Sou prata e exata. Não tenho ideias preconcebidas.
Tudo o que vejo aceito sem reservas Tal como é, enturvado por aversão ou amor. Não sou cruel, apenas verdadeira - O olho de um pequeno deus, de quatro cantos. A maior parte do tempo medito sobre a parede oposta. É cor-de-rosa com manchas. Tenho-a olhado tanto Que julgo ser parte do meu coração. Mas vacila. Rostos e trevas separam-nos vezes sem conta.
Agora sou um lago. Uma mulher curva-se sobre mim,
Sondando o meu âmbito em busca do que ela é realmente. Vira-se depois para as velas ou a lua, esses mentirosos. Vejo-lhe as costas e reflito-as fielmente. Ela recompensa-me com lágrimas e um agitar de mãos. Sou importante para ela. Ela vai e vem. Todas as manhãs é o seu rosto que substitui as trevas. Em mim ela afogou uma jovem e em mim uma velha Ergue-se para ela dia após dia como um terrível peixe.