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26/09/2010

Projeto de Circuitos
Integrados

João Leonardo Fragoso

1 João Leonardo Fragoso

Introdução

 Por que « integrar » circuitos digitais ?


 O que mudou no projeto de sistemas
integrados digitais atualmente ?
João Leonardo Fragoso

1
26/09/2010

O Primeiro Computador

 The Babbage Difference


Engine – 1832
– 25.000 partes
– custo £17.400,00
João Leonardo Fragoso

O Primeiro Computador Eletrônico

 ENIAC – 1946
João Leonardo Fragoso

2
26/09/2010

O Transistor de Junção

 A revolução começa
 Primeiro Transistor
– Bell Labs, 1948
João Leonardo Fragoso

O Primeiro Circuito Integrado

 Logica Bipolar – 1960’s

 ECL (Emitter-Coupled
João Leonardo Fragoso

Logic) Porta Lógica de 3


entradas
– Motorola 1966

3
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Microprocessador Intel 4004

 1000 transistores
 Frequência de operação
de 1MHz
Intel 1971
João Leonardo Fragoso

Microprocessador Intel Pentium

 Pentium
– >1M transistores
– Frequência de
operação > 100MHz
João Leonardo Fragoso

– Intel 1994

 Foto Pentium IV

4
26/09/2010

Lei de Moore (1)

 Em 1965, Gordon Moore notou uma que o


número de transistores contido em um circuito
integrado era multiplicado por dois a cada 18 a
João Leonardo Fragoso

24 meses
 Baseado nisso, ele fez uma « previsão » de
que a tecnologia de semicondutores iria dobrar
sua « eficiência » (capacidade) a cada 18
meses

Lei de Moore (2)


16
COMPONENTS PER INTEGRATED FUNCTION

15
14
13
LOG2 OF THE NUMBER OF

12
11
João Leonardo Fragoso

10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1959
1960
1961
1962
1963
1964
1965
1966
1967
1968
1969
1970
1971
1972
1973
1974
1975

10 Fonte: Electronics, April 19, 1965.

5
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João Leonardo Fragoso


Evolução na Complexidade

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Evolução no #xtors
1 Bilhão de
K Transistores
1,000,000

100,000
João Leonardo Fragoso

Pentium® III
10,000 Pentium® II
Pentium® Pro
1,000 Pentium®
i486
100 i386
80286
10 8086
Fonte: Intel
1
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010
Projetado
Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed
12 Cortesia da Intel

6
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Lei de Moore vs Microprocessadores

Transistores (Milhões) 1000

100
2X maior em 1.96 anos!

10
João Leonardo Fragoso

P6
Pentium® proc
1 486
386
0.1 286
8085 nos8086
Transistores Microprocessadores Líderes duplica
0.01 8080 a cada 2 anos
8008
4004
0.001
1970 1980 1990 2000 2010
Ano
Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed
13 Cortesia da Intel

Crescimento do Tamanho do « Die »

100
~7% de crescimento por ano
Tamanho do Die (mm)

~2X crescimento em 10 anos


João Leonardo Fragoso

P6
10 486 Pentium ® proc
386
286
8080 8086
8085
8008
4004 O tamanho do die cresce 14% para
satisfazer a Lei de Moore
1
1970 1980 1990 2000 2010
Ano
Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed
Cortesia da Intel
14

7
26/09/2010

Frequência de Operação
10000
Duplica a cada
1000 2 anos
frequência (Mhz)

P6
100
João Leonardo Fragoso

Pentium ® proc
486
10 8085 386
8086 286
1 8080
8008
4004
0.1 Ano
1970 1980 1990 2000 2010

A frequência de operação em microprocessadores líderes


duplica a cada dois anos.
Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed
15 Cortesia da Intel

Potência
100

P6
Potência (Watts)

Pentium ® proc
10
486
João Leonardo Fragoso

8086 286
386
8085
1 8080
8008
4004

0.1 Ano
1971 1974 1978 1985 1992 2000

A potência continua crescendo nos microprocessadores.


Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed
16 Cortesia da Intel

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Dissipação de potência será um


problema importante!!!

100000
18KW
10000 5KW
Potência (Watts)

1.5KW
1000 500W
João Leonardo Fragoso

Pentium® proc
100
286 486
10 8086 386
8085
8080
8008
1 4004

0.1 Ano
1971 1974 1978 1985 1992 2000 2004 2008

A potência necessária e a sua dissipação tornaram o


projeto proibitivo!
17 Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed
Cortesia da Intel

Densidade de Potência
10000
Densidade de Potência (W/cm2)

Nariz de um
Foguete
1000
Reator
João Leonardo Fragoso

Nuclear
100

8086
10 4004 Hot Plate P6
8008 8085 386 Pentium® proc
8080 286 486
1 Ano
1970 1980 1990 2000 2010

Densidade de potência muito alta para manter as junções


dos transistores a baixa temperatura

18 Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed


Cortesia da Intel

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E não é apenas Microprocessadores,

Telefonia
Celular
João Leonardo Fragoso

Small Power
Signal RF RF

Digital Cellular Market


(Phones Shipped) Power
Management

1996 1997 1998 1999 2000


Analog
Units 48M 86M 162M 260M 435M Baseband

(data from Texas Instruments) Digital Baseband


(DSP + MCU)

19 Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed

Desafios de Projeto Digital

∝ DSM ∝ 1/DSM
“Problemas Microscópicos” “Macroscópicos”
João Leonardo Fragoso

• Projetos “Ultra-high speed” • Time-to-Market


• Interconexões • milhões de portas lógicas
• Ruído, Crosstalk • Alto nível de abstração
• Confiabilidade • Reuso e IP: portabilidade
• Produtibilidade • Previsibilidade
• Dissipação de Energia • etc.
• Distribuição de Relógio

?
20 Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed

10
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Tendências em produtividade

Logic Transistor per Chip (M)


10,000
10,000,000 100,000
100,000,000
1,000 Logic Tr./Chip 10,000
1,000,000 10,000,000

(K) Trans./Staff - Mo.


Tr./Staff Month.
100 1,000
Complexity

100,000 1,000,000

Productivity
10 58%/Yr. compounded 100
10,000 100,000
João Leonardo Fragoso

Complexity growth rate

1,0001 10
10,000
x x
0.1
100 1
1,000
xx
x 21%/Yr. compound
xx Productivity growth rate
x
0.01
10 0.1
100

0.001
1 0.01
10
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
Source: Sematech

Complexidade ultrapassa produtividade

21 Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed


Cortesia: ITRS Roadmap

Por que reduzir ?

 Tecnologia reduz 0,7 por geração


 Como cada geração pode integrar 2x mais funções por
chip, o custo do chip não aumenta significativamente
João Leonardo Fragoso

 Então, o custo de uma função é dividido por 2


 Mas,
– Como projetar chips com mais e mais funções?
– A população de engenheiros não dobra a cada dois anos…
 Logo, métodos mais eficientes de projetar são
necessários
– É preciso explorar diferentes níveis de abstração

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Níveis de abstração

SYSTEM
João Leonardo Fragoso

MODULE

GATE

CIRCUIT

DEVICE
G
S D
n+ n+

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Métricas de Projeto

 Como avaliar o desempenho de um


circuito/sistema digital?
– Custo
João Leonardo Fragoso

– Confiabilidade
– Escalabilidade
– Desempenho (atraso, frequência de operação)
– Dissipação de potência
– Energia para executar uma operação

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Custo de um IC

 Custos de NRE (non-recurrent engineering)


costs
– Tempo e esforço de projeto, geração das máscaras
João Leonardo Fragoso

– Ocorre uma vez por projeto


 Custos recorrentes
– Processamento do silício, empacotamento, teste
– proporcional ao volume
– proporcional à área do chip

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Custo de NRE continua subindo…


João Leonardo Fragoso

26 Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed

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O Custo do DIE

Um DIE
João Leonardo Fragoso

Wafer
Indo para 12” (30cm)

27 Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed


Fonte original: http://www.amd.com

Custo por Transistor

custo:
¢U$/xtor
¢U$/xtor

1
0.1 Custo de fabricação por transistor (Lei de Moore)
João Leonardo Fragoso

0.01
0.001
0.0001
0.00001
0.000001
0.0000001
1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012

28 Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed

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Rendimento (Yield)

# dies " bons" por wafer


Y= ×100%
Total de dies por wafer
custo do Wafer
João Leonardo Fragoso

custo do DIE =
Dies por wafer × yield
π × (diâmetro do wafer/2)2 π × diâmetro do wafer
Dies por wafer = −
área do die 2 × área do die

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Defeitos
João Leonardo Fragoso

−α
 defeitos por unidade de area × área do die 
yield = 1 + 
 α 
α é aproximadamente 3

custo do die = f (área do die) 4


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Alguns exemplos (1994)

Chip Metal Line Wafer Def./ Area Dies/ Yield Die


layers width cost cm2 mm2 wafer cost
386DX 2 0.90 $900 1.0 43 360 71% $4

486 DX2 3 0.80 $1200 1.0 81 181 54% $12


João Leonardo Fragoso

Power PC 4 0.80 $1700 1.3 121 115 28% $53


601
HP PA 7100 3 0.80 $1300 1.0 196 66 27% $73

DEC Alpha 3 0.70 $1500 1.2 234 53 19% $149

Super Sparc 3 0.70 $1700 1.6 256 48 13% $272

Pentium 3 0.80 $1500 1.5 296 40 9% $417

31 Fonte: Jan Rabaey – Digital Integrated Circuits 2nd Ed

Confiabilidade

 Ruídos em circuitos digitais

v(t) V DD
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i(t)

Acoplamento Acoplamento Ruídos de Alimentação


Indutivo Capacitivo VDD/GND

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Analógico vs. Digital

V
V
out
“ 1” OH
V Slope = -1
V OH
IH
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V(y)=V(x)
Região
Indefinida
VM
Switching Threshold
V
IL
Slope = -1

“ 0”
V
V
OL
OL
V V V
IL IH in

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Definição de Margem de Ruído

"1"
V
OH
NM H Noise margin high
João Leonardo Fragoso

V
IH
Undefined
Region

V
NM L V
IL Noise margin low
OL

"0"
Gate Output Gate Input

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Orçamento para o ruído

 Alocar « grandes » margens de ruídos (NM 


0) para fontes de ruídos « esperadas »
– Fontes de alimentação
João Leonardo Fragoso

– Cross talk
– Interferências
– Offset
 Diferenciar entre fontes de ruídos fixas e
proporcionais

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Propiedades de confiabilidade

 Margens de ruídos absolutas causam decepção


– Em termos de tensão, um nó flutuando é mais facilmente
perturbado que um nó impulsionado (driven) por uma baixa
impedância de saída
João Leonardo Fragoso

 Imunidade a ruídos é a métrica mais importante aqui


– Capacidade de suprimir ruído
 Outras importantes: Função de transferência para o
ruído, impedância de saída do transmissor, impedância
de entrada do receptor

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João Leonardo Fragoso


Fan-in & Fan-out

M
N

Fan-out N Fan-in M
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Inversor Ideal

V out

Ri = ∞
João Leonardo Fragoso

Ro = 0
Fanout = ∞
g=∞
NMH = NML = VDD/2

V in

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Definições de Atraso

V in

50%
João Leonardo Fragoso

tpHL tpLH
V out
90%

50%

10% t
tf tr
39

Oscilador em anel

v0 v1 v2 v3 v4 v5
João Leonardo Fragoso

v0 v1 v5

T = 2 × tp × N
40

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Um RC de 1a. Ordem

R
vout
João Leonardo Fragoso

vin C

tp = ln (2) τ = 0.69 RC

Modelo Importante
41 Modelo adequado de um inversor

Dissipação de Potência

Potência instantânea:
p(t) = v(t)i(t) = Vsupplyi(t)
João Leonardo Fragoso

Pico de potência
Ppeak = Vsupplyipeak

Potência média:
1 t +T Vsupply t +T
Pave = ∫
T ∫t
p(t )dt = isupply (t )dt
T t

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Energia & Energia-Atraso

Power-Delay Product (PDP) =


E = Energy per operation = Pav × tp
João Leonardo Fragoso

Energy-Delay Product (EDP) =


quality metric of gate = E × tp

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Um RC de 1a. Ordem

R
vout

vin CL
João Leonardo Fragoso

T T Vdd
E = ∫ P ( t ) dt = V ∫ i t ) dt = V C dV = C •V 2
0→1 dd supply ( dd ∫ L out L dd
0 0 0

T T Vdd
1 2
E = ∫P ( t ) dt = ∫ V i ( t )dt = ∫ C V dV = --- C • V
ca p cap out ca p L out out 2 L dd
0 0 0

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Conclusões

 Circuitos integrados digitais percorreram um


grande caminho e muito potencial ainda existe
para as próximas décadas
João Leonardo Fragoso

 Alguns desafios interessantes pela frente


 Entender as métricas de projetos que
comandam os projetos digitais é fundamental
– custo, confiabilidade, desempenho, potência,
dissipação de energia, etc.

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