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Lição 04 - Despenseiros dos Mistérios de Deus

Leitura Bíblica em Classe


1 Coríntios 4.1-5; 14-16

Introdução:

I. Os verdadeiros ministros de Cristo


II. A missão dos ministros de Cristo
III. Ministros dos mistérios de Deus
IV. A avaliação dos ministros de Cristo

Conclusão:

 -chave: serviço, mordomia, fidelidade


Palavras, juízo do homem, juízo
próprio e juízo de Deus

Os coríntios, enfrentavam um problema,


pois insistiam em avaliar aos pregadores
a partir de um ponto de vista humano,
em vez de considerá-los como servos e
despenseiros. Todos, exceto o último
versículo deste capítulo, tratam da
natureza da mordomia apostólica. A
preocupação de Paulo era apresentar a
avaliação correta de líder apostólico. 
I. A Missão do Apóstolo (4.1-5)
A missão de Paulo e de todos os que
foram chamados para pregar o
evangelho foi construída sobre quatro
elementos: serviço, mordomia,
fidelidade e sensibilidade aos juízos de
Deus. Embora todos estes elementos
estejam relacionados, há diferença entre
eles.
a) Serviço (4.1). Paulo e Apolo não
deveriam ser considerados como líderes
de evangelhos diferentes. Ambos eram
ministros de Cristo. A palavra
ministros (hyperetas) significa
“servos”. Originalmente o termo se
referia a remadores que ajudavam a
impulsionar barcos através das águas do
mar. A palavra sugere a labuta e o
trabalho contínuo envolvido na obra do
evangelho.
b) Mordomia (4.1). Paulo e Apolo
também eram despenseiros dos
mistérios de Deus. Um despenseiro
(oikonomos) era literalmente o
“administrador de uma casa”.
Freqüentemente ele era um escravo
respeitado e eficiente a quem o
negociante ou o dono da terra havia
entregue a administração da
propriedade. Como tal, o despenseiro
tinha autoridade sobre os ajudantes ou
empregados. Ele atribuía trabalho e
distribuía mantimentos. Ele era o
superintendente sobre a operação de
todo o empreendimento. Contudo, ele
estava sempre ciente de que era um
escravo, e estava sob a obrigação de
iniciar e executar a vontade do
proprietário. O termo mistérios se
refere a todo o plano da salvação (cf. o
comentário sobre 2.7). Paulo e Apolo
não possuíam qualquer conhecimento
secreto escondido de todos, exceto de
alguns escolhidos. Eles eram mestres e
pregadores da verdade revelada sobre a
salvação em Jesus Cristo e através dele.
c) Fidelidade (4.2). Esta é a principal
qualificação de um apóstolo: Além
disso, requer-se nos despenseiros
que cada um se ache fiel. Quando
tudo é dito e feito, a principal exigência
para um homem que ensina ou prega é
a fidelidade a Deus e à verdade. Não a
eloqüência em palavras, não a
excelência em pensamento, não o
magnetismo na aparência – mas a
exigência é a fidelidade diária.
d) Juízo do homem, juízo próprio e juízo
de Deus (4.3-5). Paulo declarou que
pouco importava que avaliação os
coríntios faziam dele. Ele era sempre
compassivo, atencioso e gentil. Mas o
apóstolo era quase que totalmente
indiferente às reações dos homens em
relação a si, quando se tratava da
questão de pregar o evangelho. Tais
juízos não tinham qualquer influência
sobre a sua crença ou conduta. A razão
era simples: como um despenseiro ele
era diretamente responsável diante de
Cristo. Paulo também não dependia do
juízo próprio. Ele não omitiu a
autocrítica (cf. 9.15; 15.9), e estava
dolorosamente ciente de suas
deficiências. Contudo, ele disse: Nem
eu tampouco a mim mesmo me
julgo. O juízo próprio é perigoso porque
uma pessoa, com muita facilidade,
sanciona as suas próprias opiniões,
aprova a sua própria conduta, ou
argumenta a favor de seus próprios
erros. A frase: Porque em nada me
sinto culpado pode ser traduzida
como: “Não tenho nada contra mim
mesmo”. Paulo não podia se lembrar de
nada em sua vida cristã que o
condenasse. Nem estava ciente de
qualquer coisa que pudessem ter contra
ele ou contra o seu ministério. No
entanto, ele não se sentia inocentado
por causa de uma consciência limpa. Ele
sabia muito bem que uma consciência
não acusadora não indica,
necessariamente, a isenção de alguma
culpa.
No caso de Paulo, a sua consciência
limpa e a ausência de alguma
condenação em particular, vieram como
um testemunho do Senhor – e o Senhor
foi o Juiz final. Além disso, se Jesus
Cristo é o Juiz final, os coríntios não
devem julgar nada antes de tempo,
até que o Senhor venha, o qual
também trará à luz as coisas ocultas
das trevas e manifestará os
desígnios dos corações. A idéia era
que os coríntios não deveriam “antecipar
o grande juízo... por qualquer
investigação preliminar... que
poderia ser superficial e incompleta”. Na
época do juízo final, Deus irá revelar as
coisas que foram mantidas em segredo
nesta vida, incluindo os sentimentos e
motivos íntimos que determinam a
verdadeira qualidade de cada ato. No
juízo final, cada um receberá de Deus
o louvor. Desse modo, as pessoas
devem ser cuidadosas para nem colher
louvor prematuro sobre pregadores
favoritos, nem derramar escárnio sobre
as pessoas que não são de seu agrado,
em particular. Deus é o único que está
qualificado para julgar. Só Ele pode
conferir louvor ou castigo bem
fundamentados.
II. Pai na fé (4.14-21)
Paulo era um homem de emoções
profundas, como também de convicções
fortes. Portanto, o tom de sua carta
freqüentemente muda rapidamente. Ele
passa logo de uma severa reprovação
para um estímulo carinhoso aos
coríntios.
A primeira expressão de preocupação
paternal foi a afirmação: Não escrevo
essas
coisas para vos envergonhar; mas
admoesto-vos como meus filhos
amados (14).
O verbo admoestar (noutheteo)
transmite as idéias de crítica com amor,
ou admoestação.
Paulo não fala como um estranho
severo, ou um crítico impessoal. Ele fala
com o
carinho de um pai que está preocupado
com o bem-estar de seu filho.
Uma outra expressão de preocupação
paternal é encontrada na distinção entre
o
que ensina e o pai: Porque, ainda que
tivésseis dez mil aios em Cristo, não
teríeis, contudo, muitos pais (15). Os
aios (paidagogous) eram escravos que
dirigiam o aprendizado e a conduta de
uma criança. O tutor, o aio, levava a
criança para a escola, às vezes a
ensinava, e geralmente cuidava dela.
Ele era um guardião. Mas um guardião
jamais pode ter o mesmo amor que um
pai tem por um filho. Paulo se considera
um pai espiritual dos coríntios. Duas
coisas estavam incluídas na idéia dessa
paternidade espiritual.
Primeiro, seu afeto por eles era grande.
Segundo, eles deviam mais a Paulo do
que a
qualquer outra pessoa. Portanto, ele
podia dizer: Admoesto-vos, portanto,
a que sejais meus imitadores (16).
A preocupação paternal de Paulo
também indicava sua intenção de lhes
enviar Timóteo
(17). Timóteo possuía um
relacionamento com o apóstolo
comparável com aquele
que Paulo tinha com os coríntios. Mas
havia uma diferença. Timóteo era leal ao
apóstolo e ao evangelho que ele
pregava. Assim, Timóteo seria enviado
para ser uma lembrança pessoal do
ministério inicial de Paulo, e também
chamaria a atenção deles para que se
lembrassem dos caminhos de Paulo
em Cristo. Timóteo lhes mostraria a
humildade cristã e dissiparia a idéia de
que Paulo era o líder de um grupo que
estava em oposição a outros líderes da
igreja.
Uma expressão final da preocupação
espiritual e paternal de Paulo é o
anúncio de
sua intenção de visitá-los. Alguns dos
coríntios supunham que ele tivesse
medo de encará-los, e tinham se
tornado inchados (18, arrogantes) em
sua reação para com ele. Mas o apóstolo
declara que todas estas alegações são
infundadas: Em breve, irei ter
convosco, se o Senhor quiser (19). A
hesitação de Paulo em ir até os coríntios
não era uma questão de relutância
pessoal de encará-los. Ele havia
atrasado a sua visita porque se sentia
sujeito à direção divina, e não estava
livre para ir no momento em que estava
escrevendo estes preciosos textos. Um
homem que vive sob as instruções
divinas deve exercitar o domínio próprio.
Mas Paulo lhes garante que, quando for,
não ignorará suas pretensões
orgulhosas e
suas interpretações presunçosas em
relação ao evangelho. Sua fala não será
a de um
sábio mundano, mas o apóstolo falarána
virtude profética que produz resultados
espirituais, e um caráter semelhante ao
de Cristo. Porque o Reino de Deus
não consiste em palavras, mas em
virtude (20). O Reino de Deus é um
Reino espiritual e utiliza o poder
espiritual. Suas energias e atividades
não são baseadas nos discursos
humanos lógicos e brilhantes, ou na
eloqüência emocional. O Reino de Deus
é a verdade espiritual apresentada em
um espírito de humildade, e que produz
resultados espirituais.
Finalmente, Paulo os enfrentou
diretamente nesta questão. Não se trata
de quando
ele os visitará, mas de como ele virá.
Irei ter convosco com vara ou com
amor e espírito de mansidão? (21) A
vara representa um símbolo de
reprovação e disciplina administrado por
um tutor. A frase com amor indica a
abordagem paternal que Paulo prefere
tomar.
“Os Padrões de Deus para um Serviço
Eficaz” são: 1) Mordomia fiel, 1-2; 2)
Juízo
caridoso, 4-5; 3) Sacrifício humilde, 9-
13; 4) Poder espiritual, 17, 20.
Extraído dos seguintes
Comentários:
Comentário Bíblico Becon, vol 8,
págs. 267-272, CPAD .

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