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Eletricidade II

Dispositivos de proteção e
segurança

Neste capítulo serão estudados dispositivos usados em instalações prediais e em


comandos elétricos industriais.

Para a complementação do estudo desse assunto, é importante que você consulte


catálogos técnicos fornecidos por fabricantes desses dispositivos, nos quais é possível
obter informações técnicas que permitem dimensionar e especificar os dispositivos de
acordo com os parâmetros do circuito.

Dispositivos de proteção

Os dispositivos de proteção dos circuitos elétricos podem ser divididos em quatro tipos:
• Fusíveis;
• Disjuntores;
• Relés térmicos;
• Relés falta de fase.

Fusíveis

Os fusíveis são dispositivos de proteção destinados a interromper circuitos pelos quais


esteja circulando uma corrente de curto-circuito ou sobrecarga de longa duração.

Há vários modelos de fusíveis, de diversos fabricantes. Os mais usuais são os do tipo


cartucho, faca, diazed e NH.

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Tipos de fusíveis

Os fusíveis são formados por um corpo de material isolante, normalmente fibra


prensada ou porcelana no qual está inserido um fio fusível de chumbo, cobre ou prata,
que uma vez fundido por sobrecarga ou curto-circuito, interrompe a corrente do
circuito.

O corpo de material isolante serve de proteção contra acidentes pessoais (choques).

Os fusíveis são construídos para várias intensidades de correntes e tensão máxima de


serviço até 600 V.

Vista do interior do fusível

O fio fusível existente no interior do fusível, chamado elo fusível, ou lâmina fusível, é o
condutor que se funde dentro do fusível e interrompe a corrente do circuito quando há
sobrecarga de longa duração ou curto-circuito. Quando ocorrer a queima do elo fusível,
o dispositivo deverá se substituído por outro de mesma característica.

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As figuras abaixo representam os fusíveis NH e Diazed.

Fusível NH e base

Fusível Diazed

As seguranças NH são compostas de base e fusível. A base é construída geralmente


de esteatita, plástico ou termofixo, possuindo meios de fixação a quadros ou placas.

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Possuem contatos em forma de garras prateadas, que garantem o contato elétrico


perfeito e alta durabilidade; a essas garras se juntam molas que aumentam a pressão
de contato.

Base de montagem de fusíveis do Sistema NH

Fusível NH

O fusível possui um corpo de porcelana de seção retangular, com suficiente resistência


mecânica, contendo nas extremidades facas prateadas. Dentro do corpo de porcelana
se alojam o elo fusível e o elo indicador de queima, imersos em areia especial, de
granulação adequada.

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Corpo de porcelana

O elo fusível é feito de cobre, em forma de lâminas, vazadas em determinados pontos


para reduzir a secção condutora. Existem ainda elos fusíveis feitos de fita de prata
virgem.

Vista interna do elo fusível

Retirando-se o fusível da segurança, obtêm-se uma separação visível dos bornes,


tornando dispensável em alguns casos a utilização de um seccionador adicional. Para
se retirar o fusível, é necessária a utilização de um dispositivo, construído de fibra
isolante, com engates para extração, o qual recebe o nome de “punho saca-fusíveis”.

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Constituição de seguranças DIAZED (D)

As seguranças D são compostas de: base aberta ou protegida, tampa, fusível parafuso
de ajuste e anel.

Base
É um elemento de porcelana que comporta um corpo metálico, roscado internamente,
e externamente ligado a um dos bornes; o outro borne está isolado do primeiro e ligado
ao parafuso de ajuste.

A = borne ligado ao corpo roscado, B = borne ligado ao parafuso de ajuste

Tampa
É um dispositivo, geralmente de porcelana, com um corpo metálico roscado, que fixa o
fusível à base e não se inutiliza com a queima do fusível.

Tampa do fusível

Permite inspeção visual do indicador do fusível e a substituição deste sob tensão.

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Parafuso de ajuste
É um dispositivo, feito de porcelana, com um parafuso metálico que, introduzido na
base, impede o uso de fusíveis de “capacidade” superior a indicada.

Parafuso de ajuste

A montagem do parafuso de ajuste é feita com o auxílio de uma chave especial.

O anel
Ë também um elemento de porcelana, roscado internamente, que protege a rosca
metálica da base aberta, evitando a possibilidade de contatos acidentais, na troca do
fusível.

Anel

O fusível
É constituído de um corpo de porcelana em cujos extremos metálicos se fixa um fio de
cobre puro ou recoberto com uma camada de zinco, imerso em areia especial, de
granulação adequada, que funciona como meio extintor do arco voltaico, evitando o
perigo de explosão, no caso da queima o fusível.

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Elementos do fusível

Possui um indicador, visível através da tampa, denominado espoleta, com cores


correspondentes às diversas correntes nominais. Esses indicadores se desprendem
em caso de queima.

O elo indicador da queima é constituído de um fio muito fino, que está ligado em
paralelo com o elo fusível. No caso de fusão do elo fusível, o fio do indicador de
queima também se fundirá, provocando o desprendimento da espoleta.

Algumas cores e as correntes nominais correspondentes (fusíveis tipo D):

Intensidade

Cor de corrente (A) Cor de corrente (A)

Rosa 2 Azul 20

Marrom 4 Amarelo 25

Verde 6 Preto 35

Vermelho 10 Branco 50

Cinza 16 Laranja 63

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Instalação de seguranças fusíveis


As seguranças fusíveis devem ser colocadas no ponto inicial do circuito por proteger.

Os locais devem ser arejados, evitando-se os ambientes confinados, para que a


temperatura se conserve igual à do ambiente. Esses locais devem ser de fácil acesso,
para facilitar a inspeção e a manutenção.

A instalação das seguranças fusíveis deve ser feita de tal modo, que permita seu
manejo sem perigo de choque para o operador.

Aplicação de seguranças NH e DIAZED

Circuito unifilar com detalhes de proteção NH e Diazed

Os fusíveis construídos de acordo com o sistema NH são de ação retardada, pois são
próprios para serem empregados em circuitos sujeitos a picos de corrente. São
construídos para valores de corrente padronizada e variam de 6 a 1000A. Sua
capacidade de ruptura é sempre superior a 70kA, com uma tensão máxima de 500V.

Os fusíveis construídos de acordo com o sistema Diazed podem ser de ação rápida ou
retardada. Os fusíveis de ação rápida usam-se em circuitos resistivos (sem picos de
corrente), e os de ação retardada, para circuitos sujeitos a picos de corrente (motores,
capacitores, etc.). Valor máximo 200A. Capacidade de ruptura 70 kA, com uma tensão
de 500V.

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Disjuntores

Disjuntores são dispositivos de manobra e proteção com capacidade de ligação e


interrupção de corrente quando surgem no circuito condições anormais de trabalho
como curto-circuito ou sobrecarga.

Disjuntor unipolar

O disjuntor é composto das seguintes partes:


• Caixa moldada feita de material isolante na qual são montados os componentes;
• Alavanca liga-desliga por meio da qual se liga ou desliga manualmente o disjuntor;
• Extintor de arco ou câmara de extinção, que secciona e extingue os contatos
quando acontece sobre-carga ou curto-circuito;
• O arco que se forma entre os contatos quando acontece sobrecarga ou curto-
circuito;
• Mecanismo de disparo que desliga automaticamente o disjuntor em caso de
sobrecarga.
• Relê bimetálico que aciona o mecanismo de disparo quando há sobrecarga de
longa duração;
• Relê eletromagnético que aciona o mecanismo de disparo quando há um curto-
circuito.

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Vista do interior do disjuntor

O disjuntor inserido no circuito funciona como um interruptor. Como o relê bimetálico e


o relê eletromagnético são ligados em série dentro do disjuntor, ao ser acionada a
alavanca liga-desliga, fecha-se o circuito que é travado pelo mecanismo de disparo e a
corrente circula pelos dois relês.

Esquema de funcionamento do disjuntor

Havendo uma sobrecarga de longa duração no circuito, o relê bimetálico atua sobre o
mecanismo de disparo abrindo o circuito. Da mesma forma, se houver um curto-

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circuito, o relê eletromagnético é que atua sobre o mecanismo de disparo abrindo o


circuito instantaneamente.

Quando ocorrer o desarme do disjuntor, basta acionar a alavanca de acionamento para


que o dispositivo volte a operar, não sendo necessária sua substituição como ocorre
com os fusíveis.

Quanto às características elétricas, os disjuntores podem ser unipolar, bipolar e


tripolar; normalmente para correntes de 6 A, 10 A, 15 A, 20 A, 25 A, 30 A, 35 A, 40 A,
50 A 60 A, 70 A, 90 A, 70 A, 100 A e 150 A.

Tipos de disjuntores

Eles possuem disparo livre, ou seja, se a alavanca for acionada para a posição ligada e
houver um curto-circuito ou uma sobrecarga, o disjuntor desarma.

O tempo de disparo da proteção térmica (ou contra sobrecarga) torna-se mais curto
quando o disjuntor trabalha em temperatura ambiente elevada. Isso ocorre
normalmente dentro do quadro de distribuição. Por isso, é necessário dimensionar a
corrente nominal do disjuntor, de acordo com as especificações do fabricante, e
considerando também essa situação.

Relês térmicos

Esse componente é também denominado de relê bimetálico. Sua função básica é


proteger motores ou outros equipamentos contra aquecimento demasiado produzido
por sobrecarga. Protege também os motores trifásicos em caso de funcionamento
bifásico, ou seja, se faltar uma fase por um motivo qualquer, o motor continuará

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funcionando, mas ocorrerá uma elevação da corrente das outras duas fases. Essa
elevação da corrente provocará um aquecimento do relê, interrompendo o circuito.
O relê térmico é constituído basicamente de um bimetal, contato fixo, contato móvel e
elemento de arraste conforme ilustração a seguir.

Vista interna do relé bimetálico.

O bimetal é formado pela união de dois metais com coeficientes de dilatação


diferentes.

Quando esse bimetal é aquecido, pela elevação da corrente, curva-se acionando o


contato fechado, abrindo-o.

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