Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BOLETIM OFICIAL
1 874000 003155
ÍNDICE
ASSEMBLEIA NACIONAL:
Lei nº 66/VIII/2014:
Define o regime jurídico de entrada, permanência, saída e expulsão de estrangeiros do território cabo-
verdiano, bem como a sua situação jurídica. ....................................................................................1484
Lei nº 67/VIII/2014:
Concede ao Governo autorização legislativa para estabelecer o quadro jurídico da concessão de serviço
público aeroportuário de apoio à aviação civil nos aeroportos e aeródromos do País.....................1507
Resolução nº 111/VIII/2014:
Cria uma Comissão Eventual de Redacção. ...........................................................................................1508
CONSELHO DE MINISTROS:
Decreto-Lei nº 34/2014:
Estabelece o regime jurídico dos empreendimentos turísticos..............................................................1508
Decreto-Lei nº 35/2014:
Estabelece o regime do exercício da actividade turística no espaço ou zona rural. .............................1514
MINISTÉRIO DAS INFRAESTRUTURAS E ECONOMIA MARÍTIMA:
Portaria nº 37/2014:
Altera a Portaria n.º 56/2010, de 20 de Dezembro, que estabelece quais os documentos comprovativos de
preenchimento dos requisitos de acesso e permanência na actividade da construção. ..................1530
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
A presente lei define o regime jurídico de entrada, k) “Transportadora”, qualquer pessoa singular ou
permanência, saída e a expulsão de estrangeiros do ter- colectiva que preste serviços de transporte
ritório cabo-verdiano, bem como a sua situação jurídica. aéreo ou marítimo de passageiros, a título
profissional.
Artigo 2.º
l) “Visto”, autorização do Estado que permite a um
Definições
estrangeiro entrar, transitar e permanecer
Para efeitos da presente lei considera-se: temporariamente no território nacional de
acordo com o estipulado na lei, titulada por
a) “Actividade altamente qualificada”, aquela cujo uma vinheta emitida de acordo com as regras
exercício requer uma qualificação técnica, e o modelo a definir por portaria do membro
profissional ou especializada adequada para do Governo responsável pela área da admi-
o respectivo exercício. nistração interna.
1 874000 003155
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Artigo 8.º
Secção II
Estrangeiros indocumentados ou com documentação defeituosa
Entrada e saída do território nacional
Em casos excepcionais e por razões ponderosas e devi-
Artigo 6.º damente comprovadas, a DEF pode autorizar a entrada,
o trânsito ou a permanência no território nacional aos
Condições gerais de entrada
estrangeiros sem documentação ou com documentação
Para entrada no território nacional os estrangeiros defeituosa, adoptando-se, em tais casos, as medidas
devem possuir documento de viagem, visto, meios eco- cautelares adequadas e suficientes.
nómicos considerados suficientes e não estarem sujeitos Artigo 9º
a proibições expressas de entrada.
Entrada em território nacional
Artigo 7.º
1. Para a entrada em território nacional, os estran-
Documentos válidos para entrada e saída
geiros devem ser titulares de visto válido e adequado à
1. Para entrada ou saída do território cabo-verdiano finalidade da deslocação concedido nos termos do artigo
os estrangeiros têm de ser portadores de um documento 26.º da presente lei.
de viagem reconhecido como válido.
2. O visto habilita o seu titular a apresentar-se num
2. São reconhecidos como válidos para a entrada no posto de fronteira e a solicitar a entrada no território
território nacional os seguintes documentos: nacional.
a) O passaporte ou documento equivalente; 3. Podem, no entanto, entrar em Cabo Verde sem visto:
b) O «laissez-passer», emitido pelos Estados ou por a) Os estrangeiros habilitados com título de resi-
organizações internacionais reconhecidas por dência válido;
Cabo Verde;
b) Os estrangeiros que beneficiem de isenção ou
c) O bilhete de identidade do funcionário ou agen- dispensa de visto previstos na lei ou em acor-
te da missão estrangeira ou de organização dos internacionais de supressão de vistos ou
internacional, emitido pelo departamento go- de livre circulação e estabelecimento em que
vernamental responsável pela área das rela- Cabo Verde é parte;
ções exteriores;
c) Os estrangeiros titulares dos documentos previstos
d) Os títulos de viagem para refugiados; nas alíneas c) e d) do número 2 do artigo 7.º;
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
d) Os cônsules honorários e agentes consulares de entrada de menores de 16 anos de idade quando desa-
Cabo Verde de nacionalidade estrangeira; companhados da pessoa que sobre eles exerce o poder
paternal ou não seja apresentada a autorização escrita,
e) Os naturais de Cabo Verde que tenham adqui- com reconhecimento da assinatura pelo notário ou pelos
rido a nacionalidade estrangeira, e bem as- serviços consulares de Cabo Verde, concedida para o
sim os respectivos cônjuges e descendentes, efeito por essa pessoa ou quando em território nacional
mediante a exibição de passaporte, certidão não exista quem se responsabilize pela sua estadia.
de nascimento, certidão de casamento ou ou-
tro documento onde conste a circunstância de 2. Salvo em casos excepcionais, devidamente justificados,
ter nascido, ser casado ou filho de pai ou mãe não é autorizada a entrada em território nacional de me-
nascido em Cabo Verde. nor estrangeiro quando o titular das responsabilidades
parentais ou a pessoa a quem esteja confiado não seja
4. Os estrangeiros titulares de títulos de viagem que admitido entrar em Cabo Verde.
entrem no país ao abrigo da alínea b) e e) do número
anterior, excepto os naturais de Cabo Verde, devem 3. Se ao menor estrangeiro não for admitida a entrada
obter, junto da DEF, visto temporário ou de residência em território cabo-verdiano deve igualmente ser recusada
ou autorização de residência se pretendem permanecer a entrada à pessoa a quem tenha sido confiado.
para além de noventa dias.
4. Aos menores desacompanhados que aguardam uma
Artigo 10.º
decisão sobre a sua admissão no território nacional ou
Meios de subsistência sobre o seu repatriamento deve ser concedido todo o
apoio material e a assistência necessária à satisfação das
1. Não é permitida a entrada em Cabo Verde de es- suas necessidades básicas de alimentação, de higiene, de
trangeiros que não disponham de meios de subsistência alojamento e assistência médica.
suficientes, quer para o período da estada quer para a
viagem para o país no qual a sua admissão esteja ga- 5. É recusada a saída do país a menores estrangeiros
rantida, ou que não estejam em condições de adquirir residentes que viajem desacompanhados de quem exerça
legalmente esses meios. o poder paternal e não se encontrem munidos de auto-
rização concedida pelo mesmo, legalmente certificada.
2. A fixação da natureza e quantitativo dos meios
1 874000 003155
económicos suficientes para a entrada do estrangeiro no 6. Os menores desacompanhados só podem ser repa-
território nacional, os casos de dispensa, a forma de prova triados para o seu país de origem ou para país terceiro
da sua posse são estabelecidos por portaria do membro do que esteja disposto a acolhê-los se existirem garantias
Governo responsável pela área da administração interna. de que à chegada lhes sejam assegurados o acolhimento
e a assistência adequados.
3. Para os efeitos previstos no número 1, o estrangeiro
pode, em alternativa, apresentar termo de responsabili- Secção III
dade subscrito por cidadão nacional ou estrangeiro habi- Documentos de viagem emitidos pelas autoridades cabo-
litado a permanecer regularmente em território nacional, verdianas
nos termos estabelecidos por portaria do membro do
Governo responsável pela área da administração interna. Artigo 13.º
Documentos de viagem
4. A aceitação do termo de responsabilidade referido no
número anterior depende da prova da capacidade finan- 1. As autoridades cabo-verdianas podem emitir os
ceira do respectivo subscritor e inclui obrigatoriamente seguintes documentos de viagem a favor de estrangeiros:
o compromisso de assegurar:
a) Passaporte temporário;
a) As condições de estada em território nacional;
b) Título de viagem única.
b) A reposição dos custos de expulsão, em caso de
permanência ilegal nomeadamente através 2. Os documentos de viagem emitidos pelas autoridades
da prestação de garantia ou caução prévia. cabo-verdianas a favor de estrangeiros não fazem prova
Artigo 11.º da nacionalidade do titular.
1. Sem prejuízo do disposto em lei especial de programas 4. É competente para emitir título de viagem única a
de turismo ou de intercâmbio juvenil, a DEF recusa a favor de estrangeiros, refugiados ou apátridas a DEF.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
viagens, desde que se faça a menção desse direito no médico, a fim de que seja atestado que não sofre de ne-
documento. nhuma das doenças mencionadas no número anterior,
bem como às medidas médicas adequadas.
3. Os passaportes temporários concedidos nos termos
Artigo 17.º
deste diploma perdem a sua validade quando os refu-
giados adquiram qualquer das situações previstas nos Indicação para efeitos de não admissão
parágrafos (1) e (4) da Secção C do artigo I da Convenção
relativa ao Estatuto dos Refugiados, adoptada em Genebra São indicados para efeitos de não admissão em terri-
a 28 de Julho de 1951. tório cabo-verdiano os estrangeiros:
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
c) Meios económicos suficientes para a entrada e 1. Para a obtenção de visto de turismo o estrangeiro
permanência durante o período de estadia no deve ter:
território nacional, nos termos de portaria a) Título de transporte que o habilite a entrar e a
adoptada pelo membro do Governo responsá- sair de Cabo Verde;
vel pela área da administração interna;
b) Meios de subsistência adequados e suficientes
d) Título de transporte para o país de destino. para o período previsto de permanência, nos
termos de portaria adoptada pelo membro do
2. Pode ainda, ser solicitado ao requerente de um visto Governo responsável pela área da adminis-
de trânsito a apresentação de um certificado de registo tração interna;
criminal ou documento equivalente, emitido pela auto-
c) Documento de viagem com validade superior à
ridade competente do seu país de nacionalidade ou de
duração da estadia autorizada.
residência habitual, com validade de, pelo menos, seis
meses, traduzida em língua portuguesa e legalizada pelos 2. Pode ser dispensada a apresentação dos documentos
serviços consulares de Cabo Verde. comprovativos das condições previstas no número ante-
rior em caso de visto colectivo concedido a um grupo de
Subsecção II turistas no quadro de uma viagem organizada, desde que
Visto oficial, diplomático ou de cortesia tenham um certificado colectivo de identidade e viagem.
3. A dispensa da apresentação do título de transporte
Artigo 31.º
e do documento de viagem não isenta o seu titular de os
Visto oficial, diplomático ou de cortesia apresentar nos postos de fronteira perante as autoridades
competentes.
1. Sem prejuízo dos regimes previstos em tratados ou Subsecção IV
convenções internacionais de que Cabo Verde seja parte,
Visto temporário
ao estrangeiro é concedido visto oficial, diplomático ou
de cortesia desde que a entrada seja justificada pela sua Artigo 34º.
1 874000 003155
Visto de turismo
e) Tratamento médico;
f) Visita familiar;
Artigo 32.º
g) Permanecer em território nacional por períodos
Visto de turismo superiores a três meses e inferiores a um ano,
por outras razões consideradas atendíveis pe-
1. O visto de turismo é concedido ao estrangeiro que las autoridades competentes.
venha a Cabo Verde em viagem de carácter recreativo
ou de visita, incluindo cruzeiros. 2. O visto temporário pode consistir num visto ordinário
ou num visto de múltiplas entradas e deve ser utilizado
2. Pode ser dispensada a exigência de visto aos nacio- no prazo de cento e oitenta dias após a sua concessão.
nais de países que não imponham idêntica exigência aos
3. O visto ordinário é válido para uma entrada no ter-
cabo-verdianos e constem de uma lista elaborada e actu-
ritório nacional e habilita o seu titular a nele permanecer
alizada pelo departamento governamental responsável
por um período de cento e oitenta dias ou o correspon-
pela área das relações exteriores.
dente à duração prevista da estadia.
3. O visto de turismo deve ser utilizado no prazo de 4. O visto de múltiplas entradas permite ao seu titular
cento e oitenta dias após a sua concessão e permite ao mais do que uma entrada e o total de permanência no
seu titular uma estada até noventa dias, prorrogáveis, país até noventa dias, durante um ano, a contar da data
no máximo, por igual período. da sua emissão.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
5. Pode ser concedida uma prorrogação da permanência c) Frequência de um ciclo de estudos de duração
autorizada pelo visto temporário até um ano. superior a um ano, como estudante do ensino
superior;
6. O estrangeiro que deseje permanecer em território
nacional para além do limite autorizado pelo visto tempo- d) Para efeitos de reagrupamento familiar com es-
rário ou pela sua prorrogação, pode, em casos fundamen- trangeiro residente.
tados, requerer a conversão do visto temporário em visto
2. O visto de residência permite ao seu titular perma-
de residência, para solicitar autorização de residência.
necer em território nacional durante seis meses, prorro-
Artigo 35.º gável, até à decisão final sobre o pedido de autorização
Condições de concessão de residência.
1. Para obtenção do visto temporário o estrangeiro 3. Para efeitos do disposto na alínea d) do número 1
deve: consideram-se membros da família do estrangeiro residente:
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
b) Tenham sido emitidos com base em prestação de 7. É competente para a emissão do título de residência
falsas declarações, utilização de meios frau- a DEF.
dulentos ou através da invocação de motivos
8. A taxa devida pela emissão do título de residência é
diferentes daqueles que motivaram a entrada
fixada por portaria do membro do Governo responsável
do seu titular no país;
pela administração interna.
c) O respectivo titular tenha sido objecto de expul-
9. Os atestados de residência emitidos pelas Câmaras
são do território nacional.
Municipais não comprovam a residência legal do es-
2. Os vistos de residência e temporários podem ainda trangeiro.
ser cancelados quando o respectivo titular, sem razões Artigo 41.º
atendíveis, se ausente do país pelo período de sessenta
dias, durante a validade do visto ou das suas prorrogações. Estrangeiros dispensados de autorização de residência
3. O visto de residência é ainda cancelado em caso de 1. Sem prejuízo de outros casos previstos em legislação
indeferimento do pedido de autorização de residência. especial, são dispensados de obtenção de autorização de
residência:
4. Após a entrada em território nacional, o cancelamento
de vistos é da competência da DEF e é comunicado ao a) Os naturais de Cabo Verde que, por força de lei
departamento governamental responsável pela área das estrangeira, demostrem ter renunciado, à
relações exteriores. nacionalidade cabo-verdiana para defesa dos
seus direitos no país da imigração;
5. Antes da entrada do titular no território nacional, o
cancelamento de vistos é da competência das embaixadas b) Os funcionários diplomáticos, de nacionalidade
e postos consulares de carreira e é comunicado à DEF. estrangeira, que prestem serviço nas mis-
sões diplomáticas ou postos consulares dos
CAPÍTULO V Estados acreditados em Cabo Verde ou nas
Residência representações ou missões de organizações
internacionais intergovernamentais com per-
Secção I
sonalidade jurídica internacionalmente reco-
Disposições gerais nhecida e os membros dependentes das suas
1 874000 003155
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
3. O representante legal ou a pessoa a quem for con- f) Documentos relativos ao estado sanitário do re-
fiada a guarda de menor residente, deve solicitar a con- querente, designadamente o atestado de saú-
cessão de uma autorização de residência individual para de ou equivalente e o certificado internacio-
a mesma, até quarenta e cinco dias depois de completar nal de vacinação;
14 anos de idade.
g) Outros documentos exigidos pela DEF.
4. Na pendência do pedido de concessão ou renovação Artigo 44.º
da autorização de residência, por causa não imputável ao
Decisão e notificação
requerente, não está o requerente impedido de exercer
uma actividade profissional nos termos da lei. 1. O pedido de concessão de autorização de residência
deve ser decidido no prazo de noventa dias.
5. O requerente de uma autorização de residência pode
solicitar simultaneamente o reagrupamento familiar. 2. O pedido de renovação de autorização de residência
deve ser decidido no prazo de quarenta e cinco dias.
6. O requerimento referido no número 1 pode ser subs-
3. Na falta de decisão no prazo previsto no número
tituído por ofício ou nota, em caso de pedidos oficiais de
anterior, por causa não imputável ao requerente, o pedido
autorização de residência.
entende-se como deferido, sendo a emissão do título de
7. O pedido de autorização de residência deve ser apre- residência imediata.
sentado na DEF ou em qualquer unidade ou serviço da 4. A decisão de indeferimento é notificada ao interessado,
Polícia Nacional sediados nos concelhos, até quinze dias com indicação dos fundamentos, bem como do direito de
antes de expirar o visto de residência, o visto temporário impugnação judicial e do respectivo prazo.
ou o período autorizado de estadia.
5. Na apreciação do pedido de autorização de residência
8. Os pedidos entregues nas unidades ou serviços da a DEF atende, nomeadamente, aos seguintes critérios:
Polícia Nacional são reencaminhados à DEF, no prazo de a) Cumprimento, por parte do interessado, das leis
cinco dias a contar da data de entrada do requerimento. cabo-verdianas;
9. Os pedidos referidos no número 1 são objecto de um b) Meios de subsistência adequados e suficientes do in-
registo com indicação do número de entrada, data, nome teressado, nos termos do número 4 do artigo 47.º;
1 874000 003155
Artigo 43.º
d) Finalidades pretendidas com a estada no país;
e) Laços familiares existentes com residentes no
Instrução do pedido
país, nacionais ou estrangeiros;
O requerimento previsto no artigo anterior deve f) O conhecimento da língua nacional e/ou oficial;
conter o nome completo, idade, estado civil, profissão,
naturalidade, nacionalidade, domicílio do requerente e g) Inexistência de ameaça à segurança e ordem pú-
a finalidade da fixação da residência em Cabo Verde e blicas.
ser instruído com os seguintes documentos: 6. Para efeitos do disposto na alínea c) do número an-
terior, consideram-se doenças que fazem perigar a saúde
a) Duas fotografias actualizadas do tipo passe e a
pública as doenças que obriguem a quarentena definidas
cores do requerente;
nos instrumentos da Organização Mundial de Saúde e
b) Documento de viagem válido para a entrada e doenças infecciosas ou parasitárias contagiosas, objecto
saída do território nacional; de medidas de protecção especial definidas pelo depar-
tamento governamental responsável pela área da saúde.
c) Se solicitado, certificado do registo criminal ou
7. A não apresentação dos documentos previstos na
documento equivalente emitido no país de
alínea f) do artigo 43.º ou a recusa do requerente em
que o estrangeiro é nacional e no da sua re-
submeter-se aos exames médicos determinados pelos
sidência habitual, há pelo menos, seis meses,
serviços de saúde necessários à aferição de uma doença
devidamente traduzido e legalizado pelos ser-
na acepção do número anterior determina o arquivamen-
viços consulares de Cabo Verde;
to do pedido de concessão de autorização de residência.
d) Documento comprovativo da existência dos 8. Para efeitos do disposto na alínea g) do número 5,
meios económicos adequados e suficientes consideram-se que as seguintes situações consubstan-
para garantir a subsistência do requerente ciam um perigo para a segurança e ordem públicas:
no território nacional, nos termos do número
4 do artigo 47.º; a) A participação em actividades criminosas, no-
meadamente de importação, exportação, pro-
e) Documento comprovativo das condições de aloja- dução, venda, distribuição e tráfico ilícito de
mento em Cabo Verde, designadamente a cer- estupefacientes, substâncias psicotrópicas,
tidão matricial e certidão de registo predial, armas, munições, explosivos, substâncias ex-
comprovativas da propriedade da habitação plosivas e equiparadas, seja qual for a quali-
própria ou contrato de arrendamento válido; dade em que intervenha o requerente;
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
b) O cometimento de infracções fiscais e aduaneiras, 2. Pode ser recusada a concessão de autorização de re-
designadamente contrabando e descaminho; sidência por razões de ordem pública, segurança pública
ou saúde pública.
c) A prática ou indícios sérios da prática de qual-
quer outro crime grave contra a economia; 3. Pode ser exigida aos requerentes de autorização
d) Os demais casos de ameaça à segurança e ordem de residência a sujeição a exame médico, bem como às
públicas, reconhecidos por lei ou pelas autori- medidas médicas adequadas.
dades competentes. 4. Considera-se que o estrangeiro tem os meios de
Artigo 45.º subsistência previstos na alínea d) do número 1 se:
Colaboração com outras entidades a) Tiver em território nacional rendimentos de tra-
1. Para efeitos do disposto na alínea c) do número 5 balho subordinado ou independente no qua-
do artigo anterior, os serviços de saúde prestam o apoio dro de um contrato de trabalho ou de presta-
necessário à DEF para análise da documentação rele- ção de serviços, respectivamente; ou
vante e na realização de exames médicos e laboratoriais b) Tiver rendimentos de actividade económica au-
para comprovação de doença que coloque em perigo a torizada, registada ou licenciada ou em con-
saúde pública. dições de o ser;
2. Para efeitos do disposto no número 8 do artigo c) Comprovar que tem disponíveis em território
anterior a DEF solicita à polícia judiciária o certificado nacional rendimentos regulares, designada-
policial do requerente. mente provenientes de bolsas de estudo, de
3. A DEF pode, ainda e sempre que necessário, colher pensões ou reforma, de bens, móveis ou imó-
informações julgadas pertinentes junto de outras enti- veis, ou da propriedade intelectual; ou
dades públicas ou privadas. d) Estiver a cargo de um estrangeiro residente que
Artigo 46.º se encontre numa das situações descritas na
Deveres de comunicação dos estrangeiros legalmente alínea anterior;
residentes
e) Apresentar termo de responsabilidade ou qual-
Os residentes devem comunicar à DEF, no prazo de quer outro documento que lhe garanta a exis-
1 874000 003155
oito dias contados da data em que ocorra, a alteração do tência de meios económicos legais suficientes
seu estado civil, da sua nacionalidade, da sua profissão, para a sua subsistência em território nacional.
do domicílio ou a ausência do país por período superior
Artigo 48.º
a noventa dias.
Renovação de autorização de residência temporária
Secção II
Autorização de residência temporária 1. A renovação de autorização de residência temporária
deve ser solicitada pelos interessados até quarenta e cinco
Artigo 47.º
dias antes de expirar a sua validade.
Condições gerais de concessão de autorização de residência
temporária 2. Só é renovada a autorização de residência aos es-
1. Sem prejuízo das condições especiais aplicáveis, trangeiros que:
para a concessão da autorização de residência, deve o re- a) Disponham de meios de subsistência nos termos
querente satisfazer os seguintes requisitos cumulativos: do número 4 do artigo 47.º;
a) Posse de visto de residência, sem prejuízo do dis- b) Disponham de alojamento;
posto no artigo 55.º;
c) Tenham cumprido as suas obrigações fiscais e
b) Inexistência de qualquer facto que, se fosse co- perante a segurança social;
nhecido pelas autoridades competentes, de-
vesse obstar à concessão do visto; d) Não tenham sido condenados em pena ou penas
que, isolada ou cumulativamente, ultrapas-
c) Presença em território nacional; sem um ano de prisão.
d) Posse de meios de subsistência em território na- 3. A autorização de residência pode não ser renovada
cional; por razões de ordem pública ou de segurança pública,
e) Alojamento; bem como quando o requerente não cumpre os deveres
de notificação previstos no artigo 46.º.
f) Posse do número de identificação fiscal;
4. O recibo do pedido de renovação de autorização de
g) Inscrição na segurança social, sempre que apli-
residência produz os mesmos efeitos do título de residên-
cável;
cia durante um prazo de sessenta dias, renovável.
h) Ausência de condenação por crime que em Cabo
Verde seja punível com pena privativa de li- 5. Em caso de caducidade da autorização de residência,
berdade de duração superior a um ano; pode ser concedida a sua renovação nas condições legal-
mente estabelecidas mediante pagamento de uma sobre-
i) Não se encontrar no período de interdição de en- taxa a fixar por portaria do membro do Governo respon-
trada em território nacional, subsequente a sável pela área da administração interna, sem prejuízo
uma medida expulsão do país. da aplicação de coima e outras medidas previstas na lei.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Autorização de residência para exercício de actividade pro- Autorização de residência para actividade de investimento
fissional independente ou actividade económica relevante
1. Para além das condições gerais estabelecidas no 1. É concedida autorização de residência, para efeitos
artigo 47.º, só é concedida autorização de residência de exercício de uma actividade de investimento ou acti-
para exercício de actividade profissional independente vidade económica relevante, aos estrangeiros que:
a estrangeiros que preencham os seguintes requisitos:
a) Preencham as condições gerais estabelecidas no
a) Tenham constituído sociedade nos termos da artigo 47.º, com excepção da alínea a) do nú-
lei ou celebrado um contrato de prestação de mero 1;
serviços para o exercício de uma profissão li-
beral que indique, pelo menos, a natureza do b) Tenham visto válido ou se encontrem legalmen-
serviço a prestar, o vínculo a estabelecer com te em território nacional;
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
c) Solicitem visto de residência no prazo de sessen- que com ele tenham vivido noutro país, que dele depen-
ta dias a contar da data da primeira entrada dam ou que com ele coabitem, independentemente de
em território nacional; os laços familiares serem anteriores ou posteriores à
entrada do residente em território nacional.
d) Realizem uma actividade de investimento tal
como definida na alínea d) do artigo 2.º e 2. Nas circunstâncias referidas no número anterior
apresentem declaração das actividades com- é igualmente reconhecido o direito ao reagrupamento
petentes que comprove que a mesma está au- familiar com os membros da família que tenham entrado
torizada, registada ou licenciada ou em con- legalmente em território nacional e que dependam ou
dições de o ser. coabitem com o titular de uma autorização de residência
válida.
2. O disposto no número anterior é aplicável ao es-
trangeiro que estiver autorizado a exercer no país, por 3. Para efeitos do disposto no presente artigo, conside-
si ou através de sociedades comerciais, uma actividade ram-se membros da família do residente:
económica ou outra de reconhecido interesse nacional
a) O cônjuge;
ou apresentar documento das autoridades competentes
atestando que preenche os requisitos legais para que a b) Os filhos menores, ou a cargo do casal ou de um
actividade seja autorizada, registada ou licenciada. dos cônjuges;
Subsecção II
c) Os menores adoptados.
Autorização de residência para estudo
4. O reagrupamento familiar com filho menor ou inca-
Artigo 53.º paz de um dos cônjuges depende da autorização do outro
Autorização de residência para estudantes progenitor ou de decisão de autoridade competente de
do ensino superior acordo com a qual o filho lhe tenha sido confiado.
1. É concedida uma autorização de residência ao estu- 5. Para o exercício do direito ao reagrupamento fami-
dante do ensino superior que: liar deve o requerente dispor de alojamento e meios de
a) Preencha as condições gerais estabelecidas no subsistência para a família.
artigo 47.º; Artigo 55.º
1 874000 003155
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
5. Antes de ser proferida decisão de indeferimento de penais ligadas ao tráfico de pessoas, ao tráfico ilícito de
pedido de reagrupamento familiar, são tidos em consi- imigrantes ou ao auxílio à imigração ilegal, mesmo que
deração a natureza e a solidez dos laços familiares da tenha entrado ilegalmente no país ou não preencha as
pessoa, o seu tempo de residência em Cabo Verde e a condições de concessão de autorização de residência.
existência de laços familiares, culturais e sociais com o
país de origem. 2. A autorização de residência a que se refere o número
anterior é concedida após o termo do prazo de reflexão
6. A decisão de indeferimento é notificada ao reque- entre trinta e sessenta dias para permitir à vítima recu-
rente com indicação dos seus fundamentos, dela devendo perar e escapar à influência dos autores das infracções
constar o direito de impugnação judicial e o respectivo em causa, desde que:
prazo.
a) Seja necessário prorrogar a permanência do in-
7. A decisão de indeferimento do pedido de autorização
teressado em território nacional, tendo em
de residência para reagrupamento familiar é susceptível
conta o interesse que a sua presença repre-
de impugnação judicial, com efeito suspensivo.
senta para as investigações e procedimentos
Artigo 56.º judiciais;
Autorização de residência dos membros da família
b) O interessado mostre vontade clara em colaborar
1. Tendo sido deferido o pedido de reagrupamento fami- com as autoridades na investigação e repres-
liar, ao membro da família que seja titular de um visto de são do tráfico de pessoas, do tráfico ilícito de
residência ou temporário ou que se encontre legalmente imigrantes ou do auxílio à imigração ilegal;
em território nacional é concedida uma autorização de
residência de duração idêntica à do residente. c) O interessado tenha rompido as relações que tinha
com os presumíveis autores das infracções refe-
2. Ao membro da família do titular de uma autorização
ridas no número anterior.
de residência permanente é emitida uma autorização de
residência renovável, válida por dois anos, renovável por 3. A autorização de residência pode ser concedida
iguais períodos nos termos gerais. antes do termo do prazo de reflexão, se se entender que
Artigo 57.º o interessado preenche de forma inequívoca o critério
previsto na alínea b) do número anterior.
1 874000 003155
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Não carecem de cumprir o disposto na alínea a) do d) Quando o estrangeiro é natural de Cabo Verde.
número 1 do artigo 47.º para obtenção de autorização de Secção III
residência temporária os estrangeiros: Autorização de residência permanente
dem públicas;
e) Que não se tenham ausentado do território na-
cional e cujo direito de residência tenha ca- f) Disponham de alojamento;
ducado; g) Comprovem ter conhecimento da língua nacional e
f) Que tenham filhos menores residentes em Cabo oficial de Cabo Verde.
Verde ou com nacionalidade cabo-verdiana 2. O período de residência anterior à entrada em vigor
sobre os quais exerçam efectivamente as res- da presente lei releva para efeitos do disposto no número
ponsabilidades parentais e a quem assegu- anterior.
rem o sustento e a educação;
3. À apreciação do pedido de autorização de residência
g) Que sejam, ou tenham sido, vítimas de explo- permanente é aplicável, com as necessárias adaptações,
ração salarial ou de horário, em condições o disposto no número 5 do artigo 44.º.
de trabalho particularmente abusivas, desde 4. O surgimento de uma doença prevista no número
que tenham denunciado a situação às entidades 6 do artigo 44.º após a concessão de autorização de resi-
competentes e com elas colaborem; dência temporária em território nacional não pode, por
h) Que tenham beneficiado de autorização de resi- si só, justificar a recusa de concessão de autorização de
dência concedida ao abrigo do artigo 58.º; residência permanente ao requerente que cumpra os
demais requisitos da lei.
i) Que à data em vigor do presente diploma perma-
neciam em situação irregular em Cabo Verde 5. A autorização de residência permanente não tem
tendo entrado comprovadamente em territó- prazo de validade e é titulada por um título de residência
rio nacional há três anos. nos termos do artigo 40.º.
Secção IV
Artigo 61.º
Cancelamento da autorização de residência
Regime excepcional
Artigo 63.º
Quando se verificarem situações extraordinárias a que Cancelamento da autorização de residência
não sejam aplicáveis as disposições previstas no artigo
anterior, mediante proposta do Director da DEF ou por 1. A autorização de residência é cancelada sempre que:
iniciativa do membro do Governo responsável pela área a) O seu titular tenha sido objecto de uma decisão
da administração interna pode, a título excepcional, ser de expulsão do território nacional; ou
concedida ou renovada autorização de residência tem-
b) A autorização de residência tenha sido concedida
porária a estrangeiros que não preencham os requisitos
com base em declarações falsas ou enganosas,
exigidos na presente lei, nas seguintes situações:
documentos falsos ou falsificados, ou através
a) Por razões de interesse nacional; da utilização de meios fraudulentos; ou
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
c) Em relação ao seu titular existam razões sérias geiro titular de autorização de residência tem direito,
para crer que cometeu actos criminosos gra- sem necessidade de autorização especial e nas mesmas
ves ou existam indícios reais de que tenciona condições garantidas aos nacionais cabo-verdianos, de-
cometer actos dessa natureza; ou signadamente:
d) Por razões de ordem ou segurança pública. a) À educação e ensino bem como à criação e direc-
ção de estabelecimentos de ensino, de acordo
2. Sem prejuízo da aplicação de disposições especiais, a com o estabelecido na legislação vigente;
autorização de residência pode igualmente ser cancelada
quando o interessado, sem razões atendíveis, se ausente b) Ao exercício de uma actividade económica ou
do país: profissional, subordinada ou independente,
sem prejuízo do disposto no artigo seguinte;
a) Sendo titular de uma autorização de residência
temporária, seis meses consecutivos no perío- c) Ao acesso à saúde.
do total de validade da autorização; 2. É garantida a aplicação das disposições que assegu-
rem a igualdade de tratamento dos estrangeiros, nome-
b) Sendo titular de uma autorização de residência
adamente em matéria de segurança social, de benefícios
permanente de vinte e quatro meses, num pe-
fiscais, de reconhecimento de diplomas, certificados e
ríodo de quatro anos.
outros títulos profissionais ou de acesso a bens e serviços
3. A ausência para além dos limites previstos no nú- à disposição do público, bem como a aplicação de dispo-
mero anterior deve ser justificada mediante pedido apre- sições que lhes concedam direitos especiais.
sentado na DEF antes da saída do residente do território Artigo 66.º
nacional ou, em casos excepcionais, após a sua saída.
Direitos políticos, direitos e deveres reservados aos nacio-
nais e exercício de actividade política ou de funções públicas
4. Não é cancelada a autorização de residência aos
cidadãos que estejam ausentes por períodos superiores 1. O estrangeiro que resida ou se encontre no território
aos previstos no número 2, quando comprovem que du- nacional não goza dos direitos políticos e dos direitos
rante a sua ausência do território nacional estiveram e deveres reservados constitucional e legalmente aos
no país de origem e que no mesmo desenvolveram uma cidadãos nacionais.
1 874000 003155
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
c) Informar as autoridades cabo-verdianas dos ele- o tribunal competente ou, na falta, o da comarca da resi-
mentos do seu estatuto pessoal, quando tal dência ou do lugar em que o estrangeiro for encontrado.
lhe for exigido; Artigo 74.º
d) Declarar e fazer prova do modo de subsistência Proibição de expulsão colectiva de estrangeiros
para si e seu agregado familiar;
1. É proibida a expulsão colectiva de estrangeiros.
e) Cumprir as demais prescrições legais e directri-
zes administrativas e policiais emanadas das 2. Para efeitos do presente diploma, entende-se por
autoridades competentes. expulsão colectiva a que visa globalmente grupos nacio-
nais, raciais, étnicos ou religiosos.
Artigo 71.º
Artigo 75.º
Garantias
Limites à expulsão
1. O estrangeiro goza em Cabo Verde de todas as ga-
rantias constitucionais e legais reconhecidas ao nacional, 1. Em nenhum caso a expulsão será efectuada para
nomeadamente: país onde o estrangeiro possa ser perseguido por razões
a) Acesso aos órgãos jurisdicionais contra os actos políticas, religiosas, raciais, de convicção filosófica ou lhe
que violem os seus direitos reconhecidos pela possa ser aplicada pena de morte ou de prisão ou outras
Constituição e pela lei; medidas privativas de liberdade perpétuas ou de duração
indeterminada ou possa sofrer tortura, tratamento de-
b) Não ser preso sem culpa formada e sofrer qual- sumano ou degradante.
quer sanção, a não ser nos casos e pelas for-
mas previstas na lei; 2. Verificada qualquer das situações referidas no nú-
mero anterior, o estrangeiro será encaminhado para um
c) Exercício e gozo, de forma pacífica, dos seus di- outro país que o aceite receber.
reitos patrimoniais e não sofrimento de quais-
Artigo 76.º
quer medidas arbitrárias ou discriminatórias
contra os mesmos; Interdição de entrada
d) Não ser expulso ou extraditado, senão nos casos 1. Ao cidadão estrangeiro sujeito a decisão de expulsão
e termos previstos na lei. administrativa nos termos da alínea a) e b) do número 1
do artigo seguinte é vedada a entrada em território na-
2. Em caso de expulsão, extradição, ausência presu-
cional por prazo de cinco anos, sem prejuízo do disposto
mida ou definitiva ou morte do estrangeiro é-lhe asse-
no número 4 do artigo 79.º.
gurado ou aos seus familiares ou herdeiros, os interesses
pessoais, patrimoniais, económicos ou sociais que lhe 2. Nos outros casos de expulsão é interdita a entrada
sejam reconhecidos por lei e que não sejam instrumento, em território nacional, por prazo não inferior a cinco anos,
produto, resultado ou efeito de infracções penais. determinado pela autoridade que decidiu a expulsão.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
se ainda não estiver, por qualquer autoridade e entregue na vida económico-social do país.
à DEF, devendo ser presente ao juiz, no prazo de quarenta
e oito horas a contar da detenção, para determinação Artigo 82.º
da sua colocação em centro de instalação temporária ou Medida autónoma de expulsão judicial
espaço equiparado ou, se for o caso, para aplicação de
medida de coacção prevista na legislação penal. 1. Sem prejuízo das disposições constantes de con-
venções internacionais de que Cabo Verde seja Parte
2. As autoridades, as empresas de navegação marítima, ou a que se vincule, é expulso do território nacional, o
aérea, portuárias e aeroportuárias comunicam às autori- estrangeiro residente ou que permaneça legalmente em
dades dos serviços de polícia de fronteiras a verificação de território nacional:
qualquer das situações previstas no número 1 do artigo
anterior em relação a um estrangeiro. a) Que atente contra a segurança nacional, a or-
dem e segurança públicas e os bons costumes;
Artigo 79.º
Abandono voluntário do território nacional e condução
b) Cuja presença ou actividades no país constitu-
à fronteira
am ameaça aos interesses ou à dignidade do
Estado de Cabo Verde ou dos seus nacionais;
1. O estrangeiro que entre ilegalmente em território
nacional e declare que pretende abandonar o território c) Que não respeitem as leis aplicáveis aos estran-
nacional fica à custódia da DEF para efeitos de condução geiros;
ao posto de fronteira e afastamento no mais curto espaço d) Que tenha praticado actos que, se fossem conhe-
de tempo possível. cidos pelas autoridades cabo-verdianas, te-
2. Em alternativa à detenção e à decisão de expulsão, riam obstado à sua entrada no País.
o estrangeiro que tenha permanecido além do período 2. O disposto no número anterior não prejudica a
autorizado de estadia ou a quem tenha sido cancelada a responsabilidade criminal em que o estrangeiro haja
autorização de residência pode ser notificado pela DEF incorrido.
para abandonar voluntariamente o território nacional no
prazo que lhe for fixado, entre dez e vinte dias. 3. Com excepção dos casos referidos nas alíneas a) e
b) do número 1, não podem ser expulsos do território
3. O prazo referido no número anterior pode ser pror- nacional os cidadãos estrangeiros que:
rogado tendo em conta, designadamente, a duração da
permanência, a existência de filhos que frequentem a a) Tenham nascido em território cabo-verdiano e
escola e a existência de outros membros da família e de aqui residam legalmente;
laços sociais, disso sendo notificado o estrangeiro. b) Tenham a seu cargo filhos menores de naciona-
4. Em derrogação ao disposto no artigo 76.º, o estrangeiro lidade cabo-verdiana ou estrangeira, a resi-
que tenha abandonado o território nacional nos termos dir em Cabo Verde, sobre os quais exerçam
do presente artigo fica interdito de entrar em território de facto as responsabilidades parentais e a
nacional pelo prazo de dois anos. quem assegurem o alimento.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Artigo 87.º
6. A decisão é proferida no prazo de setenta e duas Obrigações do expulsando
horas após a recepção do processo.
1. Ao estrangeiro residente contra quem é proferida
7. É enviada cópia da decisão de expulsão à Comissão
uma decisão de expulsão é concedido um prazo de saída
Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania, que tem
voluntária do território nacional, entre dez e vinte dias.
a incumbência de monitorizar e assegurar o respeito
pelos direitos fundamentais do expulsando, em especial 2. O estrangeiro residente que não abandone o ter-
o disposto no número 5 do artigo 86.º. ritório nacional no prazo que lhe tiver sido fixado nos
Artigo 84.º termos do número anterior é detido e conduzido ao posto
de fronteira para afastamento do território nacional.
Conteúdo da decisão
3. No âmbito dos processos de expulsão e enquanto não
A decisão de expulsão contém obrigatoriamente:
expirar o prazo previsto no número 1 do presente artigo
a) Os fundamentos de facto e de direito; e no número 2 do artigo anterior, o estrangeiro, se não
estiver instalado em centro de instalação temporária
b) O prazo para a sua execução;
ou em espaço equiparado ou preso em estabelecimento
c) As obrigações legais do expulsando, se não for prisional em caso de pena acessória de expulsão, ficará
detido, enquanto não esgotar o prazo de exe- sujeito às seguintes obrigações, sem prejuízo do disposto
cução; no número 4:
d) A interdição de entrada em território nacional, a) Declarar a sua residência;
com a indicação do respectivo prazo;
b) Não se ausentar da ilha da sua residência, sem
e) A indicação do país para onde não deve ser enca- autorização das autoridades dos serviços de
minhado o estrangeiro; polícia de fronteiras;
f) A ordem de venda dos bens da titularidade do c) Apresentar-se periodicamente perante as auto-
expulsando para custear as despesas de ex- ridades dos serviços de polícia de fronteiras,
pulsão ou a declaração da sua perda a favor de harmonia com o que lhe for determinado;
do Estado.
d) Pagar uma caução, se lhe for determinado.
Artigo 85.º
Notificação
4. Em situações devidamente fundamentadas, no-
meadamente quando se verifiquem razões concretas e
A decisão de expulsão é notificada ou comunicada por objectivas geradoras de convicção de intenção de fuga,
escrito ao estrangeiro, sendo-lhe explicada em língua que sempre que o estrangeiro utilize documentos falsos ou
presumivelmente consiga entender. falsificados, ou tenha sido detectado em situações que
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
indiciam a prática de um crime, ou existam razões sérias 2. Considera-se ilegal a permanência de estrangeiros em
para crer que cometeu actos criminosos graves ou indícios território nacional quando esta não tenha sido autorizada de
fortes de que tenciona cometer actos dessa natureza, o harmonia com o disposto na presente lei ou na lei reguladora
cidadão fica entregue à custódia da DEF, com vista à do direito de asilo, bem como quando se tenha verificado a
execução da decisão de expulsão. entrada ilegal nos termos do número anterior.
Artigo 88.º 3. Considera-se ainda ilegal o trânsito de estrangeiros
Comunicação da decisão em território nacional quando estes não tenham garan-
tido a sua admissão no país de destino.
1. A decisão de expulsão e a sua execução são comuni-
Artigo 91.º
cadas, pela via diplomática, às autoridades competentes
do país de destino do estrangeiro. Responsabilidade criminal e civil das pessoas colectivas
e equiparadas
2. Para efeitos do disposto no número anterior os tri-
bunais remetem ao membro do Governo responsável pela 1. As pessoas colectivas e entidades equiparadas são
área da justiça cópia autenticada da decisão de expul- responsáveis, nos termos gerais, pelos crimes previstos
são ou da sentença condenatória, que a reencaminhará na presente lei.
para o membro do Governo responsável pelas relações 2. As entidades referidas no número 1 respondem soli-
exteriores. dariamente, nos termos da lei civil, pelo pagamento das
multas, coimas, indemnizações e outras prestações em
3. A DEF comunica ao membro do Governo responsável
que forem condenados os agentes das infracções previstas
pela área das relações exteriores as decisões de expulsão
na presente lei.
administrativa e a execução da expulsão.
Artigo 89.º 3. À responsabilidade criminal pela prática dos crimes
previstos nos artigos 92.º, 93.º e 97.º, acresce a respon-
Despesas
sabilidade civil pelo pagamento de todas as despesas
1. O expulsando é responsável pelo pagamento das inerentes à estadia e ao afastamento dos estrangeiros
despesas de expulsão. envolvidos, incluindo quaisquer despesas com custos de
envio para o país de origem de verbas decorrentes de
2. Para efeitos do disposto no número anterior, a enti-
créditos laborais em dívida.
dade que proferiu a decisão de expulsão ordena a venda
1 874000 003155
de bens necessários do expulsando, declara a sua perda 4. Podem ainda ser aplicadas às pessoas colectivas e
a favor do Estado ou acciona a caução prevista na alínea entidades equiparadas as seguintes penas acessórias:
d) do número 3 do artigo 87.º, a garantia de repatriamen- a) Proibição de celebrar certos contratos ou contratos
to prevista no número 2 do artigo 35.º ou o disposto no com determinadas entidades;
número 3 do artigo 91.º, consoante os casos.
b) Privação do direito a subsídios, subvenções ou
3. As empresas públicas ou privadas que mantenham incentivos;
estrangeiros em situação irregular ao seu serviço ou
alojados ficam obrigadas a satisfazer as despesas com c) Encerramento definitivo da empresa ou estabe-
a sua expulsão, quando o expulsando não possui meios lecimento por um período até cinco anos;
para o efeito. d) Interdição de exercer, directa ou indirectamente,
4. O disposto no número anterior é aplicável ao subs- outras actividades comerciais ou de criar uma
critor de um termo de responsabilidade nos termos do outra empresa, durante um período máximo
número 4 do artigo 10.º. de cinco anos;
5. Se as despesas de expulsão não puderem ser sa- e) Perda a favor do Estado de produtos e instru-
tisfeitas nos termos dos números anteriores, dar-se-á mentos da infracção.
conhecimento do facto à autoridade diplomática do país Artigo 92.º
para onde será enviado, para efeitos de assunção das Auxílio à imigração ilegal
respectivas despesas.
1. Quem, por qualquer forma, induzir, promover, favo-
6. Na impossibilidade de satisfação dos encargos com recer ou facilitar a entrada, a permanência ou o trânsito
a expulsão, por via diplomática, as mesmas serão supor- ilegais de estrangeiro em território nacional, será punido
tadas pelo Estado, por dotações escritas no orçamento com pena de prisão de um a três anos.
do departamento governamental responsável pela área
das finanças. 2. Quem favorecer ou facilitar, por qualquer forma, a
entrada, a permanência ou o trânsito ilegais de cidadão
CAPÍTULO VIII estrangeiro em território nacional, com intenção lucra-
Disposições penais tiva, é punido com pena de prisão de um a quatro anos.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Casamento de conveniência
1. O tribunal pode, nos termos gerais, atenuar livre-
mente a pena a aplicar ao agente dos crimes previstos
1. Quem contrair casamento com o único objectivo de nos artigos 92.º, 93.º e 94.º, que denunciar os autores ou
proporcionar a obtenção ou de obter um visto ou uma au- colaborar de forma substancial, na descoberta de grupo
torização de residência ou defraudar a legislação vigente criminoso organizado.
em matéria de aquisição da nacionalidade é punido com
2. O agente será, prévia e expressamente informado, se
pena de prisão de um a quatro anos.
deseja colaborar, nos termos e para os efeitos do previsto
2. Quem, de forma reiterada ou organizada, fomentar no número anterior.
ou criar condições para a prática dos actos previstos no Artigo 99.º
número anterior, é punido com pena de prisão de dois a
Competência para investigação
cinco anos.
Sem prejuízo das competências atribuídas a outras
3. A tentativa é punível. entidades, cabe à DEF investigar os crimes previstos no
Artigo 96.º presente capítulo e outros que com ele estejam conexos.
Angariação de mão-de-obra ilegal Artigo 100.º
Remessa de sentenças
1. Quem, com intenção de obter, directa ou indirec-
tamente, um benefício financeiro ou um outro benefício Os tribunais enviam à DEF, com a maior brevidade:
material, para si ou para terceiro, aliciar ou angariar com
a) Certidões de decisões condenatórias proferidas em
o objectivo de introduzir, no mercado de trabalho, estran-
processo-crime contra cidadãos estrangeiros;
geiro que não seja titular de autorização de residência ou
visto que habilite ao exercício de uma actividade profis- b) Certidões de decisões proferidas em processos
sional ou com este simular relação laboral é punido com instaurados pela prática dos crimes previstos
pena de prisão de um a quatro anos. na presente lei;
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Artigo 103.º
Artigo 109.º
Falta de boletim de alojamento
Inobservância de determinados deveres
A infracção ao disposto no artigo 23.º, por cada boletim
de alojamento não apresentado no prazo legal constitui A infracção dos deveres de comunicação previstos no
contra-ordenação punível com coima de 2 000$00 (dois artigo 46.º constitui contra-ordenação punível com uma
mil escudos) a 10 000$00 (dez mil escudos). coima de 2 000$00 (dois mil escudos) a 10 000$00 (dez
Artigo 104.º
mil escudos).
A infracção ao disposto no artigo 22.º constitui contra- Repatriamento a cargo de empresa ou sociedade
ordenação punível com coima de 10 000$00 (dez mil es-
A infracção ao disposto no número 3 do artigo 89.º
cudos) a 50 000$00 (cinquenta mil escudos), sem prejuízo
constitui contra-ordenação, sancionável com coima de 20
de outras sanções estabelecidas na lei.
000$00 (vinte mil escudos) a 50 000$00 (cinquenta mil
Artigo 105.º escudos) por pessoa.
Transporte de pessoa com entrada não autorizada no País
Artigo 111.º
O transporte, para o território nacional, de cidadão Emprego de estrangeiro em situação irregular
estrangeiro que não possua documento de viagem ou
visto, válidos, por transportadora ou por qualquer pessoa Quem utilizar a actividade de estrangeiro não habili-
no exercício de uma actividade profissional, constitui tado com autorização de residência ou visto que autorize
contra-ordenação punível, por cada cidadão estrangeiro o exercício de uma actividade profissional subordinada,
transportado, com coima de 100.000$00 (cem mil escudos) fica sujeito à aplicação, por cada estrangeiro, de uma das
a 300.000$00 (trezentos mil escudos) ou de 250.000$00 seguintes coimas:
(duzentos e cinquenta mil escudos) a 500.000$00 (qui-
nhentos mil escudos), consoante se trata de pessoa sin- a) De 100.000$00 (cem mil escudos) a 500.000$00
gular ou pessoa colectiva. (quinhentos mil escudos), se empregar 1 a 4
estrangeiros;
Artigo 106.º
Violação da medida de interdição de entrada b) De 300.000$00 (trezentos mil escudos) a
1.500.000$00 (um milhão e quinhentos mil
O estrangeiro que entrar em território nacional du- escudos), se empregar 5 a 10 estrangeiros;
rante o período por que essa entrada lhe foi interditada
é punido com coima de 100.000$00 (cem mil escudos) c) De 500.000$00 (quinhentos mil escudos) a
a 500.000$00 (quinhentos mil escudos) e será expulso 4.500.000$00 (quatro milhões e quinhentos mil
administrativamente. escudos), se empregar mais de 11 estrangeiros.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Artigo 115.º
des com quem contrataram receberem trabalho prestado
Aplicação subsidiaria por estrangeiros em situação irregular.
Em tudo o que não estiver regulado no presente 3. Quando emita título que regularize, nos termos da
capítulo é aplicável o regime jurídico geral das contra- presente lei, a situação de estrangeiro que se encontre
ordenações. em território nacional, a DEF comunica aos serviços
competentes em matéria fiscal e da segurança social
CAPÍTULO X os dados necessários à respectiva inscrição, se esta não
Taxas tiver já ocorrido.
Artigo 120.º
Artigo 116.º
Regulamentação
Regime aplicável
1. A presente lei é regulamentada no prazo de noventa
1. As taxas e sobretaxas a cobrar pela concessão de dias.
vistos pelos postos consulares são as que constam da ta-
bela de emolumentos consulares, quando emitidos pelas 2. Até à aprovação da regulamentação referida no
embaixadas e postos consulares. número anterior, mantém-se em vigor o Decreto-Re-
gulamentar n.º 12/99, de 9 de Agosto, com as devidas
2. As taxas e sobretaxas a cobrar pela emissão de vistos adaptações e em tudo o que for compatível com o regime
em território nacional, a emissão de título de residência, constante da presente lei
a concessão de autorização de residência e a sua validação
Artigo 121.º
e demais procedimentos administrativos previstos na
presente lei da competência da DEF são fixados por Disposições transitórias
portaria do membro do Governo responsável pela área
1. Os estrangeiros que se encontram no país em si-
da administração interna.
tuação irregular têm o prazo de noventa dias dias, a
3. O produto das taxas e sobretaxas a cobrar nos termos contar da data de entrada em vigor da presente lei, para
do número anterior constitui receita da DEF. regularizarem a sua permanência ao abrigo do disposto
na presente lei.
Artigo 117.º
2. Os titulares de certidão de residência emitida ao
Isenção ou redução de taxas
abrigo de legislação anterior à presente lei devem pro-
1. Estão isentos de taxa: ceder à substituição do título de que são portadores pelo
título previsto no artigo 40.º, em termos e no prazo a fixar
a) Os vistos oficiais, diplomáticos e de cortesia; em sede de legislação regulamentar.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
em pequena escala, ou seja, a possibilidade do consumo 3. Fazem igualmente parte das actividades dos estabe-
de produtos in natura, transformando-os para que pos- lecimentos em espaços ou zonas rurais, a prestação dos
sam ser oferecidos ao turista, sob a forma de conservas seguintes serviços:
produtos lácteos, refeições e outros.
a) Fornecimento e administração da hospedagem;
Atendendo aos objectivos que se pretendem atingir,
integram-se neste novo regime, os hotéis rurais, o turismo b) Fornecimento de alimentação e bebidas em es-
de aldeia, o turismo de habitação e as casas de campo, paços funcionais dos meios de hospedagem
clarificando, ao mesmo tempo, o tipo de exploração e o rurais;
seu carácter familiar, onde igualmente as iniciativas
c) Organização e promoção de visitas a proprieda-
empresariais obedeçam às condições adequadas e aos
des rurais produtivas;
requisitos que respeitem a preservação das caracterís-
ticas histórico-culturais e paisagístico-ambientais das d) Promoção da vivência e de práticas do meio ru-
localidades onde vierem a inserir. ral; e
Numa perspectiva de articulação, primando sempre e) Divulgação e promoção de manifestações artísti-
pela qualidade e segurança e na estratégia de descentra- cas ou religiosas no meio rural.
lização e facilitação, o presente diploma releva o envolvi-
mento dos municípios em todo o processo de instalação, 4. As actividades turísticas referidas no número an-
licenciamento e fiscalização das iniciativas empresariais terior, devem contribuir para a promoção do modo de
inseridas na respectiva circunscrição territorial. vida da população local, para a divulgação dos produtos
e tradições, para a valorização do património natural,
Com a crescente demanda de turistas que procuram paisagístico, cultural, histórico e promoção gastronómica.
Cabo Verde como destino de férias e de lazer, aliado ao
forte incremento que se quer impulsionar e imprimir a Artigo 3.º
nível do turismo interno, torna-se necessário a implemen-
Definições
tação de medidas conducentes a uma maior diversificação
da nossa oferta turística e, ao mesmo tempo, criar as 1. São empreendimentos de turismo no espaço ou zona
condições para o incremento das actividades turísticas rural, os estabelecimentos que se destinam a prestar,
1 874000 003155
no espaço ou zona rural e a promoção de novos circuitos. em espaços rurais, serviços de alojamento a turistas,
dispondo para o seu funcionamento de um adequado
Foram ouvidos a Associação Nacional dos Municípios
conjunto de instalações, estruturas, equipamentos e
de Cabo Verde.
serviços complementares, tendo em vista a oferta de um
Assim: produto turístico completo e diversificado.
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do n.º 2. Para efeito do presente diploma, consideram-se:
2 do artigo 204.º da Constituição, o Governo decreta o
seguinte: a) «Espaços ou zonas rurais», as áreas ou locais
ligados à actividade agrícola, de sequeiro ou
CAPÍTULO I de regadio, bem com à actividade pecuária ou
piscatória;
Disposições gerais
b) «Administração Turística Central», a Direcção-
Artigo 1º
Geral do Turismo, ou qualquer serviço ou or-
Objecto ganismo que lhe suceda nas suas funções.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
São Casas de campo os imóveis particulares, situados 2. Todos os empreendimentos de turismo no espaço ou
em zonas ou espaços rurais que se integrem, pela sua zona rural devem dispor de electricidade e água potável.
traça, materiais de construção e demais características,
na arquitectura típica local e que estejam a ser ocupadas 3. Caso não existir rede pública de água, os empreen-
de modo descontínuo, para repouso, férias ou lazer dos dimentos de Turismo no Espaço ou Zona Rural devem
seus proprietários. dispor de reservatórios de água potável em adequadas
condições sanitárias e com capacidade suficiente para
Artigo 7.º satisfazer as necessidades correntes dos serviços neles
Hotéis rurais prestados.
São Hotéis rurais os estabelecimentos hoteleiros si- 4. Nos empreendimentos de turismo no espaço ou zona
1 874000 003155
tuados em espaços ou zonas rurais que, pela sua traça rural devem existir extintores de incêndio em número e
arquitectónica e materiais de construção, respeitem as locais adequados às suas características e dimensões.
características dominantes da região onde estão implan-
5. Nos quartos e nas casas de banho dos empreendi-
tados, podendo igualmente instalar-se em edifícios novos,
mentos de turismo no espaço ou zona rural, apenas é
possuindo, no mínimo 15 (quinze) quartos.
permitida a utilização de equipamentos eléctricos cuja
Artigo 8.º instalação cumpra os requisitos legalmente exigidos.
Turismo de habitação Artigo 11.º
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Restrições aos promotores e às entidades gestoras b) Receber, guardar e entregar aos hóspedes a cor-
respondência, bem como os objectos que lhes
1. Os promotores, as entidades gestoras e o responsável sejam destinados;
pelos empreendimentos no espaço ou zona rural, estão
impedidos de: c) Anotar e dar conhecimento aos hóspedes das
chamadas telefónicas e mensagens que forem
a) Alterar substancialmente a estrutura interna recebidas durante a sua ausência;
dos edifícios ou o seu aspecto estético ex-
terior, sem prévia aprovação e autorização d) Facultar o livro de reclamações, quando solicitado.
da Camara Municipal e da Administração
Turística Central; 2. Nas casas de Turismo de aldeia e nas Casas de campo
deve existir um escritório de atendimento que preste os
b) Utilizar os mesmos para fim diverso do autorizado; serviços previstos no número anterior.
c) Realizar ou permitir a realização de actividades 3. Nos Hotéis rurais, deve existir uma recepção que
susceptíveis de perturbar a tranquilidade dos preste os serviços previstos no n.º 1.
hóspedes ou adulterar as características do
Artigo 17.º
serviço;
Informações
d) Praticar quaisquer actos ou realizar obras que
1 874000 003155
a) Penetrar nas áreas de acesso vedado; f) As zonas do empreendimento que podem ser uti-
lizadas pelos hóspedes e as que estão reservadas
b) Cozinhar nos quartos; ao seu proprietário, possuidor ou legítimo de-
c) Fazer lume nos quartos, excepto se os mesmos tentor, quando for caso disso.
dispuserem de lareira; Artigo 18.º
3. Os hóspedes são responsáveis pelos danos que cau- 2. No preço diário do alojamento deve estar incluído
sarem à casa e ao seu equipamento e mobiliário. o pequeno-almoço e o serviço de arrumação e limpeza.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Unidades de alojamento, quartos e salas de estar c) A violação do disposto nas alíneas a) a e) do n.º 1
do artigo 14.º;
1. Cada quarto nos empreendimentos do turismo no
espaço ou zona rural corresponde a uma unidade de d) O encerramento do empreendimento no espaço
alojamento. ou zona rural, sem ter sido feita a comunica-
ção à Câmara Municipal e à Administração
2. Nos quartos destinados aos hóspedes só podem ser Turística Central.
instaladas 1 ou 2 (uma ou duas) camas individuais ou
uma cama de casal. 2. A contra-ordenação prevista na alínea c) do número
anterior é punível com coima de 10.000$00 a 100.000$00
3. Nos quartos com capacidade para 2 (duas) pessoas, (dez mil escudos a cem mil escudos), no caso de se tratar
a pedido do hóspede, podem ser instaladas até 2 (duas) de pessoa singular e de 30.000$00 a 200.000$00 (trinta
camas suplementares individuais, desde que se destinam mil escudos a duzentos mil escudos), no caso de se tratar
a crianças. de pessoa colectiva.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Artigo 30.º
Incidência objectiva
Entrada em vigor
As taxas estabelecidas pelo presente diploma incidem
sobre utilidades prestadas aos promotores de projectos, O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao
no âmbito do procedimento de avaliação do pedido para da sua publicação.
a abertura, instalação e funcionamento dos estabeleci- Aprovado em Conselho de Ministros de 29 de
mentos no espaço ou zona rural. Maio de 2014.
Artigo 26.º
José Maria Pereira Neves - Cristina Isabel Lopes da
Incidência subjectiva Silva Monteiro Duarte - Emanuel Antero Garcia da Veiga
- Humberto Santos de Brito - Eva Verona Teixeira Ortet
1. O sujeito activo é a Administração Turística Central.
Promulgado em 10 de Julho de 2014
2. O sujeito passivo é o promotor de projectos privados Publique-se.
susceptíveis de serem benificiários com abertura, insta-
lação e funcionamento dos estabelecimentos no espaço O Presidente da República, JORGE CARLOS DE AL-
ou zona rural. MEIDA FONSECA
Artigo 27.º Anexo
A que se refere o n.º 1 do artigo 24.º
Fundamentação económico-financeira das taxas
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Decreto-Lei n.º 35/2014 com um maior controlo ao nível dos planos urbanísticos
e gestão dos solos, de modo a prevenir a especulação
de 17 de Julho
imobiliária.
O Governo, ao reconhecer o sector do turismo como Introduzem-se também regras que contemplam os
estratégico para o desenvolvimento económico de Cabo empreendimentos turísticos em propriedade plural, isto
Verde, considerou determinante a actualização do regime é aqueles que, compreendendo lotes e/ou fracções autóno-
legal que o regula, tendo em vista corrigir as assimetrias mas de um ou mais edifícios, são detidos por diferentes
constatadas, colmatar as lacunas apuradas e acolher as pessoas, consagrando soluções para uma figura que não
soluções que se revelem mais consentâneas com esse encontrava suporte legal.
desiderato e com as necessidades efectivos do país.
Neste âmbito, estabelecem-se disposições transitórias,
Diploma fulcral para a realização de um sistema in- tendo em vista regularizar eventuais situações existen-
tegrado que vise regular o sector do turismo em Cabo tes, determinando-se a sua reconversão nas tipologias e
Verde é, sem dúvida, o que estabelece o regime jurídico categorias agora aprovadas.
dos empreendimentos turísticos, que funciona como placa
giratória de todas as demais regulamentações. Foi ouvida a Associação Nacional dos Municípios de
Cabo Verde.
Assim, estabilizam-se conceitos, definem-se critérios
e estabelecem-se requisitos gerais e específicos da ins- Assim:
talação, classificação e funcionamento aplicáveis a todos
os empreendimentos turísticos. Contudo, no presente No uso da faculdade conferida pela alínea a) do n.º
diploma apenas os empreendimentos de tipologias mais 2 do artigo 204.º da Constituição, o Governo decreta o
clássicas se encontram materialmente regulados: os es- seguinte:
tabelecimentos hoteleiros, os aldeamentos turísticos, os CAPÍTULO I
apartamentos turísticos, os conjuntos turísticos (resorts),
bem como os parques de campismo e caravanismo. As Disposições gerais
mais recentes tipologias de empreendimentos turísticos,
como os de habitação, no espaço rural ou de natureza, Artigo 1.º
1 874000 003155
Extingue-se, também, a divisão entre empreendimen- É livre o acesso de todas as pessoas, singulares ou
tos de interesse para o turismo e os que o não o são, su- colectivas, nacionais ou estrangeiras, à instalação e
jeitos a tratamento diferenciado e a entidades diversas. exploração de empreendimentos turísticos, não podendo
as necessárias licenças ou autorizações ser denegadas
Clarificam-se as atribuições dos vários órgãos e en- se não com fundamento na desconformidade com a lei e
tidades com intervenção directa no desenvolvimento respectivos regulamentos.
dos empreendimentos turísticos, especificando quais as
competências da Administração Turística Central e quais Artigo 3.º
as dos órgãos municipais. Oferta de alojamento turístico
No que respeita ao procedimento respeitante à insta- 1. Os serviços de alojamento turístico apenas podem
lação dos empreendimentos, segue-se o regime jurídico ser prestados por empreendimentos turísticos previstos
das operações urbanísticas (RJOU), com as especificações no presente diploma, com excepção do alojamento com-
constantes do presente diploma, sempre que envolva a plementar.
realização de operações urbanísticas.
2. Presume-se existir prestação de serviços de aloja-
A opção pelo RJOU na elaboração do presente diploma mento turístico quando um imóvel ou fracção deste esteja
visa dotar o procedimento relativo à instalação dos mobilado e equipado e sejam oferecidos ao público em
empreendimentos de regras administrativas claras e geral, além de dormida, serviços de limpeza e recepção.
precisas relativas ao licenciamento de obras e às es-
Artigo 4.º
pecificidades de cada tipo de obras ou trabalhos, com
vantagens e benefícios quer para a administração, quer Declaração de interesse para o turismo
para os promotores.
Os empreendimentos turísticos previstos no presente
Com efeito, o esforço de actualização do regime jurídico diploma são, por natureza, empreendimentos de interesse
dos empreendimentos aconselha um regime jurídico de para o turismo, não necessitando de qualquer declaração
licenciamento mais simples e menos burocrático, mas para o efeito.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
3. Todas as unidades de alojamento devem ser iden- c) Hotéis de Charme – Unidades de alojamento
tificadas no exterior da respectiva porta de entrada em que, pelo cunho histórico ou patrimonial dos
local bem visível. edifícios onde estão instalados, constituem lo-
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
edifícios autónomos, que podem ou não incluir unidades Noção de conjunto turístico (resort)
de carácter unifamiliar, e instalações que constituam um
conjunto harmónico e articulado entre si, inserido num 1. São conjuntos turísticos (resorts) os empreendimen-
conjunto de espaços contíguos, ainda que atravessados tos turísticos constituídos por núcleos de instalações e edi-
por caminhos públicos ou privados, apresentando expres- fícios autónomos, que podem ou não incluir unidades de
são arquitectónica e características funcionais coerentes. carácter unifamiliar, funcionalmente interdependentes,
situados em espaços com continuidade territorial, ainda
Secção III
que atravessados por caminhos públicos ou privados,
Aldeamentos Turísticos linhas de água e faixas de terreno afectas a funções de
protecção e conservação de recursos naturais, destinados
Artigo 13.º a proporcionar alojamento e serviços complementares
de apoio a turistas, que integrem pelo menos 2 (dois)
Noção de aldeamento turístico
empreendimentos turísticos de um dos tipos previstos
1. São aldeamentos turísticos os empreendimentos no n.º 1 do artigo 6.º, sendo obrigatoriamente um deles
turísticos constituídos por um conjunto de instalações um estabelecimento hoteleiro de 4 (quatro) ou 5 (cinco)
funcionalmente interdependentes com expressão arqui- estrelas, e ainda um equipamento de animação autónomo
tectónica coerente, situadas em espaços com continuidade e um estabelecimento de restauração.
territorial, ainda que atravessados por caminhos públicos
2. Para efeitos do disposto no presente artigo, con-
ou privados, linhas de água e faixas de terreno afectas a
sideram-se equipamentos de animação autónomos,
funções de protecção e conservação de recursos naturais,
nomeadamente:
destinados a proporcionar alojamento e serviços comple-
mentares de apoio a turistas. a) Campos de golfe;
2. Os edifícios que integram os aldeamentos turísticos b) Marinas, portos e docas de recreio;
não podem exceder 3 (três) pisos, incluindo o rés-do-chão,
sem prejuízo do disposto em instrumentos de gestão c) Instalações de spa, balneoterapia, talassoterapia
territorial aplicáveis ou alvarás de loteamento válidos e outras semelhantes;
e eficazes nos termos da lei, quando estes estipularem
número inferior de pisos. d) Centros de convenções e de congressos;
e) Centros equestres;
3. Os aldeamentos turísticos devem dispor, no míni-
mo, de 10 (dez) unidades de alojamento, para além dos f) Casinos e salas de jogo;
requisitos gerais de instalação, das infra-estruturas e
equipamentos referidos nas alíneas a) a f) do artigo 16.º. g) Kartódromos;
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
4. Sem prejuízo do disposto no artigo 10.º, nos conjuntos Parques de campismo e de caravanismo
turísticos (resorts) só podem instalar-se empreendimentos
Artigo 17.º
turísticos.
Noção de parques de campismo e de caravanismo
5. Podem ser instalados num conjunto turísticos (resort)
empreendimentos turísticos de diferentes categorias. 3. São parques de campismo e de caravanismo os
empreendimentos instalados em terrenos devidamente
6. Quando instalados em conjuntos turísticos (resorts),
delimitados e dotados de estruturas destinadas a permitir
os aldeamentos turísticos consideram-se sempre situados
a instalação de tendas, reboques, caravanas ou autoca-
em espaços com continuidade territorial.
ravanas e demais material e equipamento necessários à
7. Sem prejuízo do disposto no n.º 4, podem instalar-se prática do campismo e do caravanismo.
em conjuntos turísticos (resorts), desde que admitidos pe-
los instrumentos de gestão territorial aplicáveis, edifícios 4. Os parques de campismo e de caravanismo podem
1 874000 003155
autónomos, de carácter unifamiliar, desde que: ser públicos ou privativos, consoante se destinem ao pú-
blico em geral ou apenas aos associados ou beneficiários
a) A exploração turística dessas unidades de aloja- das respectivas entidades proprietárias ou exploradoras.
mento seja assegurada pela entidade gesto-
ra de um dos empreendimentos turísticos do 5. Os parques de campismo e de caravanismo podem
conjunto turístico, nos termos do disposto nos destinar-se exclusivamente à instalação de um dos tipos
artigos 40º e 50º; de equipamento referidos no n.º 1, adoptando a corres-
pondente designação.
b) Sejam cumpridos os requisitos de instalação e
de serviço obrigatórios exigidos para as uni- 6. Nos parques de campismo e de caravanismo podem
dades de alojamento dos aldeamentos turís- existir instalações de carácter complementar destinadas
ticos com a categoria equivalente à categoria a alojamento desde que não ultrapassem 25 % (vinte e
do empreendimento turístico que assegura a cinco por cento) da área total do parque destinada aos
exploração destes edifícios autónomos; campistas, nos termos a regulamentar no diploma legis-
lativo próprio previsto no n.º 3 do artigo 6.º.
c) As unidades de alojamento que integrem o
Regulamento de Administração do conjunto CAPÍTULO III
turístico (resort), ficam sujeitas ao pagamento
da prestação periódica fixada de acordo com Competências
o critério determinado no Regulamento de Artigo 18.º
Administração.
Competências da Administração Turística Central
Artigo 16.º
Requisitos mínimos dos conjuntos turísticos (resorts) 2. Compete à Administração Turística Central exercer
as competências especialmente previstas no presente
Os conjuntos turísticos (resorts), para além dos requi- diploma relativamente aos empreendimentos turísticos.
sitos gerais de instalação, devem possuir, no mínimo, as
seguintes infra-estruturas e equipamentos: 3. Compete ainda à Administração Turística Central,
no âmbito das suas atribuições:
a) Vias de circulação interna que permitam o trân-
sito de veículos de emergência; a) Intervir, nos termos da lei, na elaboração dos
instrumentos de gestão territorial;
b) Vias de circulação interna com uma largura mí-
nima de 3m (três metros) ou 5m (cinco me- b) Emitir parecer sobre as operações de loteamento
tros), conforme sejam de sentido único ou que contemplem a instalação de empreendi-
duplo, quando seja permitido o trânsito de mentos turísticos, limitado à área destes.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
4. Ao parecer referido na alínea b) do número anterior 7. Os empreendimentos turísticos devem dispor de ins-
aplica-se o disposto no artigo 24.º, com as necessárias talações sanitárias, devidamente equipadas, nos termos
adaptações. da Portaria prevista no n.º 2 do artigo 6.º.
5. Para efeitos do presente diploma, Administração 8. Os empreendimentos turísticos devem dispor de
Turística Central é a Direcção-Geral do Turismo, ou um sistema de iluminação de segurança concebido de
qualquer serviço ou organismo que lhe suceda nas suas modo a entrar em funcionamento logo que o sistema de
funções. iluminação normal falhe.
Artigo 19.º
9. Os empreendimentos turísticos devem possuir uma
Competências dos órgãos municipais rede interna de esgotos e respectivas ligações a redes
Compete aos órgãos municipais exercerem as compe- gerais que conduzam as águas residuais a sistemas
tências atribuídas pelo regime jurídico da urbanização e adequados ao seu escoamento, designadamente através
loteamento, com as especificidades constantes do presen- da rede pública ou, se esta não existir, de um sistema
te diploma, relativas à instalação dos empreendimentos de recolha e tratamento adequado ao volume e natureza
turísticos, dessas águas, de acordo com a legislação em vigor.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
4. Nos casos em que decorra em simultâneo a avaliação am- 3. Quando desfavorável, o parecer da Administração
biental de instrumento de gestão territorial e a avaliação Turística Central é vinculativo e deve indicar e justificar
de impacte ambiental de projectos de empreendimentos as alterações a introduzir no projecto de arquitectura.
turísticos enquadrados de forma detalhada naquele ins-
trumento, pode realizar-se uma única consulta pública, 4. Ao parecer referido no n.º 1 aplica-se o disposto no
sem prejuízo de exercício das competências próprias das artigo 18.º do regime jurídico das operações urbanísticas.
entidades intervenientes. 5. Juntamente com o parecer, são fixadas a capacidade
Artigo 22.º máxima do empreendimento e a respectiva classificação
provisória de acordo com o projecto apresentado.
Estabelecimentos comerciais e de restauração e bebidas
Artigo 25.º
1. As disposições do presente diploma relativas à ins-
Instalação de conjuntos turísticos (resorts)
talação dos empreendimentos turísticos são aplicáveis
aos estabelecimentos comerciais e de restauração ou de Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 23.º, a
bebidas que deles sejam partes integrantes. entidade promotora do empreendimento pode optar por
submeter conjuntamente a licenciamento, autorização ou
2. O disposto no número anterior não dispensa o cum-
comunicação prévia as operações urbanísticas referentes
primento dos requisitos específicos relativos a instala-
à instalação da totalidade dos componentes de um conjun-
ções e funcionamento previstos nas demais legislações
to turístico (resort) ou, alternativamente, submeter tais
aplicáveis.
operações a licenciamento, autorização ou comunicação
Secção III prévia separadamente, relativamente a cada um dos
componentes ou a distintas fases de instalação.
Informação Prévia
1 874000 003155
Secção V
Artigo 23.º
Obras Isentas de Licença ou Autorização e não Sujeitas a
Pedido de informação prévia Comunicação Prévia
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
2. O pedido de concessão de licença ou autorização de 9. Fora do caso previsto nos números 7 e 8, cada em-
utilização turística deve ser instruído com: preendimento turístico, estabelecimento e equipamento
integrados em conjuntos turísticos (resorts) devem dispor
a) Termo de responsabilidade subscrito pelos au- de alvará de licença ou autorização de utilização turística
tores do projecto de arquitectura das obras e próprios, de natureza turística ou para outro fim a que
pelo director de fiscalização de obra, no qual se destinem.
atestam que o empreendimento respeita o
projecto aprovado e, sendo caso disso, que 10. A concessão de licença ou autorização de utilização
as alterações introduzidas no projecto se li- turística e a emissão do respectivo alvará aos edifícios
mitam às alterações isentas de licença nos autónomos de carácter unifamiliar previstos no n.º 7 do
termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 7.º do artigo 15.º depende de prévia concessão de licença ou
regime jurídico das operações urbanísticas, autorização de utilização turística a um dos empreendi-
juntando a memória descritiva respectiva; mentos turísticos do conjunto turístico, que assegura a
sua exploração.
b) Termo de responsabilidade subscrito pelo autor
do projecto de segurança contra incêndios, as- 11. Se a instalação dos empreendimentos turísticos
segurando que a obra foi executada de acordo tiver sido autorizada por fases, aplica-se a cada uma
com o projecto aprovado e, se for caso disso, delas o disposto na presente Secção.
que as alterações efectuadas estão em confor-
midade com as normas legais e regulamen- Artigo 28.º
tares aplicáveis em matéria de segurança Comunicação de abertura em caso de ausência de licença ou
contra riscos de incêndio, ou, em alternativa, autorização de utilização turística
comprovativo da inspecção realizada por enti-
dades acreditadas nesta matéria; 1. Decorrido o prazo previsto no n.º 3 do artigo anterior
ou decorridos os prazos previstos no n.º 2 do artigo 54.º do
c) Termo de responsabilidade subscrito pelos auto- regime jurídico das operações urbanísticas, quando tenha
res dos projectos de especialidades relativos a sido determinada a realização da vistoria, sem que tenha
instalações eléctricas, acústicas, energéticas sido concedida a licença ou autorização de utilização tu-
e acessibilidades ou, em alternativa, compro- rística ou emitido o respectivo alvará, o interessado pode
vativo das inspecções realizadas por entida-
1 874000 003155
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
3. A classificação pode, ainda, ser revista a todo o tem- autorizado o emprego de palavras noutras línguas quan-
po, oficiosamente ou a pedido do interessado, quando se do os usos internacionais ou razões de ordem turística
verificar alteração dos pressupostos que determinaram o justificarem.
a respectiva atribuição.
2. Os nomes dos empreendimentos turísticos não po-
Artigo 35.º dem sugerir uma tipologia, classificação ou característi-
Dispensa de requisitos
cas que não possuam.
3. No caso dos conjuntos turísticos (resorts), podem 1. A publicidade, documentação comercial e produtos
ser dispensados alguns dos requisitos exigidos para as promocionais dos empreendimentos turísticos devem
instalações e equipamentos quando o conjunto turístico indicar o respectivo nome e classificação, não podendo
(resort) integrar um ou mais empreendimentos que dispo- sugerir uma classificação ou características que o em-
nham de tais instalações e equipamentos e desde que os preendimento não possua.
mesmos possam servir ou serem utilizados pelos utentes
de todos os empreendimentos integrados no conjunto. 2. Nos anúncios ou reclamos instalados nos próprios
empreendimentos pode constar apenas o seu nome.
1 874000 003155
CAPÍTULO VI
3. Os empreendimentos turísticos cujas operações
Sistema de Informação Turistica urbanísticas tenham sido aprovadas pela entidade com-
Artigo 36.º
petente nos termos previstos no artigo 24.º, podem levar
a cabo as acções publicitárias e de promoção dos mesmos
Sistema de Informação do Turismo para efeitos de potenciamento da sua comercialização.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
das zonas comuns do empreendimento, podendo o empre- b) Informar os utentes sobre as condições de pres-
endimento turístico ser explorado por outra entidade, que tação dos serviços e preços, previamente à
responde directamente pelo cumprimento das disposições respectiva contratação;
legais e regulamentares.
c) Manter em bom estado de funcionamento todas
6. Caso o empreendimento turístico integre estabe- as instalações, equipamentos e serviços do
lecimentos comerciais e de restauração ou de bebidas, empreendimento, incluindo as unidades de
autonomamente autorizados, as respectivas entidades alojamento, efectuando as obras de conser-
gestoras respondem directamente pelo cumprimento das vação ou de melhoramento necessárias para
disposições legais e regulamentares. conservar a respectiva classificação;
Artigo 40.º d) Facilitar às autoridades competentes o acesso ao
Exploração turística das unidades de alojamento empreendimento e o exame de documentos,
livros e registos directamente relacionados
1. Um mínimo de 60% (sessenta por cento) das unida- com a actividade turística;
des de alojamento estão permanentemente em regime de
exploração turística, devendo a entidade gestora assumir e) Cumprir as normas legais, regulamentares e
a exploração continuada das mesmas, ainda que ocupadas contratuais relativas à exploração e adminis-
pelos respectivos proprietários, sem prejuízo do disposto tração do empreendimento turístico.
no artigo 44.º.
Artigo 42.º
2. A entidade gestora deve assegurar que as unidades Responsabilidade operacional
de alojamento permanecem a todo o tempo mobiladas e
equipadas em plenas condições de serem locadas para alo- 1. Em todos os empreendimentos turísticos deve haver
jamento a turistas, e que nelas são prestados os serviços um responsável, nomeado pela entidade gestora, a quem
obrigatórios da categoria atribuída ao empreendimento cabe zelar pelo seu funcionamento e nível de serviço.
turístico.
2. A responsabilidade operacional dos empreendimentos
3. Quando a propriedade e a exploração turística não turísticos de 5 (cinco), 4 (quatro) e 3 (três) estrelas, deve
pertençam à mesma entidade, ou quando o empreen- caber a um funcionário habilitado com formação em
1 874000 003155
dimento se encontre em regime de propriedade plural, turismo e/ou hotelaria, com exercício da profissão de
a entidade gestora deve obter, de um mínimo de 60% director de hotel.
(sessenta por cento) dos proprietários, um título jurídico
que a habilite à exploração da totalidade das unidades de 3. A responsabilidade operacional dos restantes em-
alojamento, sem prejuízo do disposto no n.º 7. preendimentos turísticos deve caber a um funcionário
habilitado com a preparação adequada em turismo e/ou
4. O título referido no número anterior deve prever hotelaria ou com experiencia comprovada.
os termos da exploração turística das unidades de alo-
Artigo 43.º
jamento, participação dos proprietários nos resultados
da exploração da unidade de alojamento, bem como as Acesso aos empreendimentos turísticos
condições da utilização desta pelo respectivo proprietário.
1. É livre o acesso aos empreendimentos turísticos,
5. Os proprietários das unidades de alojamento, quando salvo o disposto nos números seguintes.
ocupam as mesmas, usufruem dos serviços obrigatórios
da categoria do empreendimento, os quais estão abran- 2. Pode ser recusado o acesso ou a permanência nos
gidos pela prestação periódica prevista no artigo 50.º. empreendimentos turísticos a quem perturbe o seu fun-
cionamento normal.
6. As unidades de alojamento previstas no n.º 3 não
podem ser exploradas directamente pelos seus proprie- 3. O disposto no n.º 1 não prejudica, desde que devida-
tários, nem podem ser objecto de contratos que compro- mente publicitadas:
metam o uso turístico das mesmas, designadamente
a) A possibilidade de afectação total ou parcial dos
contratos de arrendamento ou constituição de direitos
empreendimentos turísticos à utilização ex-
de uso e habitação.
clusiva por associados ou beneficiários das
7. Os proprietários das unidades de todas as unidades entidades proprietárias ou da entidade gestora;
de alojamento não afectas à exploração turística, nos
termos do n.º 1, estão abrangidos pela obrigatoriedade de b) A reserva temporária de parte ou da totalidade
pagamento da prestação periódica prevista no artigo 50.º. do empreendimento turístico.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Artigo 45.º
3. O Regulamento de Administração é elaborado pelo
Promotor Turístico-Imobiliário, e carece de aprovação
Livro de reclamações pela Administração turística central, a qual constitui con-
dição prévia à celebração de qualquer contrato definitivo
1. Os empreendimentos turísticos devem dispor de livro transmissão dos lotes, edifícios autónomos de carácter
de reclamações, nos termos e condições estabelecidos no unifamiliar ou fracções autónomas, sendo nesta exarada
Decreto-Lei n.º 19/2008, de 9 de Junho. menção expressa à data da aprovação do Regulamento
de Administração pela Administração Turística Central.
2. O original da folha de reclamação deve ser enviado
à Inspecção-Geral das Actividades Económicas (IGAE), 4. A Administração Turística Central deve pronunciar-se
entidade competente para fiscalizar e instruir os proces- sobre o Regulamento de Administração no prazo de 30
sos de contra-ordenação previstos no diploma referido no (trinta) dias após a apresentação do mesmo pelo interes-
número anterior. sado e só pode recusar a sua aprovação caso o mesmo viole
o disposto no presente diploma ou noutras disposições
3. A IGAE deve facultar à Administração Turística legais ou regulamentares aplicáveis.
Central o acesso às reclamações dos empreendimentos
turísticos, nos termos de protocolo a celebrar entre os 5. Caso a Administração Turística Central não se pro-
dois organismos. nuncie sobre o Regulamento de Administração no prazo
supra referido, o Regulamento de Administração deve
1 874000 003155
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
nada pelo Promotor Imobiliário Turístico, através de um d) O desrespeito da capacidade máxima dos empre-
título jurídico que a habilite para o efeito e que deve ser endimentos turísticos, nos termos previstos
depositado na Administração Turística Central. nos n.ºs 1 e 3 do artigo 8.º;
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
s) O desrespeito pelos proprietários de lotes ou A aplicação das coimas no presente diploma compete
fracções autónomas em empreendimentos tu- ao Responsável máximo da Administração Turística
rísticos do disposto nos nºs 1 e 3 do artigo 51.º. Central, ou à IGAE, com audição obrigatória daquela.
2. As contra-ordenações previstas nas alíneas b), c), h), Artigo 60.º
k), q), r) e s) do número anterior são punidas com coima
de 10.000$00 a 100.000$00 (dez mil escudos a cem mil Garantias
escudos), tratando-se de pessoa singular e de 100.000$00
À reclamação graciosa ou impugnação judicial da liqui-
a 350.000$00 (cem mil escudos a trezentos e cinquenta
dação e cobrança de taxas e demais receitas de natureza
mil escudos), tratando-se de pessoa colectiva.
fiscal previstos no presente diploma aplicam-se as normas
3. As contra-ordenações previstas nas alíneas d), e), previstas na Lei n.º 21/VII/2008, de 14 de Janeiro e, com
g), i), j), o), p), e s) do n.º 1 são punidas com coima de as necessárias adaptações, o Código Geral Tributário e
20.000$00 a 150.000$00 (vinte mil escudos a cento e o Código de Processo Tributário.
cinquenta mil escudos), tratando-se de pessoa singular Artigo 61.º
e de 550.000$00 a 1.000.000$00 (quinhentos e cinquenta
mil escudos a um milhão de escudos), tratando-se de Produto das coimas
pessoa colectiva.
O produto das coimas aplicadas por organismos do
4. As contra-ordenações previstas nas alíneas a), f), l), Estado central reverte:
1 874000 003155
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
3. O pagamento das taxas é feito nos termos determi- Empreendimentos turísticos e estabelecimentos de hospeda-
nados no Regime Geral de Tesouraria do Estado, através gem existentes
de Documento Único de Cobrança (DUC). 1. O presente diploma aplica-se aos empreendimentos
Artigo 66.º turísticos existentes à data da sua entrada em vigor, sem
prejuízo do disposto nos números seguintes.
Incidência objectiva
2. Os empreendimentos turísticos existentes devem
As taxas estabelecidas pelo presente diploma incidem
1 874000 003155
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Regime subsidiário
Publique-se.
Em tudo o que não estiver regulado no presente di- O Presidente da República, JORGE CARLOS DE AL-
1 874000 003155
Estabelecimentos
Serviço Taxa fixa Taxa adicional por quarto
Turísticos (ET)
De 10 a 20 quartos – 15.000$00
Estabelecimentos Hote-
leiros (EH) 40.000$00
Realização de vistorias de De 21 a 40 quartos – 30.000$00
abertura a Empreendimentos
Conjuntos turísticos
Turísticos (ET) e emissão do
(Resorts) 60.000$00 De 41 a 60 quartos – 45.000$00
Alvará de Funcionamento
Parques de Campismo ou
De 61 a 80 quartos – 60.000$00
Caravanismo (PC) 20.000$00
Parques de Campismo ou
Caravanismo 10.000$00
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8
Documento descarregado pelo utilizador Edelmira (10.72.112.59) em 17-07-2014 18:15:04.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
Essa portaria, no n.º3 do seu artigo 1º, põe as empresas 3. Às empresas nacionais, sucursais de empresas es-
estrangeiras e sucursais de empresas estrangeiras numa trangeiras, bem como empresários em nome individual
posição privilegiada, relativamente às empresas nacio- que, no ano de início das actividades, requeiram o acesso
nais, na medida em que, quando aqueles requeiram o à actividade em classe não superior a 2ª, é permitida a
acesso à actividade em classe não superior a 4ª, podem entrega dos documentos referidos nas alíneas h) a p) até
entregar apenas uma parte dos documentos, ficando os doze meses depois da concessão de habilitações, mediante
outros, ou seja, os referidos nas alíneas h) a o) do n.º2 do um Certificado de Classificação que perderá validade
artigo 1º, por entregar seis meses depois, caso em que são automaticamente findo esse prazo.
atribuídos um alvará provisório, que caduca automati-
4. […]
camente findo esse prazo.
1 874000 003155
5. […]
Visando permitir que as empresas nacionais também
possam usufruir dessa faculdade e tendo ainda em atenção 6. […]»
as dificuldades que essas empresas têm encontrado em
Artigo 2.º
conseguir esses documentos ainda antes do início da ac-
tividade, justifica-se, com base no princípio de igualdade Entrada em vigor
de tratamento, alterar o n.º 3 do artigo 1º da Portaria n.º
56/2010, de 20 de Dezembro. A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao
da sua publicação.
Assim:
Ministério das Infraestruturas e da Economia Marítima,
Ao abrigo do disposto no n.º 4 do artigo 28.º do Decreto- na Praia, aos 31 de Janeiro de 2014. – A Ministra, Sara
Lei n.º 45/2010, de 11 de Outubro; e Maria Duarte Lopes
I SÉRIE
BOLETIM
O FI C I AL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001
I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-Lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.
https://kiosk.incv.cv E8A5A232-D9A8-490A-BAA2-06905683E0F8