que amamos se desvie,
˜
nao perdemos a esperança de que, algum dia, ele caia em si e
´ ´ ˜
volte para Jeova, como o filho prodigo da ilustraçao de Jesus.
— Lucas 15:17, 18.
14 “O amor . . . persevera em todas as coisas.” A perseveran-
´
ça nos capacitara para manter-nos firmes quando enfrentar-
mos desapontamentos ou dificuldades. As provas para a nos-
˜ ˆ ˜ `
sa perseverança nao vem apenas de fora da congregaçao; as
ˆ ` ˜ ˜
vezes, vem de dentro. Devido a imperfeiçao, nossos irmaos
˜
vez por outra nos desapontarao. Uma palavra impensada
´
pode nos magoar. (Proverbios 12:18) Talvez um assunto con-
˜
gregacional nao seja cuidado do modo como achamos que
˜
devia. A conduta de um irmao respeitado talvez nos incomo-
˜
de, fazendo-nos pensar: “Como um cristao pode agir assim?”
˜
Quando nos depararmos com situaçoes como essas, abando-
˜ ´ ˜
naremos a congregaçao e deixaremos de servir a Jeova? Nao,
´
se tivermos amor! Essa qualidade impedira que sejamos ce-
˜ ˜
gados pelas falhas de um irmao a ponto de nao conseguir ver
˜
mais nada de bom nele, nem na congregaçao como um todo.
´ ´
O amor nos ajudara a permanecer fieis a Deus e a apoiar a
˜ ˜
congregaçao, nao importa o que outros humanos imperfei-
tos possam dizer ou fazer. — Salmo 119:165.
˜ ´
O que o amor nao e
15 “O amor nao˜ ´ ´
e ciumento.” O ciume pode nos tornar in-
ˆ ´
vejosos daquilo que os outros tem: seus bens, privilegios
˜ ´
ou habilidades. Trata-se de uma emoçao egoısta e destrutiva
˜
que, se nao for controlada, pode perturbar a paz da congre-
˜ ´ ` ˆ
gaçao. O que nos ajudara a resistir a “tendencia de invejar”?
14. De que maneiras nossa perseverança pode ser provada na congre-
˜ ´
gaçao? O amor nos ajudara a reagir de que maneira?
´ ´ ´ ˜
15. O que e ciume e como o amor nos ajudara a evitar essa emoçao
destrutiva?
´
306 ACHEGUE-SE A JEOVA
´
(Tiago 4:5) O amor. Essa qualidade preciosa fara com que nos
alegremos com os que parecem ter certas vantagens na vida
´ ˜
que nos mesmos nao temos. (Romanos 12:15) Se outros fo-
rem elogiados por suas habilidades excepcionais ou realiza-
˜ ´ ´ ˜
çoes notaveis, o amor nos ajudara a nao encarar isso como
uma afronta pessoal.
16 “O amor . . . nao ˜ ˜
se gaba, nao se enfuna.” O amor pelos
˜ ´
irmaos nos impedira de nos gabarmos de nossos talentos ou
˜ ˆ ´ ´
realizaçoes, do exito no ministerio ou dos privilegios na con-
˜ ´
gregaçao. Isso so os desanimaria, fazendo-os sentir-se inferio-
˜ ´
res. O amor nao deixara que nos gabemos de coisas que Deus
´
nos permite fazer no Seu serviço. (1 Corıntios 3:5-9) Afinal,
˜ ˜ ˜
o amor “nao se enfuna”, ou, como diz certa versao, nao “nu-
´ ˆ
tre ideias exageradas sobre sua propria importancia”. O amor
´ ´
nos impedira de ter um conceito distorcido sobre nos mes-
mos. — Romanos 12:3.
17 “O amor . . . nao ˜
se comporta indecentemente.” Quem se
´
comporta indecentemente age de modo improprio ou ofen-
´
sivo. Essa atitude e desamorosa, porque mostra total des-
respeito pelos sentimentos e pelo bem-estar de outros. Em
´ ˆ
contraste com isso, o amor e cortes, levando-nos a mostrar
˜
consideraçao pelos outros. Ele promove boas maneiras, con-
˜
duta reverente e respeito pelos concristaos. Assim, o amor
˜ ´
nao permitira que nos envolvamos em “conduta vergonho-
sa”, ou seja, em qualquer proceder que chocaria ou ofende-
˜ ˜ ´
ria nossos irmaos cristaos. — Efesios 5:3, 4.
18 “O amor . . . nao ˜ ´
procura os seus proprios interesses.” Nesse
˜ ˜
texto, certa versao diz: “O amor nao insiste em que as coi-
´ ´
sas sejam feitas do seu jeito.” Quem e amoroso nunca tera
˜
essa atitude, como se suas opinioes sempre estivessem cor-
˜
16. Se realmente amarmos os irmaos, por que evitaremos nos gabar
˜ ´
de nossas realizaçoes no serviço de Jeova?
´ ˜
17. O amor nos motivara a mostrar que consideraçao pelos outros, e
por isso que tipo de conduta evitaremos?
˜
18. Por que a pessoa amorosa nao exige que tudo seja feito do seu
jeito?
“PROSSEGUI ANDANDO EM AMOR” 307
˜ ´
retas. Nao manipulara os outros, usando sua habilidade de
˜ ˆ ˜
persuasao para vencer pelo cansaço os que tem uma opiniao
´
diferente. Isso seria teimosia e revelaria orgulho, e a Bıblia
´
diz: “O orgulho vem antes da derrocada.” (Proverbios 16:18)
˜
Se realmente amarmos os nossos irmaos, respeitaremos seus
´
pontos de vista e, sempre que possıvel, estaremos dispostos a
˜ ´
ceder. Essa disposiçao para ceder esta em harmonia com as
˜
palavras de Paulo: “Que cada um persista em buscar, nao a
´ ´
sua propria vantagem, mas a da outra pessoa.” — 1 Corıntios
10:24.
19 “O amor . . . nao ˜ ˜
fica encolerizado . . . , nao leva em conta
˜
o dano.” O amor ´ nao se irrita facilmente com o que outros
dizem ou fazem. E natural ficarmos contrariados quando ou-
˜
tros nos ofendem. Mas, mesmo que tenhamos boas razoes
´ ˜
para ficarmos bravos, o amor nos ajudara a nao continuar
´ ˜
irritados. (Efesios 4:26, 27) Nao manteremos como que um
˜ ˜
registro das palavras ou açoes que nos magoaram, para nao
ˆ ´
esquece-las. Em vez disso, o amor nos levara a imitar nosso
´ ´
Deus amoroso. Como vimos no Capıtulo 26, Jeova perdoa
´ ´
quando ha base solida para isso. Quando perdoa, ele esque-
ce, quer dizer, jamais vai nos condenar por esses pecados no
˜ ´ ˜
futuro. Nao ficamos contentes de que Jeova nao leva em con-
ta o dano?
20 “O amor . . . nao ˜
se alegra com a injustiça.” Nesse tex-
´ ˜
to, a Bıblia na Linguagem de Hoje diz: “Quem ama nao fica
´
alegre quando alguem faz uma coisa errada.” Outra tradu-
˜
çao diz: “O amor nunca fica contente quando outros erram.”
˜
(Moffatt) O amor nao deriva nenhum prazer da injustiça, de
˜
modo que nao fazemos vista grossa a nenhum tipo de imo-
´
ralidade. Mas como reagimos quando um concrente e enla-
ˆ ˜
çado pelo pecado e sofre as consequencias? O amor nao per-
´ ´
mitira que nos alegremos, como se dissessemos: “Bem feito!
19. O amor nos ajuda a reagir de que maneira quando outros nos
ofendem?
´
20. Como devemos reagir quando um concrente e enlaçado pelo pe-
ˆ
cado e sofre as consequencias?
´ ´
O povo de Jeova e identificado pelo
amor que tem uns pelos outros
´ ´
Ele merecia!” (Proverbios 17:5) Mas nos nos alegramos, sim,
˜ ´
quando um irmao que errou toma as medidas necessarias
para recuperar-se de sua queda espiritual.

“Um caminho que ultrapassa isso”


21 “O amor nunca falha.” O que Paulo queria dizer com es-
sas palavras? Como se nota no contexto, ele comentava os
´ ˜ ´
dons do espırito que os cristaos do primeiro seculo recebe-
ram. Esses serviam como sinais de que o favor de Deus esta-
˜ ´
va com essa congregaçao recem-formada. Mas nem todos os
˜ ´
cristaos tinham o poder de curar, profetizar ou falar em lın-
´ ˜
guas. Isso, porem, nao importava, pois de qualquer maneira
21-23. (a) O que Paulo queria dizer quando escreveu: “O amor nun-
´ ´
ca falha”? (b) O que analisaremos no ultimo capıtulo?
“PROSSEGUI ANDANDO EM AMOR” 309

˜
Perguntas para Meditaçao
´
2 Corıntios 6:11-13 O que significa ‘alargar-nos’ em nossas
˜
afeiçoes e como podemos aplicar esse conselho?
1 Pedro 1:22 Como essas palavras mostram que nosso amor
´
pelos concrentes deve ser sincero, genuıno e cordial?
˜
1 Joao 3:16-18 Como podemos demonstrar que “o amor de
´
Deus” permanece em nos?
˜ ´ ˜
1 Joao 4:7-11 Qual e a maior motivaçao para demonstrar amor
pelos nossos concrentes?

os dons milagrosos com o tempo cessariam. Contudo, uma


˜
coisa permaneceria, algo que todos os cristaos poderiam cul-
tivar e que era mais duradouro e permanente do que qual-
quer dom milagroso. De fato, Paulo o chamou de “um cami-
´
nho que ultrapassa isso”. (1 Corıntios 12:31) Que “caminho”
era esse? O caminho do amor.
˜
22 De fato, o amor cristao que Paulo descreveu “nunca falha”,
´ ´
isto e, nunca tem fim. Ate hoje o amor fraternal abnegado
˜
identifica os verdadeiros seguidores de Jesus. Nao vemos evi-
ˆ ˜ ´
dencia desse amor nas congregaçoes dos adoradores de Jeova
´
em toda a Terra? Essa qualidade existira para sempre, porque
´ ´
Jeova promete vida eterna aos seus servos fieis. (Salmo 37:9-11,
´
29) Continuemos fazendo todo o possıvel para ‘prosseguir an-
dando em amor’. Assim, sentiremos a felicidade maior que
vem de dar. Mais do que isso, poderemos continuar a viver — e
amar — por toda a eternidade, imitando nosso Deus amoroso,
´
Jeova.
´
23 Neste capıtulo, ˜
que conclui a seçao sobre o amor, vimos
como podemos demonstrar amor uns pelos outros. Mas, em
vista dos muitos modos em que nos beneficiamos do amor de
´ ´
Jeova — bem como do seu poder, justiça e sabedoria —, farıa-
´
mos bem em perguntar: ‘Como posso mostrar a Jeova que real-
´ ´ ´
mente o amo?’ Essa pergunta sera analisada no ultimo capı-
tulo.
´
C A P I T U L O 3 1

“Chegai-vos a Deus,
´ ´
e ele se chegara a vos”
´
UM SORRISO ` do filhinho recem-nascido enche os pais de
alegria. As vezes, eles chegam bem pertinho dele, falando
com ternura e sorrindo entusiasmados. Esperam uma rea-
˜
çao. E ela logo vem: formam-se covinhas nas bochechas do
ˆ ´
bebe, seus labios se curvam e surge um lindo sorriso. Aque-
˜ ˆ
le sorriso expressa afeiçao de um jeito todo especial. O bebe
´
esta começando a aprender com os pais a expressar amor.
2 O sorriso do bebeˆ nos faz lembrar de algo importante

a respeito da natureza humana: quando recebemos amor,


˜ ´
nossa reaçao natural` e amar. Foi assim que fomos criados.
(Salmo 22:9) A medida que crescemos, vamos desenvolven-
ˆ
do nossa capacidade de reagir ao amor. Voce talvez se lem-
bre de quando era criança e de como seus pais, parentes e
ˆ ˜
amigos expressavam amor por voce. A afeiçao se arraigou
˜ ˆ
no seu coraçao, cresceu e deu frutos: voce passou a demons-
´ ´
trar amor tambem. Sera que acontece algo similar no seu re-
´
lacionamento com Jeova Deus?
´
3 A Bıblia ´
diz: “Quanto a nos, amamos porque ele nos
˜ ´ ˜
amou primeiro.” (1 Joao 4:19) A materia das Seçoes 1 a 3
ˆ ´
deste livro lembrou voce que Jeova Deus, de forma amoro-
´
sa, exerceu poder, justiça e sabedoria em seu benefıcio. E, na
˜ `
Seçao 4, viu que ele expressou Seu amor diretamente a hu-
ˆ ´
manidade — e a voce pessoalmente — de modos notaveis.
˜ ´
Mas surge uma questao. De certa forma, esta e a pergunta
ˆ
mais importante que voce pode fazer a si mesmo: ‘Como
´
posso corresponder ao amor de Jeova?’
1-3. (a) O que podemos aprender sobre a natureza humana obser-
˜ ˆ
vando a interaçao entre um bebe e seus pais? (b) Que processo ocor-
´
re naturalmente quando alguem nos demonstra amor e que pergun-
ta importante podemos nos fazer?
´ ´
“CHEGAI-VOS A DEUS, E ELE SE CHEGARA A VOS” 311

O que significa amar a Deus


´
4 Jeova, o Originador do amor, sabe muito bem que essa
´
qualidade tem o dom de revelar o que ha de melhor nas
pessoas. Assim, apesar da constante rebeldia da humanida-
de infiel, ele sempre teve confiança de que alguns humanos
˜
corresponderiam ao seu amor. E, de fato, milhoes corres-
´ ˜
ponderam. Infelizmente, porem, as religioes deste mundo
corrupto deixaram as pessoas confusas sobre o que signifi-
ca amar a Deus. Muitas pessoas dizem que o amam, mas pa-
recem achar que se trata apenas de um sentimento que se
expressa em palavras. O amor a Deus talvez comece dessa
ˆ
forma, assim como o amor do bebe pelos pais se manifes-
ta inicialmente por meio de um sorriso. Mas, no caso dos
adultos, o amor envolve mais coisas.
5 Jeova´ explica o que significa ama-lo. ´
Sua Palavra diz:
“O amor de Deus significa o seguinte: que observemos os
seus mandamentos.” ´ Assim, o amor a Deus precisa ser ex-
˜ ˜
presso em açoes. E verdade que muitas pessoas nao acham
´ ´
agradavel a ideia de ter de obedecer. Mas o mesmo versıcu-
lo bondosamente esclarece: “Contudo, os . . . mandamen-
˜ ˜ ˜
tos [de Deus] nao sao pesados.” (1 Joao 5:3) O objetivo das
´ ´ ˜ ´
leis e dos princıpios de Jeova nao e nos oprimir, mas nos
´ ´
beneficiar. (Isaıas 48:17, 18) A Palavra de Deus esta cheia de
´
princıpios que ajudam a nos achegarmos mais a ele. Como?
ˆ
Examinemos tres aspectos de nosso relacionamento com
˜ ˜ ˜
Deus: comunicaçao, adoraçao e imitaçao.
˜ ´
Comunicaçao com Jeova
´
6 O Capıtulo 1 começa com a pergunta: “Consegue se
˜
4. Por que as pessoas estao confusas sobre o que significa amar a
Deus?
´ ˜ ´
5. Como a Bıblia define o amor de Deus? Por que nao deverıamos
˜ ´
achar essa definiçao desagradavel?
´
6-8. (a) De que maneiras podemos escutar a Jeova? (b) Como pode-
mos dar vida ao que lemos nas Escrituras?
312 ACHEGUE-SE A JEOVÁ

imaginar conversando com Deus?” Vimos que essa não é


uma ideia sem cabimento. De fato, Moisés conversou com
Jeová. E nós? Atualmente, Ele não envia anjos para conver-
sar com humanos. Mas ainda tem meios excelentes de se
comunicar conosco. Como podemos escutar a Jeová?
7 Visto que “toda a Escritura é inspirada por Deus”, escuta-

mos a Jeová quando lemos sua Palavra, a Bíblia. (2 Timóteo


3:16) O salmista incentivou os servos de Deus a fazer essa
leitura “dia e noite”. (Salmo 1:1, 2) Isso exige esforço con-
siderável da nossa parte. Mas vale a pena! Como vimos no
Capítulo 18, a Bíblia é como uma carta valiosa de nosso Pai
celestial. Assim, não devemos encarar a leitura dela como
uma obrigação. Devemos dar vida ao que lemos nas Escri-
turas. Como se faz isso?
8 Visualize o relato bíblico à medida que lê. Procure enca-

rar os personagens bíblicos como pessoas reais. Tente en-


tender a formação, as circunstâncias e as motivações deles.
Daí, analise bem o que lê, fazendo perguntas como: ‘O que
esse relato me ensina sobre Jeová? Que qualidades dele fi-
cam evidentes? Que princípio Jeová deseja que eu apren-
da e como posso aplicá-lo na vida?’ Leia, medite e aplique.
À medida que fizer isso, a Palavra de Deus ganhará vida.
— Salmo 77:12; Tiago 1:23-25.
9Jeová também fala conosco por meio do “escravo fiel e
discreto”. Como Jesus predisse, um pequeno grupo de ho-
mens cristãos ungidos foi designado para fornecer “alimen-
to no tempo apropriado” durante estes turbulentos últimos
dias. (Mateus 24:45-47) Quando lemos publicações prepara-
das para nos ajudar a obter conhecimento exato da Bíblia
e quando assistimos a reuniões e congressos cristãos, esta-
mos recebendo alimento espiritual desse escravo. Visto que
se trata do escravo de Cristo, convém pôr em prática as pala-
9. Quem faz parte do “escravo fiel e discreto”? Por que é importante
prestar atenção a esse “escravo”?
“CHEGAI-VOS A DEUS, E ELE SE CHEGARÁ A VÓS” 313

vras de Jesus: “Prestai atenção a como escutais.” (Lucas 8:18)


Escutamos com atenção porque reconhecemos que o escra-
vo fiel é um dos meios que Jeová usa para se comunicar
conosco.
10Mas como nos comunicamos com Deus? Podemos fa-
lar com ele? Essa é uma ideia espantosa! Se tentasse ob-
ter uma audiência com o governante mais poderoso de seu
país a fim de tratar de alguns assuntos pessoais, quais seriam
suas chances de sucesso? Em alguns casos, a mera tentati-
va já seria perigosa. Nos dias de Ester e Mordecai, a pessoa
podia ser morta se tentasse aproximar-se do monarca per-
sa sem um convite real. (Ester 4:10, 11) Imagine então nos
aproximarmos do Soberano Senhor do Universo, em com-
paração com quem os mais poderosos humanos “são como
gafanhotos”! (Isaías 40:22) Deveríamos nos sentir intimida-
dos? De jeito nenhum!
11Jeová nos deu um meio direto e simples de chegarmos
a ele: a oração. Até uma criança pode orar a Jeová com fé,
em nome de Jesus. (João 14:6; Hebreus 11:6) Mas a oração
nos permite transmitir nossos pensamentos e sentimentos
mais complexos e íntimos, até mesmo aqueles que são tão
dolorosos que nem sabemos expressar em palavras. (Roma-
nos 8:26) Não adianta nada tentar impressionar Jeová com
um vocabulário vasto e sofisticado ou com orações longas e
verbosas. (Mateus 6:7, 8) Por outro lado, ele não especifica a
duração máxima de nossas orações nem com que frequên-
cia podemos fazê-las. Sua Palavra até nos convida a ‘orar in-
cessantemente’. — 1 Tessalonicenses 5:17.
12Lembre-se de que só Jeová é chamado de “Ouvinte de
oração”, e ele escuta com verdadeira empatia. (Salmo 65:2)
Será que ele apenas tolera as orações de seus servos fiéis?
10-12. (a) Por que a oração é uma dádiva maravilhosa de Jeová?
(b) Como podemos orar de um modo que agrade a Jeová e por que
podemos ter certeza de que ele aprecia nossas orações?
´
314 ACHEGUE-SE A JEOVA
˜
Nao, ele realmente deriva prazer delas. Sua Palavra as com-
para a incenso que, quando queimado, libera uma nuvem
de fumaça de cheiro doce e repousante. (Salmo 141:2; Re-
˜ ˜ ´
velaçao [Apocalipse] 5:8; 8:4) Nao e consolador saber que
˜ ´
nossas oraçoes sinceras, de modo similar, ascendem ate o
Soberano Senhor e lhe agradam? Assim, se quiser se ache-
´
gar a Jeova, ore a ele humilde e frequentemente, todo dia.
˜
Abra seu coraçao para ele, sem receio. (Salmo 62:8) Fale ao
˜
seu Pai celestial sobre suas preocupaçoes e alegrias; expresse
´
seus agradecimentos e louvores. Em resultado disso, o vın-
ˆ ´
culo entre voce e ele ficara cada vez mais forte.
˜ ´
Adoraçao a Jeova
13 A comunicaçao˜ ´ ´
com Jeova Deus e diferente de uma con-
versa com um amigo ou parente, em que simplesmente es-
cutamos e falamos. Quando nos comunicamos com ele, es-
tamos na verdade adorando-o, dando-lhe a honra reverente
´ ˜ ´
que lhe ´ e bem merecida. A adoraçao verdadeira e a nossa
´
vida. E o modo de demonstrarmos a Jeova nosso amor e
˜ ´
devoçao de toda a alma. Ela une todas as criaturas fieis de
´ ´ ˜ ´ ˜
Jeova, no ceu e na Terra. Em visao, o apostolo Joao ouviu
´
um anjo dar esta ordem: “Adorai Aquele que fez o ceu, e a
´ ˜
terra, e o mar, e as fontes das aguas.” — Revelaçao 14:7.
14 Por que devemos adorar a Jeova? ´
Pense nas qualidades
´
que analisamos: santidade, poder, autodomınio, justiça, co-
´
ragem, misericordia, sabedoria, humildade, amor, compai-
˜ ´ ´ ´ ´
xao, lealdade e bondade. Vimos que Jeova e o proprio apice,
˜ ´
o padrao mais elevado possıvel, de cada um desses atribu-
tos valiosos. Quando procuramos entender plenamente es-
´
sas qualidades como um todo, notamos que o Criador e
´
muito mais do que um Personagem grandioso e notavel. Ele
´
e glorioso ao extremo e incomparavelmente mais elevado
´ ´
13, 14. O que significa adorar a Jeova e por que e apropriado fazer-
mos isso?
˜ ˜ ˜ ˜ ´
As reunioes cristas sao ocasioes agradaveis
´
para adorar a Jeova
´ ´ ´ ´
do que nos. (Isaıas 55:9) Sem sombra de duvida, Jeova tem
o direito de ser nosso Soberano e, por certo, merece nossa
˜ ´
adoraçao. Mas como devemos adora-lo?
´ ´
15 Jesus disse: “Deus e Espırito, e os que o adoram tem ˆ
de
´ ´ ˜
adora-lo com espırito e verdade.” ( Joao 4:24) Isso signifi-
´ ˜ ´
ca adorar a Jeova com o coraçao cheio de fe e amor, sen-
´ ´ ´
do guiados por Seu espırito. Significa tambem adora-lo em
harmonia com a verdade, o conhecimento exato encon-
´
trado na Palavra de Deus. Temos uma otima oportunidade
´ ´
para adorar a Jeova “com espırito e verdade” sempre que
˜
nos reunimos com companheiros de adoraçao. (Hebreus
ˆ ´
10:24, 25) Quando entoamos canticos a Jeova, nos uni-
˜ ˜
mos em oraçao a Ele, prestamos atençao ao estudo da sua
´ ´
15. Como podemos adorar a Jeova “com espırito e verdade”? As reu-
˜ ˜ ˜
nioes cristas nos dao que oportunidade?
´
316 ACHEGUE-SE A JEOVA

Palavra e participamos dele, expressamos nosso amor a Ele


˜
em adoraçao pura.
16 Tambem adoramos a Jeova´ quando falamos dele a ou-
´
´
tros, dando-lhe louvor em publico. (Hebreus 13:15) De fato,
´
pregar as boas novas do Reino de Deus e um dos maiores
˜
mandamentos de que os cristaos verdadeiros foram incum-
bidos. (Mateus 24:14) Obedecemos entusiasticamente por-
que amamos ao Criador. “O deus deste sistema de coisas”,
´ ´
Satanas, o Diabo, “tem cegado as mentes dos incredulos”,
´ ´
espalhando mentiras crueis sobre Jeova. Por isso, ansiamos
servir como Testemunhas a favor do nosso Deus, combaten-
´ ´ ´
do essas calunias. (2 Corıntios 4:4; Isaıas 43:10-12) E, quan-
´ ˜
do meditamos nas maravilhosas qualidades de Jeova, nao
sentimos um desejo cada vez mais forte de falar dele a ou-
˜ ´ ´
tros? De fato, nao ha privilegio maior do que ajudar outras
pessoas a conhecer e a amar nosso Pai celestial assim como
´
nos.
17 Mas nao ˜ ´ ´ ˜ ´
e so isso. A adoraçao a Jeova abrange cada as-
pecto de nossa vida. (Colossenses 3:23) Se realmente acei-
´
tarmos a Jeova como nosso Senhor Soberano, procuraremos
fazer sua vontade em tudo: na vida familiar, no serviço secu-
lar, nos tratos com outros, no tempo de folga. Faremos empe-
´ ˜
nho para servir a Jeova “de pleno coraçao”, com integridade.
ˆ ˜ ˜ ´
(1 Cronicas 28:9) Nesse tipo de adoraçao, nao ha lugar para
˜ ´
um coraçao dividido nem para vida dupla (a atitude hipo-
´
crita de aparentemente servir a Jeova enquanto se praticam
pecados graves em segredo). Para quem realmente demons-
´ ´ ´ ´
tra integridade, e impossıvel ser hipocrita; quem e amoro-
´
so acha a hipocrisia repugnante. O temor de Deus tambem
´ ˜
16. Qual e um dos maiores mandamentos de que os cristaos verda-
deiros foram incumbidos, e por que nos sentimos impelidos a obede-
cer?
˜ ´
17. O que a nossa adoraçao a Jeova abrange, e por que devemos ado-
rar em integridade?
´ ´
“CHEGAI-VOS A DEUS, E ELE SE CHEGARA A VOS” 317
´ ˆ
ajuda. A Bıblia afirma que essa reverencia contribui para um
´ ´
relacionamento ıntimo com Jeova. — Salmo 25:14.
´
Imitar a Jeova
˜ ´
18 Cada seçao deste livro termina com um capıtulo que ex-
plica como podemos nos ‘tornar ´ imitadores de Deus, como
´
filhos amados’. (Efesios 5:1) E vital lembrarmos que, apesar
˜
da nossa imperfeiçao, podemos realmente imitar o modo
´
perfeito de Jeova usar o poder, exercer a justiça, empregar
´
a sabedoria e demonstrar amor. Como sabemos que e real-
´
mente possıvel imitar o Todo-Poderoso? Lembre-se de que o
´
significado do nome de Jeova nos ensina que ele se´ torna
´
tudo o que decide ser para cumprir seus propositos. E natu-
´
ral ficarmos espantados com essa habilidade, mas sera que
´ ˜
ela esta completamente fora do nosso alcance? Nao.
19 Fomos criados a` imagem de Deus. (Genesis ˆ
1:26) Assim,
´
o homem e diferente de todas as outras criaturas da Terra.
˜ ´
Nao somos guiados por mero instinto, pela genetica ou por
´ ´
fatores ambientais. Jeova nos deu uma dadiva preciosa: o li-
´ ˜ ˜
vre-arbıtrio. Apesar de nossas limitaçoes e imperfeiçoes, so-
mos livres para escolher o que nos tornaremos. Deseja ser
´
uma pessoa amorosa, sabia e justa que usa corretamente o
` ´ ´ ˆ
poder? Graças a ajuda do espırito de Jeova, voce pode ser
ˆ ´
exatamente assim! Pense em todo o bem que voce podera
realizar.
20 Voceˆ agradara´ seu Pai celestial, alegrando Seu coraçao. ˜
´ ´ ´ ´
(Proverbios 27:11) Podera ate ‘agradar plenamente’ a Jeova,
˜ `
pois ele entende suas limitaçoes. (Colossenses 1:9, 10) E, a
medida que continuar desenvolvendo boas qualidades ao
´
imitar seu Pai amoroso, sera abençoado com um grande
´ ˜
privilegio: num mundo em escuridao, alienado de Deus,
˜ ´
18, 19. Por que nao e irrealista pensar que meros humanos imperfei-
´
tos sejam capazes de imitar a Jeova Deus?
´
20. Que bem realizamos quando imitamos a Jeova?
´
318 ACHEGUE-SE A JEOVA
ˆ ´ ´
voce sera um portador de luz. (Mateus 5:1, 2, 14) Ajudara a
espalhar pela Terra alguns reflexos da gloriosa personalida-
´
de de Jeova. Que honra!
´ ´
“Chegai-vos a Deus, e ele se chegara a vos”
˜
21 O incentivo simples registrado em Tiago 4:8 nao colo-
´
ca diante de nos apenas um objetivo. Trata-se de uma jor-
´
nada. Desde que permaneçamos fieis, essa jornada nunca
´
terminara. Nunca deixaremos de nos achegar cada vez mais
´ ´
a Jeova. Afinal, sempre havera coisas a aprender sobre ele.
˜
Nao pense que este livro ensinou tudo o que se pode saber
´ ´ ´
sobre Jeova. Nos mal começamos a analisar tudo o que a Bı-
´ ´
blia diz sobre o nosso Deus! E nem a Bıblia inteira contem
˜ ´ ˜
todas as informaçoes sobre ele. O apostolo Joao acreditava
´
que, se tudo o que Jesus fez durante seu ministerio terrestre
´ ˜
tivesse sido escrito, “o proprio mundo nao poderia conter
˜ ´
os rolos escritos”. ( Joao 21:25) Se isso se da no caso do Fi-
lho, quanto mais com o Pai!
´
21, 22. Que jornada infindavel se encontra diante de todos os que
´
amam a Jeova?

Achegue-se
´
cada vez mais a Jeova
´ ´
“CHEGAI-VOS A DEUS, E ELE SE CHEGARA A VOS” 319

˜
Perguntas para Meditaçao
´
Salmo 25:1-22 Como podemos nos achegar mais a Jeova? Que
confiança podemos ter em resultado disso?
´ ´
Oseias 6:3 Como esse versıculo mostra que conhecer a Jeova
ˆ ˜
exige esforço e traz bençaos?
´
Mateus 16:21-27 Se havemos de imitar a Jeova, o exemplo de
´
quem devemos seguir e que espırito devemos demonstrar?
˜ ˆ ˜ ´
Revelaçao 21:3, 4 Ao meditar nas bençaos futuras que Jeova
´ ˆ
dara, o que voce se sente motivado a fazer?

´
22 Nem mesmo a vida eterna sera suficiente para apren-
´ ˜
der tudo sobre Jeova. (Eclesiastes 3:11) Pense, entao, no
que nos aguarda. Depois de viver por centenas, milhares,
˜ ´ ˜
milhoes ou ate bilhoes de anos, saberemos muito mais so-
´ ´
bre Jeova Deus do que sabemos hoje. Mas ainda havera in-
´
contaveis outras coisas maravilhosas para aprendermos. Fi-
caremos ansiosos de aprender mais, pois sempre teremos
˜
razoes para nos sentir como o salmista, que cantou: “Che-
´
gar-me a Deus e bom para mim.” (Salmo 73:28) A vida eter-
´
na sera inimaginavelmente significativa e variada — e a
´
parte mais recompensadora dela sempre sera achegar-nos
´
mais a Jeova.
23 Corresponda agora ao amor de Jeova,´
amando-o de todo
˜
o coraçao, alma, mente e força. (Marcos 12:29, 30) Desen-
´ ˜
volva amor leal e inabalavel. Que todas as decisoes — pe-
ˆ ´
quenas ou grandes — que voce toma dia apos dia reflitam o
´ ´
mesmo princıpio orientador: fazer todo o possıvel para for-
talecer cada vez mais o relacionamento com seu Pai celes-
´
tial! Acima de tudo, achegue-se cada vez mais a Jeova e ele
´ ˆ
se achegara cada vez mais a voce — por toda a eternidade!
ˆ ´ ˆ
23. Voce e incentivado a fazer o que?
˜
Gostaria de obter mais informaçoes?
´
Contate as Testemunhas de Jeova pelo site www.jw.org.

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