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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE

ESTRUTURAS EM CONCRETO
ARMADO E AÇO POR MEIO DE
MODELO COMPUTACIONAL

Trabalho de Conclusão de Curso

Engenharia Civil

Aluno: José Roberto de Melo Filho


Orientador: Maurício Pina
Universidade de Católica de Pernambuco
UNICAP
Graduação em Engenharia Civil

JOSÉ ROBERTO DE MELO FILHO

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE


ESTRUTURAS EM CONCRETO
ARMADO E AÇO POR MEIO DE
MODELO COMPUTACIONAL

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do diploma de


Engenheiro Civil pela Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP.

Recife, junho de 2019.

José Roberto de Melo Filho


De acordo

Recife

____/___________/_____

_____________________________________
Orientador da Monografia

José Roberto de Melo Filho


Resumo
Conhecer o comportamento das estruturas e as exigências normativas para
cada método construtivo é essencial para todo e qualquer engenheiro civil. Esse
conhecimento auxilia tanto em fase de projeto, seja por meio de critérios para a
escolha da estrutura ou de formas de otimizar o arranjo estrutural, quanto em ações
corretivas que podem ocorrer durante a execução ou vida útil da edificação.
Atualmente existem dois métodos construtivo estruturais em evidência no Brasil: o
concreto armado e os perfis de aço laminados. De um lado temos um elemento de
alta resistência à compressão, moldabilidade, mão de obra barata e em alta demanda,
mas em contrapartida possui uma baixa resistência à tração, um controle tecnológico
não tão alto, demanda muito tempo para chegar ao produto final, é poluente e exige
elementos mais robustos. Por outro temos um produto de alta resistência, tanto à
tração quanto à compressão, alto controle tecnológico e que permite o ganho de área
útil por conta de suas dimensões reduzidas, mas que ainda demanda uma mão de
obra especializada e que possui pouca disponibilidade e ainda enfrenta algumas
barreiras sociais. Este trabalho busca comparar o comportamento do concreto armado
e aço em um mesmo edifício por meio de modelagem computacional, de forma que
possa facilitar a escolha do método construtivo para a estrutura.

Palavras-chave: Concreto armado. Estrutura Metálica. Estruturas. Cálculo de


estruturas.

José Roberto de Melo Filho


Abstract
Knowing the behavior of structures and the regulatory requirements for each
construction method is essential for every civil engineer. This knowledge assists both
in the design phase, whether through criteria for choosing the structure or ways to
optimize the structural arrangement, as well as corrective actions that may occur during
the execution or useful life of the building. There are currently two structural
construction methods in evidence in Brazil: reinforced concrete and rolled steel
profiles. On the one hand we have an element of high compressive strength,
moldability, cheap labor and high demand, but on the other hand has a low tensile
strength, not so high technological control, demands a lot of time to reach the final
product, it is polluting and requires more robust elements. On the other hand, we have
a product with high tensile and compressive strength, high technological control, which
allows us to gain useful floor space due to its small size, but which still requires a
specialized workforce that has little availability and still faces some social barriers. This
paper seeks to compare the behavior of reinforced concrete and steel in the same
building by computer modeling, so that it can facilitate the choice of the constructive
method for the structure.

Keywords: Reinforced Concrete. Steel Frame. Structures. Structures design.

José Roberto de Melo Filho


Sumário
Capítulo 1: Introdução 10

1.1 Objetivos 11

1.1.1 Objetivos Gerais 11

1.1.2 Objetivos Específicos 11

1.1.3 Metodologia 11

Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica 10


2.1 Estruturas 10

2.1.1 Modelos estruturais 11

2.1.2 Análise linear 12

2.1.3 Análise não-linear 12

2.1.4 Efeitos de segunda ordem 14

2.2 Concreto Armado 15

2.2.1 Histórico 15

2.2.2 Características do Concreto 17

2.2.3 Aço das armaduras 21

2.2.4 Estados Limites 21

2.2.5 Propriedades do concreto em situações de incêndio 25

2.2.6 Efeitos de segunda ordem segundo a NBR 6118:2014 28

2.3 Aço 32

José Roberto de Melo Filho


2.3.1 Características do Aço 33

2.3.2 Estado-limites 35

2.3.3 Propriedades do Aço em situações de incêndio 37

2.3.4 Efeitos de segunda ordem segundo a NBR 8800 40

Capítulo 3 – Metodologia 44
2.3.5 Descrição dos elementos 45

2.3.6 Classe de agressividade 46

2.3.7 Ventos 47

2.3.8 Tempo requerido de resistência ao fogo (TRRT) 50

2.3.9 Carregamentos 50

2.3.10 Software 51

Capítulo 4 - Resultados 52

Conclusão 58

Bibliografia 59

José Roberto de Melo Filho


Lista de Figuras
Figura 1 - Comparação entre o diagrama Fxσ linear e o não linear. ........................ 13

Figura 2 - Reações em pilares indeformado (esquerda) e deformado (direita). ...... 13

Figura 3 - Densidade de probabilidade da resistência à compressão do concreto... 17

Figura 4 - Diagrama tensão-deformação do concreto (compressão simples) .......... 19

Figura 5 - Fator de redução da resistência do concreto silicoso em função da


temperatura. ........................................................................................................ 25

Figura 6 – Fator de redução da resistência do aço de armadura passiva em função


da temperatura. ................................................................................................... 38

Figura 7 - Fator de redução do módulo de elasticidade do aço de armadura passiva


em função da temperatura. ................................................................................. 39

Figura 8 - Modelo para análise. ................................................................................ 42

Figura 9 – Vistas laterais do edifício ......................................................................... 44

Figura 10 - Pav. Tipo ................................................................................................ 44

Figura 11 - Isopletas de velocidade básica............................................................... 48

Figura 12 – Deformada da Estrutura em Concreto Armado para a Ação PP ........... 53

Figura 13 – Deformada da Estrutura Metálica para a Ação de Ventos em Y- .......... 54

Figura 14 – Comparativo entre as Deformações das Estruturas. ............................. 54

Figura 15 – Índices da Fundação ............................................................................. 55

Figura 16 – Índices da Super Estrutura .................................................................... 56

Figura 17 - Comparação entre o peso total das estruturas. .................................... 56

Figura 18 – Estimativa do Custo da Estrutura .......................................................... 57

José Roberto de Melo Filho


Lista de Tabelas
Tabela 1 - Valores estimados de módulo de elasticidade em função da resistência. 20

Tabela 2 - Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da


armadura, em função das classes de agressividade ambiental. ......................... 23

Tabela 3 - Limites para Deslocamentos. .................................................................... 24

Tabela 4 - Valores da relação kcθ=fcθ/fck para concretos de massa específica normal


(2000 kg/m³) preparados com agregados predominantemente silicosos. ........... 26

Tabela 5 – Dimensões mínimas para vigas bi apoiadas. ........................................... 27

Tabela 6 – Dimensões mínimas para vigas contínuas ou vigas de pórticos. ............. 27

Tabela 7- Dimensões mínimas para lajes simplesmente apoiadas. .......................... 27

Tabela 8 – Dimensões mínimas para lajes contínuas. ............................................... 28

Tabela 9 – Dimensões mínimas para pilares com uma face exposta ao fogo ........... 28

Tabela 10 - Composição química (Valores percentuais) ............................................ 35

Tabela 11 - Propriedades mecânicas ......................................................................... 35

Tabela 12 - Deslocamentos máximos ........................................................................ 37

Tabela 13 – Valores das relações ks,θ=fyk,θ/fyk e kEs,θ = Es,θ/Es para os aços de armadura
passiva. ............................................................................................................... 40

Tabela 14 – Fator S2 ................................................................................................. 49

Tabela 15 – Valores mínimos do fator estatístico S3 ................................................ 49

José Roberto de Melo Filho


Lista de Siglas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;

NLF – Não linearidade física;

NLG – Não linearidade geométrica;

ELS – Estado limite de serviço;

ELU – Estado limite último;

a.C. - Antes de Cristo;

CONFEA - Conselho Federal de Engenharia e Agronomia;

CREA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia;

fc - Resistência do concreto à compressão;

fck - resistência característica do concreto à compressão;

NBR - Norma Brasileira Regulamentadora;

fctm - resistência média do concreto à tração;

fctk,inf - resistência característica do concreto à tração inferior;

fctk,sup - resistência característica do concreto à tração superior

Ec - módulo de deformação longitudinal tangente;

Ecs - modulo de deformação longitudinal secante;

ε - Deformação Específica

α - parametro de redução do concreto;

kg - quilograma

m - metro;
José Roberto de Melo Filho
GPa - Gigapascal

CA - Classe de armaduras

ºC - Graus Celsius

ELS-F - Estado-limite de formação de fissuras

ELS-W - Estado-limite de abertura de fissuras

ELS-DEF - Estado-limite de deformações excessivas

ELS-VE - Estado-limite de vibrações excessivas

kcθ - fator de redução da resistência do concreto na temperatura θ

fcθ - resistência do concreto na temperatura θ

TRRF - Tempo requerido de resistência ao fogo;

bmin - base do elemento

c1 - cobrimento

n é o número de andares acima da fundação ou de nível pouco deslocável


do solo;

Htot é a altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de


nível pouco deslocável no subsolo;

Nk é o somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir


do nível considerado para o cálculo de Htot), com seu valor característico;

EcsIc representa o somatório dos valores de rigidez de todos os pilares na


direção considerada. No caso de estruturas de pórticos, de treliças ou mistas, ou com
pilares de rigidez variável ao longo da altura, pode ser considerado o valor da na
expressão de um pilar equivalente de seção constante.

Ic - momento de inercia

José Roberto de Melo Filho


MPa - MegaPascal

E - módulo de elasticidade

V - coeficiente de poisson;

G módulo de elasticidade transversal;

ρ - massa específica

BR - baixa resistência

MR - Média resistência;

AR - Alta resistência;

COR - Resistência à corresão;

fy - tensão de escoamento do aço

Msd - momento fletor de cálculo;

Nsd - Força normal de´cálculo

CAA - classe de agressividade ambiental

AISC - American Institute of Steel Construction

AISI - American Iron and Steel Institute

PP - peso próprio;

CP - Carga permanente;

QA - carga acidental

V - Carga de vento

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 1: Introdução - 10

Capítulo 1: Introdução
As estruturas são sistemas físicos constituídos de partes ou componentes
interligados e deformáveis, capazes de receber e transmitir esforços. Esses
esforços são provenientes do uso de cada edificação (mobiliário, pessoas,
revestimentos), além do peso próprio, e são transmitidos até o solo por meio das
fundações. (SORIANO, 2013).

A concepção estrutural é uma das etapas iniciais que tem influência


significativa sobre o projeto final, pois consiste em definir os materiais a serem
empregados, determinar as ações atuantes sobre a estrutura, dispor o
posicionamento e realizar o pré-dimensionamento dos elementos que compõem
a estrutura (KIMURA, 2007). Além disso, a análise estrutural verifica o
comportamento da estrutura obtida na concepção, devendo sempre apresentar
as melhores soluções para que a estrutura atenda a suas necessidades sem que
haja comprometimento à sua capacidade resistente ou danos estéticos.

O concreto armado é um sistema construtivo que chegou ao Brasil no


início do século XX e faz uso do concreto produzido a partir da mistura do
cimento, areia, brita e água que pode ser moldado e quando endurecido obtém
grande resistência a compressão, mas pouca a tração, que é compensada com
a adição de barras de aço em posições previamente estabelecidas, de forma que
venham a atuar como um elemento único e resistam a ambos os esforços. As
estruturas feitas com este material possuem seções robustas e peso próprio
elevado.

Seguindo a tendência mundial, que já há décadas utiliza de estruturas


metálicas em edificações de múltiplos andares, o mercado brasileiro aposta em
algo novo. De maneira mais tardia, mas evoluindo sensivelmente, este tipo de
construção permite estruturas mais leves, de seções menores, permitindo um
maior aproveitamento de área útil, e uma execução mais rápida. Em
contrapartida, exige uma mão de obra mais especializada.

É imprescindível para um analista de estruturas um conhecimento


profundo a respeito do comportamento das estruturas, dos materiais envolvidos

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 1: Introdução - 11

no processo de cálculo e dos programas utilizados no dimensionamento de


estruturas, a fim de oferecer as melhores soluções construtivas para cada caso.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivos Gerais

Este trabalho tem por objetivo apresentar, comparar e avaliar os


resultados da análise de um edifício residencial de doze pavimentos
dimensionado com os modelos estruturais de concreto armado e em estruturas
metálicas.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Modelar a estrutura e realizar a análise estrutural para os métodos


construtivos em estudo;

 Comparar os resultados obtidos nos diferentes modelos


estruturais; e

 Obter parâmetros que possam ser utilizados como indicadores na


escolha de sistemas construtivos de uma edificação.

1.1.3 Metodologia

O estudo será realizado tendo como base o projeto genérico de um


edifício residencial. Os elementos serão lançados no programa CYPECAD que
irá dimensioná-los segundo o Estado Limite Último (ELU) e verificadas quanto
aos Estado Limite de Serviço (ELS), considerando os efeitos de segunda ordem,
sendo efetuadas correções nas estruturas quando algum dos estados limites não
for respeitado.

A estrutura será dimensionada considerando os efeitos de segunda ordem


devido às deformações causadas pela ação dos ventos.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 1: Introdução - 12

Por último, será feita uma análise dos resultados obtidos e comparados
os dois sistemas construtivos quanto ao peso da estrutura e deformações, de
forma que os resultados possuam aplicação no mercado de trabalho.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 10

Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica

2.1 Estruturas
A engenharia estrutural encontra raízes, de forma empírica, nas estruturas
da antiguidade encontradas na Grécia, Roma, Egito entre outras civilizações que
deixaram sua marca. O início da formalização teórica é atribuído à publicação do
livro Duas Ciências, de Galileu, em 1638, que deu origem a todo o
desenvolvimento cientifico desde o século XVII até os dias atuais. Antes disso,
Leonardo da Vinci (1452 – 1519) já havia escrito algumas notas sobre estática e
mecânica dos sólidos e ao longo desses séculos, vários matemáticos e cientistas
ilustres deram suas contribuições para formalizar a engenharia estrutural tal
como se entende hoje. (MARTHA, 2010).

A engenharia estrutural teve um grande avanço no final do século XIX,


com a Revolução Industrial. Novos materiais passaram a ser empregados nas
construções, tais como concreto armado, ferro fundido e aço. Também foi nessa
época que a engenharia estrutural conquistou um grande desenvolvimento no
Brasil. Durante o século XX, os principais avanços se deram nos processos
construtivos e nos procedimentos de cálculo. A engenharia civil brasileira é
detentora de vários recordes mundiais, com notória distinção na construção de
pontes (MARTHA, 2010).

A análise estrutural é uma das fases do projeto em que se realizam, a


partir de um modelo, os levantamentos dos esforços internos e externos da
estrutura perante as ações impostas. A idealização do comportamento da
estrutura nesta etapa é de fundamental importância, pois ao final desta análise
se obtêm como resultados esforços, deslocamentos e deformações
correspondentes a estrutura em estudo (MARTHA, 2010).

Pode-se utilizar diferentes tipos de análise estrutural, sendo que, as mais


utilizadas também previstas na NBR 6118:2014 são: análise linear, análise linear
com redistribuição, análise plástica, análise não linear e análise através de

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 11

modelos físicos. Vale ressaltar que, segundo essa norma, a análise estrutural de
determinada estrutura pode ser realizada por qualquer um dos tipos citados
acima, dependente do problema a ser abordado. Neste sentido, além das
limitações no emprego de cada tipo de análise, elas também se diferenciam pelo
comportamento idealizado aos materiais constituintes na verificação do estado
limite último da estrutura (JUNIOR, 2015).

Segundo a NBR 6118 a análise e o cálculo estrutural, na engenharia civil,


devem garantir a resistência, a deslocabilidade, a estabilidade, a durabilidade e
a segurança da edificação, a qual deve ser submetida às combinações de ações
mais desfavoráveis, que garante maior segurança. A verificação da estabilidade
global é um quesito importante a ser analisado. (MUELLER, QUADROS, 2018)

2.1.1 Modelos estruturais

Para que se realize a análise estrutural de um edifício é necessário se


basear em um modelo que abranja todo o comportamento da estrutura, sendo
utilizadas todas as teorias físicas e matemáticas resultantes da formalização da
engenharia estrutural como ciência.

Segundo MARTHA (2010), a análise estrutural moderna trabalha com


quatro níveis de abstração com relação à estrutura que está sendo analisada,
sendo o primeiro o mundo físico, isto é, o nível que representa a estrutura real
tal como é ou será construída. O segundo nível de abstração é o modelo
analítico, onde a estrutura será apresentada matematicamente, sendo chamado
de modelo estrutural ou matemático, e incorpora todas as teorias e hipóteses
elaboradas para descrever o comportamento da estrutura em função das
diversas solicitações. Essas hipóteses se baseiam em leis da física tais como o
equilíbrio entre forças e tensões, as relações de compatibilidade entre
deslocamentos e deformações, e as leis constitutivas dos materiais que
compõem a estrutura.

O terceiro nível de abstração é o modelo discreto, que é concebido dentro


das metodologias de cálculo dos métodos de análise que utilizam um conjunto
de variáveis ou parâmetros para representar o comportamento de uma estrutura
real.
José Roberto de Melo Filho
Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 12

Por último, está o modelo computacional que surge na década de 60,


inicialmente em institutos e pouquíssimas universidades, e atualmente está
presente em todos os escritórios de cálculo estrutural e empresas de consultoria.
A análise de estruturas pode ser vista atualmente como uma simulação
computacional do comportamento de estruturas.

2.1.2 Análise linear

A análise linear considera que os materiais empregados na estrutura


apresentam um comportamento elástico-linear, que é aquele que ao sofrer
deformações, devido às ações externas, retorna à sua forma inicial com a
retirada do carregamento. Se o material, ao voltar a sua forma inicial, não
apresentar deformações, é chamado de perfeitamente elástico, caso contrário,
é chamado de parcialmente elástico.

Essa análise leva em consideração os estudos feitos pelo cientista inglês


Robert Hooke, conhecida como Lei de Hooke. Essa lei estabelece que existe
uma relação linear entre tensão e deformação e, em consequência disso, há uma
constante de proporcionalidade responsável por essa relação denominada
Módulo de Elasticidade, sendo o seu valor dependente do tipo de material
utilizado (FONTES, 2005).

2.1.3 Análise não-linear

A análise não-linear considera que a resposta de uma estrutura ao ser


solicitada não será proporcional à solicitação, como na análise linear. Ver Figura
1. Este comportamento é causado pela não linearidade física (NLF) do material
e pela não linearidade geométrica (NLG).

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 13

Figura 1 - Comparação entre o diagrama Fxσ linear e o não linear.

Fonte: Kimura (2007).

A NLF ocorre devido à alteração das propriedades dos materiais conforme


o incremento do carregamento aplicado à estrutura, sendo um comportamento
característico do concreto que, por conta de sua composição heterogênea e
baixa resistência à esforços de tração, resposta à adição de carregamentos se
dá de forma desproporcional.

A NLG é causada quando ocorre a alteração significativa do ponto de


aplicação de uma carga em um elemento estrutural devido a deformações da
estrutura causadas pelos carregamentos a ela aplicados. O deslocamento do
ponto de aplicação da carga, também chamado de excentricidade, gera reações
não existentes e tornam a resposta da estrutura diferente daquela no estado
indeformado, como mostra a Figura 2.

Figura 2 - Reações em pilares indeformado (esquerda) e deformado (direita).

Fonte: KIMURA, 2007.

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 14

Estes fatores produzem em uma estrutura o efeito P-Δ. Sua incorporação


no cálculo da estrutura é, de maneira geral, dada através da substituição do
incremento do momento devido ao deslocamento horizontal por um binário de
forças equivalentes (MUELLER E QUADROS, 2018).

Em edifícios com cargas laterais ou assimetrias geométricas, de rigidez


ou massa, produzem-se deslocamentos laterais nos pavimentos. As cargas
verticais geram momentos adicionais iguais à soma da carga vertical “P”
multiplicada pelos deslocamentos “delta”, razão pela qual o efeito é conhecido
como “P-delta”. Estes efeitos são chamados de segunda ordem, pois são
calculados na configuração deformada da estrutura.

A primeira ideia é de que se trata de um problema de NLG que deve ser


tratado de forma iterativa, calculando o deslocamento lateral devido à carga
aplicada. Com este deslocamento calcula-se o momento fletor e o novo
deslocamento lateral, considerando a parcela P-Δ. O processo pode ser repetido
até que o deslocamento encontrado em uma iteração tenha uma diferença muito
pequena com o deslocamento da iteração anterior.

São vários os métodos utilizados para avaliar os efeitos de segunda


ordem. A maioria delas considera o problema como um caso de NLG iterativa, o
que pode dar resultados pouco eficientes e não apropriados para considerar o
efeito P-delta na análise dinâmica.

Para calcular o efeito P-Delta existem vários métodos, sendo que as


análises variam conforme os softwares existentes no mercado. É de extrema
importância conhecer as considerações e limitações da técnica implementada
no programa de análise estrutural que será utilizado.

2.1.4 Efeitos de segunda ordem

A análise de segunda ordem estabelece o equilíbrio da estrutura na


posição deformada, gerando esforços adicionais devido às forças aplicadas
sobre os deslocamentos. Estes serão especificados mais adiante, de acordo
com o tipo de estrutura e suas respectivas normas.

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 15

 Efeitos Locais de 2ª Ordem: estão associados a uma parte isolada


da estrutura;

 Efeitos Localizados de 2º Ordem: referem-se a uma região


específica de um elemento na qual se concentram tensões;

 Efeitos globais de 2ª Ordem: estão relacionados ao edifício como


um todo, isto é, ao conjunto completo formado pelos pilares, vigas
e lajes;

2.2 Concreto Armado


Segundo BASTOS (2006) o concreto é bastante durável e possui uma alta
resistência à compressão, porém, baixa resistência à tração. O aço apresenta
elevada resistência, mas requer proteção contra a corrosão.

O concreto é um material de construção resultante da mistura de um


aglomerante (cimento), agregados (naturais ou britados, graúdos e miúdos) e
água. Quando há necessidade, faz-se uso de aditivos químicos (retardadores ou
aceleradores de pega, plastificantes e superplastificantes, entre outros) e
adições minerais (escórias de alto-forno, pozolanas, fileres calcários,
microssílica etc.) que melhoram as características do concreto fresco ou
endurecido (ARAUJO, 2010; BASTOS 2006).

2.2.1 Histórico

O concreto é um material plástico, moldável e que adquire resistência


após um processo de endurecimento. Na história do homem, existem diversas
menções a materiais com este mesmo comportamento que possibilitaram o
desenvolvimento de grandes civilizações e, mesmo após muitas delas já terem
perecido, suas marcas permanecem até os dias atuais.

A aplicação mais antiga da associação de um material dúctil a um frágil,


de modo a permitir o uso do material frágil sobre tração, ocorre entre 437 e 432
a.C. no Propylaea, Atenas, onde o arquiteto Mnesikles fez uso de ferro para
aumentar a confiabilidade das peças estruturas de pedra. Neste período, o
José Roberto de Melo Filho
Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 16

cimento hidráulico já era conhecido e utilizado no revestimento de fontes e


aquedutos atenienses.

Mais tarde, devido à necessidade de produzir a leveza do gótico com a


pureza da arquitetura grega, o arquiteto Jacques Germain Soufflot projetou a
Igreja de Santa Genoveva, hoje Pantheon, em Paris, de forma que existissem
poucas colunas na fachada, sendo necessário executar grandes vigas capazes
de efetuar a transferência das elevadas cargas da superestrutura para as
fundações. As barras longitudinais colocadas nessas vigas eram inseridas a
partir de furos feitos artesanalmente nas pedras e posteriormente preenchidos
com argamassa de cal.

Em 1867, o francês e jardineiro Joseph Monier, considerando os vasos


que produzia muito frágeis, decidiu mergulhar na massa de concreto uma malha
de aço. Este método avançou tanto que levou Monier a patenteá-lo e
posteriormente criar extensões para reservatórios de água e vigas. Ele é
considerado um dos grandes disseminadores da técnica de se construir com o
concreto armado, que já tinha em sua composição o cimento Portland em sua
composição moderna.

Em 1903, é construído o primeiro arranha-céu em concreto armado: o


edifício Ingalls Building, Estados Unidos, possuía apenas 16 andares, mas já era
um marco para o período. Neste mesmo período, o uso do concreto armado
começava a ser normatizado em diversos países da Europa e nos Estados
Unidos.

No Brasil, o concreto foi introduzido no início do século XX como produto


patenteado distribuído por filiais de firmas estrangeiras, logo se tornando o
sistema construtivo mais utilizado. A construção civil brasileira foi estruturada em
torno do sistema construtivo do concreto armado, uma vez que a maior parte das
edificações construídas nos centros urbanos brasileiros são baseadas neste
sistema.

Em meados dos anos de 1920, inicia-se o processo de difusão da


tecnologia do concreto, determinando um período crítico de instalação dessa
tecnologia no brasil ao longo dos anos de 1930 e se estabilizando nos anos de

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 17

1940, já normalizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,


regulado pelas atribuições profissionais do sistema CONFEA-CREAs e fazendo
parte dos currículos das escolas de engenharia e arquitetura.

Apesar de contribuir com a institucionalização da engenharia e da


arquitetura no Brasil, ele também apresenta muitos aspectos negativos, como
exemplo a inibição do desenvolvimento de outros sistemas construtivos,
desequilíbrio na distribuição do conhecimento técnico, desqualificação dos
trabalhadores além de todo o prejuízo ambiental ligado ao mesmo.

2.2.2 Características do Concreto


 Resistência à compressão

O valor da resistência à compressão (fc) é obtida por meio de corpos


de prova, moldados conforme a NBR 5738 e rompidos conforme a NBR 5739.
Os corpos de prova são ensaiados na idade de 28 dias com uma carga
aplicada em suas faces superior e inferior.

A resistência característica à compressão (fck) de um concreto é


obtida através da Teoria das Probabilidades, sendo o valor de resistência,
dado um universo finito de corpos de prova, para o qual a probabilidade de
ocorrerem valores menores é de 5%, ver Figura 3.

Figura 3 - Densidade de probabilidade da resistência à compressão do


concreto.

Fonte: ARAUJO, 2003.

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 18

O fck é frequentemente utilizado para se obter parâmetros de projeto


como a resistência à tração e módulo de elasticidade, entre outras
características do concreto.

 Resistência à tração

A resistência do concreto à tração é baixa se comparada à sua


resistência à compressão, cerca de apenas 10%, o que o sujeita à fissuração.
A armadura de aço, convenientemente projetada e disposta, minimiza esse
problema (BASTOS, 2014)

Para a obtenção da resistência à tração do concreto, deve-se seguir


os ensaios normatizados pelas NBR 7222, tração indireta ou diametral, e a
NBR 12142, tração na flexão. Para fins de cálculo, a NBR 6118 considera
que a resistência à tração pode ser obtida através do fck da seguinte forma:

𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3𝑓𝑐𝑘 → 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒𝑠 𝑎𝑡é 𝐶50

𝑓𝑐𝑡𝑚 = 2,12 𝑙𝑛(1 + 0,11fck) → 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒𝑠 𝐶55 𝑎𝑡é 𝐶90

Ainda assim, esses valores são considerados a resistência média do


concreto. No caso da tração, existem dois valores para a resistência
característica e que devem ser usados em condições de desvantagem.

𝑓𝑐𝑡𝑘, 𝑖𝑛𝑓 = 0,7𝑓𝑐𝑡𝑚

𝑓𝑐𝑡𝑘, 𝑠𝑢𝑝 = 1,3𝑓𝑐𝑡𝑚

O valor característico fctk,inf é usado para determinar a resistência da


aderência entre o concreto e as barras da armadura, enquanto que o fctk,sup
é usado para o cálculo da área mínima da armadura de flexão. O fctm é usado
apenas quando o que interessa é a resposta média, como é o caso de
verificações relativas aos estados limites de utilização (ARAUJO, 2003).

 Módulo de Deformação Longitudinal

O concreto possui um comportamento próximo ao linear até certo nível


de carregamento, quando tem início a microfissuração progressiva que

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Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 19

ocorre na interface entre o agregado graúdo e a pasta de cimento, passando


a comportar-se de forma elasto-plástica, como demonstra a Figura 4.

Figura 4 - Diagrama tensão-deformação do concreto (compressão


simples)

Fonte: ARAUJO, 2003.

Ec é o módulo de deformação longitudinal tangente, representando a


inclinação da reta tangente à curva na origem do diagrama. Analogamente,
o módulo secante Ecs representa a inclinação da reta que passa pela origem
e corta o diagrama no ponto correspondente a uma tensão da ordem de 0,4fc,
sendo fc a resistência à compressão simples (ARAUJO, 2003).

Experimentalmente, verifica-se que o módulo de deformação tangente,


Ec, depende do valor da resistência à compressão do concreto. O mesmo
ocorre com as deformações εo e εu. Como uma simplificação, é usual admitir
os valores médios εo ≅ 2%o e εu ≅ 3,5 %o (ARAUJO, 2003).

Segundo a NBR 6118, para se obter os valores do Ec e Ecs a partir do


fck do concreto, deve-se utilizar as seguintes fórmulas:

Ec = 5600 𝑓𝑐𝑘 → 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒𝑠 𝑎𝑡é 𝐶50

𝑓𝑐𝑘
Ec = 21,5 × 10 × 𝛼 × ( + 1,25)
10
→ 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒𝑠 𝐶50 𝑎𝑡é 𝐶90

𝑓𝑐𝑘
𝐸 = 𝛼 × 𝐸 , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝛼 = 0,8 + 0,2 ≤1
80

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 20

Os valores de Ec, Ecs e 𝛼 também podem ser obtidos pela Tabela 1.

Tabela 1 - Valores estimados de módulo de elasticidade em função da


resistência.

Fonte: NBR 6118

 Comportamento Reológico do Concreto

O comportamento reológico do concreto, isto é, sua deformabilidade


dependente do tempo, tem uma considerável importância na análise
estrutural. As deformações diferidas do concreto, ou seja, as deformações
dependentes do tempo, são convencionalmente separadas em duas: fluência
e retração. A fluência é o acréscimo contínuo das deformações que ocorre
mesmo para uma tensão constante. A retração é a redução de volume do
material na ausência de uma carga externa. Tanto a fluência, quanto a
retração, diminuem com a redução do fator água-cimento e do consumo de
cimento (ARAUJO, 2003).

Em virtude dos efeitos do envelhecimento, a fluência do concreto


depende, além da duração do carregamento, da idade de aplicação das
cargas. O comportamento do material também é influenciado pela troca de
água com o meio ambiente. Quanto mais seco for o meio externo, maiores
serão a fluência e a retração. Uma vez que a troca de água é facilitada em
um elemento estrutural esbelto, a fluência e a retração serão tanto maiores,
quanto menores forem as dimensões do elemento (ARAUJO, 2003).

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 21

2.2.3 Aço das armaduras

O aço se trata de uma liga metálica composta de ferro e carbono. A


adição de carbono ao ferro o permite resistir a maiores tensões, porém
também o torna mais frágil. O aço utilizado na construção civil deve ser
resistente e ao mesmo tempo dúctil, sendo assim, ele possui pequenas
adições de carbono, da ordem de 0,18% a 0,25%.

O aço utilizado como armadura no concreto armado é classificado


segundo a ABNT NBR 7480 e deve possuir massa específica de 7850 kg/m³,
coeficiente de dilatação térmica de 10-5 /ºC para -20ºC<T<150ºC e módulo de
elasticidade de 210 GPa, além das seguintes características:

 De acordo com sua resistência característica de escoamento, as barras


de aço são classificadas nas categorias CA-25 e CA-50, e os fios de aço
na categoria CA-60;
 As barras (CA-50) devem apresentar homogeneidade quanto às
características geométricas, devendo apresentarem nervuras
transversais oblíquas de forma que impeçam o giro dentro do concreto;
 Os fios (CA-60) podem ser lisos, entalhados ou nervurados, sendo
obrigatória a presença de entalhes ou nervuras em fios de diâmetro
nominal igual a 10,0 mm.
 A categoria CA-25 deve ter superfície obrigatoriamente lisa, desprovida
de quaisquer tipos de nervuras ou entalhes.

2.2.4 Estados Limites

A NBR 6118 estabelece que as estruturas de concreto devem sempre ser


verificadas em relação aos seguintes estados-limites últimos:

a. Estado-limite último da perda do equilíbrio da estrutura, admitida como


corpo rígido.
b. Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da
estrutura, no seu todo ou em parte, devido às solicitações normais e
tangenciais, admitindo-se a redistribuição de esforços internos, desde que
seja respeitada a capacidade de adaptação plástica e admitindo-se, em
geral, as verificações separadas das solicitações normais e tangenciais;

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 22

todavia, quando a interação entre elas for importante, ela estará


explicitamente indicada na norma;
c. Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da
estrutura, no seu todo ou em parte, considerando os efeitos de segunda
ordem;
d. Estado-limite último provocado por solicitações dinâmicas;
e. Estado-limite último de colapso progressivo;
f. Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da
estrutura, no seu todo ou em parte, considerando exposição ao fogo,
conforme a ABNT 15200;
g. Estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da
estrutura, considerando ações sísmicas, de acordo com a ABNT NBR
15421;
h. Outros estados-limites últimos que eventualmente possam ocorrer em
casos especiais.

Estados-limites de serviço são aqueles relacionados ao conforto do


usuário e à durabilidade, aparência e boa utilização das estruturas, seja em
relação aos usuários, seja em relação às máquinas e aos equipamentos
suportados pelas estruturas (ABNT 6118)

A segurança das estruturas de concreto exige a verificação de alguns


estados-limites de serviços definidos a seguir:

a. Estado-limite de formação de fissuras (ELS-F): estado em que se inicia a


formação de fissuras. Admite-se que este estado-limite é atingido quando
a tensão de tração máxima na seção transversal for igual a fct,f;
b. Estado-limite de abertura das fissuras (ELS-W): estado em que as fissuras
se apresentam com aberturas iguais aos máximos especificados na
tabela 2.
c. Estado-limite de deformações excessivas (ELS-DEF): estado em que as
deformações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal,
dados na tabela 3.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 23

d. Estado-limite de vibrações excessivas (ELS-VE): estado em que as


vibrações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal da
construção.

Tabela 2 - Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à


proteção da armadura, em função das classes de agressividade ambiental.

Fonte: NBR 6118.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 24

Tabela 3 - Limites para Deslocamentos.

Fonte: NBR 6118.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 25

2.2.5 Propriedades do concreto em situações de incêndio

Segundo a NBR 15200, a resistência à compressão do concreto


decresce com o aumento da temperatura, ver Figura 5, conforme a seguinte
equação:

𝑓, =𝑘 , 𝑓

Onde

Fck é a resistência característica à compressão do concreto à


temperatura ambiente;

kcθ é o fator de redução da resistência do concreto na temperatura θ,


conforme Tabela 4.

Figura 5 - Fator de redução da resistência do concreto silicoso em função da


temperatura.

Fonte: NBR 15200.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 26

Tabela 4 - Valores da relação kcθ=fcθ/fck para concretos de massa específica


normal (2000 kg/m³) preparados com agregados predominantemente
silicosos.

Fonte: NBR 15200.

Permite-se estimar a capacidade dos elementos estruturais de concreto


em situação de incêndio a partir da resistência à compressão na temperatura θ.

A NBR 15200 permite que, a partir do tempo requerido de resistência ao


fogo (TRRF), seja possível determinar a combinação de bmin (base) e c1
(cobrimento) dos elementos de concreto armado. Estes valores podem ser
consultados nas Tabelas de 5 a 9.

O TRRF é o tempo mínimo que uma estrutura deve permanecer estável


em uma situação de incêndio e só a partir de então ela apresentaria problemas
de resistências, sendo especificada, assim como outras exigências, pela NBR
14432.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 27

Tabela 5 – Dimensões mínimas para vigas bi apoiadas.

Fonte: NBR 15200.

Tabela 6 – Dimensões mínimas para vigas contínuas ou vigas de pórticos.

Fonte: NBR 15200.

Tabela 7- Dimensões mínimas para lajes simplesmente apoiadas.

Fonte: NBR 15200.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 28

Tabela 8 – Dimensões mínimas para lajes contínuas.

Fonte: NBR 15200.

Tabela 9 – Dimensões mínimas para pilares com uma face exposta ao fogo

Fonte: NBR 15200.

2.2.6 Efeitos de segunda ordem segundo a NBR 6118:2014

Segundo a NBR 6118:2014, item 15.2, efeitos de 2ª ordem são aqueles


que se somam aos obtidos numa análise de primeira ordem (em que o equilíbrio
da estrutura é estudado na configuração geométrica inicial), quando a análise do
equilíbrio passa a ser efetuada considerando a configuração deformada.

No mesmo item, afirma-se que para determinação de tais efeitos, deve-


se considerar a não-linearidade dos materiais. Contudo, os efeitos de 2ª ordem
podem ser desprezados no dimensionamento estrutural sempre que representar
um acréscimo inferior a 10% (em relação aos esforços de 1ª ordem) da
solicitação na estrutura.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 29

de acordo com a NBR 6118 as estruturas podem ser classificadas como


de nós fixo ou de nós móveis. Assim, as estruturas de nós fixo são aquelas onde
os efeitos globais de 2ª ordem representam menos de 10% dos esforços de 1ª
ordem correspondentes. Porém, nestas a análise de efeitos locais de 2ª ordem
ainda se mantém necessária.

Já as estruturas de nós móveis são aquelas cujos efeitos de segunda


ordem globais são superiores a 10% dos respectivos efeitos de 1ª ordem.
Portanto, nesse caso, tanto os efeitos de 2ª ordem locais como globais deverão
ser analisados.

Devem-se observar duas situações: em ambos os casos ocorrem


deslocamentos horizontais, porém apenas nas estruturas de nós móveis tais
efeitos tornam-se significativos e esses efeitos não dependem somente dos
deslocamentos, mas também da amplitude das forças verticais. Um exemplo
citado pela NBR 6118.

Todavia, há estruturas em que os deslocamento horizontais são grandes e que,


não obstante, dispensam a consideração dos efeitos de 2ª ordem por serem
pequenas as forças normais e, portanto pequenos acréscimos dos
deslocamentos produzidos por elas; isso pode acontecer, por exemplo, em
postes e em certos pilares de galpões industriais (NBR 6118, 2014, p.121)

O parâmetro de instabilidade (α) e o coeficiente γz podem ser utilizados


para determinar se a estrutura é caracterizada como de nós fixos, sem
necessidade de cálculo rigoroso. Na análise de estabilidade global que trata a
estrutura como um todo, o valor representativo do módulo de deformação
secante pode ser majorado em 10%.

 Parâmetro de instabilidade α

Uma estrutura reticulada simétrica pode ser considerada como


sendo de nós fixos se seu parâmetro de instabilidade α for menor
que o valor α1 conforme a expressão:

𝑁
𝛼=𝐻
𝐸 𝐼

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 30

Onde

𝛼 = 0,2 + 0,1𝑛 𝑠𝑒: 𝑛 ≤ 3

𝛼 = 0,6 𝑠𝑒: 𝑛 ≥ 4

Onde

n é o número de andares acima da fundação ou de nível pouco


deslocável do solo;

Htot é a altura total da estrutura, medida a partir do topo da


fundação ou de nível pouco deslocável no subsolo;

Nk é o somatório de todas as cargas verticais atuantes na


estrutura (a partir do nível considerado para o cálculo de
Htot), com seu valor característico;

EcsIc representa o somatório dos valores de rigidez de todos os


pilares na direção considerada. No caso de estruturas de
pórticos, de treliças ou mistas, ou com pilares de rigidez
variável ao longo da altura, pode ser considerado o valor da
na expressão de um pilar equivalente de seção constante.

O valor de Ic deve ser calculado considerando as seções brutas dos


pilares.

A rigidez do pilar equivalente deve ser determinada da seguinte


forma:

- Calcular o deslocamento do topo da estrutura de


contraventamento, sob a ação do carregamento horizontal na
direção considerada;

- Calcular a rigidez de um pilar equivalente de seção constante,


engastado na base e livre no topo, de mesma altura Htot, tal que,
sob a ação do mesmo carregamento, sofra o mesmo deslocamento
no topo.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 31

O valor-limite α1 = 0,6 prescrito para n ≤ 4 é, em geral, aplicável às


estruturas usuais de edifícios.

Para associações de pilares-parede e para pórticos associados a


pilares-parede, adotar α1 = 0,6. No caso de contraventamento
constituído exclusivamente por pilares-parede, adotar α1 = 0,7.
Quando só houver pórticos, adotar α1 = 0,5.

 Coeficiente γz

O coeficiente γz avalia a importância dos esforços de segunda


ordem globais, sendo válido para estruturas reticuladas de no
mínimo 4 pavimentos.

O valor de γz para cada combinação de carregamento é dado pela


expressão:

1
γ =
∆𝑀 ,
1−𝑀
, ,

Onde

M1,tot,d é o momento de tombamento, ou seja, a soma dos


momentos de todas as forças horizontais da
combinação considerada, com seus valores de cálculo,
em relação à base da estrutura;

ΔM,tot,d é a soma dos produtos de todas as forças verticais


atuantes na estrutura, na combinação considerada,
com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos
horizontais de seus respectivos pontos de aplicação,
obtidos da análise de 1ª ordem.

Considera-se que a estrutura é de nós fixos se for obedecida a


condição γz ≤ 1,1.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 32

2.3 Aço
O aço é uma liga de ferro carbono com outros elementos de dois tipos:
elementos residuais decorrentes do processo de fabricação, como silício,
manganês, fósforo e enxofre, e elementos adicionados com o intuito de melhorar
as características físicas e mecânicas do material denominados elementos de
liga. (PFEIL, 2012)

Seu teor de carbono varia de 0,008% até 2,11% (PFEIL, 2012). O carbono
aumenta a resistência do aço, porém o torna mais frágil. Os aços com baixo teor
de carbono têm menor resistência à tração, porém são mais dúcteis. As
resistências à ruptura por tração ou compressão dos aços utilizados em
estruturas são iguais, variando entre amplos limites, desde 300 MPa até valores
acima de 1200 MPa (PFEIL, 2012).

Embora existam artefatos de ferro datados de 4000 a.C. (quatros esferas


de ferro encontradas em El Gezivat, Egito), e mesmo vestígios da obtenção de
ferro a partir do minério que datam ainda do período neolítico, a exploração
regular do ferro como material para produção de artefatos data
aproximadamente de 1500 a.C. O uso em estruturas começou bem mais tarde
com o ferro fundido, como usado em um arco de 30 m de vão construído na
Inglaterra em 1777-1779. Muitas pontes de ferro fundido foram construídas entre
1780 e 1820, geralmente em arco, com vigas principais compostas de ferro
fundido formando barras ou treliças. Ferro fundido também era utilizado para
anéis de correntes em pontes pênseis até cerca de 1840.

O ferro forjado passou a substituir o ferro fundido em 1840 e, à medida


que o seu uso crescia, o processo de laminação foi sendo desenvolvido até te
chegar à produção em escala industrial a partir de 1780. A laminação de trilhos
começou por volta de 1820 e se estendeu aos perfis I por volta de 1870.

A aceleração do desenvolvimento da siderurgia a partir dos processos


Siemens-Martin (1865), Bessemer (1870) e Thomas (1888), propiciou a
obtenção de aço em escala industrial.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 33

O Brasil que fazia bastante uso da alvenaria convencional como estrutura,


vê o cenário mudar com o início do uso do aço na construção civil. Os projetistas
viram no aço um novo mecanismo para impulsionar o mercado construtivo,
permitindo a liberdade de criação em seus projetos.

No fim do século XIX e início do século XX o aço passou a ser utilizado,


ainda na forma de estruturas pré-fabricadas importadas para atender à demanda
crescente no mercado da construção civil industrializada. Deste momento em
diante, foram desenvolvidas diversas aplicações para o aço que variam desde
as primeiras pontes metálicas até os mais modernos edifícios comerciais e
residenciais, sendo utilizado cada vez mais na construção civil, possibilitando
soluções arrojadas e eficientes para inúmeros tipos de obra.

Como já havia sido citado anteriormente, o que institucionalizou a


engenharia civil no Brasil foi o concreto armado e este representou, ainda sim,
uma grande barreira para a aplicação do aço em estruturas. Mesmo com o
panorama atual onde o aço como estrutura vem sendo mais valorizado,
principalmente pela agilidade de execução e por todo o desenvolvimento que ele
possibilitou em outros países, este ainda enfrenta barreiras culturais.

2.3.1 Características do Aço

As características dos aços são fornecidas pelas NBR 7007, Aço-


carbono e aço microligado para barras e perfis laminados a quente para uso
estrutural – Requisitos, e pela NBR 8800, Projeto de estruturas de aço e de
estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Os aços aprovados nestas
normas para perfis, barras e chapas devem possuir resistência ao
escoamento máxima de 450 Mpa e relação entre resistência à ruptura e ao
escoamento não inferior a 1,18.

A NBR 8800 define como propriedades mecânicas gerais as listadas


a seguir:

o Módulo de elasticidade, E = Ea = 200 000 Mpa;


o Coeficiente de Poisson, Va = 0,3;
o Módulo de elasticidade transversal, G = 77 000 Mpa;

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 34

o Coeficiente de dilatação térmica, βa = 1,2 x 10-5 ºC-1;


o Massa específica, ρa = 7 850 kg/m³.

 Grau do aço

São classificados segundo as suas propriedades mecânicas em:

o BR 190; o AR 415; e
o MR 250; o AR 350 COR.
o AR 350;

Onde “BR” equivale a baixa resistência, “MR” média resistência,


“AR” alta resistência e “COR” maior resistência frente à corrosão
atmosférica.

 Soldabilidade:

Devem ser soldáveis por métodos normais de fusão a qual não


depende apenas da composição química, mas também das medidas, da
forma, do projeto da obra e das condições de realização da soldagem.

 Composição química

A composição química do aço utilizado em estruturas está de acordo


com a Tabela 10.

 Propriedades mecânicas

As propriedades mecânicas do aço no estado de entrega,


determinadas conforma a ABNT NBR ISO 6892-1, devem atender ao
indicado na Tabela 11.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 35

Tabela 10 - Composição química (Valores percentuais)

Fonte: NBR 7007.

Tabela 11 - Propriedades mecânicas

Fonte: NBR 7007.

2.3.2 Estado-limites
 Estado-limite último (ELU)

Segundo a NBR 8800:2008 as condições usuais de segurança referente


aos estados-limites últimos são expressas por desigualdades do tipo:

𝜃(𝑆 , 𝑅 ) ≥ 0

Onde:

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 36

Sd representa os valores de cálculo dos esforços atuantes; e

Rd representa os valores de cálculo dos correspondentes esforços


resistentes.

Quando a segurança é verificada isoladamente em relação a cada um dos


esforços atuantes, as condições de segurança tomam a seguinte forma
simplificada:

𝑅 ≥𝑆

 Estado-limite de serviço (ELS)

As condições usuais referentes aos estados-limites de serviço são


expressas por desigualdades do tipo:

𝑆 ≤𝑆

Onde:

Sser representa os valores dos efeitos estruturais de interesse, obtidos


com base nas combinações de serviço; e

Slim representa os valores-limites adotados para esses efeitos.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 37

Tabela 12 - Deslocamentos máximos

Fonte: NBR 8800 (adaptada).

2.3.3 Propriedades do Aço em situações de incêndio

A resistência ao escoamento do aço da armadura passiva decresce com


o aumento da temperatura, conforme mostrado na Figura 6, podendo ser obtida
pela seguinte equação:

𝑓 , =𝑘 , 𝑓

Onde

fyk é a resistência característica do aço de armadura passiva à temperatura


ambiente;

ks,θ é o fator de redução da resistência do aço na temperatura θ, conforme


tabela 13, onde:

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 38

- Curva cheia: ks,θ aplicável quando εyi ≥ 2 %, usualmente armaduras


tracionadas de vigas, lajes ou tirantes.

- Curva tracejada: ks,θ aplicável quando εyi < 2 %, usualmente armaduras


comprimidas de pilares, vigas ou lajes.

Figura 6 – Fator de redução da resistência do aço de armadura passiva em


função da temperatura.

Fonte: NBR 15200.

O módulo de elasticidade do aço da armadura passiva decresce com o


aumento da temperatura conforme mostrado na Figura 7, podendo ser obtido
pela equação:

𝐸 , =𝑘 , 𝐸

Onde

Es é o módulo de elasticidade do aço de armadura passiva à temperatura


ambiente;

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 39

Figura 7 - Fator de redução do módulo de elasticidade do aço de armadura


passiva em função da temperatura.

Fonte: NBR 6118.

kEs,θ é o fator de redução do módulo de elasticidade do aço na temperatura


θ, conforme Tabela 13.

Para aço de armadura passiva a elevadas temperaturas, a Tabela 13


fornece:

- A relação entre a resistência ao escoamento do aço da armadura passiva


submetido a diferentes temperaturas (fyK,θ) e a resistência característica ao
escoamento à temperatura ambiente (fyk)

- A relação entre o modulo de elasticidade do aço submetido a diferentes


temperaturas (Es,θ) e o módulo de elasticidade à temperatura ambiente (Es).

Para valores intermediários de temperatura pode ser feita interpolação


linear.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 40

Tabela 13 – Valores das relações ks,θ=fyk,θ/fyk e kEs,θ = Es,θ/Es para os aços de


armadura passiva.

Fonte: NBR 15200.

2.3.4 Efeitos de segunda ordem segundo a NBR 8800

Segundo o item 4.9.7.1.3 da NBR 8800 os esforços solicitantes devem ser


obtidos considerando-se os efeitos globais e locais de segunda ordem, sendo o
considerado como aceitável o método da amplificação dos esforços solicitantes,
dado no anexo D da mesma.

Ao fazer uso deste método deve-se fazer atuar na estrutura a combinação


apropriada de ações de cálculo constituída por ações verticais e horizontais,
quando existentes, considerando-se o efeito das imperfeições geométricas
iniciais e das imperfeições iniciais de material.

Em cada andar das estruturas analisadas, o momento fletor e a força axial


solicitantes de cálculo, MSd e NSd devem ser determinados por (ver Figura 8):

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 41

𝑀 =𝐵 𝑀 +𝐵 𝑀

𝑁 =𝑁 +𝐵 𝑁

Onde

Mnt e Nnt são, respectivamente, o momento fletor e a força axial


solicitantes de cálculo obtidos por análise elástica de
primeira ordem, com os nós da estrutura impedidos de se
deslocar horizontalmente.

Mlt e Mlt são, respectivamente, o momento fletor e a força axial


solicitantes de cálculo, obtidos por análise elástica de
primeira ordem, correspondente apenas ao efeito dos
deslocamentos horizontais dos nós das estruturas.

O coeficiente B1 é dado por:

𝐶
𝐵 = ≥ 1,0
𝑁
1− 𝑁

Onde

Nc é a força axial que provoca a flambagem elástica por flexão


da barra no plano de atuação do momento fletor, calculada com o comprimento
real da barra, considerando, se for o caso, a imperfeição inicial de material.

NSd1 é a força axial de compressão solicitante de cálculo na barra


considerada, em análise de primeira ordem (NSd1 = Nmt +Nrt)

Cm é um coeficiente igual a:

Se não houver forças transversais entre as extremidades da


barra no plano de flexão:

𝑀
𝐶 = 0,60 − 0,40
𝑀

M1/M2 é a relação entre o menor e o maior dos momentos fletores


solicitantes de cálculos na estrutura no plano de flexão, nas

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 42

extremidades apoiadas da barra, tomada como positiva


quando os momentos provocarem curvatura reversa e
negativa quando provocarem curvatura simples.

Se houverem forças transversais entre as extremidades da


barra no plano de flexão, o valor de Cm deve ser
determinado por análise racional ou ser tomado
conservadoramente igual a 1,0.

Figura 8 - Modelo para análise.

Fonte: NBR 8800.

O coeficiente B2 é dado por:

1
𝐵 =
1 ∆ ∑𝑁
1−𝑅
ℎ ∑𝐻

ΣNSd é a carga gravitacional total que atua no andar considerado,


englobando as cargas atuantes nas subestruturas de
contraventamento e nos elementos que não pertençam a
essas subestruturas;

Rs é um coeficiente de ajuste, igual a 0,85 nas estruturas onde


o sistema resistente a ações horizontais é constituído
apenas por subestruturas de contraventamento formadas
por pórticos nos quais a estabilidade lateral é assegurada
pela rigidez à flexão das barras e pela capacidade de
transmissão de momentos das ligações e igual a 1,0 para
todas as outras estruturas;

Δh é o deslocamento horizontal relativo entre os níveis superior


e inferior (deslocamento Inter pavimento) do andar
considerado, obtido da análise de primeira ordem, na

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica - 43

estrutura original ou na estrutura lt. Se Δh possuir valores


diferentes em um mesmo andar, deve ser tomado um valor
ponderado para esse deslocamento, em função da
proporção das cargas gravitacionais atuantes ou, de modo
conservador, o maior valor;

ΣHSd é a força cortante no andar, produzida pelas forças


horizontais de cálculo atuantes, usadas para determinar Δh
e obtida na estrutura original ou na estrutura lt;

H é a altura do andar (distância entre eixos de vigas de dois


andares consecutivos ou entre eixos de vigas e a base, no
caso do primeiro andar.

A força cortante solicitante de cálculo pode ser tomada igual à da análise


elástica de primeira ordem, ou seja, igual à da estrutura original ou igual a:

𝑉 =𝑉 +𝑉

Onde Vnt e Vlt são, respectivamente, as forças cortantes de cálculo na


estrutura nt e na estrutura lt.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 3 – Metodologia 44

Capítulo 3 – Metodologia
O projeto adotado é um edifício residencial localizado na Região Metropolitana
do Recife, possuindo 12 pavimentos, sendo 10 tipo, salão de festas e coberta, além
de térreo e reservatório. A altura total é de 36,90 m e uma lâmina de 22,29 m x 16,92
m, ver Figura 9 e 10.

Figura 9 – Vistas laterais do edifício

Fonte: Autor

Neste primeiro momento serão definidas as características comuns ao projeto


e que devem ser consideradas em ambos os métodos construtivos, são elas:

 Descrição dos elementos do edifício;


 Classe de agressividade;
 Ventos;
 Tempo de resistência a temperatura elevada;
 Carregamentos;

Figura 10 - Pav. Tipo

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 3 – Metodologia 45

Fonte: Autor

3.1. Descrição dos elementos


3.1.1. Paredes

As paredes são compostas por tijolos cerâmicos de 9 x 19 x 29 cm e


revestimentos com argamassa cimentícia de 2,5 cm para o lado externo e
de 1,5 cm para as paredes internas. Nas ações devido as paredes serão
consideradas a maior carga.

3.1.2. Escadas

Cada degrau deve ter 30 cm de comprimento, espelhos de no


máximo 18 cm e largura de 1,5 m, tendo em vista que os valores mínimos
são de 25 cm para degraus e 1,2 m para a largura.

Devem estar de acordo com o tipo estrutural analisado.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 3 – Metodologia 46

3.1.3. Lajes

Serão comparados os desempenhos dos tipos laje nervurada,


maciça.

3.1.4. Vigas e Pilares

Deverão estar de acordo com o tipo estrutural analisado e respeitando as


normas citadas no trabalho.

3.1.5. Reservatório

Uma vez que Recife possui uma regularidade de 1 dia no


abastecimento de água, foi considerado no dimensionamento do
reservatório um n de 2 dias. Sendo assim, o volume total dos reservatórios
deve ser o consumo diário dos 160 habitantes do edifício vezes dois. Ao
considerar 200 L/hab. temos um valor diário de 32 m³ de água e 64 m³ nos
reservatórios. Deverá ser considerada também o volume de incêndio,
referente a 4,8 m³ (15% do consumo diário). O volume atribuído ao
reservatório superior será de 2/5 do total, além da reserva de incêndio e o
reservatório inferior com 3/5 do valor total.

Reservatório superior: 30,4 m³;

Reservatório inferior: 38,4 m³.

3.2. Classe de agressividade

O concreto atua como barreira químico-física para o aço, protegendo-o de


quaisquer agentes nocivos que possam estar presentes na localidade em que o
projeto estará localizado e que possam causar danos a estrutura. A classe de
agressividade ambiental é estabelecida pela NBR 6118/2014 e serve de parâmetros
para algumas das características do concreto utilizado nas estruturas.

A Região Metropolitana do Recife (RMR) é um centro urbano localizado em


região litorânea e de alta umidade. Por conta destes fatores foi admitido, ver figuras 3
a 6:

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 3 – Metodologia 47

 CAA: 3 – forte e grande risco de deterioração da estrutura;


 Classe de concreto mínima: C30;
 Cobrimento:
o Laje: 3,5 cm;
o Viga/pilar: 4 cm;
o Elementos em contato com o solo: 4 cm;
o Estes valores podem ser reduzidos em 0,5 cm caso seja utilizado um
concreto de resistência maior que a mínima.

3.3. Ventos

A NBR 6123/1988 estabelece as condições exigíveis ao considerar as forças


devidas à ação estática e dinâmica do vento, para efeitos de cálculo de edificações.

O vento característico na região em estudo é definido com base na seguinte


fórmula:

𝑉𝑘 = 𝑉 ∗ 𝑆 ∗ 𝑆 ∗ 𝑆

Onde:

“V0” é a velocidade básica do vento adequada ao local onde a estrutura será


construída. Para o projeto em questão admite-se o valor de 35 m/s, ver figura 3.

“S1” é o fator topográfico que leva em consideração as variações do relevo do


terreno. Uma vez que Recife se trata de uma região de planície, adota-se o valor 1.

“S2” considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variação da


velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da edificação ou
parte da edificação em consideração, que são definidos a seguir:

 Rugosidade do terreno: a NBR 6123 classifica a rugosidade do terreno em 5


categorias, estando o nosso estudo em um centro de grande cidade, constando
na categoria V;
 Dimensões da edificação: toda a edificação ou parte de edificação para a qual
a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal esteja entre 20 m
e 50 m.
José Roberto de Melo Filho
Capítulo 3 – Metodologia 48

 Altura sobre o terreno: definida em projeto e de valor 36,90 m.

Ao cruzar as informações obtidas na Tabela 1 definimos o valor de “S2” como


0,89.

“S3” é baseado em conceitos estatísticos, e considera o grau de segurança


requerido e a vida útil da edificação. São considerados um período de 50 anos
existindo uma probabilidade de 63% de que a velocidade V0 seja igualada ou excedida
neste período. Uma vez que o edifício se enquadra como uso residencial definimos a
partir da Tabela 3 o valor de 1 para “S3”.

Sendo assim, tem-se que a velocidade característica do vento na área em


estudo é:

𝑉𝑘 = 35 ∗ 1 ∗ 0,89 ∗ 1
𝑉𝑘 = 31,15 𝑚/𝑠

Figura 11 - Isopletas de velocidade básica

Fonte: NBR 6123.


José Roberto de Melo Filho
Capítulo 3 – Metodologia 49

Tabela 14 – Fator S2

Fonte: NBR 6123.

Tabela 15 – Valores mínimos do fator estatístico S3

Fonte: NBR 6123.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 3 – Metodologia 50

3.4. Tempo requerido de resistência ao fogo (TRRT)

A NBR 14432 estabelece o tempo mínimo que uma estrutura, seja ela de
concreto ou aço, deve resistir a ação do fogo e com base nesse tempo a NBR 15200
define as dimensões mínimas para os elementos estruturais. O TRRF é definido a
partir do uso da edificação, da profundidade do subsolo e da altura do edifício e pode
ser encontrado na Tabela A.1 da NBR 14432 no anexo A. Obtemos o valor de
TRRF=120 min para o edifício em estudo.

3.5. Carregamentos

Os carregamentos atuantes em uma estrutura são definidos a partir da NBR


6120 e estão definidos a seguir:

 Carga permanente: peso próprio da estrutura e todos os elementos construtivos


fixos.
o Concreto: 2500 kgf/m³;
o Aço: 7850 kgf/m³;
o Paredes com 2,60 m de altura: 0,502 tf/m
 Revestimento com 2,5 cm por face: 0,223 tf/m;
 Alvenaria: 0,275 tf/m³
 Carga acidental:
o Reservatório: 2.1 tf/m²;
o Coberta: 0,05 tf/m²;
o Dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro: 0,15 tf/m²;
o Despensa, área de serviço e lavanderia: 0,2 tf/m²;
o Corredores: 0,2 tf/m²;
o Escadas: 0,25 tf/m²;
o Casa de máquinas: 0,75 tf/m²;

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 3 – Metodologia 51

3.6. Software

O CYPECAD é um programa, distribuído pela MULTIPLUS, para projeto


estrutural em concreto armado, pré-moldado, protendido e misto de concreto e aço
que engloba as etapas de lançamento do projeto, análise e cálculo estrutural,
dimensionamento e detalhamento final dos elementos. Os recursos para
detalhamento e dimensionamento estão de acordo com as normas brasileiras de
concreto armado (NBR 6118:2014), fundações (NBR 6122), carregamentos (NBR
6120), barras (NBR 7480), ventos (NBR 6123), ações e combinações (NBR 8681).

O Metálicas 3D é um software para cálculo estrutural e dimensionamento de


elementos estruturais metálicos, estruturas de alumínio e estruturas de madeira. Para
o dimensionamento faz uso das normas brasileiras de projeto de estruturas de
madeira (NBR 7190:1997), estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio
(NBR 14762:2010), projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas (NBR
8800:2008), ações e segurança nas estruturas (NBR 8681:2003), cargas para cálculo
de estruturas de edificações (NBR 6123:1980), forças devidas ao vento em
edificações (NBR 6123:1988), American Institute of Steel Construction (AISC ASD 89)
e American Iron and Steel Institute (AISI 2007).

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 4 - Resultados 52

Capítulo 4 - Resultados
Por meio do software CYPECAD e Metálicas 3D foi possível simular os
comportamentos das estruturas para 10 combinações de carregamentos distintas e
suas respectivas deformações na edificação, assim como o consumo dos materiais
que compõem as estruturas do edifício.

Foram consideradas as seguintes ações na estrutura:

 PP – Peso próprio da estrutura;

 CP – Carga permanente;

 QA – Carga acidental;

 V – Carga de vento nas direções X+, X-, Y+ e Y-.

No concreto armado as deformações obtidas foram muito satisfatórias, estando


bem abaixo dos limites estabelecidos por norma, demonstrando que não seria
necessário dispor de métodos corretivos.

Dentre os carregamentos PP, CP e QA, aquele que mais influenciou nas


deformações foi o PP, Figura 12, com uma deformação de 2.07 mm. Ao considerar o
carregamento devido as cargas de vento a estrutura apresentou, como esperado,
deformações maiores em seu topo devido a translação do reservatório, mas ainda
dentro dos limites estabelecidos e não ultrapassando 3 mm.

Quando avaliadas as combinações dos carregamentos, a estrutura teve uma


deformação máxima de 4.89 mm na direção do vento X+.

Na estrutura em aço laminado, observou-se que a maior deformação entre os


carregamentos CP, PP e QA foi obtida em QA, 8.93 mm, e situou-se na laje do
reservatório. Nos pavimentos tipo as maiores deformações ocorreram por conta da
carga acidental, com valores de 7.93 mm.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 4 - Resultados 53

As maiores deformações obtidas na análise foram causadas por conta das


cargas de vento atuantes na estrutura na direção Y-, Figura 13, e resultaram em uma
translação do topo do edifício de 11,69 mm.

Ao consideramos as combinações entre as ações atuantes no projeto, Figura


14, observou-se que as deformações obtidas na estrutura metálica são em torno de
3,5 à 3,9 vezes maiores do que as encontradas na estrutura em concreto armado.
Esta diferença se dá por conta do uso de peças mais esbeltas na estrutura metálica e
que permitem maiores deformações no topo da estrutura por conta das ações do
vento.

Figura 12 – Deformada da Estrutura em Concreto Armado para a Ação PP

Fonte: Autor

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 4 - Resultados 54

Figura 13 – Deformada da Estrutura Metálica para a Ação de Ventos em Y-

Fonte: Autor.

Figura 14 – Comparativo entre as Deformações das Estruturas.

CONCRETO ARMADO ESTRUTURA METÁLICA 19.87


19.71
19.09
18.82

16.68

16.54
15.99
15.64
15.61
12.75
MILIMETROS

4.89

4.86

4.86
4.46

4.39

4.08
3.99

4.4

3.56
3.46

Fonte: Autor.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 4 - Resultados 55

Deve-se levar em conta também que a estrutura de concreto armado foi


concebida com lajes maciças, enquanto que a estrutura metálica possui lajes
treliçadas e estas possuem uma inércia menor do que as maciças, permitindo que
ocorram maiores deformações para situações de vento.

O consumo de materiais para a produção da fundação, Figura 15, esteve bem


próximo ao do concreto, exceto pela quantidade de estacas e volume de concreto.
Esse incremento ocorre como uma forma de, através da fundação, se combater os
momentos causados pela ação dos ventos.

Os blocos de coroamento são executados em concreto armado. As estacas não


foram consideradas no peso da estrutura, apenas a quantidade necessária para que
as cargas atuantes nas estacas e no solo estivessem dentro do admissível.

Na Figura 16 estão indicados os índices para a superestrutura e uma vez que


são estruturas distintas, admite-se que apenas o peso total seja uma variável
representativa. A estrutura em concreto armado atingiu o valor de 1882 toneladas, 2
vezes maior que a estrutura metálica com 898 toneladas.

A superestrutura em concreto armado apresentou um peso próximo a duas


vezes o peso da estrutura metálica, o que justifica a diferença entre a infraestrutura
dos modelos.

Figura 15 – Índices da Fundação

CONCRETO ARMADO ESTRUTURA METÁLICA


187.863
121.547
102

96
73.93
47.298

3.302

3.038

CONCRETO (M³) AÇO (TON) ESTACAS PESO (T)

Fonte: Autor

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 4 - Resultados 56

Figura 16 – Índices da Super Estrutura

1882.255
CONCRETO ARMADO ESTRUTURA METÁLICA

898.536
736.03

168.564
289.6

42.18

5.972
CONCRETO (M³) AÇO (TON) LAMINADO (TON) PESO TOTAL

Fonte: Autor

Figura 17 - Comparação entre o peso total das estruturas.

2500

2003.802
2000

1500
Toneladas

Concreto Armado
1086.399
Estrutura Metálica
1000

500

Fonte: Autor.

Por meio do software é possível fazer uma estimativa do custo da estrutura, ver
Figura 18, onde é levado em conta os insumos utilizados na execução: concreto, aço,
perfis laminados, formas entre outros. O valor da estrutura em estudo seria de R$
1.206.317,73, caso executada em estrutura metálica, e R$ 818.992,62 se executada
em concreto armado.

José Roberto de Melo Filho


Capítulo 4 - Resultados 57

Figura 18 – Estimativa do Custo da Estrutura

R$1,400,000.00
R$1,206,317.73
R$1,200,000.00

R$1,000,000.00
R$818,992.62
Título do Eixo

R$800,000.00
Concreto Armado
R$600,000.00 Estrutura Metálica

R$400,000.00

R$200,000.00

R$-
Título do Eixo

Fonte: Autor

José Roberto de Melo Filho


Conclusão 58

Conclusão
As estruturas em concreto armado estão enraizadas na cultura da engenharia
brasileira, o que torna a sua prática mais fácil e usual, o que dificulta a tomada de
espaço por outros métodos construtivos. A estrutura metálica, apesar de estar
bastante difundida no exterior, apresenta dificuldades para se firmar de vez no Brasil
e isso se justifica pela escassez de material oficial dedicado ao assunto e a
disponibilidade de mão de obra especializada.

A pesquisa na área de estruturas metálicas facilita e melhora a introdução da


mesma no mercado, possibilitando uma concorrência justa em relação ao concreto
armado e até mesmo o uso em conjunto mais consciente.

As deformações são necessárias para que sejam produzidas as reações das


estruturas, como afirma a Lei de Hooke. Logo, a maior deformação por parte de
estruturas metálicas não limita sua aplicação ou exclui o seu uso, contanto que sejam
respeitados os limites estabelecidos pelas normas brasileiras.

O fato de possuir peças mais esbeltas e mais resistentes que o concreto


armado permite a estrutura metálica um ganho em área útil nas edificações, assim
como a redução de carga devido ao peso próprio que chega as fundações. Essa
mesma esbeltez permite que o aço apresente maiores deformações quando
comparado ao concreto, principalmente quando sujeito as ações de vento. para que
não haja tantas deformações em estruturas metálicas, devem ser utilizadas mais
barras do que as que seriam usadas em estruturas de concreto armado, aumentando
a rigidez da estrutura.

Apesar de seu valor relativamente maior, as estruturas metálicas necessitam


de equipes menores, um tempo mais curto e possuem perdas mínimas de material. O
concreto por sua vez necessita de um prazo muito longo, uma equipe realtivamente
grande, que geram custos altos, e apresenta um alto índice de desperdício de
material. A depender da finalidade da construção, estes fatores podem vir a ser
decisivos na escolha do método construtivo.

José Roberto de Melo Filho


Bibliografia 59

Bibliografia
ARAUJO, José Milton de. Curso de Concreto Armado. Rio de janeiro: Dunas, 2003.

Associação Brasileira de Normas Técnicas - NBR 6118 - Projeto e Execução de


Estruturas de Concreto Armado, Rio de Janeiro, 2014.

NBR 6120 – cargas para o cálculo de estruturas de edifícios, Rio de


Janeiro, 1980.

NBR 6123 – Forças devidas à ação do vento em edificações, Rio de


Janeiro, 1988.

NBR 8800 – Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e


concreto de edifícios, Rio de Janeiro, 2008.

NBR 7007 – Aço-carbono e aço microligado para barras e perfis laminados


a quente para uso estrutural – Requisitos, Rio de Janeiro, 2016.

NBR 15200 – Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio,


Rio de Janeiro, 2012.

NBR 14432 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos


de edificações – Procedimento, Rio de Janeiro, 2001.

BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos. FUNDAMENTOS DO CONCRETO ARMADO –


NOTAS DE AULAS. 98 f. 2006. Universidade Estadual Paulista. São Paulo.

CORTEZ, Lucas Azevedo da Rocha et al. Uso das Estruturas de Aço no Brasil. Cadernos
de Graduação, Alagoas, novembro 2017. Ebook (p. 217-228).

FONTES, Fernando Fernandes. Análise estrutural de elementos lineares segundo


a NBR 6118:2003. 2005. 120fls. Dissertação de mestrado – Escola de Engenharia de
São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, SP, 2005. Disponível em:
Acessado dia 06/11/2014

José Roberto de Melo Filho


Apêndice A 60

IMAI, Ana Paula ; CONTER, Leonardo Jakobi; DEMETERKO, Ricardo Henrique. Análise
de Efeitos de Segunda Ordem em Estruturas de Edifícios. 2011. Monografia
(Bacharelado em Engenharia Civil) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Curitiba, 2011. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/384.
Acesso em: 10 jun. 2019.

JUNIOR, Davidson de Oliveira França. Análise Estrutural De Um Edifício Em Concreto


Armado Com Quatro Pavimentos: Estudo De Caso Para Diferentes Modelos
Estruturais. 2015. Monografia (Bacharelado em Engenharia Civil) - Universidade
Tecnológica Federal Do Paraná, Pato Branco, 2015. Disponível em:
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/5583/1/PB_COECI_2015_1_11.pd
f. Acesso em: 10 jun. 2019.

Kaefer, L. F. A Evolução do Concreto Armado. 43 f.1998. Faculdade de Engenharia


– Universidade Estadual Paulista. São Paulo.

KIMURA, A. Informática Aplicada em Estruturas de Concreto Armado: cálculo de


edifícios com o uso de sistemas computacionais. São Paulo: Pini, 2007.

MARTHA, Luiz Fernando. Análise de Estruturas - Conceitos e Métodos Básicos. Rio


de Janeiro: Elsevier, 2010.

MUELLER, Délcio ; QUADROS, Givanildo Martins. Análise De Segunda Ordem E


Estabilidade Global Em Edifícios De Concreto Armado. Revista Infinity, UCEFF –
Campus Itapiranga, 5 set. 2018. Disponível em:
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NOTAS de Aula - Estruturas Metálicas 1. Unicamp, [entre 2010 e 2019]. Disponível


em: http://www.fec.unicamp.br/~jls/EC-804-1s07/Introducao/Introducao.pdf. Acesso
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PFEIL, Walter. Estruturas de Aço: dimensionamento prático / Walter Pfeil, Michèle


Pfeil. 8.ed. – Rio de janeiro: LTC, 2012.

Santos, Roberto Eustáquio dos. A armação do concreto no Brasil: história da


difusão do sistema construtivo concreto armado e da construção de sua
hegemonia / Roberto Eustaáquio dos Santos. – Belo Horizonte, 2008.

O Efeito P-delta nas Estruturas de Edifícios. [S. l.]: AltoQi, 2018. E-book.

José Roberto de Melo Filho


Apêndice A 61

SORIANO, Humberto Lima. Estática das Estruturas – 3ª edição revista e ampliada. Rio
de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda., 2013

José Roberto de Melo Filho

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