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Aula 18 - Norma Culta, Degenerescência Linguística e Outros Temas

A língua possui duas características fundamentais: 1) a língua é multidudinária (ou seja,


produto de uma coletividade); 2) a língua é consuetudinária (ou seja, é fruto dos costumes). Ao
apresentar estes dois aspectos, fica claro que ninguém pode reivindicar a propriedade da língua.
Os gramáticos são, não custa reiterar, especialistas em codificar estes costumes.

Um problema que vivemos hoje no Brasil é o de que o caráter "consuetudinário"


(costume) da língua cada vez mais se afasta das formas mais estruturais da língua - reside aqui,
portanto, o risco da língua sucumbir.

O papel do gramático, do professor de literatura e português, ou melhor, de qualquer um


indivíduo que esteja empenhado na excelência da linguagem é sempre, oportuna ou
importunamente, por nas mãos daqueles que estão se formando os grandes modelos da
linguagem. Devemos fazer do bem escrever a nossa língua um ponto de honra. A morte de uma
nação começa sempre pelo apodrecimento da língua. Um povo que não domina a própria língua,
é dominado.

Não há duvidas que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e asnecessidades dos
usos e costumes. Querer que a nossa pare no século dequinhentos, é um erro igual ao de afirmar
que a sua transplantação para aAmérica não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a
influência do povo édecisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de
forçaentram no domínio do estilo e ganham direito de cidade. (ASSIS, M.: 1962, 809,v. III)

Só nas mãos de Deus as coisas nascem Ex Nihilo.

A ironia é uma faca de dois gumes. Ou ela é empregada nas propriedades que exigem as
normas da arte, ou torna-se uma chalaça. A ironia é um recurso de linguagem (figura) que
consiste dizer uma coisa enunciando o seu oposto. Logo, tem de ser empregada de tal maneira
que o contexto desminta o enunciado - caso contrário, a ironia não será compreendida.

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