24 nov 2015 ‘Hutéipata Review Qéncia, Socledade & we Autépsia Review éum projeto editorial voltado parao Jornalismo ea divulgasao cientifica nos temas da Ciencia, Sociedade e ArTe. Participa ‘sociedade nao espeeializada percepsies sobre esses trés temas. Reine 0 controle do comportamento Cadastre wen eal ereceba humano se compra na farmdcia onmuapen Youremai: Enter email addres suiveen meuweines sommmaDEe ARTE 2eBEOTS ‘Subszribe || Uncubserbe Imagem: hips:/>www.viagemlenta com/2014/01/admiravel-mundo-novo-ate quancio-ume him Por Mayra Matuck, Patrlcla Tambourgte Tastana Vendinclo (*) “0 mal do mundo é que os cientisasvivem descobrindo novas espécies de doencas quando deveriam descobrir uma forma definitivn de Saide”™ Milér Fernandes ti Adi Sad Now, Al ay pa id IN ‘ecw ston rs sree opr etme ere ee fees oe cee tots Entree eS. espera eer ae‘econtacomo ‘rindi david neck ete, (ned dee saat Dehie to pie... Fantsico mde da a. deeded ‘rem dren, da pide, de ama ea ula de amends ie snciere Agta pent § echeie ‘A resposta aio ¢ simples. No nivel da coletvidade,¢inteeminavel o debate sobce 2 inlluencia de projets politics © sua capacidade de manipular x soiedades. No ‘nivel individual, como, o qu se v8 um mimeo cada vez maior, principalmente ‘nas grandes cidade, onde o ritmo de vida € mais agitad — de petsoas saudiveis, sem 0 diagnéstco de tanstoro psiquitico,consumirem remédios que seriam estinados para quem tem algum problema de saide meatal Trtase de uma ‘rescente tendencia de se tentar domaro que i de mais subjetivo no ser humane: ‘0 proprio “eu”. Como resultado, “perdese uma dimensto inaxplcdvel da vida, da ‘arden do humano que no se wanscreve com objetvidade", comenta a psicanlsta da Universidade de Sto Paulo (USP), Renata Guaride, Tarja preta: um sonho de consumo |A grande arma daqueles que querem colocar mites 20 proprio eompertameato ‘esti em vm Ingar poueo suapeit: as farmfciae. Por um lado, maior eapacidade comitiva e de concenario, relzxamemo, prazer Por outro, menos depressio, softimento por causa de perdas, medo de viajar, etc. E, todo iso, 2a firmacia mals, proxima de vocé, "Os remekos sZo vndidas como qualquer oxtro produto, como se vende um carro. 0 ramééto & um objeto de consumo”. analisa Guarido, ‘especializada em madieaizago do sftimentopsiquico. So varios os mativos por tris da A Ritalina tem como principio ative 0 ‘procura excessiva por medicapdo. A _clridato de metilfenidato, Essa droga ‘busca pelo sucetao Suma delan “Por costumna ser ueada para diminnir 2 causa das exigénctas (dia soctedade, do iperatividade em pessoas ‘mercado de irabalh). as pessoas iaguostcadas com transtorno de ‘acaba buscando na medicazo uma dict eaten ehipeatividade {forma de melhora do desempenho (TDAH), expecialenteciangas, “Hd cog", coma Guilherme pessoas que pensar que a droga) Polanceye professor de piquisia da umafernanenta, uma ieenologi nova {nfinciac adoleecenca da USP. que se decomvolveu E imaginan: 2 ala ‘Concurseiros de plantio que odigam. for misturada de forma segura, por que ‘Ritalin, remo tara peta eujo efito no usar?” explica opriguitra da sumenta a capacidade de conceatragio, USP. o sonho de consumo daqueles que ‘querem estar mais de oto horas por ia sem perder o pique e cochilr sabre cos livros,‘Mamigdata eo sentimere de med Citime enjaulado Até um scctimento corsiqueiro como o citime poderd ser medicalizado em breve. Em estudo publicado na revista Science, em 2009, pesquisadores do Instituto [Nacional de Ciencias Radiolégicas, no Japdo, conseguiram mapear a regido do céebro acionada quando uma pessoa tem esse sentimento, o cértex anteior cingulado, Foi o suficiente para abrir © caminko para se encontrar uma droga que lide como o tormento de personagens como o personagem Otelo, de Shakespeare, de tantas pessoas comuns. io € hoje que or estudos sobre o cidme so feitor. Em 1994, pesquisa da Universidade de Monash, da Australia, publicada no The British Journal of Peychiatry, concluis que caractetisticas como baixa autoestima ¢ alto consumo de bbebids alcodlica tendem a aumentaro grau desse sentimento Se for desenvolvida um remédio para “eurat”o citime — como se ele fosse uma patologia —. certamente as vendas atingrio alta eiffas. Enquanto compostamento indesejado, 0 ciime supostamente sera controlado, mas as sas causas ser30 também combatidas? Teremos pessoas mais equiliradas ou apenas mais, controladae? Rétulo que alivia Diagnosticada como tendo um transtorno mental, 2 norte-americana Susanna Kaysen & encaminhada ao Hospital Psiquidtrco McLean em 1967. E n0 contato com outras garotas Ii intermadas, com transtomos mentais diversos, que Susanna adquire wma das experiéncias mais significativas de sua vida: 0 que a leva a escrever 0 lio de memérias Garota Iniorrompida, wansformado em roteiro de cinema em 1999, protagonizado pela atriz Winona Ryder. [No ano eos que Susanna fo intemada, vigorava anda a primeira edigf, de 1952, do Manual do Diagnésteo 6 Extatstco de Transtornas Menats (DSM), obra de referencia editala pela American Pychiaric Association. Coinidéncia 0x n30, décadas depos, aintrprote de Susanna no filme, a ariz Winona Ryder, também seviaapontada como pessoa com um taster psiquitco: a cleptomania Ryde, conto, j foi diagmosticada com base na qurtaedigdo do DSM.deatificas ‘Deenteie atuatde ‘trabalho no Bait ‘Tiatamente Vaal ee iret ignidade ‘Sabreo controle do ‘comportamento ea ‘Pontes importantes sebreameméria ‘Contudo, ya for diagnosticada com base na quarta edi¢do do DSM- Em maio de 2013, foi langada a quinta ediga0 do manual, 0 DSM V. De 1952 a 2013 — lamentaria Milldr Femande: - , 0 alimero de definigtes de wanstomos mentais 66 cumenta: enquanto na primeira edigto estavam listadas 106 categorias de transtomos, na pentitima, de 1994, havia 297. No entanto, a proposta do ‘manual € desentiva ¢ busca a objetivagdo dos sintomas “Cada vez mais existe uma tondéncia em entender cada uma das manifestagées Jumanas, explicar por wm funcionamenio neurobioligico cada wm dos comportamentos Iumanos”, aralisa Guatide, da USP. Como consequéncia, oferece-se um alivio para a dor sem wabatho priquico. “as pessoas matam 0 sofrimento como uma doenca. Dizem coisa: do tipo “quando soube que tinha depressto foi um alivio ou fot um alivio saber que sou bipolar isso justfica tudo” “, relata, Segundo a psiquiatra Marisa Nieri, de Séo Paulo, a necessidade que subjaz a0 alivie est diretamente selacionada com o fato de que “iemos tendéncta om ccultar nossa imperfoigses”. "Os sintomas (de sam tranciorno) so exacerbagdes de conduia ou sentimentos normais que nos fogem ao controle”, explica :L_garota_interrompida2 Imagem: cena do filme Garota Inierrompida Medicalizacdo excessiva posta em xeque No Brasil, o debate sobre 2 medicalizaso ganhou destaque, em 2010, apis a realizagzo do I Seminicio Internacional sobre a “Educago Medtcalizada: dislexa, TDAH outres supostes transtornos”, no qual foi langada, em sudiéacia publica ‘na Comissio de Dircitos Humanos da Cémara dos Deputades, a campanha “ ‘medicalizagéio da vida”A campanha prope um manifesto ‘contra 0 excetso do consumo de ‘medicamentos. Dentre outor, 08 remédios utlizados para tratar ‘wanstomos copnitivos como déficit de tengo c hiperatividade (TDAH) ¢ dislexia so os mais citados noe debates. Por volta de 45 entidades cespalhadas pelo Brasil asinaram o manifesto, As eriangas aio oalvo principal. “No nosso pouto de vista, a causa(dos supostostranstomos)esta:no processo e excolarizay$o, na relapo com os pais. Se no modificarmos esses processos, a medicaso também a0 resolverd. Néstemos chamado atengo para esta questo porque os médicos no vio 3 escola, nfo vivem a cexparigncia da escolarizapdo”,explica Pricéloga e da Associagio Brasileira de Psicologia Escolar ¢ Educacional. A campanha laneada na Cimara Federal visa 2 conceintzar 2 populagéo de que a partir de mudangassigniicatias na edueasio, ‘mules caus rata con transternescogntos serge mlantados ao recelvios som a noeesidade do medica. © psiquiata Guilherme Poanczyk, da USP, discorda. Segundo ele, atsalmente, ‘somente cerca de 10% das eriangas que possuem TDAH sio medicadas no Brasil, sendo que esse mimero chega a 40% nos Estados Unidos. Ja Proenya, defensora da ‘campanka, eebate com o seguinte argumento: “0 que chamamos de excesso, para (os psiguiatras ¢ falta”. Com quem estari a raxio neste debate? Como leigos, nos ccabe sefleir sobre 0 que diz Millor Femandes ¢ ficar precavides para nfo cchegarmos a uma sociedade como aquela preconizada por Aldous Huxley. Fonte: Revista ComCiéncia. Dezembro de 2012. Livro: “Tecla Sapions: neurocténcias para todos". Campinas, SP. Curt Namuendayd, 2013. p. 43-52. (*) Mayra Matuck e Patricia Tambourgl sto Jornalistas clemtiicas. Tatiana Veniincio ébiéloga, especializada em divulgacao cientifica.‘Chegarmos a ullia Sociedade como aqucia Precomizada por “Aldous Huxicy. Fonte: Revisia ComCiéncia. Decembro de 2012. Livro: “Tecia Sapiens: newrocténcias para todos". Campinas, SP. Curt Nomuendayi, 2013. p. 43 52. (9) Mayra Matuck e Patricia Tambourgi so jornalistas cientificas. Tatiana Venancio é bidloga, espectaltzada em divulgagao cleniifica. 3 AvrOosu.mevEWeibvena socEDADE® ARTE mm 2coMnuDAS Eloquent, Oportno ¢ Content. parabine! Don Lao seston 2 fundamental que acta se econo porta psa £ Sadan ‘ambi ques perce densa ope ¢ ceo pra om qd sStuacic coor Esa eprtagen cui so mato bemPabin ato ‘Abao, Dal Leave a comment