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LICENCIATURA

NOME

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR:


A ESCOLARIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ANALFABETOS OU COM BAIXA ESCOLARIZAÇÃO

Cidade
2021
NOME

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR:


A ESCOLARIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
ANALFABETOS OU COM BAIXA ESCOLARIZAÇÃO

Trabalho apresentado à Universidade UNOPAR, como


requisito parcial para a obtenção de média semestral nas
disciplinas de Metodologia Científica; Educação de
Jovens e Adultos Fundamentos da Educação; Educação
Formal e não Formal Didática: Planejamento e
Avaliação; Práticas Pedagógicas: Gestão da sala de
aula.

Tutor (a): XXXXXXXXXXXX

Cidade
2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................6
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................7
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................12
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................13
1 INTRODUÇÃO

Refletir sobre práticas pedagógicas que vislumbrem a concretização


de uma escolarização de qualidade e a apropriação do conhecimento científico
aos jovens e adultos é fundamental para que esse direito se concretize. Neste
sentido, o trabalho que segue, será intitulado “A escolarização de jovens e adultos
analfabetos ou com baixa escolarização”.
A produção terá como objetivos compreender de que maneira o
pedagogo pode contribuir para a efetivação da função social da escola, analisando
as relações que se estabelecem entre o contexto social e político; compreender o
processo histórico da Educação de Jovens e Adultos e identificar os fatores que
podem interferir na prática pedagógica realizada com esse público.
Para pontuar de forma coerente o trabalho, o mesmo deverá
proporcionar a identificação da situação problema e, a partir dela, a compreensão
dos desdobramentos possíveis por meio da aplicação teórica e prática dos
conteúdos estudados, elaborando a produção científica seguindo as normas da
ABNT.
Também a contemplação da competência referente a compreensão de
como se configurou a Educação de Jovens e Adultos ao longo da história e refletir
sobre práticas pedagógicas com esse público. Cabe frisar que nesta atividade de
produção textual, serão respondidos questionamentos relacionados a cada disciplina
estudada no semestre, a fim de elucidar e resolver a situação-problema (situação
geradora de aprendizagem – SGA) proposta.
2 DESENVOLVIMENTO

Contemplando a leitura dos materiais indicados e refletindo de forma


crítica a situação de Maria Clara, em relação à solicitação de Marcela, destacam-
se aqui os fatores históricos, políticos e sociais que perpassam a Educação de
Jovens e Adultos na educação brasileira; uma análise da função social da escola,
sobretudo diante do processo de escolarização da população analfabeta e com
baixa escolarização; os desafios e as possibilidades para a efetivação do direito à
educação de Jovens e Adultos; uma análise da forma como o professor deve
conduzir o processo avaliativo, tendo em vista saber como está a aprendizagem
dos estudantes que frequentam a EJA.
Amparando-se na teoria de Di Pierro (2015) observa-se que a
escolarização de jovens e adultos pode ser considerada em toda sua trajetória como
proposta política redimensionada à plataforma de governo na tentativa de elucidação
de um problema decorrente das lacunas do sistema de ensino regular.
Sendo assim, muitas confusões surgem nas definições encontradas na
literatura acerca da nomenclatura de EJA. O autor pontua, inclusive, que não
significa que essa modalidade de ensino, hoje Educação de Jovens e Adultos, tenha
diferentes definições, mas pela própria história da evolução da EJA no Brasil e no
mundo nas diferentes faces do desenvolvimento histórico da sociedade, o
tratamento dos termos associados foi-se confundindo e se configurando como
complementação de estudos e suplementação de escolarização.
O estudioso Paiva (2015) elenca que o histórico da EJA no Brasil
perpassa a trajetória do próprio desenvolvimento da educação e vem
institucionalizando-se desde a catequização dos indígenas, a alfabetização e a
transmissão da língua portuguesa servindo como elemento de aculturação dos
nativos.
Tanto para Paiva (2015) quanto para Di Pierro (2015) com a vinda da
família real para o Brasil, surgiu a necessidade da formação de trabalhadores para
atender a aristocracia portuguesa e, com isso, implantou-se o processo de
escolarização de adultos com o objetivo de servirem como serviçais da corte e para
cumprir as tarefas exigidas pelo Estado.
Para os autores acima, a realeza procurava facilitar o trabalho
missionário da igreja, na medida em que esta procurava converter os índios aos
costumes da Coroa Portuguesa; complexidade da definição dos termos associados
à EJA e a caracterização do público desta modalidade fizeram com que uma imensa
confusão se instalasse através do tempo culminando em tentativas frustradas de
solucionar um problema que parecia emperrar o desenvolvimento do país que era a
escolarização de jovens e adultos.
Observa-se então que o retrato apresentado por esta análise reflete
políticas públicas não aliadas a iniciativas populares, ou seja, uma dicotomia de
enfrentamento entre o popular e o formal.
Di Pierro (2015) salienta o predomínio de uma concepção produtivista
nas atuais políticas educacionais, ao mesmo tempo em que se baseia no discurso
da equidade e democratização, estimula a exclusão de determinadas modalidades
de ensino por meio de desobrigação governamental, ou seja, é dessa forma que a
educação de jovens e adultos vem sendo dimensionada no contexto social.
A função social da escola, sobretudo diante do processo de
escolarização da população analfabeta e com baixa escolarização, refere-se à
socializar, integrar, informar, formar cidadãos e possibilitar uma educação
libertadora onde o indivíduo se sinta capaz de competir no mercado de trabalho
almejando melhores condições de vida. Pode-se pontuar desta forma que a escola
desempenha o papel de educar, informar, e até mesmo reintegrar os indivíduos da
EJA na sociedade.
Nesse sentido, observa-se que a escola tem como principal função
social a preparação dos jovens e adultos no que tange o exercício da cidadania.
Todavia, têm se mostrado exatamente o oposto, visto que muitos indivíduos que se
encontram na EJA recebem apenas a educação no sentido da alfabetização e de
forma contundiste, e não sendo transformados de forma social.
Os desafios e as possibilidades para a efetivação do direito à educação
de Jovens e adultos anexam-se ao fato de que a educação de jovens e adultos EJA
constituem uma modalidade de ensino, ou seja, perpassa todos os níveis de
Educação Básica do país, pois essa modalidade é destinada para jovens e adultos
que não deram continuidade nos estudos para aqueles que não tiveram acesso à
escola na idade apropriada.
A lei das diretrizes e bases da educação (LDB 9394/96),em seu artigo
37°| 1 diz que o sistema de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos
adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular oportunidades
educacionais apropriadas consideradas as características do alunado seus
interesses condições de vida trabalho mediante cursos e exames eles têm direito a
acesso ao Ensino Fundamental e Médio já que não tiveram na idade correta os
antigos cursos supletivos particulares tem alguns anos ir a única opção de Jovens e
Adultos coçar e principalmente ensino médio segundo grau na época perderam
espaço embora algumas instituições continua sendo referência.
Amparando-se na legislação acima sobre a Educação de Jovens e
Adultos cita-se Paiva (2015), que delimita a importância da educação como
instrumento ideológico poderoso é muito clara tanto para os que os detêm quanto
para aqueles que pretendem disputá-lo; a diferença quanto à possibilidade de sua
utilização reside no fato de que os detentores do poder político se encarregam de
determinar a política educacional a ser seguida, os programas a serem promovidos
ou estimulados e o conteúdo ideológico dos mesmos.
Segundo ele, para os que disputam o poder, a educação é um
instrumento somente quando as contradições dos sistemas, as crises o clima de
efervescência ideológica chegou a um ponto em que os programas educacionais
podem ser controlados por aqueles que se opõem a ordem vigente.
O processo avaliativo, tendo em vista saber como está a
aprendizagem dos estudantes que frequentam a EJA necessita de um olhar
diferenciado, ou seja, deverá ser uma avaliação que ajuda o aluno a aprender.
De acordo com Souza (2009), esta modalidade de avaliação é
reconhecida pelos estudiosos, como um processo a permitir a identificação dos
rumos a serem corrigidos, tendo em vista favorecer a aprendizagem, sendo que sua
função consiste em informar acerca de como está se dando o processo
ensino/aprendizagem, pois aponta aspectos que, ao serem analisados, revelam
tanto os conhecimentos já conquistados como as dificuldades a serem transpostas.
Pode-se destacar então, que de acordo com a teoria acima, ao
possibilitar o acompanhamento do processo, essa proposta avaliativa assume
contornos formativos, pois ela detecta os pontos frágeis da aprendizagem, para que
haja a intervenção por parte do professor com formas de ensinar a decorrerem no
aumento do saber dos alunos.
Balllester (2015) frisa que a avaliação formativa é concretizada
mediante estreita relação professor/aluno, favorecendo a obtenção de informações
relativas por entre os quais o aluno caminha na estruturação do conhecimento,
[para] auxiliá-lo a seguir em frente, ela se efetiva a partir da tomada de consciência
do docente e do discente, no referente ao papel que cada um pode desempenhar,
para que a evolução do conhecimento seja uma constante.
Fernandes (2015), especifica o quanto é nítido com essa proposta
avaliativa, acompanhar tanto o processo do ensino como da aprendizagem, pois se
o aluno não está ampliando seus conhecimentos é preciso conceber e desencadear
ações que o levem à superação dos pontos ainda frágeis. O autor ressalta que para
isso, o docente precisa analisar a construção do conhecimento realizada pelos
alunos, pois é essencial saber os pontos fortes e os fracos do processo
ensino/aprendizagem.
Assim, a avaliação formativa requer do professor, analisar o resultado
produzido pelos alunos e ainda a sua própria forma de organizar o ensino, por
necessitar de constantes reformulações, quando o objetivo se volta para a promoção
do saber.
Para Balllester (2015) também chamada de avaliação para as
aprendizagens, a avaliação formativa tem seu foco no processo ensino-
aprendizagem. A avaliação formativa se refere a uma ampla variedade de métodos
que os professores usam para conduzir avaliações durante o processo da
compreensão do aluno, das necessidades de aprendizado e do progresso
acadêmico durante uma aula, unidade ou curso. As avaliações formativas ajudam os
professores a identificar conceitos que os alunos têm dificuldade em compreender,
habilidades que têm dificuldade em adquirir ou padrões de aprendizagem que ainda
não alcançaram, de modo que possam ser feitos ajustes nas aulas, nas técnicas de
ensino e no suporte acadêmico.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, Fernandes (2015) acrescenta
que a avaliação formativa pretende melhorar o processo de ensino-aprendizagem
mediante o uso de informações levantadas por meio da ação avaliativa.
Semelhantemente à avaliação diagnóstica, a avaliação formativa busca detectar
dificuldades suscetíveis de aparecer durante a aprendizagem a fim de corrigi-las
rapidamente.
Todavia, seu foco está no processo de ensino-aprendizagem, pois
através dessa modalidade de avaliação, informações sobre o desenvolvimento do
aluno são fornecidas ao professor, permitindo que a prática docente se ajuste às
necessidades discentes durante o processo.
De acordo com os dois autores anteriormente mencionados, uma das
mais importantes características da avaliação formativa é a capacidade em gerar,
com rapidez, informações úteis sobre etapas vencidas e dificuldades encontradas,
estabelecendo um feedback contínuo sobre o andamento do processo de ensino e
aprendizagem.
... com esse tipo de avaliação é possível ter os subsídios para a
busca de informações para solução de problemas e
dificuldades surgidas durante o trabalho com o aluno. Na
avaliação formativa, os fatores endógenos, ou seja, os fatores
internos à situação educacional são levados em conta para
proceder à avaliação. Por acontecer durante o processo de
ensino e aprendizagem, a avaliação formativa se caracteriza
por possibilitar a proximidade, o conhecimento mútuo e o
diálogo entre professor e aluno.

Os resultados da avaliação formativa servirão de base para identificar


como o processo de aprendizagem tem acontecido. As informações que essa
avaliação revela permitem o planejamento, o ajuste, o redirecionamento das práticas
pedagógicas no intuito de aprimorar as aprendizagens dos alunos. Ou seja, seus
resultados servem para apoiar, compreender, reforçar, facilitar, harmonizar as
competências e aprendizagens dos alunos
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização do trabalho permite inferir que no cenário atual, a


sociedade vê a juventude e o adulto analfabeto como sinônimo de problema e
motivo de preocupação, especificamente, a juventude é a fase mais marcada por
contradições de elementos de emancipação e subordinação sempre em choque e
negociação.
O adulto analfabeto defronta-se com a sociedade letrada e necessita
de, no mínimo, saber enfrentar a tecnologia da comunicação para que, como
cidadão, saiba lutar por seus direitos, pois ao contrário, torna-se vítima de um
sistema excludente e pensado para poucos.
A efetivação de uma avaliação formativa exige, por parte do professor,
a compreensão de que ensinar é muito mais que transmitir informações, mas
construir um espaço e um tempo para que a aprendizagem ocorra com sua
supervisão e mediação; e, de que aprender é um processo contínuo de superação
de erros, os quais devem ser compreendidos e utilizados como balizas, tendo em
vista atuar nos momentos subsequentes, por serem indicadores de espaços de
avanços. Por isso, mais que “ensinar tudo de novo” é fundamental lançar um olhar
atento ao que falta, ao que se apresenta nevrálgico e aí investir.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALLLESTER, Margarita. Avaliação como apoio a aprendizagem. Porto Alegre:


Artmed, 2015.

BRASIL.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n. 9394/96, na


Seção intitulada “Da Educação de Jovens e Adultos”.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm. Acesso em: 21 fev. 2021.

DI PIERRO, M. C.; Visões da educação de jovens e adultos no Brasil. Caderno


Cedes, Campinas, São Paulo: Ática, 2014.

FERNANDES, Domingos. Para uma teoria da avaliação no domínio das


aprendizagens. São Paulo: Ática, 2015.

PAIVA, V. Educação popular e educação de adultos. São Paulo: Loyola 2014.

SANTOS, P. Avaliando de forma formativa. São Paulo: Ática, 2015.

SCIELO. Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de


plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v18n67/a11v1867. Acesso em: 21 fev. 2021.

UFRGS. Analfabetismo no Brasil: configuração e gênese das desigualdades


regionais. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/25401/14733 . Acesso em: 21
fev. 2021.

UEM. Planejamento e Avaliação, ISBN 978-85-8482-552-3, disponível na


Biblioteca virtual. Para subsidiar essa reflexão, pode-se ler ainda o texto “Avaliação
formativa: a prática em construção”, disponível no link
http://www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario_ppe_2013/trabalhos/co_03/79. pdf.
Acesso em: 21 fev. 2021.
UNICAMP. Breve história sobre a Educação de Jovens e Adultos no Brasil.
Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/38/art05_38.pdf .
Acesso em: 21 fev. 2021.

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