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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

História Agrária e Movimentos Sociais do campo.


PROFESSOR: Cleudimar Araújo
ACADÊMICA: Aldaiza de Oliveira Ferreira
ATIVIDADE: Movimento Estudantil

O Brasil é um país com muitos fenômenos históricos, resultante de


lutas sociais, que na sua história vão transformando e internalizando
grandes mudanças estruturais nas sociedades com suas ações coletivas por
meio de passeatas, greves, marchas, entre outras.
Internamente, os movimentos sociais ganharam força na década de
70, graças à sua oposição ao regime militar. Nesse sentido destacamos as
ações do movimento estudantil que naquele período, realizaram grandes
manifestações organizadas pelos estudantes, como a Passeata dos Cem
Mil, uma manifestação popular contra a ditadura militar brasileira. Organizada
pelo movimento estudantil, ocorreu em 26 de junho de 1968, na cidade do Rio de
Janeiro, e contou com a participação de artistas, intelectuais e outros setores da
sociedade brasileira como as organizações representativas, UNE (União
Nacional dos Estudantes) e a UEE (Uniões Estaduais dos Estudantes ;
Também destacamos a manifestação das Diretas Já, um movimento político de
cunho popular que teve como objetivo a retomada das eleições diretas ao cargo
de presidente da República no Brasil, e do impeachment do Fernando Collor,
nas décadas de 80 e 90.
Todas essas manifestações foram ações dos chamados novos
movimentos sociais, ou movimentos sociais contemporâneos, surgidos por
meio de uma série de lutas por reconhecimento e pelos direitos civis, dado
que tratam mais de assuntos voltados a questões éticas e de valores
humanos, muito discutidos na sociedade e nas grandes mídias.
Essa luta dos estudantes tem como principal fundamento garantir um
ensino público de qualidade e não permitir cortes de verbas destinadas a
educação onde o ativismo estudantil é o caminho utilizado por alunos em prol de
mudanças políticas, ambientais, econômicas ou sociais apresentado nos dizeres
de ANTUNES (2014): “(...) as rebeliões ocorridas a partir de junho de 2013 que
são exemplos enfáticos do enorme descontentamento social por meio dos
estudantes em relação ao governo Dilma”.
Importa dizer que essas manifestações estudantis mostravam a
insatisfação com o aumento da passagem do ônibus e que foi agravada no
período que vai da Copa das Confederações (em 2013) à Copa do Mundo (em
junho de 2014), que apesar de muitas vezes focados nas escolas e
universidades, grupos de estudantes sempre influenciaram grandes eventos
políticos, tendo como característica maior, ser um movimento de transformação,
por reivindicar novas regras e feitos.
A atuação do movimento estudantil não ficou apenas no passado, pelo
contrário. Em 2016, os secundaristas protagonizaram diversas ocupações
das escolas que tinham como objetivo protestar contra as medidas
educacionais propostas pelo governo Temer – como a PEC 241 que congela
os investimentos na educação, e em outras áreas fundamentais, por 20
anos. Mais de 1000 escolas foram ocupadas em 22 estados brasileiros mais
o Distrito Federal. Em 2019, o movimento estudantil realizou três grandes
manifestações em defesa da educação pública e contra os cortes nas
Universidades e Institutos Federais, propostos pelo atual Ministro da
Educação, Abraham Weintraub. Essas manifestações foram apelidadas
de Tsunamis da Educação e, além da pauta da educação, contou também
com a crítica à Reforma da Previdência.
Mesmo com essas ações proativas do movimento há uma divisão de
opinião entre a sociedade. Enquanto uns apoiam essa organização, como modo
de apontar as inquietações estudantis, também defendem a sua associação a
partidos políticos como forma de financiar a organização, tendo em vista que os
estudantes, muitas vezes, não têm condições de subsidiar o movimento. De outro
lado há os que criticam por enxergar que a organização de estudantes gira em
torno de filiação a partidos políticos e que por isso, sua singularidade é perdida e
o movimento se torna um braço partidário nas universidades e nas escolas.
Além disso, há críticas que dizem respeito à atuação dos movimentos
estudantis na atualidade. Argumenta-se que a atuação se dá com menor
presença, representatividade e continuidade quando comparada à atuação nos
anos 70 e 80. Assim, se crítica a desmobilização e o enfraquecimento desse
movimento. Também argumentam que o movimento estudantil é um aliado à
doutrinação política e ideológica nas escolas, além de estarem a serviço dos
partidos de esquerda.
É verdade que há uma grande diferença da atuação do Movimentos
Estudantis atuais para os anteriores, as ações dos representantes se mostram
insatisfatórias no objetivo principal. Porém, é necessário dizer que uma
organização estudantil é fundamental nas universidades e escolas sem o
propósito político-partidário, mas para um direcionamento político e da
educação no país, promovendo um amadurecimento dentro de aspectos
sociais em seus estudantes para refletir na construção de uma sociedade
mais justa e igualitária.

Referências:
ANTUNES, Ricardo. Os dias que abalaram o Brasil - "as rebeliões de
junho, julho de 2013”. Revista de Políticas Públicas, 2015. São Paulo – SP.
Estudantes: Memória da Ditadura. Disponível em:
https://memoriasdaditadura.org.br/estudantes/. Acesso em: 17 fev. 2022.

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