Você está na página 1de 6

Capítulo V: Os Atos Jurídico-Públicos

Atos Jurídico-Públicos:

 Atos Normativos
 Atos não Normativos

Atos Normativos

Atos Normativos: atuações das entidades públicas e que contêm normas.

1. Constituições

Constituições: ato que contem o estatuto fundamental de uma comunidade política.

2. Atos Legislativos Nacionais

Atos Legislativos Nacionais:

 Leis
 Decretos-Leis
 Decretos Legislativos Regionais

Órgãos que podem emitir Atos Legislativos:

 Assembleia da República (leis)


 Governos (decretos-leis)
 Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira e dos Açores
(decretos legislativos regionais)

3. Atos Legislativos da União Europeia

Atos Legislativos da União Europeia:

 Regulamentos: não têm de ser acolhidos, aplicam-se automáticamente).


 Diretivas: têm de ser acolhidas, mas podem ser aplicadas de forma
diferente nos diferentes Estados, havendo um prazo para que isso
aconteça.
 Decisões: podem aplicar-se a um conjunto indistinto de entidades ou a
entidades concretas; os destinatários podem ser individualizados.

4. Convenções Internacionais

Convenções Internacionais: acordos celebrados entre sujeitos de Direito Internacional


(Estados e/ou organizações internacionais) e que se destinam a produzir efeitos
jurídicos de acordo com regras do Direito Internacional.

CRP: art. 8/2


- ratificadas/aprovadas
- publicadas no Diário da República

Se estiver em causa o Direito Internacional Ius Cogens/geral – CRP: art. 8/1

5. Regulamentos Administrativos

Os Regulamentos Administrativos podem ser criados:

 pelo Governo (art. 199, c) CRP)


 pelos Governos Regionais e Assembleia Legislativa da Região
Autónoma dos Açores e da Madeira (art. 227, 1 CRP)
 Autarquias Locais (art. 241 CRP).

Regulamentos Administrativos: declarações de normas jurídicas imitidas pela


administração pública no exercício da função administrativa. Estas declarações não
traduzem opções políticas primárias, portanto não são atos legislativos e referem-se,
em regra, a uma lei anterior que procura desenvolver e complementar, de forma a
garantir a sua aplicabilidade.
Atos não Normativos

Atos não Normativos: atuações das entidades públicas que não contém normas.

1. Atos Políticos

Atos Políticos: decisões concretas que manifestam o exercício da função governativa.


Exemplos: eleições, nomeação do governo, aprovação do plano do governo pela
Assembleia da República.

2. Atos Jurisdicionais

Atos Jurisdicionais: atuações que manifestam o exercício da função jurisdicional,


conduzindo à aplicação do Direito no caso concreto e traduzindo com força vinculativa
(obrigatória) para os interessados a solução que resulta da lei (exclusivo dos Tribunais
– art. 202 CRP).
Exemplos: sentença, acordo.

3. Atos Jurídico-públicos concretos da Administração Pública

Atos Administrativos: consistem em decisões unilaterais dirigidas à produção de


efeitos jurídicos, numa situação individual e concreta e que possuem cariz imperativo,
ou seja, operam independentemente do destinatário.
Exemplo: licença de construção, ordem de demolição.

Contratos Administrativos: acordos de vontade celebrados entre entidades públicas ou


entidades públicas e particulares, através dos quais se procura atingir fins públicos.
Exemplo: contrato de empreitada pública, contrato de conceção.

Hierarquia Normativa (tradicional)

1. Princípios Jurídicos Fundamentais


2. Constituição
3. Atos Legislativos (Leis, Decretos-Leis e decretos Legislativos)
4. Regulamentos Administrativos
Hierarquia (moderna) dos Atos Jurídicos Normativos

1. Princípios Jurídicos Fundamentais


2. Direito Internacional Ius Cogens
3. Direito da União Europeia
4. Constituição
5. Direito Internacional Convencional
6. Atos Legislativos Nacionais
7. Regulamentos Administrativos

Normas de Direito Internacional Ius Cogens VS Constituição

Art. 16/2 CRP: como a Declaração Universal dos Direitos Humanos pertence
ao Direito Internacional Ius Cogens, então estes estão num patamar superior
em relação à Constituição; a Constituição é estudada à luz da Declaração.

Normas de Direito Internacional Convencional VS Constituição

Art. 277/2 CRP os tratados internacionais podem ser fiscalizados e


Art. 278/1 CRP inconstitucionais, logo a Constituição está num patamar
Art. 279/1 CRP superior, relativamente ao Direito Internacional Convencional

Normas de Direito Internacional Convencional VS Normas


Infraconstitucionais

Normas Infraconstitucionais:

 Leis
 Decretos-Leis
 Regulamentos
Art. 70/1/i) LTC:
 Posição Maioritária na Doutrina: defende que todas as
normas, leis, decretos-leis e Regulamentos devem estar de
acordo com as Convenções Internacionais.

 Posição Minoritária na Doutrina: defende que as normas de


Direito Internacional Convencional e um Ato Legislativo
Nacional estão numa posição de paridade.

Direito da União Europeia VS Constituição

Art. 8/4 CRP:


 Todas as normas da União Europeia vigoram internamente.

 Posição Maioritária da Doutrina: este artigo não responde


diretamente à questão, remetendo para o Direito
Internacional da União Europeia.

Princípio do efeito direto: as normas de Direito da União Europeia são


invocáveis junto dos Tribunais Nacionais.

Princípio do primado: as normas de Direito da União Europeia prevalecem


sobre as normas de Direito Nacional que lhe sejam contrárias, quer sejam
constitucionais ou legais.

Exemplos de Princípios fundamentais do Estado de Direito Democrático:

 Principio da Soberania Popular


 Princípio da Separação dos Poderes
 Princípio da Independência dos Tribunais
 Princípio do Pluralismo de Expressão

Direito Internacional Ius Cogens VS Direito da União Europeia

O Direito da União Europeia não refere que está num patamar inferior,
relativamente ao Direito Internacional Ius Cogens, mas já foi esclarecido pela
União Europeia que, em caso de conflito, se deve dar prioridade ao Direito
Internacional Ius Cogens.

Constituição VS Atos Legislativos Nacionais

Art. 3/3 CRP:


 Se a lei disser uma coisa e a Constituição outra, deve
considerar-se aquilo referido na Constituição.

Princípio da Constitucionalidade

Atos Legislativos Nacionais VS Regulamentos Administrativos

Art. 112/5 e 112/7 CRP


Art. 266/2 CRP

Princípio da Legalidade: os regulamentos administrativos têm de respeitar a lei,


podendo ser considerados, caso isso não aconteça, ilegais, sobre pena de
ilegalidade.

Princípio da Hierarquia: os atos situados num patamar hierárquico inferior


devem respeitar os atos situados num patamar hierárquico superior, sobre
pena de ilegalidade.

Princípio da Competência: os atos apenas têm o seu valor pleno, quando são
produzidos por órgãos que estão a agir no domínio das suas competências.

Você também pode gostar