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A TEORIA DO CONSUMIDOR A teoria do consumidor baseia-se na hipétese do individuo ter um comportamento racional, tendo por objectivo a maximizagao da utilidade que Ihe advém do consumo de bens e servigos. Perante vérias possibilidades de consumo , 0 consumidor racional optara pela combinagao de bens que Ihe proporcionar maior satisfaco, tendo em conta o seu rendimento disponivel e o prego dos bens. ‘A decisio do consumidor ¢ estudada em duas etapas: 1. apresenta-se a restrigdo orgamental que condiciona a escolha de consumo € nos mostra quais as combinacdes que estdo acessiveis a0 consumidor (espaco orcamental); 2. o consumidor escothe, de acordo com as suas preferéncias ou gostos, a combinagao de bens (cabaz) que lhe proporciona 0 maior nivel de satisfagao. A RESTRICAO ORCAMENTAL, ‘Vamos admitir, por hipétese, que o consumidor pode escolher apenas dois bens (Alimentagio e Habitacio). Qualquer combinagao especifica de dois ou mais bens é designada por cabaz de bens. Alimentagéio (Kg/Semana) Habitacao m’/Semana 0 conjunto de todos os cabazes acessiveis ao consumidor, dado 0 seu rendimento e prego, € designado por restrigao orcamental ou recta do orgamento ou conjunto de possibilidades de consumo. ‘Todos os cabazes situados sobre a restrigio orgamental ou dentro do espago orgamental sio designados por cabazes acessiveis ou possiveis . Os restantes so designados por cabazes inacessiveis_ou impossiveis. Leen a aannnInnEETEnnnnnIEInEnnEnennnnnEE ih ; Pagina 1 Alimentagao (Kg/Semana) Habitagdo(m’/Semana Sendo § ¢ F a quantidade de habitagio ¢ de alimentacio ¢ PS e PF os os pregos dos bens ¢ Mo rendimento do consumidor A restrigdo orgamental deve satisfazer a seguinte equagio: PS S+ PF F=M Ou seja: ‘A soma da despesa com os dois bens (habitagio e alimentago) € igual ao rendimento do consumidor. ‘Alteragées nos presos e no rendimento —+ provocam deslocacdes na restrigio orcament 1) Um aumento do prego da habitagio desloca a restrigio orgamental para « origem (rotagie), reduzindo o espago orgamental, tomando-a mais inclinada ¢ vice-versa. Reduzindo-se o rendimento real (quantidade que se pode adquirir com o rendimento nominal) em termos de Habitagio Alimentagao (Ke/Semana) M/P =10 Declive =-4 Habitagao (m’/Semana) Pagina 2 Habitagdo (m’/Semana) A Teoria da Utilidade — Os consumidores escolhem entre os diferentes bens ¢ servigos de acordo com a utilidade / satisfagdo que the estio associados A utilidade é: “ uma construgéo cientifica que os economistas usam para compreender como os consumidores repartem os seus recursos limitados entre bens que lhes proporcionam satisfagao” Os individuos procuram maximizar a sua utilidade escolhendo para tal os bens que mais thes agradam. Se ‘um bem X confere mais utilidade a um consumidor do que um bem Y, entiio ele opta por consumir 0 bem X => mostra preferir X a Y A Utilidade Marginal ~ mostra a utilidade adicional que se consegue com 0 consumo de uma unidade adicional de um bem (incremento da utilidade) _A Lei da Utilidade Marginal Decrescente ~ diz que & medida que um individuo consome cada vez mais ‘um bem, a utilidade marginal (ou adicional) diminui. desta lei — resulta do facto do prazer (ou satisfacio) associado a0 consumo de um bem se A medida que o consumo desse bem for aumentando. Total —aumenta com o consumo do bem, mas aumenta a uma taxa decrescente (fig. a) ‘Marginal ~ A lei da utilidade marginal decrescente => a curva da UMg tem que ter uma Utilidade Cardinal: Fungo da Utilidade Total Quadro 1. Utilidade aumenta com 0 consumo Lei da Utilidade Marginal Decrescente a uv 19| == q | owe ts te uarteade Implicagées da Maximizagio da Utilidade — cada individuo deve organizar o seu consumo de forma a {que o iltimo euro gasto em cada bem Ihe proporcione a mesma Utilidade Marginal Principio da Igualdade Marginal (condigio para a utilidade maxima) —> de acordo com o qual um eonsumidor com rendimento fixo e dados os pregos de mercado atingira a satisfago ou utilidade maxima ‘quando a UMg do iiltimo curo gasto em cada bem é exactamente igual a UMg do iiltimo euro gasto em (© quociente da utilidade marginal pelo prego deve ser 0 mesmo para todos os bens no cabaz de bens que consumidor consome (cabaz éptimo) por forma a que ele —> maximize a sua utilidade PREFERENCIAS DO CONSUMIDOR A relasio de preferncias do consumior ¢ um esquema pelo qual o consumidor classifica, por ordem de preferéncia todos os cabazes possiveis. Propriedades da relagio de preferéncias: Relagdo completa, o que significa que os consumidores so capazes de ordenar todas as combinagées possiveis de bens e servigos; 2. “Quanto mais melhor”, esta propriedade significa, ceteris paribus, que maior 4 bem é preferivel a menor quantidade do mesmo; yuantidade do Transitividade, as preferéncias do consumidor so consistentes, 0 que significa se um consumidor prefere AaB e Ba C, entio— prefere Aa C, ou se A éindiferentea Be BaC, logicamente —+ A ¢ indiferente a C; Convexidade, segundo esta propriedade o individuo prefere diversificar o seu consumo, prefere combinagSes de bens a uma especializagao do consumo apenas num bem. Curva de indiferenga — E 0 lugar geométrico que apresenta 0 conjunto de combinages de bens (cabazes) ais quais 0 consumidor & indiferente, isto é, que lhe proporcionam o mesmo nivel de satisfagio (utilidade). / As preferéncias ao serem completas implicam a existéncia de uma curva de indiferenga que passe Por cada cabaz de bens possivel. ‘© conjunto de curvas de indiferenga que resulta da ordenagdo das preferéncias do consumidor dé origem ‘a0 Mapa de indiferenga, ‘As curvas de indiferenga mais afastadas da origem representam preferéncias com niveis de utilidade superiores 14>13>12>11 Alimentagéo (Kg/Semana) Na de satisfagao I \ ' th hy Habitacio (m?/Semana) Caracteristicas das curvas de indiferenga e do mapa de indiferenga: 1. Existe uma infinidade de curvas de indiferenga (ma vez que a relagio de preferéncias ¢ completa); 2. As curvas de indiferenga sio negativamente inclinadas —+ para que dois cabazes sejam indiferentes no podem ter ambos mais quantidade dos dois bens —» caso contrério violaria 0 principio de “Quanto mais, melhor”; 3. As curvas de indiferenga nfo se podem cruzar, caso contririo violaria 0 principio da transitividade (ver grafico slide seg); declive das curvas de indiferenca diminui a medida que nos deslocamos para baixo e para a direita, este facto decorre da convexidade das preferéncias (a taxa marginal de substituiglio € :x =2, significa que: ae Beis an — ie fe tem de sacrificar 2 unidades do bem y para obter mais | pees nter-se no mesmo nivel de satisfagio (ou seja, na mesma curva de Ce oeereseene = diminui quando nos deslocamos no sentido descendente da curva de in “a. ‘convexidade das curvas de indiferenga (ou seja o consumidor iré saerificar cada vez menor quantidade de alimentagio (cixo das ordenadas) para obter uma unidade de habitago (cixo das abcissas) Alimentagao (Kg/Semana O melhor cabaz em termos econéinicos Habitagao m’/Semana No grifico anterior: (© melhor eabaz (em termos econdmicos) ~ & o,gabaz sobre a resriglo orga indiferenga mais elevada c 0 cabaz F mental situado na curva de © cabaz F fica no ponto de tangéncia entre a restrigdo orgamental ¢ a curva de indiferenga L No ponto F - A Taxa Marginal de Substituigo (TMSC) é igual a0 médulo do declive da recta do ‘orgamento - 1. Frank, R. H. (2006) “Microeconomia e Comportamento”, McGraw-Hill, 6* ed., (Capitulo 3)

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