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Cidadão de bem

Triste essa mentalidade meramente retributiva. Se me violentar ele


atentou especificamente contra a minha integridade física e eu posso
me defender de acordo, e na medida da violência sofrida, sem
excessos. Afinal:

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando


moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual
ou iminente, a direito seu ou de outrem

Parágrafo único do art. 23 - O agente, em qualquer das hipóteses


deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.

Foco no "moderadamente", "atual", "iminente" e ""excesso". Legítima


defesa acontece apenas imediatamente antes ou durante a agressão.
Após é apenas mais um crime, pois deia de ser defesa para ser ataque,
visto que já ocorrera a agressão. Ademais, o exceder-se em sua defesa
tornará o fato criminoso, sem ser abarcado pela excludente.

Pensemos de forma jurídica, mediante casos concretos e não com a


ameaça incerta de que todos aqueles que discordam de você, caso
fossem vítimas de crimes, pensariam e agiriam exatamente como você. Nem todos
somos vingativos e violentos.

E também considere que somos operadores de direito e não


justiceiros. A ideia de autotutela e justiça pelas próprias mãos foram
historicamente limitadas por bons motivos. Não nos esqueçamos que
proteger o direito do próximo protege também o nosso. A violência
perpetrada pelos outros não justifica nova violência.

Nunca desejarei que você seja vítima de um ilícito, e também não ligo
se você discordar de mim, mas é lei, como demonstrei, que agressão
após ocorrência de outra é também um crime. Pela lógica, o atirador
tornou-se também um" marginal ", pois a defesa não aconteceu. Era
apenas vingança.

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