Design Brasileiro
Contempordaneo: Reflexées
Ménica Moura (org.)Todo:
e¢io Editorial: Kat
Capa e Diagramagao:
Revise: Agnaldo A
Dados Internacionais de Catalogagao na Publicagéo (CIP)
Ficha Catalografica
Paulo: Estac
ISBN, 978-85-60166-97-8
1. Design
Moura, Ménica
Estagao das Letras e Cores Editora
0
Tek 551
nwvwcestacaoletras.com,
Hj 220008
om/estacat
letrasecoreseditaraCAPITULO 1
Design contemporaneo no Brasil
Profa. Dra. Lucy Niemeyer (UERJ)
Tive a sorte de integrar a geragéo baby-boom, gerada logo
apos a Segunda Guerra Mundial. Nascie fui criada em uma familia
tipica da classe média da Zona Sul do Rio de Janeiro, capital fede-
ral, cercada pela segurancga pequeno-burguesa, ouvindo de meu
quarto o som das ondas do mar se quebrando na areia da Praia
de Copacabana, bairro que crescia com construcées de edificios e
aumento de movimento de ruas abertas em diregaéo do mar.
O mundo que primeiro conheci era feito, sobretudo, de es-
peranga no “Brasil, pais do futuro”. Eram anos de agonizantes
certezas, em que ainda se tentava manter intransigéncia de
valores, com rigorosa distingao entre certo e errado, segundo
ainda a insustentavel viséo maniqueista que provia a distingao
entre “bandidos” e “mocinhos”.
Testemunhei o estabelecimento de novos padrées de con-
sumo, incrementados pela expansao industrial e o aumento do
poder aquisitivo de setores da média burguesia, quando passa-
ram a ser adotadas praticas econémicas, produtivas e de consu-
mo segundo o modelo dos Estados Unidos.
Com a chegada do "Tio Sam" ao Brasil, houve a importacao
do “american way of life”, seus valores e costumes, além de tec-
nologia, servicgos, bens de consumo. A ideia de progresso estavaAt
Ba er
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associada a presenca crescente de Fuscas, DKW e Rural-Willys,
um universo de liquidificadores Walita, enceradeiras Arno, em
que se passou a vestir “calcas faroeste”, roupas em fibras sintéti-
cas, twinsets de ban-lon, em que se mascava chicletes de menta
Wrigley e se bebia cuba-libre, ao som dos vinis de Ray Coniff ou
da orquestra de Waldir Calmon nos bailes de formatura e nas
festas de 15 anos. Epoca em que os primeiros filmes dos Beatles
eram vistos e revistos a exaustao. Enfim, a gloria dos “anos dou-
rados"! Assistiu-se a adocao de motonetas da marca Lambretta,
nova expressao de liberdade, e a presenca macic¢a de jovens em
cursos de linguas estrangeiras.
Assim, alastrava-se a sociedade de consumo e de comunica-
¢40, em que a légica do exagero de compra alcangava diversos
estratos da sociedade, logica que perpassava todos os setores
produtivos, em que a industria funcionava, sobretudo, segundo
a politica de substituicao sistematica de produtos.
Vivi a infancia e a adolescéncia numa época e num pais mar-
cados por clima de efervescéncia politica e econémica, junto ao
de renovacao cultural. Esse processo determinou a mudanca de
visdo de mundo e do imaginario nacional. Nesse tecido, nds, bra-
sileiros, Comegavamos a querer nos apresentar a nds mesmos,
construindo uma nova identidade nacional compativel com o
cendrio da época. Na medida em que passaram os tempos de
ditadura do Estado Novo ese instalou o Estado democratico, um
clima de euforia se alastrou no pais, sobretudo a partir da eleicao
de Juscelino Kubitschek a chefia do governo federal e seu plano
de metas intitulado “50 anos em 5”, sublinhando o seu “Plano
de Metas’, que visava a criacao de condicées de infraestrutura
favoraveis a industrializacao. A construcdo e a inauguragéo de
Brasilia podem ser vistas como sintese daquela época, quando o
governo pretendia superar a economia assentada predominan-37
temente em bases agricolas e colocar 0 pais em acordo com uma
ideia de modernidade, com atualizagao de seus tracos.
A criatividade e o desejo de inovar se expressavam na mu-
sica, com a bossa nova de Joao Gilberto e Tom Jobim; na li-
teratura, a partir das obras de Oswald de Andrade, Guimaraes
Rosa e muitos outros; na arquitetura de Oscar Niemeyer, Affon-
so Eduardo Reidy, Paulo Mendes da Rocha; nas artes plasticas,
com pintores, como Tarsila do Amaral, Portinari, Di Cavalcanti;
no paisagismo de Burle Max; no cinema novo, e... no design,
com os cursos no Instituto de Arte Contemporanea — IAC, de
Sao Paulo, e a instalagdo da Escola Superior de Desenho Indus-
trial, no Rio de Janeiro. O design, associado de modo recor-
rente a ideia de progresso, de atualizacao, inicialmente tinha
como foco o produto em si e a adequacao de seu projeto ao
processo produtivo industrializado.
Simultaneamente a presenca americana, ocorreu no Brasil
uma relevante influéncia europeia, especialmente francesa, com
a vinda ao Brasil de varios de seus intelectuais, para a difusdo de
producées: fildsofos, poetas, cineastas, cantores e artistas, como
Jean-Paul Sartre, Jacques Prévert, Jean Cocteau, Louis Malle,
Francois Truffaut, Juliette Gréco. A duplicidade de referéncias
do exterior levou a alinhamentos estéticos e politicos distintos
entre brasileiros, com repercuss6es em modos de pensar, ex-
press6es e producées culturais.
A economia ocidental no pés-guerra teve como fatores pro
pulsores 0 avanco cientifico-tecnolégico, as mudancas de valo-
res, 0 aquecimento do mercado, o crescimento do numero, da
variedade e da circulacaéo de bens industrializados, levando nao
s6 a aceleragao do consumo, mas também ao consumismo, a ob-
solescéncia planejada.
Ainda jovem, minha geracao questionou com vigor os valo-EZ
ee
38
res que haviam sido verdades para seus pais, verdades que en-
traram em colapso. Repercutiram no Brasil as criticas e a rejeig¢ao
aos parametros tradicionais que impactaram os principais centros
urbanos dos Estados Unidos e da Europa. Nés formavamos uma
juventude libertaria que conquistou 0 direito de ser jovem e pro-
punha outro modo de vida - 0 da contracultura, com nao a guer-
Ta, sim ao sexo, na batida do rock and roll, sob a influéncia de gurus
orientais, muitas vezes com estados de consciéncia alterados.
Vivi com intensidade dolorosa o perfodo de trevas que en-
cobriu o pais nos anos 1960. A ditadura. O projeto democratico
de Brasil desceu pelo ralo. A sensacdo permanente de ameaca
de violéncia e de perda de direitos civis assombrava 0 nosso co-
tidiano. Colegas desaparecidos, amigos presos, torturados, mor-
tos. O horror!
Na década de 1980, conheci 0 inicio da utilizagao da tecno.
logia digital no desenvolvimento de projetos de design. Varios
colegas iam ao meu escritério saber daquela novidade tecnolé-
gica. Alguns deles expressaram uma enfatica rejei¢do aos meios
digitais, em favor dos méritos do modo tradicional de trabalhar,
que possibilitava um grande controle manual sem exigir periddi-
ca e onerosa atualizacao de equipamentos. Va reacao ~ todos se
curvaram, cedo ou tarde, a usar o computador para fazer design.
Ainda bem que podemos retroceder sobre nossas palavras.
Acompanhei a queda do Muro de Berlim, 0 esfacelamen-
to da Unido Soviética, 0 fim das grandes ideologias, o adven-
to do novo cenario da pés-modernidade. Também um novo
Brasil surgiu com o fim da ditadura militar, a redemocratiza-
cA, as eleigées diretas, o controle da inflagao. Um grande
suspiro de alivio.
Acontecimentos e mudancas politicas, econdmicas, so-
ciais, tecnoldgicas e culturais que ocorreram ao longo do sé-39
culo XX determinaram um novo Zeitgeist. A intensificagao da
globalizacao da comunicacao e da circulacao de bens e servi-
¢0s, a elevacdo do impacto do aquecimento global e dos pre-
juizos ambientais advindos do modo de producao prevalente
colocaram em questao os modos pelos quais os paises centrais
vinham se orientando.
Neste inicio de século, a nova configuracdo de poder e inte-
resses dos paises centrais advinda da articulacao de ocorréncias,
como as crises econémicas norte-americana e europeia; o surgi-
mento do grupo econémico BRICS, formado por Brasil, Russia,
india, China e Africa do Sul; as sucessivas situagdes de tensdo no
Oriente Médio; as mudangas politicas ocorridas com a Primavera
Arabe; e a agudizacaéo dos impactos ambientais problematiza-
ram os rumos da producao industrial, estabelecida no século XIX
e consolidada no século XX, e os modos pelos quais produtos e
servicos vinham sendo criados e disponibilizados.
(Giiememisaleraimodere via o mundo como um espacoa
conquistar, um fornecedor disponivel e inesgotavel de recursos
para concretizacdo de seus sonhos e obras. O homem, senhor
do planeta, tinha a natureza como algo a subjugar e a colocar
a seu servico. A propria abordagem racionalista da realidade,
que nos Uultimos séculos pautou a conduta do homem, é que
possibilitou, em tempos recentes, a constatacéo do equivoco
da percepcao de mundo até entao vigente. As pesquisas apre-
sentaram cada vez maiores evidéncias da pequenez do homem
em face do universo, da fragilidade da sobrevivéncia de sua es-
pécie e da finitude da Terra.
Por séculos o homem construiu o mundo artificial para se
defender das ameacas do mundo natural. Os muros, as casas, as
cidades foram edificados para manter os perigos afastados do
homem. Recentemente, os inimigos do homem passaram a ser40
oriundos da propria cidade: poluicao de toda ordem, alta taxa
de densidade demogréfica, problemas de transporte, habita¢ao,
abastecimento, saneamento. Foi tal a magnitude da interferén-
cia humana, vista agora como ameaga a natureza, que se tornou
difusa a distingéo entre ambiente natural e artificial.
Odesenvolvimento tecnolégico instalou o ciclo do consumo,
que € 0 processo que o alimentou. A era do consumo se caracte-
rizou pela alienagao radical do homem. O consumo se constituiu
no lugar estratégico, econdmico e politico, de todo 0 processo de
producao a servico da conjuncao do produto com o lucro. A alie-
nacdo foi gerada na nossa sociedade quando os donos dos meios
de producao se apropriaram do trabalho humano e o transfor-
maram em uma mercadoria como outra qualquer, separando o
produtor de seu produto. A venda da forca de trabalho conferiu
ao individuo, através do salario, a condi¢éo de consumidor. O to-
tal controle pelas forcas produtivas se deu com a instalacdo de
um processo de satisfacao do corpo social, que foi persuadido
que suas aspira¢6es se concretizariam no consumo. Sob controle
ea servico do sistema, o individuo se inseriu no contexto social
enquanto participante de um processo de comunicagao em que
“consumir é comunicar” (PIGNATARI, 1968, p. 110).
O consumidor viveu sua adogao de condutas distintivas
como expressao de liberdade e escolha e nao como sujeigao a
um cédigo, como condicionamento de diferenciagdo. Ao dis-
tinguir-se na ordem das diferengas, 0 individuo restabeleceu-a,
condenando-se, portanto, a inscrever-se nela de modo relativo.
Assim se explica o carater fundamental do consumo — o da in-
finitude. Baudrillard (1981, p. 67) afirmou que “a aceleragéo das
caréncias consumidoras, ao forcing da procura corresponde a
abertura do fosso entre uma produtividade gigantesca e uma
consumptibilidade enlouquecida’.4
Foi alarmante a recente constatagao de que um mecanismo.
de autodestruicao era subjacente a apropriacdo dos meios ne-
cessarios para geracao de capital, seja a alienagao do homem,
seja 0 uso irrestrito da natureza. Na sociedade de classes, as for-
Gas controladoras sempre viram como legitimo o norteamento
imediatista, voluntarista e pragmatico de sua conduta.
Apreocupacao estética no terceiro milénio se expressard no
produto pelo melhor atendimento de seus requisitos comuni-
cacionais. A finalidade e 0 modo de manuseio de um produto
sero facil e corretamente decodificaveis por seus usuarios. A
seguranga na utilizacdo do produto sera alcancada, quer por ca-
racteristicas intrinsecas do produto, quer na comunicacao visual.
O produto sera amigavel e propiciaré que o usuario obtenha o
seu melhor rendimento.
Ademais, 0 produto proporcionara o bem-estar do homem.
O trabalho do designer ensejaré que o homem, deixando de ser
massa moldavel e controlada, rencontre sua subjetividade, de-
senvolva um aparelho critico, possibilite a constru¢do da sua ci-
dadania e a reafirmacao dos compromissos sociais.
O designer deverd ensejar que o produto promova uma
telagdo estimulante do homem com a vida, que o produto ex-
presse paradigmas culturais genuinos, que o produto atenda ne-
cessidades de grupos sociais peculiares (sejam eles as chamadas
minorias sociais, que frequentemente constituem segmentos
numericamente majoritarios).
e@ O designer, ao refletir sobre sua propria atividade, elabo-
ra um pensamento estético, do qual seu trabalho é expressao.
O designer, ao perceber a amplitude global dos efeitos de sua
atuacao profissional, deve se questionar sobre o que esta ins-
crito no seu trabalho e que impacto ele tera sobre o mundo. O
designer deve ter em mente que sua pratica projetual expressa42
sua ideologia. A estética poder e devera contribuir para guiar a
instauragdo do mundo do amanha.
O conjunto do clima intelectual e da cultura atual requer no-
vas diretrizes para agir e estar no mundo, com evidentes conse-
quéncias no fazer profissional em design, que passa a ter outros
compromissos além daqueles centrados na producao em série,
atrelados a concep¢ao modernista.
Na contemporaneidade, os projetos de design devem, além
de cumprir os requisitos de sustentabilidade, possibilitar a uni-
versalidade de seu uso, a inclusdo social, a incorporagao e desen-
volvimento da inovacao e, além do atendimento de requisitos
ergondémicos e de usabilidade, garantir satisfagao de desejos,
boa experiéncia de uso e construgao de significagdo. O projeto
de design passa a ser desenvolvido a partir do requisito e o seu
resultado impacta o individuo, a sociedade, o meio ambiente.
O design vinculado as atitudes, aos valores, a experién-
cia pode ser entendido tanto como resposta a complexidade
do ambiente pés-industrial, como reagao as novas relacdes
sociais e diferentes construcées identitarias, como materia-
lizagdo de significados e de interesses. Outro cenario, outras
metas, outros métodos@
Intelectuais tem uma importante misséo a cumprir: a partir
da percepcdo sensivel do cendrio presente, propor novos en-
caminhamentos. Para tal nado se faz necessdrio um contingente
muito numeroso, tendo-se em vista que o Iluminismo resultou
da atuagéo de um punhado de grandes pensadores: Voltaire,
d‘Alembert, Diderot e das obras de Montesquieu, Voltaire e Rous-
seau, movimento este que mudou o mundo. A luz das circuns-
tancias atuais e a firme inten¢do de construir um futuro melhor,
cabe a intelectuais de hoje fazerem uma proposta que possa ir ao
encontro das demandas atuais e de um porvir humanista.43
De que modo nés, designers, podemos ocupar o papel
de transformadores sociais? Como designers, seja como pro-
fissionais de projeto, pesquisadores, estudantes, nossa in-
tervencdo no mundo tem sempre consequéncias relevantes
— produzimos cultura, difundimos valores, mudamos a mate-
rialidade que nos cerca.
A partir de um processo antropofagico, podemos metabo-
lizar as herangas que recebemos e devolver ao mundo uma pro-
posta nova, genuina, que mesmo nao sendo a ideal trara novos
modos de viver. Apresentarmos ao mundo um novo modelo.
No Brasil temos varias condicées muito privilegiadas, sobre-
tudo no momento atual, em que estamos num regime democra-
tico com suas problematicas, com as instituig¢ées democraticas
funcionando, em que ha a melhoria de condigées de vida de
segmentos importantes da populacado, com aumento de possi-
bilidades de compra, de bem-estar social, de acesso a educa¢ao,
em um processo de reducao de assimetrias sociais. Cabe refletir
e agir no sentido de contribuir para, no 4mbito pessoal ou como
categoria profissional, tornar esse mundo melhor. Ocorre-me
que a Revolucdo Francesa se baseou no pensamento de meia
duzia de pessoas e eles mudaram o mundo. Entéo, mesmo que
seja meia diizia de pessoas ou mais de dezenas, que a gente
pense e assuma um papel como cidadao, como ser social que
pode fazer mudancas.
O Brasil dispée de caracteristicas benéficas e algumas mes-
mo raras. Entre muitas outras peculiaridades, pode-se destacar
a existéncia de um sistema democratico em funcionamento; 0
recente processo de reducao da assimetria social; uma geogra-
fia privilegiada, com clima extraordinario, livre de cataclismos; 0
convivio de uma multiplicidade étnica sem guerras; duradoras
relagGes pacificas com todos os paises limitrofes. Claro esta que44
hd aqui problemas muito sérios a resolver: criminalidade, po-
breza, baixa escolaridade, corrup¢ao, impunidade, entre outros.
No entanto, ha praticas aqui que evidenciam uma especial ha-
bilidade nossa: a de fazer festejos! RealizagGes surpreendentes
que se repetem a cada carnaval por todo Brasil — os desfiles de
escolas de samba e os blocos de rua; também quando a flores-
ta amazénica se pinta de vermelho e azul para festejar o “Boi
de Parintins”. Ha uma pléiade de manifestacdes culturais que se
mantém alimentadas pela energia e criatividade dos que delas
sAo mentores e participantes. Que a capacidade de fazer festas,
a flexibilidade para superar limitacdes possa ser expandida para
outras areas, como a realizagao de solugées de design originais
que ensejem superacao de limitacées, utilizagao de recursos
inéditos e atendimento de nossas demandas socioecondmica e
culturais. O design tem a poténcia para inovacao!
O designer deve, com a sua atividade, suprir necessidades
humanas por meio de sua competéncia, da sua criatividade, do
seu método. Deve ainda ser sensivel as prioridades sociais e cul-
turais, conhecer as tendéncias correntes e a multiplicidade de
parametros que as rege.
O comprometimento ético do designer 6 mandatério néo
6 no que diz respeito ao cliente, aos usuarios, mas também a
sua responsabilidade quanto ao ecossistema da Terra e em rela-
a0 & identidade cultural, como preconiza 0 Cédigo de Etica Pro-
fissional para Designers, da International Design Alliance - IDA,
revisto em 2010.
Que o design contemporaneo brasileiro esteja cada vez
mais empenhado em seu papel de agente de transformacgao
social, inovagao tecnoldgica, valorizacaéo da diversidade, cons-
truco de novos significados, preservagao do meio ambiente,
sempre guiado por consistente comprometimento ético.45
Que o design contemporaneo brasileiro seja um processo
de aprimoramento de atuagéo, em profunda sintonia com o
lema da mais antiga entidade internacional de design o Interna-
cional Council of Societies of Industrial Design — \CSID: “Design for
a better world".
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