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Teomar Vibratto

RELEASE

TEOMAR VIBRATTO – FLOR DE JASMIM, TÁ LIGADO?

D
ualidade. Esta
é a palavra
chave do
álbum de estréia de
Teomar Vibratto, “Flor
de Jasmim, tá ligado?”.
Resultado da
empreitada do
entendimento
existencial próprio em
que Teomar explora
questões da
problemática da alma
humana. No foco em
prover soluções “tecnológicas” (a serem validadas pela prática), suas poesias permeiam a
psicologia, filosofia, teologia e misticismo. Teomar, além de músico, é Tecnólogo em
Hidráulica e Saneamento Ambiental pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo.

O artista utiliza como estilo musical principal a Canção Popular Melodramática, entoando
seus questionamentos em forma de canções Indie. Seu Indie permeia o Jazz, Samba e suas
raízes regionais, principalmente a Marcha, o Côco, o Canção e a posterior Bossa-Nova.
Soma a isso o Reggae e suas raízes regionais, principalmente o Rocksteady, o Ska e os
posteriores Dub e Dancehall.

A primeira faixa do
disco, O Viver, sintetiza
sonoramente a idéia de
dualidade. Uma Bossa-
Nova suave com poesia
delicada em volta de
“bauns” de rock de
taverna e uma bateria
de compasso macabro.
É nítida a presença de
um plano harmônico e
outro caótico bem
como a realidade que
nos cerca.

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A segunda faixa, Meio Assim, sintetiza verbalmente a mensagem que Teomar deseja
transmitir neste primeiro trabalho.
Sonoramente é a quebra de
paradigmas apresentando-se como
uma explosão rítmica alucinante onde
qualquer pensamento parece ficar
difícil de ser tecido. Há no fim da
canção uma citação do livro Raízes do
Brasil de Sérgio Buarque de Hollanda.
As influências sonoras são o Flamenco,
o Dancehall, rodas de Capoeira e
Samba de Terreiro. Estão presentes as
idéias da música eletrônica (concreta) e de aleatoriedade de Karlzhein Stockhausen.

A terceira faixa, Você Pode, elucida o trânsito entre planos, outra evidência da dualidade. É
a canção com a dramaticidade mais aflorada e evidente do disco. Tanto sonora como
verbalmente, o eu lírico transita pelo escuro (noite e madrugada) chegando ao claro
(manhã e tarde).

A quarta canção, Na Rampa, uma alucinante “Jam Session” onde Teomar apresenta seu
modo “dub esquema novo” de tocar violão imitando o Dancehall, estilo Jamaicano que
mistura elementos rítmicos da música eletrônica com a música caribenha.

Em seguida a canção Sandálias com Meia, é


composta basicamente por 5 atos teatrais, cada
um com um questionamento, sendo eles:

1. Família
2. Humanidade
3. Desigualdade
4. Consciência
5. Amor Fraterno (Ágape)

Ainda, conecta cada um desses assuntos ao hábito


de usar Sandálias com Meia, como uma resposta.
Sonoramente remete à idéia de micro e macro-
dinâmica rítmica e harmônica, estudo proposto
por Frank Zappa, Arnold Schoenberg entre outros.

A sexta canção é um tema chamado Teomariana n°


1 (Natural Dub Withdraw). Esta música é marcada
pela exploração de texturas sonoras dadas por
efeitos eletrônicos junto com o violão.

Samba pra Amizade é o nome da sétima canção do álbum. Com um apelo cênico muito
evidente, Teomar interpreta um personagem cuja voz é grave e cujo ritmo é experiente
desmarcando os compassos das canções com sua melodia pontuada em improvisos. Uma

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alusão carinhosa a grandes figuras da música popular de outrora como Vicente Celestino,
Dorival Caymmi, Cartola e Benito di Paula. A música reforça bem a idéia central do disco,
“Flor de Jasmim, tá ligado?”, que une o elemento Flor de
Jasmim (poético, antigo, de outrora) à gíria tá ligado?
(atual, do jovem de hoje em dia).

Em seguida Croqui, um samba-canção em homenagem à


história de amor dos bisavós de Teomar, Joaquim de
Paula e Maria de Paula. Maria, que era descendente de
portugueses, fugiu com Joaquim, negro e descendente de
escravos. A família de ambos era contra a união.
Instituíram-se na cidade de Barrinha, onde
posteriormente Joaquim, multi-instrumentista, fundaria
a banda da cidade.

A nona canção do álbum chama-se Gerações. Trata-se de


uma conversa de Teomar com as gerações de ontem, de
hoje e de amanhã.

Além-Cosmos é um canto gregoriano


entoando o poema de mesmo nome.
Colado a ele está um recorte do texto
Viva o Horizonte Azul de Ary Malheiros.

Reúse-se a décima primeira canção é


um Ska-Dub. A letra propõe a
renovação constante de idéias e o não
medo do novo. Baseado na experiência
de Teomar como estudante de
Hidráulica e Saneamento Ambiental, a
música também conta com sons de água em sintetizadores que remetem à idéia do reuso
da água.

A última canção do disco, Teomariana n° 2


(Na infância à tarde), um tema acidental
onde foram explorados conceitos de artes
visuais contemporâneas e contou com a
contribuição de Fernanda Zerbini, artista
plástica. Com apelo ao gesto Teomar
encerra seu álbum de estréia propondo
uma nova atitude baseada no equilíbrio
harmônico dos elementos do cotidiano que
aparentemente são desarmônicos.

Teomar Vibratto
BIOGRAFIA

DE BILLY A TEOMAR VIBRATTO

BILLY

N
ascido em 1986 em São Paulo, no bairro da Vila Sônia, neto da
socióloga Leonilda de Paula, bisneto do multi-instrumentista
Jaques de Paula (ao lado), Billy cresceu em uma família de
músicos e aos 4 anos de idade já incomodava as tias da escola com
perguntas do tipo “o que é impeachment?”.

Seu pai, apaixonado por música desde a juventude,


cantava algumas canções num velho violão, o que passou a
ser a sua primeira influencia musical. Sua mãe, pianista,
estudou em conservatório dramático e ao longo de sua
carreira
desenvolv
eu
diversas
peças
eruditas,
mas sua
obra
musical foi construída
essencialmente de trabalhos
voluntários para igrejas,
comunidades carentes e
programas de inclusão social.

Desde essa época seu interesse por música já era grande. Junto com os coleguinhas
de creche, cantava todas as canções de Leandro & Leonardo, Chitaozinho & Xororo,
Zezé di Camargo & Luciano entre outros populares da época. Sem falar nos finais
de semana recheados de Raul Seixas, Nelson Gonçalves, Benito di Paula, Elvis
Presley e Roberto Carlos que sua avó ouvia religiosamente.

Aos 5 anos, Billy aprendera a ler sozinho com os jornais do pai e na pré-escola aos
6, já se destacava por sua autonomia. Um menino sempre calado, muito curioso e
que trazia consigo um olhar de enormes olhos famintos de vida. Dentre as grandes
traquinagens da infância, aos 8 anos, um acidente com uma bomba de festas quase
o deixa cego de um olho.

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Aos 9 anos, Billy passa a fazer parte do coral da Paróquia Santo Antonio do
Caxingui onde inicia sua experiência musical. Na época, seu primo e melhor amigo
Léo viviam a fazer algumas pequenas jam sessions de cantigas e canções gospel.

Aos 11 anos, Billy ganha de presente de aniversário seu primeiro Violão.


Autodidata, começou com canções populares que iam de axé e sertanejo a rock n’
roll. E ganha também outro presente, esse que seria o mais importante não só na
musica, mas em toda sua vida: Vinícius de Araujo.

Juntos, Billy e Vinícius descobriram a musica: de Nirvana a Iron Maiden, Legião


Urbana e outras. Essa foi a influência que desencadeou, em 1997, com a grande
invasão do punk rock e hardcore, uma virada na vida dos dois.

Aos 13 anos, Billy forma sua primeira banda de ‘Ska-Core’ como guitarrista, com
Cristian no baixo e Diego ‘Shuda’ na bateria. Tocavam alguns hits punks de bandas
como The Ramones, Garotos Podres e até arriscavam uma musica própria. Mas não
chegaram a sair da garagem, ou melhor, do quarto do baterista devido à falta de
ensaios o que originou o nome da banda, ‘The Ferrets’ (Os Furões).

Aos 14 anos, era a época do reinado dos Raimundos, Charlie Brown Jr e Planet
Hemp. Aos 15 anos, Billy entra pra sua segunda banda como guitarrista solo.
Tocavam músicas do CPM-22, Dead Fish, Bad Religion, Milencolli, Pennywise e
outras influencias do punk rock e hardcore. Arriscavam músicas próprias e aqui
Billy começa a arriscar suas primeiras composições, mas deixa a banda após um
ano.

Aos 16, Billy junta-se com ‘seu irmão’ Vinícius e formam o primeiro projeto mais
sério, a banda MM’s S/A (Mamutes Sempre Ativos). Agora, Billy assumia o baixo e
alguns vocais. Vinícius assumia a bateria e Caio Volpe foi para a guitarra e vocais. A
banda era essencialmente de musicas próprias. Apresentaram-se em casas da cena
underground da época como o Zinc Rock Bar, Outs e a famosa Vila Rock, o galpão
onde começavam todas as pequenas bandas de garagem. Foi nesse momento em
que houve o encontro com outras bandas em festivais e shows que nasceram
grandes amizades que perduram até hoje: Julio Cezar Petterman (Banda
Colombina), Elvio Pimenta Neri (Banda Hideki), e Gabriel Cerpa. O MM's S/A durou
aproximadamente dois anos entre ensaios freqüentes, gravações ‘over-all’, letras e
canções irreverentes voltadas para o público jovem. Com o primeiro emprego na
mão, Billy agora dá lugar ao mais sério, Guilherme.

GUILHERME
Aos 18 anos, Guilherme e Vinícius se juntam a Gabriel Cerpa e formam o projeto
‘Frida’. Diferente do som que faziam anteriormente, o Frida trazia a proposta de
um trabalho de elaboração musical um pouco mais aprimorado. Começa aí a

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experiência com produção musical. Faltava o baixista já que Cerpa e Guilherme
eram guitarristas e Vinicius, baterista. Os três viviam uma época de gostos
musicais muito mais expandidos e ouviam desde samba até reggae.

Aos 19, Guilherme ingressa na FATEC-SP no curso de Hidráulica e Saneamento


Ambiental. A vida atarefada e as influências musicais mais individuais (João
Gilberto, Djavan, Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Tom Jobim,
João Bosco, Roberto Carlos, Cartola) fizeram com que ele abandonasse o projeto
Frida que agora aplicava novas influencias do Reggae e Dub. Vinícius permanece na
banda e do Frida nasce então o ‘Eat Bunney’.

Nesse momento, a constante necessidade de expressão e inovação empurrou


Guilherme a um projeto musical individual. Nasce Teomar Vibratto...

TEOMAR VIBRATTO
Aos 20 anos (2006), Teomar desengaveta todas as suas letras e sua ousadia para
produzir. Começou um trabalho tímido de algumas canções que resultou no álbum
"Flor de Jasmim, tá ligado?".

Sozinho Teomar
compunha sambas e
percebeu que assim
poderia percorrer
muito mais
possibilidades de
parcerias e
conseqüentemente
um trabalho de
produção muito
mais rico.

Em 2009 Teomar
juntou-se ao
baterista Ricardo
Melillo, neto do
Maestro Paschoal Melillo, com quem atualmente estuda música e faz
apresentações.

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FICHA TÉCNICA DO ÁLBUM

TEOMAR VIBRATTO – FLOR DE JASMIM, TÁ LIGADO?

MÚSICOS:

TEOMAR VIBRATTO VOZES, VIOLÃO NYLON, PROGRAMAÇÃO RÍTMICA,


SINTETIZADORES, SONOPLASTIA, DOOR NOISE EM
“VOCÊ PODE”, VIBRATTOFONE EM “GERAÇÕES”,
DOBRO EM “GERAÇÕES”, ESCALETA EM “GERAÇÕES”,
TALKING DRUM EM “ALÉM-COSMOS”, BAIXO EM
“REÚSE-SE”.

THIAGO NASSIF GUITARRA, PANDEIRO EM “NA RAMPA”, VIOLÃO


NYLON EM “GERAÇÕES”, BACKING VOCALS EM
“GERAÇÕES”, DOBRO EM “TEOMARIANA N°2”,
PERCUSSÕES EM “TEOMARIANA N° 2”.

VINÍCIUS ARAUJO CONTRA-BAIXO EM “MEIO ASSIM”, “SANDÁLIAS COM


MEIA”, “SAMBA PRA AMIZADE” E “GERAÇÕES”.

CÉSAR BENZONI BANDOLINS EM “SAMBA PRA AMIZADE” E “CROQUI”.

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS FERNANDA ZERBINI (ARTES VISUAIS EM


“TEOMARIANA N°2”), ÉLVIO PIMENTA NERI
(SINTETIZADORES EM “REÚSE-SE”)

PRODUÇÃO MUSICAL: THIAGO NASSIF


MASTERIZAÇÃO: GARY SUTHERLAND NO TUFF GONG STUDIOS (KINGSTON, JAMAICA)
PESQUISA SONORA E LITERÁRIA: TEOMAR VIBRATTO
DIREÇÃO ARTÍSTICA: TEOMAR VIBRATTO
DIREÇÃO EXECUTIVA: TEOMAR VIBRATTO (gravado entre julho e setembro de 2009, Home
Studio de Thiago Nassif, São Paulo)

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