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Universidade Federal do Amazonas

Departamento de Matemática e Estatı́stica


Programa de Pós-Graduação em Matemática - UFAM

Disciplina: Variedades Diferenciáveis


Prof.: Adam Oliveira da Silva

Lista de Exercı́cios 1

Variedades Diferenciáveis

1. Seja M uma variedade topológica. Mostre que todo atlas diferenciável


A está contido em um único atlas diferenciável maximal, chamado de
estrutura diferenciável determinada por A.

2. Seja U ✓ Rn aberto e : U ! R uma função diferenciável. Para


qualquer c 2 R, o conjunto 1
(c) é chamado conjunto de nı́vel de
1
. Fazendo M = (c), suponha que a diferencial D a é não-nula
1
para todo a 2 (c), isto é, c é valor regular de . Mostre que M é
uma variedade diferenciável de dimensão n 1.
Pn+1
3. Mostre que a esfera unitária Sn = {(x1 , ..., xn+1 ) 2 Rn+1 ; i=1 (xi )2 } é
uma variedade diferenciável compacta mostrando que Sn é a imagem
inversa de uma valor regular de uma função apropriada.

4. Prove que existe um atlas na esfera unitária Sn com apenas duas cartas.
É possı́vel obter um atlas para Sn com apenas uma carta?

5. Prove que o espaço projetivo real RPn é uma variedade diferenciável


compacta Hausdor↵ com base enumerável exibindo um atlas sobre RPn .
6. (Espaço projetivo complexo) Denote por CPn , o conjunto de todos
os subspaços lineares complexos de dimensão 1 de Cn+1 , com topologia
quociente herdada da projeção natural ⇡ : Cn+1 {0} ! CPn . Mostre
que CPn é uma variedade topológica de dimensão 2n, e encontre
uma estrutura suave análoga ao que foi construido para RPn . Usar
a correspondência

(x1 + iy1 , . . . , xn+1 + iyn+1 ) $ (x1 , y1 , . . . , xn+1 , yn+1 )

para identificar Cn+1 com R2n+2 .


Pn
7. Seja Bn = {(x1 , . . . , xn ) 2 Rn : i=1 x2i < 1}. Prove que Bn é uma
variedade diferenciável de dimensão n. Mostre ainda que f : Bn ! Rn
definida por f (x) = p x 2 é um difeomorfismo.
1 |x|

8. Mostre que dada uma carta (U, ') sobre uma variedade diferenciável
de dimensão n existe um difeomorfismo : Rn ! Rn tal que (U, ')
1
também é uma carta com ( ') (B3 (0)) ⇢ U.

9. Sejam M e N variedades diferenciáveis de dimensão m e n


respectivamente. Se U = (Ui , 'i )i2I e V = (Vj , j )j2J são atlas em
M e N respectivamente, mostre que (U ⇥ V, 'i ⇥ j )i2I,j2J é um atlas
em M ⇥ N.

10. ( Lema das cartas diferenciáveis) Seja M um conjunto e {U↵ } uma


coleção de subconjuntos de M com aplicações '↵ : U↵ ! Rn tais que
as seguintes propriedades sejam verdadeiras:

i) Para cada ↵, '↵ é uma bijeção entre U↵ e um subconjunto aberto


'↵ (U↵ ) ✓ Rn .
ii) Para cada ↵ e , os conjuntos '↵ (U↵ \U ) e ' (U↵ \U ) são abertos
em Rn .
1
iii) Sempre que U↵ \ U 6= ;, a aplicação ' ('↵ ) : '↵ (U↵ \ U ) !
' (U↵ \ U ) é diferenciável.
iv) Uma quantidade enumerável dos conjuntos U↵ cobrem M .
v) Se p, q 2 M são pontos distintos, então, ou existe algum U↵
contendo p e q, ou existem conjuntos disjuntos U↵ , U com p 2 U↵
eq2U .

Mostre que M admite uma única estrutura diferenciável tal que cada
(U↵ , '↵ ) é uma carta diferenciável. Neste caso, a famı́la {(U↵ , '↵ )}
determina tanto a topologia quanto a estrutura diferenciável sobre M .

Aplicações Diferenciáveis

11. Sejam M e N variedades diferenciáveis (possivelmente com bordo).


Mostre que F : M ! N é diferenciável se, e somente se, F é contı́nua
e existem atlas diferenciáveis {(U↵ , '↵ )} e {(V , )} para M e N ,
respectivamente, tais que para cada ↵ e , a aplicação F '↵ 1 é
1
diferenciável em '↵ (U↵ \ F (V )).

12. Sejam M e N variedade diferenciáveis (possivelmente com bordo).

a) Considere uma aplicação F : M ! N . Mosrte que, se todo p 2 M


possui uma vizinhança U tal que a restrição F |U é diferenciável,
então F é diferenciável.
b) (Lema de colagem para aplicações diferenciáveis) Seja
{U↵ }↵2A uma cobertura aberta de M . Suponha que para cada
↵ existe uma aplicação diferenciável F↵ : U↵ ! N de maneira
que tais aplicações coincidam nas interseções, isto é, F↵ U↵\U
=
F U↵\U
, para todo ↵ e . Mostre que existe um única aplicação
diferenciável F : M ! N tal que F |U↵ = F↵ para cada ↵.
13. Sejam M1 , M2 , ..., Mk e N variedades diferenciáveis (possivelmente com
bordo) tal que no máximo uma das M1 , ..., Mk possui bordo não-vazio.
Para cada i = 1, ..., k, seja ⇡i : M1 ⇥ M2 ⇥ ... ⇥ Mk ! Mi a projeção
sobre Mi . Mostre que a aplicação F : N ! M1 ⇥ M2 ⇥ ... ⇥ Mk é
diferenciável se, e somente se, cada componente Fi = ⇡i F : N ! Mi
é diferenciável.

14. Para cada uma das seguintes aplicações entre esferas, calcule várias
representações coordenadas para mostrar que elas são diferenciáveis.

a) pn : S1 ! S1 é a aplicação n-ésima potência para n 2 Z, dada em


notação complexa por pn (z) = z n .
b) ↵ : Sn ! Sn é a aplicação antı́poda ↵(p) = p.
c) F : S3 ! S3 é dada por F (w, z) = (zw, +wz, iwz izw, zz ww),
onde S é tomado como o subconjunto {(w, z) : |w| + |z| = 1}
3 2 2

de C2 .

15. Considere R a reta real com sua estrutura diferenciável canônica, e seja
e a mesma variedade topológica com estrutura diferenciável gerada
R
pela única carta e ! R dada por
:R (x) = x3 . Seja f : R ! R uma
função diferenciável no sentido usual.

a) Mostre que f é também diferenciável como uma aplicação de R em


e
R.
e para R se,
b) Mostre que f é diferenciável como uma aplicação de R
e somente se, f (n) (0) = 0 sempre que n não é múltiplo de 3.

16. Seja P : Rn+1 r {0} ! Rk+1 r {0} uma função diferenciável, e suponha
que para algum d 2 Z, P ( x) = d
P (x) para todo 2 R r {0}
e x 2 Rn+1 r {0} (P é dita homogênea de grau d). Mostre que a
aplicação Pe : RPn ! RPk definida por Pe([x]) = [P (x)] está bem
definida e é diferenciável.

17. Identificando R2 com C, podemos considerar o cı́rculo unitário S1 como


um subconjunto do plano complexo. Uma função ângulo sobre um
subconjunto U ✓ S1 é uma função contı́nua ✓ : U ! R tal que ei✓(z) = z
para todo z 2 U . Mostre que existe uma função ângulo ✓ sobre um
subconjunto aberto U ✓ S1 se, e somente se, U 6= S1 . Além disso,
mostre que (U, ✓) é uma carta diferenciável para S1 com sua estrutura
diferenciável canônica. Por fim, mostre que a aplicação " : R ! S1
definida por "(t) = e2⇡it é diferenciável.

18. Seja M n uma variedade diferenciável (possivelmente com bordo) não-


vazia, n 1. Mostre que o espaço vetorial C 1 (M ) = {F : M !
R; f é diferenciável} tem dimensão infinita. (Sugestão: Mostre que se
f1 , ..., fk 2 C 1 (M ) têm suporte não-vazio e disjuntos, então elas são
linearmente independentes).

19. Defina F : Rn ! RPn por F (x1 , ..., xn ) = [x1 , ..., xn , 1]. Mostre que F
é um difeomorfismo sobre um subconjunto denso de RPn .

20. Mostre que o Elipsóide


( n+1
)
X (xi )2
En = (x1 , ..., xn+1 ) 2 Rn+1 ; = 1; ai 6= 0, 8i
i=1
(ai )2

é uma variedade diferenciável difeomorfa à esfera unitária Sn .

21. Para cada (z1 , z2 ) 2 S3 ⇢ C2 defina : R ! S3 por (t) = (eit z1 , eit z2 ).


Mostre que é diferenciável usando em S3 as coordenadas dadas através
da projeção estereográfica. Mostre que parametriza um cı́rculo em
S.
3

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