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Há uma diferença entre forma e figura. Em primeiro lugar, a forma é aquilo que
determina algo. Ela também é, de certa maneira, aquele principio na coisa em qual adentra o ser
de uma coisa, ou seja, o receptáculo do ser. A forma é ato, às vezes ela (a forma) é tão nobre e tão
ato que ela não precisa subsistir na matéria - que é o caso dos anjos. Às vezes não, que é o nosso
caso - somos compostos por matéria e forma, sendo a forma o princípio organizador da matéria.
Sobre o particípio presente: Foi a língua em sua própria evolução, através do uso dos
falantes, que foi, a pouco e pouco, obliterando o valor propriamente verbal do particípio presente
e retendo os valores nominais de adjetivos e substantivos. Tudo isso para assinalar, com maior
rigor possível, que as coisas na língua não desaparecem por decreto, embora Mussolini tenha
tentado.
A língua, e isso é um insofismável, é algo que não se realiza pelo desejo de terceiros, mas
é algo que vai se construíndo através dos seus usos. Quando falamos de norma culta, podemos
aventar uma intervenção humana, mas uma intervenção humana indireta. O que chamamos de
norma culta é a verificação de um fato apreensível por qualquer um. A "norma culta", como
podemos perceber pela sua nomenclatura, é revestida de uma autoridade consuetudinária. Ou
seja, é como se fosse um comum acordo entre aqueles que são reconhecidos pelo bom uso da
língua.
Os consensos críticos são formulados ao longo do tempo por autores que assimilaram
uma tradição literária extensa.
Algumas notas: