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construção, infraestrutura, concessões e sustentabilidade

Disponível
para download Nº 52- Setembro/2014 - www.grandesconstrucoes.com.br - R$ 15,00

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HARMONIZANDO O VELHO E O
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ESPAÇO URBANO
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Você sabia que mais de um terço das escavadeiras, trabalhando com mineração no mundo,
são Hitachi? Elas são construídas para escavar nos ambientes mais severos do planeta.
Esta robustez é passada para toda a nossa família de escavadeiras. Não importa se é para
derrubar uma parede de 20 metros de rocha, ou instalar 2 quilômetros de tubos, você
desfrutará, sempre, desta durabilidade para realizar qualquer tarefa. Este é o poder do foco.
Modelos: ZX210LC-5, ZX250LC-5, ZX350LC-5, ZX470LC-5, ZX670LC-5 e ZX870LC-5

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(11) 3198.2050
Associação Brasileira de Tecnologia para
Construção e Mineração Índice
Diretoria Executiva e
Endereço para correspondência:
Av. Francisco Matarazzo, 404, cj. 401 – Água Branca
São Paulo (SP) – CEP 05001-000 EDITORIAL_____________________________________ 4
Tel.: (55 11) 3662-4159 – Fax: (55 11) 3662-2192
Conselho de Administração jOGO RáPIDO___________________________________ 6
Presidente: Afonso Mamede
Construtora Norberto Odebrecht S/A.
Vice-Presidente: Carlos Fugazzola Pimenta
Entrevista ___________________________________ 14
Intech Engenharia Ltda. Entrevista com José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sindicato da
Vice-Presidente: Eurimilson João Daniel
Escad Rental Locadora de Equipamentos para Terraplenagem Ltda. Indústria de Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP)
Vice-Presidente: Jader Fraga dos Santos
Ytaquiti Construtora Ltda.
Vice-Presidente: Juan Manuel Altstadt
PORTOS______________________________________ 20
Herrenknecht do Brasil Máquinas e Equipamentos Ltda. Porto do Açu na reta final
Vice-Presidente: Mário Humberto Marques
Alusa Engenharia S/A.
Vice-Presidente: Mário Sussumu Hamaoka
construção naval_____________________________ 22
Rolink Tractors Comercial e Serviços Ltda. Conteúdo nacional em discussão
Vice-Presidente: Múcio Aurélio Pereira de Mattos
Entersa Engenharia, Pavimentação e Terraplenagem Ltda.
Vice-Presidente: Octávio Carvalho Lacombe
Energia_____________________________________ 24
Lequip Importação e Exportação de Máquinas e Equipamentos Ltda. Energias renováveis: um bom negócio apesar das incertezas
Vice-Presidente: Paulo Oscar Auler Neto
Construtora Norberto Odebrecht S/A. matéria de capa - Construção imobiliária__________ 28
Vice-Presidente: Silvimar Fernandes Reis
Galvão Engenharia S/A. Juventude eterna
Conselho Fiscal
Álvaro Marques Jr. (Atlas Copco Brasil Ltda. - Divisão Mining and Rock Excavation Technique) - Carlos Arasanz Logística____________________________________ 40
Loeches (Loeches Consultoria e Participações Ltda) - Dionísio Covolo Jr. - (Metso Brasil Indústria e Comércio Ltda.) Novidade para as ferrovias brasileiras
- Marcos Bardella (Brasif S/A Importação e Exportação) - Permínio Alves Maia de Amorim Neto (Getefer Ltda.) -
Rissaldo Laurenti Jr. (SW Industry)
Coluna khl__________________________________________ 42
Diretoria Regional
Ameríco Renê Giannetti Neto (MG) (Construtora Barbosa Mello S/A) - Gervásio Edson Magno (RJ / ES) (Construtora Visão geral da construção no mundo
Queiróz Galvão S/A) - José Demes Diógenes (CE / PI / RN) (EIT – Empresa Industrial Técnica S/A) - José Érico Eloi
Dantas (PE / PB) (Odebrecht) - José Luiz P. Vicentini (BA / SE) (Terrabrás Terraplenagens do Brasil S/A) - Luiz Carlos de planejamento e gestão _________________________ 44
Andrade Furtado (PR) (Consultor) - Rui Toniolo (RS / SC) (Toniolo, Busnello S/A)
Construção enxuta
Diretoria Técnica
Aércio Colombo (Auxter) - Afrânio Chueire (Volvo Construction Equipment) - Agnaldo Lopes (Komatsu Brasil
Internacional) - Ângelo Cerutti Navarro (U&M Mineração e Construção) - Benito Francisco Bottino (Construtora COncrete show _______________________________ 48
Norberto Odebrecht) - Blás Bermudez Cabrera (Serveng Civilsan) - Cláudio Afonso Schmidt (Construtora Norberto Evento destacou a força do concreto na cadeia da construção brasileira
Odebrecht) - Davi Morais (Sotreq) - Edson Reis Del Moro (Yamana Mineração) - Eduardo Martins de Oliveira
(Santiago & Cintra) - Fernando Rodrigues dos Santos (Ulma Brasil - Formas e Escoramentos Ltda.) - Giancarlo Rigon
(BSM) - Gino Raniero Cucchiari (CNH Latino Americana) - Guilherme Ribeiro de Oliveira Guimarães (Construtora Momento M&T expo__________________________________ 52
Andrade Gutierrez S/A.) - Ivan Montenegro de Menezes (Vale) - Jorge Glória (Comingersoll do Brasil Veículos
Automotores Ltda) - Laércio de Figueiredo Aguiar (Construtora Queiróz Galvão S/A) - Luis Afonso D. Pasquotto M&T Expo: apoio dos fabricantes foi decisivo
(Cummins Brasil) - Luiz A. Luvisario (Terex Latin America) - Luiz Gustavo R. de Magalhães Pereira (Tracbel) - Marluz
Renato Cariani (Iveco Latin America) - Maurício Briard (Loctrator) - Paulo Carvalho (Locabens) - Paulo Esteves
(Solaris) - Paulo Lancerotti (BMC – Brasil Máquinas de Construção) - Pedro Luiz Giavina Bianchi (Camargo Corrêa)
Concreto hoje_______________________________________ 55
- Ramon Nunes Vazquez (Mills Estruturas) - Raymond Bales (Caterpillar Brasil Comércio de Máquinas e Peças Nove tecnologias inovadoras para concreto
Ltda.) - Ricardo Lessa (Schwing) - Ricardo Pagliarini Zurita (Liebherr Brasil) - Roberto Leoncini (Scania Latin America)
- Rodrigo Konda (Odebrecht) - Roque Reis (CNH Latin America Ltda. - Divisão Case Construction) - Sérgio Barreto
da Silva (Renco Equipamentos S/A) - Valdemar Suguri (Komatsu Brasil) - Wilson de Andrade Meister (Ivaí Engenharia Rental______________________________________________ 57
de Obras S/A) - Yoshio Kawakami (Raiz Consultoria) Aurabrasil inicia operação na região sul
Diretoria Executiva
Diretor Comercial: Hugo José Ribas Branco Máquinas e equipamentos____________________________ 58
Diretora de Comunicação e Marketing: Márcia Boscarato de Freitas
Feito na hora e com controle de qualidade
Assessoria Jurídica
Marcio Recco Artigo______________________________________________ 60
O irreversível crescimento de São Paulo pode ser ordenado

Conselho Editorial
Agenda_____________________________________________ 63
Comitê Executivo: Cláudio Schmidt (presidente), Eurimilson João Daniel, Norwil Veloso,
Paulo Oscar Auler Neto, Permínio A. M. de Amorim Neto e Silvimar F. Reis
Membros: Aluizio de Barros Fagundes, Dante Venturini de Barros, Fabio Barione,
Íria Lícia Oliva Doniak, Remo Cimino, Roberto José Falcão Bauer, Siegbert Zanettini e
Túlio Nogueira Bittencourt

Planejamento Estratégico: Miguel de Oliveira


Editor: Paulo Espírito Santo
Redação: Mariuza Rodrigues
Publicidade: Flávio Campos Ferrão (gerente comercial), Diego Batista, Edna Donaires,
Evandro Risério Muniz, Maria de Lourdes, Suelen de Moura e Suzana Scotine
Assistente Comercial: Renata Oliveira

Operação e Circulação: Julierme Oliveira


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Diagrama Marketing Editorial construção,
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Projeto Gráfico e Diagramação: Anete Garcia Neves


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“Grandes Construções” é uma publicação mensal, de circulação nacional, sobre obras de Infraestrutura
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Popular); Reciclagem de Materiais e Sustentabilidade, entre outros.
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Tiragem: 13.000 exemplares
Impressão: HR Gráfica
Filiado à:

Setembro 2014 / 3
w w w. a n a t e c . o r g . b r
Editorial

Crise da água: fenômeno climático


ou omissão do poder público?
Mais de 17 milhões de pessoas, principalmente os habi- mar medidas preventivas adequadas. Ao contrário do que
tantes das regiões metropolitanas da capital e de Campi- era necessário, não houve uma reformulação nos mesmos
nas, já sofrem os impactos da mais grave crise no abaste- modelos de gestão e planejamento que são adotados há
cimento de água no estado de São Paulo. Diariamente, os 20 anos, para adaptá-los aos novos ciclos naturais e aos
sistemas Cantareira e Alto Tietê, responsáveis pelo supri- novos perfis de consumo.
mento para mais de 9 milhões de pessoas, registram re- Contamos hoje, nos grandes centros do País, com
dução no volume de água armazenada, o que configura o sistemas de abastecimento muito antigo, com graves
pior cenário no abastecimento da história do estado. Desde carências de manutenção, que precisam ser profunda-
maio deste ano, Cantareira já opera com o volume morto. mente reformados. Somente no estado de São Paulo, a
Infelizmente, não se trata de um problema regional. O simples manutenção no sistema de distribuição evitaria
que boa parte da população do mais poderoso estado da um desperdício da ordem de 25%, o que abasteceria 3,7
federação sente na pele hoje já é bem conhecido por cida- milhões de pessoas.
dãos de regiões tão distantes quanto Rio Grande do Sul, Além da manutenção da rede de distribuição, do com-
Minas Gerais e Pernambuco. Tampouco se pode afirmar bate ao desperdício e de campanhas educacionais vol-
que a crise pegou as autoridades responsáveis pelo abas- tadas para o reuso da água, outras medidas de caráter
tecimento de surpresa. Não é de hoje que o problema vem estrutural devem ser adotadas urgentemente, tais como
se instalando, de forma sorrateira. Desde 2013 as chuvas a promoção de eficiência do uso de recursos hídricos, a
não ocorrem no volume esperado. A maioria dos meses melhoria da qualidade da água, a criação de políticas de
daquele ano registrou níveis de pluviosidade abaixo da moradia para evitar a ocupação em regiões próximas a
média dos últimos 30 anos. A situação se agravou entre mananciais e o combate à poluição.
outubro daquele ano e os três primeiros meses de 2014, Também se impõem ações voltadas para a proteção das
quando eram esperados cerca de 600 milímetros de chu- florestas, matas auxiliares, Mata Atlântica e dos manan-
va, mas caíram menos de 300 milímetros. ciais, sem esquecer a realização de obras para aumentar a
As autoridades põem a culpa na falta de chuva, mas o capacidade de armazenamento das represas – obras que
fenômeno climático não explica o problema sozinho. Ele não podem parar por falta de recursos ou por quaisquer
é resultado da perigosa conjunção de fatores como falta outros motivos.
de planejamento, má administração de recursos, eventos Para financiar essas ampliações, muitos países defi-
climáticos extremos e consumo excessivo. nem multas para quem polui os mananciais ou consome
E a tendência é piorar. Caso não sejam adotadas me- água em excesso. Em compensação, praticam políticas de
didas urgentes, uma crise severa é prevista para o ano isenção de impostos para empresas que invistam na ma-
que vem, porque qualquer que seja o regime de chuva nutenção e expansão do sistema de abastecimento bem
dos próximos meses, dificilmente ele será suficiente para como bônus e descontos que compensem a compra de
recompor os reservatórios ao nível necessário. equipamentos que economizem água.
A crise levanta questões que todos os cidadãos devem Parcerias público-privadas são bem-vindas para obras
fazer a si mesmos e aos candidatos para as próximas de esgoto e fornecimento de água.
eleições. No caso de São Paulo, a portaria que renovou Já que a crise não foi evitada a tempo, façamos com que
a outorga da concessão da administração do Cantareira, a estiagem deste ano nos ensine quanto o nossos sistemas
em 2004, já indicava que as autoridades estaduais não de distribuição e abastecimento são frágeis, quão escassa e
deveriam depender tanto das chuvas para o fornecimento valiosa é a água – mesmo num país tropical – e como é im-
da água do sistema. Entretanto, o governo ignorou vários portante o envolvimento da população e dos governantes
relatórios que apontavam para essas evidências, sem to- na preservação de um recurso tão vital para todos.

Paulo Oscar Auler Neto


Vice-presidente da Sobratema

4 / Grandes Construções
Jogo Rápido Jogo Rápido

Espaço Sobratema Doze pórticos


rolantes Terex
Tendências no Mercado da Construção
No dia 12 de novembro, será realizado o evento
para terminal no
estratégico Tendências no Mercado da Construção. Com Rio de Janeiro
a participação de renomados especialistas, contará com A Terex Port Solutions (TPS)
a apresentação inédita de informações relevantes para o
fornecerá 12 pórticos rolantes
setor, incluindo os investimentos esperados para a área
de infraestrutura nos próximos cinco anos, perspectivas e
sobre pneus para a Libra
comercialização do setor de equipamentos. Terminais Rio S/A. Eles deverão ser
http://www.sobratema.org.br/tendencias/ entregues no segundo semestre de 2014
para o terminal situado na baía do Rio
Guia de Equipamentos
de Janeiro, que pertence ao Libra Group. sobre 6. Possui amplitude de 26,5 m, o
O Guia Sobratema de Equipamentos é considerado
uma referência para os usuários, fabricantes, dealers e Os guindastes serão despachados para que lhe permite cobrir sete fileiras de
importadores de máquinas para construção e mineração. o Rio já montados, da fábrica da TPS contêineres e uma pista de rolamento.
Essa afirmação pode ser comprovada pelo alto nível de em Xiamen, na República Popular da Movidos a eletricidade, os pórticos
receptividade e aceitação alcançado no mercado. De China. A distribuidora brasileira da serão alimentados diretamente pela
acordo com uma consulta recente feita pela Sobratema, TPS, a Terminal Full Dealer (TFD), que rede elétrica do terminal, ou seja: não
a receptividade da publicação alcança um percentual de são poluentes e apresentam baixos
viabilizou o pedido, será responsável
80% perante o público. www.guiasobratema.org.br
pelo descarregamento, preparação e níveis de ruído.
Núcleo Jovem entrega no local. Com a compra, a Libra espera alcançar
As reuniões do Núcleo Jovem da Sobratema passam a Cada equipamento tem capacidade de um aumento significativo no volume de
ser itinerantes. Em encontro recente, o grupo formado carga de 40t, possui altura de içamento movimentação de cargas no terminal
por executivos e profissionais de construtoras, pedreiras, do Rio de Janeiro, que hoje se situa em
de 21 m sob o espalhador e consegue
fabricantes de equipamentos, locadores e distribuidores,
empilhar contêineres no padrão 1 cerca de 250.000 TEU por ano.
avaliou novas iniciativas focadas no setor de pós-
venda, considerado um dos pilares principais para os
fabricantes e os usuários de equipamentos.
Brasil atrai grandes players
Cursos na Bahia e no Pará
Nos últimos dois meses, o Instituto Opus promoveu uma
da indústria naval mundial
série de cursos nos estados da Bahia e do Pará para a A vitalidade do mercado naval dessas empresas é a Victaulic, com
formação e certificação de operadores de guindastes, brasileiro, impulsionada pelas fábricas nos Estados Unidos, México,
gruas, pontes rolantes e de sinaleiros amarradores, além
encomendas de plataformas Canadá, Polônia e China, que estuda a
da realização de cursos de Rigger nas instalações da
e embarcações para da exploração do possibilidade de instalar uma unidade
Odebrecht, em Guarulhos, e na sede da Sobratema, em
SP. http://www.sobratema.org.br/Opus óleo e gás do pré-sal, está atraindo no Brasil.
a atenção de importantes players Segundo o Gerente Geral do escritório
Agenda OPUS deste setor no mundo inteiro. Uma da empresa no País, Daniel Rohë, o
Cursos em setembro 2014 grupo está fazendo as análises de custo
Data Curso Local e mercado para avaliar a viabilidade
11-12 Gestão de Pneus Sede da Sobratema de uma planta industrial própria aqui.
15-19 Rigger Sede da Sobratema
Apesar das perspectivas promissoras
15-19 Rigger Parauapebas
neste mercado, o executivo demonstra
22-23 Gerenciamento de Equipamentos Sede da Sobratema
preocupação com a política de conteúdo
Cursos em outubro 2014 nacional. Para ele trata-se de boa
Data Curso Local iniciativa, mas o Brasil precisa incorporar
06-09 Supervisor de Rigging Sede da Sobratema também a tecnologia do exterior: “A
13-17 Rigger Sede da Sobratema regra do conteúdo local é boa, mas
20-22 Gestão de Frotas Parauapebas precisa de cautela, pois o que separa o
23-24 Gestão de Pneus na Frota Sede da Sobratema
remédio do veneno é a dose”.

6 / Grandes Construções 6 / Grandes Construções


Jogo Rápido

Mercado de
condomínios
logísticos em
crescimento
Mesmo com o Brasil passando
por um momento econômico
não muito favorável, o mercado
nacional de condomínios logísticos fechou o
segundo trimestre do ano com absorção de
270 mil m², o que representa um aumento
de cerca de 8% em relação ao trimestre foi a que apresentou a maior absorção é o estado com preço médio pedido mais
anterior. Os dados são da consultoria negativa, cerca de 40 mil m². baixo, R$ 14,70 m² / mês.
Colliers International Brasil. Os preços médios pedidos de locação A taxa de disponibilidade do país se
De acordo com o estudo, São Paulo ficaram estáveis em grande parte do Brasil, manteve quase no mesmo patamar,
foi a região que mais teve absorção, fechando o período em R$ 18,50 m² / mês. passando de 17,10% no primeiro trimestre
com 218 mil m². O Paraná aparece na Amazonas e Rio de Janeiro são os Estados do ano para 17,92%. A disponibilidade
sequência, com 48 mil m², e o Rio de com os preços pedidos mais elevados, R$ deve aumentar nos próximos trimestres, já
Janeiro ocupa a terceira colocação com 23,00 m² / mês. São Paulo aparece em que o mercado nacional deve receber mais
38 mil m². A região de Minas Gerais seguida com R$ 21,50 m² / mês. O Ceará de 1 milhão de m².

Volvo e Lego criam miniatura da carregadeira L350F


A Volvo Construction canteiros de obras e operando disso, os filtros podem ser retirados, o
Equipment e a Lego os equipamentos. radiador abre para fora, os pistões se
Technic criaram “A equipe Volvo ofereceu movimentam e o motor é pintado de
uma miniatura com controle sugestões úteis e nos deu verde, exatamente como em uma Volvo
remoto da carregadeira L350F. um entendimento L350F de verdade.
O brinquedo se movimenta, de como as A lança de carga do modelo consegue
ergue e carrega igual a erguer mais de 1 quilo, e a caçamba é
uma máquina o maior elemento individual já usado
de verdade, e pela Lego Technic. “Estamos muito
ainda pode se felizes com o resultado, tanto
converter em do ponto de vista funcional
um caminhão quanto de projeto. A Lego
articulado Technic capturou o perfil, a
A25F. O modelo expressão e a potência das
de controle máquinas de uma forma incrível,
remoto, além de incluir muitas características
composto de mais máquinas interessantes como uma lança para
de 1,6 mil peças, é o resultado de oito reais são fabricadas e operadas. cargas pesadas e uma boa altura de
meses de colaboração entre as equipes Ambas as partes são perfeccionistas”, descarga. O Grupo LEGO também
da Lego Technic e da Volvo. Para observa o gerente de projeto da Lego compartilha nosso valor fundamental
capturar a aparência da carregadeira Technic, Jeppe Juul Jensen. de segurança, e estas máquinas foram
L350F, os projetistas da Lego Technic O resultado é um modelo altamente minuciosamente testadas,” diz Mats
estudaram as máquinas Volvo nos sofisticado que ergue e carrega Bredborg, diretor global de gestão da
mínimos detalhes, inclusive visitando mesmo em terrenos difíceis. Além marca na Volvo CE.

Setembro 2014 / 7
Jogo Rápido

Gypsum investe R$ 200 milhões em


fábrica de chapas para drywall
A Gypsum Drywall, empresa 2015, a fábrica deve gerar 150 empregos
do Grupo Etex, referência na diretos e cerca de 450 indiretos.
produção de sistemas drywall Localizado no polo industrial de Santa
no Brasil, iniciou a construção de sua Cruz, na zona oeste da cidade do Rio
primeira fábrica na região sudeste e de Janeiro, o terreno que abrigará a
terceira no País. Com investimento de unidade conta com uma área de 16
cerca de R$ 200 milhões, a planta terá, hectares. Estrategicamente posicionada
segundo a empresa, a maior capacidade próxima ao porto de Itaguaí e das
de produção de chapas de gesso da principais rotas nacionais, a fábrica
América Latina, permitindo mais que atenderá, principalmente, as regiões Sul A nova planta se unirá a duas fábricas
triplicar a produção da Gypsum em e Sudeste do país com chapas de gesso, já existentes no estado de Pernambuco,
território nacional. Com inauguração trazendo benefícios para a logística de que produzem chapas de gesso, massas
prevista para o segundo semestre de distribuição e transporte da Gypsum. e colas para drywall e gesso em pó.

Nova fábrica da Sany entra em atividade até 2016


O Grupo Sany vai investir mais produção de guindastes e escavadeiras. principalmente guindastes sobre
US$ 300 milhões em suas A instalação no Brasil de um novo caminhão e sobre esteira, escavadeiras,
atividades no Brasil. O acordo, Centro de Pesquisa também faz rolos compactadores, reachstackers
assinado recentemente no palácio do parte dos planos da Sany. O objetivo, e perfuratrizes, com cerca de 500
Planalto, em Brasília, com a presença da segundo o presidente, é trabalhar equipamentos comercializados por ano.
presidente Dilma Rousseff e do presidente sistematicamente na qualidade dos Os guindastes sobre caminhão da
chinês, Xi Jinping, prevê a construção da produtos para atender as atuais Sany foram líderes de vendas no Brasil
fábrica na cidade de Jacareí (SP), em um demandas do mercado mundial, a por três anos sucessivos. Diversos
terreno de 560 mil m², adquirido pela exemplo de novos equipamentos, como equipamentos da marca estiveram
empresa em 2011. retroescavadeira, pá carregadeira e presentes em oito das 12 obras
A primeira etapa da implantação, que outros itens que compõem a completa dos estádios da Copa do Mundo,
deverá iniciar ainda este ano, terá 50 linha de produtos do grupo. além de diversas obras rodoviárias
mil m² de área construída, e previsão de Em 2010, a Sany estabeleceu uma e aeroportuárias, contribuindo
entrega em 2016. Ao mesmo tempo, a linha de montagem em São José fortemente com a infraestrutura do
empresa começará a nacionalização e dos Campos (SP), que fornece país, a exemplo do Rodoanel.

8 / Grandes Construções
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Keller Brasil está introduzindo no País
Arena Pantanal é destaque em
a técnica DSM – deep soil mixing, congresso mundial de arquitetura
conhecida localmente como coluna O projeto da Arena Pantanal, próximos ao do projeto “Rivertown”,
de solo-cimento. O novo método de da GCP Arquitetos, foi exposto que é compromissado com densidade,
tratamento de solos moles presta-se a em Durban, na África do Sul, no desenvolvimento urbano sustentável e
diversas aplicações e oferece benefícios início de agosto, durante o 25º Congresso estratégias sociais responsáveis. Segundo
que agregam economia, rapidez e da UIA, a União Internacional dos a organização do evento, a Arena Pantanal
sustentabilidade entre outros. Arquitetos. Serão mostrados cartazes da apresenta fundamentos de sustentabilidade,
Largamente utilizado na Europa, Ásia Arena e de outros projetos importantes requalificação urbana e responsabilidade
e América do Norte, a DSM (Colunas na Durban Street, rua que dará acesso ao social num empreendimento público de
de Solo-Cimento) proporciona congresso e está inserida no “Rivertown”, grande visibilidade.
melhorias significativas das projeto desenvolvido pelo grupo “Work A lista das soluções em sustentabilidade,
propriedades mecânicas e físicas do Programmes Cultural Heritage & adotadas pelo projeto, é grande, e contempla
solo mole, mediante sua mistura com Architecture for a Sustainable Future” e desde o reuso de água, a ventilação natural
cimento ou outro ligante – a mistura responsável pela requalificação urbana de e o uso de energia solar até o emprego
de solo-cimento. O resultado do solo uma área histórica de Durban. de sistemas construtivos e materiais que
estabilizado pela mistura tem maior A Arena em Cuiabá (MT) foi escolhida possibilitaram a certificação LEED (Leadership
capacidade de suporte em relação ao pela organização do evento por ter valores in Energy and Environmental Design).
solo original.
A aplicação requer experiência R$ 162 milhões a mobilidade na Região Metropolitana.
e especialização nas etapas de No total, estão sendo investidos no ramal
planejamento associadas ao projeto
para concluir VLT recursos da ordem de R$ 276,9 milhões.
geotécnico e à execução. Exige, de Fortaleza A proposta, apresentada dentro do Regime
também, o uso de equipamentos O Governo do Ceará, por meio Diferenciado de Contratação (RDC), está
e ferramentas especializados para da Secretaria da Infraestrutura do sendo analisada pela Comissão Central
realizar a mistura, com objetivo de Estado (Seinfra), recebeu proposta de Concorrências da Procuradoria Geral
atender às especificações impostas única para a conclusão das obras civis do do Estado (PGE). Uma vez aprovada a
por avaliações contínuas de qualidade Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) Parangaba- proposta, as obras deverão ser retomadas
e procedimentos de monitoramento de Mucuripe, em Fortaleza. A proposta foi em setembro deste ano, com previsão de
desempenho. apresentada pelo consórcio VLT-Fortaleza, término em dezembro de 2015. O sistema
Basicamente existem dois métodos formado pelas empresas de engenharia deveria ter sido concluído antes da Copa do
diferentes de misturar o solo e o ligante. Marquise e Engesol. Por R$ 162 milhões, Mundo, mas, com obras atrasadas, teve o
O solo que precisa ser melhorado o consórcio se compromete a concluir as contrato com as construtoras suspenso no
pode ser misturado mecanicamente obras da via permanente, com 12,7 km de começo de junho deste ano.
à calda de ligante (DSM úmido), mais extensão em via dupla, sendo 11,3 km em
apropriado para solos com baixo teor superfície e 1,4 km em elevado.
de umidade natural; ou misturado ao O sistema fará conexão entre a Estação
ligante a granel (DSM seco), para solos Parangaba e o bairro do Mucuripe, cruzando
com camadas rijas ou densas. Ambos 22 bairros e beneficiando cerca de 100
permitem obter soluções de engenharia mil passageiros/dia, sendo considerado
seguras e muito econômicas. como peça fundamental para melhorar

10 / Grandes Construções
Jogo Rápido

Nota de Falecimento
É com tristeza que valioso através de livros que escreveu:
comunicamos o falecimento “Planejar para Construir” e “Sistemática
do engenheiro Remo Cimino, para a Construção”. Sua última grande
73 anos, membro do Conselho Editorial contribuição à Engenharia Nacional, o
da Revista Grandes Construções, Portal Engenharia Compartilhada (http://
ocorrido no dia 9 de agosto, na www.engenhariacompartilhada.com.
cidade de Sorocaba, em São Paulo. br/), desenvolvido em parceria com o
Graduado em Engenharia Civil em engenheiro Roberto Falcão Bauer –
1966, pela Universidade Politécnica presidente do Instituto Falcão Bauer da
da Universidade de São Paulo (Poli- Qualidade – e com o publicitário Miguel de
USP), Cimino se especializou em Paris, Oliveira, hospeda conteúdo para programas
na Espanha, no Canadá e no México, de capacitação profissional de engenheiros,
participando de grandes obras de arquitetos, gestores de obras e afins.
infraestrutura, no Brasil e no exterior. Todo o conhecimento contido no portal é
Reconhecido como crítico, ético, idealista voltado para fornecer ao profissional uma
e estudioso dedicado à engenharia civil visão sistêmica do País, compreendendo
e à realidade brasileira, atuava, nos o estado atual da sua infraestrutura e as
últimos anos, como consultor e auditor. possibilidades de transformação, a partir
Sempre comprometido com a qualidade do atual cenário econômico.
da formação das novas gerações de Remo Cimino deixa viúva, duas filhas e
engenheiros brasileiros, deixa um legado uma neta.

Obras da Linha 4 do Metrô-RJ têm


certificação de gestão de qualidade
O Consórcio Linha 4 Sul (CL4S), comercial, administração contratual e validade de 3 anos - ou seja, as
responsável pelas obras entre comunicação. Foram feitas entrevistas, obras de implementação da Linha
Ipanema e Gávea da Linha coletas de dados e muita observação. 4 do Metrô entre Ipanema e Gávea
4 do Metrô do Rio de Janeiro, acaba Ao fim do processo, eles recomendaram estão certificadas até o fim, já que a
de conquistar certificação ISO 9001 o Consórcio Linha 4 Sul para receber a linha entra em operação no primeiro
pelo trabalho que vem realizando. A certificação ISO 9001. semestre de 2016.
certificação é uma garantia de que Antes da auditoria principal, o
a execução da obra metroviária e Consórcio passou por uma auditoria
os processos aplicados a ela estão interna, para diagnosticar possíveis
dentro das mais rigorosas normas correções que precisassem ser feitas.
internacionais de qualidade. O Em seguida, ocorreu uma auditoria
reconhecimento foi concedido através inicial da Bureau Veritas Certification, na
do Bureau Veritas Certification, empresa qual foi verificado se a documentação
líder mundial em serviços de certificação do Consórcio estava de acordo com
e avaliação de conformidade. os padrões ISO 9001. A auditoria
Durante três dias, os auditores principal, então, avaliou 100% dos
acompanharam o trabalho não só processos e produtos da Linha 4. O nível
nos canteiros de obra, mas nas salas de conformidade foi de 96% e foram
de engenharia, suprimentos, controle recomendados apenas dois ajustes em
tecnológico, meio ambiente, segurança preenchimento de documentos.
do trabalho, recursos humanos, A certificação ISO 9001 tem

Setembro 2014 / 11
entrevista Entrevista com José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon – SP

“Só melhora a
partir de 2016”
Novo presidente da entidade defende maior
interlocução entre agentes, segurança jurídica
e menos burocracia para alavancar novo ciclo
de crescimento da construção
Por Mariuza Rodrigues
Ao final de junho deste ano, o ní- Atuou como conselheiro do Sinduscon-
vel de emprego da construção pau- -SP, da Federação Internacional das Pro-
lista, principal indicador da atividade fissões Imobiliárias (Fiabci/Brasil), da Fe-
do setor, apresentava queda de 0,8% deração das Indústrias do Estado de São
na comparação com o mesmo mês de Paulo (Fiesp), da Associação para o De-
Mariuza Rodrigues
2013. Era o segundo mês consecutivo senvolvimento Imobiliário e Turístico do
de retração. A queda era mais acentu- Brasil (Adit Brasil) e da Brazilian Luxury
ada (2%) no segmento de obras. Mas Travel Association (BLTA).
a tendência não se verificava apenas E agora assume o protagonismo da
em São Paulo. Em todas as demais re- construção paulista em meio a um cenário
giões do País, exceto, na região Norte, de oscilações e necessidade de mudança.
o mesmo movimento pôde ser obser-
vado no período, com o segmento de Revista Grandes Construções – Quais
obras registrando retração de 0,62%. são as principais demandas atualmen-
Em paralelo, acentuou-se o declínio te do setor, diante de um panorama de
das expectativas dos empresários do queda do desempenho do mercado?
setor. Agora se espera que a constru- José Romeu Ferraz Neto - As principais
ção cresça apenas algo próximo a 1% demandas do setor ao governo são: estí-
em 2014, e mesmo em face de medi- mulos à economia, de modo a favorecer
das que revigorem o setor, a expecta- a retomada dos investimentos; racionali-
tiva é de que os resultados só possam zação das despesas públicas, para conse-
ser colhidos a partir de 2016. guir alocar mais recursos de governo em
Fica cada vez mais claro para o setor que infraestrutura; articulação mais estreita
é preciso se unir em torno de uma agenda com a iniciativa privada via parcerias pú-
de mudanças, que inclui medidas fiscais, blico-privadas (PPPs) e concessões; maior
econômicas, mas também ações de des- segurança jurídica para elevar o grau de
burocratização da atividade e apoio aos atratividade junto a investidores nacionais
investimentos e industrialização. e estrangeiros; melhoria do ambiente de
É sobre essa nova fase do setor, depois negócios mediante redução do excesso
de um bom período em alta, que fala o de burocracia, simplificação dos recolhi-
novo presidente do Sinduscon/SP José mentos tributários etc.
Romeu Ferraz Neto. Formado em Enge-
nharia Civil e Administração de Empre- GC - O setor vinha de um ciclo de
sas pela Universidade Mackenzie/SP, ele crescimento que entusiasmou inves-
foi fundador do Grupo RFM e presidente timentos e contratações. O desem-
do Txai Resorts e da Develop Brasil, além prego na área já preocupa?
de idealizador e presidente da InvestTur. J.R. Ferraz Neto - Preocupa. No final

14 / Grandes Construções
do primeiro semestre, o nível de em- WW Recuo
prego da construção paulista, prin- da economia
já preocupa
cipal indicador da atividade do setor,
o setor da
apresentava queda de 0,8% em ju- construção
nho, pelo segundo mês consecutivo,
na comparação com o mesmo mês de
2013. A queda era mais acentuada
(2%) no segmento de obras. No Bra-
sil, o emprego na construção declinava
em todas as regiões, com exceção da
Norte. O segmento de obras registrava
queda de 0,62%. Em paralelo, acen-
tuou-se o declínio das expectativas dos
empresários do setor. Agora se espera
que a construção cresça apenas algo
próximo a 1% em 2014.

GC - O governo tem pontuado ações


para apoiar o setor. Elas são suficientes?
J.R. Ferraz Neto - Uma destas ações, a XX Entidade
da desoneração da folha de pagamen- depende da
tos, precisa ser revista. Na construção, redução da
burocracia
tal medida não beneficiou justamente
para agilizar
as construtoras mais modernas, com um o setor e
quadro enxuto de funcionários próprios, reduzir
elevado grau de industrialização e tercei- custos
rização de suas atividades; ao contrário,
prejudicou-as, pois elas recolhem mais
no novo tributo criado sobre a receita,
do que antes recolhiam sobre a folha.
O governo também tem mantido o
Imposto sobre Produtos Industrializa-
dos (IPI) reduzido somente para alguns
materiais de construção. Porém, acredi-
tamos que esta redução possa ser esten-
dida a um maior número de materiais.
Outra questão na qual o governo pode-
ria avançar seria facilitar a importação de
gruas, guindastes e equipamentos em WW Facilitação
geral, que contribuem para uma mo- da importação
vimentação mais ágil dos materiais e a de equipamentos
industrialização da atividade construtiva. é uma das
reivindicações
GC - A burocracia afeta o setor pro- para acelerar
dutivo até que medida? É possível industrialização
dos canteiros
enxergar esse nível de impacto?
J.R. Ferraz Neto - O excesso de bu-
rocracia na aprovação de empreen-
dimentos imobiliários ainda persiste,
em alguns municípios mais, em outros
menos. Infelizmente, ainda temos ca-
sos de em que o desenvolvimento de
projetos é atrasado em até um ano ou
mais, com evidentes prejuízos à ativi-
dade imobiliária e a seus investidores
e beneficiários. Alguns municípios,

Setembro 2014 / 15
entrevista

XX Minha Casa Minha Vida: programa


deve ser mantido e aperfeiçoado

como São Paulo, estão dando um belo


exemplo ao informatizar e desburo-
cratizar esses processos. Aqui temos o
projeto Plantas On Line, pelo qual as
entidades de classe do setor se cotiza-
ram para ajudar na modernização e na
informatização da Secretaria Especial
de Licenciamentos. Mesmo assim, per-
sistem entraves burocráticos em outras
áreas, como no meio ambiente e nos
licenciamentos dados pelas autorida-
servado por enquanto? candidatos à Presidência da República já
des de trânsito.
J. R. Ferraz Neto - Nenhum segmento se comprometeram a prosseguir o Progra-
da cadeia produtiva da construção está ma, o que é uma ótima sinalização. En-
GC - Quais são os maiores gargalos
isento dos reflexos da crise que desace- tretanto, é preciso aperfeiçoá-lo, elevando
para as construtoras sediadas princi-
lerou a atividade econômica no país. O os valores dos contratos de aquisição das
palmente em São Paulo? mercado imobiliário de São Paulo não é unidades habitacionais pelo governo, hoje
J.R. Ferraz Neto - De uma maneira exceção, tendo apresentado quedas em insuficientes para a edificação de habita-
geral, e não somente em São Paulo, lançamentos e vendas no primeiro semes- ções da faixa um (1) em municípios como
podemos citar: excesso de burocracia tre. Verdade é que parte das quedas em São Paulo, onde o déficit habitacional é
e falta de informatização na aprovação lançamentos se deveu à incerteza criada mais agudo. Também é preciso melhorar a
de projetos imobiliários; exigências com a demora na aprovação do Plano Di- articulação entre a Caixa Econômica Fede-
ambientais discutíveis e sujeitas a crité- retor Estratégico. De outro lado, muitas ral e os governos estaduais e municipais,
rios subjetivos dos agentes públicos da construtoras protocolaram projetos até a com vistas à agilização das contratações;
Administração, do Ministério Público aprovação, o que garantirá a continuida- e estimular esses governos a contribuírem
e do Judiciário; falta de políticas que de dos lançamentos no segundo semes- mais para viabilizá-las – por exemplo, com
efetivamente estimulem a inovação e a tre. Entretanto, de uma maneira geral, e isenções tributárias.
industrialização; falta de mão de obra até o primeiro semestre do próximo ano,
qualificada, embora com menos gravi- não se espera uma retomada expressiva GC - O DER tem sido um importan-
dade do que no passado recente. dos lançamentos e das vendas. te contratante de obras rodoviárias.
Como está esse mercado?
GC - O mercado imobiliário de São GC - Qual sua expectativa com respei- J.R. Ferraz Neto - O mercado de obras
Paulo tem uma dinâmica própria. O to a Programa Minha Casa Minha Vida? rodoviárias estaduais tem se mostrado
Sr. acha que esse segmento está pre- J.R. Ferraz Neto - Todos os principais ativo, com várias licitações em anda-
mento. Na área federal, há diversas
obras em andamento, porém devido às
dificuldades pelas quais tem passado
o Tesouro, o ritmo de execução anda
mais lento.

GC - Falou-se muito de capacita-


ção, falta de mão de obra. Os altos e
baixos contribuem para mascarar os
problemas do setor?
J.R. Ferraz Neto - Não creio. Temos en-
frentado os problemas do setor em épo-
cas de altos e de baixos. E nas épocas mais
agudas, as ineficiências ficam aparentes e
assim ficam mais fáceis de combater.

WW Setor quer incorporar tecnologias


para ampliar a produtividade

16 / Grandes Construções
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projeto simples, com controle de joystick único, cabine lavável com água pressurizada e acesso
fácil a componentes para serviço. Além disso, ç possível colocar duas máquinas na maioria dos
caminhões, o que diminui bastante os custos com transporte. Estas são as máquinas que você vai
querer ter sempre que tiver um trabalho difícil pela frente.

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entrevista

GC - Por que as construtoras brasi- GC - Os construtores brasileiros ex- Sinduscon-SP tem uma atuação bastante
leiras não conseguem ampliar os pro- perimentam um ciclo de 20 anos de ativa junto ao governo estadual, Prefei-
cessos industrializados nos canteiros, grandes mudanças para o mercado. tura, Caixa e Banco do Brasil, buscando
como já é feito em outros países? Em sua opinião, qual foi a principal constantemente uma maior integração
J.R. Ferraz Neto - Basicamente há três lição desse período? dos mesmos entre si e com a iniciativa
motivos. O primeiro é de ordem tributá- J.R. Ferraz Neto - Houve muitas li- privada. Quanto à formação profissional,
ria. É preciso estimular tributariamente a ções. Uma delas é que precisamos estar além de estimular o aumento dos cursos
indústria de pré-moldados, porque hoje sempre atualizados e preparados, com de qualificação do Sesi (Serviço Social da
ela está sujeita a dois elevados tributos, um olho no desempenho dinâmico da Indústria), o sindicato tem se envolvido
o IPI e o ICMS, o que inibe sua deman- economia e outro na gestão da nossa com os Departamentos de Engenharia das
da e, consequentemente, a escala que atividade. Outra lição é que o sucesso principais faculdades paulistas, com vistas
poderia ser alcançada na sua produção. na superação dos diversos obstáculos à modernização dos currículos.
Segundo fator: na parte de movimen- à expansão do setor está numa estrei-
tação de materiais e equipamentos para ta articulação com governos da União, GC - O que se pode esperar para
a construção, ainda lidamos com eleva- Estados e Municípios e agentes finan- a construção civil para os próximos
dos custos em gruas, guinchos etc., que ceiros, e entre estes governos e agentes. cinco anos, diante do cenário atual.
poderiam ser reduzidos se fosse facilita- Também precisamos aperfeiçoar conti- J.R. Ferraz Neto - A demanda por
da a sua importação, especialmente do nuamente a qualificação não somente obras de infraestrutura e habitação de-
que não é produzido no país. das profissões básicas como pedreiros, verá continuar crescendo. Ainda há mui-
Terceiro motivo: o segmento de pré- eletricistas etc., mas também dos enge- to por construir e reformar no país. A
-moldados ainda se encontra em um nheiros. Mudanças curriculares, maior questão é se os próximos governos con-
estágio no qual sua utilização resulta ren- integração entre universidades e cons- seguirão equacionar satisfatoriamente a
tável em aplicações na construção comer- trutoras e aproximação dos centros de questão fiscal, racionalizar seus gastos,
cial, porém não na construção residencial pesquisa às necessidades de que produz investir mais e estimular positivamente
de uma forma geral. Está aí um desafio obras são imprescindíveis. a economia, desonerando a produção e
para esse setor da indústria de materiais. criando um ambiente verdadeiramente
GC - Qual será a atuação do Sindus- favorável aos negócios.
GC - O senhor diria que a constru- con-SP no debate dessas questões?` Com a redução do volume de inves-
ção brasileira ainda está aquém da J.R. Ferraz Neto - O Sinduscon-SP já timentos, as expectativas são de que as
de outros países? E por quê? está atuando em relação a essas questões, dificuldades ainda deverão persistir ao
J.R. Ferraz Neto - Do ponto de vista e na atual gestão de sua Diretoria deverá longo de 2015. Dificilmente o novo go-
da tecnologia, a construção brasileira intensificar esta atuação ainda mais. Na verno federal, seja ele qual for, terá maior
está praticamente no mesmo patamar qualificação dos empresários do setor, te- disponibilidade de recursos para inves-
daquela existente nos países desenvol- mos o MBA da Construção, fruto de par- timentos. E hoje não há condições para
vidos. Isso foi constatado pelas diversas ceria entre o sindicato e a FGV. A deman- garantir uma vigorosa retomada dos in-
Missões Técnicas que o Sinduscon-SP re- da tem aumentado e as novas turmas, vestimentos pela iniciativa privada no ano
alizou ao exterior nos últimos anos, e das que se iniciavam a cada ano, agora estão que vem. Mesmo que ela ocorra, esses
quais participei. Onde precisamos fazer começando a cada semestre. No tocante investimentos somente se traduzirão em
avançar é na produtividade na constru- à articulação de governos e agentes, o obras somente a partir de 2016.
ção, tanto do ponto de vista da gestão
como da execução. No Sinduscon-SP,
um grupo de construtoras de ponta tem
se debruçado sobre o assunto, e espero
que em breve possamos iniciar a produ-
ção e a divulgação de conteúdo sobre
o tema para benefício das construtoras,
a exemplo do que já fazemos há muito
anos em relação a técnicas construtivas,
responsabilidade ambiental, BIM etc.

XX Demanda na área
de infraestrutura
continuará crescendo

18 / Grandes Construções
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Portos

Porto do Açu na reta final


Empreendimento que A Prumo Logística Global, empresa
que sucedeu a LLX, braço logístico do
tes, R$ 2,5 bilhões foram investidos pela
mineradora Anglo American, empresa
recebeu investimentos Grupo EBX, no controle acionário do responsável pelo desenvolvimento do ter-
empreendimento do Porto de Açu, anun- minal de minério de ferro do porto, e pela
de R$ 483,3 milhões ciou que a estrutura portuária está pronta Ferroport (antiga LLX Minas-Rio) e R$ 3
no segundo trimestre para entrar em operação. “Com as obras bilhões pela Prumo.
de construção da infraestrutura do Porto Já a Prumo direcionou seu aporte à
de 2014 se prepara do Açu entrando na sua fase final, o porto construção do canal do Terminal 2 (T2),
para entrar em fase se torna uma realidade e os esforços pas-
sam a se concentrar na preparação para o
do quebra-mar do Terminal 1 (T1) e dos
cais do Terminal Multicargas e de clien-
operacional início da sua fase operacional. No canal tes, além de projetos de engenharia e ge-
do Terminal 2, a área operacional aguar- renciamento de obras, gestão fundiária,
da as últimas autorizações para começar segurança patrimonial e de operação, des-
a gerenciar a entrada e saída de navios de pesas administrativas, sustentabilidade,
clientes. Estamos muito animados com as pavimentação e manutenção de estradas
perspectivas para este ano e muito atentos de acesso ao complexo.
para que, tanto a desmobilização das prin- As empresas destinaram ainda inves-
cipais frentes de obra, quanto o início das timentos para obras de implantação de
operações portuárias aconteçam dentro linhas de transmissão de energia, de 345
da normalidade, mas principalmente com kV, que conectarão o Porto do Açu ao
segurança para os nossos colaboradores e Sistema Interligado Nacional e à Subes-
fornecedores”, destaca Eduardo Parente, tação de Campos (RJ), o que consumiu
presidente da Prumo. recursos da ordem de R$ 22,9 milhões.
Desde o início da construção, em 2007, Houve ainda investimentos em projetos
até junho deste ano, já foram aplicados no de engenharia e gerenciamento de obras,
Porto de Açu, localizado no município gestão fundiária, segurança patrimonial
de São João da Barra, no litoral norte do e operação, despesas administrativas,
Rio de Janeiro, cerca de R$ 5,5 bilhões sustentabilidade e pavimentação e ma-
(não incluindo juros capitalizados). Des- nutenção de estradas.

20 / Grandes Construções
WW Estrutura do porto onshore e do estaleiro
na retroárea, ambos em construção

estão em fase final de testes, a filtragem


e os equipamentos de pátio que farão o
empilhamento, recuperação e o carrega-
dor de navios para o embarque de miné-
rio de ferro. O 1º embarque de minério
no Porto do Açu está previsto para o
final deste ano.
O T2 está sendo instalado no entor-
no de um canal para navegação, que
já conta com 6,5 km de extensão, 300
metros de largura e profundidade atu-
al de, pelo menos, 10 metros em toda
sua extensão (chegando, na sua maior
profundidade, a 14,5 metros). No lo-
cal estão em andamento às obras para
construção do canal de acesso, bacia
de evolução, construção dos blocos
WW Obras do de concreto que serão utilizados no
quebra-mar do
porto onshore
quebra-mar e a implantação da linha
(T2) de transmissão. Com mais de 13 qui-
lômetros de cais, o T2 irá movimentar
ferro gusa, carga de projetos, carvão
mineral, veículos, granéis líquidos e
sólidos e carga geral.
Com grande profundidade, localiza-
ção estratégica e infraestrutura eficiente,
o Porto do Açu se apresenta como solu-
ção para a instalação de empresas do se-
tor de Petróleo e Gás. No Porto poderão
ser instaladas bases para movimentação
e tratamento do petróleo, base de apoio
para as operações offshore de Exploração
e Produção e área dedicada à indústria de
Petróleo e Gás.
No primeiro trimestre deste ano, tuída 50% pela Prumo e 50% pela BP, para
Açu já havia recebido investimentos de ocupação de uma área de 215.079 m² na Resultado financeiro
R$ 633,7 milhões. entrada do canal do Terminal 2. No 1º trimestre, a Prumo apresentou
uma receita líquida de R$ 19,4 milhões.
Complexo portuário O perfil do Porto do Açu O incremento, se comparado ao mesmo
O empreendimento do Porto de Açu Com 17 km de píeres, que poderão rece- período do ano passado, refere-se prin-
prevê, além da construção da estrutura ber até 47 embarcações simultaneamente, cipalmente aos novos contratos com a
portuária, a criação de um complexo in- o Porto do Açu possui área de 90 km² e é Edison Chouest e a NFX. As despesas
dustrial adjunto, com a atração de inú- formado pelo Terminal 1 (T1 - offshore) e administrativas foram de R$ 30,2 mi-
meras empresas de grande porte. Esse pelo Terminal 2 (T2 - onshore). lhões e ficaram em linha com o verifi-
projeto está, também, em franco desen- O T1 é composto por uma ponte de cado no 2º trimestre do ano passado. O
volvimento. acesso com 3 quilômetros de extensão, resultado financeiro líquido do período
No segundo trimestre deste ano foram píer de rebocadores, 9 píeres para mo- foi R$ 27,1 milhões e o lucro líquido no
assinados dois grandes contratos. Um vimentação de minério de ferro e petró- trimestre foi de R$ 2,1 milhões.
com a Edison Chouest, empresa líder no leo, canal de acesso e bacia de evolução. A Prumo terminou o 2º trimestre de
segmento marítimo, para implantação de No terminal de minério de ferro do Por- 2014 com um saldo em caixa e equiva-
uma base de apoio offshore e um estaleiro to do Açu, as obras contam com 80% de lentes de R$ 310,3 milhões e com endivi-
de reparos navais para suas próprias em- avanço. O quebra-mar também está em damento de R$ 2,52 bilhões incluindo os
barcações. E outro com a NFX, JV consti- fase final de implantação. Além disso, já juros e atualização monetária.

Setembro 2014 / 21
CONSTRUÇÃO NAVAL

Conteúdo nacional
em discussão

Petrobrás recebe três propostas para Foram entregues no final de julho


as propostas de empresas interessa-
afretamento de FPSOs de Tartaruga das em afretar o FPSO (unidade flu-
tuante de produção, armazenamento
Verde-mestiça e de Libra. Discordâncias e transferência, em inglês Floating
Production Storage and Offloading),
quanto à redução do percentual de que será utilizado nos campos de Tar-
taruga Verde e Tartaruga Mestiça, na
conteúdo nacional nas embarcações Bacia de Campos. Apenas três consór-
cios se apresentaram para disputar o
provocaram atrasos no processo contrato com a Petrobrás. Foram eles:
Modec/Schahin, Odebrecht/Teekay e
Bumi Armada/UTC. Apesar de terem

22 / Grandes Construções
Você quer
WW As próximas licitações de FPSOs
conhecer
o segredo
a serem realizadas pela Petrobrás
visam os campos de Maromba e
Marlim, ambos em Campos

deve sair primeiro, já que o modelo de


de um líder?
contratação é o de consulta ao mercado.
A entrega dos envelopes estava pre-
vista inicialmente para acontecer no dia
13 de junho, mas foi adiada para o dia 14
de julho e acabou acontecendo somente
no dia 28. A informação oficial era que,
devido à complexidade do projeto, as
empresas participantes pediram mais
tempo para desenvolverem as propos-
tas. As duas licitações tinham o mesmo
cronograma. Extraoficialmente, alguns
setores da estatal reconhecem que erra-
ram na dose de redução da exigência do

MKT Rossetti
conteúdo nacional para os dois projetos.

Caçamba
A Petrobrás ignorou as orientações da
Agência Nacional de Petróleo (ANP)

meia-cana
sobre o conteúdo nacional para estes
dois navios. Tanto a diretora da ANP,
Magda Chambriard, quanto o coorde-

Rossetti.
nador de Conteúdo Nacional da agên-
cia reguladora, Marco Túlio Rodrigues,

As maiores
já alertaram que o órgão vai cumprir o
que está previsto e determinado pela
política governamental para a exigência

mineradoras
mínima do conteúdo local nestes dois
projetos. Pelas exigências da Petrobrás,

do país
colocadas para as empresas, o estímulo
é fazer esses FPSOs fora do país, já que a
estatal reduziu e muito a exigência de se

já conhecem.
construírem os dois navios aqui.
O FPSO para os campos de Tarta-
ruga Verde e Mestiça deverá entrar
em operação em 2017, com capaci-
dade para produzir 150 mil barris de
petróleo e processar 5 milhões de m³
de gás por dia. Já o FPSO de Libra será
declinado do convite para apresenta- usado no Teste de Longa Duração da
rem propostas para a concorrência, a área, com início da operação previsto
Camargo Corrêa e a Etesco estiveram para 2016, sendo a capacidade de pro-
presentes na cerimônia de entrega rea- dução de 50 mil barris de petróleo e 4
Matriz: Guarulhos - SP
lizada pela Petrobrás. milhões de m³ de gás por dia. 11 2191-0900
Para o afretamento do FPSO do cam- A perspectiva do mercado é que as
po de Libra, no pré-sal da Bacia de San- próximas licitações de FPSOs a serem Fábrica: Betim - MG
tos, os interessados foram os mesmos, realizadas pela Petrobrás visem os cam- 31 2191-1200
com a exceção da Teekay, que ficou de pos de Maromba, na Bacia de Campos,
fora. Nesta concorrência, a Odebrecht e a revitalização do campo de Marlim,
apresentou proposta sozinha. A abertura também em Campos. Ainda não há datas
www.rossetti.com.br
dos envelopes dos dois processos deve marcadas, mas a expectativa é que acon-
ocorrer em agosto, sendo que a de Libra teçam em setembro.

Curta
Setembro 2014 / 23
Respeite a sinalização de trânsito
ENERGIA

Energias renováveis
um bom negócio apesar das incertezas
O portfólio renovável não pode mais ser considerado uma opção de alto custo e risco,
mas sim um importante componente da segurança energética de países e empresas
Em 2013, os investimentos na produção Essa redução nos custos da tecnologia (PCHs) que receberam menos 16% em
de energias a partir de fontes renováveis e pode ser comprovada com uma análise investimentos, ficando com 5 bilhões de
alternativas – exceção feita às grandes bar- dos investimentos da energia solar. Ainda dólares, em programas que geraram cerca
ragens hidroelétricas – somaram 214 mil de acordo com os estudos do PNUA, fo- de 50 megawatts.
milhões de dólares. Isso representou uma ram instalados, ao longo de 2013, 39 giga- Para a Agência Internacional de Ener-
redução de 14% em relação a 2012 e de watts de painéis solares, porém a um cus- gia (AIE), organização autônoma, com
23% em comparação ao recorde de 2011. to bem menor que o realizado em 2012, atuação internacional, que trabalha para
Os números são baseados em pesquisa quando foram instalados 31 gigawatts. que seja garantida energia confiável,
realizada pelo Programa da Organização Os investimentos em 2013, portanto, so- acessível e limpa para 29 países, apesar da
das Nações Unidas (ONU) para o Am- maram 114 bilhões de dólares – 20% que queda verificada em 2013, o que se ob-
biente – PNUA, e permitem reconhecer no ano anterior. Para o setor de energia serva é o rápido crescimento do uso das
dois cenários, um ruim e outro bom. O eólica, cujos investimentos somaram 80 fontes alternativas e a queda dos custos
ruim é que o recuo seria consequência bilhões de dólares em 2013, uma baixa na geração. Em parte isso seria consequ-
das incertezas políticas e econômicas nos de 1% em relação a 2012. Estas foram as ência da ação de mercados emergentes,
diversos países onde os investimentos duas fontes de energia que concentram os que estariam estimulando o crescimento
ocorrem, o que, por sua vez, resulta em maiores volumes de investimentos. global das fontes alternativas energia. A
dúvidas sobre o futuro de programas ofi- Já para o setor de biocombustíveis, os Agência, que tem quatro principais áreas
ciais de subvenções e medidas de apoio às investimentos em 2013 desceram 26%, de atuação – segurança energética, de-
energias renováveis. O bom cenário é que para o seu nível mais baixo em nove anos senvolvimento econômico, consciência
houve uma queda nos custos dos equipa- – 8 bilhões de dólares. A biomassa e a ambiental e envolvimento em todo o
mentos e tecnologias para a exploração energia dos resíduos também receberam planeta – destaca, no entanto, a necessi-
das fontes alternativas, o que permitiria a menos interesse dos investidores (menos dade da promoção, pelos governos dos
implementação de novos empreendimen- 28%, para os 8 bilhões de dólares), tal diversos países, de políticas de estímulo
tos com um investimento bem menor. como as pequenas centrais hidroelétricas consistentes e de longo prazo.

TT De acordo com a ONU,


os investimentos para o
setor de energia eólica em
todo o mundo somaram
80 bilhões de dólares em
2013, uma baixa de 1%
em relação a 2012

24 / Grandes Construções
Autoprodução de energia
é com a CPFL Serviços.
Redução de custos e aumento da produtividade, sem desperdícios.

• Desenvolvimento, implantação e manutenção de projetos


de eficiência energética para comércio e indústria;

• Soluções em geração na ponta e backup, cogeração


(diesel e gás natural), climatização e geração de energia solar;

• Autossuficiência com confiabilidade e menor custo operacional;

• Balanço ambiental positivo.

Para mais informações:


www.solucoescpfl.com.br
(19) 3756-2755
ENERGIA

Energia limpa em expansão


A AIE afirma: as fontes renováveis são
o setor de mais rápido crescimento no
mix energético mundial e já respondem
por 19,3% da geração global de eletri-
cidade. A afirmação da entidade é feita
com base no estudo chamado Deploying
Renewables 2011: Best and Future Po-
licy Practic, algo como Implementando
as Renováveis 2011: Melhores e Futuras
Políticas Práticas. O estudo analisa o de-
senvolvimento recente das fontes alter-
nativas e oferece sugestões de como os
governos podem fortalecer e capitalizar o
crescimento delas.
Analisando o documento, pode-se
concluir que o portfólio das tecnologias
renováveis está ficando competitivo em
uma velocidade cada vez maior e em cir-
cunstâncias mais comuns, sendo que, em
alguns casos, fornece oportunidades de
investimento sem a necessidade de apoio
SS Na composição da matriz energética mundial, as hidroelétricas
econômico governamental. seguem dominando com 84% da geração total
Para fontes como eólica e solar, as redu-
ções de custo devem continuar de forma
ainda mais acelerada, afirma o relatório. A
AIE destaca o exemplo dos projetos eóli-
cos no Brasil, que vêm competindo com
sucesso contra outras fontes de energia,
incluindo o gás natural, na disputa por
contratos de aquisição de energia. A Chi-
na e outros países emergentes também
vêm ganhando espaço como mercados
promissores para as fontes alternativas.
De acordo com o relatório, o portfó-
lio renovável não deve mais ser consi-
derado uma opção de alto custo e ar-
riscada, mas sim como um importante
componente da segurança energética
de países e empresas, pois gera eletri-
cidade com grande estabilidade e com
baixos custos de operação. SS No Brasil, o aproveitamento da energia solar ainda é preponderantemente residencial

26 / Grandes Construções
WW Energia
solar: custos da
tecnologia estão
diminuindo

TT Biodiesel:
seu uso pode
reduzir impactos
ambientais e
custos com o
consumo de
combustíveis
fósseis

Mudanças na matriz energética


O setor renovável cresceu, como um
todo, 17,8% entre 2005 e 2009, sendo
que as hidroelétricas seguem dominan-
do com 84% da geração total. Porém,
projetos de energia eólica e solar são
os que mais rapidamente vêm se multi-
plicando. De 2005 a 2010, a geração de
energia hidrelétrica aumentou 3,1% ao
ano, a biomassa avançou 8,8%, a eólica
26,5% e a solar fotovoltaica 50,8%.
Apesar de reconhecer o grande avanço
das fontes alternativas, a AIE acredita que
seria preciso acelerar o ritmo de cresci-
mento para que elas alcancem o objetivo
de manter a concentração de dióxido de
carbono (CO2) na atmosfera em menos
de 450 partículas por milhão (PPM) e
assim evitar as piores consequências das
mudanças climáticas. Para isso, os parques subsídios nesse momento, uma vez que AIE. Para ela, enquanto as fontes alternati-
eólicos deveriam crescer a uma taxa anual o aumento no uso dos combustíveis fós- vas não forem competitivas, o apoio gover-
de 16,3% até 2020, a solar fotovoltaica a seis, além de prejudicial no combate às namental na forma de subsídios ou corte
21,3% e a hidrelétrica a 2,5%. mudanças climáticas, deve resultar na alta de impostos é desejável.
Mas nem tudo são boas notícias para as dos preços do petróleo e carvão, o que Atualmente, US$ 409 bilhões estão sen-
fontes renováveis. Recentemente, países agravaria ainda mais a crise. do gastos anualmente ao redor do mundo,
como Alemanha, Itália, Espanha e Rei- Sem uma urgente transformação no dire- para baratear os custos da produção e dis-
no Unido anunciaram cortes nas ajudas cionamento político, o mundo pode se ver tribuição dos combustíveis fósseis. Os pa-
públicas para o setor por causa da crise preso a um sistema energético ineficiente, íses devem estar focados em incentivar as
econômica mundial. A AIE não consi- inseguro e de altas emissões, afirmou Ma- energias renováveis como uma forma de
dera uma boa estratégia a redução dos ria van der Hoeven, diretora executiva da garantir o desenvolvimento sustentável.

WW Biomassa:
no Brasil falta
política de
estímulo

Setembro 2014 / 27
MATÉRIA DE CAPA - Construção imobiliária

Juventude eterna
Técnicas de Retrofit são usadas para revitalizar edifícios, preservando
seus aspectos arquitetônicos originais e adaptando-os às exigências e
padrões atuais de conforto, funcionalidade e sustentabilidade

SS Retrofit do prédio do antigo Mercado Público, no Centro de Porto Alegre (RS)

Os anos avançam, as sociedades mu- prédio em estilo art déco, no centro de edificação, principalmente aquelas des-
dam e as cidades se transformam. Nem São Paulo, seria prudente projetar ram- tinadas a atividades comerciais e corpo-
sempre para melhor, é verdade. Com pas e elevadores largos, prevendo uma rativas, dentro dos grandes centros urba-
o passar dos anos, muitas das edifica- futura demanda da sociedade por acessi- nos, deve cumprir uma série de normas,
ções antigas deixaram de acompanhar bilidade para pessoas cadeirantes ou com variáveis de município para município,
as transformações da cidade e perde- outras limitações de locomoção? Ou que com o objetivo de organizar e regular o
ram sua funcionalidade. Mesmo aquelas este mesmo prédio, para se enquadrar crescimento urbano, disciplinar o uso do
cujos projetos arquitetônicos são repre- em futuros conceitos de sustentabilida- solo, garantir que tais ocupações não pre-
sentativos de uma época, e que possuem de, precisaria ter sistemas de reaproveita- judiquem o meio ambiente, a segurança,
elevado valor estético. São joias raras que mento de água de chuva e de redução do a acessibilidade e nem interfiram no
precisam ser preservadas, mas que já não consumo de energia? bem-estar da população.
se ajustam ao modelo de vida nas cidades As exigências técnicas e de normatiza- Visando proporcionar a revitalização
modernas. Quem poderia imaginar, por ção, estabelecidas pelas prefeituras, evo- de edifícios, preservando aspectos ori-
exemplo, que em 1920, ao construir um luíram com o tempo. E hoje, qualquer ginais, de acordo com as necessidades

28 / Grandes Construções
e parâmetros atuais, estabelecidos pelo exigências e padrões atuais, tornando os e, até mesmo, que a construção de uma
poder público, o Retrofit se consolida espaços funcionais para os atuais usu- nova edificação.” Quem alerta para essa
como forte tendência. Além de impor- ários; preservando suas características possibilidade é a arquiteta Renata Mar-
tante recurso utilizado na revitalização e estéticas e arquitetônicas. Muitas vezes, ques, especializada em gerenciamento de
requalificação de espaços urbanos degra- as intervenções exigem reforços estrutu- projetos arquitetônicos, com larga expe-
dados – como a região da Luz, no cen- rais. A volumetria, fachadas e telhados riência em projetos de Retrofit.
tro antigo de São Paulo, ou ainda a Zona normalmente, são restaurados.
Portuária do Rio de Janeiro – o conjunto Os interiores são modernizados com a Mudança de vocação
de técnicas empregadas no Retrofit pode troca de elevadores, bombas de recalque, O Retrofit pode permitir, ainda, uma
ser usado como alternativa nas regiões instalação de novos sistemas de proteção mudança de uso de um imóvel, dependen-
onde falta espaço para que novos empre- de incêndio e materiais de acabamento do da vocação da região onde ele se en-
endimentos imobiliários sejam lançados, seguindo as mais novas tendências de contra. Uma área antes residencial pode,
ou quando os terrenos existentes têm sustentabilidade. Muitos dos prédios são com o tempo, assumir características mais
preços proibitivos. transformados em edifícios inteligentes, comerciais. Assim, o Retrofit pode ser
Imóveis desgastados pelo uso ou pelo com a adoção de sistemas, automação, usado para transformar um prédio comer-
tempo, recuperados pelo processo de re- controle de acessos, equipamentos de cial em residencial. Ou vice-versa.
trofit, podem chegar a uma valorização monitoramento e segurança, utilização Foi o que aconteceu com um velho
de até 100%. de luminárias de baixo consumo e manu- mosteiro, de arquitetura neoclássica,
Tendência internacional, o retrofit tenção, medição individualizada de água, construído por volta de 1830 e abando-
começa a aparecer na cidade, após ser previsão de gerador etc. nado há cerca de 20 anos, localizado no
utilizado em maior escala no Rio de Ja- Ou seja, a realização de grandes ade- bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de
neiro, pois os edifícios de lá são, em mé- quações que não podem ser caracteriza- Janeiro. De residência de religiosos que
dia, mais antigos e já atingiram 50 anos. das simplesmente como uma reforma. buscavam o isolamento, o Convento
Para que haja necessidade de retrofit, os Muitas vezes é elaborado um projeto Bom Pastor, tombado pelo Instituto do
prédios devem ter pelo menos de 20 a completo, para ser executado por etapas, Patrimônio Histórico do Município do
30 anos. Em São Paulo, eles se concen- com todos os detalhes da obra. Rio de Janeiro, foi transformado em um
tram em bairros tradicionais, como Hi- “Antes da decisão pelo Retrofit, é residencial de alto padrão, com 37 lofts,
gienópolis, além da região da Avenida aconselhável que seja feito um estudo dotados de todo conforto e modernida-
Paulista, e caminham para bairros como para verificar sua viabilidade. Uma vez de, mas sem alterar as características ori-
Morumbi e Moema. que a principal preocupação do método ginais do prédio.
O conceito desta técnica compreende é manter as características originais do O Retrofit foi realizado pela Cons-
a revitalização de edifícios, preservando prédio, o processo pode ser bem mais trutora Calçada, parceria com a Mont-
aspectos originais, para adaptá-los às caro do que uma reforma convencional serrat e o empreendimento, batizado de
Atrium – palavra latina que se refere ao
pátio central das casas gregas e romanas,
WW Convento também aplicado ao vestíbulo e espa-
abandonado é
transformado
ços cobertos que antecedem as igrejas
em residencial – numa referência ao pátio interno que
de luxo na é uma das principais características do
Tijuca, Zona mosteiro. Esse espaço com cerca de 400
Norte do Rio de m² total, foi convertido em área de lazer
Janeiro
e espaço de convivência, com paisagis-
mo de Roberta Ventura.
O projeto foi desenvolvido dentro dos
conceitos de sustentabilidade: torneiras
com fechamento automático nas áreas
comuns, coleta seletiva de lixo, reutili-
zação de água da chuva para limpeza das
áreas comuns, preparação para hidrôme-
tros individuais, iluminação com senso-
res de presença para áreas comuns.
Além do retrofit do velho convento, o
empreendimento inclui a construção de
duas torres residenciais, com um total
de 220 apartamentos, com metragens

Setembro 2014 / 29
MATÉRIA DE CAPA - Construção imobiliária

XX Obras de retrofit do
velho Cine Marabá, no
Centro de São Paulo

que variam de 85 m² a 105m² e unidades


de três e quatro quatros. Há ainda uma
segunda área de lazer com piscina, sau-
na, churrasqueira, sala de música, salão
gourmet e quadra de esportes.
Foram investidos cerca de R$ 4 mi-
lhões no Retrofit e na construção. To-
das as unidades de lofts foram vendidas
no lançamento.

Velho cinema de cara nova


Um exemplo típico, e bem sucedido,
de Retrifit, foi realizado no Cine Ma-
rabá, localizado na Avenida Ipiranga,
Centro antigo de São Paulo. O prédio
tombado, construído na década de
1940, abrigava salas de exibição no eixo retiradas cerca de dez camadas de tintas Hotel de luxo
da Avenida São João, na antiga Cinelân- até ser encontrada a cor original, bege. O imponente prédio em estilo art déco
dia paulista. O objetivo da construção Apesar de nenhuma parede poder ser e art nouveau, inaugurado em 1930, em
era restaurar as características do edifí- derrubada, outras foram construídas. A plena Praça Castro Alves, coração de
cio e modernizá-lo, mantendo, porém, a maior mudança foi a divisão da antiga Salvador (BA), onde funcionava a sede
fachada, piso do hall e cor de colunas, sala de cinema. A plateia inferior foi di- do jornal A Tarde, em breve retomará
exigências do Departamento do Patri- vidida em três salas e, a parte superior, os seus dias de glória. Após décadas de
mônio Histórico. em duas. Assim, o que era uma sala com abandono, o edifício com seus 4,4 mil m²
Para isso, o procedimento foi cirúr- 1.655 lugares virou cinco com 1.022. de área construída passa por um comple-
gico. No piso, por exemplo, foi retirado As intervenções incluíram, ainda, a xo processo de Retrofit, para receber o
o granito que havia sido colocado por atualização elétrica e hidráulica do pré- novo Hotel Fasano, referência mundial
cima do parquet original. Nas colunas dio e instalação de moderno sistema de em hotelaria de luxo. O projeto é priva-
do hall de entrada e mezanino, foram ar-refrigerado. do e pertence à incorporadora espanhola
Prima Empreendimentos Inovadores.
WW Após Avaliado em R$ 40 milhões, o hotel terá
décadas de 60 quartos – quatro deles serão masters
abandono, suítes de 33m² –, além de restaurante
o prédio do café na varanda da frente do hotel, bar,
jornal A Tarde
piscina, business center, sala de exercí-
é preparado
para se cios, SPA e loja de conveniência. Ga-
transformar nhará um novo andar sobre a cobertura
em hotel de atual, além de um mezanino no térreo,
luxo aproveitando o pé-direito duplo e a divi-
são dos andares do subsolo.
Tombada pelo Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (Iphan), a fachada
do antigo edifício será preservada e va-
lorizada no novo hotel. Serão mantidos,
restaurados e preservados elementos de
decoração interna como detalhes do teto
e paredes.
Os cerca de 130 profissionais contra-
tados, segundo previsão, receberão trei-
namento especial para atender ao nível
exigido pelo empreendimento.

30 / Grandes Construções
MATÉRIA DE CAPA - Construção imobiliária

No Itaim, retrofit é
orientado por requisitos
da certificação LEED
Prédio abandonado em área nobre de São Paulo é modernizado
a partir de intervenções orçadas em R$ 25 milhões
Modernizar um antigo edifício para rias que atendam a demanda dos novos de 2007. A premissa básica do retrofit é
adaptá-lo a uma nova ocupação. Esse ocupantes. A empresa tem atualmente orientada pelos requisitos da certificação
modelo de negócio é um dos nichos ex- um portfólio que inclui principalmente Leadership in Energy and Environmen-
plorados pela São Carlos. Em 2010, a edifícios de escritórios padrão classe A tal Design – Leed de sustentabilidade,
empreendedora adquiriu o Edifício Bar- e lojas de varejo, localizados nos Estados incluindo itens para redução do impacto
ros Loureiro, localizado na Avenida 9 de de São Paulo e Rio de Janeiro. Começou ambiental, tornando mais eficientes o
Julho, no bairro do Itaim Bibi, uma das a operar em 1999 a partir da cisão dos uso de recursos como energia elétrica,
mais movimentadas e nobres regiões de ativos imobiliários das Lojas America- iluminação e ar condicionado, transfor-
São Paulo. O edifício, que estava desati- nas, e hoje é uma companhia de capital mando-o em imóvel padrão AAA. Além
vado havia três anos, foi comprado por aberto com ações listadas no Novo Mer- do retrofit, o empreendimento inclui um
R$ 39 milhões e recebeu investimento da cado da BM&F Bovespa. edifício garagem em terreno contíguo,
ordem de R$ 25 milhões para adaptar-se O retrofit do Barros Loureiro reati- que já pertencia à São Carlos, elevando
às novas demandas físicas das áreas co- vou o imóvel, que estava sem uso des- de 92 para 271 o número de vagas.
merciais, garantindo maior conforto ao
ocupante, economia de manutenção e
acesso às novas tecnologias.
A São Carlos é uma das principais em-
presas de investimentos e administração
de imóveis comerciais do Brasil. Seu ob-
jetivo é maximizar a receita de aluguel
dos imóveis e o valor do seu portfólio. A
sua estratégia de negócios inclui: investir
em imóveis comerciais inserindo melho-

XX Imagens mostram a fachada do


prédio antes e depois das intervenções

32 / Grandes Construções
A região do Itaim e Vila Olímpia agre- rantir a integridade das informações para fibra de carbono, material que garan-
ga um dos principais polos empresariais o início das obras. Segundo Pulcinelli, a te alta resistência, baixo peso próprio,
da cidade, onde há forte demanda pela Matec trabalhou em conjunto com esses grande durabilidade e capacidade de as-
locação de lajes corporativas. Atualmen- profissionais para garantir a aplicação de sumir formas complexas’, destacou Pul-
te, o valor de locação para imóveis como soluções industrializadas e racionalizadas. cinelli. O sistema é utilizado em obras
este na região, de acordo com a consul- Segundo ele, a dificuldade principal, residenciais, comerciais e industriais e a
toria CB Richard Ellis, pode alcançar R$ em caso de retrofit, é sempre adaptar a aplicação da manta de carbono é rápida
150/m2 por mês. legislação antiga à vigente. Outro ponto e prevê uma camada de preparador de
crítico fica por conta do encaixe de insta- superfície, massa reparadora, epóxi sa-
Alterações cirúrgicas e uso de lações modernas em um pé direito proje- turante e, finalmente, a fibra de carbono.
pré-moldados tado para estruturas da época. Os compósitos de fibra de carbono resis-
Após adquirir o edifício, o investidor Uma das principais preocupações da tem a tensões de tração de até 4.500 MPa
contratou a construtora Matec para ficar à Matec consistiu em garantir a estabili- (aproximadamente dez vezes mais que o
frente do retrofit. “A partir disso fizemos dade da estrutura existente. “Para isso, aço de construção), podem apresentar
alterações para adaptar o prédio às atuais fizemos o estudo do projeto e contrata- módulo de elasticidade de 230 GPa.
necessidades de mercado e legislação vi- mos consultores especializados em de- Preocupados com a melhoria da pro-
gente. Também fizemos adaptações pen- sempenho de concreto para averiguação, dução e do produto final, a empresa
sando nos requisitos da certificação Leed e garantia dos processos de recuperação continuou a avaliar o projeto original e
de sustentabilidade, destaca Marcelo Pul- estrutural”. Com os processos construti- os desafios que viriam pela frente. “Nós
cinelli, diretor de Engenharia da Matec. vos e ciclos de demolições definidos, e deparamos com algumas adversidades,
O desenvolvimento do retrofit teve iní- consultores tendo identificado todas as como algumas furações, que até então
cio em 2011, quando a empresa convidou recuperações estruturais necessárias, a serviam para uso de instalações prediais
a participar do projeto os principais proje- empresa partiu para as próximas etapas. antigas e que agora deveriam servir para
tistas da concepção original – fundações, “Fizemos o reforço estrutural e a re- as novas, mais modernas e sustentáveis.
estrutura e arquitetura – no intuito de ga- constituição da estrutura existente em Além disso, tivemos um grande desafio na
MATÉRIA DE CAPA - Construção imobiliária

SS Características arquitetônicas
SS Uso do BIM permitiu projeção e planejamento das intervenções foram mantidas em novo projeto

hora de executar o novo prédio, que seria turas, sem garantias de qualidade. A se- a restrição de espaço por conta do forro
interligado ao hall do prédio existente”. gunda opção era a utilização de um siste- proposto fizeram com que o desenvolvi-
Com a expertise conquistada nos ma próprio para a retirada dos caixilhos, mento do projeto de produção apresen-
outros retrofits e ampliações realizadas desenvolvido pela equipe de engenharia tasse mais restrições e exigisse um nível de
anteriormente, a empresa decidiu usar da empresa e validado pelos consultores. detalhamento mais minucioso em relação
o Laser Scanning e a metodogia BIM A partir daí, decidiu-se pela não reti- ao projeto executivo. O uso do modelo
para avançar com os estudos sobre o rada dos contramarcos existentes com com as informações do prédio real, dos
prédio. Com esse material foi possível posterior regularização da diferença do projetos executivos e de projetos de pro-
fazer a simulação de como seria o pro- vão em placa cimentícia e alinhamento dução foram amplamente discutidos até
jeto, pavimento por pavimento. Esse externo do canto vivo em EPS. “A di- a conclusão da sua compatibilização, que
procedimento é importante para definir ferença do resultado entre um sistema e contou com a participação da engenharia
as cotas osso e a cota acabada, e possi- outro foi claramente percebida no protó- de todas as instaladoras contratadas para
bilita a avaliação da melhor utilização tipo executado. execução dessa obra.
por unidade. Para o cliente, o produto O sistema de ar-condicionado foi de- Para o diretor de engenharia, um dos
é avaliado laje por laje, e esse processo senvolvimento em VRV, cujo processo pontos mais críticos, no entanto, foi a
garante mais satisfação para o cliente na de instalação é muito simples e gera eco- fase de inserção das facilities e tecnolo-
entrega da obra. nomia de tempo e mão de obra. Também gia nas estruturas físicas de um retrofit.
A obra demandava alguns trabalhos mantivemos as características arquite- ‘A face moderna foi trabalhada antes do
artesanais, como a substituição dos cai- tônicas originais do empreendimento, nosso escopo, durante a fase de projeto
xilhos alinhados externamente por cai- com baixo nível de ruído e de consumo com a gerenciadora da obra. A empresa
xilhos de alinhamento interno. Para isso, elétrico, de acordo com as especificações recebeu o projeto pronto com todas as
existiam duas alternativas: a destrutiva do selo Leed.”, destacou Pulcinelli. questões de sustentabilidade já defini-
e a não destrutiva. “Na primeira, nos A compatibilização entre as instalações, das pela gerenciadora, e deu cota do re-
preocupamos com a integridade dos as- a limitação do uso dos furos existentes e cado’, finalizou Pulcinelli.
pectos técnicos e com a qualidade”, dis-
se o engenheiro. Uma vez que todos os
caixilhos fossem retirados, os danos ao
revestimento da fachada original seriam
muito grandes.
Como o revestimento existente era
muito espesso para os padrões previstos
na legislação, sua recuperação se torna-
ria mais complexa. Além disso, a região
compreendida no trecho do revestimen-
to recuperado até o do antigo estaria
sujeita a um alto índice de patologias fu-

XX Retrofit adotou requisitos de


sustentabilidade de acordo com
especificações do selo LEED

34 / Grandes Construções
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MATÉRIA DE CAPA - Construção imobiliária

WW Flagrante
do momento da
concretagem
da cobertura
imitando o
movimento das
ondas, sobre
o prédio ainda
em obras

Dois prédios, duas histórias


e um case de sucesso
Dois prédios construídos em épocas ro e a Fundação Roberto Marinho, com entre eles. A cobertura, que parece flu-
diferentes, com estilos distintos, que se curadoria geral do celebrado crítico Pau- tuar sobre os dois edifícios, assume esse
encontravam abandonados há anos, fo- lo Herkenhoff. O projeto arquitetônico é papel, estabelece um traço de união entre
ram unidos e recuperados, com a utiliza- do escritório Bernardes+Jacobsen Arqui- ambos. Além disso, ela é um grande abri-
ção de recursos de retrofit, para abrigar o tetura, com cálculo estrutural de Bruno go para todos os que chegam ao prédio”.
Museu de Arte do Rio (MAR) uma das Contarinni para a cobertura em concreto, As obras começaram em março de 2010,
âncoras culturais do programa de requa- imitando os movimentos das ondas do pelo palacete, com tombamento munici-
lificação urbana na Região Portuária do mar, instalada sobre os edifícios. pal, abandonado por mais de 10 anos. De-
Rio de Janeiro, conhecido como Porto O empreendimento foi iniciado no fi- teriorado e desqualificado do ponto de vis-
Maravilha. Os prédios em questão são o nal de 2009 e inaugurado em março de ta arquitetônico, ele ia mostrando as reais
Palacete Dom João VI, de estilo eclético, 2012. A princípio, a ideia era restaurar dimensões do desafio, na medida em que
construído em 1916, e o seu vizinho, em apenas o palacete, a fim de transformá-lo
estilo modernista, construído no final da em uma pinacoteca. Mas tanto a prefei-
década de 1940, ambos localizados na tura quanto Fundação Roberto Marinho
Praça Mauá. O grande desafio do empre- perceberam que o projeto poderia ser
endimento era justamente unir prédios muito maior, agregando o prédio vizi-
tão diferentes, tornando-os um conjunto nho. De acordo com a arquiteta Claudia
arquitetônico singular onde, além do mu- Continho, Coordenadora de Projetos da
seu, passou a funcionar a Escola do Olhar. Fundação Roberto Marinho, responsá-
O complexo se propõe a criar projetos vel pela supervisão das obras e do proje-
de educação e arte envolvendo professo- to do complexo, os prédios eram muito
res, educadores e alunos da rede pública diferentes também do ponto de vista
de ensino. O empreendimento é fruto da estrutural e com acabamentos diversos.
parceria da Prefeitura do Rio de Janei- “Nosso desafio era promover um diálogo

36 / Grandes Construções
XX Fachada do conjunto arquitetônico que
recebeu o MAR e a Escola do Olhar

os trabalhos avançavam. O prédio foi cons-


truído com lajes muito finas em concreto,
que tiveram de ser recuperadas e reforça-
das. Havia ambientes muito pequenos,
subdivididos, cujas paredes precisaram ser
demolidas para dar lugar aos oito salões de
exposições do museu.
Felipe Menezes, engenheiro da Con-
crejato, que atuou como gerente das treliça e lajes bastante esbeltas. A única ma altura. “Isso contribuiu para dar essa
obras civis, desde a recuperação e refor- laje nova no palacete D. João VI é a da identidade única ao conjunto”.
ço das estruturas para recebimento da cobertura, uma vez que antes havia um Outro desafio aconteceu na constru-
cobertura fluida, até os acabamentos fi- telhado, que precisou ser retirado”, co- ção do auditório. “Tiramos um grande
nais e adequações, descreve o que foi fei- menta o engenheiro da Concrejato. segmento de laje, bem como alguns pila-
to para reforçar a estrutura do palacete. Toda a rede de utilidades – sistemas de res, o que nos obrigou a fazer outros re-
“O prédio é todo estruturado em tijolos. iluminação, refrigeração, som, rede hi- forços estruturais. Foi um trabalho muito
Com a demolição de parte de suas pare- dráulica, incêndio, etc. – foi instalada em detalhado, realizado com a participação
des internas, foi construída uma escada dutos (shaft) localizados nas laterais do do engenheiro Gilberto Filizola e com a
interna em concreto armado, muito pe- palacete, de forma a ficarem ocultos, pre- verificação do projeto feita pela equipe
sada e estaqueada, que passou a exercer servando a estética do palacete. O siste- da Injet, de São Paulo”, diz Claudia.
a função estrutural. Essa escada, com seu ma foi planejado de forma a assegurar o Também foi uma tarefa desafiadora a
balanço, suporta parte do peso de uma funcionamento autônomo de cada salão. instalação da passarela metálica que in-
passarela que foi construída na cobertu- Cada um pode ser usado enquanto os de- terliga os dois prédios pelos seus terraços,
ra do prédio, ligando-o ao seu vizinho”. mais estiverem em fase de montagem de de onde se tem uma visão privilegiada da
Outra intervenção pesada foi necessá- uma exposição, por exemplo. Baia de Guanabara. A estrutura metálica
ria para suportar a construção da cober- O prédio modernista também exigiu tem cerca de 40 toneladas e foi produzidas
tura fluida que imita o movimento do cuidados especiais. “Ele nos oferecia em três seções, soldadas no local. A pas-
mar. Essa cobertura teria um descarre- mais liberdade para agir, mas nos re- sarela é apoiada, no Palacete Dom João
gamento de peso muito grande em cima servava outras dificuldades. Não tínha- VI, em uma laje em balanço, que parte das
do palacete. Por isso foi feito um reforço mos nenhuma informação técnica do novas escadas de concreto. Já na Escola do
de fundação, com estacas e estruturas edifício, não conseguimos levantar sua Olhar, ela sai de vigas protendidas, cons-
metálicas que partiam do térreo até a documentação, desconhecíamos todas truídas especialmente para segurá-la.
cobertura, servindo de apoio para o peso as questões de estruturas envolvidas na
adicional que ela representava. obra. Para compensar, executamos uma A onda em concreto
As estacas foram arrasadas bem abai- série de prospecções, para entender as A instalação da cobertura fluida era
xo, onde nascem os blocos de coroamen- dimensões das lajes, por exemplo”, lem- o arremate que faltava. Mais que um
to, de onde subiram os pilares metálicos. bra Claudia Coutinho. detalhe, ela foi um dos maiores desa-
“O calculista conseguiu manter as estru- “Encontramos um prédio com lajes fios estruturais enfrentados nos últimos
turas originais da construção, já que o duplas, coisa rara hoje em dia. Havia anos pela Concrejato, como conta Felipe
prédio, apesar de bem antigo, possui co- toda uma estrutura em concreto em bom Menezes. Com 1.650 m2 de área plana,
lunas metálicas originais, com sistema de estado, com pouca degradação, exigindo mais de 70 toneladas de aço, 320 m3 de
apenas reparos pontuais. Não foi neces- concreto, ela exigiu uma solução criativa
TT Colocação das armações para a sário fazer reforço estrutural. Mas os ele- para ser executada: a concretagem foi fei-
construção da “onda de concreto” vadores antigos foram demolidos, bem ta a partir de uma forma de isopor, elabo-
como as escadas antigas, dando lugar a rada por um artesão com larga experiên-
novas escadas e caixas de elevadores, em cia na confecção de alegorias para escolas
paredes de concreto, que concederam ao de Samba do Carnaval do Rio de Janeiro.
prédio um contraventamento e um refor- A forma foi feita com 1.800 m3 de iso-
ço suficientes para sua nova utilização”, por, esculpida em um galpão e transpor-
descreve o engenheiro. tada em partes, para a montagem no alto
Claudia lembra que acima do quinto dos prédios. A execução da concretagem
pavimento do prédio modernista havia mobilizou 90 profissionais e foi realizada
mais um andar, que foi suprimido para de uma única vez, em 13 horas ininter-
que os dois prédios ficassem com a mes- ruptas de trabalho, algo inédito no Brasil.

Setembro 2014 / 37
MATÉRIA DE CAPA - Construção imobiliária

Vila Itororó, um resgate


da memória de São Paulo
Imóvel da década de 1940 será recuperado com projeto de Décio
Tozzi e Benedito Lima de Toledo, com proposta de se tornar um
espaço destinado às
atividades culturais
A Vila Itororó, localizada na Bela Vista,
região central da cidade de São Paulo, é um
conjunto arquitetônico da década de 1920,
com singular componente histórico e urba-
no, que teve a mesma trajetória de outros
edifícios remanescentes da época: ao longo
do tempo deteriorou-se e foi abandonado à
própria sorte. A vila, formada por 37 casas,
foi construída pelo empreiteiro português
Francisco de Castro, entre 1922 e 1929, a
partir de material de demolição do antigo
Teatro São José. Foram reaproveitadas co-
lunas gregas e outros elementos.
A construção foi pioneira no Brasil, jus-
tamente por aproveitar material “recicla-
do”. Além disso, inovou ao criar uma pis-
cina particular com água vinda do Riacho Décio Tozzi e Benedito Lima de Toledo, O conjunto inclui a casa principal com
Itororó, algo inexistente na época. foi desenvolvido em 1974 e aprovado pe- colunata (vários níveis); casa das carran-
Mesmo tendo seu mobiliário desa- los órgãos de preservação em 2010. cas; jardins com pista para espetáculo ou
parecido e suas instalações invadidas e As intervenções se encontram na pri- dança pública; área esportiva (bola ao
ocupadas irregularmente para moradia, meira em sua etapa – que deve se esten- cesto, piscina, playground); casas várias.
a edificação acabou tombada pelos ór- der até outubro deste ano – e compreen- O objetivo enfatizado por Tozzi é devol-
gãos de patrimônio histórico munici- dem análise estrutural das edificações, ver à população uma área remanejada
pal, o Conpresp (Conselho Municipal limpeza geral do terreno, instalação do para seu lazer/cultura sem perda de sua
de Preservação do Patrimônio Históri- canteiro de obras, drenagem do solo, rentabilidade pelo município, que, com
co, Cultural e Ambiental da Cidade de demolições e remoção de entulho. Tam- as rendas obtidas nos aluguéis dos diver-
São Paulo), e o estadual, o Condephaat bém será iniciado o trabalho de conso- sos imóveis, tornará a Vila Itororó autos-
(Conselho de Defesa do Patrimônio His- lidação das construções que compõem suficiente para sua preservação, conser-
tórico Arqueológico, Artístico e Turísti- o conjunto arquitetônico. Essa fase está vação e gastos administrativos.
co). No entanto, vários projetos de recu- prevista para ser concluída em dois anos.
peração foram se arrastando ao longo do As diretrizes de uso do conjunto após Reconstrução do passado
tempo. Agora, um deles deve finalmente o restauro levam em consideração aspec- Para o arquiteto Décio Tozzi, um dos
sair do papel, depois que a prefeitura de tos como a reprodução da diversidade autores do projeto, a cidade de São Pau-
São Paulo selou uma parceria com o ban- cultural da cidade como uma típica “vila lo, passa por uma evolução única na his-
co Itaú Unibanco e com a Construtora paulistana”. O projeto prevê espaços de tória do urbanismo com característica
Camargo Corrêa, por meio da Lei Fede- lazer e convivência, incluindo museu “autofágica”. “A velocidade desse quadro
ral de Incentivo à Cultura. multimídia sobre a Vila Itororó e a histó- de transformação urbana apresenta um
Serão investidos R$ 4 milhões para re- ria de São Paulo na década de 1920, além sentido predatório, voraz em seu aspec-
cuperar o palacete e as mais de 20 casas de residência artística, salas de ensaio, to especulativo, trazendo consequências
construídas na década de 1920. O proje- espaços de cinema, teatro, dança, circo, desastrosas à qualidade do meio ambien-
to de restauro, de autoria dos arquitetos oficinas e playground para crianças. te e à preservação do patrimônio cultural

38 / Grandes Construções
WW Construção em diversos níveis, porém não necessaria-
antiga aproveitou mente desvinculada do aspecto de renta-
elementos de bilidade econômica que além de tornar o
demolição de
projeto viável também faria com que ele
teatro da época
e criou um servisse de módulo para futuras realiza-
empreendimento ções nessa direção em nossa capital”.
de características
singulares História
O mestre de obras Francisco de Cas-
TT Vila Itororó – tro, gerente de uma indústria de tecidos
espaço urbano em Americana, transferiu-se para São
reconquistado
Paulo em meados do século 19. Homem
para uso público
social, tinha o costume de promover fes-
tas e reuniões enquanto ampliava seu pa-
lácio gradativamente. “Era determinado
e preciso o espaço do sonho ascensional.
Os materiais comprados em demolições,
tendo como base o antigo Teatro São
José, foram reinterpretados na “colagem”
que conferiu ao conjunto um caráter
singular pela irregularidade do desenho
e, pelas associações oníricas de ornatos,
carrancas femininas, esculturas de ani-
mais e cariátides”, resume Tozzi.
Segundo ele, a ênfase dada nas pro-
porções da casa principal em busca do
monumental, as gigantescas colunas, os
detalhes figurativos conotando defesa da
propriedade, o erotismo e as fantásticas
associações de elementos decorativos, ao
da cidade. Os códigos arcaicos e a falta laterais entre as casas se configuram nos lado de um desenvolvido conhecimento
de preocupação dos poderes públicos moldes de piazzetas com equipamentos construtivo e apurada técnica artesanal,
com os aspectos de documentação e pre- comunitários, e os acessos nas escarpas evidenciam os elementos de contradição
servação deixaram São Paulo desprotegi- foram solucionados com o uso de arri- do mestre Castro: o impossível sonhado
da diante desse processo de devastação”, mos descendentes que formam suces- e a realização deformada.
destaca ele. sivos planos de jardins desde o nível da Seu discernimento de mestre come-
A Vila Itororó, a meia encosta do vale vertente (Rua Martiniano de Carvalho) çou pela escolha do sítio onde havia uma
do Itororó, segundo ele, destaca-se na até o espaço comunitário axial do nível nascente com água de boa qualidade.
paisagem urbana paulistana justamente inferior da vila”, destaca Tozzi. Tal carac- Tirou partido desse fato: construiu uma
“por sua feição original, de ecletismo ou terística levou a uma “colagem” de sur- piscina, equipamento de lazer sem pre-
mesmo bizarria, do ponto de vista ar- preendente originalidade, com um acen- cedentes em casas particulares de São
quitetônico, refletindo um aspecto inco- to onírico e pitoresco, que passou a ser Paulo. Em seu projeto de ostentação,
mum do imigrante enriquecido e, nesse identificado espontaneamente como a planejou uma casa de banhos, um espa-
caso específico, imaginoso”. Vila Surrealista. “A nascente que havia na ço para projeções cinematográficas e até
Com disposição irregular, topografia área foi aproveitada por seu construtor um cassino que não pôde ser realizado,
acidentada característica dos vales de para a implantação da primeira piscina pois ele contraiu tuberculose e faleceu,
São Paulo, a área onde se implantou o particular da cidade, que posteriormente e o imóvel foi tomado pelos credores.
conjunto relaciona-se com a paisagem se transformou em equipamento de lazer Posteriormente, foi feita a doação do
local sem se submeter aos traçados con- da vizinhança”, conta o arquiteto. conjunto a uma instituição de caridade,
vencionais. “A organização da vila, em Segundo Tozzi, a proposta para uma Santa Casa de Indaiatuba - fato que im-
torno de um eixo central, de traçado si- destinação sociocultural da Vila Itororó pediu a descaracterização, mas não a de-
nuoso, valorizando o espaço interno no foi desenvolvida com base no tripé fun- terioração e o extravio de bens móveis.
nível inferior da área, apresenta uma sin- ção de descanso, função de divertimento, Abandonada, a vila foi apropriada para a
gela e movimentada volumetria que evo- recreação e entretenimento. “Essa tríplice habitação coletiva de caráter subumano
ca as soluções de Alfama e inúmeras vilas função poderia ser alcançada nesse proje- e somente agora tem seu valor arquitetô-
e aldeias mediterrâneas. Os patamares to, por meio de uma destinação cultural nico e histórico resgatado.

Setembro 2014 / 39
logística

Novidade para as
ferrovias brasileiras
GE Transportation Atenta às perspectivas de desenvolvi-
mento da infraestrutura de transporte
mente 80% da malha ferroviária do País.
“A nova locomotiva suprirá uma impor-
lança locomotiva para sobre trilhos no Brasil, com as novas con-
cessões ferroviárias, a GE Transportation
tante demanda do mercado nacional de
transportar mais carga com menos custos
ferrovias de bitola acaba de lançar a locomotiva Evolution em ferrovias de bitola métrica, além de
métrica e motor em ES43BBi. A máquina será produzida no
Brasil e atenderá a demanda de clientes
ser uma oportunidade de substituir loco-
motivas antigas, de 1970 e 1980. A ES-
corrente alternada, que buscam uma locomotiva de alta per-
formance, desenvolvida especificamente
43BBi da GE irá operar com uma maior
eficiência, emitindo até 80% a menos de
fabricada no Brasil, para atender as características das fer- poluentes”, afirma Marc Flammia, Diretor
podendo ser financiada rovias de bitola métrica do País. Atual-
mente não existe no mercado brasileiro
de Tecnologia da GE Transportation.
A máquina ainda possibilita a significa-
pelo BNDES uma locomotiva para bitola métrica com
oito eixos, tecnologia de corrente alter-
tiva redução no consumo de combustível
em relação às máquinas que hoje estão em
nada (AC) e dimensões adequadas para circulação e aumenta em mais de 100% a
atender condições restritas que são ca- capacidade de carga. O controle de tra-
racterísticas das ferrovias brasileiras. Até ção de eixo individual possibilita ainda
o momento, esse segmento de mercado melhor capacidade de aderência e maior
era atendido por locomotivas com moto- confiabilidade no despacho de trens.
res de tração de corrente contínua (DC), A nova locomotiva utilizará o motor
como a D9-40 BBW da companhia. a tração para bitola métrica, anunciado
A locomotiva de oito eixos para fer- pela GE em outubro de 2013, que pro-
rovias de bitola métrica possibilita uma porciona até o dobro da capacidade de
grande redução de custo operacional, tração, utilizando de melhor forma o es-
visto que possui, além de motores de tra- paço disponível na bitola estreita em re-
ção com a tecnologia AC, um motor die- lação aos motores de correntes contínua.
sel de maior eficiência energética, que O modelo terá índice de nacionalização
necessita de menor custo de manuten- superior a 60% para atender as normas
ção. Além disso, possibilita uma grande de financiamento do BNDES.
redução de investimento na frota, já que
duas ES43BBi podem substituir de três a Nacionalização crescente
cinco máquinas com seis eixos. No início do ano, a GE Transporta-
Atualmente, o Brasil tem uma exten- tion entregou à Brado Logística – em-
SS Fábrica da GE Transportation em são de 23 mil quilômetros em ferrovias de presa especializada no transporte mul-
Contagem (MG) bitola métrica, o que representa pratica- timodal e armazenagem, com ênfase

40 / Grandes Construções
XX Locomotivas Dash9 produzida
pela GE para a Brado Logística

na movimentação de contêineres – três


novas locomotivas Dash9 com índice
de nacionalização superior a 50%. As
máquinas, fabricadas na planta da GE
em Contagem (MG), marcaram o início
do Plano de Nacionalização Progressiva
(PNP), assinado pela montadora com o
BNDES. O acordo fechado em 2012 tem
duração de três anos e prevê alcançar ín-
dice de nacionalização de até 60% para o
modelo de locomotiva de bitola métrica.
As máquinas visam o transporte de car- para a fábrica de Contagem, no período Plano de Nacionalização
ga na região Sul do País. A parceria entre 2008-2013. Progressiva (PNP)
a Brado Logística e a GE Transportation “A GE está totalmente comprometida O Plano de Nacionalização Progres-
faz parte dos planos da Brado de ampliar em trabalhar pelo desenvolvimento de siva (PNP) do BNDES é um programa
o volume de containers transportados a locomotivas e equipamentos para atender
progressivo com metas de nacionalização
cada ano. “O incremento da frota com as à crescente demanda do País em infraes-
anuais. Por meio dele, fabricantes aces-
locomotivas da GE está totalmente ligado trutura ferroviária. É uma grande satisfa-
sam linhas de financiamento com prazo
à estratégia de ampliar o volume e o nível ção participar desse movimento e apoiar
de até 10 anos para pagamentos e taxas
de serviço das nossas operações logísticas. as operações da Brado com a tecnologia
necessária para a expansão de suas ope- de juros de 3,5% ao ano.
Contamos com a parceria da GE para su-
rações”, afirma Rogério Mendonça, presi- “A parceria com o BNDES para a nacio-
portar nosso rápido crescimento e nos aju-
dente e CEO da GE Transportation. nalização de locomotivas introduz novas
dar a mudar a forma que contêineres são
transportados no Brasil”, afirma José Luís O contrato com a Brado envolve a tecnologias na cadeia nacional e ajuda a
Demeterco, presidente da Brado Logística. compra da Dash9, modelo voltado para transformar o País em um polo de produ-
A GE investiu US$ 20 milhões no pro- a bitola métrica, com oito eixos em pla- ção no segmento ferroviário. Entendemos
jeto de nacionalização para a expansão da taforma articulada, o que favorece a ope- que o plano é uma oportunidade para fo-
fábrica e no desenvolvimento de fornece- ração em trechos sinuosos. A locomotiva mentar a indústria ferroviária brasileira e
dores nacionais, que receberam treina- combina alto esforço trator com baixo ainda facilitar a aquisição das locomotivas.
mento e homologação para atender essa peso por eixo e é a única da categoria Desta forma, todos ganham”, finaliza Ro-
demanda. O aporte faz parte do plano de equipada com tanque de combustível gério Mendonça, presidente e CEO da GE
investimentos de US$ 35 milhões da GE com capacidade de 15 mil litros. Transportation para a América Latina.
coluna khl

Visão geral da
construção no mundo
A receita global de construção deverá crescer quase 4% neste ano,
e o mercado mundial deverá movimentar cerca de US$ 8,5 trilhões.
A América Latina responde por cerca de 9% desse total, uma taxa
de crescimento um pouco abaixo da média.
*Chris Sleight
Calcular o tamanho do mercado re- da faixa, excluindo esses fatores, o total trilhões ou 16% do total. As economias
gional e global de construção não é uma ficaria em torno de US$ 6 trilhões. desenvolvidas da Ásia e Australásia tota-
tarefa fácil. É difícil conseguir os dados Para os objetivos deste artigo, traba- lizam cerca de US$ 910 bilhões ou 14%
de cada país e há uma grande discussão lhamosei com um total de US$ 6,5 tri- do total.
sobre a metodologia a ser adotada, des- lhões, que pode ser um pouco conser- Em seguida, aparecem as regiões me-
de os pontos básicos sobre o que deve vador, mas que atende às regras básicas nores em desenvolvimento, das quais a
ser considerado como construção, até gerais de determinação dos valores do América Latina é a maior, com cerca de
assuntos técnicos como quais taxas de mercado e que corresponde a 10% do US$ 855 bilhões ou 9% do total mun-
câmbio devem ser usadas, se devem ser PIB de cada país. dial; Oriente Médio e Norte da África,
incluídos no total os impostos que inci- Usando esse critério, estimamos que com US$ 390 bilhões ou 6% do total;
dem sobre a compra de equipamentos, os maiores mercados do mundo são: Comunidade do Leste Europeu (CLS),
etc. Algumas estimativas determinam Europa, com US$ 1,625 trilhões ou 25% com US$ 260 bilhões ou 4% do total;
um valor em torno de US$ 8,5 trilhões do total; países em desenvolvimento na e África Subsaariana, com US$ 130 bi-
para o mercado global, incluindo todos Ásia (inclusive China e Índia), com US$ lhões ou 2% do total.
os impostos e taxas que incidem sobre a 1,495 trilhões ou 23% do total; e Esta- Em termos de expectativa de cres-
cadeia da construção. No outro extremo dos Unidos e Canadá, com US$ 1,040 cimento do mercado para este ano, os

Crescimento da construção no mundo em 2014

+
3.5%
+
0.1%
6.0%
+
3.0%
+

+
7.0%
+
4.0%

+
3.5%
6.5%
+

3.9%
+

Média mundial
42 / Grandes Construções
líderes indiscutíveis são os países em de- ano, o que corresponde a um valor extra maiores beneficiários, desde que os in-
senvolvimento da Ásia, com +7,0% e a de US$ 260 bilhões em todo o mundo. vestimentos públicos permaneçam na
África Subsaariana, com uma previsão A previsão de crescimento da América faixa atual.
próxima de +6,5%. A América do Norte Latina (+3.5%) equivale a aproximada-
também parece promissora, com um cres- mente US$ 30 bilhões de obras adicio- (*)Chris Sleight é editor da revista
cimento da construção residencial nos nais na região. International Construction, do Grupo KHL.
Estados Unidos, que causará um aumento Outro ponto que deve ser ressaltado
de aproximadamente+6,0% no total da é que o crescimento da construção nes-
região para este ano. A América Latina te ano manterá a tendência de superar o
ocupa uma posição intermediária, junta- crescimento do Produto Interno Bruto
mente com a CLS e o Oriente Médio e (PIB) global, cuja expectativa, de acordo
Norte da África, com um crescimento de com o Fundo Monetário Internacional
cerca de +3,5% a +4,0%, enquanto que a (FMI) é de +3,0% para este ano. Isso
Australásia desenvolvida tem uma expec- ocorre devido à maior concentração das
tativa de crescimento da ordem de +3,0%. atividades de construção em regiões do
O pior colocado nesse critério de me- mundo onde está havendo ênfase nos in-
dição é a Europa, onde os mercados deve- vestimentos em infraestrutura e constru-
rão crescer somente cerca de +0,1% neste ção residencial, devido ao deslocamento
ano. Pode não ser muito se comparado a de populações rurais para as cidades.
outras regiões, mas é motivo de comemo- Espera-se uma retomada do cresci-
ração, uma vez que significa uma inversão mento do PIB global nos próximos anos,
de tendência, depois de seis anos de que- que deve levar a melhores condições para
da das taxas de construção. o setor da construção. Mais uma vez, as
O volume global de construção deve- regiões em desenvolvimento, como a
rá crescer aproximadamente +4% neste América Latina, deverão estar entre os

Produtividade
ter as melhores
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e segurança mas ter o melhor das


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e certificou mais de 5 mil profissionais
envolvidos na operação de equi-
pamentos para construção e minera-
ção. São mais de 400 empresas no
Brasil e no Exterior, que reconhecem
o Instituto Opus como referência em
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profissionais, conte com a experiência
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Construção enxuta
Encontro realizado em São Paulo promove discussão sobre
inovação no setor a partir de conceitos de excelência operacional
nascidos na indústria automobilística
Lean Construction ou Construção Instituto for Operacional Excelente Bra- objetivo da filosofia Lean é agregar va-
Enxuta é um termo adotado para de- sil (IOpEx Brasil). O evento reuniu 60 lor à atividade da construção, tendo em
signar a aplicação dos conceitos e prin- participantes, de 27 empresas, entre os vista a satisfação do cliente (interno e
cípios do Lean Production (Produção quais, executivos de primeiro escalão das externo) e a eficiência da produção, por
Enxuta), na construção civil. Não se principais construtoras do Brasil, além meio da diminuição dos desperdícios e
trata de uma grande novidade. Na ver- de estudiosos internacionais do assunto. retrabalhos, transparência nos proces-
dade, os conceitos de produção enxuta Em 11 horas de encontro foram re- sos, redução de custos, simplificação das
surgiram na década de 50, no setor da alizadas duas palestras internacionais, atividades, maior qualidade e fluxo con-
indústria automobilística, quando se fez uma palestra nacional e a apresentação tínuo de produção.
necessário gerenciar a produção a partir de quatro casos de sucesso, desenvolvi- Para dar uma visão do cenário interna-
de novos paradigmas e ideias simples e dos no Brasil pelo IOpEX, em parceria cional do setor, a organização do evento
inovadoras, para aumentar a eficiência e com duas grandes construtoras do País: programou as palestraras de Gregory
eliminar desperdícios. Andrade Gutierrez e Carioca Christiani Howell cofundador e ex-presidente do
Mesmo não sendo uma grande novi- Nielsen Engenharia. “Lean Construction Instituto” dos Esta-
dade, a “Filosofia Lean” encontrou no A palestra de abertura – Excelência dos Unidos; e de Roland Springer, Dire-
setor da construção, no Brasil, o terreno Operacional & Lean Construction em tor Geral do Institut für Innovation und
fértil para a sua difusão, conquistando Grandes Obras – foi proferida por Jevan- Management da Alemanha.
grande número de adeptos. Isso ficou dro Barros, Diretor Geral do IOpEx Bra- Os cases de Excelência Operacional &
comprovado durante o 1º Summit In- sil, que falou sobre os princípios da Lean Lean Construction, levados aos partici-
ternacional de Excelência Operacional Construction, seu poder de inovação e pantes do encontro, foram apresentados
& Lean Construction, promovido em sua aplicabilidade. Durante a apresenta- por responsáveis por três grandes obras
7 de agosto, em São Paulo (SP), pelo o ção, foi possível perceber que o principal de engenharia que resultaram grandes
desafios em diferentes frentes. O enge-
nheiro José Grajeda, Superintendente
Nordeste da Andrade Gutierrez, falou
da experiência nas obras da Arena da
Amazônia, em Manaus. Gustavo Mas-
chietto, da Carioca Christiani Nielsen
Engenharia, que foi gerente de contrato
da construção e montagem do Terminal
WW Plateia do encontro formada por
executivos de primeiro e segundo escalão
das maiores construtoras do Brasil

44 / Grandes Construções
de Regaseificação de GNL em Salvador
(BA), para a Petrobras (TRBA) levou Manual inédito é lançado no Brasil
a experiência bem sucedida a partir da
adoção os conceitos lean nas obras. Na Indústria da Construção, nual, denominado “Lean Cons-
Rafael Mesquita, gerente das obras da quando se trata de metodolo- truction & Excelência Operacio-
Usina Termoelétrica Mauá III, em Ma- gias e ferramentas desenvolvidas nal – Sistema de Produção para
naus (AM), executadas pela Andrade para implementação prática em Construção”. O objetivo deste
Gutierrez e Engevix, apresentou o case empresas e obras, principalmen- primeiro material é auxiliar pro-
de excelência no empreendimento. O te aquelas voltadas ao Gerencia- fissionais e estudantes do setor
quarto caso de sucesso ficou por conta mento de Projetos e às adapta- da Construção a entenderem os
do engenheiro Daniel Rizzotti, gerente ções do Lean Manufacturing, a conceitos da Lean Construction
das obras do Arco Metropolitano do Rio
maioria dos materiais didáticos e do Modelo de Excelência Ope-
de Janeiro, executadas também pela Ca-
disponíveis ainda está em fase racional do IOpEx, bem como
rioca Christiani Nielsen Engenharia.
de elaboração e os poucos exis- os Princípios, Metodologias e
Para fechar o dia, o evento contou com
tentes estão em outras línguas Ferramentas de um Sistema de
um Painel de Discussão, dando oportu-
ou possuem enorme dificuldade Produção para a Construção, o
nidade aos presentes de tirarem suas dú-
vidas. “Estamos muito satisfeitos com os para serem assimilados, adapta- qual pode ser implementado
resultados do nosso encontro. Em cada dos e implementados no Brasil. em qualquer segmento e tama-
momento de nossa programação, trou- Para preencher essa necessi- nho de projeto/obra.
xemos um novo olhar sobre o fazer na dade, o IOpEx lançou, durante Este é o primeiro de uma série de
construção do Brasil, dentro da perspec- o 1º Summit Internacional de manuais que o IOpEx Brasil dispo-
tiva de que temos um potencial incrível Excelência Operacional & Lean nibilizará ao longo dos próximos
para crescer e elevar nossa eficiência”, Construction, seu primeiro ma- meses e anos ao mercado.
destacou Jevandro Barros.

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WW Complexidade do projeto arquitetônico,


cronograma apertado e mudanças no escopo
do projeto foram os grandes desafios da
construção da Arena da Amazonia

tiuso, que seja frequentado pela popula-


ção durante toda a semana, e não apenas
durante eventos esportivos e culturais. O
escopo do contrato previa um prazo de
execução de 36 meses, com conclusão
em junho de 2013.
O estádio tem formato circular, com-
preendendo dois anéis de concreto arma-
do onde serão instalados os assentos. A
estrutura metálica (fachada e cobertura)
é revestida por uma membrana de PFTE.
O projeto arquitetônico é inspirado em
um cesto indígena, sendo composta de
perfis caixão soldados. Estes perfis não

Lean Construction possuem formato comercial padrão, e


foram fabricados exclusivamente para a
Arena através de processo de caldeiraria.

na Arena da Amazônia A estrutura não é autoportante durante


sua montagem, e somente ao final da
colocação do anel superior (de compres-
A Arena da Amazônia, situada em ar entre 76% e 89% e pluviosidade de são) é que a mesma consegue se suportar
Manaus, é reconhecida como um dos 2300 mm/ano da região. sem o auxílio de pilares (as torres de es-
mais importantes empreendimentos da Por serem as precipitações atmosféricas coramento serão retiradas).
história recente da construção e enge- intensas e praticamente diárias, várias fo- Isso exigiu uma sequência de monta-
nharia no Brasil, tanto pela sua beleza, ram as interrupções dos serviços durante as gem definida, que não podia ser feita ale-
quanto pelos desafios que sua constru- obras, com perda de tempo na retomada do atoriamente, influindo diretamente no
ção representou. Todos os envolvidos no trabalho e reflexo negativo na produtivida- andamento de toda a obra.
empreendimento concordam que, para de geral. Outro ponto de grande dificuldade foi
garantir os custos previstos, a qualidade Outro fator agravante na execução a execução dos degraus de arquibancada
do empreendimento, a segurança dos da obra foi a baixa qualificação da mão- pré-moldados, com grandes variações di-
colaboradores, a redução de impactos -de-obra local e o alto turnover (relação mensionais entre si, o que necessitava de
ambientais e, principalmente, o cumpri- entre admissões e demissões), da or- constantes paradas para ajustes das formas
mento do prazo, a adoção dos conceitos dem de 11,4%. metálicas na sua execução.
lean foi fundamental. Além das naturais dificuldades de Dada à distância de Manaus dos gran-
Para receber os jogos da Copa 2014, logística e tempo, várias foram as alte- des centros produtores do país (aproxi-
Manaus teria que erguer um estádio rações de escopo do projeto impostas madamente 3500 km de São Paulo) e os
com capacidade para 44.500 espectado- pela FIFA depois de contratada a obra, grandes quantitativos envolvidos (volume
res, a partir de um arrojado projeto de acarretando forte impacto no custo do de concreto armado de 66.225,89 m³), a
engenharia onde se destacam os muitos empreendimento. Mesmo com aumento construtora optou por instalar no cantei-
elementos pré-moldados e a complexa de serviço e custo, a construtora perma- ro de obras uma central de pré-moldados
estrutura metálica de fachada, e a cober- neceu firme no propósito de atender ao de concreto, uma central de armação e
tura revestida em membrana. O princi- prazo improrrogável. uma usina de concreto a fim de atingir a
pal complicador era a sua localização, Para a construção da Arena da Amazô- produção requerida para um cronograma
em plena floresta amazônica, acessível nia, a partir de um projeto básico que in- tão apertado. A central de pré-moldados
apenas por via fluvial e aérea. Além dis- cluía a demolição do estádio existente, a chegou a produzir 880 peças por mês, en-
so, Manaus apresenta condições climá- Andrade Gutierrez apresentou proposta tre degraus de arquibancada, vigas planas,
ticas que reduzem consideravelmente de R$ 500 milhões. O projeto executivo lajes Pi e vigas inclinadas.
a produtividade em relação aos índices do estádio foi contratado junto ao es- Ocorreu, porém, que durante o deta-
de referência do restante do País. Isto critório alemão GMP (Architekten Von lhamento do projeto começaram a que
se dá devido às elevadas temperaturas Gerkan, Marg und Partner), prevendo a surgir mudanças de especificação dita-
(entre 24° e 37°), umidade relativa do edificação de uma moderna arena mul- das pela FIFA. Foi o caso da chamada

46 / Grandes Construções
XX Foto aérea da Arena
da Amazonia com a
cobertura já finalizada

curva de visibilidade dos estádios, al-


terada já na fase de projeto executivo
para adequar as arquibancadas a novos
parâmetros. As placas de propaganda,
por exemplo, tiveram sua altura aumen-
tada de 0,9m para 1m, assim como a
distância à linha demarcatória do gra-
mado reduzida de 5m para 4m (Fig. 4).
Como é forçoso que todos os assentos
da arena tenham visão total das quatro
linhas do campo, um rápido exercício
de geometria mostra que essa simples passando pela construção e até a operação - Otimização da Central de Armação –
mudança dimensional afetava o arranjo do empreendimento. Layout, fluxos, sistema puxado, balancea-
das arquibancadas, causando com isso Todas essas imposições tiveram como mento e logística
muitos são os reflexos na dimensão dos resultado um representativo aumento nos - Gestão da Rotina
degraus, quantidade de assentos, loca- custos e ajustes de projeto. Os quantita- - Controle da Rotina
ção dos blocos de fundação, etc. tivos subiram bastante, porém tendo que - Gestão de Contratos e Subempreiteiros
Ainda com o intuito de melhorar a vi- ser executados no mesmo prazo. Com to- - Otimização do Pátio de Pré-Moldados
sibilidade, a FIFA determinou também dos os percalços de escopo e de custo, a - Layout, fluxos, sistema puxado, balan-
que de nenhum lugar do estádio o torce- única maneira encontrada pela construto- ceamento e logística.
dor pode deixar de ver a bola a uma altu- ra foi recorrer à engenharia de valor e aos A utilização dos conceitos de pro-
ra de 20m do chão. No caso de Manaus, conceitos da construção enxuta (lean). A dução enxuta trouxeram enormes be-
isso acarretou um abaixamento da cota ideia era usar soluções técnicas inovado- nefícios à obra, permitindo à equipe
do gramado da ordem de 4m, impactan- ras para compensar o impacto da acelera- gestora controlar melhor o cronograma
do no volume de escavação e transporte ção da obra, garantindo a viabilidade eco- do empreendimento, melhorar o fluxo
de solo, na solução arquitetônica de esca- nômica do empreendimento e o resultado de comunicação, aumentar a produtivi-
das, rampas e acessos em geral, exigindo financeiro da Construtora. dade e adequar os processos com foco
a implantação de muro de contenção, o Jevandro Barros, diretor Geral do IOpEx, na redução de desperdícios. Nas frentes
que afetou o prazo da obra. que participou pessoalmente do processo, de serviço em que foi ela foi aplicada, a
Outra mudança de escopo se deu a partir conta que a implementação da filosofia lean Excelência Operacional Enxuta propor-
da exigência de o estádio obedecer à certi- se iniciou no final de 2010 e foi conduzida cionou um aumento de produtividade
ficação LEED (Leadership in Energy and até 2012, tendo como principais temas: de aproximadamente 20%. Além disto,
Environmental Design), que demonstra - Reorganização Orientada a Processos a utilização do Value Engineering trouxe
o perfil sustentável desde a fase de projeto - Programação do Takt soluções mais econômicas.

TT Utilização dos conceitos lean evitaram atrasos na conclusão das obras

Setembro 2014 / 47
Concrete Show

Evento destacou a força


do concreto na cadeia da
construção brasileira
De centrais dosadoras de concreto a
aditivos para acelerar ou retardar a cura
do produto. De caminhões betoneiras a
formas que agilizam o processo de cons-
trução. Uma infinidade de equipamen-
tos, produtos e serviços que integram a
cadeia do concreto, puderam ser encon-
trados na Concrete Show South, uma
das maiores vitrines do setor no Brasil,
que aconteceu de 27 a 29 de agosto, no
Centro de Exposições Imigrantes, em
São Paulo (SP). Promovido pela UBM
Brazil, subsidiária de um dos maiores
grupos mundiais especializado na pro-
moção de feiras de negócios, o evento,
em sua oitava edição, composto por uma
feira de produtos e serviços, seminário e
cursos, atraiu aproximadamente 30 mil
visitantes. Participaram da feira nada
menos que 600 expositores nacionais e
internacionais, procedentes de 40 países
dos diversos continentes, ocupando uma
área de 65 mil m2 com lançamentos e
produtos consagrados pelo mercado.
De acordo com Claudia Godoy, pre-
sidente do Concrete Show, o evento in-
sere o Brasil na rota mundial das feiras e
congresso mais representativos do setor,
pela sua característica de antecipar no-
vos conceitos, novas tendências e divul-
gar tecnologias de ponta produzida no
mundo inteiro, que asseguram aumento
da produtividade e competitividade da
cadeia do concreto.
SS Feira contou com cerca de 600 expositores nacionais e
Ela destacou, como outra grande internacionais, procedentes de 40 países, dos diversos continentes,
contribuição para o desenvolvimento
do segmento, as ações voltadas para creto, ecoeficiência, gestão de obras e do conhecimento no setor da construção
a capacitação, tanto dos profissionais melhores práticas construtivas. no País, através dos novos conceitos, no-
quanto das empresas, sempre imple- Renato Giusti, presidente da Asso- vos paradigmas e novas tecnologias, a se-
mentadas pelo evento. Nesta edição, ciação Brasileira de Cimento Portland rem aplicados nas obras de saneamento,
por exemplo, foram realizados 18 se- (ABCP), destacou a importância do construção de habitações, escolas, na ge-
minários e 150 palestras ao longo dos Concrete Show na transferência do co- ração de energia etc. Assim, é verdadeiro
três dias, sobre temas como industria- nhecimento no setor, no Brasil. “Aqui são afirmar que o Concrete Show é um even-
lização da construção, paredes de con- definidos e difundidos os novos rumos to amigo da construção e também amigo

48 / Grandes Construções
Concrete Show

do Brasil”, assegurou. WW O público da feira e do congresso foi


“O Concrete Show orgulha-se por ter estimado em cerca de 30 mil pessoas
feito parte da alavanca que projetou a
indústria nacional como uma das mais pela organização de um dos cursos vo-
promissoras do mundo e por ter con- ferecidos no Concrete Show, sob o tema
tribuído fortemente com o aumento do Gestão de Obras e Projetos. Direciona-
padrão tecnológico, utilização intensiva do a um público de cerca de 50 pessoas,
de mecanização e a busca permanente entre gestores de obras, engenheiros,
pela eficiência, fatores que certamen- arquitetos e projetistas, entre outros, o
te foram decisivos para o aumento do curso tinha por objetivo presentar con-
índice de produtividade”, completou ceitos sobre gerenciamento de obras e
Claudia Godoy. recursos para Construtoras, abordan-
De acordo com a organização do do as técnicas e as ferramentas mais
evento, a oitava edição representou um adequadas para gerir prazos, escopos e
crescimento de 520% em área de expo- riscos, para gerar maior produtividade.
sição em oito anos, atraindo 70 novas A ideia era possibilitar que os profissio-
empresas, que não haviam participado aperfeiçoar-se, elevando suas aptidões. nais envolvidos atuem com maior eficá-
da edição anterior. Representou, tam- “Existem muitas técnicas que agilizam cia no gerenciamento de seus projetos.
bém, uma forte adesão de todo o setor a construção, oferecendo muito mais Fazendo um balanço do que foi a oita-
produtivo, materializado pelo apoio de qualidade de acabamento e segurança va edição do evento, Renato Giusti de-
71 entidades parceiras. na execução da obra”, destacou Vânia. clarou: “o Concrete Show transformou-
O Sindicato da Indústria da Cons- -se no ponto de encontro da construção
Congresso reúne especialistas trução do Estado de São Paulo (Sin- civil inovadora e competitiva quando se
do setor duscon SP) também foi responsável emprega o cimento e o concreto".
Paralelamente ao Concrete Show
South America 2014, aconteceu o 8º TT Expositores apresentaram novos conceitos, tendências e tecnologias para a cadeia do concreto
Concrete Congress, que reuniu as prin-
cipais organizações do setor, além de
personalidades e especialistas em semi-
nários e painéis organizados pela ABCP
(Associação Brasileira de Cimento Por-
tland), ABCIC – Associação Brasileira
da Construção Industrializada de Con-
creto, Bloco Brasil, Anapre – Associa-
ção Nacional de Pisos e Revestimentos
de Alto Desempenho e CBCS – Comitê
Brasileiro de Construção Sustentável.
Entre os temas em destaque, melho-
res práticas construtivas, paredes de
concreto, racionalização do sistema de
revestimento de argamassas, pisos per-
meáveis, qualidade no processo cons-
trutivo de alvenaria estrutural.
O congresso contou ainda com o curso
gratuito sobre Calçadas e Acessibilidade
organizado pela ABESC – Associação
Brasileira das Empresas e Serviços de
Concretagem, e sobre Alvenaria Estrutu-
ral oferecido pelo SENAI.
De acordo a coordenadora de ativi-
dades técnicas do SENAI, Vânia Canes-
chi, o curso possibilitou ao profissional

XX Na área interna do centro de convenções,


tecnologia de ponta voltada para o fomento da
competitividade e produtividade do setor

50 / Grandes Construções
nº 3 | Setembro | 2014

Oferecimento
Grandes Construções

M&T EXPO: APOIO DOS


FABRICANTES FOI DECISIVO

O
apoio das principais
empresas do setor de
equipamentos para a
construção e para a mi-
neração foi decisivo para a realiza-
ção da 1ª edição da M&T EXPO –
Feira Internacional de Equipamentos
para Construção e Mineração, de
16 a 20 de setembro de 1995, na
Bienal do Ibirapuera, em São Paulo.
Fabricantes como a Air Service, Atlas
Copco, Case Construction Equip-
ment, Caterpillar, Doosan, Dynapac,
Ford, Liebherr, Machbert, Mercedes-
-Benz, New Holland Construction,
Putzmeister, Randon, Sandvik, San-
tiago & Cintra, Scania, Volvo Cons- SS O então governador de São Paulo, Mário Covas, em edição histórica do evento em 1997
truction Equipment, Wacker Neuson,
entre outros, participaram de todas vimento para o setor. ram vistas na feira, há pouco mais
as edições da exposição, trazendo “A parceria e presença das mais de quinze anos. E, atualmente, elas
novidades tecnológicas e desenvol- importantes companhias mundiais continuam evoluindo, com o intuito
e nacionais na área de equipamen- de trazer melhor ergonomia, mais
tos contribuíram, e muito, para que conforto e segurança para o traba-
a M&T EXPO alcançasse seu status lhador. “Durante uma das edições, a
atual, que é ser a principal feira de Case lançou o sistema de refrigera-
negócios na América Latina para o ção com ventilador reversível, indis-
segmento, bem como o principal pensável para o trabalho em locais
palco de lançamentos e tendências com muita partícula suspensa, por
para o setor de máquinas para cons- reduzir as paradas para limpeza”,
trução e mineração”, afirma Hugo acrescenta.
Ribas Branco, diretor de Operações A New Holland Construction apre-
e Feiras da Sobratema – Associação sentou, durante a M&T EXPO, várias
Brasileira de Tecnologia para Cons- novidades para o mercado brasilei-
trução e Mineração, idealizadora e ro e latino-americano, incluindo a
promotora da exposição. primeira escavadeira hidráulica, a
Essa característica de inovação e primeira motoniveladora articulada,
tecnologia pode ser vista ao longo a primeira minicarregadeira com
das edições da M&T EXPO. Roque projeto de elevação vertical Super
Reis, diretor geral da Case Cons- Boom e outros sistemas e compo-
truction Equipment para a América nentes que os usuários não conhe-
SS A edição de 2012 da feira
Latina, recorda que as primeiras ciam. “Já é certo que os fabricantes
contou com 54.600 visitantes máquinas com cabine fechada fo- aguardam o ano de realização da

52
A FeirA Onde desde 1995, A M&T eXPO
Os neGÓciOs TeM suPerAdO TOdAs
AcOnTeceM
As eXPecTATivAs de
PúblicO e de
vendAs. JunTOs,
FAreMOs A
ediçÃO de
2015 AindA
MelHOr.

A M&T Expo Máquinas e Equipamentos, Feira e Congresso, segundo seus expositores e visitantes, é o evento do setor da
construção que mais gera negócios, tecnologia e conhecimento. Em 2015, a M&T EXPO terá mais de: 500 expositores, 1.000
marcas, 110.000 m2 de área e 54.000 visitantes com alto poder de decisão e influência.
de 9 A 13 de JunHO de 2015 | sÃO PAulO/sP | brAsil | GArAnTA Já A suA áreA WWW.MTeXPO.cOM.br

Realização Local
feira para apresentar seus melhores nesses 20 anos de M&T EXPO a em- vação e boas práticas. “Tal preocu-
desenvolvimentos, avanços e no- presa firmou parcerias e apresentou pação mantém nosso mercado em
vas tecnologias empregadas, tendo aos clientes novidades, como a evo- constante evolução”, avalia.
como garantia a visibilidade de um lução computacional embarcadas Já para Shannon Santucci, di-
público qualificado”, afirma Paula nas estações totais, receptores GNSS retor comercial da Air Service, a
Araújo, gerente de Brand Marketing e laser scanner. “Ao longo de nos- M&T EXPO é plataforma para que
da empresa. sas participações, percebemos que fabricantes nacionais possam colo-
A prática dos fabricantes, de levar muitos clientes aguardam ansiosos car seus produtos para o Brasil e o
novidades para serem apresentadas a realização da feira para conhecer mundo. “E isso mostra a força de
para o evento, agregou uma inte- os lançamentos e assim tomar as nossa indústria”.
ressante característica a M&T EXPO, decisões”, diz. Por fim, Edison Rocha, da Sand-
na visão de Edison Rocha, vice-pre- Para Rodrigo Satiro, diretor de vik Construction, pondera que
sidente da Sandvik Construction. “A Vendas da Putzmeister, a M&T EXPO M&T EXPO criou a possibilidade
feira serviu, muitas vezes, de labora- também ajudou a tornar mais efi- de agregar em um só lugar a ex-
tório intensivo, e ajudou na decisão ciente a indústria da construção civil posição de tecnologias e novas
e implantação de novas tendências”, brasileira ao apresentar as tecnolo- práticas, o que dá ao público vi-
detalha. A Sandvik, por exemplo, foi gias e as soluções que se tornaram sitante a oportunidade de uma
capaz de comprovar algumas ten- práticas de mercado, além de discu- reciclagem muito mais rápida.
dências, e lançar inovações, testan- tir temas relevantes e aproximar a “Nós, os fabricantes, tivemos a
do o mercado de maneira concen- indústria e empresas aos operadores oportunidade de mostrar o resul-
trada e com qualidade durante os e profissionais liberais. tado de nossos esforços em en-
dias de exposição. Suzanne Darie, diretora de Co- tregar as melhores soluções aos
A feira também tem papel desta- municação de Marketing da Volvo clientes. Creio que nosso merca-
cado para a difusão e divulgação de Construction Equipment, acrescenta do, na prática, já está no nível de
novas tecnologias e lançamentos in- que a feira tem oferecido a oportu- alguns dos melhores mercados. E
ternacionais no setor de geotecnolo- nidade, seja por meio da exposição esse resultado se deve, em grande
gia. Segundo Wesley Polezel, geren- ou do Congresso, de se estabelecer parte, ao papel representado pela
te de Vendas da Santiago & Cintra, a preocupação com o foco na ino- M&T EXPO”, finaliza.

SS Hugo Ribas SS Roque Reis SS Rodrigo Satiro

54 / Grandes Construções
Concreto Hoje

Nove tecnologias
inovadoras para concreto

SS Obras do novo World Trade Center: uso de um alto percentual de materiais reciclados

A entidade norte-americana Building ding, formam um projeto com área cimentícia autonivelante com o
Design + Construction (BDCnetwork. total de 55,7 mil m2, com design do bombeamento controlado por com-
com), que organiza eventos e dissemina arquiteto Collins Woerman e exe- putador. Somente a aplicação de
informações para a comunidade de pro- cução da construtora Sellen, tam- concreto por m2 aumentou em 25%.
jetistas, construtores e arquitetos dos bém responsável pela liderança da 2. Escola em tempo recorde com
Estados Unidos, listou nove inovações construção em si. Finalizado antes uso de concreto de secagem
na área de tecnologia de concreto que do prazo e com uma economia de rápida: o cronograma original de
merecem ser acompanhadas de perto. aproximadamente US$ 35 milhões, construção da escola Billy Earl Dade
A listagem foi publicada no começo do o projeto combinou uma série de Middle School, na região de Dallas,
ano, traz diferentes tipos de aplicação e recursos, entre eles o uso pesado previa um total de 14 meses. Mas
mostra como as obras americanas têm dos princípios de manufatura enxu- foi reduzido para quatro, com o uso
sido beneficiadas com o pensamento di- ta (Lean principles), modelagem de de concreto de secagem rápida. O
ferenciado da indústria de concreto. informação de construção (BIM) e projeto de aplicação, desenvolvido
entrega integrada (integrated deli- pela empresa Aridus Rapid Drying
1. Mix de métodos resulta em ga- very). Uma das escolhas dos cons- Concrete, permitiu a formulação de
nhos: duas construções em Issa- trutores foi a do sistema Supercap um produto que evitou os problemas
quah, no estado de Washington, para cobrir as lajes ao invés de usar potenciais, principalmente nos pavi-
são o primeiro exemplo. O Swedish o sistema tradicional de acabamen- mentos. Com isso, obteve-se um tem-
Hospital e o Medical Office Buil- to. A nova tecnologia combina base po de secagem acelerado, uma forte

Setembro 2014 / 55
Concreto Hoje

resistência à compressão e baixa per- 5. Concreto combina cânhamo e li- um precipitado que é levado pelas
meabilidade. Em termos de volume, a gante a base de lima: o Tradical chuvas. As telhas também aprovei-
obra consumiu um total de 15,3 mil Hemcrete, desenvolvido pela inglesa tam a luz ultravioleta para atacar
m3, incluindo os 3,8 mil m3 produzi- Lime Technology, incorpora o núcleo substâncias orgânicas que podem
dos pela Aridus para serem aplicados amadeirado do cânhamo industrial e aparecer nos telhados, casos das al-
nos pavimentos. Na verdade, a equi- um ligante a base de lima, resultando gas e mofo. Outro benefício citado
pe pôde instalar os pisos finais 21 dias em um compósito de alto desempe- pelo fabricante Boral Roofing é o
após a aplicação do concreto, ao invés nho para aplicação em isolação tér- isolamento do ar entre a telha e o
dos quatro meses convencionais. mica. O produto tem a vantagem de pavimento do telhado. Além disso, a
ser um concreto com aditivos que o reciclabilidade ganha espaço: o ma-
3. Sistema de isolação térmica per-
tornam ideal para manter a chamada terial pode ser usado, no final d vida
sonalizado: a tecnologia da Ther-
inércia térmica, criando ambientes útil, para a construção de novas es-
maEZE, especializada em isolamen-
com necessidades mínimas de aque- truturas ou mesmo de rodovias.
to térmico, usa painéis sob medida,
feitos de espuma de poliestireno ex- cimento ou resfriamento. 8. Acabando com as poças de água:
pandido, instalado entre as paredes. 6. Tempo de secagem reduzido com O estádio Jordan-Hare, da Auburn
Os painéis são implementados antes revestimentos poliaspárticos: University, sede do Tigers, time de
da aplicação do concreto e adotam os revestimentos poliaspárticos de futebol americano, estava sendo afe-
uma estrutura patenteada que per- cura rápida, da Bayer, são projeta- tado pelas inundações causadas pela
manece “embarcada” no concreto. O dos para agregar produtividade e água que escorria nos assentos de
resultado final é uma camada de con- podem ser aplicados em superfícies concreto pré-fabricado. Um primer
creto e um painel de isolação adicio- metálicas ou de concreto. Têm uma foi aplicado em combinação com
nado, com tiras de fixação expostas resistência contra raios UV, abrasão areia para reforçar e unir as áreas
para facilitar a aplicação de drywall e derramamento de produtos quími- onde o revestimento existente não
ou outros materiais. cos. As formulações oferecem uma poderia ser removido. Com isso foi
cura rápida e podem ser aplicados criada uma superfície para aplicação
4. O novo – e megassustentável - mesmo com baixa temperatura e em de outros materiais que protegeram
World Trade Center: a mensagem ambientes de alta umidade, inclusive e criaram um caminho de escoamen-
do One World Trade Center, cons- para resultados estéticos. to da água, evitando poças e os da-
truído em Nova York, é de força e li-
nos causados por elas.
berdade. Para isso, a dona da obra, a 7. Telhas de concreto “comem” fu-
Autoridade Portuária de Nova York/ maça: a telha BoralPure remove óxi- 9. Tratamentos que melhoram a
Nova Jersey impôs uma série de exi- dos de nitrogênio para a atmosfera densidade e produzem superfícies
gências, incluindo o uso de um alto e melhora a qualidade do meio-am- mais atrativas: produtos como os
percentual de materiais reciclados. biente. A tecnologia desses materiais da empresa americana Consolideck
A equipe de construção adotou vá- de concreto inclui o dióxido de titâ- ajudam a reduzir a viscosidade e são
rias misturas para a construção do nio fotocatalítico que se oxida com mais altamente reativos do que os en-
arranha-céu que ultrapassa os 530 qualquer material que contenha os durecedores convencionais a base de
metros de altura, incluindo aditivos óxidos de nitrogênio, produzindo silicato de potássio ou de sódio.
e fillers não cimentícios. Resultado:
cerca de 71% do cimento Portland
convencional pode ser substituído
por um mix usado nos primeiros 40
pavimentos e que possui uma força
de compressão mínima de 12.000
psi. A economia de energia (para fa-
bricação do cimento convencional)
também foi significativa, atingindo
cerca de 25,4 milhões de kWh (qui-
lowatt hora), segundo a Basf, uma
das participantes do projeto.
XX Cerca de 71% do cimento Portland
convencional pode ser substituído, nas obras
do novo WTC, por um mix usado nos primeiros
40 pavimentos e que possui uma força de
compressão mínima de 12.000 psi

56 / Grandes Construções
Rental

Aurabrasil
inicia operação
na Região Sul
Dona de uma frota
de mais de 800
plataformas aéreas, a
empresa investiu este
ano R$ 50 milhões na
aquisição de novos
equipamentos, como
parte de um ambicioso
projeto de ampliação
da sua área de atuação SS Até o fim de 2015 a AuraBrasil quer concentrar 30% de sua operação na região Sul do Brasil

A AuraBrasil – Máquinas e Equipa- presa já investiu R$ 50 milhões somen- além das arenas do Pantanal, Itaquerão,
mentos, uma das líderes no país no seg- te na aquisição de novos equipamentos. Castelão e Maracanã. “Este foi o resul-
mento de locação de plataformas aéreas, Pertencente ao Grupo LM – com sede tado do esforço dos nossos gerentes que
inicia operação na Região Sul, tendo em Salvador (BA) – a empresa contabi- atuam nas filiais do Maranhão, Pernam-
como base o estado do Paraná, e atuando liza mais de 800 plataformas aéreas, es- buco, São Paulo e Bahia. Entendemos
também nos estados de Santa Catarina tando entre as seis maiores empresas de que este momento representava uma
e Rio Grande do Sul. Segundo o Dire- plataformas desse tipo no Brasil. oportunidade de negócios. Fizemos um
tor de Desenvolvimento de Negócios, A AuraBrasil também dá início aos trabalho forte de prospecção, com resul-
Aguinaldo Garcia, com esta operação a trabalhos do Centro de Inteligência de tados muito bons”, afirmou o Diretor de
empresa consolida sua presença no ter- Mercado (CIM), com sede em São Pau- Desenvolvimento de Negócios.
ritório nacional. “O Sul possui um dos lo. De acordo com Garcia, “o local vai Até o final de 2014, a empresa fará a
produtos Internos Brutos (PIBs) mais agregar uma série de benefícios para as abertura de outras cinco novas filiais,
altos do Brasil. Devido a esse potencial, a filiais, mapeando oportunidades de ne- nas cidades de Parauapebas (PA), Jaca-
região é muito importante para o proces- gócios em cada região e trazendo subsí- reí (SP), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza
so de expansão. Nossa expectativa é que dios para todas as unidades, servindo as- (CE) e Belo Horizonte (MG). O proces-
até 2015 ela possa representar até 30% sim de apoio operacional. Nossa meta é so de expansão da empresa segue a estra-
do total de nossas operações”, disse ele. alavancar o faturamento da empresa em tégia de reduzir custos, com eliminação
Além de reconhecimento na presta- até 30% ao ano”, afirmou o gestor. de despesas como a transferência de
ção de serviços pelo setor da construção Durante o período que antecedeu a equipamentos de um lugar para o outro,
civil, a AuraBrasil se consolidou como Copa do Mundo, a AuraBrasil entrou em com a presença física nas regiões, pro-
prestadora de serviços para os setores in- um ritmo forte de trabalho, com equipa- porcionando mais agilidade no atendi-
dustrial, de mineração e automobilístico, mentos sendo utilizados nas obras dos mento, desde a venda até a manutenção
entre outros segmentos. Este ano, a em- aeroportos de Guarulhos e Viracopos, dos equipamentos.

57 / Grandes Construções
máquinas e equipamentos

Feito na hora e com


controle de qualidade
Copex apresenta autoconcreteira com computador de bordo que orienta
o operador na preparação do traço, garantindo alto grau de precisão nas
dosagens, homogeneidade dos materiais e qualidade do concreto
WW Autoconcreteira Fiori DB 460 CBV

de produção e pesagem dos materiais e


aditivos, além de promover correções
automáticas na dosagem da água de
acordo com a umidade da área. O veícu-
lo CBV é ágil, tecnologicamente avan-
çado e é dotado de tração 4x4, o que lhe
permite alcançar posições de descarga
em qualquer condição climática, redu-
zindo a necessidade de meios acessó-
rios tais como, guindaste, bombas para
o concreto, dumper, etc.
“Esse equipamento já está presente em
diversas obras, tendo sido adquirido por
diversas construtoras, inclusive para em-
preendimentos em outros países, da Áfri-
ca e da América Latina”, informa Ligiane
Pavoski, da área comercial da empresa.
Fundada em 1990 em Porto Alegre, no
Rio Grande do Sul, a empresa possui uma
Obter o máximo de rendimento do junho, em São Paulo, e na Brazil Road rede nacional de vendas e assistência téc-
processo de hidratação do cimento, Expo 2014, em março, e tem como prin- nica, contando com uma rede nacional de
evitando as deteriorações clássicas li- cipal diferencial o fato de ser equipado vendas e duas outras unidades em Belo
gadas aos fatores climáticos, à excessiva com o Fiori Batch Controller, sistema Horiozonte (MG), e Guarulhos (SP).
mistura, aos tempos de transporte e/ de gerenciamento que é um verdadeiro
ou às paradas forçadas no canteiro de computador de bordo. Ele permite re-
obras. Esses são alguns dos grandes de- gistrar múltiplos traços com diferentes
safios para quem transporta, produz e componentes memorizáveis, além de
trabalha com o concreto no Brasil. Para guiar o operador durante a preparação
atender às demandas de um mercado do traço, garantindo um alto grau de
em expansão, permitindo a produção precisão nas dosagens, de homogenei-
de concreto de alta qualidade, com dade dos materiais e de resistência do
controle extremo dos resultados, no concreto. Além de guiar o operador na
exato momento de seu uso, a Copex, preparação do traço, o sistema ainda
empresa especializada em máquinas e armazena relatórios, permitindo a sua
equipamentos para a indústria minera- impressão posterior.
dora, construção civil e pavimentação,
trouxe para o mercado brasileiro a Au- Mobilidade e economia
toconcreteira Fiori DB 460 CBV. A Autoconcreteira Fiori DB 460 CBV
O equipamento foi apresentado du- possui balão com 4 m³ de capacidade,
rante a feira M&T Peças e Serviços, com autonomia para produzir até 16 SS Equipamento possui autonomia
promovida pela Sobratema, de 3 a 6 de m³ por hora, sistema de gerenciamento para produzir até 16m³ por hora

58 / Grandes Construções
artigo

O irreversível
crescimento de São Paulo
pode ser ordenado
Luiz Augusto Pereira de Almeida*

Em 2013, foram lançadas, na cidade de em obras. Segundo a Associação Brasileira tem provocado a fuga dos consumidores.
São Paulo, 33 mil unidades residenciais, com das Entidades de Crédito Imobiliário e Pou- A revitalização de bairros periféricos, com
um volume geral de vendas superior a R$ 19 pança (Abecip), esse número é 32% maior obras de infraestrutura realizadas pelo po-
bilhões. Se considerarmos a Região Metro- do que o de 2012. E, pelas notícias que che- der público, principalmente aquelas vincu-
politana, o número cresce para 58 mil mo- gam, anunciando saldos recordes da cader- ladas à mobilidade urbana, como sistemas
radias e a comercialização ultrapassa R$ 26 neta de poupança, que em 2013 encerrou o viários, corredores de ônibus e metrôs, den-
bilhões. Ademais, o setor respondeu por 3,4 ano com R$ 467 bilhões, 20% maior do que tre outras, e também da iniciativa privada,
milhões de empregos formais no Brasil. Tais em 2012, não se espera uma contração do com shoppings e edifícios comerciais, tem
resultados demonstram a boa recuperação crédito em curto prazo. criado novos nichos de mercado, com gran-
do mercado imobiliário, que na capital pau- Não menos importantes foram a taxa de de oferta imobiliária. Além disso, a inclusão
lista, nos últimos dois anos, havia estaciona- juros e o índice de inflação. Em 2013 tive- desses novos bairros no mercado imobiliário
do na média de 27 mil lançamentos anuais. mos a menor taxa histórica de juros do Bra- vem acompanhada de preços bem convida-
Alguns fatores contribuíram para a reto- sil, com 7,25% ao ano. Mesmo com aumen- tivos. Se não dá para comprar na Vila Maria-
mada, a começar pela oferta de crédito. Em tos sucessivos, iniciados a partir de maio, a na, adquire-se na Saúde por 25% a menos.
2013, foram emprestados R$ 109 bilhões Selic na casa de um dígito favoreceu a ex- Se o Morumbi é caro, encontram-se exce-
para financiamentos ao consumidor final da pansão do mercado. A inflação, em que pese lentes apartamentos na Vila Andrade, bem
casa própria e para construtoras investirem ter ficado em seu teto, de 5,90%, ainda não mais em conta. Também é relevante o baixo

60 / Grandes Construções
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artigo

SS Obras de mobilidade urbana são importante fator de descentralização e de revitalização das periferias

índice de desemprego no Brasil, o qual se como esse crescimento ocorrerá. Nos últimos com maior adensamento por força da escas-
mantém como forte aliado do mercado imo- dez anos, foram lançadas na Capital cerca sez de terrenos; uso intenso da tecnologia
biliário e, também, o índice de confiança na de 300 mil unidades habitacionais, não se combinada com home offices; revitalização
economia, que em 2013 ainda permaneceu tendo notícia de empreendimento que não e maior utilização de espaços públicos; e
em níveis razoáveis. vendeu, o que vem comprovar a necessidade população mais consciente de suas respon-
O fator “Remuneração dos acionistas” do mercado imobiliário no planejamento e sabilidades cívicas. Não há como impedir o
deve ser considerado nessa puxada de lan- desenvolvimento da metrópole. contínuo crescimento de São Paulo, mas com
çamentos. O mercado imobiliário da capital Vivemos um período em que se multipli- diretrizes e conceitos urbanísticos atuais e
paulista está muito concentrado nas mãos cam os planos públicos e privados para tor- desvinculados de preconceitos ideológicos,
de aproximadamente 11 empresas incorpo- nar São Paulo uma cidade mais sustentável. poderemos ter uma cidade mais moderna e
radoras/construtoras listadas em bolsa. Nos Desde a despoluição dos nossos rios Tietê e adequada àqueles que a habitam.
últimos dois anos, houve uma diminuição de Pinheiros, à descentralização da cidade, com
lançamentos dessas companhias, por força novos polos de desenvolvimento nas regi-
de problemas orçamentários de custos de ões Leste e Norte, contribuindo para fixar
construção, com desdobramentos em des- a população nos bairros e diminuir a neces-
cumprimento de prazos e entregas de obras. sidade de locomoção entre eles. Os planos
Essa situação está sendo normalizada e, as- de expansão da rede metroviária e o próprio
sim, retomam-se os trabalhos de lançamen- Plano Diretor da prefeitura, que está em ges-
tos, com maior produtividade, com vistas a tação e deverá ser aprovado em 2014, apre-
aumento de faturamento e melhor remune- sentam significativos avanços nos conceitos
ração dos acionistas. de desenvolvimento urbano sustentável e
Acresça-se a proliferação de melhorias confirmam as perspectivas de crescimento.
urbanas, como novos espaços públicos, ci- Entretanto, se, por um lado, as expecta-
clovias, escolas, hospitais, universidades, tivas de uma cidade melhor para se viver
restaurantes, teatros e eventos, que tornam ganham força e retroalimentam a indústria
São Paulo cada dia melhor para se viver, tra- imobiliária, por outro, elas não favorecem
balhar e investir. Isso acarreta mais interesse uma diminuição dos preços dos imóveis. Em
das pessoas em se mudar para a cidade. Tra- localidades com melhor qualidade de vida
ta-se de uma verdadeira bola de neve. Não é tudo é mais caro. Os exemplos espalham-se
à toa que a Capital cresce uma São Caetano pelo mundo, como Nova York, Tóquio, Paris,
do Sul por ano (140 mil habitantes). Roma e Dubai.
Os sinais são, portanto, muito claros: a Estamos diante de uma nova realidade
expansão da cidade, salvo algum descontro- habitacional, cujas tendências apegam-se (*) Luiz Augusto Pereira de Almeida
le da economia, continuará em ritmo forte. a habitações cada vez menores e mais ca- é diretor da Fiabci/Brasil e diretor de
Assim, é crucial nos preocuparmos em saber ras; melhor aproveitamento do solo urbano, Marketing da Sobloco Construtora.

62 / Grandes Construções
AGENDA 2014

65º Congresso
Brasileiro do
Concreto
BRASIL

Promovido pelo Instituto Brasileiro desenvolvendo, no sentido de contri-


do Concreto – Ibracon, o Congres- buir para o desenvolvimento da ca-
SETEMBRO
so Brasileiro do Concreto, firmou- deia produtiva do concreto no Brasil e
-se como importante fórum técnico no mundo. Estudantes de engenharia Rio Oil & Gas - 17ª Feira e
nacional de debates sobre a tecno- civil, arquitetura e tecnologia partici- Conferência de Petróleo
logia do concreto e seus sistemas pam dos debates, inteirando-se sobre e Gás. De 15 a 18 de setembro,
construtivos. Seu objetivo é divulgar, o material e seus sistemas construti- no Riocentro, Rio de Janeiro (RJ).
anualmente, as novidades em termos vos, além de participarem de competi- Promotora: Instituto Brasileiro de
Petróleo, Gás e Biocombustíveis – IBP.
de pesquisas científicas, tecnologias ções que incentivam o aprendizado na
e inovações em análises e projetos prática. Este ano, o evento acontece info
estruturais, metodologias construti- de 7 a 10 de outubro, no Centro de Tel.: (21) 2112-9000
Fax: (21) 2220-1596
vas, materiais de construção e suas Convenções de Natal, na capital do E-mail: ibp@ibp.org.br
propriedades, gestão e normalização Rio Grande do Norte. Site: http://www.ibp.org.br/
técnica, e outros aspectos relaciona- O público-alvo do encontro é forma- 3ª Powergrid Brasil - Feira
dos ao material industrial mais con- do por estudantes, professores, pes- e Congresso de Energia,
sumido no mundo. quisadores e profissionais técnicos Tecnologia, Infraestrutura
De um colóquio de pesquisado- em geral do setor construtivo, que e Eficiência Energética. De
res reunidos, a cada semestre, nas participam do congresso apresen- 16 a 19 de setembro, no Complexo
dependências do Instituto de Pes- tando seus trabalhos de pesquisa, Expoville, em Joinville (SC) Promotora:
quisas Tecnológicas de São Paulo desenvolvimento e inovação sobre o Messe Brasil Feiras e Promoções Ltda.
– IPT, interessados em temas como concreto e seus sistemas construti- info
a permeabilidade e a durabilidade vos; assistindo e debatendo os temas Tel.: (47) 3451-3000
do concreto, o Congresso Brasileiro apresentados a cada edição com co- Fax: (47) 3451-3001
do Concreto tornou-se um fórum legas e especialistas, numa troca de E-mail: feiras@messebrasil.com.br
Site: www.messebrasil.com.br
nacional de divulgação e discussão informações e ideias.
sobre o concreto, aberto a todos os Ficons - Feira Internacional
Paralelamente ao congresso acon-
profissionais brasileiros e estrangei- de Materiais Equipamentos
tecem a Feibracon – Feira Brasileira
ros comprometidos com o seu aper- para Construção. De 16
das Construções e o IV Simpósio de
feiçoamento técnico e a atualização a 20 de setembro, no Centro de
Infraestrutura Metroviária, Ferroviá-
profissional. Convenções de Pernambuco, em Recife
ria e Rodoviária.
(PE). Realização do SinduscomPE.
A cada ano, pesquisadores de univer-
sidades e institutos de pesquisa na- Mais informações pelo telefo- info
Tel.: (81) 3423-1300
cionais e estrangeiros discutem com o ne (11) 3735-0202, pelo fax (11)
Fax: (21) 3035-3101
setor construtivo em geral as pesqui- 3733-2190, ou pelo site www. E-mail: giselalatache@assessor-pe.com.br
sas científicas e tecnológicas que vêm ibracon.com.br Site: www.ficons.com.br/2014/

Setembro 2014 / 63
AGENDA 2014

Airport Infra Expo. De 17 a 19 outubro, no Centro de Convenções Tecnologia em Bioenergia


de setembro, no Expo Center Norte, de Pernambuco, em Olinda (PE). e Biocombustível. De 29 a 31
em São Paulo (SP). Realização da Promotora: Reed Exhibitions Alcântara de outubro, no Centro de Exposições
Sator. Machado. Imigrantes São Paulo – SP. Promotora:
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Tel.: (11) 3032-5633 Tel.: (11) 3060-5000 info
Site: www.airportinfraexpo.com.br Fax: (11) 3060-5001 Telefone: (11) 5585-4355
E-mail: institucional@reedalcantara.com.br Fax: (11) 5585-4359
Site: www.reedalcantara.com.br Site: http://www.cipanet.com.br
E-mail: cipa@cipanet.com.br
OUTUBRO Transpoquip Latin America
- 7ª Feira e Conferência
ConstruirRio - 21ª
para a Indústria de
Feira Internacional da NOVEMBRO
Infraestrutura para
Construção. De 1 a 4 de
Transportes. Dias 28, 29 e 30 NT Expo 2014 – De 11ª 13 de
outubro, no Riocentro, Rio de Janeiro
de outubro, no Expo Center Norte, novembro, no Expo Center Norte,
(RJ). Promoção da Fagga Promoção de
Pavilhão Azul, em São Paulo (SP). Pavilhão Vermelho, em São Paulo (SP).
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Fax: (21) 3035-3101 Tel.: (11) 5095-0096 Telefone: (11) 5585-4355
E-mail: feirasconstruir@fagga.com.br Fax: (11) 5095-0096 Fax: (11) 5585-4359
Site: www.feiraconstruir.com.br/rio/ E-mail: info@transpoquip.com.br Site: http://www.cipanet.com.br
Site: www.transpoquip.com E-mail: cipa@cipanet.com.br
Seminário Normas e Leis
Sport Infratech FIMAI - 16ª Feira
para Terceirização na
e Expo Estádio- 6ª Internacional de Meio
Construção Civil. Dia 9 de
Feira e Conferência Ambiente Industrial e
outubro, no Golden Tulip Park Plaza,
para a Indústria de Sustentabilidade. De 11 a 13
em São Paulo (SP). Promoção da Infraestrutura e
Inova Seminários. de novembro, no Expo Center Norte,
Equipamentos para
Pavilhão Azul, em São Paulo (SP).
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Promotora: Ambiente Press Produções
Tel.: (11) 2155-0427 28 a 30 de outubro, no Expo Center
E-mail: feirasconstruir@fagga.com.br SS Ltda.
Norte, Pavilhão Azul, São Paulo (SP).
Site: www.inovaseminarios.com.br/seminario/
Promotora: Real Alliance. info
seminario-normas-e-leis-para-terceirizacao-na-
Tel.: (11) 3917-2878
construcao-civil
info Fax: (11) 3917-2878
Logistique - 4ª Feira Tel.: (11) 5095-0096 E-mail: rmai@rmai.com.br
Internacional de Fax: (11) 5095-0096 Site: www.ambientepress.com.br
E-mail: info@real-alliance.com
Transporte, Logística e Feippetro 2014 - 10ª Feira
Site: http://www.real-alliance.com.br
Comércio Exterior. De 21 a 24 Brasil Petróleo e Gás. De
de outubro, no Parque de Exposições Seminário de Licitações e 11 a 14 de novembro, no Centro de
Tancredo de Almeida Neves, em Contratos Administrativos.
Convenções da Bahia, Salvador (BA).
Chapecó (SC). Promotora: Zoom De 29 de outubro, no Expo center
Promoção da Feiras Delfim Marketing
Promoção de Feiras & Eventos Ltda. Norte, Pavilhão Vermelho, em São
e Congressos Ltda.
Paulo (SP). Promoção da Real Alliance.
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Tel.: (49) 3361-9200 info Tel.: (71) 3014-2054
E-mail: atendimento@zoomfeiras.com.br Tel.: (11) 5095-0096 Fax: (71) 3014-2056
Site: http://www.zoomfeiras.com.br E-mail: info@real-alliance.com E-mail: delfim@multifeirascongressos.com.br
Site: www.expo-urbano.com.br/ Site: http://www.multifeirascongressos.com.br
Feicon Batimat Nordeste -
2ª Salão Internacional da BIotech Fair- 7ª Feira Tendências no Mercado
Construção. Dias 23, 24 e 25 de Internacional de da Construção" – Dia 12 de

64 / Grandes Construções
novembro, no Espaço Hakka, em São INTERNACIONAL
Paulo (SP). Promoção: Sobratema.
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E-mail: sobratema@sobratema.org.br Setembro de novembro, no Shanghai New
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Messe Muenchen International,
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MMI (Shanghai) Co., Ltd., CCMA
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– China Construction Machinery
a 28 de novembro, no Centro de setembro, em Berlim, Alemanha.
Association, CCPIT–MSC – China
Eventos Fiergs, em Porto Alegre Promoção: Messe Berlim.
Council for the Promotion of
(RS). Promoção da Hannover Fairs
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Sulamérica Ltda. Tel.: +49 (0)30 47 75 63 68 Sub-Council, e CNCMC – China
info Fax: +49 (0)30 47 75 63 69 Construction Machinery Co., Ltd.
Tel.: (41) 3027 6707 E-Mail: info@am-com.de
E-mail: hmsp@hanover.com.br / Site: www.innotrans.de
hmrs@hanover.com.br info
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Tel: +55 41 3027 6707 Novembro Fax: +86 21 20205655 / 20205666
Fax: +55 41 3029 6486 E-mail: baumachina@mmi-shanghai.com
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de Estacionamento
em conjunto com
E

o 4º Congresso de
Estacionamento
❖ Conferência de
Segurança Rodoviária
❖ 3º Congresso de
Mobilidade Urbana

2014 Melhorando a
sua vida urbana
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Soluções Integradas
❖ Seminário de
Licitações e Contrato
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Administrativos
❖ Conferência
Aeroportuária 28 a 30 Pavilhão Vermelho
de Outubro Expo Center Norte
28 a 30 São Paulo - Brasil
de OutubrO de 2014
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de 2014
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AGENDA 2014

Instituto Opus divulga agenda de cursos para 2014


O Instituto Opus, programa da Sobratema voltado para básica de ensino fundamental para operadores e
a formação, atualização e licenciamento - através do ensino médio para os demais cursos.
estudo e da prática - de operadores e supervisores Desde sua fundação, o Instituto OPUS já formou
de equipamentos, divulga sua programação de cursos cerca de 6.000 colaboradores para mais de 350
para o ano de 2014. Os cursos seguem padrões dos empresas, ministrando cursos não somente no Brasil,
institutos mais conceituados internacionalmente no como também em países como a Venezuela, Líbia e
ensino e certificação de operadores de equipamentos Moçambique. Veja a seguir a tabela com os temas
e têm durações variadas. Os pré-requisitos necessários e cronograma dos cursos. Mais informações pelo
para a maioria são, basicamente, carteira nacional de telefone (11) 3662-4159 - ramal 1981, ou pelo e-mail
habilitação (tipo D), atestado de saúde e escolaridade opus@sobratema.org.br.

PROGRAMAÇÃO 2014 - CURSOS SEDE OPUS


SETEMBRO NOVEMBRO
RIGGER 15 A 19/ SET RIGGER 17 A 21/ NOV
GERENCIAMENTO DE SUPERVISOR DE RIGGING 24 A 27/ NOV
22 E 23/ SET
EQUIP
GESTÃO DE FROTAS 12 A 14/ NOV
OUTUBRO
GESTÃO DE PNEUS 10 E 11/ NOV
RIGGER 13 A 17/ OUT
DEZEMBRO
SUPERVISOR DE RIGGING 06 A 09/ OUT
RIGGER 08 A 12/ DEZ
GESTÃO DE FROTAS 20 A 22/ OUT
GERENCIAMENTO DE
GESTÃO DE PNEUS 23 E 24/ OUT 01 E 02/ DEZ
EQUIP

índice de anunciantes
ANUNCIANTE PÁGINA SITE ANUNCIANTE PÁGINA SITE

CATERPILLAR 12 e 13 www.caterpillar.com.br NEW HOLLAND (DPR) 19 www.pecacompreconewholland.com.br

CPFL SERVIÇOS 25 www.solucoescpfl.com.br NT EXPO 61 www.ntexpo.com.br

DÂNICA 9 www.danica.com.br PESQUISA INFRA 49 www.sobratema.org.br/pesquisa

ESTUDO DE MERCADO 59 www.sobratema.org.br/EstudoSobratema ROSSETI 23 www.rossetti.com.br

GUIA SOBRATEMA 35 www.guiasobratema.org.br SEW-EURODRIVE 33 www.sew-eurodrive.com.br

HITACHI 2ª Capa SH FORMAS 41 www.sh.com.br

JLG LATINO 17 www.jlg.com SOFTPLAN 4ª Capa www.softplan.com.br

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M&T Expo 2015 53 www.mtexpo.com.br URBE 45 www.urbe.com.br

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e ao reduzido peso operacional
d

Br
 Reduzido desgaste dos freios devido à frenagem hidrostática

od zi
do sistema de translação

asi l
u
EM E PROGR
ORD ESS
O

 Menor desgaste dos pneus por meio da regulagem


gradual da força de tração
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