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Eletrônica para Automação de Processos


MET1830

Instrumentação para Engenharia Mecânica


MEC1601

http://www.dcmm.puc-rio.br/cursos/eletronica/
Prof. Sidnei Paciornik
sidnei@dcmm.puc-rio.br
sala 501L
DCMM
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Programa
● Introdução ● Sensores e transdutores
¾ Sistemas de Medição e Controle ● Interfaceamento
● O Software LabView ¾ Introdução, notação binária e
● Revisão de Eletricidade hexadecimal.
¾ Circuitos passivos, resistores, ¾ Conversão analógica-digital
capacitores e indutores. ¾ Conversão digital-analógica
¾ Noção de impedância. ¾ Monitoração e controle de processos
¾ Filtros integradores e derivadores. ● Eletrônica Digital
¾ Oscilações. ¾ Funções lógicas elementares e
¾ Sistemas de alimentação, fases. aplicações.
● Eletrônica Analógica ¾ Unidades aritméticas, Decodificadores,
Multiplexadores, ROM e RAM.
¾ Circuitos Ativos. Sistemas dinâmicos, flip-flop’s e
¾ Diodos e transistores. contadores.
¾ Amplificadores e faixas de
freqüência.
¾ Amplificadores operacionais.
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Formalidades
● Critério de Aprovação ● Referências
¾ Provas (P1, P2) ¾ Principles of Electronic
¾ Laboratórios (L1, L2, L3) Instrumentation – Diefenderfer and
¾ Média = (P1+P2+L1+L2+2L3)/6 Holton – 3rd Edition – Saunders
College Publishing
¾ Se Média > 6 => AP
¾ Internet
¾ Se Média < 6 => Prova Final (PF)
¾ MF = 0.5Média + 0.5PF ● Temas para trabalhos
¾ Se MF > 5 => AP ¾ Automação de laboratórios
¾ Se MF < 5 => RM ● Ambiente de desenvolvimento
¾ LabView
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Introdução
● Evolução histórica ● Exemplo: Termometria
¾ até final séc.XIX: instrumentação ¾ termômetro de bulbo, bimetais etc.
mecânica (pouca ou nenhuma realimentação)
¾ até década de 80: crescente ¾ termopares, Pt 100, termistores
instrumentação eletrônica analógica (eletrônica analógica ou digital de
e digital leitura com crescente capacidade de
¾ atualidade: instrumentação com realimentação baseada nos valores
computador medidos)
9 Obs.:A evolução de sistemas de ¾ sistemas computadorizados (grande
medida e controle de processo foi tão flexibilidade de atuação baseada em
rápida nos últimos 20 anos grande diversidade de medidores)
(introdução dos microcomputadores)
que ainda se encontram em uso
sistemas quase impensáveis hoje
como registro de temperatura em
rolo de papel.
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Esquema conceitual de instrumentos de medição e controle

condicionamento de
sensor digitalização
sinal analógico
grandeza relevante

apresentação
perturbação processamento*
direta

atuador 1

atuador 2
apresentação

controle armazenamento

atuador n
*- Este esquema mostra apenas um parâmetro sendo medido
e processado. Em sistemas complexos várias grandezas
estarão sendo avaliadas e controladas simultaneamente
podendo, inclusive, levar a situações de conflito que devem
ser consideradas pelo projetista.
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Caracterização de um Sistema de Medição


● Sensor ● Análise de um sistema de
¾ Elemento de um instrumento de medição
medição ou de uma cadeia de
medição que é diretamente afetado -linearidade
pelo mensurando. -histerese
¾ Exemplos Características
-resolução
9 junta de um termopar estáticas
-estabilidade
9 rotor de uma turbina de medição de -exatidão
vazão
9 bóia para medição de nível
● Transdutor -tempo de
¾ Dispositivo que fornece uma Características resposta
grandeza de saída que tem correlação dinâmicas -ressonâncias
direta com a grandeza de entrada. -transiente
¾ Exemplos
9 termopar
9 transformador de corrente ● obs.: o tempo de resposta e as ressonâncias podem
9 extensômetro resistivo (strain gage) ser entendidos de forma coletiva no que costuma-
se denominar resposta em freqüência do sistema.
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LABVIEW
● Uma linguagem para instrumentação ● Estruturas
● Formas de interface com o exterior ¾ For
¾ While
● O ambiente de programação
¾ Shift register
¾ Onde encontrar ajuda
¾ Case
¾ Painel de Controle e Diagrama
¾ Seqüência
¾ Caixas de Ferramentas
¾ Fórmulas
¾ Outros
● Fundamentos ● Arrays e Clusters
¾ Controles básicos ● Aquisição de Sinais
¾ Criando programas (VI’s) ● Geração de funções
¾ Ligações ● Filtragem de Sinais
¾ Formas básicas de apresentação
¾ Indicação de problemas
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Exercícios de Labview
1 - Crie um programa que executa 5 - Gere uma função triangular e, com um
adição ou subtração de dois números filtro, obtenha a senóide fundamental do
e apresenta o resultado na tela. sinal.
2 - Crie um programa que detecta se o 6 - Armazene os sinais filtrado e não filtrado
módulo de um número é menor que do exercício 5 em um arquivo para
um através da verificação de se seu leitura posterior.
quadrado é maior ou menor que ele 7 - Recupere os dados armazenados em 6 e
e, caso seja, acende um indicador na obtenha a diferença entre eles.
tela. Apresente, em um mesmo gráfico, os
3 - Use a estrutura “for” ou “while” sinais recuperados e a diferença.
para obter o fatorial de um número.
4 - Monte um programa que faça o
somatório de uma função de i=1 até
1 = n.
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Revisão de Eletricidade
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Circuitos Resistivos
● Circuitos com resistência ¾ A resposta linear implica que qualquer
¾ Seja o circuito abaixo com uma fonte de que seja a evolução temporal da tensão,
tensão contínua e um resistor com a corrente acompanhará em fase.
resistência R. V
I

VF +- R I

¾ O resistor é um dispositivo linear. Isto


quer dizer que qualquer variação ∆V na
tensão gera uma variação ∆I na corrente tempo
de forma que ∆V/∆I = constante. ¾ Isto não será verdade para outros
¾ O valor desta constante é justamente a componentes tais como capacitores e
resistência R. indutores. Nesses casos, a corrente
¾ V= RI estará adiantada ou atrasada em
relação à tensão.
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O Divisor de Tensão
● Divisor de tensão ¾ Este conceito é válido, qualquer que
¾ Considere o seguinte circuito seja o elemento passivo sobre o qual se
mede a tensão e qualquer que seja a
I
forma de VF.
VF +- R1 ¾ Uma outra maneira de encarar o
problema é imaginar que você tem uma
R2
tensão de entrada Vi, ou de excitação, e
I = VF / (R1 + R2) uma tensão de saída Vo, ou de resposta.
VR1 = R1I = VF R1 / (R1 + R2) ¾ O objetivo é calcular Vo em função de
¾ Este é um divisor de tensão resistivo. Vi e dos componentes do circuito.
¾ A tensão em R1 é proporcional à
Vi Z1 Vo
tensão VF.
¾ O fator de proporcionalidade é dado Z2
pela razão entre a resistência de ¾ Z1 e Z2 são componentes genéricos,
interesse e a resistência total do cada um com a sua impedância.
circuito.
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Circuitos com Capacitor


● Circuitos com capacitor ¾ A fonte “rouba” cargas positivas da
placa de baixo do capacitor e as
¾ O capacitor é um dispositivo formado por transfere através do circuito para a
placas metálicas separadas por material placa de cima.
isolante.
¾ Como as cargas não podem atravessar o
¾ O capacitor pode armazenar carga em suas isolante do capacitor, elas se acumulam
placas. na placa metálica.
¾ Seja o circuito abaixo formado por ¾ Após algum tempo a configuração será
uma fonte de tensão contínua VF, uma chave a seguinte.
S, uma resistência R e um capacitor com I
capacitância C.
I +
VF +- -C
S
VF +- C R
¾ O capacitor irá se carregar até que a
R tensão gerada pelo acúmulo de cargas
¾ O capacitor começa descarregado. Quando a seja igual à tensão da fonte. Neste
chave se fecha, a fonte momento a corrente no circuito irá a
começa a gerar uma corrente no circuito. zero.
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Resposta Transitória
● Circuitos com capacitor (cont.) ¾ A mesma coisa ocorrerá com a tensão
¾ Dá para notar que a queda da no capacitor, que tenderá ao valor da
corrente não irá ocorrer de forma tensão da fonte de forma assintótica.
linear. Isto porque, assim que
VF
começar o acúmulo de carga no
capacitor, já haverá uma tensão no Vc

capacitor que irá se contrapor à


tensão da fonte, reduzindo a corrente I
no circuito.
0
¾ Quanto maior a tensão no capacitor,
menor será a corrente, o que por sua tempo

vez reduz a taxa de acúmulo de ¾ Esta etapa é transitória. Após um curto


carga e portanto a taxa com que a intervalo de tempo não há mais corrente
tensão aumenta. no circuito. Após este intervalo, o
¾ Desta forma, a corrente irá diminuir, capacitor funciona como um circuito
mas cada vez mais lentamente, indo aberto.
a zero de forma assintótica.
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Resposta a uma Onda Retangular


● Circuitos com capacitor (cont.) ¾ A questão básica é: Existe tempo
¾ O capacitor se torna mais suficiente em cada ciclo para o
interessante quando a fonte de capacitor se carregar/descarregar
alimentação não é contínua. completamente ?
¾ Por exemplo, considere uma fonte de ¾ Isto dependerá da relação entre o
tensão retangular. período de VF, R e C. Veremos os
detalhes mais tarde.
¾ No momento vamos imaginar que a
resposta à questão acima é positiva.
+V
9 Nesse caso, a tensão no capacitor
seguirá a curva azul tracejada no
gráfico à esquerda.
0 T1 T2 T3 ¾ Por outro lado, se o período da fonte for
muito menor, i.e., sua frequência for
muito maior, não haverá tempo do
-V capacitor /carregar/descarregar e
9 a tensão seguirá a curva verde
tempo pontilhada à esquerda.
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Resposta de Frequência
● O circuito RC como filtro ¾ Para isso o nosso circuito ficaria mais
¾ Dá para notar que a amplitude da ou menos assim
tensão VC dependerá da frequência
Amplif. C Woofer
da fonte. Quanto maior a frequência
menor é VC. R
¾ Este efeito pode ser usado como um ¾ Para alimentar os alto-falantes de
filtro que deixa passar baixas médias e altas-frequências (squawker e
frequências e rejeita altas frequências tweeter) é necessário usar outros
- passa baixa. circuitos que vão ser filtros passa-faixa
¾ Por exemplo, imagine que a tensão e passa-alta.
VC é gerada por um amplificador de
som. Neste caso Vc será composta Amplif. Passa baixa Woofer
por inúmeras frequências na faixa
audível (30-15000 Hz). O filtro RC Passa média Squawker
pode ser usado para alimentar o alto-
falante de baixas frequências, o
woofer. Passa alta Tweeter
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Filtros Passivos
● Filtros ¾ Sabemos que
¾ Na prática, os circuitos usados em 9 p/ f baixa, VC ≈ VF =>VR ≈ 0
caixas de som, os divisores de 9 p/ f alta, VC ≈ 0 =>VR ≈ VF
frequência, são bem mais complexos, ¾ O circuito ficaria assim
gerando uma separação mais precisa
entre as diversas faixas de Amplif. R Tweeter
frequência.
C
¾ Neste curso nós vamos ver apenas os
¾ Outra maneira de obter filtros passa-
circuitos mais simples que podem
baixa e passa-alta é utilizar um circuito
funcionar como filtros.
com um resistor e um indutor - RL.
¾ Uma maneira muito simples de obter
¾ Veremos mais adiante, que para obter
um filtro passa-alta é utilizar o
um circuito passa-faixa, que serviria
circuito RC e usar como saída a
para alimentar o alto-falante de médios,
tensão sobre o resistor VR. Como VF
utilizaremos um circuito LC ou RLC.
= VC + VR, se VC é passa-baixa então
VR tem que ser passa-alta.
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Circuitos com Indutores


● Circuito RL ¾ Considere agora o circuito abaixo
I
¾ O indutor é basicamente uma bobina.
A passagem de corrente na bobina S
+
gera um campo magnético. V - L

¾ O funcionamento do indutor em um R
circuito depende do seguinte fato: um ¾ No momento que a chave se fecha, a fonte
indutor reage a qualquer variação “tenta” gerar uma corrente no circuito. Esta
do campo magnético B, gerando uma variação brusca no tempo induz uma tensão
tensão (e uma corrente) que se opõe no indutor que se opõe à tensão da fonte.
a esta variação. Desta forma, em t=0, VL=VF e I=0.
¾ Como esta variação de B advém de ¾ Desta forma, o indutor consegue,
uma variação de I podemos escrever momentaneamente, impedir a passagem de
a tensão induzida como corrente. Em consequência, dI/dt se reduz,
VL = LdI/dt implicando numa redução de VL, o que, por
¾ onde L é a indutância. sua vez, permite a passagem de uma pequena
corrente
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Resposta Transitória
● Circuito RL (cont.) ¾ Analogamente ao capacitor, o indutor terá
¾ Assim, paulatinamente, a tensão no efeito mais interessante quando a fonte de
indutor vai caindo e a corrente vai tensão variar no tempo.
crescendo até que VL vale zero e a ¾ Assim, para frequências baixas, que é o
corrente vale VF /R. caso do gráfico à esquerda, a tensão no
VF
indutor é próxima de zero.
¾ Ao contrário, para frequências altas, não
I=VF / R
haverá tempo de VL cair substancialmente
antes da fonte se inverter. Desta forma, VL
se manterá em valor alto, próximo a VF.
VL
¾ Sendo assim, o circuito RL com a saída no
0
indutor é um circuito passa-alta. Quando
tempo a saída é no resistor é um circuito passa-
¾ Em outras palavras: dado tempo baixa.
suficiente, o indutor passa a se ¾ O circuito RL é simétrico ao circuito RC.
comportar como um curto-circuito,
não influenciando mais o circuito.
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Equações Temporais
● Equações para o circuito RC. ● Equações para o circuito RL.
¾ Lembrando que ¾ Lembrando que
9 VC = Q/ C VL = LdI/dt
9 I = dQ/dt podemos escrever
podemos escrever VF = VL + VR = LdI/dt + RI
VF = VC + VR =Q/C + RdQ/dt que é uma equação diferencial de
que é uma equação diferencial de primeira ordem para a corrente I.
primeira ordem para a carga Q. ¾ A solução para esta equação é
¾ A solução para esta equação é I(t) = (VF /R) [1 - exp(-tR/L)]
Q(t) = CVF [1 - exp(-t/RC)] ¾ Ou resolvendo para VL
¾ Ou resolvendo para VC VL = VF exp(-tR/L)
VC(t) = VF [1 - exp(-t/RC)]
¾ Ou para a corrente no circuito
I = (VF /R) exp(-t/RC)
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O Circuito LC
● O circuito LC sem fonte ¾ Neste momento, como não há mais carga
no capacitor a corrente tenderia a decair.
¾ Seja o circuito abaixo formado por um
No entanto, o indutor novamente reage a
capacitor carregado com carga Q0 e
esta queda na corrente, gerando agora
um indutor L.
I
uma tensão que tenta preservar a
corrente no sentido positivo.
S
C-
+
L
¾ Isto fará com o que o capacitor se
carregue ao contrário, criando uma
R tensão que se opõe ao fluxo de corrente
¾ Quando a chave se fecha o capacitor no sentido positivo.
começa a se descarregar, gerando uma ¾ Neste momento, a corrente irá a zero, as
corrente no circuito. O indutor reage tensões VC e VL terão se invertido em
criando uma tensão VL que se opõe a relação ao início e a sequência se repete
VC. A corrente neste instante é zero. ao contrário, com corrente negativa, até
¾ Aos poucos, VC diminui, aumentando que o capacitor se recarrega e o sistema
a corrente no circuito até que o volta ao estado inicial e mais um ciclo
capacitor tem carga nula. começa.
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Circuito LC e Oscilações
● O circuito LC sem fonte (cont.) ¾ Assim, o circuito tem uma frequência
natural de oscilação.
¾ Dá para notar que este sistema irá
oscilar. ¾ Além disso, como Q(t=0) = Q0,
¾ A maneira mais fácil de entender isto Q0 = Q0 sin(0+φ) => φ =π/2
é escrever as equações para VL e VC. Q = Q0 cos(ω t)
¾ Simplesmente VL = -VC VC = (Q0 /C) cos(ω t)
¾ Assim I = -ω Q0 sin(ω t)
LdI/dt = -Q/C, com I=dQ/dt VL = -ω2 Q0L cos(ω t) =
d2Q/dt2 = -Q/LC = -(Q0 /C) cos(ω t) =-VC q.e.d.
VC
que tem solução VC
Q = Q0 sin(ω t +φ) I
dQ/dt = ω Qo cos(ω t +φ)
0
d2Q/dt2 = -ω2Qosin(ω t +φ)
=> ω2 = 1/LC
=> ω = 1/√LC
-VC
tempo
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Ressonância
I
● O circuito LC com fonte R

¾ Como todo sistema físico que tem


uma frequência natural de oscilação,
o circuito LC apresentará
ressonância.
¾ Isto quer dizer que o circuito 5R
responderá fracamente a uma
50R
excitação elétrica com frequência 0
muito menor ou muito maior do que
a frequência natural, e responderá frequência
muito fortemente quanto excitado na
frequência natural. ¾ Ou seja, na frequência de ressonância a
¾ A resposta de frequência do circuito corrente é máxima e a largura do pico
LC (ou RLC) terá a seguinte forma depende da resistência do circuito.
¾ Isto quer dizer que este circuito
responde como um filtro passa-faixa,
centrado na frequência de ressonância.
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Números Complexos
● Revisão de números complexos ● Aritmética
¾ Z = a + ib ¾ Se
9 a é a parte real de Z (Re(Z)) Z1 = a + ib = |Z1| ∠ø1 e
9 b é a parte imaginária de Z (Im(Z)) Z2 = c + id = |Z2| ∠ø2
¾ Z também pode ser escrito como então
Z = |Z|(cosø + isinø) Z1 + Z2 = (a + c) + i(b + d)
onde Z1 - Z2 = (a - c) + i( b - d)
|Z| = √(a2+b2) é o módulo de Z Z1 * Z2 = (ac - bd) + i(ad + bc) =
tg(ø) = b/a, ø é a fase de Z = |Z1||Z2| ∠(ø1+ø2)
¾ Outra notação para Z na sua forma Z1 / Z2 = |Z1|/|Z2| ∠(ø1 - ø2)
polar é Z = |Z|∠ø
● Exponencial complexa
Im exp(Z) = ea[cos(b) + isin(b)]
|Z|
b exp(ib) = cos(b) + isin(b) (exponencial
ø imaginária)
a Re Z = |Z|(cosø + isinø) ⇒ Ζ = |Ζ|eiø
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Impedância
● A noção de impedância ¾ Nosso interesse agora, é encontrar uma
¾Lembrando que forma geral para representar estas
diferentes características.
9 VR = RI
9 VL = LdI/dt
¾ Considere o circuito RLC abaixo
I
9 VC = Q/C = 1/C ∫Idt
C

podemos notar que se I é uma função VF L

S
seno, então VL será um cosseno e VC
R
será um -cosseno.
excitado por uma tensão alternada
¾ Em outras palavras
VF = V0 cos(ωt)
9 No resistor, corrente e tensão estão em
fase. ¾ Podemos escrever
9 No indutor e no capacitor, corrente e 9 VF = VR + VL + VC
tensão estão defasadas de ±π/2.
9 VF = RI + LdI/Dt + 1/C ∫Idt
¾Além disso, nós sabemos que
9 dVF/dt = RdI/dt + Ld2I/dt2 + I/C
indutores e capacitores tem uma
resposta que depende da frequência. ¾ Já sabemos que a corrente no circuito
terá forma análoga a VF.
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Impedância (cont.)
● A noção de impedância (cont.) onde Z = R +iω L + 1/iωC é a impedância
¾ Apenas do ponto de vista matemático, total de um circuito em série contendo um
podemos escrever que V0 cos(ωt) é a resistor, um indutor e um capacitor.
parte real de V0 eiωt. ¾A impedância é uma grandeza complexa
¾ Assim, podemos usar o truque formada de uma parte real que
matemático de imaginar que a fonte corresponde à resistência R e uma parte
de tensão aplica uma tensão imaginária formada por dois termos: uma
complexa, resolver as equações e reatância indutiva e uma reatância
depois pegar a parte real como o capacitiva.
verdadeiro resultado físico. ¾A parte imaginária apenas indica o fato de
¾ Escrevendo então a equação final da que a corrente não está em fase com a
página anterior teremos tensão aplicada no capacitor e no indutor.
iωV0eiωt =(iωR-ω2L+1/C )I0ei (ωt+φ ) ¾As regras de combinação para resistências
em série/paralelo podem ser aplicadas
e dividindo por iω encontramos diretamente com as reatâncias e
V0 ei ωt = (R+iωL+1/iωC)I0ei (ωt+φ ) impedâncias.
V (t) = Z I (t)
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Impedância: Módulo e Fase


●A noção de impedância (cont.) ¾ O efeito da mudança de fase pode ser
¾A impedância é uma extensão do conceito representado num gráfico no plano
de resistência para incluir complexo.
Imag.
9a mudança de fase entre voltagem e corrente
e VL

9a dependência da frequência nas respostas


I VR
do indutor e capacitor.
Real
¾Em geral V= ZI
9Resistência Z = R - independe de f VC
9Indutor
¾ Assim nota-se que
ZL = iωL => V = iωLI
9 I e VR estão em fase,
quanto maior f , maior a tensão – passa alta.
9 VL está adiantado π/2 em relacão a I
9Capacitor
e
ZC =-i/(ωC) =>V = (-i/(ωC))I
9 VC está atrasado π/2 em relação a I.
- quanto maior f , menor a tensão - passa-
baixa.
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Função de Transferência H(f)


● A função de transferência H(f) ¾ A função de transferência H(f) é definida
¾ Considere o circuito RLC série como
C L H(ω) = Vo (ω)/Vi(ω)
¾ Esta função é um número complexo que
Vi
S

R V0 =VR depende da frequência e que pode ser


escrito em termos do seu módulo e sua fase
H(ω) = |H(ω)|eiφ onde
com entrada Vi e saída V0. 9 |H(ω)| = √ (Re(H)2 + Im(H)2 )
¾ A relação entre a tensão de saída, Vo 9 φ( ω) = arctang[Im(H)/Re(H)],
e a tensão de entrada Vi, deve levar ¾ No nosso circuito, como
em conta
V0(ω) = RI(ω) e I(ω) = Vi(ω)/Z(ω)
9 a dependência de seu módulo com a
frequência: isto dará a amplitude de podemos escrever
Vo em função de f. H(ω) = R/Z(ω)
9 a dependência de sua fase com a |H(ω)| = R/ |Z(ω)|
frequência: isto dará a fase de Vo em
∠H(ω) = ∠R - ∠Z(ω) = - ∠Z(ω)
função de f.
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H(ω) para o Circuito RLC


● A função de transferência H(f)
¾ Retornando ao RLC série temos 1 90

R = 50mΩ
Z = R +iωL + 1/iωC C = 10mF
|Z| = √ (R2 + (ωL - 1/ωC)2 ) 0,8 L = 10 mH
45

Fase de H(ω) (graus)


Módulo de H(ω)
e assim
0,6

|H(ω)| = R 0

√R2 + (ωL - 1/ωC)2 0,4

¾ Também -45

∠Z(ω) = arctang[ (ωL - 1/ωC) / R] 0,2

∠H(ω) = -arctang[ (ωL - 1/ωC) /R]


0 -90

¾ O módulo e a fase de H(ω) estão 0 50 100


Frequência (Hz)
150 200

plotados no gráfico à direita para valores


específicos de R,L e C.
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H(ω) para o Circuito RLC (cont.)


¾ Para este circuito a ressonância ● Fator de qualidade Q
ω0 = 100Hz. Nesta frequência a fase ¾ Quando a função de transferência
vale zero e o módulo de H(ω) vale 1. apresenta a forma de um pico é
¾ Para ω < ω0 , a fase é positiva comum que se esteja interessado em
indicando que Vo está adiantado em saber a faixa de freqüência, em torno
relação a Vi. Para ω =0 Vo está 90º a do valor máximo, na qual o sinal de
frente de Vi. entrada será transmitido ao ponto em
¾ Para ω >ω0 , Vo está atrasado em questão. Define-se assim o fator de
relação a Vi. qualidade Q como,
9 Q = ω0 / ∆ω
● Q do circuito RLC série
¾ lembrando que
ω0 = 1/ √LC
podemos escrever
|H(ω)| = R/[√R2 +(L/ ω)2(ω - ω0 )2 ]
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H(f) para o Circuito RC


● Voltando aos circuitos RC e RL ¾ Isto caracteriza um filtro passa-baixa,
¾ A resposta de frequência dos circuitos conforme ilustrado no gráfico abaixo
RC e RL pode ser obtida de forma
1 90
simples usando o conceito de função de R = 50mΩ
transferência. C = 300mF
0,8
¾ Circuito RC

Fase de H(ω) (graus)


45

Módulo de H(ω)
0,6

Vi C Vo
S

0,4

H(ω) = (1/iωC) / (R+1/iωC) = -45


0,2
= 1 /(1+iωCR)
|H(ω)| = 1 / (1 + (ωCR)2) 0 -90

∠H( ω ) = -arctang[ωCR] 0 50 100 150 200 250 300 350 400

Frequência (Hz)
¾ Ou seja,para ¾ O circuito RL ficará para a lista de
9 ω ->0, |H(ω )| = 1, ∠H( ω ) = 0 exercícios.
9 ω ->inf, |H(ω)| = 0, ∠H( ω ) = -90°
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Transformadores
● O elemento passivo que faltava ¾ Dependendo da relação entre o número de
¾ Transformadores são elementos espiras do primário e do secundário, a
passivos que reduzem ou aumentam a voltagem no secundário será maior
amplitude de tensões alternadas. (transformador elevador) ou menor
(transformador abaixador) do que no
¾ Os transformadores são formados por primário.
pelos menos dois indutores acoplados
através de seu campo magnético ¾ Os transformadores podem ter mais do
que uma bobina no secundário, permitindo
9 Quando ocorre uma variação de tensão
no indutor (ou enrolamento) de
gerar diversas tensões diferentes, ou
entrada (ou primário), seu campo saídas no meio da bobina secundária
magnético também varia. (taps) que terão tensão menor do que a
9 Como este campo magnético atravessa tensão total de saída.
também o enrolamento secundário, ¾ Transformadores são fundamentais para
sua variação irá induzir uma corrente e alimentar uma grande variedade de
uma tensão neste enrolamento. dispositivos que trabalham com tensões
menores do que a da rede elétrica.
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Alimentação Elétrica
● Geração e transmissão de energia ¾ Estes processos de geração em geral usam
turbinas que são movidas pela água em
¾ Em todo o mundo, a energia elétrica
queda, ou vapor d’água em expansão.
é obtida a partir da conversão de
¾ Estas turbinas giram, em alta velocidade,
outras formas de energia tais como
grandes magnetos que estão próximos a
Energia Gravitacional
enormes bobinas. A oscilação do campo
(hidroelétricas), Energia Térmica magnético gera uma tensão elétrica induzida,
(usinas termo-elétricas convencionais também oscilante, com uma frequência fixa
ou nucleares), Energia dos Ventos (60 Hz).
(Usinas Eólicas), Energia Luminosa ¾ Esta tensão elétrica é, então, conduzida por
(Células Solares), Energia das Marés linhas de transmissão de alta voltagem e
¾ Atualmente os métodos mais usados para corrente, até subestações.
gerar energia em grandes quantidades são as
usinas hidroelétricas e termo-elétricas. No ¾ Nas subestações a tensão é reduzida até cerca
entanto outras fontes como eólica e solar vêm de 13.8kV, e é então conduzida até
aumentado sua participação no “mix” de transformadores localizados nas ruas.
energia.
¾ Estes transformadores, finalmente, geram a
tensão alternada que alimenta nossas casas.
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A Rede Elétrica Padrão


● Valor RMS ¾ Conforme veremos, o valor RMS de um
¾ Os transformadores das ruas reduzem sinal alternado com amplitude Vac é
a tensão para o valor típico de 110V, VRMS= Vac/√2
encontrado nas tomadas das V
residências.
VRMS
¾ Mas que valor é esse ? Vac Vpp

¾ Lembrando que a tensão elétrica é


uma forma de onda senoidal, com
0
frequência definida, o valor de 110V
corresponde a uma tensão contínua
cuja potência efetiva (a integral da
energia no tempo) seja igual à
potência efetiva da tensão senoidal.
Tempo
¾ Este é o valor RMS - Root Mean
Squared, da tensão da rede, e é o valor ¾ Se VRMS =110V então
sempre citado quando nos referimos a Vac =110*√2 = 156V
alimentação alternada.
34

Sistema Trifásico
● A origem das fases V
Fase 1 Fase 3 Fase 2

¾ Na geração elétrica, para cada ciclo de


rotação, tensões são induzidas em
diferentes bobinas, aproveitando assim
mais eficientemente o processo.
0
¾ As tensões nas diversas bobinas estarão,
portanto, defasadas entre si.
¾ No sistema padrão de alimentação,
denominado sistema trifásico, utiliza-se
tres fases com tensões senoidais
Tempo
idênticas mas defasadas de 120 e 240
graus em relação a uma tensão de Fase 1
referência. 220V
Fase 2 220V
¾ A tensão RMS entre cada fase e um fio 220V 110V
denominado neutro, é de 110V. Fase 3 110V
110V
¾ A tensão RMS entre fases é de 220V. Neutro
35

Introdução à Eletrônica
Analógica
36

Dispositivos semicondutores
● Semicondutores e condutividade ● Tipos de dopantes
¾ Os materiais semicondutores, ¾ Existem dois tipos básicos de impurezas em
basicamente Si e Ge, tem uma função do número de elétrons em sua última
propriedade fundamental para sua camada atômica :
utilização em dispositivos 9 Impurezas doadoras, ou tipo n, que possuem
eletrônicos: um elétron a mais do que o Si.
9 Sua condutividade elétrica é 9 Impurezas aceitadoras, ou tipo p, que possuem
fortemente alterada pela presença de um elétron a menos do que o Si.
impurezas em baixissimas ¾ As impurezas doadoras fornecem elétrons em
concentrações.
excesso que, por estarem essencialmente
¾ Sendo assim, controlando o tipo e a livres, são os principais portadores da corrente
concentração destes dopantes, é elétrica.
possível alterar o semicondutor
¾ As impurezas aceitadoras geram “buracos”,
intrínseco para que ele tenha uma
onde elétrons podem se alojar, propiciando
condutividade sob medida para as
também a condução elétrica.
necessidades de um circuito
qualquer.
37

O Diodo
● Uma junção de materiais ¾ Pelo gráfico, nota-se que o diodo
¾ Ao realizar uma junção entre um funciona de forma muito diferente para
semicondutor tipo n com um tipo p, polarização direta e reversa.
uma junção pn, cria-se o primeiro ¾ Estas configurações são representadas
dispositivo semicondutor: o diodo. abaixo:
¾ Para os objetivos deste curso, não + +
p n
analisaremos o funcionamento - -
n p
detalhado do diodo mas apenas a sua
curva Tensão-Corrente (V-I), Direta Reversa
indicada abaixo.
¾ Ou seja, para polarização direta o
I diodo permite a passagem de corrente
polarização polarização com um comportamento exponencial.
reversa direta
¾ Para polarização reversa o diodo
simplesmente não permite a passagem
de corrente.
V
¾ O símbolo do diodo indica esta p n
situação através de uma seta.
38

Conversão AC-DC
● Retificadores ● O circuito de entrada
¾ A primeira, e extremamente útil, ¾ Vamos montar um circuito com um
utilização do diodo é em circuitos transformador de entrada,
para retificar uma tensão alternada, normalmente um abaixador, que
tornando-a contínua. reduz a amplitude da tensão da rede,
¾ Existem basicamente três tipos de e alimenta nosso retificador.
circuito retificador simples ¾ Este mesmo circuito será utilizado
9 O retificador de 1/2 onda. nos tres tipos de retificadores,
9 O retificador de onda inteira. permitindo uma comparação entre as
9 O retificador em ponte. eficiências de conversão AC-DC.
¾ Estes circuitos serão avaliados em ¾ Este cicuito estará alimentando uma
função do valor RMS da tensão carga, que pode ser apenas um
contínua gerada e da quantidade de resistor ou um circuito eletrônico
oscilação residual, ou “ripple” qualquer com uma impedância
apresentada. equivalente.
¾ O retificador em ponte será o
vencedor nestes quesitos.
39

Retificador de 1/2 onda


● Considere o circuito abaixo V

Vo com
Capacitor
Vi Vo

¾ Tomando como referência a saída de Vo


0
baixo do transformador, podemos
notar que quando Vi for positiva, o
diodo estará polarizado diretamente, Vi
haverá fluxo de corrente e aparecerá
uma voltagem Vo -Vi na carga R (a
menos de uma pequena queda de Tempo

potencial no próprio diodo). ¾ A curva vermelha acima claramente


¾ No entanto, quando Vi < 0, o diodo não corresponde a uma tensão contínua.
estará com polarização reversa e não Para eliminar as oscilações positivas
haverá passagem de corrente no que restam, costuma-se colocar um
circuito, conforme indicado no capacitor em paralelo com a carga,
gráfico ao lado. gerando-se a forma de onda indicada
em verde.
40

Retificador de 1/2 onda (cont.)


● Ripple ● Eficiência
¾ Pode-se notar, no gráfico da página ¾ É fácil notar que este circuito não é
anterior, que pode haver uma eficiente. Apenas metade dos ciclos da
oscilação residual, mesmo com a tensão de entrada é aproveitada.
presença do capacitor. ¾ Isto implica que a potência da fonte é
¾ Este ripple, dependerá da relação desperdiçada, gerando uma tensão de
entre a constante de tempo do saída com baixo valor RMS.
circuito, RC, e o período da onda ¾ Como veremos a seguir, este circuito
senoidal, que vale 1/60 s. pode ser melhorado substancialmente.
¾ Assim, para minimizar o ripple, o
valor do capacitor deve ser calculado
em função da carga apresentada pelo
circuito a ser alimentado, de maneira
que a condição RC >> 16.6 ms seja
satisfeita.
41

Retificador de Onda Inteira


V
● Considere o circuito abaixo
Vi 1
Vo
2
Vo
0

¾ Tomando como referência o “tap” do


transformador, podemos notar que Vi
quando Vi > 0, o diodo 1 estará
polarizado diretamente, e o diodo 2
estará polarizado reversamente. Tempo
Assim, aparecerá uma voltagem ¾ Novamente, a presença de um capacitor em
Vo =Vi/2 na carga R. paralelo, gera a forma de onda em verde.
¾ Quando Vi < 0, a situação dos diodos ¾ Agora, o intervalo de tempo em que o
se inverte, mas como ambos estão capacitor deve manter a carga é metade do
ligados no mesmo ponto, teremos anterior, permitindo uma redução do valor
Vo = -Vi/2 . de C ou a alimentação de um circuito com
maior impedância
42

Retificador em Ponte
V
● Considere o circuito abaixo
4 1 Vo
Vi
3 2 Vo
0
¾ Para o ciclo positivo, os diodos 1 e 3
conduzem, enquanto 2 e 4 estão Vi
abertos. Vo = Vi (a menos da queda de
tensão em dois diodos)
¾ Para o ciclo negativo, os diodos 2 e 4 Tempo
conduzem, enquanto 1 e 3 estão
¾ Este circuito terá ripple idêntico ao de
abertos. Vo = -Vi (a menos da queda de
meia onda, mas será mais eficiente
tensão em dois diodos)
porque pode usar a tensão total do
¾ Desta forma, a tensão na saída é secundário do transformador.
sempre positiva e de amplitude
¾ O retificador em ponte é o tipo
próxima a tensão de entrada.
efetivamente usado no dia a dia.
43

Transistores
● Junções pnp e npn ¾ Assim, o transistor pode funcionar como
¾ Um transistor é, basicamente, uma chave que permite ou não a passagem
formado por duas junções pn de corrente.
conforme os esquemas abaixo. 9 Se I = 0 diz-se que o transistor está
p n p n p n
cortado.
9 Se I = IMAX
¾ Independente do esquema, este é o
primeiro dispositivo não bipolar 9 diz-se que o transistor está saturado.
apresentado até agora. O transistor é ¾ Este chaveamento entre ligado e desligado
tripolar e seu símbolo está é base dos circuitos digitais, como veremos
representado abaixo. mais adiante. Quanto mais rápido o
Emissor chaveamento mais veloz será o circuito.
Base
¾ No entanto, o transistor é muito utilizado na
Coletor sua região linear, onde pequenas oscilações
¾ Na configuração mais simples, a de corrente no coletor são amplificadas no
tensão na base define se a corrente emissor.
do coletor irá ou não passar para o ¾ Neste modo, o transistor é utilizado como
emissor.
um amplificador.
44

Amplificadores
● O transistor na região linear ¾ Se a tensão AC tiver amplitude fora desta
¾ Para o transistor trabalhar na região faixa, o transistor estará cortado para valores
linear, é necessário ajustar as tensões muito baixos e saturado para valores muito
e correntes DC aplicadas nos seus altos, causando distorção na forma de onda.
polos. Este processo é denominado ¾ A outra limitação deste modo de operação
polarização do transistor. está associada à resposta de frequência do
¾ Quando a polarização está correta, amplificador. O fator de amplificação,
uma tensão AC aplicada sobre os denominado ganho, irá em geral decair para
valores DC terá sua amplitude frequências mais altas.
multiplicada entre o coletor e o ¾ A resposta de frequência está associada a
emissor. características físicas básicas do dispositivo e
¾ A amplitude AC deve satisfazer a tem a ver com a facilidade com que os
condição de pequenos sinais, ou seja, portadores de corrente podem se movimentar
deve ser pequena quando comparada no material, denominada mobilidade.
com os valores DC da polarização. ¾ Atualmente, existem transistores que
respondem até dezenas de gigahertz.
45

Amplificadores Operacionais
● Um sistema já polarizado ● O circuito fundamental
¾ Os problemas associados à If
polarização de transistores foram Zf
resolvidos através de circuitos
integrados denominados vi1 Z1 -
v-
Amplificadores Operacionais vout
v+
(OpAmp), que já contém todo o vi2 Z2 +
circuito de polarização e se
aproximam de características ideais.
Z3
¾ O OpAmp é facilmente utilizado para
amplificar, com altos ganhos, sinais
AC e DC. ● As regras
¾ A análise do funcionamento dos ¾ 1 - A ddp entre os dois terminais de
amplificadores operacionais é entrada é zero
simplificada se algumas condições ¾ 2 - A corrente que entra nos terminais
ideais são consideradas. de entrada é zero
46

Análise de OpAmp’s
● Dedução da Equação Geral ¾ Resolvendo para vout temos
¾ Usando o divisor de tensão temos que Zf  Z3  Z f 
vout = −vi1 + vi 2  1 + 
 Z3 
v+ = vi 2   Z1  Z2 + Z3  Z1 
 Z 2 + Z3 
¾ Da regra 1, v- tem este mesmo valor. ¾ Esta equação pode ser utilizada
¾ A corrente em Z1 é a ddp a que está para obter o valor da tensão de
submetido dividida por Z1 saída em função das tensões de
entrada em qualquer configuração.
1 1  Z3  ¾ Alguns exemplos são dados a
(vi1 − v− ) = vi1 − vi 2  
Z1 Z1   Z2 + Z3  seguir
¾ Da regra 2, esta corrente tem que anular a
corrente If onde
1 1   Z3 
i f = (vout − v− ) = vout − vi 2   =
Zf Zf   Z2 + Z3 
1  Z3 
= − vi1 − vi 2  
Z1   Z2 + Z3 
47

Exemplos de Circuitos

vi2 = 0 Z2 = ∞ Zf = Rf 1
Z3 = 0 Z1 = R1
vout = −
RC ∫ vi1dt

vout = -Rf/R1

Z1 = Z2 = R1 dvi1
vout = −RC
Zf = Z3 = R2 dt
vout = R2/R1(vi2 - vi1)

vout = -Rf[va/Ra + vb/Rb] kT


vout = − [ln(vi1 ) + ln(RI0 )]
g
48

Instrumentação
49

Transdutores
● Vamos analisar as características ● As características elétricas que
elétricas de duas classes de serão discutidas a seguir deixam
transdutores: termopares e claro a necessidade de amplificar
extensômetros resistivos (strain sinais elétricos obtendo, a partir
Gauges) de pequenos sinais fornecidos
● Estes foram escolhidos devido à pelos elementos sensores, valores
gama de aplicações de ambos em fáceis de serem medidos por
diversas áreas da engenharia. instrumentos de baixo custo,
● Não serão apresentados detalhes normalmente encontrados em
de calibração ou qualquer laboratórios.
discussão cuidadosa sobre níveis
de incerteza, mas apenas uma
visão de como se obtém uma
medida prática que pode ser
integrada em um instrumento.
50

Termopares
● Termopares
¾ são formados pela junção de
A
A
elementos metálicos distintos que, Ponto de
Multímetro
devido à suas características medida
B
eletrônicas, geram uma diferença de
potencial. Esta diferença de potencial C A
depende da temperatura e está Ponto de
medida
tabelada para diversos pares de C B
metais (termopares).
¾ Para se realizar uma medida deve-se
ter uma junção em temperatura C A
conhecida e outra no ponto onde se
pretende medir. C A B

Junção de
Referência
51

Termopares (cont.)
● Com o auxílio de uma tabela ou da ● Pelo que foi exposto, se desejamos medir
expressão analítica da voltagem em temperaturas com exatidão próxima a 0,1oC,
função da temperatura, encontra-se a é necessário medir voltagens com exatidão
informação desejada. de, pelo menos, 5 µv.
¾ Tipicamente obtêm-se sinais da ordem de ¾ A forma de evitar o uso de voltímetros, ou
40µv/oC. outros sistemas de leitura, com a exatidão
apresentada acima, pode ser o uso de
amplificadores que transformem o sinal de
saída em valores mais fáceis de serem
medidos.
Voltagem (mV)

Letra Metais Faixa (0C)

K Chromel/Alumel -200 a 1250

J Ferro/Constantan 0 a 750

E Chromel/Constantan -200 a 900


Temperatura (0C)
52

Extensômetro (Strain Gauge)


● Extensômetro Resistivo (Strain ¾ ao se deformar longitudinalmente, o
Gauge) valor da resistência varia de forma
conhecida, indicando assim a
¾ Trata-se de um sensor de deformação deformação da superfície
que pode ser usado diretamente em
peças na avaliação de deformações
superficiais ou em diversos sistemas
mecânicos, compondo assim
transdutores para grandezas como:
pressão, força, aceleração etc.
¾ Seu funcionamento baseia-se na
variação da resistência de um
material metálico depositado sobre
um polímero o qual pode ser colado ¾ Existem dois valores padronizados de
na superfície sob análise. resistência 120Ω e 350 Ω.
53

Extensômetro (cont.)
● Qual a variação da resistência ¾ Considerando o volume do material
esperada em função da resistivo constante temos
9 V = A.L = (A+δA).(L+ δL)
deformação?
9 A δL = -L δA, ou -A/L = δA/ δL
¾ R = Lρ/A
9 R = resistência
9 L = comprimento
¾ Desta forma,
9 A = área da seção reta dR= (2ρ/Α).dL
9 ρ = resistividade elétrica ¾ Como estamos interessados em
e assim valores relativos,
¾ dR/dL = ρ (1/A-L/A2 dA/dL) ¾ dR/R = 2dL/L

¾ Este fator 2 é chamado de fator de


Gauge e seu valor exato deve ser
especificado pelo fabricante do
extensômetro.
54

Ponte de Wheatstone
● Na maioria das aplicações busca-se vref
medir deformações desde poucas ppm
até alguns milhares de ppm. Isto significa R2
R1
que deve-se ter a capacidade de medir o
valor da resistência do sensor, ou pelo vp
menos variações dela, com sensibilidade
R4
da ordem ppm. R3

● Ponte de Wheatstone
¾ o circuito apresentado a seguir pode
ser montado com um ou mais de seus ¾ i1 = vref/(R1+R3)
resistores sendo Strain Gauges, de ¾ i2 = vref/(R2+R4)
forma que se possa obter uma ¾ vp = i1R1 - i2R2 =
voltagem Vp que indique a = vref.(R1/(R1+R3) - R2/(R2+R4))
deformação imposta ao sensor.
55

Ponte de Wheatstone (cont.)


● Desta forma obtém-se o ¾ Consideremos que R4 representa o
“equilíbrio” da ponte (Vp = 0) sensor. Queremos conhecer Vp para
pequenas variações de R4 a partir do
quando R1/(R1+R3) = R2/(R2+R4) equilíbrio.
¾ ou seja, vp = vref.(R1/(R1+R3)-R2/(R2+R4+δR4))
R1R4= R2R3 = vref.R1 δR4 /(R1+R3)(R2+R4)
¾ A forma de utilizar este ¾ usando a condição de equilíbrio
circuito é ajustando Vp = 0 vp = vref.R2 δR4 /(R2+R4)2
para uma situação conhecida
¾ Podemos agora escolher o valor de R2
de deformação e medir as
que garanta a máxima sensibilidade
variações a partir deste ponto.
d vp /dR2 = 0
¾ A análise que se segue é válida ¾ nos fornece a condição
para a montagem em 1/4 de R2 = R4
ponte onde usa-se apenas um
extensômetro na ponte.
56

Ponte de Wheatstone (cont.)


¾ A condição anterior significa
que a ponte mais sensível terá
todos os resistores iguais ao
valor do extensômetro e sua
saída será
vp = vref. δR4 /4R4

¾ usando o fator de gauge temos


finalmente a deformação dada por
δL/L = δR4 /2R4 = 2vp /vref

¾ Tipicamente vref será poucos volts de


forma a não danificar o sensor, isto
fará com que vp seja de poucos µv
por ppm de deformação. Mais uma
vez será interessante amplificar este
sinal para tornar mais fácil sua
medição.
57

Ruído
● Chama-se ruído a todo sinal indesejado
que interfere em uma medida, limitando
sua exatidão.
¾ Alguns termos utilizados aqui, como,
faixa de medição, exatidão, resolução
etc. estão definidos de forma precisa do
ponto de vista metrológico e podem ser
encontrados no dicionário de metrologia
fornecido pelo INMETRO.
● Tipos de ruídos
¾ Aleatório - De origem térmica ou
quântica, é gerado dentro do
equipamento
¾ Interferência - captação, pelo transdutor,
de sinais externos que podem ter, ou não,
origem na mesma grandeza física que se
deseja medir.
9 Ex.: Ao se tentar medir vibrações em
uma máquina, pode haver interferência
na medida devido a outras vibrações
sobre o sistema de leitura, devido a
variações térmicas do ambiente, ou
indução eletromagnética no circuito
elétrico de medida.
58

Ruído (cont.)
● Caracterização do ruído
¾ Espectro de freqüência
¾ Mecanismos físicos causadores
¾ Por se tratar de algo aleatório, a média do ruído no tempo é nula. Deve-
se portanto utilizar seu valor RMS para quantificá-lo
● Relação Sinal Ruído (S/R)
¾ Em geral o que mais interessa não é o valor absoluto do ruído mas sim
seu valor percentual em relação ao sinal que se pretende medir
¾ O valor de S/R pode aparecer em escala linear mas é muitas vezes
apresentado na forma logarítimica, ou seja, em decibéis (dB)
¾ Se realizamos medidas em volts, define-se o valor em dB como
¾ S/R em dB = 20 log S/R
¾ Caso o mensurando seja diretamente em energia utiliza-se
¾ S/R em dB = 10 log S/R
59

Ruído Térmico
● Ruído Johnson, Branco ou ¾ Note que seu valor independe da
Térmico corrente ou tensão medida, o que o
torna tão mais importante quanto
¾ Se deve ao movimento aleatório das menor for o valor medido.
cargas em qualquer resistor.
¾ Exemplo
¾ Distribuição em freqüência é plana;
9 T = 293 K
daí o nome branco
9 R = 1 MW
¾ Seu valor RMS é dado pela
9 B = 10 kHz
expressão
9 Vrt = 12,7 mV
¾ Vrt = (4kTRB)1/2
¾ onde
¾ Portanto, quanto mais rápido o sinal
9 k = 1,38x10-23 J/K (cte. de
a ser medido pior será a qualidade da
Boltzman)
medida
9 T = temperatura em Kelvin
9 B = faixa de freqüência considerada
em Hz
60

Ruído Shot
● Ruído Shot ou Quântico ¾ Seu valor RMS é dado por
¾ Se deve à natureza quântica da Irs = (2qIB)1/2
passagem de elétrons em junções de 9 q = 1,6x10-19 C (carga do elétron)
materiais. 9 B = faixa de freqüência em Hz
¾ Neste caso o valor do ruído depende 9 I = corrente a ser medida expressa
da presença de uma corrente elétrica. em Ampère
¾ O valor absoluto cresce com a 9 Observe que este também é um ruído
branco e que, para se ter um valor de
corrente mas em termos relativos se
voltagem, deve-se saber o valor do
torna menos relevante com o resistor pelo qual está passando a
aumento do valor a ser medido corrente de interessse
¾ Exemplo
9 Idc = 1nA
9 R = 1MΩ
9 B = 10 kHz
9 Vrs = 1,8 mV
61

Ruído 1/f e IEM


● Ruído 1/f ou Flicker ● Interferência Eletromagnética
¾ Na realidade não se trata de uma (IEM)
fonte bem definida de ruído e sim ¾ Todo circuito eletrônico é
uma combinação de fatores não influenciado pelos campos EM a que
controláveis que podem variar estamos permanentemente expostos.
lentamente. ¾ Além da captação de radiação,
¾ Está incluído nele o envelhecimento podem ser induzidos sinais através
dos componentes, variações de dos sistemas de alimentação de
umidade e outras condições circuitos.
ambientais entre muitos outros ¾ De maneira geral, embora difícil, é
fatores. sempre possível aprimorar o sistema
¾ Pode-se dizer que a deriva não de blindagem de um circuito para
previsível em equipamentos de reduzir os efeitos de IEM.
medição, que leva à necessidade de
recalibração periódica, se deve a este
tipo de ruído.
62

Ruído de Digitalização
● Ruído de Digitalização ● Técnicas para melhorar a Relação
¾ Também chamado de ruído de S/R
quantização, se deve ao fato de que ¾ Existem técnicas implementáveis no
ao representarmos um valor nível do hardware (circuitos
analógico na forma digital teremos analógicos e digitais) e outras
um número finito de níveis efetuadas por software (programas
disponíveis. de tratamento do sinal digitalizado)
¾ A diferença entre dois níveis ● Cuidados Básicos
consecutivos é o valor do ruído de
digitalização e será ¾ Aterramento cuidadoso de todas as
partes dos circuitos de medição,
Rd = F/2n
evitando a circulação de correntes de
¾ onde aterramento, especialmente próximo
9 F = faixa de trabalho do sistema de a resistores de valor alto
conversão A/D
¾ Cabos curtos
9 n = número de bits disponíveis para
representação digital ¾ Blindagem metálica
63

Ruído e Filtragem
● Filtragem Analógica ● Uso de Portadora
¾ Circuitos analógicos como os discutidos ¾ Para evitar as flutuações de baixa
anteriormente no curso e montados no freqüência (1/f) pode-se, em alguns
laboratório, possibilitam separar sinais de casos, introduzir um sinal de alimentação
freqüências diferentes. alternado sobre o qual atuará o
¾ Isto permite que apenas a faixa de mensurando de interesse.
freqüência relevante para o fenômeno de ¾ Desta forma a informação passa a estar
interesse chegue ao instrumento de contida na amplitude da onda dita
medida. portadora. Pode-se então filtrar esta
freqüência e, com um retificador, obter a
informação desejável
64

Filtragem Lock-in
● Amplificadores Sensíveis à Fase (Lock- ● Software
in) ¾ Diversas técnicas matemáticas podem
¾ Um passo adiante na técnica de uso de ser utilizadas para separar dos dados
portadora, é a comparação da fase do coletados a parcela que não se deseja
sinal recebido com a da fonte geradora da medir.
portadora. ¾ A mais simples, quando desejamos
¾ Nesta técnica, após filtrado em observar sinais lentos, é a execução de
freqüência, o sinal é multiplicado pelo médias de várias medidas sucessivas
sinal de referência permitindo que apenas realizadas dentro do período em que se
a parcela que se mantém em fase seja supõe que o mensurando não tenha se
detectada. alterado significativamente (moving
average).
¾ Pode-se também efetuar
numericamente operações semelhantes
às que foram descritas no caso
analógico. Nestes casos é comum que
o software execute a transformada de
Fourier para poder retirar as
contribuições de freqüências
indesejadas.
65

Eletrônica Digital
● Princípios básicos
¾ Desde o século XIX já se tinha a noção de que diversas operações
aritméticas e lógicas podiam ser realizadas a partir de uma base binária,
que utiliza apenas dois valores 0 e 1. Em particular, George Boole
construiu uma álgebra para simplificar operações lógicas.
¾ A Álgebra Booleana é a base de todas as operações realizadas pelo
computador.
¾ Com a invenção do transistor percebeu-se que era possível
implementar sistemas eletrônicos que assumiam apenas dois valores de
voltagem (normalmente zero e 5V) e que podiam “chavear” entre estes
dois níveis com grande velocidade.
¾ A partir daí, houve um colossal desenvolvimento nesta área de
conhecimento.
66

Representação Binária
● Bits & Bytes ● Números decimais e binários
¾ Os computadores armazenam toda ¾ Qualquer número decimal inteiro pode ser
informação como um conjunto de escrito na notação binária. Basta lembrar
unidades, os bits (de binary digit), que dispomos de apenas dois algarismos,
que podem assumir os valores 0 ou 1 0 e 1, e que ao deslocar para a esquerda
(também referidos como False e em um número o algarismo dobra de
True). peso, em vez de decuplicar como na base
¾ Normalmente, se utiliza pelo menos decimal.
um conjunto de 8 bits, o byte, como ¾ Exemplos
célula mínima de armazenamento de Peso 27 26 25 24 23 22 21 20
dados. 0 0 0 1 1 0 1 1 = 27D
¾ Como veremos, será necessário 1 1 0 0 1 0 0 1 = 201D
utilizar mais do que um byte para
representar números. Um conjunto ¾ O maior número inteiro que pode ser
de dois bytes é denominado word. representado com n bits é 2n.
¾ Mas o que fazer com números não
inteiros e informação não númerica ?
67

Representação Binária (cont.)


● Notação Hexadecimal ¾ Qual é a vantagem ? É que para cada
¾ É fácil notar que os números binários 4 bits gasta-se apenas um algarismo
começam a ficar confusos e ilegíveis hexadecimal. Assim as palavras
quando o número de bits cresce binárias ficam reduzidas por um
muito. fator de quatro.
¾ Para simplificar a notação binária ¾ Exemplo
utiliza-se a notação hexadecimal, em 0 0 0 1 1 0 1 1 =27D
base 16. Nesta notação utiliza-se os 1 B =1BH
10 algarismos decimais (0 a 9) e 6
1 1 0 0 1 0 0 1 = 201D
letras (A a F) para representar os
C 9 =C9H
dezesseis valores possíveis de um
algarismo.
¾ Exemplo: A seqüência ¾ A notação hexadecimal é vastamente
utilizada.
9 0,1,2,3,….,9,10,11,…,15 em decimal
será representada como
0,1,2,3,….,9,A,B,C,D,E,F em
hexadecimal.
68

Representação Binária (cont.)


● Representando números inteiros ● Representando Caracteres
¾ Inteiro, 1 byte, sem sinal ¾ A representação mais básica para
0 a 255 caracteres (letras, números,
¾ Integer, 1 byte, com sinal símbolos) é baseada no código
-127 a 128 ASCII (American Standard Code for
¾ Integer, 2 bytes, sem sinal Information Interchange)
0 a 65.535 (216 valores) ¾ O ASCII padrão usa apenas 7 bits,
¾ Integer, 4 bytes, sem sinal permitindo um total de apenas 128
0 a 4.294.967.295 caracteres distintos.
● Representando números reais ¾ Posteriormente criou-se o ASCII
estendido, que usa 8 bits e representa
¾ Utiliza um padrão denominado floating até 256 caracteres.
point (ponto flutuante) que utiliza uma
mantissa e um expoente. ¾ Exemplos
9 A letra “A”
¾ Float, 4 bytes
01000001 = 65D = 41H
faixa ±3.4x1038
9 A letra “a”
menor valor 1.5X10-45
01100001= 97D = 61H
¾ Float, 8 bytes 9 O símbolo “µ”
faixa ±1.7x10308 11100110= 230D = E6H
menor valor 5X10-324
69

Digitalização e Amostragem
● O que é ?
¾ Conversão da informação contida em
um sinal da forma análoga para a

Intensidade
forma digital
¾ É um problema de amostragem
9 Amostra-se a intensidade de um
sinal que varia no tempo ou no
espaço.
¾ Resolução
¾ Quantização Tempo/Espaço
¾ Aliasing
9 Freq.(Sinal) x Freq.(Amostragem) Reconstruído
9 Teorema de Nyquist y Original
● A frequência de amostragem ideal é Amostra
duas vezes a frequência máxima do
sinal amostrado.

x
70

Digitalização
● É cada vez mais freqüente processar e ● Se desejamos acompanhar a evolução
armazenar sinais elétricos em sistemas temporal de um sinal elétrico devemos
baseados em computadores. Isto só é medí-lo em intervalos menores do que o
possível se o sinal for convertido em tempo para qual se esperam mudanças
informação digitalizada. A forma de se significativas de seu valor. A taxa com
fazer isto é através de um conversor A/D. que se repetem as medidas é chamada de
taxa ou freqüência de amostragem Fa.
● Basicamente o que um A/D faz é medir ● Qual o valor ideal da taxa de
(amostrar) periodicamente o sinal amostragem?
elétrico de interesse e gerar a ● Segundo o teorema de Nyquist, a
representação binária do valor lido. Este freqüência mínima de amostragem deve
valor digitalizado pode então ser usado ser duas vezes a maior freqüência
pelo computador, por exemplo, com o contida no seu sinal.
auxílio de programas em LabView. ¾ Fa > 2Fm
71

Freqüência de Amostragem
● Esta freqüência não garante uma ● É importante notar que, mesmo que não
reprodução exata do sinal mas garante se esteja interessado em valores de
que alguma indicação da presença do freqüência acima de um determinado
sinal será obtida e também que não valor, estas componentes devem ser
ocorrerá o fenômeno de aliasing. filtradas analogicamente antes de
digitalizarmos o sinal pois, através do
● Aliasing ocorre quando a taxa de aliasing, ruído de alta freqüência será
amostragem está abaixo da freqüência convertido em ruído de baixa freqüência,
mínima indicada. Ao se reconstruir o piorando assim a qualidade da medida
sinal amostrado nota-se a presença de nas freqüências de interesse.
freqüências que não estavam presentes ● Como regra prática deve se usar, sempre
no sinal original, adulterando a medida. que possível, Fa da ordem de 10 vezes a
Fm.
72

Quantização
● Cada amostra digitalizada é representada ● Normalmente as faixas de trabalho são
por um número de bits que depende do simétricas em torno do zero (valores
sistema em uso. Atualmente, dependendo positivos e negativos) ou de zero a um
da aplicação, são comuns sistemas de 8, valor máximo.
12, 16 e até 24 bits. ● A amplitude típica das faixas (AF) vai de
100 mv a 10 v.
● O número de bits, nb, define o número ● Sabendo-se o número de bits e a
de níveis distintos, Nn, disponíveis para amplitude da faixa de trabalho teremos a
representar o valor analógico medido. resolução das medidas digitalizadas pelo
¾ Nn = 2nb sistema, que será
¾ ∆v = AF/ Nn=AF/2nb
● Os Nn níveis estarão distribuídos dentro
da faixa de trabalho do A/D. ¾ Ex. AF = 10 v
¾ nb = 12 bits
¾ ∆v = 2,44 mv
73

Operações Lógicas
● Os operadores básicos ● Os operadores invertidos
¾ Sejam dois bits A e B ¾ O uso dos operadores básicos
¾ O primeiro operador é o de inversão seguidos de um inversor é bastante
(NÃO/NOT) também representado comum.
pelo símbolo ¾ A nomenclatura passa a ser
9 é um operador unário 9 NÃO OU/NOR
¾ Existem tres operadores binários 9 NÃO E/NAND
básicos
9 NÃO OU EXCLUSIVO/XNOR
9 OU/OR
9 E/AND
9 OU EXCLUSIVO/XOR

A B A OR B A AND B A XOR B A B A NOR B A NAND B A XNOR B


0 0 0 0 0 0 0 1 1 1
0 1 1 0 1 0 1 0 1 0
1 0 1 0 1 1 0 0 1 0
1 1 1 1 0 1 1 0 0 1
Símbolo A+B AB A⊕B
74

Aplicações dos Operadores


● Tomada de Decisão ¾ Equação lógica
¾ Um sistema de monitoração poderá ¾ A ignição só pode ocorrer se o
usar portas lógicas para tomar motorista está no carro, sóbrio, com
decisões em função de sinais digitais o cinto de segurança, as portas estão
gerados a partir de sensores e trancadas e a marcha não está
transdutores. engrenada.
¾ Ex: Ignição de um carro - IG ¾ Além disso, se houver passageiros,
9 Motorista e passageiros ? (MO, P1, eles devem estar com o cinto de
P2, …) segurança.
9 Cintos de segurança ? (CM, CP1, …)
9 Motorista sóbrio ? (MS)
9 Portas trancadas ? (PT1, PT2, etc...)
9 Marcha engrenada ? (ME)
¾ Deve-se definir os diversos sinais
binários que representam cada uma
das condições e construir um circuito
lógico que toma a decisão.
75

Operações Aritméticas
● Soma ¾ Números binários com dois bits
¾ números binários com 1 bit 01
0 + 0 = 0, 0 + 1 = 1, 1 + 0 = 1 + 11
1 + 1 = 0 e vai 1 (Carry) 1 00
A B SOMA Carry
¾ A soma e o carry do bit de ordem i+1
0 0 0 0 dependem do carry do bit de ordem i.
0 1 1 0 ¾ A tabela verdade neste caso é
1 0 1 0
1 1 0 1 Ci A i+1 B i+1 S i+1 C i+1
0 0 0 0 0
¾ Assim deve-se gerar um circuito para 0 0 1 1 0
calcular o bit de soma e outro 0 1 0 1 0
circuito para o bit de Carry. 0 1 1 0 1
1 0 0 1 0
¾ Neste caso, 1 0 1 0 1
Si = Ai XOR Bi = A⊕B 1 1 0 0 1
1 1 1 1 1
Ci = Ai AND Bi = AB
¾ Como implementar esta tabela ?
76

“Half Adder e Full Adder”


● Half Adder ● Full Adder
¾ O somador parcial, para números de ¾ O somador completo, para números
um bit, tem 2 entradas (Ai, Bi) e 2 com qualquer número de bits, usa
saídas (Si, Ci). “half adders” concatenados e lógica
¾ É realizado com as portas XOR e adicional.
AND.
FULL ADDER

Ai Si S’i
Ai Si
Bi Half Adder C’i Half Adder C’’i
Ci Bi

Ci-1 Ci

Ai Si
Bi Half Adder Ci Si = (Ai ⊕ Bi) ⊕ Ci-1

Ci = AiBi + (Ai ⊕ Bi) Ci-1


77

Outros Circuitos Básicos


● Gerador de Paridade ● Decodificador
¾ O controle de paridade é uma técnica ¾ A partir de um código de entrada de
de detecção de erros em dados n bits ativa uma saída de um total de
binários. 2n saídas.
¾ A partir de um conjunto de bits, gera-
A B C X0 X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7
se um bit extra que identifica se o 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
número de 1’s é par ou ímpar. 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0
A B C P 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0
0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
0 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0
0 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0
1 0 0 1
1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1
1 0 1 0
1 1 0 0 X0
1 1 1 1
X1
¾ Na leitura dos dados, compara-se os A X2
bits de dados e o bit de paridade. B Decoder
X3
Assim pode-se identificar erros de X4
um bit. C X5
X6
X7
78

Outros Circuitos Básicos


● Codificador ● ROM - Read Only Memory
¾ A partir da ativação de uma dentre 2n ¾ A linha ativada na entrada do
entradas, um código de n bits é encoder pode ser entendida como
gerado na saída. um endereço no qual está
armazenado um código.
E n tra d a C B A ¾ Neste sentido um encoder é
0 0 0 0
1 0 1 1
entendido como uma memória.
2 1 0 1 ¾ Para endereçar a memória usa-se
3 1 1 0 uma palavra binária que passa por
4 0 0 1 um decoder e gera a linha de entrada
5 0 1 0
6 1 0 0 ativa de um encoder.
7 1 1 1 0
0 1
1 A1 2
A2
2 A 3
3 B1 Decoder 4 Encoder B2
4 Encoder B 5
C1 C2
5 C 6
6 7
7 ROM
79

Outros Circuitos Básicos


● Multiplexador ● Demultiplexador
¾ Em função de um código de n bits, ¾ Em função de um código de n bits,
uma dentre 2n linhas de entrada é uma única entrada é conectada a
conectada a uma única saída. uma dentre 2n linhas de saída.

X0 X0
X1 X1
X2 X2
X3 X3
MUX Y Y DEMUX
X4 X4
X5 X5
X6 X6
X7 X7

A2 A1 A0 A2 A1 A0
80

Circuitos Sequenciais
1 1
● Considere o circuito abaixo 0 0

S Q 0 1 1 1

Q 0 1 1 1
R

¾ Qual é a tabela verdade ?


1 0 1 0
¾ Relembrando a tabela da porta
NAND ¾ Ou seja, a mesma entrada produz saídas
A B A NAND B diferentes, dependendo da entrada
0 0 1 anterior => memória
0 1 1
1 0 1 ¾ Este circuito é denominado FLIP-FLOP
1 1 0 do tipo SR - Set/Reset
¾ Vamos entender melhor seu
¾ Vamos verificar quais configurações funcionamento.
de entrada e saída são compatíveis.
81

FLIP-FLOP SR
● Análise sequencial ● A última entrada possível
¾ Estado inicial ¾ O que acontece com a entrada
9 S=R=1, Q e Q desconhecidos S=R=0 ?
¾ “Setando” o FF 0 1
9 O FF é “setado” levando a linha S a
0 e retornando a 1. 0 1

1 S Q ? 0 S Q 1 1 S Q 1 ¾ Se agora a entrada muda para


FF FF FF S=R=1 o que acontece ?
1 R Q ? 1 R Q 0 1 R Q 0
9 Se Q muda antes
0=>1
¾ “Resetando” o FF 1=> 1

9 O FF é “resetado” levando a linha R


0=>1 1=> 0
a 0 e retornando a 1.
9 Se Q muda antes
1 S Q ? 1 S Q 0 1 S Q 0
FF FF FF 0=>1 1=> 0
1 R Q ? 0 R Q 1 1 R Q 1

0=>1 1=> 1
82

Evoluindo os Flip-Flop’s
● Sintetizando o FF SR ¾ Quando E=0, S=R=1 e não ocorre
S R Q n+1 Q n+1 mudança na saída.
0 0 X X Proibido
0 1 1 0 ● O Registro Paralelo
1 0 0 1 Dados de Entrada
1 1 Qn Qn
D Q D Q D Q
● O FF tipo Data/Enable FF FF FF
E E E
¾ Para evitar a possibilidade da
entrada proibida, adiciona-se uma
Enable
lógica de controle
Dados de Saída
D
S Q
FF ¾ Quando E=1, os tres bits são
E R Q armazenados nos tres FF’s (tb.
¾ Quando E=1 R=D e S=D conhecidos como “latches”)
9 Neste caso o valor de D é ¾ Agora a pergunta é:
armazenado no em Q. A linha de Quem controla a linha de Enable ?
entrada Enable, permite que o
armazenamento aconteça.
83

O Clock
● A necessidade de sincronização ● O Problema do “Glitch”
¾ Para controlar quando e por quanto ¾ Apesar do clock servir para
tempo os dados são armazenados, usa- sincronizar todas as transições,
se uma linha de enable que oscila podem ocorrer problemas
entre 0 e 1 de forma periódica. denominados “glitches”, pulsos
espúrios que podem gerar erros.
¾ Os glitches acontecem porque sinais
podem se atrasar devido a tempos de
propagação diferentes em fios
¾ A esta linha dá-se o nome de clock e
diferentes.
sua frequência define a taxa com que
¾ Exemplo
os dados são armazenados e A 1=>0
Out
modificados. B
0=>1
9 Quando o clock vale vai de 0 para 1
“as coisas acontecem”. Clock
9 Quando o clock vale vai de 1 para 0 A
“as coisas param”. Glitch
B

Out
84

O Flip-Flop Master Slave


● A solução para o “Glitch” ● Análise Temporal
Data D Q D Q Clock
FF FF Glitch
E E
Data

Enable Master Q

¾ A inversão do clock no segundo FF, Slave Q


faz com que os dados que chegam no
primeiro FF só apareçam na saída na
descida do clock. ¾ À combinação dos dois FF’s tipo D
¾ Isto elimina glitches que durem nesta configuração dá-se o nome de
menos do que meio pulso de clock. FF “master-slave” (mestre-escravo).
85

Registrador de Deslocamento
● O “Shift-Register” ¾ Os registradores de deslocamento são
¾ Conectando-se vários FF’s Master- utilizados na comunicação serial e na
Slave conversão paralelo-série e série-
paralelo.
Data D FF Q D FF Q D FF Q Out ¾ Conversão série-paralelo
MS MS MS
E E E 9 Um conjunto de N bits é fornecido
serialmente a um “shift-register” de
Clock N posições.
¾ A cada pulso de clock os bits vão se 9 Após N pulsos de clock, os N bits
deslocando da esquerda para a estão armazenados nos FF’s e podem
direita. ser lidos em paralelo,
simultaneamente.
9 Exemplo - o “nibble” 1101
¾ Conversão paralelo-série
1
9 Os N bits são armazenados
0 1 diretamente nos FF’s.
1 0 1 9 Em seguida, para cada pulso de
1 1 0 1 clock, um bit é disponibilizado,
serialmente, na saída do registrador.
86

Contadores
● O Flip-Flop tipo “Toggle” ● Diagrama Temporal
¾ Considere o seguinte circuito com a
saída invertida ligada na entrada de
dados

D Q saída
FF ¾ Ou seja, a frequência da saída é a
MS
clock E Q metade da frequência da entrada.

¾ No estado inicial D=0


¾ Quando o clock vai a 1, o dado se clock T Q T Q T Q T Q

propaga para Q (=0) e Q vira 1. Neste


momento D recebe 1 (= Q) A B C D

¾ Quando o clock volta a zero o novo 0 1 0 1 0 1 0 1

valor de D=1 se propaga para Q, que


0 0 1 1 0 0 1 1
portanto reverte.
¾ A este FF se dá o nome de flip-flop 0 0 0 0 1 1 1 1
tipo T (Toggle = alterna)

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