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Aula 6 - A gramática como forma da língua e como ciência classificadora.

Há uma diferença entre forma e figura. Em primeiro lugar, a forma é aquilo que
determina algo. Ela também é, de certa maneira, aquele principio na coisa em qual adentra o ser
de uma coisa, ou seja, o receptáculo do ser. A forma é ato, às vezes ela (a forma) é tão nobre e tão
ato que ela não precisa subsistir na matéria - que é o caso dos anjos. Às vezes não, que é o nosso
caso - somos compostos por matéria e forma, sendo a forma o princípio organizador da matéria.

Sobre o particípio presente: Foi a língua em sua própria evolução, através do uso dos
falantes, que foi, a pouco e pouco, obliterando o valor propriamente verbal do particípio presente
e retendo os valores nominais de adjetivos e substantivos. Tudo isso para assinalar, com maior
rigor possível, que as coisas na língua não desaparecem por decreto, embora Mussolini tenha
tentado.

A lei é, em sentido escolástico, uma construção da razão prática em vista do bem-comum.


A lei, sendo isto, tem outras características como, por exemplo: ela precisa imperar sobre os
cidadãos; ela permite ou proíbe certas coisas; ela precisa ser promulgada por uma autoridade que
seja reconhecida pelas pessoas que são objetos das leis; entre outros fatores. Falta a gramática
alguns dos aspectos característicos que constituem uma lei. Por exemplo, em relação à
autoridade promulgadora, admití-la seria ir contra, em se tratando de linguagem, a natureza das
coisa.

A língua, e isso é um insofismável, é algo que não se realiza pelo desejo de terceiros, mas
é algo que vai se construíndo através dos seus usos. Quando falamos de norma culta, podemos
aventar uma intervenção humana, mas uma intervenção humana indireta. O que chamamos de
norma culta é a verificação de um fato apreensível por qualquer um. A "norma culta", como
podemos perceber pela sua nomenclatura, é revestida de uma autoridade consuetudinária. Ou
seja, é como se fosse um comum acordo entre aqueles que são reconhecidos pelo bom uso da
língua.

Os consensos críticos são formulados ao longo do tempo por autores que assimilaram
uma tradição literária extensa.

Algumas notas:

Os signos linguísticos possuem uma certa "arbitrariedade", ou seja, não decorrem da


natureza dos objetos, mas de convenções.

Um breve estudo sobre as semelhanças entre os fonemas "mãe/mom/madre/maman". Está


na natureza das coisas ou dos sons?

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