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Anastácia Marcelino sábado


Benedito Mário
Brendina Massono Umeme
Duarte Gentil Mbona Júnior
Elda Mariela Rui

Ensino básico e suas inovações no sistema nacional de educação


5° Grupo
(licenciatura em Ensino básico)

Universidade Rovuma
Nampula
13 de Janeiro de 2022
2

Anastácia Marcelino sábado

Benedito Mário

Brendina Massono Umeme

Duarte Gentil Mbona Júnior

Elda Mariela Rui

Ensino básico e suas inovações no sistema nacional de educação

Trabalho em grupo referente a


cadeira de Pedagogia do ensino
básico, curso꞉ Licenciatura em
ensino básico 1°ano, Leccionada
pelo Docente꞉ Sérgio Artur Sumila

Universidade Rovuma

Nampula

13 de Janeiro de 2022
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Índice
Introdução..........................................................................................................................4

Reforma do ensino básico.................................................................................................5

Estrutura do ensino básico.................................................................................................7

Modalidades de ensino......................................................................................................7

Ensino Primário Integrado.................................................................................................8

Objectivos do Ensino Primário..........................................................................................8

Inovações no Currículo do Ensino Básico.........................................................................9

Programa de Ofícios no Currículo do Ensino Básico......................................................10

Conclusão........................................................................................................................13

Bibliografia......................................................................................................................14
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Introdução

O presente trabalho fazemos uma análise descritiva do processo de reforma curricular


no ensino básico em Moçambique. importou nos falar do ensino básico no sistema
nacional de educação, onde abordamos da sua constituição, estrutura, como esse tipo de
ensino funciona na comunidade educativa.

Esta reflexão, parte do pressuposto de que as diferentes metamorfoses do processo de


construção e desconstrução do estado moçambicano desde a independência nacional
(1975) contribuíram de forma decisiva para a reforma curricular do ensino básico de
2004.

 Objectivos do Ensino Primário

De acordo com a Lei nº 18/2018, de 28 de Dezembro, o Ensino Primário tem os


seguintes objectivos:

 Proporcionar uma formação inicial nas áreas da (i) Comunicação e Ciências


Sociais, (ii) Ciências Naturais e Matemática e (iii) Actividades Práticas e
Tecnológicas;
 Desenvolver conhecimentos socialmente relevantes, técnicas básicas e aptidões
de trabalho manual, atitudes e convicções que proporcionem maior participação
social para o ingresso na vida produtiva.
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Reforma do ensino básico

Em 1983 foi introduzido no Moçambique independente o Sistema Nacional de


Educação (SNE) com a Lei 4/83 de 23 de Março. Depois de introduzido o SNE em
1983, a República de Moçambique foi experimentando vários cenários, de entre eles há
que destacar: declínio do crescimento económico devido a destruição de infra-estruturas
educacionais e sociais motivadas pela guerra de desestabilização (1977-1992); a entrada
de Moçambique na economia de mercado (1986) entre vários cenários. Estes e outros
factores fizeram com que houvesse a revogação da Lei 4/83, de modo a adequar o
sistema educativo moçambicano à nova realidade social, política e económica.

Estruturalmente e nos termos da Lei 6/92, o Sistema Nacional de Educação


moçambicano compreende: o ensino pré-escolar (destinado a crianças até 6 anos),
ensino escolar (primário, secundário e universitário) e ensino extra – escolar (que se
realiza fora do sistema regular de ensino).

Interessa nesta nossa abordagem, o Ensino Geral especificamente o nível primário, aqui
entendido como Ensino Básico.

O nível primário é considerado no SNE como sendo aquele que “prepara os alunos para
o acesso no ensino secundário e compreende as sete primeiras classes que são
subdivididas em 2 graus”. (Lei 9/92, p. 9).

Segundo PACHECO (2001, p.150), entende-se por reforma educativa a “uma


transformação da política educativa de um país a nível de estratégias, objectivos e
estratégias, objectivos e prioridades”. Esta transformação pode ser traduzida por
conceitos como: inovação, renovação, mudança e melhoria tendo como um elemento
comum a introdução de algo novo. Nessa óptica, a reforma curricular vai necessitar de
uma estratégia planificada para a modificação de certos aspectos do sistema educativo
de um país de acordo com um conjunto de necessidades, resultados específicos, meios e
métodos adequados.

Considerando de inovação as mudanças funcionais que se traduzem na prática


educativa, enquanto as reformas se traduzem em mudanças estruturais e
organizacionais. Na óptica de MOREIRA (1999), a ideia de reforma associa-se a ideia
de progresso ou mudança que pressupõe a introdução de novos programas, tecnologias e
processos que gerem maiores eficiências, racionalidade e controle dos resultados.
6

SACRISTAN (1997) citado por MOREIRA (1999, p.31), afirma que “reformar denota
remoção e isso dá certa notoriedade perante a opinião pública e perante os docentes
[….] cria-se a sensação de movimento, geram-se expectativas, o que parece provocar,
por si mesmo, as mudanças se propõem reformas”. Nesta frase, pode-se considerar no
âmbito desta análise um aspecto importante de que a reforma curricular ou a reforma
educativa denota uma remoção das práticas que anteriormente eram vigentes e que esse
processo cria no público-alvo um conjunto de expectativas.

Diz-se que houve uma reforma do sistema, quando se registaram mudanças justificadas
por princípios. Assim, os princípios que justificaram a reforma curricular no Ensino
Básico, foram:

Concepção da escola mais como agente de transformação do que como meio de


transmissão de conhecimentos; reconhecimento da necessidade de formação integral da
personalidade, o que leva a que as diferentes disciplinas sejam abordadas numa
perspectiva integrada; exigência de programas que se adeqúem à realidade:
características locais, pontos de partida e de aprendizagem diversificada e predomínio
dos aspectos relativos ao desenvolvimento das capacidades de análise, síntese e ao
estímulo da criatividade, da livre crítica, do sentido de responsabilidade e da capacidade
de integração (INDE/MEC, 2003, p. xi).

Desta forma, o MEC reconhecia que o anterior currículo não se adequava com as
exigências sociais na vertente da formação integral do indivíduo.

O Ensino Primário desempenha um papel importante no processo de socialização das


crianças, jovens e adultos e na transmissão de conhecimentos fundamentais como a
leitura, a escrita e o 10 cálculo. Assim, torna-se importante que o currículo responda às
necessidades da sociedade moçambicana, tendo como principal objectivo formar um
cidadão capaz de se integrar na sociedade e aplicar os conhecimentos adquiridos em
benefício próprio, da família e da sua comunidade.

Um dos aspectos que podemos tirar ilação desta reforma curricular no Ensino Básico é
facto de ter sido desenhado de forma centralizada e vertical em que os conteúdos são
apresentados de forma homogénea e central para todo o país, embora ao longo do plano
curricular se privilegie a consideração dos aspectos locais. Ora, esta forma de conceber
os curricula pode limitar a iniciativa do professor na operacionalização dos programas,
7

uma vez que ele (professor) pode estar a pensar que a sua margem de “manobra” apenas
se situa naqueles limites estabelecidos pelos programas ou pelo projecto curricular.

Estrutura do ensino básico

A Lei nº 18/2018, de 28 de Dezembro, preconiza um Ensino Primário de seis (6)


classes, organizadas em dois ciclos de aprendizagem:

a) I ciclo, de 1ª a 3ª classe, compreendido aos 6 anos até 8 anos.

b) II ciclo, de 4ª a 6ª classe, compreendido aos 9 anos de idade até 11 anos.

Os ciclos são unidades de aprendizagem em que o aluno desenvolve competências


específicas.

O professor deve criar condições para que o ensino esteja centrado no aluno e nas
aprendizagens, providenciando a recuperação daqueles que tenham dificuldades de
aprendizagem e garantir que todos atinjam as competências previstas no ciclo, através
de uma avaliação predominantemente formativa.

O sistema de avaliação recomenda a progressão por ciclos de aprendizagem em que


dentro de cada ciclo os alunos progridem, normalmente, de uma classe para outra.
Transitam, de um ciclo para o outro, os alunos que tiverem desenvolvido as
competências previstas no ciclo. Excepcionalmente, poderá haver retenção, no final do
ciclo de aprendizagem, nos casos em que o professor, a direcção da escola e os pais e/ou
encarregados de educação cheguem a um consenso de que o aluno não desenvolveu as
competências previstas e, por isso, não beneficiará de transição para o ciclo seguinte.

Modalidades de ensino

O Ensino Primário ou básico é leccionado em regime de monodocência e é ministrado


em duas modalidades, a saber:

a) monolingue, em Língua Portuguesa, e

b) bilingue, em Línguas Moçambicanas, incluindo a língua de sinais, e em Língua


Portuguesa.

Para o atendimento de alunos com deficiência visual, as duas modalidades de ensino


poderão incluir o uso do Sistema Braille.
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Ensino Primário Integrado

O Ensino Primário Integrado caracteriza-se por permitir que o aluno desenvolva


competências de forma articulada e integrada, em todas as áreas de aprendizagem que
compõem o currículo. Esta abordagem é complementada por actividades co-curriculares
e suportada por um sistema de avaliação que integra as componentes diagnóstica,
sumativa e formativa.

A integração resultou na redução do número de disciplinas pela incorporação de


competências e conteúdos de umas disciplinas para outras, assim sendo:

a) Ensino Monolingue

- Na 1ª e 2ª classes – de seis (6) para três (3) disciplinas;

- Na 3ª classe – de oito (8) para três (3) disciplinas;

- Na 4ª e 5ª classes – de nove (9) para seis (6) e sete (7) disciplinas, respectivamente;

- Na 6ª classe – de onze (11) para sete (7) disciplinas.

b) Ensino Bilingue

- Na 1ª e 2ª classes – de sete (7) para quatro (4) disciplinas;

- Na 3ª classe – de nove (9) para quatro (4) disciplinas;

- Na 4ª e 5ª classes – de dez (10) para sete (7) e oito (8) disciplinas, respectivamente;

- Na 6ª classe – de doze (12) para sete (7) disciplinas.

A integração disciplinar permitiu o aumento da carga horária na leccionação das


disciplinas do currículo.

Objectivos do Ensino Primário

De acordo com a Lei nº 18/2018, de 28 de Dezembro, o Ensino Primário tem os


seguintes objectivos:

a) Proporcionar uma formação inicial nas áreas da (i) Comunicação e Ciências Sociais,
(ii) Ciências Naturais e Matemática e (iii) Actividades Práticas e Tecnológicas;
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b) Desenvolver conhecimentos socialmente relevantes, técnicas básicas e aptidões de


trabalho manual, atitudes e convicções que proporcionem maior participação social para
o ingresso na vida produtiva.

Inovações no Currículo do Ensino Básico

Segundo PEREIRA (2011), a inovação curricular tem de ser entendida como sendo
“introdução de mudanças de forma planificada visando produzir uma melhoria da ação
educacional”. A inovação curricular parte de uma intenção deliberada de modificação
de uma dada situação com a crença de que esta ação pode ser ousada de outra forma. A
inovação curricular pode envolver a uma parte do processo de ensino-aprendizagem.

Assim, por inovação curricular, pode ser percebida como sendo a criação de respostas
novas aos desafios oferecidos por um dado contexto educacional, a partir da análise e 5
reflexão que se faz da actual situação, verificando avaliativamente as efectivas
contribuições que tais inovações podem oferecer para enfrentar os desafios e produzir as
melhorias esperadas.

Diz-se que houve uma reforma do sistema, quando se registaram mudanças justificadas
por princípios. Assim, os princípios que justificaram a reforma curricular no Ensino
Básico, foram:

Concepção da escola mais como agente de transformação do que como meio de


transmissão de conhecimentos; reconhecimento da necessidade de formação integral da
personalidade, o que leva a que as diferentes disciplinas sejam abordadas numa
perspectiva integrada; exigência de programas que se adeqúem à realidade:
características locais, pontos de partida e de aprendizagem diversificada e predomínio
dos aspectos relativos ao desenvolvimento das capacidades de análise, síntese e ao
estímulo da criatividade, da livre crítica, do sentido de responsabilidade e da capacidade
de integração (INDE/MEC, 2003, p. xi).

Em termos estruturais, afirmamos que houve inovação se há algo novo num


determinado processo. Para o currículo do Ensino Básico introduzido em 2004,
constituíram inovações os seguintes elementos:

• Ciclos de aprendizagem – que são unidades de aprendizagem com objectivo de


desenvolver habilidades e competências especificas. Assim o ensino básico, na base da
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reforma curricular de 2004, compreende três ciclos: 1º ciclo (1ª a 2ª classes); 2º ciclo (3ª
a 5ª classes) e 3º ciclo (6ª a 7ª classe).

• Ensino Básico integrado- constitui a articulação de conhecimentos em todas áreas de


conhecimento que compõem o currículo, conjugado com as actividades
extracurriculares.

• o Currículo Local;

• a distribuição de professores no 3º ciclo;

• a promoção semi-automática;

• a introdução de novas disciplinas (Inglês, Educação Musical e Ofícios).

A estrutura curricular do Ensino Básico está organizada de modo a garantir o


desenvolvimento integrado de habilidades, conhecimentos, valores e competências,
assim sendo, está estruturado em três áreas: área de comunicação e ciências sociais; área
de matemática e ciências sociais e área das actividades práticas e tecnológicas.

Programa de Ofícios no Currículo do Ensino Básico

Segundo MOREIRA (2003, p.40), “a educação não pode ser reduzida à formação de
consumidores competentes. Ela supõe a formação de sujeitos históricos, activos,
criativos e críticos, capazes de não apenas se adaptar à sociedade em que vivem, mas de
transformá-la e de reinventa-la”. Na óptica deste autor, a educação tem que
responsabilizar em formar cidadãos capazes de com os seus conhecimentos serem auto-
sustentáveis, assim como capazes de resolver problemas que podem apoquentar a sua
família e a comunidade que lhe rodeia. Esta visão de educação, só é possível se optar
numa formação virada para o desenvolvimento de competências.

Uma das questões que se pode discutir nos meandros científicos é a necessidade da
introdução da disciplina de Ofícios neste currículo. A respeito dessa questão, convém
explicarmos aqui alguns aspectos que justificam o surgimento de uma disciplina. Um
dos aspectos que justifica o surgimento de uma disciplina num currículo é “a ideia do
conhecimento escolar para vida quotidiana dos alunos”, MOREIRA (2003). Isto quer
alertar que ao se introduzir uma disciplina num currículo, ela deve visar a resolução de
um problema imediato relacionada com a vida diária dos alunos. Dessa forma, a maior
parte das disciplinas estabelece-se no currículo não por constituir áreas científicas
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importantes na sociedade, mas por se mostrar capaz de lidar com os problemas


quotidianos da sociedade. Esta visão de criação ou surgimento das disciplinas,
MOREIRA (2003) habilitou de critério de utilidade.

Segundo INDE/MINED, (2004, p.513), a disciplina de ofícios seria “um campo de


trabalho manual onde o conhecimento das características dos materiais é fundamental,
bem como o desenvolvimento das técnicas diversas, que se adquire pela manipulação e
experimentação das mesmas”. A importância desta disciplina é consubstanciada na ideia
de ROSSEAU, citado por (INDE/MINED, 2004:513), “a criança aprende mais numa
hora de trabalho manual do que num dia de ensino verbal”.

Conforme INDE/MINED (2004, p. 513) constituem objectivos da disciplina de Ofícios:


“desenvolvimento de habilidades e competências no aluno, de forma a capacitá-lo na
resolução de problemas, quer dele próprio, quer da comunidade onde se insere”.

A disciplina de Ofícios é uma disciplina prática em que na sua prossecução, os seus


intervenientes (aluno, professor e a escola), devem ter em atenção um conjunto de
materiais que serão úteis nas actividades práticas. Este conjunto de matéria é
identificável nas comunidades onde as escolas estão inseridas. Para que a abordagem
dos conteúdos da disciplina de ofícios seja eficaz, o MEC/INDE (2004:515) aconselha
“aplicar o método de resolução de problema”.

Podemos entender o método de resolução de problemas como sendo uma forma


organizada e eficiente de realizar qualquer tarefa e serve para facilitar o trabalho que se
pretende fazer com sucesso. A aplicação do método de resolução de problemas na
educação parte do pressuposto de que há uma necessidade dos alunos apreenderem por
si mesmos novos conhecimentos e não a obtenção de conhecimentos prontos e acabados
que fazem parte da nossa cultura, ciência e sociedade.

Esta visão de conceber a aquisição do conhecimento, na óptica de SOARES e PINTO


(s/d) é para que os alunos se tornem pessoas capazes de enfrentarem situações diferentes
em condições diversificadas, que façam com que eles busquem novos conhecimentos e
habilidades. Na perspectiva de POZO e ECHEVERRIA (1998) citado por SOARES e
PINTO (s/d:1),

Como se pode verificar, os conteúdos seleccionados para compor o programa da


disciplina de Ofícios respondem a estes objectivos. Tomando como partida o Plano
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Curricular do Ensino Básico, referência que o aluno deve ser capaz de “construir
algumas ferramentas simples e processar correctamente a secagem”, (INDE/MINED,
2004: 515). Por ferramenta pode-se entender aqui por qualquer utensílio que pode
ajudar na realização de diversas actividades, como por exemplo, a feitura de panelas de
barro, que pode servir para confeccionar alimentos, a feitura de vassouras através de
palhas para a limpeza, etc.

O programa da disciplina de Ofícios no 3º ciclo do Ensino Básico (6ª e 7ª classe) é


composto por 10 unidades temáticas a destacar: “têxteis; moldagem; modelagem;
metais; papel; madeira; agropecuária; culinária e costura” (MEC/INDE, 2004:517).
Estes conteúdos são uniformes tanto para a 6ª classe como para 7ª classe, a sua
diferenciação é feita nos manuais, isto é, na operacionalização do programa. Fazendo
uma análise dos manuais da 6ª e da 7ª classe, nota-se claramente que, na 6ª classe, faz
uma introdução dessas unidades que, posteriormente, serão aprofundados na 7ª classe.
Tomando como exemplo, a unidade temática têxteis, enquanto na 6ª classe a abordagem
é introdutória (exemplos de peças feitas de têxteis, tipos de tecidos); na 7ª classe há um
aprofundamento das técnicas de trabalho com têxteis (aprende-se como fazer cestos,
chapéus, tapetes, mesas, fazer cortes e costuras).
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Conclusão

Neste presente trabalho falamos da reforma curricular do ensino básico em


Moçambique, e de forma resumida falamos um pouco da educação de Moçambique nos
diferentes períodos de educação ( colonial, tradicional e após independência de
Moçambique), O currículo introduzido em 2004,traz consigo inovações que
possibilitam garantir uma formação de um cidadão capaz de enfrentar as adversidades
da sociedade. A organização do ensino por ciclos de aprendizagem, o novo paradigma
de avaliação, a distribuição dos professores no 3º ciclo, assim como, a introdução das
línguas nacionais no ensino (como auxiliares de aprendizagem e como disciplina) fez
com que o currículo do ensino básico tivesse maior relevância para os seus atores.
Assim, concluímos o nosso trabalho que retrata o ensino básico, onde trouxemos átona a
sua actuação e os seus objectivos em se focar apenas na formação da criança.
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Bibliografia

INDE/MINED. Plano Curricular do Ensino Básico: Objectivos, estratégias de


Implementação: Projecto de transformação curricular para o Ensino Básico sob
auspícios da UNESCO. Maputo, INDE/MINED, 1999.

INDE/MEC. Programa do Ensino Básico 3º ciclo. Maputo, INDE/MEC, 2004.

____________. Programa do Ensino Básico 2º ciclo. Maputo, INDE/MEC. 2002.

INDE/MINED. Programa do Ensino Básico 1º ciclo. Maputo, INDE/MINED, 2001.

INDE /MEC. Plano Estratégico de Educação: Projecto “Promoção da Transformação


Curricular da Educação Básica”. Maputo, INDE, 1997.

MOREIRA, António Flávio Barbosa (org.). Currículo: Políticas e Práticas, 7ed. SP,
Papiros Campinas, 1999.

PACHECO, José Augusto. Estudos Curriculares: para a compreensão critica da


educação. Porto Editora, 2006.

PEREIRA, Elisabete de Monteiro Aguiar. Inovação Curricular. Disponível em


http://www.fe.unicamp.br/inovacoes/inov-curric.html, acesso no dia 04 de Novembro
de 2011.

SACRISTÁN, J. Gimeno. O Currículo: uma reflexão sobre a prática, 3ed. Porto Alegre,
Artmed, 2000.

Jan Amos Comenius foi uma significativa liderança religiosa no contexto em que viveu, de 1592
a 1670. Ele era devotado seguidor de Jan Huss e, predecessor do filósofo Jean Jacques
Rousseau, foi o criador da Pedagogia Moderna. Seu ideal pedagógico era movido pelo preceito
"Ensinar tudo a todos", o qual resumia as bases e as normas que regem o Homem no seu
desempenho na esfera terrena, como criador de sua trajetória.

Este educador tinha como principal meta trazer o ser para perto do Criador, transformando os
indivíduos em cristãos exemplares, dotados do poder de exercitar suas virtudes potenciais,
que devem irradiar na direção de todos, independente do status econômico, de gênero ou de
condições físicas e mentais. Para ele, a didática podia ser definida como a prática de educar e
também enquanto ofício de ensinar.
15

Dotado de um humanismo ímpar e de uma visão globalizante, Comenius era atraído por todas
as esferas do conhecimento; assim, sonhava em construir uma pansofia, ou seja, uma
sabedoria que abrangesse a totalidade. Ele acreditava, portanto, que o saber verdadeiro
deveria incorporar a filosofia orientada pela razão, a ciência com suas inclinações empíricas e a
religião, se realmente aspirasse a edificar a humanidade.

Comenius defendia a necessidade da educação das crianças em idade tenra, aconselhando,


para esse fim, que se construíssem escolas maternais; desta forma estes seres teriam a chance
de conquistar desde cedo conhecimentos básicos que poderiam ser desenvolvidos depois.

Sua intenção era que o Homem fosse educado para a vida eterna porque, como ele acreditava,
ele era espírito destinado à imortalidade; desta forma, seu aprendizado tinha que ir além dos
desejos e ideais materiais. Daí a necessidade vital de buscar não somente bens terrenos, mas
acima de tudo a sabedoria e as qualidades que o conduzissem para o Criador.

Sua pedagogia preconiza que se deve iniciar o aprendizado pelos sentidos, pois é através deles
que se percebe os estímulos exteriores e, portanto, o que se considera real; assim, as
percepções sensoriais seriam impressas no interior do ser e, depois, analisadas pelos
instrumentos racionais.

A Pedagogia de Comenius

Por Ana Lucia Santana

Categorias: Educação, Pedagogia

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Jan Amos Comenius foi uma significativa liderança religiosa no contexto em que viveu, de 1592
a 1670. Ele era devotado seguidor de Jan Huss e, predecessor do filósofo Jean Jacques
Rousseau, foi o criador da Pedagogia Moderna. Seu ideal pedagógico era movido pelo preceito
"Ensinar tudo a todos", o qual resumia as bases e as normas que regem o Homem no seu
desempenho na esfera terrena, como criador de sua trajetória.

Este educador tinha como principal meta trazer o ser para perto do Criador, transformando os
indivíduos em cristãos exemplares, dotados do poder de exercitar suas virtudes potenciais,
que devem irradiar na direção de todos, independente do status econômico, de gênero ou de
condições físicas e mentais. Para ele, a didática podia ser definida como a prática de educar e
também enquanto ofício de ensinar.
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Dotado de um humanismo ímpar e de uma visão globalizante, Comenius era atraído por todas
as esferas do conhecimento; assim, sonhava em construir uma pansofia, ou seja, uma
sabedoria que abrangesse a totalidade. Ele acreditava, portanto, que o saber verdadeiro
deveria incorporar a filosofia orientada pela razão, a ciência com suas inclinações empíricas e a
religião, se realmente aspirasse a edificar a humanidade.

Comenius defendia a necessidade da educação das crianças em idade tenra, aconselhando,


para esse fim, que se construíssem escolas maternais; desta forma estes seres teriam a chance
de conquistar desde cedo conhecimentos básicos que poderiam ser desenvolvidos depois.

Sua intenção era que o Homem fosse educado para a vida eterna porque, como ele acreditava,
ele era espírito destinado à imortalidade; desta forma, seu aprendizado tinha que ir além dos
desejos e ideais materiais. Daí a necessidade vital de buscar não somente bens terrenos, mas
acima de tudo a sabedoria e as qualidades que o conduzissem para o Criador.

Sua pedagogia preconiza que se deve iniciar o aprendizado pelos sentidos, pois é através deles
que se percebe os estímulos exteriores e, portanto, o que se considera real; assim, as
percepções sensoriais seriam impressas no interior do ser e, depois, analisadas pelos
instrumentos racionais.

Os fundamentos de sua didática são o entendimento, a conservação e a práxis; por meio deles
o indivíduo atinge três qualidades elementares – a aquisição de vastos conhecimentos,
virtudes e religiosidade, que estão intimamente vinculadas aos dons do intelecto, da vontade e
da memória.

O educador crê que todas as pessoas são igualmente portadoras de uma condição humana,
embora manifestem inteligências distintas, para ele produtos de um grau elevado ou de uma
carência de harmonia própria; por essa razão as mentes devem ser moldadas logo cedo, para
que os intelectos se desenvolvam sem tantas discrepâncias.

A doutrina pedagógica de Comenius convida a mente racional a adotar diante do Cosmos uma
postura inquiridora e inclusiva de todas as esferas do conhecimento. Sua obra, fruto de
intensos diálogos com filósofos como Bacon e Descartes, visa contribuir para que o Homem,
17

desde a infância, passando pela juventude, complete sua evolução rumo à perfeição espiritual
e intelectual.

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