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LAJES MISTAS DE AÇO E CONCRETO

PÓS GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA DE
ESTRUTURAS
ESTRUTURAS MISTAS
A02-Lajes Mistas
Profa. Débora Coelho Cordeiro Pinheiro
deboracordeiropinheiro@gmail.com
LAJES MISTAS DE AÇO E CONCRETO

Referências bibliográficas

• ABNT NBR 8800-2008 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas

mistas de aço e concreto de edifícios

• Dimensionamento de Elementos Estruturais de Aço e Mistos de Aço e

Concreto, Autores: Ricardo Hallal Fakury, Ana Lydia Reis de Castro e Silva

e Rodrigo Barreto Caldas, Ed. Pearson, 2017.

• Manual de Construção em Aço – Estruturas Mistas , Vol. 1 & 2 (editado

pelo CBCA), Autores: Gilson Queiroz, Roberval José Pimenta e Alexander

Galvão.
LAJES MISTAS DE AÇO E CONCRETO

Capítulo 12:
Lajes mistas de aço e
concreto
LAJES MISTAS DE AÇO E CONCRETO
12.1. Considerações iniciais

Elementos estruturais mistos de aço e concreto:


• aqueles em que um perfil de aço trabalha em conjunto com o concreto, armado ou
não

• mais conhecidos:
→ laje mista
→ viga mista
→ pilar misto
LAJES MISTAS DE AÇO E CONCRETO
12.1. Considerações iniciais

Serão considerados:
• projeto e o dimensionamento
de lajes mistas de aço e concreto
simplesmente apoiadas na direção
perpendicular às nervuras e
submetidas a cargas que não
provoquem fadiga e que
possam ser consideradas como
uniformemente distribuídas.

Não serão abordados:


• lajes mistas contínuas;
• lajes com cargas concentradas atuando diretamente sobre a laje, provocando
punção, e de cargas lineares sobre a laje de intensidade significativa, como as
decorrentes de paredes de alvenaria convencional;
• lajes em que se adiciona à fôrma de aço armadura positiva complementar no interior
das nervuras para aumento da capacidade resistente.
LAJES MISTAS DE AÇO E CONCRETO
12.1. Considerações iniciais

• Vantagens das lajes mistas:


→ facilidade de instalação
→ a dispensa de escoramento e de
desforma
→ alta velocidade construtiva
→ possibilidade de a fôrma de aço
funcionar como plataforma de serviço e
proteção aos operários em atividades
nos andares inferiores

• Desvantagens:
→ eventual necessidade de maior
quantidade de vigas perpendiculares às
nervuras da fôrma para suporte da laje
mista (vigas secundárias)
→ a necessidade de utilização de forros
suspensos => Estética
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12.2. Aspectos do comportamento

• Fase inicial (antes do concreto atingir 75 % de fck)


→ fôrma de aço deve ser capaz de suportar isoladamente as ações atuantes
durante a construção

• Fase final (após a cura do concreto)


→ fôrma de aço e o concreto combinam-se (um único elemento estrutural misto)
→ fôrma de aço trabalha como armadura positiva da laje na direção das nervuras

• Formas de aço: Trapezoidais ou reentrantes


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12.2. Aspectos do comportamento Nas fôrmas reentrantes, a ligação é
As fôrmas trapezoidais precisam fornecida pelo atrito entre o aço e o
possuir mossas para assegurar a concreto, potencializado pelo
ligação adequada entre eles. confinamento do concreto entre as
nervuras.
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12.3. Produtos, materiais e dimensões
12.3.1. Considerações gerais
• Atualmente, existem no Brasil apenas fabricantes de fôrmas de aço trapezoidais
com altura nominal das nervuras, hF, variando entre 50 mm e 75 mm, e lajes com
altura total, ht, medida da face inferior da fôrma ao topo do concreto, entre 100 mm e
200 mm.
• Fornecedores: Metform, Arcelor, MBP => Catálogos no Canvas
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12.3. Produtos, materiais e dimensões
12.3.1. Considerações gerais
• As fôrmas de aço devem ser fabricadas com chapas finas de aço estrutural que:
– atendam aos requisitos da norma brasileira ABNT NBR 14762:2011 => Perfil formado a frio
– são geralmente galvanizadas em ambas as faces.
• Em ambientes mais agressivos, pode-se utilizar, além da galvanização, pintura
apropriada na face exposta ao meio externo.
• Outras proteções somente podem ser empregadas caso se demonstre por estudos
apropriados que a integridade da fôrma será mantida pelo período de tempo
desejado.
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12.3. Produtos, materiais e dimensões
12.3.1. Considerações gerais
• O concreto deve ter altura mínima, tc, de 50 mm acima do topo das nervuras. Para
garantir a sua adequada interação com a fôrma de aço, deve possuir agregado
graúdo que não exceda os seguintes valores:
→ 040 tc, onde tc é a altura de concreto acima do topo das nervuras;
→ bF/3, onde bF é a largura média das nervuras das fôrmas trapezoidais;
→ 30 mm.

• Assim, comumente nas lajes mistas usa-se concreto com Brita 1, cuja maior
dimensão atinge 25 mm, e atende a todas essas exigências.
• Em algumas situações especiais, nas quais existe muita armadura, utiliza-se Brita 0,
que pode possuir dimensão máxima de 12,5 mm.
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12.3. Produtos, materiais e dimensões
12.3.2. Fôrmas da Metform
• Fôrmas com aço galvanizado ASTM A653 – Grau 40 (ZAR 280), que possui
resistência ao escoamento ( fyF) igual a 280 MPa, nas espessuras de 0,80 mm, 0,95
mm e 1,25 mm, com mossas longitudinais nas paredes das nervuras.
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12.3. Produtos, materiais e dimensões
12.3.2. Fôrmas da Metform
• Comprimentos de até 12 m, em duas geometrias distintas:
→ MF-50, recomendada principalmente para edificações urbanas como hotéis,
hospitais, escritórios, edifícios, garagens etc.;
→ MF-75, recomendada principalmente para empreendimentos industriais e
situações em que haja atuação de cargas elevadas.
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12.4. Aspectos construtivos

• As fôrmas de aço são instaladas por painéis,


posicionados geralmente sobre as faces
superiores das vigas.

• Deve-se remover ferrugem, rebarbas,


respingos de solda e oleosidades em geral
que tenham ficado na fôrma.

• Após os painéis serem posicionados, há comumente a necessidade de se fazer recortes e


ajustes nos cantos e no contorno de pilares para adaptação.
fonte: aecweb.com.br fonte: Metform
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12.4. Aspectos construtivos

• Em seguida, esses painéis devem ser fixados aos perfis de aço das vigas.

• Ao término da montagem da fôrma, se vigas mistas de aço e concreto forem


utilizadas no piso, conectores de cisalhamento do tipo pino com cabeça devem ser
soldados na face superior dos perfis de aço dessas vigas. Essa soldagem é feita
geralmente por eletrofusão.
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12.4. Aspectos construtivos

• Concluídas essas etapas, a tela soldada de controle de fissuração e outras


armaduras devem ser posicionadas e, em seguida, faz-se o lançamento do concreto.
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12.4. Aspectos construtivos

• É importante destacar que as lajes funcionam como elementos de transmissão de


forças horizontais para as subestruturas de contraventamento, mas isso só é
possível quando o concreto alcança 75% da sua resistência característica à
compressão.
• Por essa razão, deve-se prestar atenção especial à sequência construtiva, pois
podem ocorrer problemas de estabilidade se um número elevado de pavimentos for
montado sem a correspondente concretagem.
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12.5. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites últimos
12.5.1. Fase inicial
• A verificação da fôrma deve ser realizada com base nas prescrições da ABNT
NBR14762:2011.

• Propriedades geométricas da seção transversal da fôrma e o efeito das mossas nas


resistências de cálculo

• Ações durante a construção:


→ pesos próprios do concreto fresco, da fôrma de aço e da tela soldada e de
eventuais armaduras adicionais;
→ sobrecarga característica de construção: carga uniformemente distribuída com
valor mínimo de 1 kN/m2 ou carga linear de 2,2 kN/m perpendicular à direção das
nervuras da fôrma, na posição mais desfavorável (adotar o que for mais nocivo);
→ efeito de empoçamento: caso o deslocamento no centro do vão da fôrma,
calculado com o seu peso próprio somado ao do concreto fresco, ultrapasse o valor
de LF / 250 , onde LF é o vão teórico da laje na direção das nervuras, considera-se
um acréscimo na espessura nominal do concreto de 70 % do valor do deslocamento
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12.5. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites últimos
12.5.2. Fase final
• Sob ação de uma carga uniformemente distribuída, os seguintes estados-limites
últimos são aplicáveis:
→ plastificação de uma linha da laje na direção perpendicular às nervuras pela ação do
momento fletor, linha esta denominada charneira plástica, em um mecanismo similar
à formação da rótula plástica de vigas de aço e também de vigas mistas de aço e
concreto
→ colapso por cisalhamento vertical, causado pela força cortante
→ colapso por cisalhamento longitudinal (na direção das nervuras), causado pela força
cortante
Nas fôrmas de aço fabricadas no Brasil, geralmente
prevalece o colapso por cisalhamento longitudinal.
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12.5. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites últimos
12.5.2. Fase final
• A determinação da força cortante resistente de cálculo para o estado-limite último de
colapso por cisalhamento longitudinal pode ser feita usando procedimentos da
ABNT NBR 8800:2008, mas para isso é necessário conhecer duas constantes (m e
k), que só podem ser obtidas por meio de ensaios experimentais.
• Esses ensaios são efetuados com uma determinada fôrma de aço, e os valores
obtidos das duas constantes só valem para a fôrma ensaiada, pois dependem de
sua geometria e do projeto de suas mossas.
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12.5. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites últimos
12.5.3. Tabelas de dimensionamento para as fases inicial e final
• Nas tabelas, a verificação na fase inicial se resume à obtenção do vão máximo sem
escoramento, que pode ser simples, duplo, triplo ou, ainda, um balanço.

• No vão simples, a fôrma é simplesmente apoiada.

• Vãos duplos significam que a fôrma é contínua sobre dois vãos consecutivos, cada
um com o comprimento indicado na tabela dada.

• No caso dos vãos triplos, a fôrma é contínua


sobre três vãos consecutivos, cada um com o
comprimento indicado na tabela.

• Caso o vão seja superior ao vão máximo sem


escoramento indicado na tabela, a fôrma deverá
ser escorada durante a concretagem, por
exemplo, por treliças telescópicas apoiadas
nas vigas.
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12.5. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites últimos
12.5.3. Tabelas de dimensionamento para as fases inicial e final
• A verificação na fase final corresponde à obtenção da máxima carga uniformemente
distribuída sobreposta que pode atuar em determinado vão, entre vigas de suporte.

• Nessa fase, a laje é sempre tratada como simplesmente apoiada, pois não é
previsto o uso de armadura negativa sobre as vigas de suporte (se essa armadura
fosse empregada, a laje seria contínua, e as tabelas deixariam de ser aplicáveis).

• Considera-se que:
→ o peso próprio da laje, importante para levantamento de cargas gravitacionais na
edificação, está com seu valor característico e foi determinado pressupondo-se
concreto com massa específica de 2.400 kg/m3

→ o concreto tem resistência característica à compressão, fck, entre 20 MPa e 50


MPa, conforme o Item 2.4

→ as cargas sobrepostas são características e não devem incluir o peso próprio da


laje mista
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12.5. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites últimos
12.5.3. Tabelas de dimensionamento para as fases inicial e final
• Considera-se que:
→ as lajes com altura total de 100 mm para MF-50 e 130 mm para MF-75 devem ser utilizadas
apenas como lajes de forro, não devendo, portanto, ser adotadas para lajes de pisos

• Adicionalmente, para evitar que se atinjam estados-limites últimos relacionados a problemas


localizados, como enrugamento da alma da fôrma de aço ou esmagamento do apoio, as
fôrmas de aço MF-50 devem se apoiar nas vigas em um comprimento mínimo de 50 mm nos
apoios externos e de 100 mm nos internos, e as fôrmas MF-75, em comprimentos de 75 mm e
150 mm, respectivamente
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12.5. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites últimos
12.5.3. Tabelas de dimensionamento para as fases inicial e final
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12.5. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites últimos
12.5.3. Tabelas de dimensionamento para as fases inicial e final
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12.5. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites últimos
12.5.3. Tabelas de dimensionamento para as fases inicial e final
LAJES MISTAS DE AÇO E CONCRETO
12.5. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites últimos
12.5.3. Tabelas de dimensionamento para as fases inicial e final
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12.6. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites de serviço
12.6.1. Fase inicial
• Na fase inicial, quando a fôrma de aço não é escorada durante a concretagem, como é comum
na prática, seu deslocamento máximo sob os valores característicos dos pesos próprios,
desconsiderando-se a sobrecarga de construção, não deve exceder LF/180 ou 20mm, o que for
menor, onde LF é o vão teórico da laje na direção das nervuras.

12.6.2. Fase final


• Na fase final a armadura em tela soldada, que evita fissuras no concreto devidas à retração ou
variações de temperatura, deve possuir área de seção transversal igual a, no mínimo, 0,1% da
área de concreto acima do topo da fôrma e ter seu eixo situado a aproximadamente 20 mm da
face superior da laje. Valores maiores de cobrimento podem ter que ser adotados em locais de
agressividade ambiental forte (marinhos e industriais) ou muito forte (industriais químicos
agressivos e respingos de maré), especialmente quando o concreto da laje não tiver
revestimento na sua face superior.
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12.6. Dimensionamento da laje mista aos estados-limites de serviço
12.6.2. Fase final
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Exercícios de aplicação

Parâmetros que influenciam na escolha da melhor solução:


- peso e espessura da forma de aço
- peso do concreto
- número de vigas secundárias - comprimentos em cada direção -
correspondentes perfis dessas vigas
- viabilidade e otimização econômica
- disponibilidade no mercado dos elementos escolhidos

→ não existe um critério único para escolha da melhor solução de laje mista
em um piso
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Exercícios de aplicação
Laje mista de piso com vão de 3,20 m e sobrecarga de 4 kN/m2
Propõe-se dimensionar uma laje mista de piso considerando:
 espaçamento entre as vigas secundárias igual a 3,20 m, conforme mostra a
figura a seguir,
 sobrecarga característica de 4 kN/m²;
 espessura da laje 140 mm;
 concreto de resistência característica à compressão ( fck) igual a 30 MPa.
 determinar qual tela soldada de aço deve ser usada na laje para evitar fissuração
decorrente de retração ou variações de temperatura.
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Simulação da distribuição mais econômica de vigas em piso de edificação
Solução com a colocação de vigas secundárias na direção do menor vão (MF-75):
• duas vigas secund.
LF = 9,6/3 = 3,2 m

TRIPLO

ok!

*3,27 kN/m² < 4,0 kN/m²


 É necessário armar a laje
para aumentar a carga limite
depois da cura, se for
escolhida a MF75 de 0,80 mm
de espessura.

ANTES DEPOIS
DA CURA DA CURA
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Exercícios de aplicação
Laje mista de piso com vão de 3,20 m e sobrecarga de 4 kN/m2
• Supondo-se, então, que a laje escolhida tenha sido a com fôrma MF-75 de altura
total de 140 mm, é necessário empregar uma tela soldada Q-75 ( 3,8 x 3,8 – 150 x
150) para evitar fissuras devidas à retração ou variações de temperatura, situada a
cerca de 20 mm da sua face superior.
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Exercícios de aplicação
Laje mista de piso com vão de 2,80 m e sobrecarga de 5,1 kN/m2
Dimensionamento de uma laje mista de piso considerando:
 espaçamento entre as vigas de suporte igual a 2,80 m, conforme mostra a figura
a seguir;
 sobrecarga característica de 4 kN/m2 mais revestimento de 1,1 kN/m2;
 concreto de resistência característica à compressão (fck) igual a 30 MPa.
 Usar MF75
 Determinar qual tela soldada de aço deve ser usada na laje para evitar fissuração
decorrente de retração ou variações de temperatura.
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Simulação da distribuição mais econômica de vigas em piso de edificação
Solução com a colocação de vigas secundárias na direção do menor vão (MF-75):
=> espessura da laje igual a 140 mm (MF75) => menor peso próprio
DUPLO
DUPLO

ok!
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Simulação da distribuição mais econômica de vigas em piso de edificação
Solução com a colocação de vigas secundárias na direção do menor vão (MF-75):
DUPLO
DUPLO

ok!

*5,51 kN/m² > 5,1 kN/m²


 Não é necessário armar a
laje para aumentar a carga
limite depois da cura

ANTES DEPOIS
DA CURA DA CURA
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Simulação da distribuição mais econômica de vigas em piso de edificação
Solução com a colocação de vigas secundárias na direção do menor vão (MF-75):
DUPLO
DUPLO

ok!

*5,51 kN/m² > 5,1 kN/m²


 Não é necessário armar a
laje para aumentar a carga
limite depois da cura

ANTES DEPOIS
DA CURA DA CURA
LAJES MISTAS DE AÇO E CONCRETO
Exercícios de aplicação
Laje mista de piso com vão de 2,80 m e sobrecarga de 5,1 kN/m2
• Na laje com fôrma MF-75 de altura total de 140 mm, é necessário empregar uma
tela soldada Q-75 ( 3,8 x 3,8 – 150 x 150) para evitar fissuras devidas à retração ou
variações de temperatura, situada a cerca de 20 mm da sua face superior.
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Exercícios de aplicação (ex. 12.7.3)
Simulação da distribuição mais econômica de vigas em piso de edificação

Considere uma edificação cujos pisos tenham


Lados de 15 m e 6 m, suportados por pilares
de canto e lajes mistas de aço e concreto.

 A carga sobreposta característica na laje é constituída por 0,95 kN/m2 de


revestimento do piso, 0,65 kN/m2 de forro do andar inferior e 6 kN/m2 de
sobrecarga.
 Com base nessas informações, propõe-se determinar e esboçar a solução mais
econômica para o emprego de lajes mistas com fôrmas MF-50 (esp. 140 mm)
ou MF-75 (esp. 160 mm), considerando a colocação de vigas secundárias na
direção do maior vão ou na direção do menor vão, para construção sem
escoramento.
 O concreto a ser utilizado possui resistência característica à compressão ( fck)
igual a 30 MPa.
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Exercícios de aplicação
Simulação da distribuição mais econômica de vigas em piso de edificação

Para evitar ter que efetuar o dimensionamento completo das vigas para cada solução
possível neste exemplo, pede-se, simplificadamente a seguinte ordem de critérios em
busca do menor custo:
1) que se adote a fôrma de aço com a menor espessura possível, ou seja, 0,8 mm,
2) menor comprimento total de vigas secundárias, independentemente dos perfis a
serem utilizados nessas vigas;

Após encontrar a melhor solução, cumpre determinar qual tela soldada de aço deve ser
usada na laje para evitar fissuração decorrente de retração ou variações de
temperatura.

A carga sobreposta aplicada à laje, somando o forro de 0,65 kN/m2, o


revestimento de 0,95 kN/m2 e a sobrecarga 6 kN/m2, é de 7,6 kN/m2.
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Simulação da distribuição mais econômica de vigas em piso de edificação
Solução com a colocação de vigas secundárias na direção do menor vão (MF-50):
• duas vigas secund.
LF = 15/3 = 5 m

TRIPLO
não ok!

• três vigas secund.


LF = 15/4 = 3,75 m

DUPLO DUPLO
não ok!

• quatro vigas secund.


LF = 15/5 = 3,0 m

TRIPLO DUPLO
ANTES DEPOIS
não ok!
DA CURA DA CURA
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Simulação da distribuição mais econômica de vigas em piso de edificação
Solução com a colocação de vigas secundárias na direção do menor vão (MF-50):
• Cinco vigas secund.
LF = 15/6= 2,5 m

TRIPLO TRIPLO

ok!*

*5,9 kN/m² < 7,6 kN/m²


 Armar a laje para aumentar
a carga limite depois da cura

ANTES DEPOIS
DA CURA DA CURA
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Simulação da distribuição mais econômica de vigas em piso de edificação
Solução com a colocação de vigas secundárias na direção do menor vão (MF-75):
• duas vigas secund.
LF = 15/3 = 5 m

TRIPLO
não ok!

• três vigas secund.


LF = 15/4 = 3,75 m

DUPLO DUPLO
não ok!

• quatro vigas secund.


LF = 15/5 = 3,0 m

TRIPLO DUPLO
ANTES DEPOIS
não ok!
DA CURA DA CURA
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Simulação da distribuição mais econômica de vigas em piso de edificação
Solução com a colocação de vigas secundárias na direção do menor vão (MF-75):
• Cinco vigas secund.
LF = 15/6= 2,5 m

TRIPLO TRIPLO

ok!

*9,03 kN/m² > 7,6 kN/m²


 Não é necessário armar a
laje para aumentar a carga
limite depois da cura

ANTES DEPOIS
DA CURA DA CURA
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Solução com a colocação de vigas secundárias na direção do maior vão (MF-50):

• Uma viga secund.


LF = 6/2 = 3 m
DUPLO

não ok!

• duas vigas secund.


LF = 6/3 = 2,0 m
TRIPLO

ok!

*10,9 kN/m² > 7,6 kN/m²


 Não é necessário armar
a laje para aumentar a
carga limite depois da cura ANTES DEPOIS
DA CURA DA CURA
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Solução com a colocação de vigas secundárias na direção do maior vão (MF-75):

• Uma viga secund.


LF = 6/2 = 3 m
DUPLO

não ok!

• duas vigas secund.


LF = 6/3 = 2,0 m
TRIPLO

ok!

*15,75 kN/m² > 7,6 kN/m²


 Não é necessário armar
a laje para aumentar a
carga limite depois da cura ANTES DEPOIS
DA CURA DA CURA
LAJES MISTAS DE AÇO E CONCRETO

Solução Final:
Solução com vigas secundárias na direção do menor vão:
• cinco vigas secundárias: LF = 2,5 m
• laje com fôrma MF-75 de altura total de 160 mm

Solução com de vigas secundárias na direção do maior vão:


• duas vigas secundárias: LF = 2 m
• laje com fôrma MF-50 de altura total de 140 mm

Segundo o critério para determinar qual a solução de menor custo entre as


duas encontradas anteriormente é o que prevê o menor comprimento total das vigas
secundárias adicionadas ao piso. Nesse critério, como se vê a seguir, ambas as
soluções se igualam:
• solução com cinco vigas secundárias na direção do menor vão: 5 × 6 m = 30 m
• solução com duas vigas secundárias na direção do maior vão: 2 × 15 m = 30 m
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Solução Final:
Segundo o critério que prevê o menor peso próprio da laje:
• solução com cinco vigas secund. na direção do menor vão (MF75/160mm)
– p.p. = 2,97 kN/m2
• solução com duas vigas secund. na direção do maior vão (MF50/140mm)
– p.p. = 2,74 kN/m2
Por esse critério, prevalece a solução com duas vigas secundárias na direção do
maior vão, que conduz a uma laje mista com altura total de 140 mm e fôrma MF-50,
com peso próprio de 2,74kN/m2. É evidente ressaltar que não é recomendado
variar o tipo de steel deck nem a espessura do mesmo em uma mesma obra,
mesmo que o dimensionamento aponte soluções mais econômicas em situações
diferentes.
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Exercícios de aplicação
Simulação da distribuição mais econômica de vigas em piso de edificação
• Na laje com fôrma MF-50 de altura total de 140 mm, é necessário empregar uma
tela soldada Q-75 ( 3,8 x 3,8 – 150 x 150) para evitar fissuras devidas à retração ou
variações de temperatura, situada a cerca de 20 mm da sua face superior.
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Exercício Proposto
Para o piso mostrado (Região I + Região II), com lajes mistas de aço e concreto,
submetido a uma carga sobreposta característica igual a 8 kN/m2, pede-se determinar e
esboçar a melhor solução em MF-50 ou MF-75 (conforme critérios estabelecidos no
exercício 12.7.3) considerando a colocação de vigas secundárias igualmente
espaçadas na Região I, para construção sem escoramento. Para a solução encontrada
determinar qual o valor máximo do vão do balanço (Lb).

OBS:

(balanço)
Região II
1- Descrever o raciocínio empregado e
indicar a direção das nervuras da fôrma; Região I
2- A direção das nervuras na Região I 5m
deve garantir a continuidade da fôrma
para viabilizar o balanço.

9m Lb
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Referências da aula

• FAKURY, R. H.; CASTRO E SILVA, A. L. R.; CALDAS,


R. B. Dimensionamento de estruturas de aço em mistas
de aço e concreto. 2016.
• Manual de Construção em Aço – Estruturas Mistas , Vol.
1 & 2 (editado pelo CBCA), Autores: Gilson Queiroz,
Roberval José Pimenta e Alexander Galvão.
• Notas de aula da disciplina Estruturas Mistas – Profa.
Laura Abreu, PUC Minas (2020)

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