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Mutualidade 14: Não tenhais inveja uns dos outros

Introdução
A inveja é um pecado silencioso e mortífero que muito estrago tem feito no meio do povo de
Deus. Difícil de ser notado na vida de alguém, manifesta-se contudo na forma de outros pecados mais
aparentes, como a maledicência, a queixa, o julgamento, a crítica mordaz. Como sempre, o motivo básico
desses pecados que são dirigidos contra outros é uma atitude de soberba e presunção, que nos induz a nos
considerarmos mais importantes e merecedores de mais privilégios que os demais irmãos.

O mandamento e seu contexto


Não nos tornemos vangloriosos, provocando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros
(Gálatas 5:26). Em sua carta aos Gálatas, Paulo dirige o mandamento principalmente àqueles que se
sentiam ressentidos porque outros possuíam mais autoridade, eram mais reconhecidos ou exerciam mais
influência dentro da igreja.

Definição
Invejar ao irmão é desejar para si mesmo a posição, as habilidades, as realizações ou as possessões
dele, sentindo ao mesmo tempo tristeza ou ressentimento por ser ele o possuidor destas coisas. A palavra
grega empregada por Paulo em Gálatas 5:26 traz a idéia de angustiar-se por algo pertencente a outro.

Exemplos no N. T.
I Cor. 3:2-3; Tiago 3:13-16; 4:1-3; I Pedro 2:1-2.

Aplicações
- O cristão que tem inveja de outro irmão demonstra para com Deus descontentamento e ingratidão, pois é
como se admitisse que Deus não sabe das suas necessidades ou que não quer supri-las.
- Invejando aquele que tem as capacidades que ele mesmo gostaria de ter, o cristão pode recusar-se a
trabalhar e servir, até que a suposta “insuficiência” seja reparada. Usando tal desculpa ele retarda o
crescimento e prejudica o ministério do corpo.
- Somos capazes de agradecer a Deus e de nos alegrarmos genuinamente, pelo fato de termos irmãos que
se destacam na igreja pelo uso de seus dons e talentos (I Cor. 12:26b)?
- Ainda mais nociva que a inveja a um irmão é a inveja sentida contra os ímpios, seu modo de vida e seus
valores (Salmo 73).
Mutualidade 15: Não mintais uns aos outros

Introdução
O episódio de Ananias e Safira, narrado em Atos 5:1-11, é um exemplo extremo do zelo de Deus
em querer que seus filhos pratiquem a verdade. Ambos haviam decidido por à prova a capacidade do
Espírito Santo de saber o que estava acontecendo e foram punidos com a própria vida. A mentira parece
ofender de modo todo especial a Deus. Ele é, por natureza, totalmente verdadeiro, sendo também a fonte
de toda a verdade (Prov. 12:22; I João 5:20). Quando mentimos refletimos o caráter de Satanás (João
8:44) e obscurecemos a imagem de Cristo em nós (Rom. 8:29). O destino dos mentirosos será amargo
(Ap. 21:8).

O mandamento e seu contexto


“Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos, e
vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o
criou” (Col. 3:9-10). Neste trecho Paulo procura demonstrar o contraste que deve existir nas atitudes e
pensamentos do cristão, antes e após a sua conversão. Esse mesmo contraste é apresentado no capítulo 4
de Efésios, onde Paulo também exorta contra a mentira (Efésios 4:22-25).

Definição
Mentir ao irmão é apresentar a ele, como verdadeiro, aquilo que sabemos ser falso, com o intuito
de enganá-lo (um fato, uma atitude, um sentimento, uma opinião, uma imagem pessoal etc).

Aplicação
Você se identifica com alguma dessas situações?

Prov. 6:16-19 ...........................................................................................................................

Prov. 30: 6 ...............................................................................................................................

Prov. 25:14 ..............................................................................................................................

Prov. 24:12 ..............................................................................................................................

Prov. 26:18-19 .........................................................................................................................

Ecl. 5: 4-7 ................................................................................................................................


Mutualidade 16: Edificai-vos uns aos outros

Introdução
Quanto ao progresso e crescimento dos membros, a igreja da atualidade é bem semelhante a dos
tempos apostólicos. Há os cristãos recém-nascidos e os experientes, os fracos e os fortes, os que crescem
satisfatoriamente e os que estacionam, os biblicamente instruídos e os ignorantes. Embora seja esta a
situação atual, ela não constitui a ideal. O alvo para cada um de nós é que “todos cheguemos à unidade da
fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude
de Cristo” (Ef. 4:13). E para que o corpo inteiro atinja tão desejável grau de maturidade, os membros
precisam fortalecer, animar, instruir e corrigir uns aos outros.

O mandamento
Por duas vezes no N. T. Paulo nos apresenta a mesma ordem:
“Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como na verdade o estais fazendo” (I
Tes. 5:11).
“Sigamos pois as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros” (Rom.
14:19).

Definição
Edificarmo-nos uns aos outros é um processo interativo no qual cada um, pelo ensino (formal ou
informal) ou pelo exemplo, ajuda os outros a formarem um caráter e um modo de viver semelhantes aos
de Cristo.

Implicações
- Nenhum cristão pode desenvolver em sua vida o caráter e o comportamento de Cristo sem se valer do
ministério de outros cristãos. Todo membro da igreja recebeu de Deus uma habilidade e um ministério
que são essenciais à edificação de outros membros (Ef. 4:16).
- Nenhum cristão é tão fraco, inexperiente ou ignorante que nada tenha a contribuir para a edificação
mútua. Por outro lado, nenhum cristão é tão forte, experiente ou instruído que não precise progredir na
edificação, através do auxílio dos seus irmãos (Ef. 6:18-20).
- Edificar um irmão é um processo altamente individualizado. Os membros de determinado grupo podem
achar-se em diversos níveis de crescimento espiritual, com o resultado de que a mensagem que edifica um
deles, não serve, ao mesmo tempo, para edificar da mesma maneira a outro. A mútua edificação requer
profundo conhecimento de uns para com os outros (Heb. 5:11-14).
- Para edificar um irmão às vezes é necessário renunciar aos seus próprios desejos e preferências pessoais
(Rom. 15:2).

Teste: Identifique alguém que, numa situação específica, tenha contribuído para sua edificação pessoal
recentemente.
Mutualidade 17: Admoestai-vos uns aos outros.

Introdução:
A exortação nos motiva, anima e conforta frente as provações, tristezas e desapontamentos.
Também estamos sujeitos a ação do pecado e do velho homem, sendo possível voltarmos a antigos
hábitos de pecado ou desenvolvermos novos hábitos. Deus nos repreende disciplinando-nos como seus
filhos (Hebreus 12:7). Muitas vezes a admoestação dos irmãos é usada nesse fim.

O mandamento:
Admoestai-vos: Romanos 15:14 - Aconselhai-vos: Colossenses 3:16.

Definição:
Admoestarmo-nos uns aos outros é um ministério disciplinar, no qual os cristãos chamam à atenção uns
dos outros as suas atitudes, práticas pecaminosas ou obrigações não cumpridas, e oferecem instruções
corretivas que ajudem e animem os irmãos a voltar a cumprir a vontade de Deus.

Exemplos Positivos:
I Coríntios 4:14 (admoestar x julgar); Atos 20:29-31

Exemplo Negativo:
I Coríntios 5:1-2 (fermento)

Implicações:
 Não podemos nos considerar totalmente livres do pecado, da luta contra o ‘velho homem’. Pecamos,
ou por ignorância, ou de forma voluntária e consciente.
 Precisamos da ajuda dos irmãos para reconhecer/vencer os pecados e negligências ou problemas.
Quando nos isolamos podemos racionalizar ou não enxergar nossos pecados.
 A admoestação aponta para o erro, mas é um ministério de edificação. Ao identificar um irmão se
afastando do Senhor, a coisa mais amorosa e edificante a fazer é admoestá-lo.
 A admoestação é um ministério. O melhor admoestador não será o que mais fatos sabe sobre a Bíblia
e, sim, o que mais obedece aos seus princípios.
 Jesus mostrou o padrão de admoestação: Mateus 18:15-17.

Atitudes Necessárias:
 tristeza (Atos 20:31)
 preocupação fraternal (2 Tessalonicenses)
 humildade (Atos 20:19; Gálatas 6:1)
 sem intuito de envergonhar (I Coríntios 4:14)

Algumas Situações que exigem admoestação:


I Co 10:6-10: desejar coisas más; cultuar falsos deuses; imoralidade; tentar a Deus; reclamar
Tito 3:9-10: discussões; Atos 20:29-31: falsas doutrinas; I Timóteo 4:14: negligência.

Como Praticar?
A admoestação exige profundo envolvimento uns com os outros. Devemos cultivar profundas amizades
com nossos irmãos.
Mutualidade 18: Instruí-vos uns aos outros

Introdução
Quando consideramos todas as coisas que já aprendemos na vida, logo percebemos que algumas
das mais importantes nos foram ensinadas de modo não-formal, e muitas vezes, sem a presença de
qualquer pessoa com o título de “professor” ou “mestre”. Na experiência cristã, a capacidade de instruir
outros é dada pelo Espírito Santo de modo especial a alguns (Rom. 12:6-7; I Cor. 12:28), mas também é
acessível a qualquer pessoa que, pela vida de comunhão com Deus, pode ensinar pelo seu exemplo,
palavras e atitudes. Em qualquer caso, a Palavra escrita de Deus deve servir de base ao ministério de
ensino (II Tim. 3:16-17), pois é nela que encontramos a verdade a respeito de Cristo, de sua obra por nós e
do que devemos fazer para sermos semelhantes a Ele.

O mandamento
“Habite ricamente em vós a Palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a
sabedoria, louvando a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais, com gratidão em vossos corações”
(Col. 3:16).

Definição
Instruir ao irmão é mostrar e explicar-lhe verdades bíblicas, de modo que ele as entenda e tenha
possibilidade e vontade de aplicá-las na modificação do seu comportamento (didaskalía).

Um exemplo no N. T.
Priscila e Áquila ajudam Apolo a compreender com mais exatidão o evangelho (Atos 18:24-26). O
fato de ser Apolo um homem “eloquente” e “instruído” demonstra que ninguém está numa posição que
dispense a instrução bíblica.

Implicações
- Este mandamento incentiva todo o cristão a procurar oportunidades para ajudar os irmãos a aprender, da
Palavra de Deus, as mesmas coisas que ele já aprendeu.

- Para poder instruir a outros, o cristão precisa esforçar-se no sentido de aumentar, continuamente, o seu
conhecimento da Palavra (Salmo 119:97-104).

- O ensino mais formal deve ser ministrado por aqueles que possuem o dom espiritual específico para
isso. Uma habilidade natural ou um treinamento formal não são suficientes para capacitar alguém a
ensinar verdades bíblicas (Tiago 3:1).
Mutualidade 19: Exortai-vos uns aos outros

Introdução
Em qualquer igreja e em qualquer momento, podemos encontrar cristãos que enfrentam provações
e problemas. Esses irmãos podem até saber o que devem fazer dentro de tais circunstâncias, mas ao
mesmo tempo sentir hesitação ou resistência para com o padrão bíblico de comportamento, o que poderá
levá-los a optarem por um caminho diferente, com resultados negativos para a sua comunhão com Deus e
com os demais irmãos. O que você faria se identificasse esta atitude na vida de seu irmão?

O mandamento
“Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis” (I Tes.
5:11).
“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de
incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o
tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” (Hebreus
3: 12-13).
Embora as traduções “animai-vos” e “consolai-vos” apareçam como sinônimos em português, a
palavra no original grego é uma só: parakaléo (chamar ao lado).

Definição
Exortamo-nos uns aos outros é um tríplice ministério em que:
1. Exercemos pressão positiva uns sobre os outros no sentido de praticarmos as verdades da Palavra de
Deus.
2. Animamo-nos mutuamente por meio do que a Bíblia diz.
3. Confortamos uns aos outros pela aplicação das verdades da Palavra aos problemas e dificuldades.
A idéia básica do mandamento é que devemos, dentro dos estreitos laços de comunhão, ajudar-nos
uns aos outros a nos valer dos recursos que a Palavra oferece para o nosso dia-a-dia.

Exemplos do N. T.
- exercer pressão positiva, desafiar (Rom. 15:30; II Cor. 8:6; Tito 2:6).
- animar, encorajar (Atos 4:36; 11: 22-23; 14: 21-22).
- confortar, consolar (I Tes. 3: 2-3; II Cor. 2: 6-7).

Implicações
 Os cristãos precisam da ajuda dos irmãos no viver diário. É assim que Deus quer a igreja funcionando
e qualquer atitude contrária é anti-bíblica. O Senhor manda que demos e recebamos exortações.
 A exortação baseia-se na necessidade da pessoa a cada momento. Quem exorta deve ter sensibilidade
para saber o que deve ministrar: pressionar, animar ou consolar.
 Para que haja exortação é necessário haver um certo grau de envolvimento na vida do outro, com o
intuito de descobrir as suas reais necessidades.
 A exortação deve ser vista na igreja como um ministério positivo, e não correcional ou disciplinar. O
que exorta deve fazê-lo com paciência e completamente apoiado na Palavra (II Tim. 4:2).
 Quando nos exortamos mutuamente estamos colaborando com a obra que o Espírito Santo realiza na
igreja (João 14: 16, 26).
Mutualidade 20: Sede servos uns dos outros

Introdução
Se Jesus aparecesse fisicamente a qualquer um de nós e nos perguntasse o que gostaríamos que
Ele nos fizesse, o que você pediria? Tiago e João, quando tiveram sua chance (Marcos 10: 35-37),
expressaram o sentimento interior mais comum a todos os mortais: soberba. De acordo com os padrões
mundanos, para termos alguma importância na vida devemos ou possuir muitos bens ou ter o poder de
dominar/controlar/influenciar pessoas (Marcos 10: 42). Porém, o padrão estabelecido por Jesus aponta
para um caminho de humildade e serviço (Marcos 10: 43-44).

O mandamento e seu contexto


“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade: porém não useis da liberdade para dar ocasião à
carne; sede, antes, servos uns dos outros pelo amor” (Gál. 5: 13).
“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça de Deus” (I Pedro 4: 10).
Paulo exorta os cristãos gentios das igrejas da Galácia a não se escravizarem às práticas legalistas
que estavam sendo ensinadas pelos judaizantes, tais como a circuncisão e outros preceitos da lei mosaica,
mas, ao contrário, que usassem da liberdade que desfrutavam em Cristo para decidir espontaneamente
tornarem-se escravos uns dos outros, servindo-se mutuamente.

Definição
Servir uns aos outros pelo amor é dispor-se, livre e espontaneamente, a realizar todo serviço
necessário ao bem-estar físico, mental e espiritual dos irmãos. A idéia básica deste mandamento não é
ajudar apenas ocasionalmente, mas desenvolver uma atitude solícita de interesse pelos outros (I Cor. 10:
33).

O exemplo supremo
Fil. 2: 5-7; Marcos 10:45; João 13: 12-17
Qual seria hoje o equivalente de lavarmos os pés uns aos outros?

Implicações
- Tornar-se servo em relação aos irmãos é uma servidão que o cristão impõe a si mesmo. Não é por
exigência dos outros que servimos, mas sim porque é uma das maneiras mais objetivas de expressar
afeto e amor.
- É um mandamento recíproco. O N. T. não reconhece, para a igreja, uma hierarquia de dominadores. É
mútuo o dever de servir. Os líderes, embora recebam autoridade espiritual dentro da igreja, são
escolhidos principalmente para servirem de modo especial ao corpo de Cristo, e não para exercerem
um domínio egoísta (I Pedro 5: 2-3).
- A prática deste mandamento exige abnegação e sacrifício, tempo e energia, sendo algumas pessoas
especialmente dotadas pelo Espírito para isso (Rom. 12:7). É preciso que o cristão se disponha a ajudar
em qualquer tempo e por todos os meios disponíveis: talentos, capacidades, bens materiais etc.
Mutualidade 21: Falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais

Introdução
A música é uma linguagem natural do homem, em todas as culturas. Está presente nas Escrituras
em diversas ocasiões, merecendo até mesmo dois livros dedicados a ela, quais sejam, o Livro dos Salmos
e Cantares de Salomão. Assim, é uma ferramenta poderosa para comunicação e expressão.

O mandamento
“... mas enchei-vos do Espírito Santo, falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais,
cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração” (Efésios 5: 18-19).
“... instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus com salmos,
hinos e cânticos espirituais, com gratidão em vossos corações” (Col. 3:16).

Definição
Falar uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais é instruir, exortar ou admoestar aos
irmãos, ou unir-se a eles em expressão de louvor a Deus, através de cânticos.

Implicações
- discernimento quanto aos cânticos utilizados (que exige análise da consonância das letras com a
Palavra).
- conhecimento das letras, para que a música flua naturalmente.
- desinibição em cantar, tanto no canto congregacional quanto na vida cotidiana.
- exigência de veracidade entre o que se canta e o que se vive.
- o cântico que agrada a Deus traz a glória unicamente para Ele, e não status para quem canta.

Observações
- o cantar não é um ato irracional, meramente emocional e sensitivo (I Cor. 14: 9, 15-17).
- nem sempre o cântico é a melhor opção para admoestação (Tiago 5:13).
- o cântico foi a grande arma de Martinho Lutero, por ocasião da Reforma, para solidificar aspectos
doutrinários (p. ex. Castelo Forte).
- a música que cantamos reflete, muitas vezes, o que existe em nossos corações: verifique a influência que
os megastars exercem sobre a população, com suas músicas e vidas.

Desafio
Deixe falar a voz do coração, compondo, mesmo que não publicamente, mas somente ao Senhor
(Ex. Êxodo 15: 20-21, Lucas 1: 46-55).
Mutualidade 22: Levai as cargas uns dos outros

Introdução
A vida pode apresentar dificuldades para qualquer pessoa, não se excetuando os cristãos. É uma
das maneiras pelas quais Deus lida conosco, para nos fazer depender integralmente dele (Atos 14: 22; II
Tim. 3: 11-12). Apesar de que a fé em Cristo não nos isenta de problemas, esta fé nos capacita para
encará-los com a certeza de que Deus fará todas as coisas cooperarem para o nosso bem. Outro
maravilhoso aspecto da confiança em cristo é que ela nos integra num grupo de pessoas que, devido ao
seu amor por Cristo e por sua igreja, procuram diminuir a causa da nossa preocupação, levando as nossas
cargas.

O mandamento
Em Gálatas 6:2 Paulo assim escreve: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de
Cristo”.

Definição
Levar a carga do irmão é o mesmo que tomar sobre nós a dificuldade, o problema ou a
circunstância opressiva dele como se fosse de nós mesmos, esforçando-nos no sentido de aliviar o
problema.

Exemplos no N. T.
Atos 11: 27-30; I João 3: 17-18

Tipos mais comuns de carga


a) físicas: enfermidades, fome, moradia, vestuário, transporte
b) emocionais: falhas de personalidade, cansaço ou desânimo, família, solidão, saudade
c) espirituais: falta de fé, temores, perplexidades, ansiedades

Implicações
 Os cristãos têm cargas de diversos tipos. Isto não é nem descomunal, nem vergonhoso.
 Sentindo-se sobrecarregados, os cristãos devem comunicar este fato uns aos outros. Deus nunca quis
que seus filhos tivessem de levar suas cargas sozinhos. Por isso é que Ele criou o corpo, com diversos
membros para se ajudarem mutuamente.
 Uma vez identificando qual é a carga do irmão, o cristão tem a responsabilidade de assumir parte dela,
embora seja preciso reconhecer limites práticos quanto à medida em que possa ajudar.
 Este mandamento está intimamente associado àquilo que Jesus fez por nós (Isaías 53: 4-5; I Pedro 2:
24).
Mutualidade 23: Sede mutuamente hospitaleiros

Introdução
Nos primeiros tempos da igreja, muitos cristãos viajavam de um lugar para outro levando o
evangelho ou mesmo levando uma oferta de uma igreja para outra (Atos 11: 29-30; 20: 1-4). Além dos
viajantes haviam também os flagelados e refugiados, vítimas de catástrofes naturais e perseguições, bem
como os órfãos e as viúvas desamparadas. O Novo Testamento mostra que os irmãos em tais
circunstâncias eram acolhidos no lar de alguma família cristã e tratados com toda a atenção. Embora as
condições atuais sejam um pouco diferentes, ainda persiste a necessidade de os irmãos serem mutuamente
hospitaleiros.

O mandamento
“ Sede mutuamente hospitaleiros, sem murmurações” (I Pedro 4:9).

Definição
Somos mutuamente hospitaleiros quando abrimos nossos lares aos irmãos em Cristo,
especialmente quando em viagem ou necessitados, cuidando das suas necessidades como se fossem
nosssas próprias. No original grego o termo empregado é philóxenos (ser amigável para com o forasteiro
ou estrangeiro).

Exemplos
No N. T.: Atos 2:46; 16: 14-15; 33-34; III João 5-8
Atuais: ??????

Implicações
 Os bens materiais que possuímos nos são dados pela mão graciosa de Deus, em cujo serviço devemos
aplicá-los.

 O mandamento é para todos os cristãos e não unicamente para os abastados. Quem dá o mandamento
sabe das nossas limitações e poderá suprir todas as nossas necessidades, segundo a riqueza da sua glória
(Fil. 4:19).

 Ao hospedar um irmão os cristãos devem fazê-lo com alegria e espírito de amor fraternal, como se o
hóspede fosse o próprio Senhor Jesus (Mat. 25: 34-40).

 A importância desse mandamento pode ser avaliada pelo fato de que a hospitalidade é uma das
qualificações indispensáveis aos que exercem liderança na igreja (I Tim. 3:2; Tito 1:8).
Mutualidade 24: Sede benignos e misericordiosos uns para com os outros

Introdução
Numa sociedade extremamente competitiva como a nossa, a idéia de ser bondoso e solícito para
com as necessidades alheias é tida como ultrapassada, inadequada ou mesmo perigosa, podendo trazer
prejuízos pessoais a quem adote tais valores. Na igreja do primeiro século, embora as circunstâncias
fossem diferentes, as necessidades básicas das pessoas eram as mesmas de hoje. Como um grupo que era
hostilizado em algumas localidades, os cristãos também sofriam pressões diversas, sendo tentados a
adotar os “valores de sobrevivência” que caracterizam um viver egoísta e individualista. Por todo o Novo
Testamento, contudo, a Igreja é exortada a adotar e praticar os “valores do Reino”, nadando contra a
corrente do pensamento mundano de sua época.

O mandamento
“Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, ...” (Efésios 4:32).

Definição
Sermos benignos e misericordiosos uns para com os outros é o mesmo que expressar o amor e a
boa vontade para com os irmãos, através de atos de generosidade, prestimosidade e consideração, em
qualquer tipo de circunstâncias, e sem pensarmos em qualquer tipo de recompensa.
Chrestos = benigno, gentil, bondoso, amoroso, benévolo.
Eusplagchnos = misericordioso, compassivo, bondoso, gentil, de coração terno.

Exemplo no N. T.
Atos 9: 36-42 Quem era Dorcas?
Como expressava sua bondade e misericórdia pelos outros?
Como era considerada pelos irmãos?
Que impacto sua ressurreição causou na cidade? Por quê?
Você já vivenciou o Salmo 18:25?

Implicações
- Quando expressamos benignidade e misericórdia aos irmãos estamos:
a) revelando o caráter de Deus em nós (Salmo 86:15)
b) agindo como Cristo agiu (Atos 10:38)
c) sendo controlados pelo Espírito Santo (Gálatas 5:22)

- Benignidade e misericórdia são atitudes que nos preparam para lidar com áreas mais difíceis do
relacionamento pessoal (Col. 3: 12-13).
Mutualidade 25: Orai uns pelos outros

Introdução
Todos os outros mandamentos recíprocos consistem em ações ou atitudes que, quando praticadas
(amai, acolhei, perdoai, ...) ou não praticadas (não julgueis, não mintais, não invejais, ...), resultam em
benefício direto de uma pessoa para outra. Mas quando oramos uns pelos outros estamos interpondo a
pessoa de Deus no nosso relacionamento com a outra pessoa, e criando uma oportunidade para que Deus,
na sua soberania, atue na vida dela.

O mandamento
“... e orai uns pelos outros para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus
efeitos” (Tiago 5:16).

Definição
Orar uns pelos outros é estabelecer uma condição em que Deus é chamado a intervir na vida de um
irmão necessitado. A oração, nesse contexto, também é chamada de súplica ou intercessão.

Exemplos na vida de Paulo


a) pedindo orações para si: Rom. 15:30; II Cor. 1:11; Ef. 6: 18-19; Fil. 1:19; Col. 4: 2-4; I Tes. 5:25; II
Tes. 3:1
b) orando pelos outros: Rom. 1: 9-10; Fil. 1: 3-4; File. 4

Aplicação
Ao longo deste ano estivemos estudando alguns mandamentos que devemos por em prática na
vida da igreja. Com certeza pudemos identificar alguns que, com a graça de Deus, já estamos praticando,
bem como outros que nos são particularmente difíceis para aceitar e praticar. Na lista anexa estão
relacionados esses mandamentos recíprocos ou mutualidades. Procure identificar a sua condição espiritual
frente a cada um deles. Escolha aquele(s) em que mais precisa de ajuda e, juntamente com outro irmão,
ore reciprocamente sobre isso.
Relação dos mandamentos recíprocos encontrados no Novo Testamento

mandamento nunca tive após considerar este sinto extrema dificuldade


dificuldades para ensino, estou começando em assimilar este ensino e
aplicar este ensino a praticá-lo praticá-lo
amai-vos uns aos outros
acolhei-vos uns aos outros
saudai-vos uns aos outros
tende igual cuidado uns pelos
outros
sujeitai-vos uns aos outros
suportai-vos uns aos outros
confessai os vossos pecados
uns aos outros
perdoai-vos uns aos outros
não vos julgueis uns aos
outros
não faleis mal uns dos outros
não vos queixeis uns dos
outros
não vos mordais e devoreis
uns aos outros
não vos provoqueis uns aos
outros
não tenhais inveja uns dos
outros
não mintais uns aos outros
edificai-vos uns aos outros
instruí-vos uns aos outros
exortai-vos uns aos outros
admoestai-vos uns aos outros
falai uns aos outros c/
salmos, hinos e cânticos
espirituais
sede servos uns dos outros
levai as cargas uns dos outros
sede mutuamente
hospitaleiros
sede benignos uns para com
os outros
orai uns pelos outros

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