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Características do Classicismo
- Racionalismo: a razão predomina sobre o sentimento, ou seja, a expressão
dos sentimentos era controlada pela razão.
- Universalismo: os assuntos pessoais ficaram de lado e as verdades
universais (de preocupação universal) passaram a ser privilegiadas.
- Perfeição formal: métrica, rima, correção gramatical, tudo isso passa a ser
motivo de atenção e preocupação.
- Presença da mitologia greco-latina.
- Humanismo: o homem dessa época se liberta dos dogmas da Igreja e passa
a se preocupar com si próprio, valorizando a sua vida aqui na Terra e cultivando a sua
capacidade de produzir e conquistar. Porém, a religiosidade não desapareceu por
completo.
Características do classicismo:
Luis de Camões
Características da poesia de Luis Vaz de Camões
1- Poesia elaborada sobre uma experiência pessoal múltipla.
2- Síntese entre a tradição literária portuguesa e as inovações introduzidas pelos
ilalianizozntes do "dolce stil nuevo": redondilhas > inovações formais (decassílabo)
Mote glosado > inovações temáticas (amor platônico e seus paradoxos)
A lira de Luis Vaz de Camões
1- Visão da natureza (ideal clássico que se caracteriza pela harmonia, ordem e
racionalidade (a natureza é um exemplo).
2- Concepção do amor: (Platonismo: O verdadeiro amor, amor puro, está no mundo
das idéias).
3- O desconcerto do mundo (a razão desvenda o mundo sem sentido e sofre).
Classicismo em Portugal
O marco inicial do Classicismo português é em 1527, quando se dá o retorno
do escritor Sá de Miranda de uma viagem feita à Itália, de onde trouxe as idéias de
renovação literária e as novas formas de composição poética, como o soneto. O
período encerra em 1580, ano da morte de Luís Vaz de Camões e do domínio
espanhol sobre Portugal.
Características do Classicismo
Imitação dos gregos e latinos Ao redescobrirem os valores do ser humano,
abafados pela Igreja durante a Idade Média, os artistas deste período voltam-se para a
Antiguidade. O próprio nome desse estilo de época – Classicismo – tem sua origem no
aprofundamento dos textos literários e filosóficos estudados nas escolas. Na Idade
Média, esses textos eram reproduzidos nos conventos e difundidos entre os
estudiosos, mas passavam por uma censura religiosa, que só mantinha os aspectos
que não feriam a moral cristã. Com o Renascimento, houve um retorno a esses textos,
mas em sua versão original, completa.
Foi da Arte Poética de Aristóteles que os artistas do Classicismo retiraram o
conceito de imitação ou mímesis. Segundo Aristóteles, a poesia devia imitar a
perfeição da natureza ou da sociedade ideal, além de retomar idéias de outros poetas,
reconhecidamente importantes por sua obra. Não se trata de copiar outros autores, e
sim de assemelhar-se à sua obra. Petrarca comparava esta semelhança à que existe
entre pai e filho: é inegável que se pareçam, mas o filho tem suas características
próprias, que o individualizam. O mesmo aconteceria à obra literária: seria semelhante
à de Virgílio, Horácio e outros autores da Antiguidade, usando o que eles tivessem de
melhor, mas conservando seus traços próprios.
O universalismo Para os clássicos, a obra de arte prende-se a uma realidade
idealizada; uma concepção artística transcendente, baseada no Bem, no Belo, no
Verdadeiro – valores passíveis de imitação. A função do artista é a de criar a realidade
circundante naquilo que ela tem de universal.
O racionalismo Os autores clássicos submetem suas emoções ao controle da
razão. Ao abandonar o teocentrismo, o homem deste período afasta os temores da
Idade Média e passa a crer em suas potencialidades, incluindo nelas a habilidade de
raciocinar. A cultura clássica é uma cultura da racionalidade.
A perfeição formal Preocupados com o equilíbrio e a harmonia de seus textos,
os autores clássicos adotam a chamada medida nova para os poemas: versos
decassílabos e uso freqüente de sonetos (anteriormente, usava-se medida velha:
redondilhas).
Elitismo Os clássicos evitam a vulgaridade. O Classicismo tende à realização
de uma arte de elite, o que reflete a organização social da época (a aristocracia era a
classe dominante).
A concepção clássica foi introduzida em Portugal por Sá de Miranda, ao
regressar da Itália, onde conheceu novos conceitos de arte e novas formas poéticas.
Uso da mitologia: Voltados para os valores da Antiguidade, os autores clássicos
utilizam-se, com freqüência, de cenas mitológicas, as quais simbolizam com
propriedade as emoções que o autor quer exteriorizar. Assim, a imagem do Cupido,
por exemplo, simboliza o amor.
Classicismo Literário
Os escritores classicistas retomaram a idéia de que a arte deve fundamentar-
se na razão, que controla a expressão das emoções. Por isso, buscavam o equilíbrio
entre os sentimentos e a razão, procurando assim alcançar uma representação
universal da realidade, desprezando o que fosse puramente ocasional ou particular.
Os versos deixam de ser escritos em redondilhas (cinco ou sete sílabas
poéticas) – que passa a ser chamada medida velha – e passam a ser escritos em
decassílabos (dez sílabas poéticas) – que recebeu a denominação de medida nova.
Introduz-se o soneto, 14 versos decassilábicos distribuídos em dois quartetos e
dois tercetos.
Camões Lírico
Camões escreveu versos tanto na medida velha (cinco ou sete sílabas
métricas) quanto na medida nova (dez sílabas métricas).
Seus poemas heptassílabos (sete sílabas métricas) geralmente são compostos
por um mote e uma ou mais estrofes que constituíam glosas (ou voltas a ele).
Os sonetos, porém, são a parte mais conhecida da lírica camoniana. Com
estrutura tipicamente silogística, normalmente apresentam duas premissas e uma
conclusão, que costuma ser revelada no último terceto, fechando, assim, o raciocínio.
Camões demonstra, em seus sonetos, uma luta constante entre o amor
material, manifestação da carnalidade e do desejo, e o amor idealizado, puro,
espiritualizado, capaz de conduzir o homem à realização plena.
Nessa perspectiva, o poeta concilia o amor como idéia e o amor como forma,
tendo a mulher como exemplo de perfeição, ansiando pelo amor em sua integridade e
universalidade.
Outros Autores
Francisco de Sá de Miranda (1481-1558). Escreveu poemas na medida nova e na
medida velha. Escreveu, ainda, a tragédia Cleópatra, as comédias Os Estrangeiros e
Vilhalpandos.
Antônio Ferreira (1528-1569). Discípulo de Sá de Miranda, escreveu Poemas
Lusitanos, Castro, Bristo e Cioso.João de Barros (1496?-1570), autor de As décadas
da Ásia.