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METODOLOGIA DA PEDAGOGIA HISTORICO-CRITICA 1° passo PRATICA SOCIAL INICIAL: ulniciar as atividades apresentando aos alunos 08 objetivos, os tépicos e subtépicos da unidade que se pretende estudar, e em seguida, dialogar com os alunos sobre os mesmos, 0s alunos mostram sua vivéncia do contetido, isto 6, 0 que ja sabem sobre o tema a ser trabalhado e perguntam tudo que gostariam de saber sobre o novo assunto em pauta, e tudo. seré anotado pelo professor. A pratica social inicial pode ser feita como um todo no inicio da unidade e retomada, em seus aspectos especificos, a cada aula, conforme o contetido a ser trabalhado. Ou, a cada aula, o professor destaca a pratica social especifica do conteiido que vai trabalhar naquele dia. 2° paso iz PROBLEMATIZAGAQ: sldentificar os principais problemas postos pela prética e pelo contetido curricular, seguindo-se uma discussao sobre eles, a partir daquilo que 0s alunos ja conhecem: uExplicar que 0 conhecimento (contetido) vai ser construido (trabalhado) nas dimensSes conceitual, cientifica, social, histérica, econémica, politica, estética, religiosa, ideolégica, etc., transformadas em questées problematizadoras. 3° passo INSTRUMENTALIZAGAO: mE a apresentacao sistematico-dialégica do contetido cientifico, contrastando-o com 0 cotidiano e respondendo as perguntas das diversas dimensées propostas. E 0 exercicio didatico da relaco sujeito-objeto pela ago do aluno ¢ mediacao do professor. E o momento da efetiva construgéio do novo conhecimento. 4°passo CATARSE: "Representa a sintese do aluno, sua nova postura mental; a demonstrag&o do novo grau de conhecimento a que chegou, expresso pela avaliag3o espontanea ou formal 5° passo PRATICA SOCIAL FINAL mE a manifestagao da nova atitude pratica do educando em relaco ao contetido aprendido, bem como do compromisso em pér em execugao 0 novo conhecimento. E a fase das intengSes e propostas de agdes dos alunos. METODOLOGIA HISTORICO-CRITICA: PROCESSO DIALETICO DE CONSTRUCAO DO CONHECIMENTO ESCOLAR Joao Luiz Gasparin - DTP/UEM. INTRODUGAO © Curso de Atualizagao de Docentes de Sa a 8a série, realizado na Universidade Estadual de Maringé nos anos de 1993 e 1894, possibiltou-nos iniciar uma nova, Metodologia de Ensino através da qual buscamos desenvolver um trabalho mais participative na construgao do conhecimento em sala de aula. © ponto de partida do curso @ de nosso estudo foram 0 Curriculo Basico para @ Escola Publica do Estado do Parand e 0 Projeto de Avallacao da Propasta Curricular da Habiltagéo Magistério - Proposta de Disciptina didatica, As diretrizes desses documentos t&m como fundamento teérico-metodolégico 0 materialismo histérico do qual se origina @ pedagogia histérico- crfica, que, em sala de aula, se expressa na metodologia’ dialética de construgo_s6cio- Individuatizada do conhecimento. Apés esse primeiro curso, j& ministramos dezenas de outros envolvendo os trés graus de ensino. Nesses cursos desenvolvemos 0s seguintes_passos. metodolégicos: 1 = Realizagéo de breves estudos sobre as teorias educacionais conhecidas como —_Tradicional, Escolanovista e Tecnicista, Estas nos possibilitam conhecer as expressées pedagdgicas que marcaram as propostas educacionals em civersos momentos historicos. 2 - Anélise da proposta de Pedagogia Histérico-Critica, apresentada por Saviani em seu livro Escola e Democracia. O estudo dessa teoria mostra-nos como ela incorpora e supera as anteriores e Se constitui uma Via _teérico-metodolégica consistente e vidvel, possibiltando 20 aluno um engajamento total na ‘construgao de seu conhecimento, GASPARIN, Joao Luz. Uma didatica para a Pedagogia Historico-Critica, Campinas: Cortez, 2008, 3 - Tradugdo da Pedagogia Histérico-Critica para a prética docente como forma de planejamento de contetidos € de atividades escolares e também como método de trabalho cotidiano em sala de aula. Cada curso desenvolve-se segundo 0 método: pratica~ teoria-pratica. Isto significa partir sempre da pratica social empirica atual, contextualizando-a, pasando, fem seguida, a teoria que ilumina essa prétice cotidiana, a fim de chegar a uma nova pratica social mais cconcreta e coerente. Os resultados obtides até o presente séo incipientes, porém animadores, uma vez que o trabalho Gesenvolvido pelos professores em sou dia-a-dia escolar, pbs 08 cursos, tentando por em pratica essa metodologia, mostra que ela é possivel © de muito interesse para os educandos, pois eles séo permanentemente desefiados_ a _participarem ativamente na construgao de seu conhecimento. PASSOS DA METODOLOGIA HISTORICO-CRITICA Todos os cursos se iniciam pela descriggo da titima aula que cada participante ministrou. Analisam-se, em seguida, as diversas aulas a luz das teorias edilcacionais a fim de os professores comegarem @ perceber onde se situa sua ago pedagégica. Passa- 'se, entZo, ao estudo detalhado da Pedagogia Histérioo- Critica e de sua tradugo para a prattica docente. ‘A parte final de cada curso consiste em pianejar, segundo a nova proposta metodolégica, um tépico do contedido especifico que cada um dos professores participantes desenvolveré com seus alunos na escola, em que atua. © resultado do planejamento se expressa num piano de unidade onde se busca tracuzir para @ prética do cotidiano escolar a nova perspectiva de trabalho. A fim de mais claramente visualisarmos © proceso pedagbgico que levamos a efeito no estudo tebrico- pratico dessa teoria, descreveremos, resumidamente, Cada uma das cinco fases om que se divide @ proposta metodolégica da Pedagogia_Histérico-Critica, evidenciando como entendemos que cada um desses passos deva ser traduzido para a pratica escolar. 4) PRATICA SOCIAL INICIAL Saviani (1991:79-80) ao explicitar essa primeira fase de seu método pedagégico afirma que ela € 0 ponto de partida de todo 0 trabalho docente. Este passo consiste no primeiro contato que 0 aluno mantém com 0 conteudo que sera trabalhado pelo professor. E a percepgo que o educando possui sobre (© tema de estudo. Freqdentemente @ uma viséo de ‘senso comum, empirica, geral, um tanto confusa, sinerética, onde tudo, de'certa forma, aparece como natural © professor, por seu lado, posicione-se em relagao & mesma realidade de maneira mais clara e, 20 mesmo tempo, com uma visa mais sintética. A diferenga entre os dois posicionamentos deve-se, entre outras razbes, ao fato de o professor, antes de iniciar seu trabalho com os alunos, j4 ter realizado 0 planejamento de suas atividades, onde vislumbrou todo 6 caminho a ser percorrido. Isso ihe possieiita conduzir (0 proceso pedagégico com seguranga dentro de uma visdo de totalidade. Esse passo se caracteriza por ser uma preparagso € uma mobllizag3o do aluno para a construgéo do conhecimento. E uma primeira leitura da realidade, ou seja, 0 contato inicial com o tema a ser estudado, (Vasconcelos, 1993:44). © professor anuncia aos alunos o conteudo que serd trabalhado. Dialoga com eles sobre esse tema buscando verificar qual 0 dominio que j4 possuem & que uso fazem na pratica social cotidiana. Realiza um levantamento de quest6es ou problemas envolvendo essa tematica; mostra aos alunos © quanto 4 conhecem, ainda que de forma caétice, arespeito do Conteiido que serd trabalhado, evidencia que qualquer assunto a ser desenvolvido em aula, ja esta presente na pratica social como parte constitutva dela Esta fase consiste em desafiar os alunos @ mostrarem (© que jA sabem sobre cada um dos itens que serao estudados, © levantamento sobre a pratica social do contetido & sempre feito a partir do referencial dos alunos. Esta forma de encaminhamento mostra aos educandos que eles |& conhecem na pratica © contelido que a escola pretende Ihes ensinar. A pratica social incial € sompre uma contextualizago do conteado. E 2 conscientzagzo do. quo ocorre na sociedade elativamente aquele ‘pico @ ser trabalhado Mas como trabalhar com a prética social, oom essa leitura da realidade, em cada campo especifico do conhecimento? Entendemos que essa @ uma tarefa que cada professor, em sua érea, deve aos poucos descobrir 2 fim de criar um clima favoravel para a construgdo do conhecimento. Para a realizago dessa primeira fase os cursistas constituem equipes de estudo por disciplinas ou éreas afins, Sua primeira tarefa consiste na definicao dos conteuides ( unidade, t6picos e subtépices) que seriam trabalhados posteriormente com seus alunos. ‘Ainda que na sequéncia formal do plano os conteddos aparegam listados na segunda fase do processo, ou ‘seja, na Instrumentalizaco, na pratica escolar, porém, eles so 0 ponto inicial do trabalho pedagogico. De posse dos itens de conteudo que efetivamente se espera desenvolver, cada equipe inica a elaboracao de uma grande quentidade de perguntas sobre cada topico @ ser estudado, Na prética cotidiana essa tarefa GASPARIN, Joie Lulz, Uma didatica para a Pedagogia Historico-Critica. Campinas: Cortez, 2003, seré realizada pelo professor e seus respectivos alunos em sala de aula, Pare a construgéo dessas questées, no momento de planejamento, 08 professores colocam-se no papel de alunos, buscando prever quais perguntas eles fariam, levando em conta 0 dominio e uso do contetido na vida social dos educandos. Esse trabalho consiste no levantamento e listagem de questées da vivéncia cotidiana do educando sobre o ‘contetido a ser ministrado, E a demonstragao daquilo gue © aluno j4 sabe e a explicitagdo de que jd existe em sua pratica social o conteddo escolar, E a mobllzagéo do. aluno para a construgéo do conhecimento. E sua viséo sobre 0 conteddo até aquele momento. 2- PROBLEMATIZAGAO Esse passo se constitu o elo entre a Prética Social e a Instrumentalizagao. & a ‘identificagao dos principais, problemas postos pela pratica social. (..) Trata-se de detectar que questdes precisam ser resolvidas no &mbito da Prética Social e, em conseqdéncia, que conhecimento @ necessario dominar” —(Saviani, 1991:80), (© conhecimento de que estamos falando sto os contetidos historicizados, Para fins desse estudo, delimitamos e entendemos que 68 principals problemas postos pela prética social s80 08 relatives aos contetidos que estio sendo trabalhados numa determinada unidade do programa, Os "principais problemas" so as _quesites fundamentais que foram apreendidas pelo professor & pelos alunos © que precisam ser resolvidas , nao pela escola, cu na escola, mas no Ambito da sociedade ‘como um todo. Para isso se toma necessério definir quais conteddos os educadores e os educandos precisam dominar para resolver tais problemas, ainda gue, inicialmente, na esfera intelectual. ‘A problematizagao tem como finalidade selecionar as principals questdes levantadas na prética social a Tespeito de determinado contetdo. Essas questées orientam todo 0 trabalno a ser desenvolvido pelo professor e pelos alunos. Essa fase consiste, na verdade, em selecionar e ciscutir problemas que tem sua origem na_prética social, desorita no primeiro paso desse método, mas ue se ligam e procedem ao mesmo tempo também do contetdo a ser trabalnado. Seréo, portanto, grandes questées sociais, mas limitadas’ a0 conteudo da Unidade que esta sendo trabalhada pelo professor. A problematizago 6 0 questionamento do contetido relacionado a pratica social, em funeao dos problemas ue precisam ser resolvidos no cotidiano das pessoas. Relacionando 0 contetido com a prética social definem- se as questbes que através desse contetido espacifico Podem ser encaminhadas e resolvidas, Elabora-se uma série de perguntas que orientam a endlise apropriagéo do conteddo. processo ensino-aprendizagem, neste caso, esté em fungao das questtes levantadas na pratica social € retomadas de forma mais profunda © sistematizada nessa segunda fase. Nessa etapa do proceso duas sao as taretas principais: 1- Determinag8o dos conteddos em suas dimensdes cientifica, social e histérica. 2 = Levantamento, em cada tbpico ou subtépico, des principais questées da prética social, diretamente relacionadas aos conteddo, levando em'conta as trés dimenses apontadas. Pera a execugéo de cada um desses passos ha que tomar 0 contetdo do programa elaborado e levantar junto com os alunos es questdes socials bésicas que abrangem o conteudo a ser desenvolvido. Como o contetido serd trabalhado levando-se em conta as dimensdes cientifica, social e histérica, as perguntas que forem elaboradas devem expressar a mesma perspectiva, Como forma prética para selecionar as questdes fundamentais proceda-se da seguinte maneira: repita- se cada item do contetido e, em seguida, formule-se junto com os alunos, questées que abranjam a totalidade desse tépico nas dimensbes assinaladas. As perguntas selecionadas sero respondidas na fase da_Instrumentalizagdo quando os alunos estarso efetivamente construindo de forma mais elaborada seu conhecimento. ‘A Problematizagéo @ 0 fio condutor de todas as atividades que os alunos desenvolverdo no proceso, de construgo do conhecimento. 3 - INSTRUMENTALIZACAO: Esta fase, segundo Savieni (1991:103) consiste na apreenséo “dos instrumentos tedricos e préticos necessérios ao equacionamento dos problemas detectados na pratica social. (..) Trate-se da apropriagéo pelas camadas populares das ferramentas cuiturais necessérias a luta que travam diutumamente Para se libertar das condigSes de exploragéio em que vive’. E 0 momento de evidenciar que o estudo dos contetidos propostos esta em funcdo das respostas a serem dadas as quesides da prélica social que foram consideradas — fundamentais na fase. da Problematizacé. A terefa do professor e dos alunos desenvoiver-se-é através de agdes didatico-pedagégicas necessérias 2 efetiva construgéo conjunta do conhecimento nas dimensbes cientifica, social e histérica GASPARIN, Jodo Luiz. Uma didatioa para a Pedagogia Historioo-Critica, Campinas: Cortez, 2003. Em cada drea de conhecimento, os professores, bitizardo as formas e os instrumentos mais adequados, para a apropriago construtiva dos contetids. Em sentido pratico, retomam-se os contetidos ¢, @ cada t6pico, especificam-se 0S processos @ 05 recursos que serao utlizados para a efetiva incorporagSo dos contetidos, no apenas como exercicio mental, mas como uma necessidade social. Cada tépico que vai sendo trabalhado deveré responder 2s questées que a partir dele foram levantadas e selecionadas na Problematizacéo. Este € © momento do método que faz passar da sincrese a sintese a viséo do aluno sobre 0 conteddo escolar presente em sua vida social. Essa etapa consiste em realizar as operagées mentais, de analisar, comparar, criticar, levantar hipdteses, julger, clessificar, conceituar, deduzir, generalizar, iscutir, explicar, etc. Na Instrumentalizago 0 educando e 0 professor efetivam 0 proceso dialético de construgéo do conhecimento que vai do empirico ao abstrato para 0 concrete. 4-CATARSE Uma vez incorporados os contetidos € 0s processos de ‘sua construglo, ainda que de forma provisoria, é chegado 0 momento em que 0 aluno é solicitado @ mostrar 0 quanto se aproximou da solug&o dos problemas anteriormente levantados sobre o fema em questa, Esta ¢ a fase em que o educando manifesta que assimilou, que assemelhou a si mesmo, os conteudos: fe 0s méiodos de trabalho em fungéo das questbes anteriormente enunciadas. ‘Agora ele traduz oralmente ou por escrito a compreenséo que teve de todo 0 processo de trabalho, Expressa sua nova maneira de ver a pratica social. capaz de entendé-la em um novo patamar, mais elevado, mais consistente e estruturado. E a sintese que 0 aluno efetua, marcando sua nova posi¢so em relago ao contetido @ a forma de sua construgéo no todo social (© educando mostra que de uma sincrese inicial sobre a ‘ealidade social do contetido que foi trabalhado, chega agora a uma sintese, que ¢ o momento em que ele estrutura, em nova forma, seu pensamento sobre as questdes que conduziram a construgso do ‘conhecimento. Esta ¢ a nova maneira de entender @ prética social. E 0 momento em que 0 aluno evidencia '8¢ de fato incorporou ou no os contetidos trabalhados, ‘Segundo Saviani (1991:80-1) "catarse € a expresso, elaborada da nova forma de entendimento da pratica social a que se ascendeu(...) O momento catértico, pode ser considerado como 0 ponto culminante do processo educativo, ja que é af que se realiza pela mediagSo da andlise levada a cabo no processo de ensino, a passagem da sincrese a sintese". - a Conforme Wachowicz (1989 :107), @ catarse "6 @ verdadeira apropriagao do saber por parte dos alunos". Na catarse o aluno mostraré que a realidade que ele ‘conhecia antes como "natural", n8o & exatamente desta forma, mas é “hist6rica", porque produzida pelos homens em determinado tempo e lugar, com intencoes politcas implicitas ou explictas, ' atendendo 3 necessidades sécio-econdmicas histéricas, situadas, desses mesmos homens. Este € 0 momento da avaliagéo que traduz 0 crescimento do aluno, que expressa como se apropriou do contetido, como resolveu as quest6es propostas, como reconstitulu seu processo de conceprao da realidade social ¢, como, enfim, passou da sincrese & sintese. Ea avaliagdo da aprendizagem do contetido, entendido ‘come instrumento de transformagao social Como 0 aluno mostrar que aprendeu? Neste momento s&o montados os instrumentos © definidos os critérios que mostram 0 quanto 0 aluno se apropriou de um conteido particular como uma parte do todo social. Conforme as circunstancias, a avaliagéo pode ser realizada de maneira informal, ou formal. No primeiro caso, 0 aluno, por iniciativa propria, manifesta se incorporou ou no 0s contetidos e os métodos na perspectiva proposta elas questées. da Problematizagso. No segundo, o professor elabore as quest6es que devero oferecer a0 educando a oportunidade de se manifester sobre 0 conteudo aprendido, 5 - PRATICA SOCIAL FINAL © ponto de chegada do processo pedegdaico na perspectiva histérico-critica ¢ 0 retorno & Pratica Social. Conforme Saviani (1991:82), a prética social inicial © final 6 a mesma, embora néo o seja. E a mesma enquanto se constitui "o suporte e 0 contexto, 0 pressuposto e 0 alvo, o fundamento e a finalidade da prética pedagégica. E nfo é a mesma, se considerarmos que 0 modo de nos situarmos em seu interior se alterou qualitativamente pela mediagéo da ‘ago pedagégica... Professor e alunos se modificaram intelectual € qualitavamente em relagao a suas concepgses sobre © contetido que reconstruiram, pasando de um estagio de menor compreenséo cientifica, social e historica a uma fase de maior clareza e compreensio dessas mesmas concepgdes dentro da totalidade, Este @ 0 momento em que docente e educandos slaborergo um plano de apéo a part do conte que fol trabalhado, E a previsao do que aluno fara e como o cesempenharé pér ter aprendido um determinado contetido, E 0 seu compromisso com a prética social, uma vez que esse método de estudo tem como pressuposto a articulagao entre educagdo e sociedace. GASPARIN, Joto Luz, Uma didatica para a Pedagogia Histérico-Critica. Campinas: Cortez, 2003. © passo final desta proposta didétice-pedagogiea consiste basicamente de dois pontos: a) Nova postura mental do aluno frente & realidade estudada, E a nova maneira de compreender © Contetido estudado situando-o de maneira histérico- conereta na totalidade. b) Proposta conereta de ago por ter aprenslido umn determinado contetido. E 0 compromisso concrete co ‘aluno. E 0 que ele faré na vida prética, em seu folidian, tanto individualmente como coletivamente. Essa proposta de trabelho pode referir-se tanto a agdes intelectuais quanto a trabalhos manuais, fisicos, A prética Social Final é 0 momento da ago consciente do educando na realidade em que vive. cONcLUSAO ‘A proposta metodolégica da Pedagogia histerico-cltice @ um eaminno de epropriagso @ de reconstrugao do Conhiecimento sistematizado buscando evidenciar que todo 0 conteddo que ¢ trabalhado na escola € uma fexoressio de necessidades socials fistoricamente situadas. Esse contetido € reapropriado e reelaborado pelo altno através do processo pedagégico e retora agora, de maneira nova e compromissada, para o cotidiano social 3 fm de ser nel2 um instrumento @ mais na transformacéo da realidade. Os passos pedagégicos de consinydo do conhecimento escolar, apresentados aqui de maneira formal , aparecem como se fossem independentes € flangues, mas, na realidade prética eles constituem tum todo indissociavel e dinamico, onde cada fase interpenetra as demais. ‘Assim, a Prética Social Inicial e Final so 0 contexto de ‘onde ‘provem e para onde retorna 0 conteldo reeleborado pelo processo escolar. A Problematizagao, fa InstrumentalizagSo e a Catarse S80 os tres passos de 2fetiva construgao do conhecimento na e para a pratica social BIBLIOGRAFIA CURRICULO BASICO PARA A ESCOLA PUBLICA 00 ESTADO BO PARANA Sela de Estado da Eavatio Parana ~ Curt, 1992, PROJETO DE AVALIAGAO DA PROPOSTA CURRICULAR DA HABILITAGAO MAGISTERIO - Proposta da Disoialna Didstica Curtba, SEED, 1989, SAVIANI, Dermeval. Escola e Democrecia, S#0 Paulo, Cortez, ‘99 \IASCONCELOS, Celso dee. Canstrugiio do conhecimento em vila de nua, S80 Paulo, Libertad - Centro de Formagdo & [ssessoria Podagéaics, 1993 WACHOWICZ, Lian Anna, © método dialéioa na Dicatica Campinas, Papin, 1968. PLANO DE UNIDADE - HISTORIA MOVIMENTO DOS SEV-TERRA INSTITUIGAO: DISCIPLINA: Historia do Brasil UNIDADE: Formas histéricas de propriedade ca terra ‘SERIE: 2° ano do ensino médio HORAS-AULA: 4 PROFESSOR OBJETIVO GERAL: + Analisar as formas historicas de propriedade da terra no Brasil, a fim de entender os direitos de todos a propriedade privada. OBJETIVOS ESPECIFICOS: « Identificar as varies formas de posse da terra no Brasil Colonia, Império e Republica para acompanhar evolutivamente 0 conceito de propriedade rural e entender as formas de latifindios e minifindios atuais; © Verificar quais os artigos da Constitui¢ao Brasileira atual que tratam sobre a posse da terra, a fim de julgar com mais propredade as invas6es e ocupagées de terras pelo Mavimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): * Conhecer 0 que ¢ o MST, buscando formar uma opinido adequada sobre seus objetivos, a fim de contesté-ias CU apoiélas com clareza de principios. 4-PRATICA SOCIAL INICIAL DO CONTEUDO 44. Conteado Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MsT) Formas histéricas de posse da terra, Direito de todos a propriedade; Oque MST? Objetivos do MST. 4.2. Vivéncia cotidiana do conteudo > O que os alunos ja sabem sobre o contetido: Bagunga, busca de terra, lgreja, politica, partidos politicos, reforma, agraria, violéncia, govern, policia, _abandono do governo, financiamento, terrorismo, invaséo, ocupagao de terras, Uni8o Democratica Ruralista (UDR), tera para todos, forca politica, metanga de gado, terra produtiva e improdutiva, direlto & propriedade, vilas GASPRRIN, Jodo Lulz. Una didalica para a Pedagogia Histéico-Critca, Campinas: Cortez, 2005 rurais, bandeira vermetha, comunismo, maquinas que ocupam o lugar do homer. > O.que mais os alunos gostariam de saber: * Quem tem direito & propriedade? © que é reforma agraria? Quando surgiu o MST? E uma organizagao legal? © que é propriedade produtiva € improdutiva? 2, PROBLEMATIZAQAO 2.1. Disousso sobre problemas significatives ca posse de terra > Quem tem direito a propriedade tural? Quais as formas legais de propriedade rural? O que s8o terras produtivas e improdutivas? O MST possui uma ideologia? Quais os interesses _ politicos. dese movimento? Por que as diversas igrejas se envolvem com os sem- terra? Como 0 governo reage as invasdes de terras? E se nao houvesse reintegragso de posse? 2.2. Dimensoes do serem trabalhadas contetdo a > Conceitual/Cientifica; O que & MST? Como esté estruturado? > Social: Todos tém direito a uma propriedade particular? > Historica: Quando iniciou o MST? Por que nesse momento historico est4 ocorrendo esse movimento? > Econémica: Quanto custa uma desapropriagao? Quem —_lucra? Quem perde? > Politica; Qual a proposta de governo para o MST? E para a reforma agréria? > Filoséfica: Qual 2 linha teérica de conduta do MST? > Religiosa: A lgreja, como instituigo, deve participar do MST? > Legal: Existem Leis que amparam 0 MsT? > Etica: Quais os principios morais & éticos orientam o MST? > Ideolégica: Qual a ideologia do ust? 3, INSTRUMENTALIZACAO 3.1, Aghes didatico-pedagégicas: Exposigio oral, debates, leituras pelestras, visitas a acampamentos. 3.2. Recursos humanos e materiais: Filmes, jomais revistas, TV, entrevistas, livros, legislagao, 4, CATARSE 4.1, Sintese mental do aluno: MST é um agrupamento de pessoas sem propriedade agricola, que tem como objetivo obter Um pedago de terra para plantar e colher sou sustento. Essa organizagéo se estrutura em fungao de necessidades e prinoipios sociooulturais, econdmicos, politicos, histéricos, ideolégioos, etc. 42. Expresso da sintese: Dissertagéo sobre 0 tema, englobando as diversas dimens6es trabalhadas. 5, PRATICA SOCIAL FINAL 5.1. _ Nova postura pratica: © Conhecer melhor © MST; © Respeitar o MST; © Analisar criticamente o MST; © Saber mais sobre o direito @ propriedade. 5.2. Ages do aluno: * Visitar um acampamento do MST. Ler sobre oassunto; «Ler e estudar os principios que regem o st; © Comparar a ago do MST pela posse da terra. com outras formas legais de apropriagao da terra; © Verificar quais s&0 as formas histéricas de apropriagdo da terra e legislagao pertinente em outros palses. Bibliografia: GASPARIN, Jo3o Luiz, Uma didatica para a pedagogia histérico-critica. 2%ed.- Campinas, SP:Autores Associados,2003. GASPARIN, Jodo Lulz. Uma didatica para a Pedagogia Historice-Critica. Campinas: Cortez, 2003,

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