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SEMINÁRIO EVANGÉLICO TEOLÓGICO BÍBLICO


Administração Bíblica
Dra. Marly Costa

Jonathan Holden¹

ADMINISTRAÇÃO BÍBLICA

INTRODUÇÃO

Administração é a disciplina de gerir recursos de outro para que se possa alcançar objetivos
estabelecidos pelo dono dos recursos. No caso da igreja temos de gerir os recursos que Deus
tem posto ao nosso dispor para alcançar objetivos traçados por Ele. Para podermos fazer esta
administração devemos nos apoiar nos princípios Bíblicos para administração. Este tipo de
administração baseado nos princípios Bíblicos tem-se denominado de administração Bíblica.

Na verdade cada crente é a um degrau ou outro um administrador, pois Deus tem conferido
recursos a cada um dos membros do seu corpo. Recursos que Deus nos tem dado para
administrarmos incluem o evangelho, o dinheiro, dons espirituais, outros crentes que
cuidamos, a criação de Deus, os mistérios de Deus, o perdão, o amor, nossa mente, o poder, o
tempo, nosso ponto de vista, nossa atitude, a fé, o louvor, o ministério, o nosso corpo, o nosso
caráter e também nossas famílias.

Podemos ter muita habilidade e talentos diversos para administrar, mas o principal requisito
que Deus está a procura em nós é a fidelidade. Este valor dado por Deus à fidelidade pode ser
vista na parábola dos talentos descrito em Mateus 25:14-30. Tanto em sua fidelidade como em
todos os outros aspetos de sua administração dos recursos dados por Deus, Jesus é o melhor
exemplo de um bom administrador que temos para seguir. Faremos bem em estudar
cuidadosamente a vida de Jesus para ver como Ele nos guia em termos de administração.

1. O MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO

O ministério da administração Bíblica é praticamente a arte de levar outros a alcançarem


grandes coisas para o reino de Deus. Para conseguirmos cumprir esta tarefa será necessário
reconhecer a importância da unção para liderar, cumprirmos as qualificações Bíblicas do
líder, aprender a liderar como servo e pastor, entender claramente as tarefas de um líder,
treinar outros líderes e discípulos, aplicar os princípios do êxito, evitar as violações que
causam o fracasso e também compreender os princípios Bíblicos de organização.

¹ Presbítero, Licenciado em Engenharia do Ambiente (Instituto Superior Politécnico Tundavala, Angola),


Mestrando em “Transition Mangement” (Justus Liebig Universitat Giessen, Alemanha) e aluno do Bacharel
Extensivo de Teologia com habilitação em Administração Eclesiástica
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É importante pensar sobre a maneira que a Bíblia instrui os líderes a administrarem para poder
pôr em prática estes princípios. Administrar segundo princípios da Bíblia é importante pois
nos leva a ter um propósito e direção claro a seguir, evitar a confusão no ministério, tomar
decisões boas, seguir ordenadamente prioridades corretas, agir em vez de reagir, saber quem é
responsável por que tarefa em que período, avaliar o progresso das tarefas e isto tudo
permitirá o uso sábio dos recursos espirituais que Deus nos tem dado podendo assim entrar
sem receio em portas que vão se abrindo e o resultado final será a harmonização do nosso
ministério com a vontade perfeita de Deus.

2. POSIÇÕES DE LIDERANÇA

Deus quer que sua igreja alcance os objetivos traçados por Ele, e para tal ele tem posto em
posição uma liderança sobre a igreja. Esta liderança é estabelecida por Deus na Bíblia e a
igreja deve submeter-se ao plano de Deus para esta função. Deus tem dado à igreja líderes
com estilos diversos para ir de encontro com as necessidades que a igreja tem. Deus tem dado
os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, isto para a preparação dos membros
para fazerem o trabalho da igreja. Além destes cinco dons dados por Deus, Ele também tem
dado a alguns os dons de presidir e governar, ou seja, liderar e administrar respetivamente.
Deus tem dado estes dons segundo o critério Dele, mas também dá o lugar à escolha humana
de alguns líderes que têm sido chamados de presbíteros e diáconos. Parece ser muito
complicado esta diversidade toda mas Deus é sábio em sua colocação deles todos segundo
necessidades específicas.

Cada um destes líderes que Deus coloca na igreja cumpre funções específicas. O apóstolo tem
capacidade de entrar em novas áreas ainda não alcançadas com o evangelho e estabelecer
novas igrejas e depois ir visitando e supervisionando o progresso das novas congregações. O
profeta fala para congregações já existentes aquilo que Deus o inspira a dizer, sendo
normalmente uma exortação forte ou confrontação do pecado existente no grupo. O
evangelista tem uma capacidade de apresentar o evangelho às pessoas de forma que fiquem
convencidas e assim números grandes de pessoas se acrescentam ao rebanho. O mestre tem
habilidade em treinar os crentes no conhecimento da Bíblia, de forma que quando ele explica
algo às pessoas elas saem com um entendimento claro do texto. O pastor é alguém que Deus
dota com o compromisso de cuidar do rebanho da igreja local por um longo prazo, ajudando a

¹ Presbítero, Licenciado em Engenharia do Ambiente (Instituto Superior Politécnico Tundavala, Angola),


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de liderar ou presidir terá visão para o avanço da igreja e passa a frente da igreja e terá
pessoas o seguindo. O dom de administrar ou governar leva a pessoa a poder agarrar nas
ideias do líder e criar planos estratégicos para que essas ideias se possam materializar com
sucesso. Os ofícios de presbítero e diácono vêm a ajudar as pessoas com os dons de liderança
de forma prática na liderança da igreja. Os dons de liderança podem também coincidir com os
ofícios de liderança, podendo ser, por exemplo, um pastor também um presbítero.

Liderar é influenciar. Todos nós influenciamos a outros à nossa volta de uma forma maior ou
menor com nossa ação diária. Por causa disso cada um de nós é um líder num grau maior ou
menor. Devemos tomar com responsabilidade este facto e estarmos dedicados a influenciar
segundo a vontade de Deus. Para isso Deus tem dado a cada crente pelo menos um dom
espiritual com o qual pode servir na igreja. É neste serviço que nossa influência se manifesta.
Seja qual for o dom que Deus tem dado a pessoa, ela deve usá-lo bem para a glória de Deus.
Esta influência que cada crente tem deve ser usada dentro dos parâmetros e limites
estabelecidos pela liderança formal que Deus tem estabelecido na igreja local. Agindo dessa
forma, cada um exercendo sua liderança dentro da capacidade e fé dada por Deus, a igreja
poderá então ter esperança em cumprir os propósitos que lhe são dados pelo Senhor.

3. A UNÇÃO PARA LIDERAR

Há muitas coisas importantes e necessárias para um líder se manter eficaz no seu trabalho,
mas há uma que supera todas outras em termos de importância que é a presença e cooperação
do Espírito Santo na sua liderança. Em toda a Bíblia vemos retratado a necessidade de unção
no ministério de Deus. Unção é a prática de derramar óleo especial sobre a cabeça de alguém
que está a receber um cargo de autoridade. Vemos isso nos exemplos de Saul e Davi quando
foram ungidos como reis de Israel. Na verdade este ungir com óleo é simplesmente um
simbolismo daquilo que está a acontecer no interior da pessoa através do poder do Espírito
Santo que lhes é dado.

No antigo testamento há três tipos de unção que são descritos e que das quais podemos tirar
analogias para a unção para liderar. Estas são a unção do leproso, a unção do sacerdote e a
unção do líder. A unção do leproso representa a unção que precisamos como pecadores
separados de Deus. Nesta unção recebemos graça salvífica através do sangue que Jesus
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verteu, arrependemo-nos da vida pecadora que levamos, somos purificados no lavar do


batismo ou emersão para dentro do corpo de Cristo e ungidos com óleo sobre a cabeça sendo
isto representativo do cair do Espírito Santo sore nós. Assim, passamos de ser separados da
presença de Deus por causa do pecado a unidos a Ele num relacionamento íntimo e pessoal. A
segunda unção é a unção do sacerdote que representa a nossa separação da vida mundana para
uma vida reservada a Deus, ou seja, vida santificada. O último é a unção do líder que é a
capacitação que Deus nos dá para entrarmos em Seu serviço. Então primeiro somos reunidos a
presença de Deus, depois somos reservados por Ele para uma vida santa e último somos
capacitados por Ele para agirmos em seu favor ministrando a outros com poder.

Cada uma dessas unções vem de Deus e é para a glória de Deus. Deus dá esta unção de liderar
baseando-se no coração da pessoa pois ele não vê o exterior como os homens veem mas sim o
interior. Deus não dá esta unção para que possamos nos exibir mas sim para alcançar
objetivos. Deus quer cumprir os Seus propósitos através de líderes ungidos por Ele. A unção
que é dada também proporciona ao líder sabedoria para poder liderar bem o povo de Deus. Na
vida de todos nós existem jugos do passado que nos limitam no nosso serviço a Deus. Estes
jugos podem ter há ver com o pecado, qualquer maldição familiar ou outras coisas como
tradições ou normas. Podemos tentar vários métodos para romper com estas barreiras, mas a
única coisa eficaz que elimina todo jugo é a unção de Deus. Deus quer que líderes que o
servem o façam sem impedimentos e pelo poder Dele todos estes são rompidos. Através da
unção Deus também determina certa posição de liderança sobre a pessoa. Não só ele recebe o
poder para liderar mas também Deus impute reconhecimento público desta posição.

Cada um de nós precisa procurar a Deus pois Ele é que unge a pessoa com Seu poder. Quando
Deus unge uma pessoa, essa pessoa deve agir no ministério segundo o chamado ou unção
específica que Deus o dá e não imitar outros em sua unção. Muitos são enganados tentando
imitar a unção de outro em vez de esperar no Senhor e seguir a unção que Deus o dará.
Satanás também está sempre atento tentando enganar e tomar proveito dessas situações.
Quando é uma unção falsa ele vai encorajando e quando é a verdadeira unção de Deus ele
motiva outros a se levantarem contra o ungido de Deus. Quando a pessoa recebe unção de
Deus para uma tarefa pode contar quase de certeza com este tipo de oposição forte. A pessoa
não deve desanimar mas sim voltar ao Deus que o chamou para a obra.

¹ Presbítero, Licenciado em Engenharia do Ambiente (Instituto Superior Politécnico Tundavala, Angola),


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Tal como os discípulos rogaram a Deus que os ajudasse na oposição que recebiam em Atos 4
e Deus os ouviu e deu-lhes uma unção fresca de coragem e poder para pregar em face as
perseguições, Ele o dará a quem o procurar. Deus quer dar a seus servos unção fresca a cada
dia. Devemos sempre voltar ao Senhor para receber continuamente da unção do leproso,
sacerdote e líder. Precisamos renovar constantemente a nossa relação íntima com Deus que
produzirá poder para uma vida santa e assim seremos dignos de ministrar com a unção
poderosa de Deus para com os outros. Sem dúvida a unção completa de Deus é essencial para
quem quer liderar, e precisa ser procurado dia após dia na presença de Deus.

4. AS QUALIFIÇÕES PARA O LÍDER

Deus escolhe líderes para ungir segundo a disposição do seu coração, como já foi dito. Mas os
líderes que Deus escolhe também acompanham uma série de qualificações que estão bem
delineadas nas escrituras. Em primeiro lugar existem os elementos essenciais que incluem a
salvação da pessoa, o facto de estar cheio do Espírito, ter o chamado para liderar e também ser
já maduro na sua fé. O líder deve apresentar também o fruto do Espírito em sua vida. Este
fruto é o carácter de Deus em sua vida. Ele inclui amor, alegria, paz, paciência, bondade, fé,
mansidão e domínio próprio. A Bíblia também apresenta qualificações específicas que devem
ser procuradas nas pessoas que a igreja chama para serem presbíteros e diáconos. Estas
qualificações podem ser encontradas bem detalhadas em 1 Timóteo 3 e Tito 1. Também
existem qualificações gerais que um bom líder deve ter para executar o seu trabalho que
incluem excelência, resolução, humor, atitude positiva, autoridade, dedicação, iniciativa,
sabedoria e conhecimento, educação (não sendo um fator limitante ao poder de Deus),
experiência no ministério, prontidão a pagar o custo de abandono de si mesmo e também um
espírito de servo humilde. Deus é que dota a pessoa com estas qualidades todas e chama os
líderes dentro destes parâmetros. A confiança do líder não deve ser em si mesmo ou em sua
capacidade de desenvolver estas qualidades, pois se ele assim fizer irá falhar com certeza. Em
vez disso, ele deve reconhecer que é o Senhor que desenvolve em nós todas as qualidades de
um líder ungido. A pessoa deve descansar no Senhor e pedir a Ele que transforme de dentro
para fora e que vá desenvolvendo mais e mais estas qualidades de líder dentro dela.

¹ Presbítero, Licenciado em Engenharia do Ambiente (Instituto Superior Politécnico Tundavala, Angola),


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5. LIDERANDO COMO UM SERVO

Quando Jesus veio à terra ele fez as coisas de uma forma muito diferente do que as pessoas
esperavam. As expectativas que elas tinham eram baseadas nas suas ideias preconcebidas e
baseadas na natureza humana. Jesus inverteu as coisas e nos trouxe um exemplo vivo de como
liderar como servos. Jesus liderou seus discípulos servindo os de forma humilde, dedicada e
amorosa. As vezes eles até ficavam assustados com as atitudes de Jesus. É a estas atitudes de
Jesus que devemos prestar atenção se queremos liderar como ele liderou. Jesus deixou tudo o
que lhe era de direito e viveu uma vida de sofrimento humano. Ele mostrou-nos que é nesta
entrega total que ganhamos real influência. Os líderes da igreja primitiva seguiram o estilo de
liderança que Jesus havia deixado para eles e nós também devemos seguir este modelo em
nossa liderança na igreja de hoje. Devemos considerar as necessidades do rebanho a frente das
nossas. Enquanto o mundo nos diz que devemos dominar, exercer autoridade, mostrar nossa
superioridade e identificarmo-nos como chefes e senhores sobre nosso rebanho, Jesus nos
chama a liderar de forma humilde, pacífica e sobre tudo como servos daqueles a quem
lideramos. Este servir na verdade é o posicionamento que devemos assumir no reino de Deus
se quisermos liderar com poder. Foi o serviço de Jesus em hummildade, culminando em sua
morte na cruz, que deu lugar ao poder maior que Jesus veio a ter. Ele venceu o mal, teve
vitória sobre a morte e ganhou vida eterna para a sua noiva. Connosco será do mesmo jeito. O
poder de Deus agirá em e através de nós quando nos posicionarmos ao serviço do Senhor
ministrando humildemente às pessoas. Mas este posicionamento não vem naturalmente ao ser
humano, nossa tendência é de orgulho e promoção pessoal. Somente com a ação do Espírito
Santo poderemos chegar nesta altura de líderes servos. É necessário que busquemos este tipo
de liderança desenvolvendo as mesmas atitudes que Jesus, humilhando-nos e nos
identificando com a humanidade a nossa volta, sendo obedientes a voz do Criador, morrendo
ao pecado e ao nosso eu, servindo em amor e permitindo que Deus seja o dono de nossas
vidas.

6. LIDERANDO COMO UM PASTOR

Uma das analogias usadas frequentemente na Bíblia para descrever a liderança é a do


relacionamento de pastor para ovelhas. Davi em seu salmo 23 falou que “O Senhor é o meu
Pastor” e segue descrevendo como este pastor age na vida dele. Jesus também se descreveu
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como O Bom Pastor e deu muita explicação usando esta analogia. Jesus é o único Pastor de
todo seu rebanho que é a igreja. Seguindo o exemplo do Bom Pastor, líderes na igreja devem
aprender também com este exemplo para agir da mesma forma em seu ministério.

Existem vários princípios que se podem tirar desta analogia para a nossa atividade como
líderes. O rebanho de Deus pode estar dividida em muitos sub-rebanhos mas ela é na verdade
só um formado por todos que creram no nome de Jesus e o receberam como Senhor de suas
vidas. Assim o rebanho é só um e também o Pastor é só um, Jesus Cristo. As ovelhas do
rebanho de Deus são colocadas lá pela ação de Deus e não somos nós que os ganhamos. Cada
ovelha que Deus resgatou para seu rebanho está segura nas mãos do Bom Pastor e não tem de
temer a perdição. Ao anunciarmos a boa nova do nosso Bom Pastor devemos entender que
nem todas as ovelhas seguirão. O Pastor conhece bem suas ovelhas e suas ovelhas também o
vão conhecendo cada vez melhor. Como líderes de partes pequenas deste rebanho devemos
nos esforçar para termos relacionamentos ativos com as ovelhas do rebanho compartilhando
abertamente nossas vidas com elas. Devemos também aprender com o Bom Pastor a
cuidarmos, disciplinarmos e corrigirmos, ajudarmos e liderarmos bem as ovelhas do Pastor.
Como já foi dito, o pastoreio deve ser feito servindo as ovelhas e isto de boa vontade. A
pessoa que lidera deve o fazer porque quer e gosta de fazer e não por obrigação. Jesus deu a
vida por suas ovelhas e está constantemente com um olho protetor nelas. Cada líder deve
voltar constantemente para a imagem do Bom Pastor Jesus para imitar seu maravilhoso
exemplo.

Ezequiel 34 tem umas advertências fortes para aqueles que pretendem pastorear. Ele avisa que
não será fácil o juízo de Deus sobre todos aqueles que não tratam as ovelhas com alimentação,
cuidado, resgate quando perdidos, reforço à unidade no rebanho, proteção contra o inimigo e
as enfermidades do pecado e que ainda roubam das ovelhas, cuidam mais de si mesmos e
lideram sobre o rebanho com força e crueldade. Adverte-se a todo que procede assim,
mascarando-se de pastor mas agindo como lobo, que Deus vê tudo que faz e que não será leve
o castigo que o Senhor prepara para si.

7. AS TAREFAS DOS LÍDERES

O líder de uma igreja pode ter muitas tarefas, mas sempre a sua prioridade principal deve ser
em capacitar os membros a fazer o trabalho da igreja. Em cada tarefa que o líder for
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executando, deve certificar-se de que está a treinar alguém para fazer também esta tarefa. Isto
ele deve fazer tanto ao cuidar do rebanho, liderar os membros, tomar decisões, tratar com
disciplina e correções dos membros, procurar entender situações espirituais, físicas, materiais
e culturais do rebanho, entender os propósitos de Deus para o rebanho, fazer planos para
alcançar estes propósitos e finalmente executar estes planos com o rebanho. Cada uma destas
é uma tarefa que o líder da igreja faz, mas não devem ser seu foco. Ao realizar estas diversas
funções, ele deve ter consigo uma ou mais pessoas a quem ele possa treinar ou equipar para
fazer a mesma tarefa. Se os líderes das igrejas assim agirem, terão uma igreja cheia de pessoas
capacitadas para o ministério de Deus. Fugiremos do modelo de 10% das pessoas a fazerem
90% do trabalho e andaremos em direção a 10% das pessoas treinando os outros 90% para
fazerem a obra de Deus. Em pouco tempo a igreja poderá multiplicar até cem vezes pois todos
estão prontos a servir competentemente a Deus. O líder da igreja realmente terá tarefas
inúmeras e muitas delas bastante difíceis, mas ele tem a Deus par o fortificar em cada uma
delas. O líder deve fortificar não só a ele mesmo em Deus mas levar a igreja toda a se
fortificar Nele em cada tarefa que realizarem.

8. TOMANDO DECISÕES

Cada dia todos nós tomamos decisões pois temos muitas opções que nos são apresentadas ao
desenrolar o tempo. O líder de uma congregação é responsável pelas opções a serem
escolhidas pela igreja, por isso é importante ele estar pronto a todo o tempo para tomar
decisões. No mundo à nossa volta observamos a maioria das vezes decisões a serem tomadas
à base de voto ou decisão da maioria. A Palavra de Deus não nos apresenta este modelo. Por
causa da propaganda da democracia a maioria da gente diria que a igreja é democrática, mas
realmente não é assim que Deus instituiu. Deus tem as decisões para a igreja e quer comunicar
com a igreja estas decisões. A liderança de cada igreja local deve tomar tempo para ouvir a
voz de Deus em cada decisão que tomarem. Ao ouvir a voz de Deus a liderança da igreja deve
seguir diretrizes para tomar decisões. Eles devem em primeiro lugar identificar o problema a
ser resolvido e trazê-lo diante do Senhor. O problema em causa poderá ter precedente na
Bíblia e assim Deus já haverá dado Seu parecer e a igreja poderá seguir o exemplo Bíblico.
Existem também situações em que a prática em questão não está claramente descrita na
Bíblia. Nestes casos deve se analisar se ela glorifica ou não a Deus, se tem ou não motivação

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boa por detrás, se realmente é necessário, se a igreja será edificada com ela, se é
escravizadora, se é um compromisso, se leva a tentação, se tem aparência do mal, se viola a
consciência e se afetará outras pessoas negativamente. Depois de analisar isto tudo a liderança
deve orar e esperar por uma resposta de Deus. Em situações concernentes a vida dos membros
tais como o matrimónio, carreira e outras, deve-se analisar as escrituras, escutar
cuidadosamente a voz do Espírito de Deus, buscar o conselho de outros crentes, olhar bem
para as circunstâncias à volta da situação e sobre tudo reconhecer o Senhor naquela situação e
confiar somente Nele. Em qualquer tipo de situação que se vai tomar uma decisão deve-se
analisar todas as opções, escolher a melhor entre todas elas, comunicar a decisão às pessoas
afetadas, realizar a decisão e também avaliar continuamente os resultados da decisão. Um
líder não deve ser precipitado em tomar decisões, mas sim esperar receber a paz de Deus no
assunto. Especialmente se o líder estiver cansado, frustrado ou sobre algum tipo de pressão,
ele não deve tomar a decisão. Ele deve descansar no Senhor e quando estiver bem em sua
alma ele poderá então avançar com a decisão que Deus lhe der. Como líderes não devemos ter
medo de decisões mas sim confiar plenamente em Deus. Ele quer dar-nos a decisão certa e
guiar-nos em todo processo envolvido. A Deus seja toda a glória e honra em cada decisão que
tomarmos em Sua igreja.

9. OS CONFLITOS E A DISCIPLINA

Tem se dito que se encontrarmos uma igreja perfeita não devemos entrar nela se não a
estragamos. Estragamos porque todos nós somos imperfeitos. Sendo que todo ser humano é
imperfeito teremos sempre conflitos na igreja e também em certos casos a necessidade de
disciplinar. Deus sabe bem disso e por isso Ele tem dado em sua Palavra a orientação de como
devemos tratar com conflitos e disciplina. Apesar de conflitos serem muito comuns é possível
termos a disciplina de discordarmos sem ter conflito. Isto será muito importante
especialmente entre líderes da igreja. Como líderes devemos ir desenvolvendo com a ajuda de
Deus esta habilidade de discordar pacificamente. Na Bíblia podemos encontrar um padrão no
estabelecimento de igrejas locais que sempre envolve conflitos e disciplina a algum momento
do seu trajeto de desenvolvimento. Por isso, todo o líder deve estar preparado para responder
a tais necessidades. Quando houver um conflito ou necessidade de correção na igreja a base
para resolver é sempre a Bíblia.

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Normalmente os conflitos na igreja surgem por causa de crentes imaturos motivados por
Satanás, por sua própria carne e pelo orgulho. A melhor maneira de resolver conflitos é evitá-
los com uma ação antecipadora. Para evitar os conflitos cada líder deve empenhar-se em
desenvolver continuamente a maturidade do rebanho, manter cada membro bem informado
acerca das decisões e acontecimentos da igreja, antecipar os problemas, construir
relacionamentos fortes com os membros, dar reconhecimento aos que estão a laborar consigo,
admitir erros que cometer, comunicar bem seus propósitos e planos de ministério, comunicar
bem quais queres regras estabelecidas para a congregação, estar sempre disponível para ouvir
seus membros e com todo zelo agir segundo a palavra de Deus em cada etapa do ministério
mostrando à igreja que está pronto para resolver conflitos sendo capacitado pelo Espírito
Santo. Agindo assim será minimizado o número de conflitos, mas mesmo que anteciparmos
cuidadosamente os conflitos alguns irão sempre surgir. Quando estes surgirem na igreja, o
líder deve imediatamente estar disponível para tratar deles. Ele deve orar a favor da resolução,
determinar o problema real para não ser levado por assuntos laterais, envolver as pessoas
afetadas na resolução, não confundir outros conflitos com o assunto em mão, atuar logo que
tiver entendimento claro do conflito e finalmente dar explicação clara sobre sua atuação a
todos envolvidos no conflito. Cada conflito na igreja é uma oportunidade de ver Deus em
ação, por isso devemos louvá-lo quando temos estas situações. Devemos aproveitar a
oportunidade para aprendermos algo e também sermos moldados por Deus. Deus tem
propósitos maravilhosos mesmo em circunstâncias que nos pareçam totalmente negativas.
Para maximizarmos nosso reconhecimento de Deus na resolução de conflitos devemos entrar
na tarefa com a atitude que Jesus teria e seguir princípios Bíblicos para a resolução.

O assunto de disciplina na igreja às vezes tem sido mal entendida. Pode se entender de forma
errónea que a disciplina é uma forma da igreja demonstrar seu poder sobre os membros ou
criar medo neles. Ao contrário disso, a disciplina que a Bíblia apresenta tem mais a ver com o
amor que Deus tem pela igreja e por cada membro individual. Deus quer que sua igreja ande
com saúde e que o represente de forma digna perante o mundo. A disciplina segundo a Bíblia
tem o propósito de restaurar uma pessoa que esteja negando a palavra de Deus, corrigir o
pecado na vida dos membros, proteger o testemunho da igreja e animar os membros todos da
igreja para permanecer fiel em seu testemunho e não se tornar descuidados em sua conduta. A
disciplina na igreja deve ser feita seguindo a ordem de ação apresentada em Mateus 18:15-17.

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A disciplina deve ser efetuada pelos líderes da igreja e sempre com a intenção de restaurar
àqueles que têm sido cativos por satanás. A atitude da pessoa que está a ser corrigida deve ser
determinante do procedimento da disciplina. Se a pessoa responder humildemente e aceitar a
correção haverá tratamento diferente que no caso de alguém rejeitar orgulhosamente a
correção. Neste caso pode ser tão severo a disciplina que se chegue ao ponto de exclusão da
comunhão da igreja. Também se deve distinguir entre problemas particulares e problemas
públicos, tratando assim da disciplina na arena de envolvimento respetivo. Cada decisão de
disciplinar deve ser tomado somente com base em factos conhecidos e não em rumores.
Sempre que líderes estiverem a exercer disciplina devem lembrar que do jeito que julgarem os
membros da igreja também serão julgados por Deus. Assim o líder deve lembrar que a
disciplina não é uma ação com intuito maldoso mas sim uma ação de amor.

10. TREINANDO LÍDERS E DISCÍPULOS

Líderes bons são essenciais para o avanço saudável do reino de Deus. Deus quer que novos
líderes sejam continuamente chamados e treinados para a seara. Jesus nos disse que a seara é
grande e que os trabalhadores são poucos. Os líderes são poucos para a quantidade de trabalho
que a igreja tem por fazer neste mundo. Temos de rogar a Deus por mais líderes e também ter
como prioridade no nosso trabalho como líderes o treinamento de novos líderes. Quando
vemos uma pessoa que ainda não conhece Jesus devemos vê-lo como um potencial irmão em
Cristo. Devemos ver novos convertidos como potenciais discípulos comprometidos a Jesus e
os que já estão comprometidos a servir a Jesus como potenciais líderes e treinadores de
outros. Este é a mais importante responsabilidade de um líder de igreja. Neste trabalho não se
deve tentar treinar todos de uma só vez e da mesma forma, mas sim ser seletivo com as
pessoas em quem investiremos mais tempo e esforço em treiná-los. Devemos medir às
pessoas e escolhê-las segundo a orientação de Deus. Isto nos leva a um empenho grande em
termos de oração dependente e humilde na presença de Deus. Devemos estar atentos a
orientação de Deus mas ao mesmo tempo termos a iniciativa de observar potenciais pessoas a
treinar como líderes. Não devemos ficar a olhar nos problemas que cada pessoa tem mas sim
no potencial que elas apresentam para servir a Deus. Ao falar com cada pessoas sobre a
possibilidade de ser treinado como líder na obra de Deus devemos claramente explicar os
custos que isto envolve para o discípulo. Estas pessoas devem entender bem que terão de

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abandonar-se a si mesmos para seguir só a Jesus e ser servos de todos e nisto o reino de Deus
torna-se sua prioridade absoluta. Cada pessoa que for selecionado para treinamento deve
caracterizar-se com fidelidade para permanecer na obra sem vacilar e também a capacidade de
ensinar a outros para que se multiplique a obra cada vez mais. Depois de selecionarmos
pessoas segundo a vontade de Deus elas devem ser treinadas seguindo princípios que Jesus
usou com seus discípulos. Devemos passar tempo com essas pessoas para os conhecer bem e
ser conhecidos por eles. Devemos deixar-lhes entender o quanto os amamos e nos
preocupamos com eles. A medida que avançámos com o treinamento não devemos deixar que
eles se apeguem de mais a nós e tornem-se dependentes de nós mas sim devemos ajudá-los a
se aproximarem mais de Jesus e tornarem-se totalmente dependentes Dele. Nisto eles devem
se consagrar a Jesus. Eles devem ser esclarecidos quanto a visão que Deus tem para alcançar
todo o mundo com o Evangelho de Cristo e não deixados a escorregar a outra visão menor.
Eles devem ser instruídos nos ensinamentos de Jesus. Tal como Jesus investiu a maior parte
de seu tempo a ensinar seus discípulos mais íntimos também devemos dedicar nosso tempo ao
ensino daqueles que estamos a treinar. Tudo que formos ensinando não deve ficar a nível
teórico mas sim devemos demonstrar praticamente aquilo que ensinamos. Assim, os
discípulos devem ser expostos a todo tipo de trabalho como evangelização, aconselhamento,
pregação, expulsão de demónios e muitos outros. Depois de observarem as tarefas eles devem
ser dados oportunidades para participar delas de forma a ganharem confiança e experiência
pessoal na obra de Cristo. À medida que forem avançando com o trabalho poderão ser
acompanhados menos de perto mas sempre com uma supervisão e acompanhamento
encorajador de longe. Tal como Jesus fez com seus discípulos, quando sentirmos que os
discípulos estão prontos devemos comissioná-los para a obra. Em Éfeso Paulo formou na
igreja um centro de treinamento através da qual muitos foram comissionados e enviados para
outros locais para expandir o reino de Deus. Podemos e devemos como líderes de igrejas
tomar este exemplo e tornar cada igreja local num centro de formação de líderes para a
contínua expansão em massa da igreja de Cristo em nossas cidades. Desta forma a falta de
líderes para responder à demanda da seara será pelo menos em parte mitigada. Creio que este
tipo de trabalho irá verdadeiramente fazer um avanço da igreja como a que Jesus falou aos
discípulos em que os portões do inferno não iriam prevalecer. Se a igreja avançar assim
realmente o inferno irá tremer e o nome de Jesus será exaltado.

¹ Presbítero, Licenciado em Engenharia do Ambiente (Instituto Superior Politécnico Tundavala, Angola),


Mestrando em “Transition Mangement” (Justus Liebig Universitat Giessen, Alemanha) e aluno do Bacharel
Extensivo de Teologia com habilitação em Administração Eclesiástica
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Administração Bíblica
Dra. Marly Costa

Jonathan Holden¹

11. ENFRENTANDO O FRACASSO

Cada um de nós é imperfeito e tendencioso ao fracasso. Devemos estar conscientes disso


como líderes e estarmos prontos para enfrentar bem o fracasso. O fracasso vem na vida dos
líderes normalmente devido a uma diminuição no foco deles num relacionamento saudável
com o Senhor. Quando ficamos desta forma distraídos acabamos em entrar em pecados de
comissão, fazendo o que Deus não quer, ou de omissão, deixando de fazer aquilo que Deus
nos orienta. A questão não é se vamos falhar ou não mas sim como iremos agir quando
fracassamos. A Bíblia está cheia de histórias de pessoas que fracassaram, e todas elas tiveram
o resto de suas vidas determinada pela maneira que reagiram. Deus quer que sejamos
humildes para confessar que estamos errados sem fazer desculpas ou acusar outros. Deus quer
que assumamos o erro e venhamos a Ele para que nos perdoe e nos purifique de todo o mal.
Podemos aprender destas histórias bíblicas que Deus sempre nos revela nosso erro. Ele espera
que ao nos revelar o erro nos arrependamos e voltemos a Ele. Voltando a Ele passamos a ser
restaurados no Seu amor. Se cada vez que viermos a fracassar no ministério procedermos
assim então poderemos logo que restaurados avançar com o êxito de Deus. Nunca devemos
confiar em nós mesmos para conseguirmos o êxito mas sim descansarmos na vitória que já é
ganha em Cristo Jesus. Cada vez que falharmos e somos restaurados Deus espera que
aprendamos destas experiências e estejamos prontos a amadurecer através delas. Deus então
nos usará na vida de outros que vierem após nós para que os ajudemos em seus fracassos pois
já teremos passado por ali. Deus sabe que somos um povo caído e tendencioso a fracasso, é
por isso que Ele enviou Jesus. Nossa salvação está em Jesus e nosso sucesso no ministério
também está em Jesus. A Ele seja dada toda a glória por qualquer medida de êxito que a igreja
alcançar!

12. OS PRINCÍPIOS DO ÊXITO

Todos nós queremos ser bem-sucedidos de alguma forma ou de outra. Ter este êxito é
encarado de forma diferente no mundo em relação ao que Deus opina na Bíblia. O que Deus
considera como êxito é o uso dos recursos espirituais que Deus nos tem dado de forma a
maximizar o crescimento do Seu reino e consequentemente Sua Glória. Mundanamente o
êxito tem um ponto de vista egocêntrico enquanto Biblicamente o êxito é centrado em Deus.
A Bíblia está cheia de princípios a seguir para termos êxito na vida espiritual e cada um deve
¹ Presbítero, Licenciado em Engenharia do Ambiente (Instituto Superior Politécnico Tundavala, Angola),
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dedicar-se a estudar a Bíblia para conhecer estes princípios e aplicá-los a sua vida. Ao
avançarmos com a nossa vida com Deus devemos desejar ter êxito segundo os padrões de
Deus, e isso tudo começa com uma atitude de humildade perante o Senhor. Devemos
reconhecer que nosso sucesso não virá de nós mesmo mas sim de Deus e assim toda a honra é
Dele. Reconhecendo Deus como fonte do êxito deveremos então buscar incessantemente a
Ele, meditar na sua palavra, esperar pelo Seu chamado para poder agir nos propósitos Dele,
experimentar diariamente a presença de Deus como fonte de nossa energia e forças e também
receber de Deus unção para os trabalhos específicos que faremos. Tudo dependerá de Deus.
Durante nossa caminhada teremos muitos problemas e decisões a tomar. Estes não devem ser
adiados mas sim enfrentados o mais rápido e sabiamente possível. Para podermos direcionar
nossas decisões deveremos conhecer bem nosso propósito para não desviarmos dela. Para
poder alcançar nosso propósito deveremos elaborar planos estratégicos e executar estes planos
de forma mais rigorosa possível. Em nossa vivência devemos sempre estar em santidade
perante o Senhor e buscar Dele constante sabedoria. Os nossos esforços devem ser a um nível
de excelência e focados na Glória de Deus e o avanço do Seu reino. Em tudo isto temos o
exemplo claro de Jesus Cristo que viveu a vida de êxito aos olhos de Deus a 100%. Mirarmos
nossa vida em Jesus deve ser algo em que pensamos todos os dias, vendo em cada situação
como Ele agiria. Para alcançarmos o tipo de êxito que Jesus teve em sua caminhada teremos
de estar decididos para tal, seguir uma disciplina rigorosa em nosso viver, ter uma direção
bem definida e estar determinados a chegar ao fim com vitória em Cristo. Uma coisa que é
importante reconhecermos é que o êxito que Deus nos dá na vida não vem sem preço. A
Bíblia diz que a quem muito é dado muito será exigido. Por isso devemos estar sempre
prontos a dar mais de nós a Deus a medida que Ele nos concede os recursos necessários para
alcançar o êxito. A medida que avançámos aproximamo-nos mais e mais à entrega total a
Jesus, ou seja, vida de abandono pessoal e de carregar com a cruz de Cristo a cada dia.

13. CALCULANDO O CUSTO

Tudo que fazemos na vida tem um custo, e seguir a Jesus não é diferente. Poderíamos pensar
que não tem custo porque vivemos na graça de Deus. Apesar de vivermos na graça, Jesus
disse claramente que seguir a Ele e servi-lo tem um preço grande. Cada líder deve considerar
os custos que vai envolver em liderar o povo de Deus antes de embarcar. Este trabalho

¹ Presbítero, Licenciado em Engenharia do Ambiente (Instituto Superior Politécnico Tundavala, Angola),


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envolverá muito sacrifício de desejos pessoais, tempo de solidão, rejeição e crítica por parte
de muitos, perseguição pesada, deveres intermináveis ao serviço de Deus e dos membros da
igreja, disciplina rigorosa e também a responsabilidade de viver uma vida irrepreensível
diante de Deus e dos homens. A pessoa que Deus chama para liderar terá de ter uma
transformação na sua lista de prioridades. Ele terá de deixar tudo para focar-se no serviço de
Deus. As suas prioridades incluíram o servir a Deus, servir aos outros e o avanço do reino de
Deus. Servir a Deus como líder envolve ter esta vocação como seu objetivo absoluto. Não
poderá ser dividido com outros objetivos. Servir será o seu todo. Esta entrega total ao trabalho
de Deus pode ser medido através dos resultados. Ao fazer o trabalho de liderar a igreja uma
maneira prática de ver se realmente se fez um bom trabalho será o de verificar se na ausência
deste líder os seus liderados conseguem continuar o que ele começou. O objetivo final é de
preparar homens e mulheres fiéis que irão formar outros homens e mulheres fiéis na obra de
Cristo. Para chegar a essa meta requer que o líder esteja pronto para arcar com o custo pesado
de servir a Jesus.

CONCLUSÃO

Deus tem dado recursos à sua igreja e espera que ela as administre bem. Os líderes de cada
igreja local é responsável por ajudar seu rebanho a gerir estes recursos. Deus tem dado a mim
uma habilidade de ver o potencial em outras pessoas e ajudá-los a desenvolverem-se dentro
deste potencial. Espero poder ajudar os membros da minha igreja a alcançarem o mais alto
nível de potencial no serviço de Deus. Eu gostaria de ver minha igreja a multiplicar-se muitas
vezes implantando novas igrejas locais. Gostaria de ver cada membro encarar esta visão e
entender que Deus quer os usar para grandes coisas. Pretendo por em prática aquilo que
aprendi com este curso nessa minha jornada com Jesus em liderar seu povo numa aventura de
tomar terreno para o reino de Deus.

¹ Presbítero, Licenciado em Engenharia do Ambiente (Instituto Superior Politécnico Tundavala, Angola),


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BIBLIOGRAFIA

SETEB: Texto para estudo de Liderança e Administração. Unidade 2 Administração Bíblica,


Versão 1. Mossoró: SETEB, 2013

¹ Presbítero, Licenciado em Engenharia do Ambiente (Instituto Superior Politécnico Tundavala, Angola),


Mestrando em “Transition Mangement” (Justus Liebig Universitat Giessen, Alemanha) e aluno do Bacharel
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