Você está na página 1de 30

[- tópicos

- anki (antigo regime)]

1. Tópicos de História Moderna


- período histórico que começou com a Queda do Império Bizantino, em
1453 e terminou com a Revolução Francesa, em 1789. É o período
entre a Idade Média e a Idade Contemporânea.

● Política: absolutismo
● Economia: mercantilismo
● Sociedade: Antigo Regime

Transição feudo-capitalista

- É assim que a História Moderna é pensada do ponto de vista marxista.

Capitalismo: é o modo de produção que nasce com a Revolução


Industrial

→ sai do modo de produção de servidão e passa para o trabalho


assalariado

Transição feudo-capitalista → viabiliza Revolução Industrial

- O que é reminiscência do passado ainda não foi plenamente destruído,


mas o novo ainda não nasceu

Novo: se esboça na burguesia, classe que protagoniza essa grande


transformação → sujeito que se dedica ao comércio e constitui uma classe no
final da Idade Média
Nesse período, há uma grande crise com três dimensões (economia,
peste e guerra). Essas crises são contemporâneas do renascimento
comercial e urbano. É como se na Idade Média todos vivessem no
campo. As cidades começam a renascer nos séculos XII e XIII. Nesses
burgos as pessoas estão menos sujeitas à arbitrariedade de senhores
feudais. Ao longo de três séculos, essa classe vai acumular capital. Lá
no século XVIII, essa burguesia vai usar o seu poder econômico, fruto
da acumulação, para obter poder político e derrubar o Antigo Regime e
instalar regimes burgueses.

Obs: Boa parte dos judeus ricos na Europa Ocidental se dedicam a


atividades comerciais.

● Formação de Estados modernos

O senhor feudal tem um poder quase absoluto no seu feudo. Essa


extrema descentralização política vai dar lugar a um processo de
centralização que vai fundar os Estados modernos centralizados, como
Portugal, que é o primeiro a se formar.

Obs: não são Estados nacionais.

○ Absolutismo
■ Monopólio da fé
● Intolerância religiosa
■ Monopólio da violência
■ Monopólio da tributação
● Tesouro real
■ Monopólio da justiça

→ um rei, uma fé, uma lei.

O que caracteriza o sistema político nesses Estados modernos é o


absolutismo. Advogavam a teoria do direito divino dos reis. No século
XVII, na Inglaterra, ainda não tinha absolutismo. Mas os monarcas
britânicos tentaram adotar a teoria do direito divino dos reis e impor a
sua arbitrariedade.

O monopólio da tributação fortalece o Tesouro real e faz o rei depender


cada vez menos dos seus súditos, principalmente da nobreza. A
nobreza tem origem militar. Conquista contra os bárbaros, lutas para
converter os adeptos de outras fés. Cada vez mais frequente ao longo
dos séculos XVIII, era um burguês muito rico se nobilitar comprando um
título de nobreza. Ele compra um cargo público, mas é uma nobreza
inferior.
Se o rei é rei porque Deus quis, nesse tipo de sistema político, a relação
entre Estado e Igreja é muito estreita. Hoje a gente tem, no máximo,
teocracias. Aqui é mais do que isso. Para ter poder absoluto, o monarca
precisa ter o monopólio de todas as riquezas. Também o monopólio
político e da justiça. Não há separação de poderes.

Além disso, o absolutismo envolve o monopólio da fé. Se o Luís XIV diz


que o Estado era ele, e ele é rei porque Deus quis, se você questiona,
você está questionando Deus. Ele expressa a vontade da Providência,
que escapa à capacidade de compreensão do homem comum. Assim,
se você questiona uma ordem real, você está questionando a religião.
Isso só funciona se todos acreditam no mesmo Deus.

Assim, um elemento fundamental de uma monarquia absolutista é a


intolerância religiosa. É preciso garantir o monopólio da fé para que o
poder absoluto do rei seja efetivo diante dos seus súditos.

- Guerras de religião
● Estado + Igreja
○ Teoria do Direito Divino dos Reis

Dissidências na Igreja existiram antes da Idade Moderna. Mas agora


essa é uma questão de Estado que não pode ser negociada. Lutero é
expulso da Igreja Católica e se refugia sob as asas de soberanos de
estados alemães. Isso faz com que eles peguem em armas para
defender a sua fé. As guerras de religião são uma marca da Idade
Moderna. Na GB a gente vai ver algo diferente da França. Nesta, foi
uma questão secundária. Na Inglaterra, são guerras de religião.

A relação do Estado com a Igreja é umbilical. Os membros do clero


estão sob a autoridade do Papa, mas também sob a autoridade do
monarca. Isso fundamenta a Teoria do Direito Divino dos Reis.
- Mercantilismo e Sistema Colonial
● Mercantilismos

Os absolutismos, em geral, com exceção da GB, deram origem a


práticas econômicas que a gente chama de mercantilistas. São vários
os tipos de mercantilismo. Não há uma doutrina, há práticas variadas
em cada lugar.

A premissa básica é que toda riqueza do mundo é fixa, é criação divina.


Todas têm em comum a premissa de que a economia é um jogo de
soma zero. “Se eu estou ganhando, é porque você está perdendo.” “Se
o meu país está enriquecendo, é porque outro está empobrecendo.”
Ocorrem medidas protecionistas para obter uma balança comercial
favorável. Era comum evitar o escoamento de metais preciosos. A ideia
era deixar o dinheiro parado (entesouramento estatal). O que move a
economia, nessa concepção, é o comércio. É como se as trocas
comerciais produzissem riqueza ou empobrecimento. Se um país
exporta mais, ele enriquece. Há protecionismo para evitar a
concorrência estrangeira. Tudo isso é calcado na ideia do monopólio. É
um instrumento do rei para se capitalizar.

● Acumulação primitiva de capitais


○ “Revolução Comercial”

A burguesia vai se beneficiar muito dos monopólios. Isso gera a


acumulação primitiva de capitais. É uma acumulação pré-capitalista,
está ocorrendo no setor terciário (comércio). Depois disso, ela vai ter
condições de investir no setor que hoje chamamos de secundário. Ela
revoluciona a manufatura e provoca a Rev. Industrial.

Burns é um autor liberal, ele vai falar em revolução comercial (termo


ultrapassado). É esse processo entre o fim da Idade Média e o início da
Idade Contemporânea, em que há uma transição do feudalismo para o
capitalismo. Usam esses recursos acumulados do comércio para
transformar o mundo. A revolução comercial é iniciada pelo
renascimento comercial urbano.
→ a banca tira questões tanto do Burns (liberal) quanto do Hobsbawm
(marxista).

- Antigo Regime
● Sociedade estamental
○ Status
● Privilégio de nascimento
● Mobilidade social reduzida

Há a perpetuação da mesma organização social básica que existia na


Idade Média, no final. Nesse aspecto, não há mudança estrutural.

O resto, Luigi chama de “plebe”.

Privilégio de nascimento é o que estrutura essa sociedade. Ou nasce


nobre ou nasce não nobre. Era quase impossível nascer nobre e virar
plebeu. Esse privilégio é o que estrutura. Mesmo falido, o sujeito
continua sendo nobre. Há alguns casos de ricos burgueses que
compram títulos, são nobreza de baixo calão.

● Liturgia

É o papel das aparências, dos rituais, da vestimenta, dos sinais


externos do seu pertencimento ao seu estamento. É uma série de
convenções. Trata-se de uma corte cheia de nobres que vivem em torno
do rei. A liturgia é estruturante, pois o rito estrutura a sociedade.
Obs: hoje o que estrutura a sociedade são as diferenças de renda.
Temos liturgias, mas elas não são estruturantes.

É nesse tipo de sociedade que a burguesia está enriquecendo. O


burguês é da plebe, ele ganha dinheiro, mas não ganha o status
correspondente a isso. Mesmo quando compra um título, ele não ganha
a influência política que a nobreza tem.

Em uma leitura marxista, o absolutismo expressa a hegemonia da


aristocracia (nobreza + clero). Portanto, antes da revolução
francesa/industrial, a classe dominante na Idade Moderna na Europa é a
aristocracia.

Obs: Antigo Regime é o termo que os revolucionários franceses dão


para o momento anterior. É uma expressão genérica para absolutismo,
mercantilismo, privilégio de nascimento, monopólio da fé, intolerância
religiosa. Absolutismo seria a característica mais política do Antigo
Regime.

Inglaterra - Análise Geral

● Exceção: Inglaterra
○ Tudor
○ Stuart (1603 - 1649) + (1660 + 1688)

O modelo de absolutismo NÃO se estabeleceu na Inglaterra no início da


Idade Moderna (século XVI). Houve duas dinastias principais nesse
período.

Tudor - são a família real que tentou pela primeira vez na Inglaterra
implantar algo parecido com o absolutismo. Não teve muito sucesso e
não importam para a prova.

O último monarca Tudor foi a Elizabeth I, que morreu sem deixar


herdeiros. Sendo assim, assume um primo, que era o rei da Escócia, da
dinastia Stuart. Até 1649, esta dinastia tem dois monarcas. Na primeira
revolução inglesa do século XVII, o monarca é assassinado. Depois de
um breve período republicano, há a restauração monárquica que gera
mais dois monarcas Stuart. Governam até 1688, quando há a
Revolução Gloriosa.

Os Stuart, ao assumirem, vão ser chefes da Igreja Anglicana. Vão


perseguir puritanos, que ainda não têm esse nome em 1603. É no
reinado do Jaime I que a perseguição religiosa faz com que os puritanos
se radicalizem ainda mais. Eles vão para outros lugares, alguns vão
para as Américas, os pioneiros dos EUA. São presbiterianos e
puritanos.

Obs: Burns vai dizer que a Inglaterra teve absolutismo de fato, mas não
teve absolutismo de direito. Os Stuarts não se contentaram com o
absolutismo de fato e tentaram fazer o absolutismo de direito. Isso
provocou a ira do parlamento.

● Parlamento
○ XIII: Magna Carta

O primeiro rei Stuart (Jaime I), vai tentar ter poderes absolutos de
direito, tentar colocar na legislação. Ele é um erudito e chega a escrever
sobre a Teoria do Direito Divino dos Reis na Escócia. Só que na
Inglaterra havia um parlamento. Era uma reunião de supostos
representantes do povo que se reuniam algumas vezes ao longo do
ano. A origem disso remonta à Idade Média. No século XIII, a Inglaterra
teve a Magna Carta.

O parlamento era composto por lordes e comuns. Todos os lugares na


Europa desse momento em que há algo parecido com parlamento, ele
está subordinado à monarquia. Na Inglaterra, é um pouco menos
subordinado que o resto. Não é como hoje, mas é, supostamente, a
casa de representação dos súditos do monarca. Ele conseguiu sempre
criar um anteparo às pretensões absolutistas dos monarcas ingleses.
Os Tudors conseguem ser bastante arbitrários, mas nunca conseguiram
legalmente poder como Luís XIV na França.
Quando os Stuart tentam poder absoluto, o parlamento vai resistir. Não
era só uma questão política, era também uma questão religiosa. No
parlamento, havia uma predominância de protestantes
presbiterianos/puritanos, enquanto que a igreja oficial era anglicana.

A Câmara dos Comuns tem predominância de presbiterianos e


puritanos. Os anglicanos defendem o rei. Em geral, os católicos ficam
do mesmo lado do rei. Por outro lado, os puritanos querem limitar os
poderes do rei. A maioria, no início, quer consertar a Igreja Anglicana. É
um momento de disputa e transição.

A Câmara dos Lordes tem predominância anglicana.

→ não era uma monarquia absolutista, era uma família real tentando implantá-
la.

Na França, a revolução derruba o Antigo Regime. Na Inglaterra, a gente


tem uma revolução burguesa que limita os poderes reais, divide
executivo e legislativo. Isso um século antes da Revolução Francesa.
Portanto, nunca construíram uma monarquia absoluta.

Religião
● Anglicanismo
X
● Puritanismo
○ Presbiterianos

As reformas religiosas da época moderna ocorrem com o luteranismo. É


uma crítica à Igreja Católica e dá origem a outros tipos de igreja. A
Igreja Luterana questiona a autoridade do Papa, a intermediação da
relação do fiel com Deus, a bíblia ser em latim. Começa uma
multiplicação de outras igrejas protestantes, mas não luteranas.

Na França e na Inglaterra, foi muito forte o calvinismo. Há muita


similaridade com o luteranismo. Na Inglaterra, no processo de guerras
de religião, surgiu uma igreja protestante muito parecida com a Igreja
Católica. A Igreja Anglicana tem a mesma estrutura da Igreja Católica.
Só que no topo, ao invés do papa, está o rei da Inglaterra. Há ritos
parecidos com os da Igreja Católica. Na Inglaterra os calvinistas vão
radicalizar e dizer que essa Igreja anglicana não é protestante, que é
preciso purificá-la dos seus componentes católicos, são os puritanos.
Próximos a estes, há os presbiterianos, não são tão radicais quanto os
puritanos.

O monarca é o chefe da Igreja Anglicana, quer ser absolutista. O


parlamento quer limitar os poderes do rei. Nele há uma grande
importância de presbiterianos e puritanos. Quando o rei está tentando
aumentar os seus poderes, ele está tentando aumentar o monopólio da
sua fé (anglicana). Quanto mais ele quer ser absolutista, mais ele vai
perseguir os puritanos.

→ calvinismo é quase igual presbiterianismo ou puritanismo.

Os puritanos, a princípio, estão lutando por tolerância religiosa. Não


querem eliminar o anglicanismo. Isso vai levar a uma guerra civil. Os
presbiterianos têm quase predominância na Câmara dos Comuns.
Conforme a coisa vai se radicalizando, eles estarão alinhados aos
puritanos.

Ao contrário da França, que viu a burguesia lutando com o 3º estado


para acabar com o absolutismo, aqui a questão política é central, mas
não é exclusiva. Há uma demanda por tolerância religiosa, além da
limitação do poder real.

2. Revoluções inglesas do século XVII


São duas revoluções inglesas no séc XVII: Puritano e Gloriosa.

- A dinastia Stuart (1603 - 1649) e as guerras de


religião
● Jaime I (Jaime VI Escócia)
Fez sua a doutrina do direito divino dos reis.

Dissolveu o parlamento e teve uma política despótica:

A política do novo rei era de molde a despertar o antagonismo até


de alguns de seus súditos mais conservadores. Insistiu em
aumentar suas rendas com novas modalidades de impostos, que
de modo algum tinham sido sancionadas pelo Parlamento; e
quando os líderes desse órgão protestaram, ele rasgou cheio de ira
a representação e dissolveu as duas câmaras. Interferiu na
liberdade de comércio, concedendo monopólios e extravagantes
privilégios a companhias protegidas. Conduziu as relações
exteriores sem levar em conta os interesses econômicos de alguns
dos mais poderosos cidadãos.

Estabeleceu alianças conjugais favoráveis aos reis católicos.

Qualquer seita ou facção de puritanos era anátema para o rei


Jaime, pois ele não confiava em nenhuma religião que não se
enquadrasse em suas próprias idéias sobre as relações entre a
igreja e o estado. Em seu entender, os puritanos, ao repudiarem o
sistema episcopal de governo da igreja, ameaçavam derrubar um
dos principais pilares da própria monarquia. À recusa a submeter-
se aos bispos nomeados pelo rei identificava-se com deslealdade
ao soberano. Por esse motivo o rei Jaime os considerava
praticamente como traidores e ameaçava “pô-los para fora do
país".

Católicos. Jaime I, em geral, dava-lhes apoio, embora não


conseguisse resistir à tentação de impor-lhes multas por violarem
o severo código que viera da Reforma.

● Tentativa de consolidar o absolutismo + Igreja Anglicana


X
● Parlamento

Há o estreitamento com a Igreja Anglicana. Esse conjunto de forças que


caminha em direção à consolidação do absolutismo tem que enfrentar o
conjunto de forças reunidas no parlamento. O parlamento vai sustentar
a Magna Carta, que submete o rei a ele.

● Intolerância religiosa
○ Ex: 1620 - Mayflower

A dinastia Stuart tenta implantá-la porque no parlamento há


presbiterianos e puritanos, que tentam reformar a Igreja Anglicana. Essa
intolerância é marca dessa dinastia. Essa intolerância gera perseguição,
uma parte irá fugir da Inglaterra.

● 1628: Petição de Direitos


X
● Carlos I (1625 - 1649)

Diante disso, há a tentativa do parlamento de limitar ainda mais o poder


real. A formalização legal disso é a Petição de Direitos. A essa altura, o
rei é Carlos I. Essa lei quer que o rei só faça aquilo que o parlamento
aprovar. O Jaime I já tinha tentado implantar o absolutismo, o Carlos I
piora isso.

Logo depois de sua ascensão ao trono, Carlos envolveu-se numa


guerra com a França. Como o Parlamento recusasse a conceder
mais que as verbas costumeiras, ele impôs empréstimos
compulsórios aos cidadãos e puniu os refratários aboletando
soldados em suas casas ou jogando-os na prisão sem processo. O
fruto dessa tirania foi a Petição de Direito, que os líderes do
Parlamento obrigaram Carlos a assinar em 1628. Esse documento
declarava ilegais todos os impostos não aprovados pelo
Parlamento. Condenava também o aboletamento de soldados em
casas particulares e proibia as prisões arbitrárias e a aplicação da
lei marcial em tempo de paz.
PORÉM: Carlos I persiste na tirania (ex: ship money)

Conflitos com os calvinistas

- nomeação de um bispo desagrada calvinistas do norte


- imposição de sistema episcopal

→ resultado: rebelião dos escoceses → Carlos I precisa de dinheiro →


precisa abrir parlamento

● Carlos I fechou o parlamento (1629)

Foi consequência da Petição de Direitos. Quando vai fazer guerra


(Escócia), o rei precisa que o parlamento aprove mais recursos para ele
(exigência da Magna Carta). Ela impõe que, para aumentar o imposto, o
parlamento precisa autorizar. Isso acontece uma década depois, em
1640.

● 1640: Nova convocação do parlamento


○ 1640 - 1642: “Grande rebelião” - deflagrar da guerra civil

Carlos I solicita orçamento. O parlamento não concorda e ainda começa


a aprovar leis que fortalecem o seu poder (do parlamento). Revogam
leis que Carlos I tinha criado, ex: empréstimos compulsórios. Havia
muitas arbitrariedades que o parlamento resolve revogar.

Carlos respondeu a essas leis com uma demonstração de força.


Invadiu com sua guarda a Câmara dos Comuns e tentou prender
cinco de seus líderes. Todos eles escaparam, mas instalara-se o
conflito entre o rei e o Parlamento, tornando inevitável uma luta
aberta.

A Grande Rebelião vai radicalizando e resulta em uma guerra civil. O


parlamento resolve criar o seu próprio exército para lutar contra o
exército do monarca. O objetivo era não permitir que o parlamento fosse
fechado.

● Rei + maioria dos principais nobres e latifundiários + católicos +


anglicanos
● Parlamento + pequenos proprietários de terras + comerciantes +
manufatureiros → maior parte puritanos / presbiterianos

Guerra Civil (1642 - 1649)


● Exército real (“cavaleiros”) X Exército do parlamento (“cabeças
redondas”)
○ “New Model Army”
■ Puritanos + presbiterianos
■ Oliver Cromwell

Cabeças redondas = humildade, honradez. São os carecas.

O exército do parlamento perde muito no início. A partir de 44, começa a


virar o jogo. No final da guerra civil, ele já está completamente
controlado por um militar importante. Ele se destaca como aquele que
foi capaz de reorganizar o exército (“new model army”).

Os puritanos são divididos. Uma parte quer consertar a Igreja Anglicana,


outra parte é separatista, os mais radicais.

Nessa época, os exércitos não são profissionais. É um grupo de


mercenários. O nobre de sangue vai ser o comandante, mas o batalhão
será composto por camponeses e mercenários. Eles não estão ali por
um ideal, pela pátria. Isso só vai surgir na Rev. Francesa.

→ Pensar em qual o papel do Cromwell em cada momento da guerra civil

- Cromwell: representa minoria radical de puritanos que queria tolerância


religiosa → assume o comando do exército dos Cabeças-redondas
Cromwell organiza o exército de outro jeito. O sujeito está lá cumprindo
uma missão, quase uma missão divina. Ele se organiza em torno de um
ideal: resistir à tirania. Há inspiração bíblica. O critério de promoção é
próximo do que hoje chamamos de meritocracia. O sujeito pode ser um
plebeu que se destaca pelos seus feitos militares e pode ascender na
hierarquia. Isso faz com que esse exército seja mais eficiente do que o
exército do rei.

● Radicalização do Parlamento
○ 1649: decapitação de Carlos I

Cromwell é um líder militar com pretensões políticas bastante


radicalizado e autoritário. Ele vai quase se transformar em um monarca
através da tirania.

Há um outro grupo dos puritanos que quer negociar com rei em uma
espécie de monarquia constitucional. O exército do Cromwell representa
o grupo dos radicalizados. Depois da segunda vez que o rei perde no
processo de guerra civil, há a prisão e julgamento do rei.

O Cromwell é a liderança do setor mais radical dos puritanos. Eles não


aceitavam negociar nem com a monarquia Stuart e nem com a Igreja
Anglicana. Ele queria criar o Estado com base em outra igreja. Não
havia força militar capaz de detê-lo. Ele é uma contradição com o que
ele representava.

Cromwell, após derrotar o rei, remodelam o sistema político → expurgo do


órgão legislativo

Rump Parliament = 60 membros restantes após o expurgo

- A Revolução Puritana 1642 - 1649 [+1649 - 1959/60]


- A República de Cromwell
→ é possível que haja essas duas periodizações. De 42 a 49 é a guerra civil em
si. A rep vai de 49 a 59/60.

A primeira revolução é sangrenta. Como resultado dessa guerra civil, foi


instaurada uma rep. Para alguns, a rev dura até a monarquia ser
restaurada.

Não há uma revolução burguesa propriamente dita.

Periodização dessa rep (1653 - 1659)

● 1649 - 1653: Commonwealth

Commonwealth: nome do novo Estado

Mudança fundamental: poder executivo → em vez do rei, conselho de estado

Cromwell → apoiado pelo exército → domina o parlamento (legislativo) e o


conselho de estado ( executivo)

Há o fim da monarquia. A forma assumida é a commonwealth,


comunidade britânica. Há um parlamento aberto, mas ele já está
bastante castrado (rump parliament). Cromwell já expurgou quase todos
os presbiterianos dele. Esse rump parliament já estava enfraquecido,
mas nem isso vai sobrar.

→ não é o mesmo que Commonwealth significa hoje.

● 1653 - 1659: protetorado (lei: Instrumento de Governo)


○ Cromwell: Lord Protetor

Em 53, Cromwell governa quase como se não houvesse parlamento. Há


uma lei que é o que houve de mais próximo de uma C. naquele país.
Ele declarava os órgãos de poder. O Executivo é o Cromwell com o
Conselho de Estado.
Por esse instrumento de governo, Cromwell é consagrado Lorde
Protetor, é quase como uma monarquia. Ele chega a dizer que a origem
do poder dele vem de deus. Isso é contraditório com o papel que ele
teve até então. Para muitos autores, é uma guerra de religião.

Instrumento de Governo: amplos poderes p/ Cromwell:


- Lorde Protetor
- vitalício
- cargo hereditário

- 1655: os membros do parlamento foram abruptamente despedidos por


Cromwell.

- Cromwell enfeixava agora nas mãos uma soberania ainda mais


absoluta do que qualquer um dos monarcas Stuarts teria ousado
reivindicar.

Cromwell morre e assume o seu filho. Este abdica em 59, menos de 1


anos depois. Acaba o protetorado.

● 1659 - 1660: commonwealth

Em 60 acaba essa rep porque restaura-se a monarquia Stuart.

Outra maneira de periodizar. Até 58, Cromwell. Depois, Commonwealth.

Marcos

● 1651: Atos de Navegação

Começaram a consolidar a hegemonia britânica como potência naval. A


concorrência era Holanda e França. Esses atos fazem com que os
navios holandeses percam acesso ao comércio para a Inglaterra ou a
partir dela. Entre 51 e 54 há a guerra dos mares. É por conta desse foco
holandês na luta contra a Inglaterra que os pernambucanos conseguem
se unir para expulsá-los do nordeste brasileiro.

● Confisco de terras anglicanas X Gentry

Ele confisca a riqueza de adversários políticos também. Os


parlamentares do rump parliament tentam desviar o dinheiro para eles.
Isso está representando os interesses da gentry.

Gentry é uma parte da nobreza britânica (nobreza aburguesada).


Nobreza tradicional é a que tem a sua terra e está vinculada ao rei. A
terra é sinal de status. A produção da terra não é voltada para mercado,
não pensa em moldes capitalistas. Mas em alguns lugares, parcelas da
nobreza têm características distintas do padrão. A nobreza gentry é
expressão para designar o proprietário de terras que começa a ver a
terra como sinal de enriquecimento, começa a se preocupar em produzir
para o mercado. É uma nobreza que já tem interesses protocapitalistas.
Por isso, não é exatamente uma revolução burguesa que está
acontecendo nesse momento.

Há o confisco porque os anglicanos são os inimigos que foram


derrotados. Confiscar terras deles é atender a interesses da gentry. A
gentry é predominante na câmara dos comuns.

● Fim da Câmara dos Lordes

O expurgo dos presbiterianos do parlamento está associado ao fim da


câmara dos lordes.

Com o seu autoritarismo, Cromwell tem cada vez mais oposição da


gentry e ainda há a questão religiosa. Há oposição de outros setores
que estavam no exército do parlamento na guerra civil e que agora se
sentem perseguidos pelos puritanos.

● Radicalismos populares
○ Levellers (niveladores) - direitos políticos
○ Diggers (cavadores) - justiça social
○ Quackers
→ Acham que esse é um contexto favorável para a expressão de suas demandas
→ ia além do que Cromwell e a gentry queriam → dificulta o objetivo do
Cromwell de governar sozinho e sem limites.

Dissidentes mais radicais que Cromwell: tendência cada vez mais


extremista

Levellers: esfera política

→ querem nivelar os direitos civis e políticos de todas as classes.


Eles falam em voto universal. Não há pretensão de mudança do ponto de
vista econômico → negam qualquer intenção de igualarem a propriedade

❖ Soberania é inseparável do povo


❖ Governo deveria repousar sobre o consentimento dos
governados
❖ Exigiram:
➢ constituição escrita
➢ sufrágio universal (para os homens)
➢ supremacia do Parlamento

→ eram poderosos no exército

Diggers: igualdade econômica

→ Eles acham que tem que confiscar terras comunais que eram vedadas à
propriedade dos camponeses ( terras comuns não cercadas).

→ como se fosse uma reforma agrária.


→ “comunismo primitivo” (Burns): terra é o “tesouro comum” de todos

→ Deve haver um fundo público de onde todos poderiam sacar dinheiro


conforme as suas necessidades.
→ Todo homem fisicamente apto: obrigado a realizar um trabalho
produtivo

→ Igreja: transformada numa instituição educacional

Clérigos: se converteriam em mestres-escola → ministrando educação, a


cada sete dias, em civismo, história, artes e ciências

Diggers e Levellers: apelam para a lei da natureza → fonte de direitos

Quackers. Foram os principais da campanha abolicionista na Inglaterra.


Representavam um projeto religioso mais radical do que o da gentry e o
do Cromwell.

Richard Cromwell (1658 - 1659)


● Reabre “parlamento” (rump)

Cromwell → lorde protetor → ditador → morre em 58 → assume o filho

Cromwell dispensa o parlamento, reprime, confisca terras anglicanas.


Ele consegue ter legitimidade para governar da maneira mais autoritária
possível. Ele reprime essas manifestações populares acima.

À direita, Cromwell tinha a gentry. À esquerda, tinha os grupos acima.

→ Nem o Commonwealth nem o Protetorado tiveram jamais o apoio da maioria


do povo inglês.

Realistas: consideravam os independentes como usurpadores

Republicanos: detestavam a monarquia disfarçada que Cromwell tinha


implantado
Católicos e protestantes: ressentiam-se de ver tachados de
criminosos os seus respectivos cultos

Alguns membros da classe mercantil: suspeitavam que a guerra de


Cromwell com a Espanha trouxera mais prejuízos que vantagens, por
ter comprometido o comércio inglês com as Índias Ocidentais

→ em 1660, um parlamento recém-eleito proclamou rei o filho exilado de


Carlos I e convidou-o a voltar à Inglaterra e ocupar o trono do pai

→ rei comprometia-se a não reinar como déspota: respeitar o Parlamento e


observar a Magna Carta e a Petição de Direito

● Gentry articula restauração c/ anglicanos, católicos e os Stuart

O filho não consegue dar conta de manter a sua hegemonia perante as


outras forças (gentry, anglicanos e católicos).

- A Restauração (1660 - 1688)


[SAB: após a restauração, como fica a relação com a Espanha?
Como ficou o acordo entre a Magna Carta e a Petição de Direitos? Os
Stuarts aceitaram?]

● Stuart
● Anglicanismo
● Parlamento

Vai restaurar os Stuart e a Igreja Anglicana. Vai restaurar a aproximação


maior em relação aos católicos do que aos presbiterianos. Volta a ter a
câmara dos lordes e a câmara dos comuns.

Carlos II (1660 - 1685)

● Anglicanismo (próxima do catolicismo)


● Parlamento
○ Habeas corpus
○ Bill of test
■ Evitar monarcas católicos
■ Evitar frente francesa

A Igreja oficial é a anglicana, ela compõe com os interesses dos


católicos. Há uma preocupação da gentry de limitar o poder real. Esse
parlamento faz uma série de leis para garantir que não vai haver
absolutismo.

Bill of test - queriam garantir que não houvesse risco de que essa
dinastia se tornasse católica. O irmão do Carlos II, o Jaime II, foi criado
à moda francesa. Portanto, ele é católico. Se o Carlos II morrer, quem
assume é o Jaime II. O Bill of Test diz que todo monarca tem que fazer
uma espécie de prova de que não é católico. A ideia é também garantir
que, em política externa, o Estado não fosse aliado da França. Era
fundamental ter uma política externa de oposição. Jaime II tinha boas
relações com a França.

Rei teve atitude favorável aos católicos → medo de mais uma vez estar na
condição de subserviência a Roma

1672: suspendeu as leis contra os católicos e os dissidentes


protestantes (isto é, todos exceto os anglicanos)

passou a preencher importantes postos do exército e do


funcionalismo público com correligionários católicos

Parlamento: quer liberdade religiosa


Stuarts: querem restringir essa liberdade

- Whigs e Tories

● Lei da Exclusão (1678)


○ Tories (contra)
○ Whigs (apoiam)
Em 1678 o parlamento coloca essa lei em votação. Se fosse aprovada,
um monarca ou sucessor do trono que não provasse que era católico,
seria impedido de suceder o trono. Seria uma lei em que o parlamento
estaria legislando sobre a sucessão dinástica. Essa lei divide o
parlamento. Estamos falando da Câmara dos Comuns, em que não há
setores importantes a favor do rei. Mesmo assim, essa proposta era
muito radical para os Tories. Os Whigs apoiam a Lei da Exclusão.

Isso ocorre antes da ascensão do Jaime II. No futuro, a gente associa


whigs com que é mais progressista e de esquerda e tories com quem é
mais monarquista conservador.

Jaime II (1685 - 1688)


● Convocado, não aceita
● Convertido ao catolicismo
● Aproximação c/ França

O problema é que Jaime II vai fazer de tudo para não aceitar essas
regras que o parlamento está impondo. Ele vira rei e não considerou
legítimo o parlamento britânico determinar critérios para a sua ascensão
ao trono. Não aceita a prova de que não é católico. Ele é católico e
agora isso está politicamente muito claro.

Jaime II: Continuou a prática, iniciada pelo irmão, de isentar os católicos


das incapacidades jurídicas impostas pelo Parlamento

Jaime II ascende com o parlamento já incendiado pela possibilidade de


ter um monarca que não fez o Bill of Test e desse rei se alinhar com a
França em política externa. Ele faz uma política externa de
entendimento com a França.

A França é uma monarquia católica muito poderosa. É a maior


adversária da Inglaterra.

Até o séc XVI: as maiores potências era Portugal e Espanha.


Séc XVII: momento de ascensão de França e Inglaterra.
Séc XVIII: guerras sistêmicas entre França e Inglaterra por hegemonia
mundial.

Para os interesses ingleses, era fundamental conter a França. O que


hoje é Alemanha, era o Sacro Império Germânico. Este, era um gigante
em decadência, mas suficientemente gigante para conter a França. Era
estratégico para a Inglaterra manter boas relações com a Espanha para
evitar que a Espanha se submetesse totalmente à França. É estratégico
para a Inglaterra o conjunto de relações entre a Fr e o Sacro Império. O
Sacro Império seria um anteparo. A Inglaterra precisa defender o Sacro
Império.

Nesse momento, a França está em rota de colisão com o Sacro Império.


Caso houvesse guerra com ele e a França vencesse, seria um país
super poderoso no continente europeu. Seria uma derrota enorme da
política externa inglesa.

● Neutralidade diante da invasão francesa do Sacro Império


Romano-Germânico

A França resolve invadir o Sacro Império e Jaime II declara


neutralidade. A França está fazendo tudo o que a Inglaterra lutou
séculos para evitar. Jaime II vê o inimigo crescer e bate palma.

→ todas as guerras desse momento são religiosas. Mas era mais geopolítica.

Jaime II: quando teve um filho de sua segunda mulher (católica) → a revolução
tornou-se inevitável → Receava-se que o jovem príncipe fosse inoculado com
as doutrinas do pai e que a Inglaterra, em consequência, se visse presa por
tempo indefinido aos grilhões de um governo despótico e "papista".

Enquanto os adversários de Jaime II esperaram que este fosse


sucedido por uma de suas duas filhas protestantes, estiveram
inclinados a aceitar seu governo arbitrário, temendo que o país
fosse novamente lançado na guerra civil.
● Grupos que estão contrários à política do Jaime II:
○ Gentry
○ Tories
○ Puritanos
○ Whigs
○ Anglicanos (divididos)
○ Guilherme de Orange (Holanda)

Jaime II fez os inimigos dentro do parlamento se unirem em torno do


objetivo de derrotá-lo. Mas eles não querem repetir o erro dos anos 40.
É um trauma. A solução é negociar alguma outra dinastia que possa
suceder os Stuart. Não haveria convulsão social uma vez que foi forjada
uma legitimidade.

O marido da filha (Maria) do Jaime II, Guilherme de Orange, que


governava a Holanda. Há um laço sanguíneo aí. Ele tem um
posicionamento contrário à França.

Essa grande aliança faz com que esse grupo possa derrubar os Stuart
sem romper totalmente com a sucessão dinástica.

O Guilherme vai ascender em uma monarquia um pouco dual, ele e a


esposa. Além disso, ele desembarca com o próprio exército. Ele se
submete ao Bill of Rights. É uma ruptura negociada.

Obs: Jaime II tinha o seu exército, uma parte dos católicos e uma parte
dos anglicanos.

Obs: parte dos anglicanos está no parlamento, é tory.

→ nunca tem pegadinha em coisas pequenas. Ex: grau de parentesco, trocar


genro por cunhado. Quando tem, esse não é o único erro do item. Nunca vai ser
o nome o único erro do item. A menos que a banca erre.
- A Revolução Gloriosa (1688 - 1689) e a
rivalidade com a França
É gloriosa porque foi feita sem violência. É um golpe de Estado, mas é
uma revolução no sentido de que ela instituiu um regime de monarquia
constitucional.

● 1688: Exército Orange desembarca na Inglaterra c/ apoio do


parlamento
● Jaime II foge

Para a França → trono declarado vago → assume Guilherme e esposa

Toda revolução é um golpe de Estado. É uma mudança revolucionária


que instaura uma monarquia constitucional.

● Guilherme II
○ Pol. Externa anti-francesa

O Sacro Império vai sobreviver.

- Bill of Rights (1689)


É o mais próximo que a Inglaterra vai ter de uma Constituição. É a maior
inspiração para os americanos fazerem a sua carta de direitos e para os
franceses fazerem a declaração dos direitos do homem e do cidadão.

É uma declaração de um conjunto de direitos que, na época, são


concebidos como direitos naturais de todo cidadão. Ex: direito de não
ser preso a não ser em flagrante. Além disso, há limitações ao poder
real.

- estipulava o julgamento por júri


- afirmava o direito de recurso ao governo para reparação de
injustiças
- condenava a fiança excessiva, as punições cruéis e as multas
exorbitantes
- proibia ao rei suspender leis ou lançar impostos sem permissão do
Parlamento

Bill of Rights: mais ampla em suas determinações que a Petição de


Direito de 1628

Bill of Rights:

- foi incorporada à Declaração dos Direitos do Homem, de 1789, na


França
- primeiras dez emendas à Constituição dos Estados Unidos

Parlamento aprovou inúmeras leis destinadas a salvaguardar os direitos


dos ingleses e a proteger seu próprio poder contra as intromissões da
coroa:

- lei que prescrevia que as verbas do tesouro fossern fixadas para o


espaço de um único ano
- Lei de Tolerância, concedendo liberdade religiosa a todos os
cidadãos, menos os católicos e os unitários

● J. Locke teoriza

Depois que isso já aconteceu, vem o John Locke criar a sua teoria.

● Liberalismo político → Monarquia constitucional

Na Inglaterra, o processo visto aqui resultou no ideário político que


tornará esse país a única monarquia constitucional antes do séc XVIII.
Isso antes da Rev. Francesa. Estava cem anos adiantada em relação ao
resto.

Maria e Guilherme
Maria e Guilherme são os monarcas da Inglaterra até 94. Ela morre
primeiro, ele continua. Quando ele morre, é sucedido pela Ana, sua
cunhada.

Resultados

● Monarquia constitucional
○ “O rei reina, mas o parlamento governa”

Isso é inédito na história e vai demorar um século para outro país adotar
esse sistema de governo. É a partir da Revolução Gloriosa. Mas ainda
não há parlamentarismo.

→ Nunca mais uma cabeça coroada na Gra-Bretanha pôde desafiar o poder


legislativo como haviam feito os Stuarts

Act of Settlement, em 1701: com a morte da herdeira presuntiva Ana,


irmã mais moça de Maria, a coroa caberia à eleitora Sofia de Hanover
ou ao mais velho de seus herdeiros que fosse protestante

→ o filho da eleitora Sofia sucedeu à rainha Ana como Jorge I (1714-1727) e


iniciou o reinado da casa de Hanover

Jorge I: não falava inglês / passava muito tempo na “Alemanha” → quem


governou foi Sir Robert Walpole → primeiro a ocupar o cargo de primeiro-
ministro na Inglaterra (1676-1745) (interpretação do Burns!)

● Liberalismo político

Esse arranjo político inaugura uma monarquia constitucional que


corresponde ao ideário da Rev. Francesa. Dá origem ao liberalismo
político. Trata-se do projeto político liberal. Independência entre os
poderes. Divisão dos poderes.

● Precursor do Iluminismo: John Locke


○ "Direito de resistir à tirania”
○ “No taxation without representation”

John Locke assiste esses fatos e teoriza sobre eles. Isso faz dele um
precursor das ideias liberais.

Ao fazer a sua Teoria dos Três Poderes, Montesquieu está pegando as


ideias do Locke e desenvolvendo sistematicamente o raciocínio.

John Locke é pela teoria do direito de resistência à tirania. Esse


pensamento é muito forte na Revolução Americana. Diante da tirania
dos governantes, os povos têm legitimamente o direito de se insurgir
contra ela. A Revolução Gloriosa é o direito natural e legítimo de resistir
à tirania. Daí porque não é um golpe puro e simples.

Vai aparecer no lema da Revolução Americana. “No taxation without


representation”

○ Liberdade de imprensa

Outro direito teorizado.

○ Direito Consuetudinário

Há características muito próprias do mundo anglosaxônico. Instalou-se


uma Corte Suprema.

Há a ideia de que o direito comum deve ser aplicado por magistrados


independentes, que possam decidir com o direito comum e com a
experiência dos especialistas. É o império da lei acima da vontade dos
governantes.

○ Direitos naturais
■ Habeas corpus
Os direitos civis básicos dos indivíduos são natos. Todos os homens
nascem livres e iguais. O habeas corpus é o instrumento de garantia.

○ Tolerância religiosa

Não significa Estado laico. Há uma religião oficial, o anglicanismo, mas


as outras não são proibidas.

Extras

● 1707: Grã-Bretanha
○ Inglaterra + Escócia
○ Depois: País de Gales

Já era o reinado da Ana. Cria-se a unidade política que a gente chama


de GB. Geograficamente, já existia. Significa a unidade política de todas
as partes desse território. Primeiro é Inglaterra e Escócia, depois se
junta o País de Gales.

● 1801: Reino Unido


○ GB + Irlanda

● 1820’s: 1º Ministro

Embora, desde aquela época, houvesse um parlamento, não era um


parlamentarismo como a gente entende hoje. Precisa de um primeiro
ministro, ou seja, separar a função de chefe de Estado da função de
chefe de governo. Isso só ocorre na década de 1820.

Obs: a marinha inglesa como a mais poderosa do mundo não é


consequência da Revolução Gloriosa, é mais dos Atos de Navegação.
Tem a ver com as revoluções inglesas, com a puritana, mas não tanto
com a gloriosa.

Sab: cap 19 Burns

Você também pode gostar