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I – Macroeconomia e a Perspectiva Econômica

“A tecnologia muda. As leis econômicas não.” Este é o entendimento de muitos


economistas, que mesmo nesse movimento de tecnologia e informática perdura leis
econômicas remotas.

Macroeconomia é o estudo da economia como um todo – não o estudo dos níveis de


emprego e dos preços num ramo de atividades específico, mas o estudo do emprego e do
desemprego totais e do nível geral de preços de toda a economia. A macroeconomia lida
com a economia agregada.

Histórico da Macroeconomia.

Em 1929, nos EUA, o mercado de ações se expandia rapidamente e não se via qualquer
ameaça no futuro próximo. Apesar da afirmação de alguns comentaristas de que o
mercado estava sobrevalorizado e que um colapso viria certamente, mas a euforia do
momento fazia com que a maioria dos investidores vislumbrasse o futuro com otimismo. O
desemprego era reduzido, e o nível geral de preços estável.

E pouco tempo depois o mundo mudou. O colapso da bolsa de valores acontecido em


outubro de 1929 eliminou quase um quarto d valor do mercado de ações de Nova York;
em outros países se verificaram desastres semelhantes. A média industrial Dow
(precursora da atual média industrial Dow Jones, uma medida do preço das ações), que
atingira 381 pontos em setembro de 1929, caiu para 41 em julho de 1932.

O desemprego chegou a patamares nunca antes vistos na economia mundial. Em 1933,


um de cada quatro trabalhadores americanos estava desempregado. Os EUA e outras
economias industrializadas ainda contavam como os mesmos prédios, fábricas e
máquinas de antes, a mesma força de trabalho estava disponível e aparentemente
desejosa de trabalhar, contudo muitos desses recursos físicos e humanos permaneciam
ociosos. Esse período ficou indelevelmente ligado a dificuldades e condições econômicas
deprimidas e é denominado Grande Depressão.

Neste contexto nasceu a macroeconomia, como um ramo isolado da teoria econômica


tendo como marco a publicação, em 1936, do livro John Maynard Keynes, Teoria geral
do emprego, do juro e da moeda.

A Economia Agregada

Estuda como pessoas, empresas, governos e outras organizações de nossa sociedade


fazem escolhas e como essas escolhas determinam a forma como a sociedade utiliza
seus recursos.

Para entender com essas escolhas são feitas e como afetam a utilização dos recursos da
sociedade, precisamos examinar cinco conceitos que desempenham um papel
importante: trade-offs, incentivos, trocas, informações e distribuição.

a) Trade-offs

Cada um de nós está constantemente fazendo escolhas: fazer faculdade em vez de


trabalhar, comer pizza em vez de sanduba etc. Também as sociedades fazem escolhas:
preservar espaços abertos em lugar de construir mais residências, fabricar determinado
produto e importar outro. Em alguns casos, pessoas ou governos fazem essas escolhas
explicitamente. Você escolheu estudar administração em vez de outro curso. O governo
resolve a cada ano se reduzirá impostos ou aumentará as despesas. Em todos os casos,
as escolhas envolvem trade-offs – ter mais de uma coisa implica ter menos de outra
coisa. Os trade-offs são a conseqüência da escassez.

A escassez ocupa uma posição de destaque na economia: as escolhas têm importância


porque os recursos são escassos. Para a maioria de nós, a limitação de nossa renda nos
obriga a fazer escolhas.

Um dos pontos mais importantes de concordância entre os economistas é o papel central


da escassez. Podemos resumir isso assim: Não há almoço grátis. Ter mais de uma coisa
significa abrir mão de outra coisa. A escassez significa que os trade-offs são um fato
básico da vida.

b) Incentivos

Os economistas analisam as escolhas pensando nos incentivos. Num contexto


econômico, incentivos são benefícios (incluindo redução de custos) que movimentam o
tomador da decisão a fazer determinada opção. Muitas coisas podem afetar os incentivos,
mas dentre as mais importantes está o preço. Se o preço da gasolina aumenta, as
pessoas terão incentivo para andar menos de automóvel. Portanto, tomadores de
decisões respondem a incentivos; os incentivos são importantes para entender as
escolhas.

c) Trocas

A troca nos mercados é a chave para entender como são alocados os recursos, o que é
produzido e quem ganha o quê. De algum modo, as decisões que são tomadas – por
pessoas, famílias,empresas e governos – determinam, em conjunto, como os recursos
naturais são usados. A pessoas se beneficiam com as trocas voluntárias e, nas
economias de mercado, as trocas de mercado conduzem a um uso eficiente dos recursos.

d) Informação

Em algumas áreas da economia, o papel da informação é tão fundamental que afeta a


própria natureza do mercado.
Quando consumidores não têm informações adequadas para fazer escolhas, os governos
muitas vezes intervêm para exigir que as empresas prestem a informação. A estrutura dos
mercados e o seu funcionamento dependem fundamentalmente da informação de que os
tomadores de decisão dispõem. A informação, ou a sua ausência, tem um papel
destacado na determinação da forma dos mercados e na capacidade dos mercados
privados de garantir o uso eficiente dos recursos escassos.

e) Distribuição

Os mercados determinam como os bens e os serviços produzidos na economia são


alocados entre os membros da sociedade.
Os Três Principais Mercados

1º. Mercado de produtos: mercado em que as empresas vendem os bens que produzem.

2º. Mercado de trabalho: mercado em que as famílias vendem e as empresas compram


serviços de mão-de-obra;

3º. Mercado de capitais: mercado em que fundos são comprados e vendidos.

Esquematicamente:

Para os economistas as pessoas desempenham papéis diferentes. Em geral são


consumidores no mercado de produtos, mão-de-obra no mercado de trabalho e
emprestadores ou tomadores de empréstimos no mercado de capitais.

A Lógica Econômica

A economia é uma ciência social. Estuda os problemas sociais da escolha do ponto de


vista científico, o que quer dizer que parte de uma exploração sistemática do problema da
escolha. Essa exploração sistemática envolve tanto a formulação de teorias quanto o
exame de dados.

Uma teoria é um conjunto de pressuposições (ou hipóteses) e conclusões derivadas


dessas hipóteses. As teorias são exercícios lógicos: se a hipótese está correta, então
segue-se o resultado.

Exemplo: se todos aqueles que têm formação universitária têm mais chances de
conseguir emprego e Beltrano concluiu a faculdade, então ela tem mais chances de
conseguir um emprego.

Os economistas recorrem a suas teorias para fazer previsões. As previsões de uma teoria
têm a forma:

“Se aumentarmos um imposto num mercado concorrencial, então a produção diminuirá e


os preços aumentarão.”
No desenvolvimento de suas teorias, os economistas aplicam modelos.

Um modelo econômico pode descrever:

a) uma relação geral: “quando a renda aumenta, se eleva o número de carros


comprados.”
b) Uma relação quantitativa: “quando a renda aumenta 10%, o número de carros
aumenta, em média, 12%.”
c) Uma previsão geral: “um aumento no imposto sobre a gasolina diminuirá a
demanda de automóveis.”

Uma variável é qualquer coisa que se pode ser medida e que se altera. Logo, preços,
salários, taxas de juros e quantidades compradas e vendidas são variáveis. Quando os
economistas verificam algo que parece ser uma relação sistemática entre variáveis, eles
se perguntam se terá acontecido por acaso ou há, de fato, uma relação. Trata-se de
correlação. Os economistas recorrem a testes estatísticos para medir e testar correlações.
E eles desejam fazer mais do que apenas afirmar que as variáveis estão correlacionadas.
Querem concluir que mudanças em uma das variáveis causam alterações em outra
variável.

Os modelos contém dois tipos de variáveis as exógenas e as endógenas. Variáveis


exógenas são as que tem origem fora do modelo – são insumos introduzidos no modelo.
Variáveis endógenas vêm de dentro do próprio modelo – são o resultado deste.

A finalidade do modelo é mostrar como as variáveis exógenas influenciam as endógenas.

Exemplo.: como um economista desenvolveria um modelo do mercado de pizza. Primeiro,


ele supõe que a quantidade de pizza que os consumidores demandam, Q d , depende do
preço as pizza, Pp e da renda agregada, Y. Essa relação é expressa na equação como

Qd = D(Pp , Y).

onde, D( ) representa a função demanda. Do mesmo modo, o economista supõe que a


quantidade de pizza ofertada pelas pizzarias, Q s , depende do preço da pizza, P p e do
preço do queijo, Pq , usado na pizza:

Qs = S(Pp , Pq).

onde, S( ) representa a função oferta. Finalmente, o economista supõe que o preço da


pizza se ajusta para equilibrar oferta e demanda:
Qd = Qs

As três equações compõem um modelo do mercado de pizza.


Exercícios

1) Uma das cinco idéias do núcleo do capítulo 1 é trade-offs. Baseado em o que você leu,
que do seguinte é verdadeiro:

(a) Os Trade-offs existem porque a informação é limitada.

(b) Os Trade-offs existem porque há uma escassez.

(c) Os Trade-offs existem porque há uns incentivos.

2) Uma outra idéia do núcleo na economia é incentivos. Qual do seguinte melhor


descreve a importância dos incentivos?

(a) Os incentivos explicam porque os responsáveis pelas decisões fazem uma decisão
particular.

(b) Os incentivos explicam porque nós precisamos a informação.

(c) Os incentivos explicam porque nós devemos discutir a distribuição.

3)  Qual do seguinte melhor das indicações descreve o conceito da troca?

(a) Ambos os partidos em uma troca voluntária tiram proveito da troca.

(b) Em uma troca voluntária, um partido beneficia-se e um partido não se beneficia.

(c) Na troca voluntária, nenhum benefícios do partido.

 
4) Use o exemplo do mercado do carro usado para avaliar a importância da informação.
Qual do seguinte melhor descreve o mercado para carros usados?

(a) Ambos os partidos sabem que tudo lá é saber sobre o carro usado. Concordar com um
preço apropriado é fácil.
(b) O vendedor é familiar com os problemas do carro mas o comprador não é. Concordar
com um preço apropriado é fácil.

(c) O vendedor é familiar com os problemas do carro mas o comprador não é. Concordar
com um preço apropriado não é fácil.

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