Você está na página 1de 9

Instalações II – Prof.

José Denti Filho

CAPÍTULO 9 - PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS – PARA-RAIOS

9.1 – Formação dos Raios

DDP Elétrica Terra-Nuvem – Gradiente de Tensão


[V/m] que pode provocar o rompimento da Rigidez
Dielétrica do Ar .

Com 1 KV/mm ocorre a Descarga Piloto (trajeto


tortuoso com várias ramificações) .

Descarga Piloto – provoca ionização do Ar ao


longo de sua trajetória , o que melhora as
condições de condutividade do Ar .

Correntes Atmosféricas –

 97% ≤ 10 KA
 85% ≤ 15 KA
 50% ≤ 30 KA
 20% ≤ 50 KA
 4% ≤ 80 KA

Normalização

V [KV]

V2

V1

V0

t2=1,5 t1=20 t0 t [ s]

1 a 10[ s] 20 a 50[ s] 100 a 200[ s]

Onda Característica de Tensão t2[ s] t1[ s]


Onda Característica de Corrente 15 50

Figura 9.1

Figura 9.2

1
Instalações II – Prof. José Denti Filho

9.2 – Para-Raios

SPDA – Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas

Interceptar Raios e conduzi-los à Terra : DESCARGAS DIRETAS

Partes Componentes :

Captores – tem por finalidade interceptar as descarga atmosférica . Podes ser hastes , cabos esticados ,
condutores em malha e elementos naturais .

Figura 9.3

Figura 9.4

Descidas – tem por finalidade conduzir a descarga atmosférica interceptada pelo captor para a terra . As
estruturas e/ou componentes metálicos estruturais são descidas naturais e devem ser aterradas
convenientemente .

Observação – Estruturas de Concreto Armado : pode-se usar as ferragens como eletrodos de descida
naturais , mas se RTOTAL ≤ 1

Aterramentos – tem por finalidade a condução e dispersão da corrente de descarga atmosférica na terra . Um
sistema de aterramento único e integrado à estrutura é preferencial e adequado para todas as finalidades .

Figura 9.5

Eletrodos de Terra
 Edificações Comuns – RTOTAL ≤ 10
 Áreas Classificadas (Risco de Explosão) - RTOTAL ≤ 1

2
Instalações II – Prof. José Denti Filho

Equipotencialização

Devem ser cumpridos todos os requisitos de equipotencialização das instalações na estrutura .

Em prédios deve-se estabelecer uma PE a cada 20 m de altura .

No caso de se estabelecer uma ligação


PE , para evitar centelhamento Nível de Ki Material Km
Configuração
perigoso deve-se guardar distância Proteção Kc
Dimensional
segura (D) : I 0,100 Ar 1,0
Mono 1,00
II 0,075 Sólido 0,5
Bi 0,60
III 0,050
Tri 0,44
IV 0,050

Estruturas Especiais

Chaminés – se não exigirem SPDA mas estiverem adjacentes a estruturas com SPDA deve ser integrada ao
sistema SPDA .

Observação Importante : Deve ser seguido o estabelecido na Norma ABNT NBR-5419 (atualmente versão
2015) para o dimensionamento e especificações de instalações de SPDA .

9.3 – ESTRUTURAS QUANTO AO NÍVEL DE SEGURANÇA

Nível ( IEC1024-1 e NBR 5419-01)

I. Mais severo quanto a perdas de patrimônio afetando estruturas adjacentes ;


II. Perda de bens de estimado valor e provocação de pânico ;
III. Construções de uso comum .
IV. Construções não habitadas costumeiramente e ausência de materiais combustíveis .

Exemplos : Estrutura Nível


Residências III
Fazendas e Estabelecimentos Agropecuários III ou IV
Teatros , Escolas , Shoppings , Igrejas etc II
Bancos , Companhias Comerciais II
Hospitais e assemelhados II
Industrias III
Museus II
Risco Confinado : Subestações , Telecom , Usinas de Energia I
Risco para estruturas Adjacentes I
Risco para o Meio-Ambiente I

9.4 – AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE PROTEÇÃO “Edificações Residenciais , Comerciais e Industriais do tipo


convencional .”

a) Avaliação do Risco de Exposição - Densidade de descargas atmosféricas [nº


2
de raios / (Km .ano) , Nt – índice ceraúnico .
2
b) Área de Exposição Equivalente Aee = L.W + 2.L.H + 2.W.H + .H
H L H

L H

W
H

Figura 9.6 – Área de Exposição Equivalente

3
Instalações II – Prof. José Denti Filho

Segundo o texto da norma, “para estruturas isoladas em solos planos, a área de exposição equivalente A D é a
área definida pela intersecção entre a superfície do solo com uma linha reta de inclinação 1 para 3 a qual passa
pelas partes mais altas da estrutura (tocando-a nestes pontos) e rotacionando ao redor dela”. Trocando em
miúdos, este procedimento é o mesmo já amplamente utilizado na versão de 2005, com a diferença da inclinação
de 1 para 3 na versão de 2015, sendo que na de 2005 esta inclinação é de 1 para 1. As Figuras 1a e b mostram
graficamente a determinação desta área para uma estrutura em forma de cubo.
2
AD=L.W+2.(3.H).(L+W)+π.(3.H)

Figuras 9.7 – a) Estrutura em forma de paralelogramo e b) Área de exposição equivalente

Figura 9.8 – Mapa Isoceráunico do Brasil

4
Instalações II – Prof. José Denti Filho

c) Frequência Média Anual previsível de Descargas Atmosféricas na estrutura (Npr)


-6
Npr = Nda.Aee.10 descargas/ano

d) Frequência Admissível de danos


-3
INACEITÁVEL – riscos ≥ 10
-5
ACEITÁVEL - riscos ≤ 10

e) Avaliação Geral de Risco

Probabilidade Ponderada (Po) - Po = A.B.C.D.E.Npr

9.5 – Modelos para SPDA


São 3 :  Método Eletrogeométrico (MEG)
 Método Franklin
 Método de Faraday

5
Instalações II – Prof. José Denti Filho

9.5.1 – Método Eletrogeométrico (Esfera Rolante)

Eficiente para edificações de grande altura e/ou formas arquitetônica complexas

Estabelece que o campo de proteção de um para-raio é dado por um volume cônico determinado por um
segmento de circunferência , tangente ao ponto de instalação do captor e ao solo girando em torno do eixo da
haste (vertical) do captor . O Raio desse segmento de circunferência de pende do grau de proteção exigido para
a instalação .

Figura 9.7
Figura 9.6
Tabela 9.1

A distância R : a descarga elétrica se dá com a formação inicial de


um canal ionizante descendente , ou LIDER descendente , que induz
cargas de sinal contrário na terra e como conseqüência um canal
ionizante ascendente o, ou LIDER ascendente . Esses canais se
encontram e compõe o caminho para a descarga elétrica se efetivar .
Daí a descarg poder ser lateral , ou oblíqua , relativamente à vertical
de posicionamento do captor .

Figura 9.9

6
Instalações II – Prof. José Denti Filho

Os Campos de Proteção :

Figura 9.10

Figura 9.11
9.5.2 – Método Franklin

Também chamado de Método do Ângulo de


Proteção .

Os Para-Raios comuns , tipo Franklin , apresentam


um campo de proteção formado por um volume
cônico como mostrado na figura abaixo .

Figura 9.12

Quando o campo de proteção não é


satisfatório e a colocação de torre para o
captor não é admissível , pode-se
distribuir vários para-raios ao longo da
estrutura , interligados por um condutor
e aterrados em vários pontos . Essa
montagem compõe a chamada Gaiola
de Faraday .

Figura 9.13

Rp = Hc.tg

O número de Condutores de Descida : é


determinada pelo quociente entre o
perímetro da construção :

Ncd – nº de condutores de descida


Pco – perímetro da construção ;
Dcd – distância entre condutores de
descida .

e o espaçamento médio estabelecido na


tabela 9.2 abaixo .
Figura 9.14

7
Instalações II – Prof. José Denti Filho

Tabela 9.2

9.5.3 – Método Faraday

Considera-se a parte superior da edificação envolvida por uma malha de condutores elétricos desencapados ,
espaçados conforme a tabela a seguir .

Tabela 9.3

Pela nova norma NBR5419 na cat. III da tabela 5.3 a


distância máxima passa a ser 15 m

De modo geral : W
L
L ≤ K.W
Módulo da Malha
1 ≤ K ≤ 2 , normalmente usado K = 1,5

Figura 9.15 Condutores da


Malha

9.5.4 – Método do Cone com Raio de Geratriz = a Altura do Captor

Figura 9.16

8
Instalações II – Prof. José Denti Filho

Você também pode gostar