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A classificação ou a invalidação científica do conceito

raça, no entanto, não é o problema. Se a classificação


tivesse apenas como objetivo apontar diferenças de
características físicas, teriam sido mantidas ou rejeitadas
como qualquer outra tese científica. Infelizmente, desde o
início, eles se deram o direito de hierarquizar, estabelecer
uma escala de valores entre as chamadas raças. Impondo
uma relação inerente entre o biológico e as qualidades
psicológicas, morais, intelectuais e culturais. 
 Se auto denominando os mais bonitos, inteligentes,
inventivos e, consequentemente, os mais aptos para
dominar as outras raças e subjugá-las por conta de suas
características físicas e hereditárias. A raça “branca” se
decretou coletivamente superior aos da raça “negra” e
“amarela”. 
 No Brasil, o escravismo durou três séculos. Foram 300
anos de injustiça, com base no termo “raça” que sequer
tinha validação científica.
 O racismo ainda existe, é claro, mas não diretamente
como um resquício da escravidão, e sim como um
preconceito reconfigurado dentro da instituição brasileira
pós abolição. Atualmente, após 11 anos do Estatuto da
Igualdade Racial, a mudança é mínima. Dados mostram
que brancos continuam recebendo cerca de 50% a mais do
que negros e pardos, contando cerca de 75% das pessoas
que vivem em situação de pobreza no país. Sem contar as
minorias étnicas que também sofrem com a falta de
oportunidades por conta de preconceitos pré-
estabelecidos.

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