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Acidentes de Trabalho – a falta de segurança nas empresas

Os acidentes de trabalho, na maior parte das vezes, acontecem por culpa das empresas
que não cumprem as normas de segurança e não agem preventivamente. O problema é
que os acidentes são uma realidade e só este ano já morreram 124 pessoas.

As consequências destas mortes são tão pesadas, para a família e para a empresa, que
mais vale apostar na segurança.

O preço a pagar é demasiado alto quer para o trabalhador, quer para a empresa, que é
obrigada a pagar indemnizações à família do trabalhador e vê a sua reputação
manchada por mortes desnecessárias.

Em Portugal "a taxa de incidência dos acidentes de trabalho mortais em todas as


actividades por 100 mil empregados é de 7,7%, contra uma média comunitária de
3,4% como regista o Diário de Notícias de 02-09-2002.

Tendo em conta o número de mortes que ocorreram nos últimos anos, cabe às
entidades empregadoras assegurarem que cumprem a legislação e optarem por investir
em medidas de segurança.

O número de acidentes de trabalho diminui se as empresas:

Identificarem as potenciais situações de risco;

Investirem em medidas de segurança;

Adoptarem programas de prevenção;

Escutarem as campanhas de sensibilização;

Nas pequenas e médias empresas à semelhança do que acontece na Europa, pode ser
mais complicado identificar as situações de risco e implementar medidas de
segurança, dado que estas empresas muitas vezes não têm os recursos necessários
para o fazer.

Para dissuadir as empresas de incumprimento das normas de segurança no local


de trabalho estão:

As suspensões dos trabalhos caso haja falhas graves de segurança;

A notificação para a tomada de medidas de melhoria das condições de segurança;


A aplicação de sanções;

O custo elevado dos acidentes de trabalho, que excedem o prémio dos seguros pago
pela empresa, tanto em espécies como em dinheiro;

Perda de serviços;

Perda de reputação;

Possíveis processos em tribunal;

Atrasos no cumprimento dos compromissos;

Queda na produtividade;

Falta de motivação dos trabalhadores;

Absentismo dos trabalhadores;

O anteprojecto do Código do Trabalho agrava as penas para os acidentes laborais por


culpa do empregador, imputando-lhe a responsabilidade de cobrir os prejuízos
patrimoniais e não patrimoniais em relação ao trabalhador e seus familiares.

Ora se a empresa estiver numa situação económica instável ou débil os custos podem
levar a uma quebra na actividade ou até mesmo à falência.

Construção é o sector responsável pela maior parte das vítimas de acidentes


mortais

No ano passado o sector da construção foi responsável por mais de metade dos
acidentes de trabalho mortais, dos 280 acidentes registados, 156 sucederam na
construção civil.

A Inspecção do trabalho aponta como causas para um aumento da sinistralidade em


2001 "muitos projectos de elevado risco, em especial viadutos e pontes, associados à
utilização de equipamentos inadequados e/ou em mau estado de conservação e à
elaboração de projectos sem a necessária qualidade e com recurso, nalguns casos, a
técnicas construtivas desadequadas".

Já em 2002 houve 124 vítimas mortais de acidentes laborais, das quais 58


trabalhavam no sector da construção.

As maiores causas de morte neste sector são por:

esmagamento;

quedas em altura;

soterramento;

Mas o elevado nível de sinistralidade não se circunscreve à construção civil. Os ramos


da indústria transformadora e dos transportes, são também causadores de inúmeras
vítimas mortais.

Apesar dos números serem elevados, a Inspecção Geral do Trabalho assinala a


diminuição dos acidentes mortais em 20,6% em relação ao primeiro trimestre do ano
passado, que se acentuou até 31 de Julho deste ano, dado terem havido 124 acidentes
comparativamente com os primeiros 7 meses do ano passado.

Verifica-se que apesar da elevada sinistralidade laboral portuguesa , Portugal está na


média europeia, com uma " taxa de sinistros da ordem dos 93 trabalhadores
acidentados para cada cem mil", o que segundo o estudo "A situação Social na União
Europeia 2002", a coloca a par da média europeia de 90 acidentes por cada cem mil
trabalhadores.

Às empresas importa não esquecerem aqueles que morrem vítimas de acidentes no


local de trabalho, como os que ficam deficientes parcial ou totalmente para toda a
vida em sequência de acidentes de trabalho.
SEGURANÇA NO TRABALHO
PREVINA OS ACIDENTES DE TRABALHO
CONSELHOS
 Faça com que o seu local de trabalho seja confortável, propiciando assim mais
estímulo e um maior cuidado com as actividades mais perigosas; 
 
 Procure organizar o local de trabalho, ou seja, deixe os objectos nos seus
devidos lugares e bem guardados. Isso impede as improvisações, diminuindo os
acidentes; 
 
 Esteja sempre informado quanto aos riscos e cuidados que envolvem as suas
actividades e as formas de protecção disponíveis para diminuir esses riscos; 
 
 Participe em actividades e cursos de prevenção de acidentes sempre que a
empresa os promover; 
 
 Procure aplicar as medidas e dispositivos de prevenção de acidentes de trabalho; 
 
 Sugira à empresa palestras e cursos sobre prevenção de acidentes; 
 
 Em caso de acidente, e se houver sangramento, tente estancar a ferida e
encaminhar o ferido imediatamente para o pronto-socorro. Se houver
amputação, leve o órgão amputado juntamente com a vítima, tente envolvê-lo
em gelo para garantir a possibilidade de reimplante; 
 
 Se trabalha com máquinas nunca retire as protecções do seu corpo enquanto as
está a utilizar. Todos os anos, em Portugal, cerca de 2500 trabalhadores são
vítimas de amputação; 
 
 Se trabalhar muitas horas sentado, mantenha uma postura adequada. Faça
pequenas paragens em cada 2 horas;
 
 No seu local de trabalho use sempre a protecção individual recomendada. Se
acha que é incómoda ou desajustada, informe-se com os responsáveis da
segurança da empresa. 

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